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FAM FACULDADE DE AMERICANA

MEDICINA VETERINÁRIA

RAPHAELA BRITO FLORENTINO


ALINE DE CAMPOS
NATALIA ESCALIANTE

Projeto de Bem Estar Animal


Bem Estar de Animais Silvestres em Cativeiro

AMERICANA
2020

1
RAPHAELA BRITO RA: 20171053

ALINE DE CAMPOS RA: 20171454


NATALIA ESCALIANTE RA: 20170121

Projeto de Bem Estar Animal


Bem Estar de Animais Silvestres em Cativeiro

Trabalho Apresentado à Faculdade de


Americana (FAM), como parte do processo
avaliativo semestral no curso de Graduação
em Medicina Veterinária. Orientador: Prof
Gian Stefani Pacola.

AMERICANA
2020
RESUMO

O trabalho apresenta a proposta de Bem Estar de Animais Silvestres em


Cativeiros, sendo possível ressaltar as atividades que envolvem as cinco liberdades do
bem-estar: livres de fome, sede e desnutrição, livres de desconforte, livres de dor, injurias
e doenças, livres para expressar o comportamento natural da espécie, livres de medo e
estresse. Sendo assim, iremos salientar sobre o ambiente adequado para os animais, de
maneira que, os mesmos estejam em um ambiente muito próximo à natureza, fazendo com
que eles se sintam de forma mais confortável possível. Além disso, iremos ressaltar sobre
o tema de enriquecimento ambiental e alimentação adequada e suas exigências
nutricionais.

Palavras-chaves: Bem Estar, Nutrição, Animais Silvestres, Enriquecimento Ambiental.


ABSTRACT

The work presents the proposal for the Welfare of Wild Animals in Captivity,
and it is possible to highlight the activities that involve the five freedoms of well-being:
free from hunger, thirst and malnutrition, free from discomfort, free from pain, injuries
and diseases, free to express the species' natural behavior, free from fear and stress.
Therefore, we will emphasize the appropriate environment for animals, so that they are in
an environment very close to nature, making them feel as comfortable as possible. In
addition, we will highlight the topic of environmental enrichment and adequate nutrition
and its nutritional requirements.

Keywords: Welfare, Nutrition, Wild Animals, Environmental Enrichment.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Elefante Pole no zoológico de Londres com Bill Travers e Virginia McKenna 10
Figura 2 - Técnicas de Enriquecimento Ambiental.............................................................12
Figura 3 - Enriquecimento Ambiental Físico......................................................................14
Figura 4 - Enriquecimento Sensorial...................................................................................14
Figura 5 - Enriquecimento Cognitivo..................................................................................15
Figura 6 - Enriquecimento Sensorial...................................................................................15
Figura 7 - Enriquecimento Alimentar.................................................................................16
Figura 8 - Alimento Específico para Lobo Guará...............................................................18
Figura 9 - Prepara da Dieta Balanceada Para Cada Animal................................................19
Figura 10 - Tigre Tomando Sorvete Para Amenizar o Calor (Enriquecimento Alimentar)20
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................7

2. OBJETIVO..............................................................................................................8

3. BEM ESTAR DE ANIMAIS EM CATIVEIROS...................................................9

4. ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL...................................................................12

5. ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO.........................................................................17

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................22

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................23
1. INTRODUÇÃO

A utilização de animais selvagens em cativeiro é um grande desafio e


responsabilidade, pois deve atender todas as necessidades dos animais, desde
necessidades básicas como as mais necessárias, como alimentação adequada para cada
espécie e construção de um ambiente proporciona o bem-estar. Os zoológicos têm como
objetivo promover educação, conservação, pesquisa e recreação e, além disso, trabalham
para promover o bem estar animal.
A manutenção de animais silvestres em cativeiro é complexa em termos de um
satisfatório grau de bem-estar, tendo em vista a diversidade de espécies e a
particularidade de suas necessidades. Iniciativas de regulamentação das condições de
manutenção dos animais são importantes para direcionar o atendimento de suas
necessidades nos ambientes ex- situ. A rotina diária de um animal silvestre em cativeiro é
afetada por uma série de fatores físicos, como as restrições espaciais e sociais, e a
presença constante de outras espécies (HOSEY; MELFI; PANKURST, 2009).
O objetivo desse estudo é propor melhorias na manutenção de animais silvestres
em cativeiros conforme as cinco liberdades do bem-estar animal.
2. OBJETIVO

O objetivo do presente trabalho é apresentar teses e recursos para melhorar a


qualidade de vida dos animais silvestres em cativeiros. Visa minimizar os níveis de
estresse, fornecer as cinco liberdades, dar a eles poder de escolha, enriquecimento
ambiental físico, sensorial, cognitivo, social e alimentar e um manejo físico e nutricional
adequado.
3. BEM ESTAR DE ANIMAIS EM CATIVEIROS

A manutenção de animais em cativeiro é uma prática antiga (Del-Claro, 2004),


cujos objetivos se modificaram ao longo do tempo e que, atualmente, é desempenhada
principalmente pelos zoológicos, que têm buscado implementar técnicas que possam
contribuir para a elevação do bem estar dos animais cativos (Universities Federation for
Animal Welfare [UFAW], 1997, p. 3). Entre essas técnicas está o enriquecimento
ambiental, um conjunto de práticas desenvolvido com objetivo de elevar a complexidade
ambiental e estimular a apresentação de comportamentos naturais nos animais, cujos
resultados podem ser avaliados com base no comportamento e em medidas fisiológicas
(Vasconcelos, 2009).

Os zoológicos antigamente, como também eram nos circos, tratavam os animais


meramente como um espetáculo, servindo apenas para entretenimento e lucro. Onde os
animais viviam enjaulados em pequenos recintos, mal alimentados e colocados em
estresse crônico. Contudo, com o passar dos anos, a comprovação da senciência dos
animais, a necessidade de se proporcionar um bem-estar que não fosse somente à saúde
física do animal, muitos zoológicos acolheram o Bem-estar animal, além de outras
praticas que corroborassem para tal.
Figura 1 - Elefante Pole no zoológico de Londres com Bill Travers e Virginia McKenna

Fonte: https://kateonconservation.com/2018/06/04/investigating-british-zoos-guest/

Em 1967, o Conselho de Bem-Estar de Animais de Produção (Farm Animal


Welfare Council - FAWAC), na Inglaterra, estabeleceu um conjunto de “estados” ideais,
denominado “cinco liberdades” dos animais, onde a finalidade é manter os animais:

1. Livres de fome, sede e desnutrição;

2. Livres de desconforto;

3. Livres de dor, injúrias e doenças;

4. Livres para expressar o comportamento natural de espécie;

5. Livres de medo e estresse (SAAD ET AL., 2011).

O bem-estar de um indivíduo é seu estado em relação às suas tentativas de


adaptar-se ao seu ambiente (BROOM, 1986), assim, o bem-estar animal respeita não só à
qualidade de vida dos animais, mas também e, sobretudo à percepção que estes têm dela
(GALHARDO; OLIVEIRA, 2006).

Hughes (1982) descreveu o termo bem-estar animal como sendo a harmonia do


animal com a natureza, ou com seu ambiente.

Os animais, assim como os humanos, também possuem necessidades que vão


além das necessidades fisiológicas: eles precisam se relacionar com seres da mesma
espécie, interagir com o meio ambiente, enfrentar desafios, etc.
Segundo a Sociedade Mundial de Proteção Animal, os animais têm naturezas,
instintos e interesses biologicamente determinados, e são sensíveis à dor e ao sofrimento.
Cada animal em si tem seu valor intrínseco e cabe ao homem zelar pelo respeito e pela
proteção de seu bem-estar. Os animais devem ter o direito de viver livres de sofrimento
desnecessário causado por ação humana, em vez de serem usados como “matéria prima”
para o benefício da humanidade de forma desumana. – (WSPA, 2013).
Portanto, estudar o comportamento dos animais não só se faz necessário, como
também é preciso que as pessoas apliquem tais conhecimentos para elevar os níveis de
bem-estar deles e os protejam contra maus-tratos, crueldade e até mesmo extinção.
4. ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL

A busca pela qualidade de vida dos animais em cativeiro tem sido realizada nos
zoológicos. A grande maioria deles hoje utiliza de várias práticas tendo como destaque o
enriquecimento ambiental. Esta prática é de grande importância e pode ocorrer de várias
formas, física, sensorial, cognitiva, social e alimentar. Adaptado para as mais diversas
espécies.

Figura 2 - Técnicas de Enriquecimento Ambiental

Fonte: Aquário de São Paulo

Os zoológicos atuais estão deixando de ser apenas um espaço de lazer e


diversão, para local de proteção e reprodução dos animais de cativeiros. Estão buscando
a cada dia a melhoria no condicionamento dos espécimes presentes, feito pelo
enriquecimento ambiental, o que procura despertar no animal seus instintos naturais e no
homem um maior interesse pela preservação. (FZSP, 2013).

Na natureza os animais passam a maior parte do tempo à procura dos seus


próprios alimentos, evitando os seus predadores, procurando e disputando parceiros para
acasalar; interagindo, portanto, com um ambiente dinâmico frente aos desafios diários. Já
no cativeiro, os animais têm os seus alimentos fornecidos e são protegidos contra
interações competitivas. Isso implica com o dever ético de lhes proporcionar saúde física
e psicológica. Procedimentos conhecidos como enriquecimento ambiental buscam elevar
o bem-estar de animais cativos, resultantes de modificações em seus recintos.
(MILITÃO, 2008).

O EA consiste em uma técnica que insere estímulos no ambiente do animal,


com isso é possível simular situações que ocorrem na natureza, evitar estresse e
comportamentos anormais desempenhados pelo animal. (BOSSO, 2009). Além de
abranger uma variedade de técnicas originais, criativas e engenhosas para obter
ambientes mais estimulantes. (NUNES et all, 2003)

O enriquecimento ambiental reduz o estresse, prevenindo o surgimento de


comportamentos anormais ou promovendo o tratamento (eliminação ou redução) de tais
comportamentos na vida cativa. Alivia os efeitos do stress na fisiologia sexual,
facilitando a reprodução. Auxilia em possíveis reintroduções de espécies à natureza, pelo
fato de interagirem em um ambiente mais complexo (MILITÃO, 2008)

Foram e estão sendo observados nascimento e preservação de diversas espécies


nos zoológicos do país tanto para as espécies raras, existentes apenas em cativeiro, como
para aquelas ameaçadas de extinção, assim comprovam a importância do uso do
enriquecimento ambiental nas diversas instituições espalhadas pelo país. Assim como
estimular seus extintos para que o animal possa ter melhor e mais parecida vida selvagem
em cativeiro. O enriquecimento ambiental é de extrema importância para o bem-estar
desses animais.

TIPOS DE ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL

Enriquecimento físico está relacionado à estrutura física do recinto, ao ambiente


onde os animais estão inseridos. A intenção é deixar o recinto mais semelhante ao habitat
natural. Desta maneira são introduzidos poleiros e cordas para aves, tanques para
hipopótamos, ursos, galhos e cordas no recinto dos macacos, entre outros exemplos
(DOMINGUEZ,2008).
Figura 3 - Enriquecimento Ambiental Físico

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Enriquecimiento_ambiental

Enriquecimento sensorial, segundo Dominguez (2008), consiste em explorar os


cinco sentidos dos animais. Este tipo de enriquecimento pode ser feito com praticamente
todos os animais, utilizando-se “trilhas de cheiro”, com o intuito de aumentar o
forrageamento, ou seja, a busca por alimento. É possível utilizar essências de limão,
alecrim, canela, citronela e até mesmo fezes de animais de outros recintos. Além de
vocalizações de outros animais. Os dois últimos exemplos são usados para estimular a
marcação de território.

Figura 4 - Enriquecimento Sensorial

Fonte: http://sustentahabilidade.com/enriquecimento-ambiental-para-animais-silvestres/
No enriquecimento cognitivo, usam-se dispositivos mecânicos ("quebra-cabeças")
para os animais manipularem são maneiras de estimular suas capacidades intelectuais
(DOMINGUEZ, 2008).

Figura 5 - Enriquecimento Cognitivo

Fonte: http://www.brupacifico.com.br/enriquecimento-ambiental/

O enriquecimento social consiste na interação intra-específica ou inter-específica


que pode ser criada dentro de um recinto. Os animais têm a oportunidade de interagir com
outras espécies que naturalmente conviveriam na natureza e/ou com indivíduos de mesma
espécie (FZSP, 2013).
Figura 6 - Enriquecimento Sensorial

Fonte: http://www.americana.sp.gov.br/portal_parque/site_parque.php?a=enriquecimento
O enriquecimento alimentar consiste em promover variações na alimentação dos
animais, fazendo com que tenham certa dificuldade em obter o alimento. No caso de
carnívoros pode-se esconder alguns ossos no recinto do animal, ou colocá-los em pneus,
por exemplo, (DOMINGUEZ, 2007).

Figura 7 - Enriquecimento Alimentar

Fonte: https://portaldeamericana.com/animais-do-zoo-de-americana-recebem-alimentos-em-forma-de-
sorvete/
5. ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

A maioria dos estudos referente à alimentação e nutrição de animais silvestres


são direcionados aos hábitos alimentares das espécies e não à exigência nutricional.
Apenas a partir da década de 80 os estudos na área de exigências nutricionais se tornaram
mais significativos (Saad, 2003). Devido aos poucos estudos sobre esse assunto, técnicos
responsáveis pelo manejo nutricional dos animais silvestres buscam estudos de animais
domésticos que possuam similaridades anatômicas, comportamentais ou fisiológicas para
usar na dieta dos silvestres (Almeida, 2005). A extrapolação dos requerimentos
nutricionais de animais domésticos de produção para animais selvagens deve ocorrer de
forma criteriosa, evitando assim, possíveis distúrbios fisiológicos (Faria, 2011).

Analisar os hábitos alimentares complementam as informações para formular


uma dieta, neste caso, o conhecimento da composição dos itens alimentares é essencial
para se buscar alimentos que possam ser substitutos no cativeiro, sem prejuízo
nutricional para o animal (Almeida, 2005). De acordo com o hábito alimentar pode-se ter
animais herbívoros, onívoros e carnívoros que são os maiores grupos, ou ainda ter grupos
menores de animais como frugívoros, piscívoros, insectívoros, granívoros, folhívoros,
dentre outros, de acordo com o grau de especificidade da dieta na natureza (Almeida,
2005). O estudo das espécies permitirá a adaptação dos alimentos, como, frutas, legumes,
sementes, carne e outros itens nas dietas dos animais e como estes alimentos serão
oferecidos: picados, inteiros, com casca ou sem, na forma de papa, amolecidos com
algum ingrediente líquido, peletizado, extrusado, com diferentes graus de moagem, entre
outros. Um dos fatores de maior relevância na formulação de dietas para animais
selvagens é a forma como a dieta é ofertada aos animais, pois se houver algum tipo de
processamento isso gera alteração no valor nutricional e na digestibilidade no
aproveitamento dos nutrientes.
Figura 8 - Alimento Específico para Lobo Guará

Fonte: http://www.virgula.com.br/inacreditavel/mais-de-90-toneladas-por-mes-veja-o-animal-mais-
comilao-e-o-cardapio-do-zoo-de-sp/

A dieta deve ser balanceada para cada ciclo de vida do animal e deve conter os
ingredientes corretos para compor a necessidade básica de nutrientes e energia. É
realizado o calculo da taxa metabólica basal (70 kcal*PV0,75, para maioria mamíferos
placentários, não lactante, nem gestante) para calcular as quantidades dos nutrientes
necessários para manutenção do organismo saudável, em específico a energia, que pode
variar de acordo com o grau de atividade desenvolvida pelo animal ou por variações
significativas no seu status fisiológico, como casos de doença ou gestação. Dessa forma,
mesmo a dieta não sendo balanceada de acordo com as necessidades de cada espécie, o
risco de cometer erros na dieta que possam causar deficiência nutricional é menor.
Qualquer alteração na dieta deve ser feita de forma gradativa e animais recém-chegados
devem passar pela fase de adaptação.
Figura 9 - Prepara da Dieta Balanceada Para Cada Animal

Fonte: http://www.zoo.df.gov.br/animais-do-zoo-de-brasilia-consomem-mais-de-2-toneladas-de-
alimentos-por-dia/

É possível associar a nutrição com enriquecimento ambiental. Algumas espécies


utilizam os alimentos não só para saciar a fome, mas também como uma atividade
ocupacional, esses devem ser alimentados varias vezes ao dia e sempre de forma criativa,
minimizando os níveis de estresse. Diversificar e fracionar a alimentação, disponibilizar
alimentos mais trabalhosos, que exijam um desprendimento de tempo para consumo maior
por parte do animal, podem ser alternativas para minimizar o impacto do cativeiro e
favorecer no desenvolvimento das funções biológicas e comportamentais naturais
(Almeida, 2005; Faria, 2011).
Figura 10 - Tigre Tomando Sorvete Para Amenizar o Calor (Enriquecimento Alimentar)

Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/fotos/2015/01/fotos-animais-do-zoo-do-rio-tomam-sorvetoes-para-
amenizar-calor.html
Fatores externos como alta temperatura, reduzem o apetite e, consequentemente, o
consumo de alimentos, e maior ingestão de água. Os estímulos são fundamentais porque
intensificam sensações importantes para conferir uma maior aceitabilidade da dieta,
como o estímulo auditivo: normalmente desenvolvido em cativeiro, quando existe uma
determinada rotina de manejo, com horários pré- estabelecidos (som da porta do
cambiamento abrindo, da vasilha). O estímulo visual: alguns animais apreciam cores de
determinados alimentos, como as iguanas e os jabutis que têm preferência pela cor
vermelha/alaranjada, é um ótimo estímulo acrescentar beterraba, cenoura ou tomate ao
alimento. O estímulo gustativo: normalmente os alimentos fornecidos para animais
selvagens em cativeiro são muito palatáveis, como as frutas, carnes e rações, são ricas
em açúcares e gorduras que conferem maior palatabilidade. E o estímulo olfativo:
alguns animais, como felinos, são extremamente estimulados pelo cheiro do alimento,
isso influencia no manejo alimentar desses animais que devem ter as rações trocadas
diariamente (Faria, 2011).

Outro fator importante é a manutenção de grandes grupos no mesmo recinto com


características nutricionais diferentes, isso é comum no recinto das aves. Além de
prejudicar o balanceamento nutricional da dieta, o estabelecimento de uma hierarquia
entre indivíduos do mesmo grupo influencia no consumo de cada um. Podendo
ocasionar obesidade nos indivíduos que estão no topo hierárquico porque tendem a
consumir mais e consumir os produtos mais palatáveis da dieta e os menos agressivos e
submissos podem passar fome, por isso, a distribuição proporcional de comedouros e o
fornecimento do principal item alimentar separado dos demais é tão importante (Faria,
2011).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os médicos veterinários são responsáveis pela garantia e melhoria do bem-estar


animal, sejam eles silvestres, exóticos, domésticos ou selvagens. Tendo consciência que os
animais possuem a capacidade de sentir dor, prazer, tristeza, felicidade, etc. Sendo assim,
devem promover adaptações necessárias nos zoológicos que permitam o enriquecimento e
a melhoria do ambiente, ocasionando bem-estar para os animais de forma que eles se
sintam o mais próximo possível da natureza. Para isso são criadas estratégias ambientas e
nutricionais semelhantes ao do seu habitat natural para que possam viver de forma
agradável, correta e saudável.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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