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GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Unaí
2018
Dyéssica Thainná Melo de Jesus
Júnior Xavier Pereira
Unaí
2018
Ficha Catalográfica - Biblioteca - FACISA
Faculdade de Ciências da Saúde de Unaí
CDU 616.08
____________________________________________________________
Prof.ª Ma. Renata Silveira Lúcio
(ORIENTADORA)
____________________________________________________________
Ms. Dener Geraldo Batista Neves
(EXAMINADOR)
____________________________________________________________
Esp. Meiriany Rodrigues de Andrade
(EXAMINADORA)
Unaí-MG, 04 de dezembro de 2018.
Dedicamos este trabalho a Deus que nos criou e norteia nossas vidas,
e as nossas famílias por todo incentivo, apoio e amor.
AGRADECIMENTO
Agradeço em primeiro lugar а Deus que iluminou о meu caminho durante esta
caminhada. Aos amigos е colegas, pelo incentivo е pelo apoio constante, em especial o meu
amigo e parceiro de sempre Júnior Xavier, por me aguentar durante toda a confecção deste
trabalho. Á professora e orientadora Renata Silveira Lúcio, deixo o meu muito obrigada, pela
paciência e dedicação.
À minha família, por sua capacidade de acreditar е investir em mim. Mãe, seu cuidado
е dedicação foi que deram, em alguns momentos, а esperança para seguir. Pai, sua presença
significou segurança е a certeza de que não estou sozinha nesta caminhada. Agradeço ao meu
tio, José Nildon pela força e incentivo de sempre.
Deixo aqui o meu agradecimento a todos os integrantes da Secretaria de Educação de
Cabeceira Grande-MG e a todos os professores participantes por permitirem que a pesquisa
fosse realizada com sucesso.
AGRADECIMENTO
Primeiramente a Deus, por me conceder o dom da vida, aos meus pais por me
trazerem a este mundo; de uma forma mais do que especial em memória de minha mãe
Sebastiana Xavier de Abreu, pois se agora conquisto mais uma vitória é porque um dia esteve
ao meu lado e me ensinou a seguir pelo bom caminho. Só o silêncio pode dizer o que sinto.
Às amizades que pude conquistar e que me motivam a ir sempre em frente.
À nossa orientadora Renata Silveira Lúcio, por toda atenção e profissionalismo
prestado durante a estruturação deste trabalho; por dedicar a nós seu tempo e por compartilhar
de seus conhecimentos. Por contribuir na construção do meu ser profissional.
À Dyéssica Thainná, pois sem ela este trabalho não se realizaria como tal. Pela
atenção e paciência, pela amizade e companheirismo. Por ser quem foi, é e espero que
continue sendo.
Ao José Augusto Alves Monteiro, meu melhor amigo do mundo inteiro. Por existir e
deixar minha vida mais alegre, por compartilhar bons e não tão bons momentos em minha
vida.
A estes supracitados e àqueles aos quais fogem de minha memória, mas que
contribuíram direta ou indiretamente para a realização desta etapa, meu reconhecimento e
minha gratidão, enfim muito obrigado.
RESUMO
Este estudo tem como objetivo identificar o nível de conhecimento dos professores do ensino
fundamental e médio do município de Cabeceira Grande- MG sobre possíveis intervenções de
primeiros socorros aplicadas em situações de emergência que possam acontecer em espaços
escolares. Assim, foi elaborado e seguinte problema de pesquisa: “Qual o conhecimento dos
professores pesquisados acerca dos cuidados de primeiros socorros em situações ocorridas
dentro das escolas onde lecionam? A relevância deste estudo está na necessidade em se
preparar os profissionais do ensino que lidam diretamente com crianças e adolescentes em seu
dia a dia para atuarem corretamente em situações de risco e desta forma minimizar o impacto
que a falta de conhecimento adequado pode produzir. Esta é uma pesquisa de cunho descritivo
exploratório e transversal com abordagem qualitativa. Foram incluídos professores de ambos
os sexos, sem limite de idade ou distinção de raça ou crença que atuassem na instituição de
ensino há no mínimo 03 meses. Não participaram deste estudo professores com qualquer
limitação psicológica ou física que impactasse na coleta dos dados. A pesquisa foi composta
por um questionário que permitiu alcançar os objetivos elaborados, o instrumento de coleta
foi composto por um total de vinte e duas perguntas que investigaram os dados sócio
demográficos, e questões que averiguaram o saber dos professores pesquisados sobre
situações de urgência e emergência e quais seriam suas condutas frente a algumas dessas
situações. As categorias para apresentação dos resultados foram confeccionadas e separadas
de acordo com as temáticas abordadas no instrumento de coleta de dados, assim
dimensionadas: I. Dados sócio demográficos; II. Vivências nas questões de urgência e
emergência no espaço escolar; III. O saber sobre urgência e emergência; e a IV. A
importância da presença do enfermeiro nas escolas. Enfim, por meio da elaboração deste
estudo foi possível perceber que o conhecimento dos docentes sobre as atuações frente a
situações de urgência e emergência é limitado já que as instituições não ofertam treinamento
adequado e não há ainda, nestes espaços, a presença do enfermeiro escolar.
1 APRESENTAÇÃO..............................................................................................................12
2 REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................................14
2.1 Conceito de primeiros socorros, urgência e emergência...............................................14
2.2 Urgência e emergência em ambiente escolar.................................................................15
2.3 Os tipos de acidentes comumente ocorrem em escolas.................................................16
2.4 O professor como socorrista leigo...................................................................................17
2.5 Papel do enfermeiro na orientação e treinamento dos professores do ensino
fundamental e médio..............................................................................................................18
2.6 Programa saúde nas escolas............................................................................................20
3 METODOLOGIA...............................................................................................................22
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...........................................................26
4.1 CATEGORIA I. Dados Sócio Demográficos.................................................................26
4.2 CATEGORIA II. Vivências nas questões de urgência e emergências no espaço
escolar......................................................................................................................................27
4.3 CATEGORIA III. O saber sobre Urgência e Emergência ..........................................30
4.4 CATEGORIA IV. A importância da presença do Enfermeiro na escola ..................51
5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................57
REFERÊNCIAS.................................................................................................................59
APÊNDICE I ......................................................................................................................72
APÊNDICE II ....................................................................................................................76
APÊNDICE III ..................................................................................................................77
12
1 APRESENTAÇÃO
Entende-se que a integridade da vida humana tem relação direta com fatores de risco
que podem vir a ocorrer, uma vez que todas as pessoas estão predispostas a sofrer ou a
presenciar situações que produzam impacto na saúde, como acontece no contexto envolvendo
urgências ou emergências. E segundo Lima e Neves Júnior (2016), a Organização das Nações
Unidas (ONU) afirmam que a segurança humana deve estar centrada no próprio
desenvolvimento humano, expandindo a segurança de todos os cidadãos no seu cotidiano, seja
nas vias públicas, no trabalho, na escola, no lazer ou no lar.
Neste sentido, considerando as escolas como um local onde há um fluxo relativamente
intenso de pessoas durante as jornadas letivas (manhã, tarde e noite), tanto os alunos quanto
os professores estão sujeitos a enfrentarem situações inesperadas de saúde, como
sangramentos, fraturas, convulsões, engasgos, entre outras, e por se tratar de um cenário até
então desconhecido, atuar no socorro pode resultar em sérios agravos a saúde dos discentes.
Sabendo que os alunos durante o período em que convivem dentro das escolas estão sob a
responsabilidade da instituição, é fundamental zelar por sua segurança, ou seja, é importante
que os professores e demais profissionais recebam treinamento adequado para que fiquem
aptos para intervirem de maneira correta e imediata diante de cada possível ocorrência.
(GALINDO NETO et al., 2017).
Para enfatizar o fato de que o conhecimento, por meio de treinamento dos professores
sobre este tema, é de suma importância para a manutenção da segurança das crianças e
adolescentes dentro das escolas, busca-se fomentar e expandir tal ideia para que mais estudos
sejam desenvolvidos, evidenciando de fato, que a saúde corrobora com a educação.
Deste modo, objetiva-se identificar o conhecimento e a conduta adotada pelos
professores frente às situações de emergência em que os alunos estão sujeitos, no período de
aula, tendo como referência as escolas públicas de ensino fundamental e Médio do município
de Cabeceira Grande em Minas Gerais no período de fevereiro a outubro de 2018.
Em alusão a este exposto, elaborou-se as seguintes problemáticas: “Qual o
conhecimento dos educadores sobre primeiros socorros? Qual a percepção destes docentes
sobre a inclusão de um enfermeiro nas escolas?” Assim, o objetivo geral desta pesquisa, que
ocorreu no período de fevereiro a novembro de 2018, foi identificar o conhecimento dos
professores do ensino fundamental e médio do município de Cabeceira Grande- MG sobre
intervenções de primeiros socorros. Para tanto foram elaborados os seguintes objetivos
específicos: Investigar se há capacitação dos profissionais da educação sobre Primeiros
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
O presente capítulo abordará assuntos no que dizem respeito aos primeiros socorros,
tomando-se por pontapé inicial o conceito de urgência e emergência; Urgência e emergência
em ambiente escolar; Fatores que facilitam acidentes em escolas; Os tipos de acidentes
comumente que ocorrem em escolas; O professor como socorrista leigo; Papel do enfermeiro
na orientação e treinamento dos professores do ensino fundamental e médio e o programa
saúde nas escolas.
Não há atualizados dados populacionais sobre a relação de acidentes na infância
conforme o grau da lesão, uma vez que a maioria dos estudos é realizada entre usuários de
serviços de saúde, principalmente os de emergência, sendo raras as pesquisas de base
populacional. (BARCELOS et al., 2017).
Nos últimos anos, com o aumento da violência, dos acidentes de transito, das
tentativas de suicídio, afogamentos, entorses, engasgo em locais públicos com aglomerado de
pessoas, o ambiente escolar tem se revelado local propício para algumas ocorrências de
urgência e emergência, apontando uma necessidade em abordar temas como primeiros
socorros para que todos ali detenham o mínimo possível de conhecimento, para que assim os
leigos possam auxiliar na prestação de cuidados até que um suporte adequado seja solicitado.
(MATOS; SOUZA; ALVES, 2016).
Muito se fala em rádio, televisão e na mídia em geral, sobre acidentes envolvendo
crianças, adolescentes e adultos, dessa forma nota-se que a educação em saúde não vem sendo
tratada como prioridade, porém percebe-se a importância e a necessidade de estratégias
voltadas para o aprendizado de técnicas básicas de primeiros socorros desde criança.
(COELHO, 2015). Já que a escola é o ambiente apropriado para tratar temas acerca da
educação e cultura de modo geral, falar de saúde é importante para que as pessoas tenham
uma formação aberta para aprender e construir suas ideias. Porém a escola também pode ser
cenário de ocorrências de agravos a saúde, onde a educação em saúde só traz benefícios a essa
população. (CARMO et al., 2017).
Em um ambiente escolar, os acidentes se tornam preocupações constantes, e se torna
importante que os professores ou qualquer outro responsável presente nesse ambiente saiba
como agir em determinada situação, como evitá-las e como realizar os primeiros socorros,
buscando desse modo evitar complicações decorrentes de procedimentos errôneos,
possibilitando uma melhor evolução. (LEITE et al., 2013). De acordo com Coelho (2015), as
escolas são instituições com responsabilidade pela formação do cidadão, tornando um local
favorável para o aprendizado, inclusive acerca de estratégias para prevenção de acidentes.
O Trabalho em equipe pode auxiliar na construção de uma escola em que sempre
haverá uma preocupação com a prevenção de acidentes e violência, estimulando hábitos de
vida saudáveis e garantindo boa educação, ainda que esta seja uma tarefa complexa, porém
não impossível, já que é um dever de todos. (LEITE et al., 2010).
É fundamental o papel da escola na proteção da saúde e bem-estar, para tal ressalta-se
a criação e manutenção de planos de segurança e de práticas de procedimentos de emergência,
buscando diminuir os riscos de acidentes, sofrimento dos pais e das crianças, garantindo um
ambiente seguro, para desenvolver atividades escolares e brincadeiras. (GOMES et al., 2010).
As crianças e adolescentes passam parte significativa de seu dia nas escolas,
desempenhando suas relações com o meio social, por isso a escola é considerada como uma
“segunda casa” para os alunos, esta realidade acaba aumentando a responsabilidade para com
16
Segundo Conti e Zanatta (2016) com relação aos depoimentos dos profissionais que
atuam em escolas os possíveis causadores de acidentes escolares são escadas, rampas, pisos
irregulares e escorregadios, redes elétricas, comportamento dos alunos, canaletas sem
proteção, central de gás irregular e aulas de educação física na quadra de esportes. Ainda
ressalta que os acidentes mais comuns são, as quedas, fraturas, escoriações, cortes com vidros
e choque elétrico. Sendo evidenciadas situações de emergências como, quedas com lesões,
torções, desmaio e convulsão. Em concordância com o autor supracitado Oliveira; leão Junior
e Borges (2015) ainda ressaltam que são comuns acidentes nas escolas. A maioria dos
professores já se depararam com tal situação, mas não relataram nada a respeito de como foi a
recuperação do aluno, e também como foram os procedimentos abordados na prestação dos
primeiros socorros.
De acordo com Gomes et al. (2010) a maioria das lesões ocorrem em crianças do sexo
masculino, porém a queda é classificada como a maior causadora de lesões. Ressalta-se que
os horários onde as crianças estão mais propensas a sofrerem um acidente são no intervalo,
nas aulas de atividade esportiva e nas salas de aula. Alves et al. (2013) no seu estudo detectou
que as lesões mais prevalentes nas aulas de Educação física e no intervalo são: Entorse,
contusão, fratura, luxação e laceração. Sendo que na educação física as chances de ocorrer um
acidente é consideravelmente maior.
As quedas acontecem na infância pelas características do desenvolvimento da criança,
curiosidade, imaturidade e falta de coordenação motora, o que as colocam em situações de
perigo. (LIMA; NEVES JUNIOR, 2016).
Sendo as quedas apontadas como os agravos mais prevalentes e são as principais
causas de lesões. Apesar de que nem todos os acidentes ocorridos nas escolas necessitem de
intervenção médica, os que mais carecem desses cuidados são aqueles que geralmente sofrem
acidentes nas aulas esportivas, ao realizar atividades recreativas, causando lesões um tanto
quanto preocupantes. (SILVA et al., 2017).
No que se refere aos acidentes por ingestão de corpo estranho, sabe-se que a
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Diante de tudo que foi exposto anteriormente nos possibilita ter uma maior
compreensão dos fatores de riscos dos acidentes entre crianças e adolescentes. Levando-nos a
pensar em estratégias de implementação direcionadas a prevenção desses agravos.
(FILÓCOMO et al., 2017).
Nos dias atuais nota-se o crescente aumento das situações de riscos nas escolas
estaduais e municipais, diante de tal situação observa-se a importância de abordar temas de
primeiros socorros nas escolas, sendo que a maioria dos professores não estão capazes de
oferecer um atendimento emergencial de qualidade, em uma situação de emergência, pela
falta de atenção que as instituições tem em não preparar seus professores para este tipo de
acontecimento. (MEIRELES, 2014).
Na maioria das situações a falta de conhecimento traz inúmeros problemas, como o
socorrista leigo entrar em pânico ao ver a vítima acidentada, a manipulação de forma errônea
da vítima e a solicitação de forma incorreta ou até mesmo desnecessária do serviço de
Atendimento Móvel de Urgências. (FERREIRA et al., 2017).
No estudo realizado por Gomes et al. (2011), foi possível detectar que os professores,
pesquisados por eles, não tinham recebido capacitação em primeiros socorros, o que
corrobora na reflexão acerca da necessidade de incluir de forma permanente nas escolas,
cursos e treinamento sobre este tema para esses profissionais, tendo como foco a conduta a ser
abordada em uma situação emergencial. Para Silva et al. (2017) a importância de cursos e
treinamentos para os professores relacionam-se com o correto cuidado que deverá ser
prestado em situações inesperadas e de risco, e assim, profissional e aluno tenham maior
segurança na conduta desenvolvida para controle do problema. Segundo Galindo Neto et al.,
(2017), a efetividade da educação continuada em saúde é influenciada por diversas variáveis,
dentre elas a disponibilidade de materiais que possam ser aplicados como recursos práticos e
de fácil aprendizado, já que se trata de uma área de conhecimento que não se relaciona
diretamente com a docência. De acordo com Meireles (2014) os professores demonstraram ser
leigos com relação a atendimentos emergenciais em acidentes nas escolas, todavia eles
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palestras, apresentação de vídeos, formas que consigam manter a atenção dessas pessoas no
que está sendo lhes transmitido.
Enfim, é importante ressaltar que as ações de primeiros socorros não terão seus
objetivos cumpridos se esses pacientes não forem transportados para um atendimento médico
o mais rápido possível, portanto há a necessidade de ambulâncias, tanto do SAMU como do
Corpo de Bombeiros, neste caso necessitamos que a política pública abrace a causa para que
estes veículos sejam disponibilizados. Tendo esses veículos como método de defender a nação
brasileira, tornando-se indispensáveis para um atendimento rápido e de transporte seguro do
paciente até a unidade mais próxima, afim de prestar socorro de forma adequada, promovendo
uma melhor qualidade na assistência. (GHAMOUM et al., 2015).
Profissionais da área da saúde percebem a necessidade de um maior esclarecimento da
população leiga sobre as situações de emergência, sendo essas situações de possível
acontecimento em qualquer lugar e momento. Diante disso a capacitação é de grande valia, o
profissional da saúde transmite para a população o conhecimento básico de primeiros
socorros, promovendo assim a educação em saúde, e tornando essas pessoas mais capacitadas
para agir em situações emergenciais. (NARDINO et al., 2014).
Diante de tudo que foi explanado ressalta-se aqui a importância do enfermeiro escolar,
onde a escola representa um local de atuação para o profissional de enfermagem, sendo
indispensável para as atuais propostas de saúde, afim de gerar uma promoção a saúde e
principalmente engajar nas ações comprometidas com o bem-estar e o envolvimento de todos
os segmentos da escola. (RASCHE; SANTOS, 2013).
Segundo Alvarenga et al. (2012) a inserção do enfermeiro no espaço escolar, tem
papel fundamental na prevenção de acidentes, com atividades educativas e assistenciais, o que
resulta em uma valorização profissional, e traz maior desenvolvimento de conhecimentos e
habilidades para o autocuidado em saúde da criança, fortalecendo assim o vínculo saúde e
escola.
De acordo com Pires et al. (2012) é importante instituir programas assistenciais nas
escolas, ligando assim saúde-educação. Dessa forma o enfermeiro apresenta-se como elo entre
a comunidade escolar e outros setores da sociedade no apoio aos diferentes elementos que
estão próximos de acontecer.
É relevante a atuação das instituições governamentais brasileiras, nas esferas federais,
estaduais e municipais para informar e alertar a população sobre a existência e os perigos dos
‘jogos do desmaio’ e outras ‘brincadeiras perigosas’ que têm sido massivamente divulgadas
pela internet, citando ainda jogos recentes como a baleia azul. Assim, é de extrema relevância
20
A proposta da Escola Promotora de Saúde serve como base teórica do que devemos
fazer para tornar o ambiente escolar o mais seguro possível, propiciando um bom
desenvolvimento físico, social, intelectual e cultural a todos. Para isso, é necessária a
participação conjunta dos profissionais da saúde e da educação, no sentido de
conhecer melhor a temática e atuar de forma mais específica e eficaz na construção
da “Escola Segura”. Em todas as propostas para a redução de acidentes e violências
nas escolas, a discussão e a construção do conhecimento devem ser participativas,
envolvendo o corpo docente, os pais e os membros da comunidade, que representam
o centro das atividades. (LIMA; NEVES JUNIOR, 2016, p. 313).
De acordo com Teixeira et al. (2015) é necessário um esforço por parte da comunidade
e dos profissionais da saúde, com intuito de desenvolver programas que contemplem palestras
promovidas pelo enfermeiro com a finalidade de educar a população, incluindo a
possibilidade de acesso a um telefone de emergência. Com o treinamento dos profissionais de
saúde, para pessoas leigas, no reconhecimento de situações de emergência, a história e
evolução de uma vítima poderia ser modificada, ou seja, maiores chances de sobrevida e
21
3 METODOLOGIA
22
4.2 CATEGORIA II: Vivências nas questões de urgência e emergência no espaço escolar
De acordo com Arnoldo et al. (2010) os alunos estão propensos a sofrer qualquer tipo
28
“Quedas” (E.08).
Carmo et al. (2017) e Sena (2006) em ambos os estudos obteve o mesmo resultado que
os demais autores, listando os principais agravos à saúde infantil relatada pelos educadores.
Sendo eles: convulsões, cortes profundos, fraturas de membros superiores e inferiores
expostas ou não, entorses, cortes extensos com muito sangramento, quedas e engasgamentos.
E ainda ressaltam que as quedas são as causas com maior incidência de acidentes não-fatais e
são também causas relevantes de morte por acidentes em crianças e adolescentes. Sendo
assim, compreende- se que as quedas são as grandes responsáveis pelo acontecimento de
lesões na escola.
De acordo com Poll et al. (2013) é necessário uma equipe de profissionais trabalhando
com estratégias para promover um evento de conscientização aos alunos, mostrando de forma
estratégica os riscos que estão submetidos. Tais estratégias iniciam-se no ambiente escolar,
com a ajuda dos educadores, começando a conhecer a vulnerabilidade das instituições,
buscando corrigir ou eliminar as áreas que representam risco para os alunos.
Obteve-se de 24% (05) dos entrevistados apontando a prática de educação física como
um dos momentos em que mais ocorrem lesões, mesmo na presença dos responsáveis. Esta
afirmativa pode ser verificada nas falas abaixo.
Os alunos nas aulas de educação física estão propensos a sofrerem qualquer tipo de
fratura devido a variação de esportes que ali são praticados, tais como: Vôlei, Basquete,
Futebol, Tênis, Mergulho e artes Marciais, podendo provocar desde lesão leve a graves.
(DELMANTO, 2014).
Vecchio et al. (2017) em seu estudo constatou que somente 32,3% dos entrevistados
sofreram algum tipo de lesão durante as práticas de atividades física nos últimos dois anos.
Portanto Souza e Tibeau (2008) trazem no seu estudo uma afirmativa contraditória,
onde relatam que nas quadras esportivas ou em qualquer lugar onde se realiza as aulas de
educação física, são caracterizados como o local onde têm o maior índice de acidentes. Os
30
professores têm o costume de atribuir uma grande responsabilidade dos acidentes aos próprios
alunos, pelo comportamento agressivo, brincadeiras inapropriadas e indisciplinas.
Portanto para Durans e Viana (2016) é de imensa importância que os profissionais da
educação física tenham conhecimentos sobre primeiros socorros. Cabe às instituições e
responsáveis promover palestras educativas e treinamentos para que esses professores estejam
aptos a atuar diante de uma situação emergencial.
31%
69%
Sim Não
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
Com o resultado apresentado poder-se-á perceber que mais da metade dos professores
participantes da pesquisa já se depararam com uma situação de urgência/emergência, gerando
assim uma certa preocupação com a saúde na escola.
Lima e Neves Júnior (2016) insistem que a escola tem o objetivo social e político com
31
De acordo com as falas dos entrevistados supracitados, percebe-se que as quedas são
situações amplamente encontradas no âmbito escolar. Por outro lado, Malta et al. (2012)
ressaltam que uma dimensão considerável dessas quedas é passível de ser reduzida através da
adoção de programas e medidas de prevenção.
Para Alves et al. (2013) os adolescentes pertencem ao grupo etário mais suscetível de
sofrer lesões, seja pela incompleta aquisição de capacidades e habilidades motoras ou pela
prática da modalidade desportiva com técnica inapropriada conforme as regras e
aparelhamento para adultos, não adaptados à sua idade.
Uma das maneiras que funcionam de verdade para promover a prevenção de acidentes
infantis consiste na ação direta da família e da escola enquanto responsáveis pela formação
32
100%
6%
94%
Sim Não
Estamos em fase de Implantação
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
34
13%
Sim, altamente
relevante
Importante, porém
muito complexo e
desgastante
Indiferente
88%
pode-se consolidar a apropriação da temática de saúde para além da falta de queixas e ainda
para a visualização rotineira e da filosofia do SUS e seus desafios. A atuação do enfermeiro
seguindo as determinações da direção escolar objetiva o atendimento ambulatorial, prioriza o
atendimento nos acidentes escolares e o domínio de doenças infecto contagiosas, uma vez que
as ações da educação em saúde não eram entendidas enquanto responsabilidade do
enfermeiro, assim como sua relevância dentro da proposta curricular. Já colocando em prática
a atuação do profissional de enfermagem dentro da instituição proporcionando assim uma
maior segurança aos alunos e professores. (RASCHE; SANTOS, 2013).
A décima terceira indagação buscou apurar a seguinte questão: De acordo com a sua
formação acadêmica e sua experiência profissional você considera estar habilitado/preparado
para atender uma situação de urgência/emergência na instituição de ensino onde atua? Com as
respostas encontradas foi possível a elaboração do seguinte gráfico.
88%
caso e a importância do socorro ser prestado de forma correta. Conforme afirmam Lima e
Neves Júnior (2016) que a promoção da saúde é considerada uma junção de apoios
educacionais e ambientais que têm o propósito de atingir ações e condições de vida
conducentes à saúde.
De acordo com Lima e Neves Júnior (2016) as causas de acidentes incidem em um
grupo particularmente vulnerável: os jovens e as crianças. O ambiente escolar se revela como
uma importante face desse problema, que é multifatorial a partir do momento em que crianças
e jovens passam determinada parte do tempo na escola, onde esses assuntos ligados à saúde
devem ser abordados e discutidos.
Nas escolas, é altamente relevante que este tema seja incluído nos projetos
pedagógicos, ensinando noções de educação para a segurança, não só na adolescência, mas
em todos os anos de escolaridade, enfatizando e resgatando valores relacionados com o
respeito ao indivíduo, à coletividade e à vida. (CARVALHO; PUCCINI; SILVA, 2007). Um
acidente que ocorre na escola pode gerar grandes transtornos para a instituição. Além da
responsabilidade legal, o professor, ao atender um acidentado, abandona os outros alunos, o
que significa horas de aulas perdidas.
Tratando a décima quarta questão: Durante um acidente em seu local de trabalho,
cujo qual coloque em risco a vida de um aluno ou colega de trabalho, quais suas atitudes?
Obteve-se 09 (56%) dos respondentes que afirmaram que as atitudes frente a uma urgência ou
emergência seria de calma e paciência, 05 (31%) deles, buscariam ajuda de terceiros, e 02
(13%), afirmaram tentar alguma manobra, mesmo que desconhecesse e a aplicasse de forma
errônea. Veja o gráfico abaixo:
38
13%
Inerte, em choque ou
não esboça reação
Calma e paciente
aciona o serviço
especializado
Busca ajuda de
31% 56%
terceiros
seus alunos condições melhores até que chegue um socorro especializado. (MEIRELES,
2014).
Como poderá ser observado as questões de número quinze e dezesseis tratam do
mesmo assunto “Engasgo” diante disso tomamos a iniciativa de discuti-las como uma só, afim
de evitar repetições.
Tratando a indagação de número quinze do questionário, que foi: Em uma situação
hipotética em que um aluno venha a engasgar chegando ao ponto de não conseguir respirar,
qual seria sua conduta? A partir das opções ofertadas e das respostas marcadas configurou-se
o seguinte gráfico:
Ofertar água
36%
Dar tapas
43% nas costas
Fazer massagem
cardíaca
21%
Conforme análise dos resultados apresentados nota-se que 06 (43%) dos professores
adotam a conduta de bater nas costas, 05 (36%) não fazer nenhum procedimento e chamar por
ajuda, e outros 03 (21%) optaram por fazer massagem cardíaca. O entrevistado 01 não
respondeu e o entrevistado 12 apresentou a fala seguinte:
correta a ser aplicada seria a manobra de Heimlich, porém por sequer saberem da existência
desta manobra, ela foi substituída pela opção dar tapas nas costas, não tão eficiente quanto a
manobra, mas que pode salvar vidas em casos emergenciais. Então, 06 (43%) responderam de
forma correta, ou seja, menos da metade dos respondentes e os 08 (57%) restantes realizariam
ações incorretas com propósito de desengasgar o aluno. A manobra de desobstrução de vias
aéreas é considerada fácil e eficaz, desde que seja realizada de forma correta. Apenas um dos
participantes citou a manobra de Heimlich, ainda que com outras palavras, demostrando
conhecimento da mesma.
Seguindo o instrumento de coleta de dados, a questão dezesseis fez a seguinte
pergunta: Durante a aula um aluno coloca um brinquedo na boca e engasga ficando roxo.
Você saberia como agir diante desta situação? Com as respostas obtidas e por meio destes
dados foi possível a estruturação do gráfico abaixo.
50% 50%
Sim Não
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
Destes 50% que correspondem aos oito (08) entrevistados que afirmaram saber como
agir diante desta situação, estruturou-se a tabela abaixo, que revela quais as condutas os
entrevistados consideraram mais coerentes para a situação de engasgamento com objetos
como o brinquedo.
41
Ressalta-se que o entrevistado E. 09, optou em elaborar uma resposta diferente das
opções proporcionadas. Sua resposta está retratada a seguir:
De acordo com Silva, Prelhaz e Marques (2016) a aspiração por corpo estranho
acidentalmente, é considerada uma causa frequente. Na maioria das vezes a criança engasga
quando está sozinha, os sinais e sintomas de aspiração de corpo estranho não são detectáveis
dificultando o trabalho dos socorristas e posteriormente dificultando o diagnóstico. Para
Gonçalves, Cardoso e Rodrigues (2011) a aspiração por corpo estranho pode ocorrer em
qualquer faixa etária, porém é um evento com maior incidência em crianças e idosos.
A ocorrência de obstrução de vias aéreas por corpo estranho é um acontecimento que
pode levar o indivíduo a morte, caso a manobra de desobstrução de vias aéreas não seja
aplicada de forma imediata (MELO et al., 2008). De acordo com Colet et al. (2011) existem
duas manobras básicas para a desobstrução das vias aéreas, sendo elas: hiperextensão da
cabeça e elevação da mandíbula. Após abrir as vias aéreas o socorrista deve aproximar o rosto
da face da vítima e avaliar se há expansão torácica, ver, ouvir e sentir.
Em casos de engasgo em crianças maiores segundo Stein e Vieira (2016) deve-se
42
A maioria dos ferimentos oro dentais traumáticos ocorre no repouso, na escola, nas
ruas/estradas nas aulas esportivas e na recreação, associados com as atividades de lazer,
esportes, incidentes de trânsito e assaltos. O sucesso do atendimento depende de vários
fatores, como idade do paciente. (BERTI; FURLANETTO; REFOSCO, 2011).
Mais de 90% das mortes causadas por aspiração de corpo estranho em crianças
ocorrem em indivíduos menores de 5 anos e a maioria desses casos afeta crianças menores de
1 ano. Portanto, brinquedos, balões, pequenos objetos e comida podem causar a aspiração de
corpos estranhos e ser responsável por um número significativo de mortes que poderiam ser
evitadas na infância. Um objeto que obstrui a passagem de ar em uma criança ou em um
adulto, poderá ser removido pelo estimula da tosse, por tapas nas costas ou compressões em
região torácica anterior, mas falhas nesta técnica pode evoluir para uma parada respiratória e
posterior parada cardíaca. Esses possíveis objetos, apenas poderão ser manipulados
manualmente, se estivem visíveis caso contrário, a obstrução poderá se agravar ainda mais
com a movimentação do corpo estranho para uma região ainda mais profunda. (ABDER-
RAHMAN, 2009).
A aspiração de corpos estranhos em idade pediátrica é uma situação comum e
potencialmente grave que pode estar associada a morbidade significativa. (RODA et al.,
2008).
Identifica-se portanto, que a uma necessidade de treinamento por parte dos educadores
sobre primeiros socorros, pois no ambiente escolar os alunos estão sob suas responsabilidades
e cabe a eles protegê-los e mostrar para os pais que as crianças estão em um ambiente seguro,
com pessoas que detém o mínimo de conhecimento em relação a segurança de seus filhos.
(CARVALHO et al., 2014).
Desse modo o método correto para diminuir os casos de morbimortalidade associada a
esse agravo é a prevenção. É necessário reunir uma equipe para garantir uma prevenção
adequada por parte dos cuidadores. Programas para conscientização dos pais e prevenção de
hábitos que colocam essa faixa etária em risco, ensinando-os a como desobstruir as vias
aéreas. São inúmeras as estratégias utilizadas para diminuir os riscos de asfixia por aspiração
de corpo estranho. (RODRIGUES et al., 2016).
No tocante a questão de número dezessete do instrumento de coleta de dados, foi
descrita como: Uma criança de 08 anos na hora do recreio está ingerindo um copo de suco e
quando de repente ‘se afoga’ com o suco ficando com coloração roxa, respira com dificuldade
e não consegue falar. Você saberia como agir diante dessa situação? Observe o gráfico a
seguir:
44
50% 50%
Sim Não
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
Sabendo-se que a última alternativa proporcionava espaço para uma resposta aberta
um dos entrevistados descreveram a justificativa como:
Através dos resultados coletados, foi nítida a falta de conhecimento da conduta tomada
diante do afogamento, apenas um dos entrevistados marcou a alternativa apropriada. Casos de
afogamento requerem uma conduta rápida, pois podem levar a criança ao óbito em minutos. A
conduta correta a ser adotada está descrita na tabela de número 02, ou seja, ligar para o
serviço de emergência, realizar compressões fortes entre a região dos mamilos e a região
acima do umbigo, chamada de região do apêndice xifóide, continuar os movimentos até o
suco sair pela boca da criança. Ressalta-se ainda a importância da lateralização da cabeça da
vítima para evitar que ela aspire o líquido e ele vá parar no pulmão, agravando ainda mais a
situação. Constatou-se que, infelizmente, a metade dos professores não responderam esta
pergunta, e os demais marcaram alternativas que correspondem a condutas errôneas, tais
como: ligar para o serviço de emergência e aguardar sua chegada, sem tentar nenhuma
manobra; virar a criança de cabeça para baixo sacudindo-a pelos pés; e ainda dar tapinhas nas
46
costas da criança e verificar se ela volta o suco pela boca e fazer respiração.
Sabe-se que criança tem uma imensa curiosidade, por isso são grandes as chances de
introduzirem objetos no nariz, no ouvido ou até mesmo de deglutirem corpos estranhos, o que
pode ocasionar engasgos e posteriormente asfixia, deixando a criança em uma situação de
risco, e como efeito levar a morte os casos em que os primeiros socorros não forem prestados
de forma imediata e correta. Dentre estas situações o engasgo é responsável por 15% das
mortes em crianças entre 01 e 14 anos de idade, ele é causado pela obstrução das vias aéreas e
a impossibilidade de respirar. (BIALESKI, 2011). De Acordo com Brasil (2017) casos de
engasgo são considerados emergenciais e casos graves podem levar o indivíduo ao óbito por
asfixia, ou fazer com que a falta de oxigênio por períodos acima de cinco minutos provoque
danos graves ao Sistema Nervoso Central (SNC), o que requer ação rápida para evitar tais
complicações.
Assim como a Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE), o
afogamento também leva a casos de asfixia, representando uma tragédia que geralmente pode
ser evitada. Na maioria das vezes pode ser resultado da negligência de pais ou responsáveis
para com a criança. (SZPILMAN, 2005). De acordo com Vasconcelos et al. (2017) o melhor
método de prevenir esses agravos é o conhecimento, que deve ser passado principalmente
para crianças em idade escolar, com o objetivo de diminuir as taxas de mortalidade das
vítimas por afogamento.
A questão de número dezoito investigou: Sabe-se que crianças e adolescentes estão
propensos a sofrerem acidentes principalmente em momentos de lazer, como na educação
física. Qual conduta a ser tomada diante de uma lesão com sangramento abundante até a
chegada do suporte adequado? A partir das opções das respostas apresentadas, estruturou-se a
tabela a seguir:
Tabela 03 – Conduta a ser tomada diante de uma lesão com sangramento abundante.
Alternativas Quantidade Percentual
Tentar parar o sangramento
com pano limpo, trocando-o 05 31%
sempre que encharcar;
Não fazer nada e buscar
ajuda; 03 19%
Pressionar o local com
pano limpo, sempre
colocando outro acima do 08 50%
anterior e buscar ajuda.
Total 16 100%
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
47
38%
63%
Sim Não
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
Dos 16 (100%) entrevistados, 10 (62%) deles afirmaram saber como agir diante desta
situação, e suas respostas diante das opções oferecidas estão apresentadas na tabela a seguir:
48
De acordo com a análise dos dados 62% dos professores entrevistados afirmaram
saber como agir diante de uma crise convulsiva. No entanto ao analisar suas respostas notou-
se que nenhum dos dezesseis respondentes adotariam a conduta correta de primeiros socorros
para tal eventualidade e nenhum descreveu a forma correta de se lidar com essa situação.
Procedimentos realizados de forma errada podem machucar a criança, principalmente em
casos de convulsões, onde só se deve colocar a vítima em posição lateral, proteger a sua
cabeça, e retirar qualquer objeto que possa machuca-la de perto até que a convulsão cesse,
nunca se deve segurar a vítima.
A crise convulsiva é de fácil reconhecimento, se manifesta através do enrijecimento do
corpo (contrações musculares súbitas), perda de equilíbrio e posteriormente queda da própria
altura, que vai de encontro ao solo, seguida de relaxamento e contrações de grupos
musculares. (BRASIL, 2018).
Segundo o estudo de Oliveira Junior, Silva Junior e Toledo (2013) quando os
professores foram questionados sobre como agir frente a uma situação de convulsão, 63%
responderam de forma errada, frente a conduta a ser adotada e somente 37% prestaria os
primeiros socorros de forma correta. Fica nítida a falta de conhecimento dos professores
acerca do atendimento de primeiros socorros à criança com crises convulsivas, Oliveira et al.
49
(2012) destaca a importância do conhecimento dos educadores para prestar primeiros socorros
nas escolas e ainda ressalta que os mesmos não possuem condutas adequadas diante de tal
situação.
A pergunta de número vinte buscou saber: Durante o recreio uma aluna cai ao brincar
com as colegas de sala e você verifica que ela está com um corte profundo acima do olho
(supercílio). Você saberia como agir diante esta situação?
25%
75%
Sim Não
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
Destes, 12 (75%) entrevistados afirmaram saber como agir diante desta situação. Para
investigar qual seria sua tomada de decisão foram ofertadas opções de ações referente a esta
situação, conforme pode-se constatar na tabela abaixo:
Embora o gráfico 11 traga números positivos os quais demonstram que 75% dos
docentes sabem como agir diante uma situação de sangramento, a tabela de número 05 traz
dados contraditórios, uma vez que, apesar de relatarem saber como agir, a conduta adotada
por eles não é correta, apenas 50% o equivalente a 08 dos entrevistados marcou a alternativa
correta.
50
A penúltima alternativa (E), permite ao participante justificar sua ação, uma vez que
seja em desacordo com aquelas apresentadas, onde um dos entrevistados afirmou:
diante de tal eventualidade condutas incorretas não sejam adotadas. (CARMO et al., 2017).
A última e não menos importante das categorias versa sobre a presença do profissional
enfermeiro no ambiente escolar, como atuante na educação continuada acerca das urgências e
emergências no espaço escolar e ainda como o profissional que irá intervir de maneira mais
eficaz no atendimento das situações reais discutidas no decorrer deste estudo.
A questão de número vinte e um levou ao entrevistado o seguinte questionamento:
Considera relevante a inclusão de um profissional da enfermagem nas escolas? Se sim
porquê? As respostas da primeira parte da pergunta desenharam o gráfico a seguir:
6%
13%
81%
Diante do que foi exposto nota-se que para 08 (50%) dos entrevistados, o enfermeiro
pode contribuir ao atuar em casos de urgência e emergência nas escolas e ainda acrescentaram
que o profissional de enfermagem também poderá realizar acompanhamento até o serviço de
saúde, acompanhamento ao dentista, podem realizar pequenos curativos, aferir pressão arterial
e realizar palestras educativas, uma vez que é um profissional dotado de conhecimento acerca
de determinados assuntos. Segundo Leite et al. (2013) o enfermeiro ocupa um lugar de
extrema importância como educador em saúde, com um papel de desenvolver práticas
educativas para construir novos conhecimentos e capacitar a população sobre a prática de
promoção de saúde e prevenção de acidentes.
De acordo com Gomes et al. (2010) o enfermeiro tem um papel importante no
ambiente escolar afim de proporcionar aos professores, alunos e demais funcionários da
escola um atendimento adequado e de qualidade. Dessa forma este profissional pode usar
meios educativos afim de conscientizar sobre os perigos que todos estão expostos,
principalmente as crianças.
Os primeiros socorros são de suma importância no ambiente escolar, portanto o autor
encontrou um problema em sua pesquisa, já que as escolas não têm profissionais de
enfermagem atuando. Ressalta-se ainda a importância de tal profissional afim de implementar
medidas educativas permanentes para os professores com o intuito de fornecer embasamento
teórico e empoderamento para implementar medidas preventivas e condutas de primeiros
socorros. (GALINDO NETO et al., 2018).
53
Segundo Rosa et al. (2017) o enfermeiro pode participar da saúde nas escolas de várias
formas. Tais como auxiliar ou ministrar capacitações para professores com temas
relacionados a saúde, promoção no autocuidado, prevenção de condutas de risco, participação
de projetos de educação em saúde, serviços de orientação sexual, contra o uso de drogas,
educação alimentar consultas de enfermagem, avaliação de deficiências auditivas, visuais,
cognitivas, distúrbios de fala, controle de doenças crônicas, encaminhamento aos serviços de
saúde e assistência adequada em situações emergentes. No ambiente escolar são diversas as
modalidades onde o enfermeiro pode atuar, proporcionando benefícios para toda a população.
Ao observar os riscos a que todos os jovens, alunos de graduação e participantes do
programa estão expostos e a maneira de evitar que estes riscos se concretizem, observa-se
uma identificação entre ambos, com adoção por parte dos participantes da postura de
conscientização de prevenção observada nos alunos de graduação. (DORIGATTI et al., 2014).
De acordo com Filócomo et al. (2017) algumas pessoas, inadequadamente, ao realizar
a administração de algum medicamento para crianças procuram adotar conceitos ou técnicas
como sabor adocicado ou coloração para facilitar a aceitação, a qual posteriormente quando se
depara inadvertidamente com a medicação faz essa associação, aumentando a chance de
ingestão.
Segundo Barcelos et al. (2017) as condições de segurança dos ambientes frequentados
pelas crianças precisam ser investigadas em trabalhos especificamente planejados para este
fim.
Para Lima e Neves Júnior (2016) é imprescindível esclarecer e capacitar a população
para o atendimento de ocasiões de emergência que envolvam, por exemplo, a parada cardíaca,
impedindo que o socorrista se mantenha inerte no momento de decidir qual o próximo passo a
seguir. A população precisa estar preparada para agir em qualquer situação de emergência,
prestando atendimento de primeiros socorros.
Compreende-se que há uma grande desinformação por parte da população quando se
trata de primeiros socorros. Desta forma surge a ideia de implantar a disciplina em primeiros
socorros nas escolas de ensino básico, para que haja uma garantia de ter pessoas bem
formadas e informadas quando o assunto for urgência e emergência. (MATOS; SOUZA;
ALVES, 2016).
Nos estudos de Mesquita et al. (2017) foi possível concluir que com recursos
educativos no processo de ensino-aprendizagem relacionado a saúde, se obtém vários
benefícios, o que promove atitudes e habilidades que tornam o indivíduo independente para
agir diante de situações emergenciais.
55
Pensando na educação e saúde Galindo Neto et al. (2017) desenvolveram uma cartilha
acerca dos primeiros socorros, considerando os conhecimentos prévios e opiniões da
população alvo. Todo o conteúdo listado na cartilha foi avaliado e aprovado pelos educadores,
o material era bem ilustrado, de fácil entendimento e esclarecedor. De modo a ser usado como
ferramenta pedagógica, tanto para enfermagem na educação em saúde nas escolas como para
a capacitação de profissionais da educação.
Referente a questão de número vinte e dois, em que foi questionado: O Ministério da
Saúde tem um programa que poderia contribuir com estas ações de saúde nas escolas, você
conhece ou já ouviu falar do Programa Saúde na Escola? Esta pergunta foi realizada com o
propósito de identificar o nível de conhecimento dos entrevistados no que se refere ao
Programa Saúde na Escola. Em vista dos dados obtidos por meio desta indagação, permitiu-se
elaborar o seguinte gráfico.
25%
38%
38%
Como pode ser observado no gráfico acima, 06 (38%) dos entrevistados afirmaram já
terem ouvido falar do Programa Saúde na Escola; outros 06 (37%) afirmaram nunca terem
ouvido falar sobre o programa e 04 (25%) dos entrevistados afirmaram ter conhecimento de
tal programa, mas que, nunca presenciaram em prática.
A escola tem um desempenho social e político voltado à transformação da sociedade e
ao exercício da cidadania, o que justifica o desenvolvimento de ações de promoção da saúde
voltadas para a comunidade escolar. (LIMA; NEVES JÚNIOR, 2016). O enfermeiro torna-se
56
socorros.
O exposto nos revela então que a literatura é vasta e possui um elevado número de
pesquisas voltadas para esta temática. No entanto, apesar de serem amplas as pesquisas com
este foco, é imprescindível que hajam incentivos através de campanhas que visem
principalmente a segurança e prevenção de acidentes nas escolas. Contudo, uma pesquisa com
maior poder de análise faz-se necessária afim de se comprovar de fato tal carência e permitir
ainda mais a divulgação da inclusão do enfermeiro nas escolas.
59
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2018.
APÊNDICE I
QUESTIONÁRIO
Nome: ______________________________________________ Telefone:
________________
01 - Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 02 - Idade: ____________________
03 - Estado Civil: ______________
04 – Tempo de atuação nesta instituição de ensino: _____________________
05 – Tempo de formação profissional: _______________________________
06 - Turno de Trabalho? ( ) Manhã ( ) Tarde ( ) Noite
07 - Leciona para alunos do:
( ) Ensino Fundamental I - (1º a 5º ano) ( ) Ensino Fundamental II - (6º a 9º ano)
( ) Ensino Médio
08 - De acordo com a sua vivência no ensino e seu conhecimento prévio, que tipos de
acidentes considera serem mais frequentes ou terem maior probabilidade de ocorrer nas
escolas?
________________________________________________________________________
09 – Já se deparou frente a alguma situação de urgência/emergência na escola?
( ) Sim ( ) Não
73
19 – Seu aluno ao ir para sala de aula tem um mal-estar apresentando tremulações em braços e
pernas, rigidez de mandíbula (trava os dentes) não responde, ou seja, está convulsionando.
Você saberia como agir diante esta situação?
75
Sim ( ) Não ( )
Se sim preencha uma alternativa a seguir:
A) ( ) Lateraliza a cabeça do aluno e segura seus braços e pernas para que ele não se
machuque.
B) ( ) Eleva as pernas deste aluno para melhor circulação assim acabaria rapidamente o
período da crise convulsiva.
C) ( ) Tenta abrir sua boca para ele respirar melhor e assim melhoraria e
acabaria rapidamente o período de sua crise convulsiva.
D) ( ) Joga água do rosto da criança para estimular os sentidos e ele recuperar a consciência.
E) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores, e adotaria a conduta descrita abaixo (especificar):
________________________________________________________________________
20 – Durante o recreio uma aluna cai ao brincar com as colegas de sala e você verifica que ela
está com um corte profundo acima do olho (supercílio). Você saberia como agir diante esta
situação?
Sim ( ) Não ( )
Se sim preencha uma alternativa a seguir:
A) ( ) Liga para serviço de emergência e aguarda sua chegada.
B) ( ) Coloca pó de café no ferimento para estancar o sangue.
C) ( ) Colocar açúcar no ferimento para estancar o sangue.
D) ( ) Leva a criança para o tanque e lava o ferimento com água, sabão e esfrega com uma
escova.
E) ( ) Pressiona o local com um pano limpo e leva a aluna para o serviço de emergência.
F) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores, e adotaria a conduta descrita abaixo
(especificar):
APÊNDICE II
DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO
LIVRE E ESCLARECIDO
Considerando a “Declaração de Helsínquia” da Associação Médica Mundial
(Helsínquia 1964; Tóquio 1975; Veneza 1983; Hong Kong 1989; Somerset West 1996; Edimburgo 2000 e Resolução CNS-MS 510/16)
Por favor leia ou ouça a leitura de todo o documento e sinta-se à vontade para colocar todas
as questões que achar convenientes, antes de aceitar participar deste estudo.
Nós, Dyéssica Thainná Melo de Jesus e Júnior Xavier Pereira, convidamos-o a participar
voluntariamente num estudo que tem por finalidade avaliar o conhecimento dos professores
que atuam nas escolas da rede pública de ensino de Cabeceira Grande - MG acerca de seus
conhecimentos no que se diz respeito à primeiros socorros frente às situações que ocorram nas
escolas. Este estudo é desenvolvido no âmbito de monografia, presente na grade curricular do
curso de enfermagem e tem como orientadora a professora Mestre em Gerontologia Renata
Silveira Lúcio.
Participação: A sua participação neste estudo é voluntária. Se decidir não participar, ou
interromper a sua participação em qualquer momento deste estudo, não terá nenhum tipo de
dano, prejuízo, interrupção ou penalidade no seu tratamento ou atendimento, bem como não
será solicitada nenhuma justificação por parte dos investigadores. Trata-se de uma pesquisa de
natureza qualitativa e de cunho descritivo exploratório.
Ricos e Benefícios em participar do estudo: Realçamos que a sua participação neste estudo
é livre e que o estudo não provocará danos à sua saúde, e não terá despesas. Também não terá
qualquer pagamento pela sua participação. A sua participação e a realização deste estudo
permitirão Analisar se há capacitação dos profissionais da educação sobre 1º socorros.
Compreender a importância do profissional da enfermagem quanto a orientação sobre 1º
socorros. Promover ações educativas de primeiros socorros entre os professores de ensino
fundamental e médio. Identificar as situações mais frequentes de urgência e emergência
vivenciadas pelos professores de ensino. Estimular a autonomia dos professores acerca dos
primeiros socorros em situações de urgência/emergência.
Procedimento: Para participar neste estudo você terá que responder ao questionário
composto com 22 perguntas com respostas fechadas e/ou abertas.
Confidencialidade: Todos os dados relativos a este estudo serão mantidos sob sigilo e
privacidade. Em nenhum tipo de relatório ou de publicação que eventualmente se venha a
78
produzir, será incluído qualquer tipo de informação que possa levar à identificação dos
intervenientes. Após a conclusão desta investigação, todos os dados, questionários ou outros
documentos que possam identificar os participantes destes estudos serão destruídos.
Em qualquer etapa do estudo, você poderá entrar em contato com os responsáveis por esta
pesquisa para o esclarecimento de quaisquer dúvidas, pelos contatos telefônicos: (38) 9
99871-3696; (38) 9 9874-4763 ou endereços eletrônicos dyessicathainna@outlook.com;
juniorxavierpereira@gmail.com. Os participantes que desejarem poderão ter acesso aos
resultados do estudo quando o mesmo for concluído.
Agradecemos a sua participação neste estudo.
Fui informado (a) do estudo e, foram-me explicadas e esclarecidas todas as dúvidas que
coloquei.