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FACULDADE MARANHENSE SÃO JOSÉ DOS COCAIS-FMSJC

INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DO DIREITO

ROSIMERY RODRIGUES DOS SANTOS TEIXEIRA

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
HABEAS CORPUS, HABEAS DATA E MANDADO DE SEGURANÇA

TIMON-MA
2020
1- INTRODUÇÃO

Os remédios constitucionais, também chamados de remédios jurídicos, são


ferramentas de extrema importância no âmbito jurídico, previstos no ordenamento
brasileiro, possuem a finalidade de garantir aos cidadãos os seus direitos
fundamentais previstos na Constituição Federal, quando os mesmos são, de certa
forma, violados, quando o Estado não cumpre a responsabilidade para com os
indivíduos, não cumprindo o seu dever, seja por falta de preparo, ilegalidade ou
abuso de poder. Para tais acontecimentos, dá-se a necessidade de ações
constitucionais visando medidas que tornem possíveis o total exercício dos direitos
de todo cidadão.
O Ministro Luís Roberto Barroso deu a seguinte definição para os remédios
Constitucionais: “Os Remédios constitucionais são garantias instrumentais
destinadas à proteção dos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal.
Servem como instrumentos à disposição das pessoas para reclamarem, em juízo,
uma proteção a seus direitos, motivo pelo qual são também conhecidos como ações
constitucionais”.
José Afonso da Silva define remédios constitucionais como sendo: " (...)
garantias constitucionais na medida em que são instrumentos destinados a assegurar
o gozo de direitos violados ou em vias de ser violados ou simplesmente não
atendidos".
Nesse contexto, é nítido a importância dos remédios constitucionais para todos
os cidadãos, logo torna possível a proteção dos direitos legais dos mesmos, também
é o meio pelo qual as pessoas podem recorrer para alcançar a justiça em uma
determinada causa, ou situação de violabilidade.
A eficácia dessas ações aprimora o sentido de que, para cada direito
desrespeitado, existe um remédio constitucional específico. Seu objetivo principal é
corrigir qualquer tipo de ilegalidade ou abuso de Poder.
Os remédios constitucionais são medidas previstas na Constituição
Federal de 1988. Como será demonstrado no decorrer deste trabalho, cada remédio
constitucional tem suas especificidades, tais como legislação e ritos próprios.
São vários os remédios constitucionais que a Constituição coloca à disposição
dos cidadãos para a defesa e amparo dos direitos subjetivos, são eles: habeas
corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de injunção e ação popular.
Neste trabalho, destacaremos conceitos de três remédios constitucionais, habeas
corpus, habeas data e mandado de segurança, bem como sua forma de utilização
como mecanismo para alcançar a justiça.
2- HABEAS CORPUS

"Art. 5° (...)

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar


ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder".

Esse remédio constitucional que pode ser utilizado a favor de todas as pessoas,
sendo nacional ou estrangeira, inicialmente e resumidamente podemos dizer que o
habeas corpus é um instrumento para garantir o direito de locomoção das pessoas,
ou seja, o direito de ir e vir, evitando-se assim a prisão abusiva ou arbitrária, o abuso
do poder. É importante esclarecer que em alguns casos, esse direito fundamental que
é a liberdade de locomoção, por exemplo em casos de flagrante delito ou por ordem
judicial, não cabe o habeas corpus, logo não houve uma violação ou abuso de poder.

O habeas corpus existe sob duas formas, são elas:

Habeas corpus liberatório: que é o mais utilizado, pois faz cessar o


constrangimento ilegal que priva alguém da liberdade. Nesse caso, quando o
referido Remédio Constitucional é concedido, haverá expedição de alvará de soltura.
Habeas corpus preventivo: quando existe apenas uma ameaça ao direito.
Qualquer pessoa física que se achar ameaçada de sofrer lesão a seu direito de
locomoção tem direito de fazer um pedido de Habeas corpus. Essa pessoa é
chamada de “paciente” no processo. O acusado de ferir seu direito é denominado
“coator”.
Vejamos um exemplo em que é possível usar o devido remédio para
impetrar o seu direito: Casos de ameaça de prisão às prostitutas. Eles podem
impetrar um habeas corpus preventivo não só pelo fato de estarem prestes a
perder a liberdade de locomoção, mas também pelo fato de que a prostituição no
Brasil é um fato atípico, ou seja, não é crime.
Portanto, o habeas corpus é um remédio constitucional de grande
importância e que deveria ser conhecido por todas as pessoas, para conhecimento
dos seus direitos e também para cobrar das autoridades que cumpram a lei de
forma justa. Todos têm direito à liberdade, direito de ir e vir, e qualquer situação,
feita de forma ilegal, que viole esse direito, pode ser cobrada e respeitada mediante
a constituição, apresentando uma ação constitucional, nesse caso, o próprio habeas
corpus.

3- HABEAS DATA

"Art. 5° (...)

LXXII – conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,


constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo".

O habeas data, é um remédio constitucional que garante ao cidadão o direito


ao acesso às suas informações pessoais e retificação de dados, sendo este o principal
objetivo do habeas data. O artigo 5º em seu inciso XII, prevê a inviolabilidade do
sigilo de dados, comunicações telefônicas, ou seja, se o indivíduo tiver seus dados
expostos, por exemplo quanto que ele movimento na sua conta, conter informações
pessoais na internet, cabe ao indivíduo que teve o seu direito violado impetrar o
remédio constitucional ou garantia constitucional.

Não é de hoje que as pessoas possuem uma preocupação relacionada aos


seus dados pessoas, logo, em qualquer cadastro, cartões de crédito e débito, contas
telefônicas, e-mails, relatórios, redes sociais, etc, é necessário fornecer nossas
informações pessoais, o que acarreta um arquivo de banco de dados contendo
importantes dados que se não possuírem total segurança, correm o risco de serem
divulgadas, ou até mesmo inclusas em processos de forma injusta, como por
exemplo, o caso abaixo:

Exemplo: Uma pessoa cujo nome, por engano, conste na relação de maus


pagadores do Serviço de Proteção ao Crédito. Esta, por sua vez, poderá
impetrar habeas data contra essa instituição, para que deixe de constar no cadastro
de devedores.

O habeas data é uma ação que visa garantir o acesso de uma pessoa a
informações sobre ela que façam parte de arquivos ou bancos de dados de entidades
governamentais ou públicas. Também pode pedir a correção de dados incorretos.
Por garantir a segurança de informações importantes, esse remédio é de extrema
necessidade, logo possibilita e assegura a privacidade ou correção de seus dados
pessoais.

4- MANDADO DE SEGURANÇA

Conforme o artigo 5º, inciso LXIX, diz:

" conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do poder público"

O mandado de segurança também é de grande importância, uma vez que,


este remédio constitucional é contra a violação pelo poder público de direito, líquido
e certo. O que pode-se entender por direito líquido e certo, de forma clara, é um
direito onde não a dúvidas, por estar expresso em lei e não precisando ser discutido.

É importante dizer que o mandando de segurança não se confunde com o


habeas corpus ou habeas data, pois o último trata-se do direito de ter acesso a suas
informações e o direito do sigilo das informações pessoais, e o habeas corpus de
garantir o direito de locomoção.

Para entendermos como usar esse remédio constitucional na prática, vejamos


um caso abaixo.

Exemplo: Suponhamos que num concurso público qualquer, tenham dez


vagas para os melhores classificados. Sendo assim estamos diante de um direito
líquido e certo, expressamente na lei onde não a dúvidas que os dez primeiros
colocados deverão ocupar o cargo, só que por um equívoco ou de forma arbitraria
eles colocam no lugar do décimo colocado que legalmente deveria entrar no tal
concurso, uma pessoa que tenha se classificado em vigésimo lugar, cabe ao
candidato que ficou em décimo lugar impetrar o mandado de segurança para garantir
o seu direito líquido e certo.

Agora uma outra situação:

Uma pessoa com deficiência é desclassificada de um concurso público


porque a perícia afirma que ela não possui uma deficiência que lhe garante o
direito de concorrer a uma vaga de deficiente, é preciso apresentar um mandado de
segurança com os documentos que atestem que essa deficiência de fato existe.

O mandado de segurança existe sob duas formas, são elas:

Mandado de segurança preventivo: O mandado de segurança preventivo é aquele


pedido com fins de evitar uma ilegalidade. Para garantir que o direito se cumpra, o
indivíduo entra com o mandado.
Mandado de segurança repressivo: no caso de o ato ilegal já ter sido cometido
pela autoridade pública, entra-se com a ação de mandado de segurança repressivo,
para reprimir a injustiça cometida.

5- CONCLUSAO

Percebe-se então todos os remédios constitucionais que estão presentes em nosso


ordenamento jurídico possuem importâncias distintas, cada qual com suas
especificidades. Ao analisar o caso, o cidadão deve orientar-se de algum destes
institutos para recorrer às possíveis irregularidades, entendendo que valores
constitucionais estão em jogo. Deve-se cobrar os próprios valores constitucionais,
pois eles que moldam a cidadania do povo brasileiro, é isso que deve ser alcançado,
mas para isso, é importante que haja a preservação da essência de nossa
jurisprudência, essência dos direitos simples e direitos de cada cidadão. Assim,
haverá justiça e respeito seja em qualquer situação, evitando o abuso de poder e o
mau uso de privilégios cabíveis a autoridades superiores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MEDEIROS, Amanda. Remédios Constitucionais, o que são. Politize.com,2017.


Disponível em: zehttps://www.politize.com.br/remedios-constitucionais-o-que-sao/.
Acesso em 29 de março de 2020.

Direito Net. Resumos- Remédios Constitucionais. Direito Net, 2006. Disponível em:
https ://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/227/Remedios-constitucionais. Acesso
em 29 de março de 2020.
LICIA, Brena. O que são remédios Constitucionais. Jusbrasil, 2019. Disponível em:
https ://brendaliciaalmeida.jusbrasil.com.br/artigos/521960342/o-que-sao-remedios-
constitucionais. Acesso em 29 de março de 2020.

CONCEIÇÃO, Higor. R.B. Remédios Constitucionais. Jus.com, 2018. Disponível em:


https ://jus.com.br/artigos/64828/remedios-constitucionais. Acesso em 29 de março de
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MEDEIROS, Rafael. Remédios Constitucionais. Blog concursos online, 2019.
Disponível em: https ://blog.grancursosonline.com.br/remedios-constitucionais/. Acesso em
29 de março de 2020.
RABESCHINI, A.G. Remédios Constitucionais. Boletim Jurídico, 2020. Disponível
em: https ://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/artigo/3897/remedios-constitucionais.
Acesso em 29 de março de 2020.

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