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Organização

Prof.ª Dr.ª Sandra de Fátima Barboza Ferreira


Presidente

Comissão Organizadora
Prof.ª Msc. Ariane Cristina Ramello de Carvalho (UFG)
Prof.ª Dr.ª Alessandra Oliveira Machado Vieira (UFG)
Prof.ª Dr.ª Mara Rúbia Camargo Alves Orsini (UFG)
Pro.ª Dr.ª Sandra de Fátima Barboza Ferreira (UFG

Comissão Científica
Prof.ª Msc. Ariane Cristina Ramello de Carvalho (UFG)
Prof.ª Dr.ª Alessandra Oliveira Machado Vieira (UFG)
Prof.ª Dr.ª Mara Rúbia Camargo Alves Orsini (UFG)
Prof.ª Dr.ª Marilúcia Pereira Lago (UFG)
Pro.ª Dr.ª Sandra de Fátima Barboza Ferreira (UFG)

Comissão Administrativa
AJFERREIRA
(coordenador)

Comissão de Apoio
Andreza Mariz da Silva
Arthur Barboza Ferreira
Bárbara Naves dos Santos
Bárbara Monielle Pinto Cerqueira
Elcimar do Amaral Bosco
Geórgia Dias
Ida Celine Gonçalves Santos
Késsia Gonçalves Guilarducci
Nayara Ruben Calaça Di Menezes
Pedro Henrique Barcelos
Pedro Henrique Neves
Ricardo Alves de Oliveira
Thaís Martins Sousa

Avaliação de Pôsteres
Alexandre Castelo Branco Herenio
Otília Monteiro Loth

Anais - Revisão
Arthur Barboza Ferreira/ Elcimar do Amaral Bosco

Comissão Executiva
Nivia Barboza Ferreira
Priscilla Trovo
Apresentação

A Psicologia da saúde é um termo amplo que congrega diferentes práticas do


profissional psicólogo no contexto amplo de oferta de serviços de saúde, desde a
atenção básica até os níveis de alta complexidade.
Essa transversalidade atende ao princípio de integralidade preconizado pela Lei
8.080/90, que rege o sistema público e suplementar de saúde.
Constitucionalmente, a Saúde é um direito de todos e um dever do Estado.
Pensá-la de forma ampla, universal e integral constitui um desafio que envolve gestão
de políticas públicas e compromisso das agências formadoras de profissionais, no
sentido de promover a convergência de modelos baseados na atenção biopsicossocial e
intersetorial envolvendo múltiplos campos do conhecimento.
Cordialmente,
Bom congresso a todos!

Sandra de Fátima Barboza Ferreira


Presidente
RESUMOS
I Congresso Goiano de Psicologia da Saúde
I Simpósio de Avaliação Psicológica
I Simpósio de Psicologia Jurídica
Goiânia – 20, 21 e 22 de outubro de 2016

SOFRIMENTO PSÍQUICO NA QUALIDADE DE VIDA


DO TRABALHADOR: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Costa, Fernanda Sousa1


Oliveira,Virgínia Célia de Barros2
Sousa, Ivone Félix de3
Costa Neto, Sebastião Benício da4

Resumo: A Qualidade de vida no trabalho no contexto do trabalhador leva-o a situações de


competição que pode desencadear em sofrimento psíquico para o trabalhador. Esta pesquisa
tem como objetivo levantar os estudos desenvolvidos no período de 2012-2015, nas plataformas
Scielo, Capes, BIREME, com os temas “qualidade de vida do trabalhador” e “sofrimento
psíquico, por meio de uma Revisão integrativa para responder a questão norteadora “O que foi
produzido na literatura sobre sofrimento psíquico e QVT entre os anos de 2012 – 2015?”.
Desenvolveu-se um instrumento para a coleta das informações atendendo os critérios de
inclusão e exclusão estabelecidos para responder a questão norteadora. Verificou-se que dos
artigos que foram encontrados que tratam os temas “QVT e Sofrimento Psíquico” 62,5% foram
encontrados na plataforma BIREME, 25% na Capes e 12,5% na Scielo. Os dados evidenciam
a insatisfação do trabalhador dentro da organização, e consequentemente é um indicador de
sofrimento psíquico, em específico a ansiedade. Poucos foram os estudos encontrados sobre os
temas pesquisados. Em um contexto que se discute e se percebe a necessidade de entender estes
fenômenos, faz-se necessário realizar pesquisas que desvendem as diferentes relações que entre
qualidade de vida do trabalhador e sofrimento psíquico.

Palavras-chave: Sofrimento Psíquico; Qualidade de Vida do Trabalhador; Revisão integrativa

1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: fefasousacosta@gmail.com


2 Centro de Referência do Trabalhador do Estado de Goiás. E-mail: vcbo01@hotmail.com
3 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: ivonefelixsousa@gmail.com
4 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: sebastiaobenicio@gmail.com

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SÍNDROME DE BURNOUT E O ASSÉDIO MORAL:


UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Cole, Larissa1
Oliveira,Virgínia Célia de Barros 2
Lucio, Ligia Lais de Jesus3
Sousa, Ivone Félix de4
Costa Neto, Sebastião Benício da5

Resumo: A atualmente vem se discutindo no meio científico sobre as prováveis razões do


adoecimento mental do trabalhador, especificamente em relação ao desenvolvimento da
síndrome de burnout em um contexto de trabalho que ocorrem casos de assédio moral no
trabalho. Este estudo, por meio de uma revisão integrativa teve como objetivo realizar buscas
de artigos publicados na plataforma Capes, brasileiros, publicados nos últimos dois anos, sobre
os temas assédio moral e síndrome de burnout. Como pergunta norteadora tem-se ‘Existem
estudos publicados que correlacionam burnout e assédio moral no trabalho?’. Verificou-se que
dos artigos encontrados, três se referem ao assédio moral, enquanto dois, à síndrome de
burnout. Não foram encontrados artigos que contemplem os dois temas juntos. Ambos os
temas discutem a ocorrência em ambiente universitário e, portanto, observou-se que é
necessário que desenvolvam estudos que possibilitem entender esta relação entre burnout e
assédio moral no trabalho. Com os estudos encontrados é possível apontar que o assédio moral
e a síndrome de burnout são observados e discutidos em diversos ambientes: organizacional,
hospitalar e, em novas discussões, universitário, mas de forma separada e não relacionada.

Palavras-chave: Assédio Moral; Síndrome de burnout; Revisão integrativa

1
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: cissacolle@gmail.com
2
Centro de Referência do Trabalhador do Estado de Goiás. E-mail: vcbo01@hotmail.com
3
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: ligialays2@hotmail.com
4
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: ivonefelixsousa@gmail.com
5
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: sebastiaobenicio@gmail.com
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GAROTA EXEMPLAR: A ANÁLISE PSICOJURIDICA


DE AMY DUNNE E SEUS ATOS

Carvalho, Gabriel Pereira1


Dourado, Hannah Duarte2

Resumo: O aclamado e indicado ao Oscar Garota Exemplar tem como trama Amy Dunne
(Rosamund Pike) que desaparece no dia do seu aniversário de casamento, deixando o marido
Nick (Ben Affleck) em apuros. Ele começa a agir descontroladamente, abusando das mentiras,
e se torna o suspeito número um da polícia. Com o apoio da sua irmã gêmea, Margo (Carrie
Coon), Nick tenta provar a sua inocência e, ao mesmo tempo, procura descobrir o que aconteceu
com Amy. A pesquisa teve como objetivo analisar o comportamento de Amy Dunne, que tenta
incriminar o seu marido após descobrir que o mesmo a trai, e enquanto tenta alcançar o sua
intenção, comete uma série de crimes que incluem, mas não se limitam, a fingir-se vítima de
estupro para justificar um assassinato como legítima defesa, além de atos moralmente
reprováveis, como roubar o sêmen do marido para manter o casamento através de uma gravidez;
o que, em verdade, indica um padrão repetitivo de comportamento, já que Amy já havia
incriminado falsamente outras pessoas antes, inclusive um ex-namorado, também por estupro,
e isso, por sua vez, sugere a presença de algum transtorno. A metodologia para este trabalho foi
a pesquisa bibliográfica em manuais de psicologia, psiquiatria, doutrinas de direito penal, além
do próprio Código Penal. Doutrinariamente falando, Amy Dunne se encaixa nos critérios
diagnósticos, mesmo com suas peculiaridades, para um diagnóstico no Transtorno de
Personalidade Narcisista e Transtorno de Personalidade Antissocial, ambos transtornos que não
tornariam Amy inimputável dos seus variados crimes de acordo com o Direito Penal vigente no
Brasil.

Palavras-chave: psicologia jurídica, psiquiatria jurídica, direito penal

1 UFG. E-mail: gabrielpereirac@hotmail.com


2 UFG. E-mail: hannahduartedourado@live.com
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SINTOMAS PSICOSSOMÁTICOS E OS ASPECTOS DA VIDA


NO TRABALHO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Marisa Kamenach das Graças 1


Virginia Célia de Barros Oliveira2
Danniella Davidson Castro 3
Ivone Félix de Sousa 4
Sebastião da Costa Benício Neto5

Resumo: Trabalho é tema de debate dentro das organizações e academias. Busca-se por meio
deste estudo levantar as contribuições dos estudos referentes a estes construtos nas plataformas
Scielo, Capes e Birem entre os anos de 2012-2015. Este trabalho tem como metodologia uma
revisão integrativa realizada nas plataformas Scielo, Capes e Bireme, retirando artigos
publicados entre os anos de 2012-2015, buscando artigos relacionados a saúde de trabalhadores
de hospitais de atendimento secundário e terciário. Foram encontrados resultados apontando o
controle estabelecendo uma forte relação nas alterações do estado de saúde psíquica dos
trabalhadores. No entanto, percebe-se a necessidade de aprofundar em reflexões sobre estes
fenômenos, desenvolvendo pesquisas junto a sociedade trabalhadora, de forma a entender estes
construtos e suas relações com o trabalhador possibilitando planejamentos organizacionais e
desenvolvimento de políticas públicas que priorizem a vida do trabalhador saudável.

Palavras-chave: Vida no trabalho; Sintomas psicossomáticos; Revisão integrativa

1
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Email: kamenachmarisa@gmail.com
2
Centro de Referência do Trabalhador do Estado de Goiás. Email: vcbo01@hotmail.com
3
Centro de Referência do Trabalhador do Estado de Goiás. Email: vcbo01@hotmail.com
4
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Email: ivonefelixsousa@gmail.com
5
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Email: sebastiaobenicio@gmail.com

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PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DO PACIENTE


CANDIDATO A CIRURGIA BARIÁTRICA

Tartuce, Luciana Mayra Gusmão1

Resumo: A obesidade é uma doença crônica, que envolve fatores sociais, comportamentais,
ambientais, culturais, psicológicos, metabólicos e genéticos. Caracteriza-se pelo acúmulo de
gordura corporal resultante do desequilíbrio energético prolongado, que pode ser causado pelo
excesso de consumo de calorias e/ou inatividade física. É uma doença global, de prevalência
progressiva, com proporções epidêmicas, representando um dos mais graves problemas de
saúde pública da sociedade contemporânea. Segundo a Associação Brasileira para Estudo da
Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), quase 60% dos brasileiros estão acima do
peso, cerca de 82 milhões de pessoas apresentaram o IMC igual ou maior do que 25 (sobrepeso
ou obesidade). Objetivo: Estabelecer protocolo de avaliação psicológica do paciente candidato
a cirurgia bariátrica em um hospital escola de referência em Goiás, visando sistematizar o
processo de acompanhamento de tratamento. Método: este protocolo foi elaborado com base
na Portaria nº 424, de 19 de março de 2013; na literatura, segundo a identificação dos pontos
comuns a todos os protocolos de avaliação psicológica; além da prática clínica da psicóloga
responsável pelo serviço de psicologia do ambulatório de cirurgia bariátrica do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Goiás. Resultados: Total de oito sessões divididas em
entrevista individual, aplicação de testes psicológicos, entrevista devolutiva, preparação
psicológica para cirurgia e entrevista familiar. O protocolo de avaliação psicológica para
cirurgia bariátrica contempla os seguintes aspectos: viabilizar e facilitar o processo de
conscientização do indivíduo portador de obesidade mórbida da existência de fatores
psicológicos que favorecem o surgimento e a manutenção da obesidade, bem como outros que
podem comprometer o sucesso do tratamento cirúrgico; oferecer aos dos portadores de
obesidade mórbida e a seus familiares informações sobre o tratamento cirúrgico e suas
implicações psicológicas. Conclusão: este trabalho contribui com a Psicologia, dado que
procura, de maneira mais completa possível, critérios para a avaliação psicológica para cirurgia
bariátrica, norteando a atuação psicológica clínica baseada em evidência.

Palavras-chave: protocolo, avaliação psicológica, obesidade, cirurgia bariátrica.

1
Hospital das Clínicas/ UFG. E-mail: lumaryg@gmail.com

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GRUPO COM MÃES DE BEBÊS INTERNADOS EM UMA


UTI NEONATAL – RELATO DE EXPERIÊNCIA

Barcellos, Alline Silva Pimentel1


Porto, Joana D´Arc Silvério2

Resumo: O bebê que nasce prematuro ou doente e necessita de assistência especializada, causa
impacto em toda família. O bebê “real” não corresponde ao bebê imaginário, idealizado durante
a gestação, principalmente para a mãe, e isso pode ser devastador, tornando um desafio para as
mães à adaptação ao novo papel. Na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo), a
separação que é imposta pelo tratamento e equipamentos impede o contato e dificulta o vínculo
mãe-bebê (Souza, 2015; Santos, 2015). Objetivo: relatar a experiência de acolhimento
psicológico com o grupo de mães de bebês internados em uma UTI Neo de uma maternidade
privada. Metodologia: O acolhimento das mães foi realizado em uma sala preparada para o
atendimento em grupo, ao lado da UTI Neo, durante a espera para a ordenha. Foram utilizadas
técnicas de dinâmica de grupo que promoveu o autoconhecimento, relaxamento e elaboração
de emoções não saudáveis. Resultados: Neste grupo, as mães trocaram experiências,
receberam apoio psicológico e vivenciaram as emoções. O acolhimento proporcionou às mães
uma visão social e comunitária do momento de sofrimento vivenciado por elas, estimulando o
vínculo saudável mãe-bebê. Além da intervenção nos casos de ansiedade, houve a possibilidade
de identificar casos de depressão pós-parto. Conclusão: A experiência profissional com o
grupo de mães foi extremamente válida, pois elas tiveram a possibilidade de elaboração dos
conflitos emocionais, como a ansiedade, medo, angústia e o sentimento de culpa. Observarmos
pelos seus relatos a importância da humanização da equipe de saúde que trabalha em uma UTI
Neo.

Palavras-Chave: Unidade de Terapia Intensiva, Neonatal, Mães, Grupo

1 Especialista em Psicopatologia Clínica e em Psicologia da Saúde e Hospital - Maternidade Amparo. E-mail:


allinepim@hotmail.com
2 Mestre em Ciências da Saúde - Hospital das Clínicas-UFG. E-mail: portojoana@hotmail.com

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O ESTABELECIMENTO DO APEGO E SUA RELAÇÃO


NA CRIANÇA EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO

Pinheiro, Sabrina Oliveira1


Magalhães, Andréa Batista2
Cecílio, Thais Bruno3
Lopes, Graziele Teles4
Gramacho, Patrícia Marinho5

Resumo: Durante o tratamento oncológico infantil a criança e sua mãe passa por diversos
períodos de internações, sendo necessário que ambas estabeleçam um relacionamento com a
equipe de saúde. No entanto, nem sempre a construção dessa relação ocorre de maneira fácil,
principalmente por parte da criança que constrói à sua maneira de se relacionar com o meio, a
partir do estabelecimento do apego estabelecido na primeira infância com a mãe. A partir disso,
o estudo teve como objetivo compreender como o vínculo estabelecido com a mãe e como o
mesmo poderia influenciar na relação com a equipe durante intervenções necessárias para o
tratamento oncológico. O estudo foi realizado com duas crianças de 6 anos acompanhadas por
suas mães. A coleta de dados ocorreu através da observação da criança e da sua mãe durante o
primeiro período de internação, da realização de uma entrevista de anamnese com a mãe. É um
estudo qualitativo descritivo, usando a técnica de Bardin (2009) para análise do discurso.
Através da coleta de dados, pode se perceber que, para a criança diante de uma situação de
crise, faz-se necessário o apego com a figura materna para desenvolver maneiras de lidar com
a situação, no entanto com os dados obtidos foi observado que dependendo do tipo de apego

1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: sahpinheiro@hotmail.com


2 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: andreavidda@gmail.com
3 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: thaiscecilio2@gmail.com
4 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: grazi_teles@hotmail.com
5 Associação de Combate ao Câncer de Goiás. E-mail: patgramacho@live.com

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estabelecido, a criança enfrentou com mais dificuldade a formação de uma relação com a equipe
e adaptação ao tratamento oncológico, sendo observado um desgaste maior para ambos os
envolvidos.
Palavras-chave: Psicologia, Psicooncologia, Pediatria, Teoria do Apego.

PREVALÊNCIA DE ESTRESSE DURANTE A FORMAÇÃO DOS


ACADÊMICOS DO CURSO DE PSICOLOGIA DO CENTRO
UNIVERSITÁRIO UNIRG

Carneiro, Aldione Maria1


Castro, Valquíria Alves de2
Leite, Carla Ferreira3

Resumo: No contexto universitário há diversos fatores que são considerados como


estressores, e quando não recebida à devida atenção, acarreta complicações diversas ao
indivíduo, sendo assim, Lipp (2000), Evangelista, Hortense, Sousa (2004) o compreende
como uma resposta do organismo, de forma fisiológica, psicológica e comportamental do
indivíduo perante a uma situação que exija a capacidade de ajustamento em função das
pressões interna e externa. Isso indica que vários fatores podem contribuir para o
desenvolvimento do estresse ao longo do processo de formação dos acadêmicos e, como
consequência prejudicar o seu rendimento, e sua qualidade de vida. Nessa perspectiva,
foi realizada uma pesquisa descritivo-quantitativa cujos objetivos foram verificar a
prevalência de estresse em acadêmicos do 1º, 5º e 9º período do curso de psicologia do
Centro Universitário Unirg, assim como averiguar os sintomas apresentados pelos
acadêmicos, a fase do estresse em que se encontram, além disso, descrever as fontes
estressoras apontadas pelos estudantes, e relacionar a incidência de estresse e as suas
fontes entre os acadêmicos e respectivos períodos cursados. A amostra foi constituída de
32 acadêmicos, distribuídos entre os períodos mencionados. Os instrumentos utilizados
foram o Inventário de Sintomas de Stress para Adulto de Lipp (ISSL), e um Questionário
de Levantamento das Fontes Estressoras. Os dados obtidos apontaram para uma
prevalência de estresse com destaque nos acadêmicos do 5º período onde apresentaram
sintomas físicos tanto na fase de resistência quanto na fase de quase exaustão, com uma
predominância dos sintomas psicológicos. Diante da realidade exposta, percebe-se a
necessidade de implantação de alternativas para auxiliar na prevenção e manejo do
estresse, a fim de possibilitar condições necessárias para um melhor desempenho
acadêmico, e proporcionar uma melhora na qualidade de vida.

Palavras-chave: Estresse; Estresse em acadêmico; Fontes estressoras.

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1. Psicólogo, Graduado pelo Centro Universitário Unirg, email: aldiony@hotmail.com


2. Psicóloga, Graduada pelo Centro Universitário Unirg, email: quiriacastro@hotmail.com
3. Psicóloga, Especialista em Neuropsicologia pela PUC/GO, email: carlaleitepsi@hotmail.com

ESPIRITUALIDADE COMO ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO


PSICOLÓGICO DE PACIENTES CRÔNICOS

Cruz, Letícia Goulart1


Costa Neto, Sebastião Benício da2

Resumo: Pessoas com enfermidades crônicas, usualmente, passam a conviver, com


diversos eventos estressores e que demandam respostas adaptativas. Dentre tais respostas, as de
natureza espiritual e/ou religiosas podem estar presentes em distintas fases da evolução da
doença e do tratamento, sendo elemento na reabilitação da condição de saúde. Objetivo:
analisar e compreender a manifestação de indicadores de coping religioso usados por pessoas
com doenças crônicas; avaliar o perfil sociodemográfico dos participantes e investigar a
manifestação do coping religioso em suas dimensões positivas e negativas correlacionados com
os dados sociodemográficos. Metodologia: Participaram quarenta pacientes crônicos,
internados na Clínica Médica do Hospital das Clínicas – UFG, entre 16 e 78 anos. Foram
aplicados questionários sociodemográficos e Escala de Coping Religioso-Espiritual (CRE).
Resultados: Espera-se que o coping religioso positivo seja maior que o negativo. Conclusão:
A partir dos dados coletados, infere-se que o coping religioso positivo foi de extrema
importância para maioria dos participantes do estudo enfrentarem determinado estressor. Ao
mesmo tempo, o coping negativo também esteve presente, apesar de menor intensidade.

Palavras-chave: Estratégia de Enfrentamento; Religiosidade; Doença Crônica

1 Pontifícia Universidade de Goiás. E-mail: leticiagoulartc@gmail.com


2 Pontifícia Universidade de Goiás. E-mail: sebasstiaobenicio@gmail.com

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QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES


EM CUIDADOS PALIATIVOS

Andrada, Isabella Martins de1


Costa Neto, Sebastião Benício2

Introdução: A percepção da Qualidade de Vida de pacientes em Cuidados Paliativos tem


sido um tema de interesse para a área da Psicologia, enquanto ciência e profissão, inclusive
decorrente do grande e crescente número de enfermos com doenças crônico-degenerativas e o
aumento de sua sobrevida. Objetivo: Identificar, descrever e compreender os fatores
relacionados à percepção da Qualidade de Vida de pacientes em Cuidados Paliativos.
Metodologia: Participaram cinco pacientes em Cuidados Paliativos da Clínica Médica do
Hospital das Clínicas - Universidade Federal de Goiás, de ambos os sexos, com idade entre 18
e 60 anos, de diferentes diagnósticos clínicos. Foram aplicados os questionários com dados
sociodemográficos, além das escalas Paliative Outcome Scale e EORTC C30 e entrevistas
semiestruturadas com os participantes. Os roteiros foram elaborados a partir dos estudos
bibliográficos. Durante a análise das entrevistas foram realizadas transcrições e releituras
minuciosas do texto, com o intuito de identificar os indicadores que atendiam os objetivos do
estudo. Resultados: Espera-se que hajam aspectos relacionados à Qualidade de Vida e bem-
estar nos pacientes em Cuidados Paliativos. Conclusões: Infere-se que a maioria dos pacientes
em Cuidados Paliativos consegue obter Qualidade de Vida, tendo em vista a identificação
precoce, avaliação e tratamento da dor.

Palavras-chave: Qualidade de Vida; Cuidados Paliativos; Psicologia da Saúde

1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: bellandradapsi@gmail.com


2 Pontifícia Universidade Católica de Goiás e Universidade Federal de Goiás. E-mail: sebastiaobenicio@gmail.com
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AVALIAÇÃO DO PROCESSO DESENVOLVIMENTAL


E SOCIOAFETIVO DE UMA CRIANÇA PORTADORA
DE ANEMIA FALCIFORME

Ferraz, Samantha Avanço1


Costa Neto, Sebastião Benício da2

Introdução: O estudo do processo desenvolvimental e socioafetivo de pacientes com Anemia


Falciforme (AF) destaca-se como um tema relevante para intervenção e para pesquisa, que tem
possibilitado a psicologia da saúde contribuir com a área da saúde, bem como no tratamento de
pacientes portadores de AF. Estes, por sua vez, compõem uma população propensa a problemas
emocionais e psiquiátricos, que juntamente com mudanças de aspectos ecológicos, abarcam
uma defasagem no exercício de habilidades sociais, as quais podem ser um foco terapêutico.
Objetivos: Proporcionar a inerência da teoria ecológica do desenvolvimento humano
juntamente com a terapia breve focal acerca da psicologia da saúde, ao passo que se visa
acompanhar e analisar uma criança que se mostra tendo dificuldades em exercer habilidades
sociais. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo descritivo longitudinal, por intermédio
de encontros semanais ocorridos em atendimento ambulatorial no HC-UFG, tendo como
participantes uma criança portadora de AF, sexo masculino, dez anos de idade e sua responsável
legal, sexo feminino, 64 anos, que vêm sendo sujeitos a um treinamento de habilidades sociais.
Resultados: Devido ainda se encontrar em andamento, o curso do estudo infere resultados
preliminares ao constatar o prejuízo nas habilidades sociais em um portador de AF e ao indicar
a contribuição de um acompanhamento psicológico permeado pelo treinamento de tais
habilidades. Conclusão: Nota-se até então, que o estudo do processo desenvolvimental e
socioafetivo incorporado à intervenção psicológica, vem permitindo uma melhora dos
comportamentos disfuncionais e a promoção da qualidade de vida dos participantes.

Palavras-chave: Psicologia da Saúde; Habilidades Sociais; Anemia Falciforme

1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: samferraz@hotmail.com


2
Pontifícia Universidade Católica de Goiás e Universidade Federal de Goiás. E-mail: sebastiaobenicio@gmail.com
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SOFRIMENTO PSÍQUICO NA QUALIDADE DE VIDA


DO TRABALHADOR: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Costa, Fernanda Sousa1


Sousa, Ivone Félix de2
Costa Neto, Sebastião Benício da3

Resumo: A Qualidade de vida no trabalho no contexto do trabalhador leva-o a situações de


competição que pode desencadear em sofrimento psíquico para o trabalhador. Esta pesquisa
tem como objetivo levantar os estudos desenvolvidos no período de 2012-2015, nas plataformas
Scielo, Capes, Birene, com os temas “qualidade de vida do trabalhador” e “sofrimento psíquico,
por meio de uma Revisão integrativa para responder a questão norteadora “O que foi produzido
na literatura sobre sofrimento psíquico e QVT entre os anos de 2012 – 2015?”. Desenvolveu-
se um instrumento para a coleta das informações atendendo os critérios de inclusão e exclusão
estabelecidos para responder a questão norteadora. Verificou-se que dos artigos que foram
encontrados que tratam os temas “QVT e Sofrimento Psíquico” 62,5% foram encontrados na
plataforma Birene, 25% na Capes e 12,5% na Scielo. Os dados evidenciam a insatisfação do
trabalhador dentro da organização, e consequentemente é um indicador de sofrimento psíquico,
em específico a ansiedade. Poucos foram os estudos encontrados sobre os temas pesquisados.
Em um contexto que se discute e se percebe a necessidade de entender estes fenômenos, faz-se
necessário realizar pesquisas que desvendem as diferentes relações que entre qualidade de vida
do trabalhador e sofrimento psíquico.

Palavras-chave: Sofrimento Psíquico; Qualidade de Vida do Trabalhador; Revisão integrativa

1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: fefasousacosta@gmail.com


2 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: ivonefelixsousa@gmail.com
3 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: sebastiaobenicio@gmail.com

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PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM:
A DOR QUE FERE É A DOR QUE CUIDA

Cecílio, Thais Bruno1


Magalhães, Andrea Batista2
Teles, Graziele Lopes3
Gramacho, Patrícia Marinho4
Pinheiro, Sabrina Oliveira5

Resumo: Profissionais que trabalham em Oncologia Pediátrica lidam com uma série de
situações difíceis. As exigências do preparo técnico da equipe de enfermagem somam-se as de
relacionamento e convívio com a criança, criando no perfil profissional profundas emoções as
quais nem sempre tem o preparo adequado para enfrentar. É comum utilizar o “coping” para
definir habilidades desenvolvidas pelo indivíduo para o domínio de situações de estresse e
adaptação a essas situações. O objetivo deste estudo foi verificar como as 14 técnicas de
enfermagem da Pediatria do Hospital Araújo Jorge lidam com a expressão de dor das crianças
durante os procedimentos técnicos por elas realizados, através da aplicação do Inventário de
Estratégias de Coping (Folkman e Lazarus) que englobam pensamentos e ações que as pessoas
usam para lidar com demandas internas ou externas de um evento estressante específico. Como
resultado, obteve-se que estratégias de enfrentamento como confronto(0,64),
afastamento(1,20), autocontrole(1,48), suporte social(1,45) e aceitação de
responsabilidade(1,26) são pouco usadas pelas técnicas. Já estratégias como fuga-
esquiva(1,62), resolução de problema(2,08) e reavaliação positiva(2,26) são bastante usadas.
Nota-se que a reavaliação positiva(2,26) é a mais usada delas e o confronto(0,64) o menos.
Observa-se ainda que mesmo utilizando-se de fuga-esquiva em bastante quantidade, elas
também usam a estratégia de resolução de problema, duas formas antagônicas de lidar com a
situação. Por fim todos os tipos de estratégia descritos no inventário são utilizados mesmo que
em pouca quantidade, ou seja, nenhuma estratégia obteve score 0, assim como nenhuma delas
atingiu o máximo de quantidade utilizada, score 3.

Palavras-chave: técnicas;procedimentos;coping; enfermagem.

1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: thaiscecilio2@gmail.com


2 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: andreavidda@gmail.com
3 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: grazi_teles@hotmail.com
4 ACCG – Hospital Araújo Jorge. E-mail: patgramacho@live.com
5 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: sahpinheiro@hotmail.com

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ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM REABILITAÇÃO E


READAPTAÇÃO INFANTO-JUVENIL

Porto, Joana D´Arc Silvério1


Oliveira, Virgínia Célia de Barros2
Abdala, Thereza Cristina Rodrigues3
Medeiros, Ivany Fabiano4
Balbino, Débora da Silva5
Costa, Camila Luiza Rodrigues6

Resumo: No Brasil 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência. A assistência
multiprofissional em saúde contribui de forma distinta no processo de reabilitação e
readaptação na vida dos pacientes infanto-juvenis. O objetivo foi apresentar a atuação da equipe
multiprofissional de um centro de referência em reabilitação e readaptação no estado de Goiás.
A equipe é formada por profissionais das áreas da fisioterapia, musicoterapia, terapia
ocupacional, fonoaudiologia e psicologia. As atividades são desenvolvidas na maior parte em
grupo, permeando a reabilitação física, cognitiva, atividades de vida diária e prática,
estimulação precoce e apoio psicológico ao paciente e seu cuidador. Os atendimentos são
voltados para que pacientes e familiares tenham possibilidade de enfrentamento da deficiência,
compartilhem semelhanças e diferenças sobre suas experiências, adéquem às mudanças na
rotina, consigam vivenciar o processo de luto, e também de suas conquistas, com aceitação e
valorização de seus pontos positivos, estabelecerem limites e conscientização de suas
possibilidades, promovendo estratégias para melhor qualidade de vida. Assim, a proposta da
equipe multiprofissional refere-se a um processo global e integral em reabilitação voltado para
o aprimoramento neuropsicomotor de cada paciente respeitando sua individualidade. O maior
desafio ainda é a inclusão social, a equipe e os familiares encontram entraves na readaptação
do paciente no contexto social voltado para agregar valores e potencialidades individuais na
inserção comunitária, na escola e até mesmo no convívio familiar.
Palavras-chave: reabilitação, readaptação, infanto-juvenil

1 Joana D´Arc Silvério Porto - Universidade Federal de Goiás. Email: portojoana@hotmail.com


2 Virgínia Célia de Barros Oliveira – Centro de Reabilitação e Readaptação Dr Henrique Santillo/CRER
vcbo01@hotmail.com
3Thereza Cristina Rodrigues Abdala– Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo/CRER
4 4Ivany Fabiano Medeiros– Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo/CRER
5 Débora da Silva Balbino– Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo/CRER
6 Camila Luiza Rodrigues Costa– Centro de Reabilitação e Readaptação Dr Henrique Santillo/CRER

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O IMPACTO DA DOENÇA CRÔNICA NA INFÂNCIA:


DESAFIOS E PERSPECTIVA NOS ATENDIMENTOS
EM UM AMBULATÓRIO DE FIBROSE CÍSTICA

Sinimbu, Jane Andrade1

Resumo: Fibrose Cística é um distúrbio genético autossômico recessivo, que pode afetar
principalmente os pulmões, pâncreas, fígado e intestino. Os sintomas acontecem porque ocorre
no organismo um transporte anormal de cloreto e sódio através da membrana celular, deixando
a secreção mais espessa. É uma das doenças raras mais comuns, e tem sintomas que podem ser
facilmente confundidos com outras doenças. Seus principais sintomas são dificuldades na
respiração, tosse crônica, infecções nasais, dificuldades no crescimento, entre outros. Por tratar-
se de uma doença crônica ainda sem cura, impacta de maneira significativa as várias dimensões
da vida do paciente e de sua família. Podendo ser diagnosticada no teste do pezinho, a rotina
hospitalar se torna frequente, tanto para consultas, quanto as internações para tratar os sintomas
agravados. A abordagem atual da doença exige uma intervenção multidisciplinar a fim de levar
o paciente a uma adesão plena do tratamento, visando uma melhor qualidade de vida. Sendo
assim no Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Goiás o ambulatório pediátrico para
atendimento da criança e do adolescente com Fibrose Cística conta com uma equipe composta
por Médicos Pneumologistas Pediátrica, Médicos Gastropediatra, Enfermeiros, Assistente
Sociais, Nutricionista, Fisioterapeuta e Psicólogos. O ambulatório ocorre às terças feiras e o
paciente é acompanhando por todos esses profissionais de saúde: que checam a evolução do
tratamento e suas repercussões na dinâmica de vida da criança e de sua família. Um dos grandes
desafios desse trabalho é garantir ao paciente acesso a melhor assistência possível e ajudá-los
no enfrentamento das limitações que surgem no decorrer de seu desenvolvimento.

Palavras-chave:Fibrose Cística, Equipe Multidisciplinar, Adesão

1 Hospital das Clínicas / UFG.

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ANÁLISE DOS RECURSOS PARA O ESTABELECIMENTO


DE RELAÇÕES INTERPESSOAIS SAUDÁVEIS
EM UMA POPULAÇÃO CARCERÁRIA

Herenio, Alexandre Castelo Branco


Loth, Otília Aída Monteiro
Ferro, Daniela Vieira
Lima, Danilo Pereira
Batista, Agmar César Elias

Introdução: A qualidade das relações interpessoais está diretamente ligada a disposições


comportamentais do indivíduo, como o fato de ter expectativas positivas sobre o outro,
habilidades para o manejo dos relacionamentos e interesse/disposição para estar em uma relação
com outra pessoa. Considerando-se as relações existentes entre características de personalidade
e a disposição para a reincidência criminal, este estudo tem por objetivo avaliar a dinâmica
relacional de indivíduos encarcerados que cumprem pena em regime fechado e encontram-se
em processo de progressão de pena. Metodologia: Foram analisados 35 protocolos do teste de
Rorschach, de indivíduos em privação de liberdade que realizaram o Exame Criminológico no
ano de 2016. Conclusões: Os resultados indicam que a maior parte dos indivíduos avaliados
possuem uma personalidade imatura e incompetente para lidar com as interações interpessoais.
A população avaliada apresentou mais déficits relacionais do que a maioria das pessoas.
Discute-se a importância deste dado, levando-se em conta a estreita relação existente entre as
habilidades relacionais e o bem-estar subjetivo (BES), e a importância deste para o
desenvolvimento saudável do indivíduo e de sua comunidade. Outra discussão levantada
durante o estudo diz respeito a uma possível relação existente entre o nível de BES e a
possibilidade de reincidência ou de reinserção social do indivíduo. Isto porque, baseado em
dados da literatura, hipotetiza-se que altos níveis de BES possam favorecer o envolvimento do
indivíduo em um projeto de vida, o que aumentaria as chances de sua ressocialização e,
consequentemente, diminuiria a probabilidade de reincidência.

Palavras-chave: Encarceramento, Relacionamento interpessoais; Reincidência criminal.

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AS CONTRIBUIÇÕES DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA PARA


O DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE
BORDERLINE
Bosco, Elcimar do Amaral1

Resumo: O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) se caracteriza, de acordo com o


DSM 5, por elevados níveis de impulsividade, agressividade, um senso de identidade instável
e dificuldades elevadas no campo sócio-afetivo. Nesse contexto, a avaliação neuropsicológica
pode ser de grande importância para o diagnóstico e intervenção no campo da neuropsicologia
– uma vez que tal tipo de avaliação permite observar déficits específicos no autocontrole, nos
níveis de impulsividade, ansiedade, e, até mesmo, no rastreio de habilidades sociais
disfuncionais. Esse trabalho trata-se, do ponto de vista metodológico, de uma investigação
bibliográfica que se vale, portanto, do estudo de artigos e livros já publicados sobre o tema. O
objetivo é analisar três áreas específicas que, geralmente, se encontram prejudicadas no TPB.
São elas, a saber, os níveis elevados de impulsividade, dificuldade na atenção concentrada, e
problemas com as funções executivas (notadamente a flexibilidade mental e o planejamento).
Em especial, procura-se alertar para a necessidade de observar tais prejuízos à luz dos aspectos
emocionais: os altos níveis de ansiedade difusa provocam uma instabilidade nos poucos
recursos que o paciente borderline possuiu para resolver, efetivamente, demandas cotidianas.
O aspecto instável desses pacientes é um desafio para a avaliação neuropsicológica dos
transtornos de personalidade; isso, pois, dificulta a seleção de instrumentos sensíveis às reais
condições observadas no TPB. Finalmente, conclui-se que a avaliação neuropsicológica pode
auxiliar o clínico no diagnóstico assertivo do TPB, desde que os fatores emocionais não sejam
negligenciados ou postos em segundo plano durante o processo. Isso, pois, a avaliação
neuropsicológica dos transtornos de personalidade depende, em grande medida, da
compreensão de como fatores emocionais interagem com habilidades neurocognitivas
especificas.

Palavras-chave: Transtorno de Personalidade Borderline, Avaliação Neuropsicológica,


Ansiedade, Funções Executivas.

1 Graduando em Psicologia pela Universidade Federal de Goiás. E-mail: elcimar_bosco@hotmail.com

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DESORDENS RELACIONADAS AO ABUSO DE ÁLCOOL NA GESTAÇÃO:


REVISÃO DE LITERATURA NO PUBMED NO BIÊNIO 2015-2016

Ferreira, Sandra de Fátima Barboza1

Resumo: As desordens relacionadas a exposição pré-natal ao álcool são nomeadas Espectro de


Desordens Fetais Alcoólicas (EDFA) e incluem a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) – que
abrange os Defeitos Congênitos Relacionados ao Álcool (DCRA) e os Transtornos do
Neurodesenvolvimento Relacionados ao Álcool (TNRA). Os prejuízos causados no feto por
essa exposição são conhecidos incluindo alterações físicas, cognitivas e comportamentais com
repercussão na aprendizagem escolar e adaptação social. O objetivo deste estudo foi levantar
os principais temas adjacentes ao EDFA no biênio 2015/2016 na base de dados científicos
PUBMED. Como metodologia optou-se por utilizar o descritor “Fetal Alcohol Spectrum
Disorders”. Em seguida, aplicaram-se os filtros do biênio 2015/2016, review e, por fim, free
full text. Como resultados a busca pelo descritor EDFA apontou um total de 4145 itens. A
aplicação dos filtros apontou para um conjunto de 12 itens. Esses foram consultados e
organizados em quatro categorias: 1) aspectos epigenéticos, abordados em seis dos 12 artigos;
2) diretrizes diagnósticas e de tratamento, enfatizadas em dois artigos; 3) aspectos
fisiopatológicos, destacados em dois artigos e 4) aspectos epidemiológicos e em comunidades
indígenas, destacados em dois artigos. Discute-se que, embora amplamente estudada, essa
condição ainda comparece volumosamente na maior base de dados da área médica indicando
que, apesar de conhecida, o EDFA carece de políticas públicas preventivas, assistenciais e
reabilitadoras. O papel do psicólogo nos grupos de gestantes, na assistência pós-natal e no
rastreio de transtornos do neurodesenvolvimento constitui elemento importante da organização
de política de saúde mental na atenção básica e de alta complexidade.

Palavras-chave: Álcool; Síndrome Alcoólica Fetal; Desordens fetais alcoólicas

1
Universidade Federal de Goiás sandrabarbozaf@gmail.com

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RESUMOS
EXTENDIDOS
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DIAGNÓSTICO DE MANIFESTAÇÕES PSICOSSOMÁTICAS


E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA
EM PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Magalhães, Andréa Batista1


Oliveira,Virgínia Célia de Barros2
Mendes, Francielle Rodrigues de Almeida3
Sousa, Ivone Félix de4
Costa Neto, Sebastião Benício5

Resumo: Analisaram-se neste estudo os índices de qualidade de vida e manifestações


psicossomáticas em trabalhadores na área da saúde. É um estudo quantitativo.
Participaram deste estudo, 126 trabalhadores do Estado de Goiás atuando em um hospital
público de atendimento de urgência, sem distinção de cargo ou função. Os dados foram
coletados por meio Escala de Medidas para Qualidade de Vida no Trabalho, Maslach
Burnout Inventory-General Survey (MBI-GS), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI),
Inventário de Desesperança de Beck (BHS) e o Inventário de Depressão de Beck (BDI)
e um questionário para avaliar sexo e regime de contrato de trabalho. Os dados foram
analisados por meio de análises descritivas utilizando SPSS-18. Observou-se que 51%
dos trabalhadores percebem que a qualidade de vida no trabalho apresenta-se de média a
baixa. Observou-se que 20% dos trabalhadores percebem ansiedade entre moderada e
grave, 99,15% sentem desesperança em nível moderado e 22,94% apresentam depressão
moderada. Os resultados sinalizaram necessidade de desenvolver estratégias que
possibilitem melhorar a qualidade de vida no trabalho e controlem o adoecimento deste
grupo pesquisado. É necessário voltar o olhar para os cuidadores de pessoas adoecidas,
pois o adoecimento destas pode comprometer o atendimento hospitalar.

Palavras-chave: Qualidade de Vida; Manifestações Psicossomáticas; Adoecimento


Ocupacional

1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: andreavidda@gmail.com


2 Centro de Referência do Trabalhador do Estado de Goiás. E-mail: vcbo01@hotmail.com
3 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: francielleflexibase@gmail.com
4 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Email: ivonefelixsousa@gmail.com
5 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Email: sebastiaobenicio@gmail.com

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1 Introdução
A Organização Internacional do Trabalho (2013) estimou que 2,34 milhões de
pessoas morrem todos os anos por causa de acidentes e doenças relacionados com o
trabalho. Deste número 2,02 milhões (86,3%) vem a óbito por doenças profissionais
sinalizando a necessidade de diagnosticar e comprovar a urgência de ações de saúde para
este público. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) descreve a violência no
trabalho como um dos principais riscos para o mundo do trabalho, constituindo-se, de
acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), como um grave problema de saúde
pública mundial, que afeta a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT).
A ansiedade impulsiona a pessoa a resolver a situação, aumentando o grau de
vigília e sua capacidade de ação; é natural do ser humano, adaptativa e necessária para a
autopreservação. Mas ela pode se tornar patológica quando atrapalha o indivíduo,
trazendo prejuízo ao bem-estar e ao desempenho, impedindo-o de enfrentar situações
ameaçadoras (APA, 2000).
Estudos apontam que a saúde ocupacional contribui para o bem-estar dos
profissionais (REBOUÇAS; LEGAY; ABELHA, 2007). No entanto, garantir essa saúde
é uma tarefa complexa, pois os fenômenos do sofrimento psíquico são subjetivos, não só
pela própria característica dos distúrbios psíquicos, mas pela dificuldade inerente a
associação da subjetividade desses fenômenos (REBOUÇAS; LEGAY; ABELHA,
2007). A falta de qualidade de vida no trabalho pode afetar a saúde mental dos
trabalhadores (RAMOS; SOUZA; PIRES; GONÇALVES, 2011) e, nos últimos anos,
então as empresas estão desenvolvendo mecanismos de mediação, para garantir uma boa
QVT, no entanto, tem aumentado o número de distúrbios mentais dos trabalhadores,
afetando o custo e o rendimento das organizações. Assim, o que se percebe, é que as
empresas buscam formas de melhorar a QVT, no entanto, o interesse destas organizações
está mais voltado para a qualidade da produtividade do que pelo bem-estar dos
profissionais (FERREIRA, 2011).
O contexto do trabalho pode trazer prazer e sofrimento dos profissionais, em
específico àqueles que lidam com a atenção básica a saúde (ABS) por nesses serviços
existirem desafios, com demandas de profissionais humanizados de escuta, acolhimento,
e que prestem serviços a partir da singularidade de cada paciente. Ao mesmo tempo, estes
trabalhadores têm essa própria carência frente sua saúde com o trabalho. Estes
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profissionais são mais vulneráveis ao sofrimento psíquico, pois muitas vezes existe uma
escassez de recursos ou tecnologia para a resolução de problema o que ocasiona a
desvalorização do trabalhador frente aos seus esforços, o que pode levar ao sentimento
de inutilidade, angústia, indignação. Como cita Lacnman (2004), algumas formas de
sofrimento, angústia de não ser capaz de atender as exigências, medo das agressões de
cliente, entre os demais (MAISSIAT; LAUTERT; TAVARES, 2015).
O sofrimento destes profissionais pode ser validado pela vivência do esgotamento,
o qual se dá pela percepção de estresse, insatisfação, frustação, insegurança ou medo. O
sofrimento pode favorecer a doença psíquica. A saúde do trabalhador é vislumbrada por
meio da dinâmica das relações humanas no trabalho, que tanto pode gerar vivências de
prazer quanto de sofrimento (MAISSIAT; LAUTERT; TAVARES, 2015). Neste
contexto levanta-se neste estudo o nível de burnout, ansiedade, desesperança e depressão
em profissionais que atuam na área da saúde em hospital público de Goiânia.

2 Método
A presente pesquisa é recorte de um estudo maior que tem como título ‘Qualidade
de vida, sofrimento psíquico e manifestações psicossomáticas do trabalhador’, que foi
inserido na Plataforma Brasil com o número CAAE: 44034815.5.0000.0037 e aprovado
pelo Comitê de Ética e Pesquisa da PUC Goiás com o Parecer Nº 1.246.875, respeitando
as normas estabelecidas pela resolução 466/12. Participaram desta pesquisa 126
trabalhadores de um hospital público no Estado de Goiás. Dentre eles, 71,3% do sexo
feminino e 28,7% do sexo masculino. Destes trabalhadores 52,5% trabalham em regime
de trabalho celetistas e 46,7% estatuários.
Os instrumentos utilizados foram: Escala de Medidas para Qualidade de Vida no
Trabalho, Maslach Burnout Inventory-General Survey (MBI-GS), Inventário de
Ansiedade de Beck (BAI), Inventário de Desesperança de Beck (BHS) e Inventário de
Depressão de Beck (BDI). A Escala de Medidas para Qualidade de Vida no Trabalho,
construída e validada por Macedo, Silva e Sousa (2012) e para este estudo foi realizada a
análise fatorial dos componentes principais, obtendo uma escala unifatirial e com
consistência interna que apresentou confiabilidade para os resultados, obtendo um
α=0,72. O Inventário de Ansiedade Beck, de Desesperança e de Depressão de Beck são
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escalas de autorrelato para quantificar a intensidade de sintomas de ansiedade e de
depressão. Estas escalas fazem parte do Inventário de Beck e é um instrumento validado
para a população brasileira (WERLANG; BOTEGA, 2004). O MBI-GS é uma escala que
possibilita mensurar os três níveis de burnout (exaustão emocional, cinismo e ineficácia).
Todos os instrumentos de medidas aqui utilizados apresentaram níveis de precisão e
consistência interna que possibilitam obter fidedignidade e validade dos dados aqui
apresentados para esta população pesquisada.

3 Resultados e Discussões
Ao levantar os dados referentes a síndrome de burnout em suas três dimensões,
observou-se que 27,3% a dos trabalhadores apresentam exaustão emocional em nível alto,
25% apresentam características do cinismo e 45% percebem-se ineficazes (figura 1).
Estes dados apresentam-se preocupantes, pois estes trabalhadores estão sentindo que não
podem dar mais de si mesmos em nível afetivo, esgotados em sua energia e seus recursos
emocionais, com dificuldade de estabelecer relações intra e interpessoais e percebendo-
se ineficaz (SOUSA, 2009).

43,0 44,6 45,1


24,8 29,8 30,4 30,1 27,3 25,0

BAIXO MÉDIO ALTO

EXAUSTÃO EMOCIONAL CINISMO INEFICÁCIA

Figura 1. Gráfico representativo dos níveis de exaustão emocional, cinismo e ineficácia em profissionais
da área da saúde de um hospital do Estado de Goiás

Estes dados apresentam-se preocupantes, pois estes trabalhadores estão sentindo


que não podem dar mais de si mesmos em nível afetivo, esgotados em sua energia e seus
recursos emocionais, com dificuldade de estabelecer relações intra e interpessoais e
percebendo-se ineficaz (SOUSA, 2009).

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99,15
53,64 69,72
26,36 22,94
0,00 0,85 11,82 5,50 8,18 0,00 0,00

MINIMO LEVE MODERADO GRAVE

ANSIEDADE DESESPERANÇA DEPRESSÃO

Figura 2. Gráfico representativo dos níveis de ansiedade, desesperança e depressão em profissionais da


área da saúde de um hospital do Estado de Goiás

Ao analisar os dados referentes ao nível de ansiedade, desesperança e depressão


nos trabalhadores pesquisados, observou-se que 20% dos trabalhadores percebem
ansiedade entre moderada e grave, 99,15% sentem desesperança em nível moderado e
22,94% apresentam depressão moderada (figura 2). No entanto, observou-se que 3% dos
respondentes não responderam as questões referentes à ansiedade e 1,84% sobre a
depressão, dados que são indicativos de receio em se comprometer.

Qualidade de Vida no Trabalho

26%
49% BAIXA

MÉDIA

ALTA
25%

Figura 1. Gráfico representativo dos níveis de qualidade de vida no trabalho em profissionais da área da
saúde de um hospital do Estado de Goiás

Estes dados expressam a violência vivenciada por estes trabalhadores da área da


saúde e aponta riscos para o mundo do trabalho conforme descreveu a Organização
Mundial de Saúde (OMS) referindo-se a esta situação como um grave problema de saúde
pública mundial da população.

4 Conclusão
Os resultados apresentados neste estudo sinalizaram a necessidade de
desenvolver estratégias que possibilitem melhorar a qualidade de vida no trabalho e
que controlem o adoecimento deste grupo pesquisado. É necessário voltar o olhar para

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os cuidadores de pessoas adoecidas, pois o adoecimento destas pode comprometer
também o atendimento hospitalar.

Referências
[1] AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Practice Guidelines for the
treatment of Major Depressive Disorders, second edition, 2000.
[2] FERREIRA, M. C. A ergonomia da atividade pode promover a qualidade de vida no
trabalho? Reflexões de natureza metodológica. Revista Psicologia: Organizações e
Trabalho, 11, 8-20, 2011.
[3] MAISSIAT, G.S.; LAUTERT, L.; PAI, D.D.; TAVARES, J.P. Contexto de trabalho,
prazer e sofrimento na atenção básica em saúde. Revista Gaúcha de
Enfermagem, 36(2), 42-49, 2015.
[4] RAMOS, E.L.; SOUZA, N.V.D.; PIRES, A.S.; GONÇALVES, F.G.A. A qualidade
de vida no trabalho: dimensões e repercussões na saúde do trabalhador de enfermagem
de terapia intensiva. Ciência da enfermagem em tempos de interdisciplinaridade, pp
2568-2572, 2011, junho, 19/22.
[5] REBOUÇAS, D.; LEGAY, L, F.; ABELHA, L. Satisfação com o trabalho e impacto
causado nos profissionais de serviço de saúde mental. Rev Saúde Pública, pp. 244-
250, 2007.
[6] SOUSA, I. F.; MENDONCA, H. Burnout em professores universitários: impacto de
percepções de justiça e comprometimento afetivo. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, v.
25, n. 4, p. 499-508, dez. 2009.
[7] WERLANG, B.S.G.; BOTEGA, N.J.(Org.). Comportamento Suicida. Porto Alegre:
Artmed, 2004.

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A APLICAÇÃO DO H.T.P. EM PACIENTES ADULTOS:


UM ESTUDO DE CASO

Bosco, Elcimar do Amaral1


Orsini, Mara Rubia2

Palavras-chave: H.T.P., Casa, Árvore, Pessoa, Luto.

1 Introdução
O objetivo deste trabalho foi apresentar as contribuições da aplicação do H.T.P.
para a compreensão do funcionamento psicodinâmico de uma paciente de 20 anos de
idade. A paciente buscou ajuda em uma clínica escola, e se submeteu ao processo de
psicodiagnóstico. A sua principal queixa dizia respeito a perda da vontade de realizar as
atividades de rotina, e à presença de uma intensa tristeza que a tomava várias vezes ao
dia, aparentemente sem motivo. Essa situação começara após a morte do irmão mais
novo, de apenas quinze anos de idade. A época do atendimento já faziam dois anos do
falecimento do irmão.
O processo de avaliação psicológica foi composto por uma bateria de testes pré-
selecionados. O trabalho irá focar no desempenho da paciente, especificamente no
desenho da Casa-Árvore-Pessoa (H.T.P.); tendo como objetivo maior a compreensão do
funcionamento psicodinâmico da paciente e a forma com a qual ela percebe e seu
relacionamento com sua família. Assim, o que se pretendeu foi ilustrar como a utilização
dessa ferramenta pode contribuir para a obtenção de informações clínicas relevantes.
Os outros testes que compuseram a bateria de testagem não serão mencionados.
A leitura das informações obtidas no H.T.P. foi realizada, principalmente, a partir de
autores como Buck (2003), Hammer (1981) e Cunha (2000). É importante frisar que a
leitura aqui proposta não esgota as possibilidades interpretativas dos desenhos.

1Graduando em Psicologia pela Universidade Federal de Goiás. E-mail: elcimar_bosco@hotmail.com


2Professora Adjunto II da Universidade Federal de Goiás, na área de Psicodiagnóstico e Avaliação Psicológica. E-
mail: psico.ufg@gmail.com
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2 Método
Consistiu na aplicação do H.T.P. Segundo Buck (2003), o H.T.P. se apresenta,
antes de mais nada, como uma ferramenta clínica essencial para compreender como o
sujeito percebe a “sua individualidade em relação aos outros e ao ambiente do lar.” (p.
1). A partir dos desenhos da casa, da árvore e da pessoa é possibilitado ao paciente
projetar elementos específicos de sua personalidade, e de áreas ou situações conflitivas
na mesma. Assim, o profissional é capaz não apenas de identificar conflitos que afetam
negativamente o sujeito, como, também, fortalecer o vínculo paciente-terapeuta.
O H.T.P. é indicado para pacientes acima dos oito anos de idade. O teste é dividido
em duas etapas: a etapa acromática e a etapa cromática, ambas seguidas por um inquérito
verbal. Para a aplicação do teste, utilizam-se três folhas em branco para a cada etapa.
Solicita-se que o paciente desenhe, em cada uma delas, uma casa, uma árvore e uma
pessoa, necessariamente nessa ordem. As folhas devem ser entregues, uma de cada vez,
a primeira, referente à casa, com a “dimensão maior horizontalmente” (CUNHA, 2000,
p.519) voltada para o sujeito e, as outras duas folhas devem ser entregues com a dimensão
vertical voltada para o sujeito.
O inquérito verbal realizado após os desenhos pode ser feito seguindo um roteiro
pré-estabelecido, conforme apresentado por Buck (2003), ou de forma mais aberta, como
sugere Cunha (2000). Esta última maneira de realizar o inquérito é especialmente
utilizada caso o paciente tenha algum tipo de dificuldade para se envolver nas projeções.
Nesse tipo de situação, sugere-se que o paciente fale abertamente sobre a casa, a árvore e
a pessoa que desenhou ou mesmo que conte uma história sobre esses elementos (BUCK,
2003; CUNHA, 2000).

3 Resultados e Discussão
A paciente estava com 20 anos de idade quando solicitou o atendimento. Na
época, ela era estudante e estava desempregada. No dia da primeira consulta, chegou
quinze minutos adiantada, usando roupas simples e cabelo preso.
A queixa principal dizia respeito à perda de vontade de realizar atividades de
rotina, como, por exemplo, estudar, ou, em algumas ocasiões mais extremas, até mesmo
de “sair da cama”. Sentia uma angústia que a acometia subitamente desde o falecimento

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de seu irmão mais novo, de 15 anos, ocasionado por um câncer. Dizia-se ansiosa e incapaz
de realizar suas atividades diárias porque “estava extremamente mal”. Nesses períodos,
queixava-se de grande mau humor, não conseguia falar com ninguém e passava o tempo
todo se lembrando dos dias que estivera com o irmão internado em um hospital.
Esses aspectos da história de vida irão atravessar toda produção da paciente no
H.T.P. Os elementos essenciais da casa e da árvore estavam presentes, tanto nos desenhos
cromáticos, quanto nos acromáticos. A saber, esses elementos são: telhado, parede, portas
e janelas para a casa; e troncos, galhos e copa para a árvore. No desenho da pessoa, no
entanto, uma observação foi feita. O desenho da pessoa acromática, em formato de
“palito” e pobre em detalhes, contrasta com um desenho cromático muito melhor
elaborado.
A impressão geral passada pela sua produção foi de uma pessoa infantilizada,
regredida. Isso se percebe pelas formas simples e estereotipadas dos desenhos. Tanto nos
desenhos acromáticos quanto nos cromáticos, essa impressão se repete. Apesar dos
elementos essenciais de cada desenho estarem presentes, há uma pobreza em detalhes,
principalmente no desenho acromático. A paciente, durante o desenvolvimento dos
desenhos acromáticos, desenhava apenas aquilo que lhe era solicitado, sendo que a linha
de base e o sol só foram desenhados ao final do inquérito. Já nos desenhos cromáticos, a
paciente se adiantou, desenhando mais detalhes, e falando para o aplicador que, como
sabia que teria que desenhar a linha de base e o sol, já os desenharia antes de ser solicitado.
As cores escolhidas no desenho cromático foram predominantemente frias, com presença
marcante da combinação de azul e marrom. Não foi percebido nenhuma característica
bizarra nos desenhos.
Com relação às posições dos desenhos na folha, a paciente utilizou,
predominantemente, o quadrante superior esquerdo. Essa maneira de posicionar os
desenhos, geralmente acontece em pessoas que estão fixadas em algum ponto específico
de seu passado (BUCK, 2003). O tamanho dos desenhos também foi significativo para a
analisar a dimensão dessa regressão. Os desenhos acromáticos ocuparam apenas o
quadrante esquerdo superior. Já os desenhos cromáticos, ocuparam a toda extensão do
quadrante superior da folha (exceção feita ao desenho da casa cromática, que ocupa a
folha inteira). A preferência por desenhar nesses quadrantes pode apontar para a fixação
da paciente na morte do irmão, da qual ainda não se recuperou.

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Outras considerações relevantes apareceram quando se pensou nos detalhes
específicos de cada desenho. No desenho da casa, por exemplo, a paciente reforçou
bastante as linhas verticais, tanto durante o tempo do desenho propriamente dito, quanto
durante o inquérito, o que pode significar que seu ego estaria tentando manter sua
integridade em vistas de um processo de desintegração eminente (CUNHA, 2000).
Considerou-se que essa desintegração estivesse relacionada às consequências do luto que,
dois anos depois, ainda não fora completamente elaborado.
Segundo Cunha (2000) e Buck (2003), foi importante, ainda, se atentar para o fato
de que o desenho da casa pode promover projeções relacionadas ao ambiente familiar
passado, presente ou, ainda, idealizado. Percebeu-se, no desenho da casa acromática, uma
mistura de projeções relacionadas à situação passada e à situação presente. A casa
acromática representada pela paciente foi identificada como a casa da avó falecida. O
aspecto da dualidade aparece principalmente no desenho do fogão à lenha (representado
como uma chaminé). Esta pode ser representativa de um ambiente caloroso e
aconchegante (CUNHA, 2000), descrição que está de acordo com a caracterização da
casa da avó fornecida pela paciente. Porém, a existência de fumaça saindo da chaminé
pode indicar a presença de conflitos.
Com relação ao desenho da árvore, Cunha (2000) aponta que este “representa o
crescimento [...], pode revelar sentimentos do sujeito em várias fases de seu
desenvolvimento, simbolizado pela progressão da raiz até a copa.” (p.522). Nesse sentido,
o desenho da paciente, tendo em vista os galhos cortados, pode ser lido como o desenho
de alguém que estava caminhando com um desenvolvimento normal até que
abruptamente alguma coisa cortou esse desenvolvimento. O reforço nos traços somente
nos lugares em que os galhos foram cortados sugere tentativa do ego de se manter
equilibrado e íntegro frente a uma situação traumática (BUCK, 2003). O que parece estar
relacionado com o esforço da paciente em elaborar a dor perda traumática e precoce do
irmão. Esforço este que, aparentemente, tem se revelado ineficaz, aja vista o longo tempo
de um luto não elaborado: dois anos.
Foi no desenho da pessoa, no entanto, que percebeu-se as particularidades mais
marcantes desse caso. O desenho da pessoa acromática em formato de “palito” contrastou
com um desenho cromático muito mais elaborado. Segundo Hammer (1981a), é possível
que o desenho da figura humana contenha elementos de uma imagem corporal idealizada.

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O nível de regressão do desenho (que se encontra quase todo no quadrante superior
esquerdo), e a sua forma geral, marcada pela estereotipia das formas, podem indicar que
essa representação da pessoa como um “palito”, uma pessoa magra, seja uma expressão
infantilizada de um corpo idealizado pela paciente.
O desenho da pessoa cromática fora o desenho em que a paciente se mostrou mais
regredida, cantarolando enquanto o fazia, inclinando-se pra frente durante o inquérito e
conversando com voz de criança. A paciente identificou a pessoa do desenho como sendo
ela mesma aos 10 anos de idade. As projeções evocadas foram referentes a uma
lembrança do pai, um episódio em que ambos passeavam em parque ou uma praça (o
local não foi bem especificado), e ela usava um vestido vermelho que gostava muito.

4 Conclusão
Em síntese, a paciente apresentou uma produção bem organizada. Percebeu-se
uma fuga para fantasia em detrimento da realidade – representada, principalmente, pela
posição dos desenhos na folha – para tentar amenizar o sofrimento psíquico causado pela
perda do irmão mais novo. A paciente demonstrou resiliência para lidar com os problemas
que afetam seu ambiente familiar. Em termos de personalidade, pode-se notar uma
personalidade estruturada de maneira normal, mas fortemente afetada pela perda do irmão
e as consequências da vivência do luto.
A aplicação de um teste projetivo como o H.T.P., em casos como o dessa paciente,
permite ao clínico ter uma dimensão de como essa perda se estrutura em âmbito
inconsciente. Os desenhos da casa, da árvore e da pessoa suscitam as mais diversas
associações que apontam para a forma com que o sujeito se estrutura psiquicamente, e
como o mesmo sente suas relações com o ambiente ao seu redor.
Conforme observado durante essa aplicação, uma quantidade significativa de
dados pode ser levantada com o H.T.P. Mesmo em uma situação de testagem – em que
as informações sobre o paciente costumam ser escassas, e o tempo que se passa com o
sujeito é bem mais curto que em uma terapia – foi possível, com o auxílio do teste
projetivo adequado, reunir informações relevantes sobre o funcionamento psíquico de
uma pessoa. Tendo tudo isso em vista, o H.T.P. se apresenta ao clínico como uma
ferramenta cuja atualidade e eficácia podem se comprovar pela própria experiência
clínica.

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conteúdo. In.: HAMMER, Emanuel F. (Org.). Aplicações Clínicas dos Desenhos
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EXECUTIVE DYSFUNCTION
IN OLD AGE BIPOLAR DEPRESSION

Caixeta, Leonardo1
Soares, Vânia Lúcia Dias2
Vieira, Renata Teles3
Soares, Cândida Dias4
Ferreira, Sandra Barboza5
Aversi-Ferreira, Tales Alexandre6
Caixeta, Victor7

Abstract

Background: Little is known about the cognitive signature of bipolar disorder (BD) in
elderly brains. The neuropsychological features of depressive elderly with early-onset BD
are largely unknown. This issue is relevant because cognitive impairment can produce an
additional impact on the already compromised functionality of elderly with BD. The aim
of this study is to assess executive functions in the depressive phase of elderly outpatients
with early-onset BD.Methods: Forty nine elderly outpatients with early-onset BD were
assessed with several neuropsychological tests for executive function in the depressive
phase of the disorder.Results: Executive dysfunction is very common in old age bipolar
depression.Thirteen patients (26.5%) had a pseudodementia presentation. The worst
performances were observed in the following tests: Trail Making B, Stroop Test 3,
Backwards Digit Span and Wisconsin Card Sorting Test.Conclusions: Executive
dynfunction profile in elderly BD is complex and heterogeneous, but most cases dysplay
difficulties in working memory, inhibitory control, mental flexibility, and information
processing speed. The performance of elderly with bipolar depression in executive
assessment can be divided into two main categories: 1) Single EF domain impairment;
and 2) Multiple EF domain impairment with or without a pseudodementia syndrome.
Executive dysfunction in old age bipolar depression may be explained by lack of

1 Bipolar Disorder Unit, Hospital das Clínicas,School of Medicine, Federal University of Goiás (UFG), Brazil. Unit of
Neuropsychiatry, Neuropsychology and Behavior Neurology (UNCO), Federal University of Goiás (UFG), Brazil.
2 Unit of Neuropsychiatry, Neuropsychology and Behavior Neurology (UNCO), Federal University of Goiás (UFG),

Brazil.
3 Unit of Neuropsychiatry, Neuropsychology and Behavior Neurology (UNCO), Federal University of Goiás (UFG),

Brazil.
4 Unit of Neuropsychiatry, Neuropsychology and Behavior Neurology (UNCO), Federal University of Goiás (UFG),

Brazil.
5 Unit of Neuropsychiatry, Neuropsychology and Behavior Neurology (UNCO), Federal University of Goiás (UFG),

Brazil.
6 Bipolar Disorder Unit, Hospital das Clínicas,School of Medicine, Federal University of Goiás (UFG), Brazil.
7 Federal University of Tocantins, Palmas, Brazil. System Emotional Science, School of Medicine and Pharmaceutical

Sciences, University of Toyama, Japan.

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sufficient mental energy to run those cognitive processes that require larger amounts of
effort to be performed.

Keywords: aging; bipolar disorder; elderly; executive dysfunction; neuropsychology.

Introduction
Bipolar disorder (BD) in the elderly is a growing public health concern and a
major cause of disability (Sajatovic et al., 2015)1. Despite considerable knowledge
accumulated in recent decades pointing to the presence of cognitive impairment in bipolar
disorder (Tsitsipa and Fountoulakis, 2015)2, few consistent data exist on the
neuropsychology of old age patients with BD. Studies with very selective samples and
multiple age groups suggest that higher age in BD is associated with greater
neurocognitive deficits (Kessler et al., 2013)3. Some authors state that elderly patients
with BD have significant cognitive disabilities and that BD with late onset is associated
with more severe cognitive impairment than early-onset BD (Schouws et al., 2007,
2009)4,5, but all these studies were done in euthymic BD. There is a lack of knowledge
especially in relation to the neuropsychology of bipolar depression in late life (Rise et al.,
2016)6.
Little is known about the cognitive signature of BD in elderly brains. This issue
is relevant because cognitive impairment can produce an additional impact on the already
compromised functionality of elderly with BD (Rise et al., 2016)6. Besides that, the
identification of specific cognitive profiles in BD can perhaps help differentiate
subgroups and pave the way to the identification of possible endophenotypes (Volkert et
al., 2016)7. Finally, a comprehensive mapping of cognitive domains impaired in BD can
add some insights into the physiopathology of the disorder and the many mechanisms by
which cognitive symptoms may relate to behavior alterations. For instance, in the young
adult it is known that cognitive deficits in BD are directly related to the daily losses
presented by these patients in social adaptation or even in suicide behavior (Malloy Diniz
et al., 2009)8.
Among the most disputed issues in contemporary cognitive neuropsychiatry is the
deterioration of executive functions (EF) and the neurocircuitry disruption that support
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these disabilities. Executive functions impact affective-emotional, motivational and
social skills. Executive dysfunction may represent an important contributor to the
cognitive, functional and social impairments usually observed in adults (Tsitsipa
and Fountoulakis, 2015)2 and elderly (Schouws et al., 2009)5 with BD.The aim of this
study is to assess executive functions in the depressive phase of elderly outpatients with
early-onset BD.

Materials and Methods

Participants

We have selected 49 consecutive elderly outpatients diagnosed by the same senior


psychiatrist (LC) as a bipolar disorder according to DSM-V criteria, from the BD program
in a university hospital (Hospital das Clínicas at the Federal University of Goiás) in
Central Brazil, from August 2013 to August 2015.All subjects provided written informed
consent, as required by the ethical committee of Federal University of Goiás.
Inclusion criteria were: age 60–90 years old; the onset of BD prior to the age of
40 years (definition of 'early-onset' BD); any ethnicity; Portuguese speaking Brazilian
outpatients; followed at least during one year in our service with serial (monthly)
psychiatric assessment in order to rule out primary dementia cases. We have included any
degree of cognitive and functional impairment. We have excluded from our search elderly
bipolar patients who began their disease late in life (BD type VI), since this subtype has
a strong association with neurological disease and structural damage to the brain (Ng et
al., 2008)9, which could interfere in the neuropsychological performance.
According to international recommendations (Burdick and Ketter, 2015)10, it was
excluded subjects taking high-dose anticholinergics, topiramate, clozapine, tricyclics,
benzodiazepines, psychostimulants, and those who had electroconvulsive therapy within
past six months. Medication titration could not be done in the week of neuropsychological
assessment. Patients with general clinical conditions which could impact cognitive
performance were also not included in our sample: delirium, untreated hypothyroidism,
severe anemia, AIDS, any kind of encephalopathy.
Laboratory Testing and Neuroimaging: All patients were submitted to laboratory
screening and neuroimaging exams according international recommendations (Knopman

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et al., 2001)11 to rule out systemic or neurological causes of cognitive impairment and
primary dementias with structural brain damage.
Neuropsychological Assessment: Neuropsychological assessment of the patients was
carried out by three senior clinical neuropsychologists (VLDS, CDS, SBF). Patients were
evaluated during the depressive phase. Total assessment was divided into three sessions
of 30 minutes each within a period of three days to prevent mental fatigue. All patients
were submitted to the most frequently used tests for assessing executive functions in
aging (Faria et al., 2015)12, consisting of subtests from standard test batteries validated
for Portuguese use in Brazilian patients:1) Trail Making Test Form A (TMT-A): attention,
information processing speed; 2) Trail Making Test Form B (TMT-B): mental flexibility,
information processing speed; 3) Stroop Test: inhibitory control; 4) Digits Forward and
Backward subtests (WAIS-R): working memory; 5) Wisconsin Card Sorting Test
(WCST): mental flexibility; 6) Verbal Fluency Test (Animals category): verbal fluency
and information processing speed; 7) Verbal Fluency -FAS: verbal fluency, information
processing speed and active search for specific information in memory.
We transformed raw scores for all individual neuropsychological tests (except
WCST) into Z-scores using the distribution of the older adult controls’ database (i.e.,
controls’ performance on any test has mean of 0 and SD of 1). For WCST was used T-
score; scores were considered abnormal based on Brazilian norms and validation of these
instruments in Brazilian population (Zimmermann, 2015)13. Clinical data were
statistically analyzed using conventional descriptive methods. Means and standard
deviations are reported for continuous variables and percentages for categorical variables.

Results
The mean age of BD patients was 69.1 years (60-88, ±7.0). Most patients were
female (n=31; 62.2%). The mean schooling was 10.8 years (±4.2). Table 1 shows the
descriptive analysis (mean, standard deviation) of the neuropsychological assessment.

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Of patients, 28 (57.1%) scored -2SDs (moderate impairment) on at least one EF


test measure, and 49 (100%) scored lowest than -1SD on at least one EF test measure or,
in other words, none of the patients had a normal performance in all EF tests.
Forty patients (81.6% of total sample) presented a more extensive and severe
dysexecutive profile, involving many executive functions. From these, thirteen patients
(26.5%) had a pseudodementia presentation.
Nine patients (18.3%) had a mild executive dysfunction (affecting, for example,
only one executive domain, such as working memory or mental flexibility).
The mean of WCST (24.4) according T-score is in the diagnostic category of
"moderately-to-severely impaired range" (Heaton, 1993)14. No patient was able to
complete all categories of WCST perfectly.
Twenty-three patients (46.9%) had scores lowest than -1SD on VFT-animals and
22 (44.8%) on FAS. On average, patients had difficulty in verbal fluency tasks as
indicated by negative Z-scores, but the mean does not exceed the adopted Z-score cutoff.
On average, performance on VFT (Animals category) was worse than FAS (-0.86 versus
-0.69, respectively).

Discussion
Our data support the notion that executive dysfunction is very common in elderly
with BD, since all the sample had performance below average in at least one EF test.
Moreover, we report new data concerning executive dysfunction in BD elderly
outpatients in the depressive phase, since studies are focused on euthymic or manic
elderly (Young et al., 2006, Schouws et al., 2007, 2009, Samamé et al., 2013)15,4,5,16.It is
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not clear whether bipolar and unipolar old age depression have similar or different
cognitive profiles, but our data, when compared to the cognitive profile described in the
literature for unipolar depression in the elderly (Dybedal et al., 2013, Pantzar et al.,
2014)17,18, show similarity in executive dysfunction between both forms of
depression. Xu et al. (2012)19 studying adults state that bipolar unipolar patients have a
similar pattern of cognitive impairment during the state of acute depressive episode.
It is remarkably difficult to make definite statements about the neuropsychology
of BD, since it depends on the BD type, age considered, medications in use, and mood
state at the time of neuropsychological assessment(TsitsipA and Fountoulakis, 2015)2.
Even in a relatively homogeneous sample as ours, in which we have specifically arranged
elderly, BD patients, in the depressive phase, the cognitive profile is not uniform.
Notwithstanding all the sample presented with some degree of executive dysfunction, it
was found a large span of executive performance among subjects, as indicated by the high
variability between minimum and maximum scores, and varying from mild executive
dysfunction (affecting, for example, only one executive domain, such as selective
attention or working memory), until a more extensive and severe dysexecutive profile
(involving many executive functions, such as mental flexibility, mental engagement, self-
control, self-monitoring, many attention domains and working memory).Therefore, BD
elderly patients can indeed reach a level of cognitive dysfunction in their depressive phase
compatible with a dementia syndrome (depressive pseudodementia).Based on our data,
we can divide patients' performance in neuropsychological assessment into two main
categories: 1) Single EF domain impairment; and 2) Multiple EF domain impairment.
The second one can present with or without a pseudodementia syndrome.
One of the most impaired functions in the elderly with BD in our sample was
mental flexibility, assessed by Trail Making Test Form B and WCST. These two tests
also recruit working memory, selective attention, mental engagement and are sensitive to
impulsive behavior (Faria, 2015)12. As these functions are related to the dorsolateral
prefrontal areas in the brain, we can assume that in depressive phase of BD elderly the
neural circuits involving this topography are somewhat affected. In fact, some authors
(Brooks, 2010)20 have found dorsolateral prefrontal hypometabolism using positron
emission tomography associated with impaired performance on executive tasks among
older adults with BD.

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Inhibitory control is a core member of the executive functions and generally refers
to the capacity to actively inhibit or delay a dominant response to achieve a
goal. Inhibitory control is impaired in BD elderly as showed by poor performance in
Stroop Test 3 seen in our sample. The ability to inhibit an automatic behavior and perform
a controlled behavior is associated to ventral-fronto-striatal circuitry (Durston, 2002)21,
therefore we can suggest that this network is somewhat impaired in the depressive phase
of BD. Penfold et al. (2015)22 also found inferior prefrontal hypoactivation (using MRI)
in medication-free adults with bipolar depression during response inhibition test. The
weakening of inhibitory control can contribute to some aspects of social and functional
impairment seen in BD, and can explain in part how depressive BD meet the day-to-day
demands of conflict, delay, and compliance challenges.

Information processing speed is impaired in our sample of old age bipolar


depression as suggested by TMT-B poor performances. Processing speed was also one of
the most impaired cognitive functions in many studies dealing with BD in adults (Kessler
et al., 2013, Xu et al., 2012)3,19. In fact, some authors (Volkert et al., 2016) suggest that
reduced psychomotor speed could serve as a potential endophenotype for bipolar
disorder.
Working memory was also importantly impaired in our sample, as demonstrated
by Digits Backward subtest of WAIS-R. Information storage by verbal working memory
(measured in Digits Forward) and verbal content processing in working memory
(measured in Digits Backward) are executive functions highly sensitive to depressive
mood states.
Verbal fluency was not importantly impaired in most cases of our sample,
suggesting that the neural circuits involved in this cognitive function generally are not
impacted by depressive state in bipolar elderly. In adults this finding might be different,
since some authors have found important deficits in verbal fluency among depressive
bipolar patients (Xu et al., 2012)19.
Executive dysfunction in elderly in the depressive phase of BD may be associated
with lack of sufficient mental energy to run those cognitive processes that require larger
amounts of effort to be performed. For instance, patients in our sample had more difficult
in TMT-B than TMT-A, and in Stroop Test 3 than the other phases, suggesting that, as

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cognitive demand increases, their cognitive reserve is overpowered and, as a
consequence, they cannot keep up with the growing executive demands. According to
this hypothesis, this cognitive impairment would be reversible, returning to normal
cognitive functioning as soon as patients switch their depressive state into an euthymic
(normal mood) phase. Follow-up studies are required to test if this executive dysfunction
in BD elderly is really transitory and completely dependent upon the affective phase of
BD. One study has addressed cognitive outcomes in longitudinal assessment of old age
euthymic BD (type I and II) and concluded that they did not exhibit accelerated cognitive
decline over 2 years (Gildengers et al., 2012)23. Another study performs a systematic
review about the neurocognitive dysfunction in BD and concluded that cognitive
dysfunction is an enduring component and represents a core primary characteristic of BD,
rather than being secondary to the mood state or medication, but they add that this core
deficit can be confounded (either increased or attenuated) by the disease phase, in other
words, depression may produce a temporary increase in the total amount of cognitive
deficits seen in BD, which is in accordance with our view (Tsitsipa and Fountoulakis,
2015).
As a methodological limitation of our study, despite having restricted our sample
only to the depressive phase of BD, this mood state in itself is very heterogeneous,
varying from mild to severe depression. Future studies must try to control this variable.
In summary, executive dysfunction was very common in BD elderly patients in our
sample, notwithstanding it was not severe in most of the cases. BD seems to contribute
with additional burden to the aging process in the brain. Trail Making B, Stroop Test 3,
Backwards Digit Span and WCST represent a useful selection of tests sensitive to the
specific executive dysfunction presented in old age bipolar depression. These tests seem
more suitable than global screening cognitive measures frequently used in samples of
elderly patients with cognitive impairment (e.g., the Mini-Mental State Examination;
MMSE), which are likely not applicable in BD context due to low sensitivity (Burdick et
al., 2015). The general pattern of specific executive deficits presented by our sample may
suggest anomalous prefrontal-subcortical activation in elderly with BD. These cognitive
findings can help understand some social and functional impairments seen in this disorder
and indicate therapeutic targets as well as insights into its neurophysiopathology.

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O IMPACTO DA QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR


DA ÁREA DA SAÚDE NO DESENVOLVIMENTO DA ANSIEDADE

Costa, Fernanda Sousa1


Oliveira,Virgínia Célia de Barros2
Sousa, Ivone Félix3
Costa Neto, Sebastião Benício da4

Resumo: O contexto atual do trabalhador leva-o a situações de competição que podem


desencadear em ansiedade para o trabalhador. O objetivo deste estudo foi avaliar o
impacto da ansiedade na qualidade de vida do trabalhador. Participaram deste estudo 126
trabalhadores de um hospital público do Estado de Goiás (71,3% do sexo feminino e
28,7% masculino; 52,5% trabalham em regime celetista e 46,7% estatuário e 62,5%
trabalham em tempo integral). Realizou-se um estudo de natureza quanti-qualitativa, por
meio de visitas in-loco, com aplicação de questionários survey nos trabalhadores, por
meio da Escala de Qualidade de Vida no Trabalho e do Inventário de Ansiedade Beck,
além de um questionário avaliando sexo, regime de trabalho e período de trabalho. A
partir dos dados foi possível observar que a QVT (em relação falta de oportunidade de
expressão, ausência de treinamentos para aplicá-lo no trabalho, falta de tempo para o
convívio familiar) gera impacto no desenvolvimento da ansiedade de forma significativa.
Diante dos resultados pode-se inferir que a ansiedade do trabalhador leva a perda da
qualidade de vida no trabalho, assim como, a constante pressão e cobranças pode causar
o rompimento do equilíbrio do trabalhador, intensificando a ansiedade do trabalhador.

Palavras-chave: Ansiedade; Qualidade de Vida do Trabalhador; Trabalhador da área da


saúde

1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: fefasousacosta@gmail.com


2 Centro de Referência do Trabalhador do Estado de Goiás. E-mail: vcbo01@hotmail.com
3 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: ivonefelixsousa@gmail.com
4
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: sebastiaobenicio@gmail.com

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1 Introdução
O trabalho, em diversas culturas, é fundamental para qualidade de vida do
indivíduo, bem como, para a sobrevivência humana. Esse é um dos meios em que o ser
se humaniza, cresce e forma sua identidade perante a sociedade. Contudo, existem muitos
fatores que influenciam a condição de vida do trabalhador prejudicando sua saúde social,
mental e psíquica.
Com o processo de globalização expandiu-se o desenvolvimento tecnológico,
aumentando a competitividade e a produção, diminuindo a coletividade e a realização
pessoal (MASLACH; LEITER, 1999). Neste contexto o homem submete-se ao mundo
capitalista que exige cada vez mais do trabalhador, em relação ao tempo trabalhado, a
talentos desenvolvidos e prioridades distintas dos pessoais. Conforme Dejours (1994), as
pressões decorrentes das organizações do trabalho comprometem o equilíbrio psíquico e
a saúde mental do trabalhador. Por conseguinte, às grandes pressões que o trabalhador
enfrenta no seu cotidiano pode ocasionar ao indivíduo o desenvolvimento e a
intensificação da ansiedade, o que ocasiona em sofrimento psíquico que pode tornar a
ansiedade patológica.
Segundo Freire (2008), o sofrimento psíquico afeta o equilíbrio emocional da
pessoa e altera o modo de se relacionar com o mundo e os demais. Ou seja, o indivíduo
pode gerar comportamentos de isolamento, agressividade, atingindo muitos domínios de
sua vida, prejudicando a sua saúde social, física e psíquica. No contexto ocupacional, o
próprio causador do rompimento do equilíbrio da saúde é o próprio trabalho, pois ele
possui constante conflito, desigualdades, e fortes cobranças (VIEIRA, 2014).
Além do desgaste do ambiente de trabalho, diminuição da qualidade de vida do
trabalhador (QVT), também pode ocasionar no sofrimento psíquico do trabalhador que
são expressas por meio de doenças decorrentes do estresse, tais como a ansiedade, a
depressão, a síndrome de burnout, síndrome do pânico vivido pela vítima e,
consequentemente, diminui a produtividade em geral. Neste estudo, foca-se a ansiedade
como provável fenômeno causador da perda da qualidade de vida do trabalhador.
A ansiedade é um estado emocional próprio da psique humana, natural em todos
os indivíduos em seu cotidiano. Conforme Bastos et al. (2007), os termos estressem e
ansiedade são confundidos. O estresse é uma força externa exercida sobre as pessoas,
enquanto a ansiedade é o retorno subjetivo ao fator de estresse e como o ambiente
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hospitalar é considerado um ambiente de trabalho propulsor de vivências de estresse,
sente-se a necessidade de entender o impacto da ansiedade na manutenção ou na perda da
qualidade de vida neste contexto de trabalho.
Ressalta-se que a carga psíquica do trabalho está proferida, sobretudo às pressões
ou a sobrecarga de trabalho cotidiana. Então, as insatisfações do trabalhador podem
provocar sofrimento psíquico, afetando a saúde mental, e consequentemente pode ser
resultado de frustação. Assim, a ansiedade pode afetar diretamente a degradação do
ambiente de trabalho, a diminuição da qualidade de trabalho, absenteísmo, isolamento
social, hostilidade, entre outros (RAINHO, 2006).
A ansiedade pode ser provocada em situações ameaçadoras ao trabalhador, uma
vez que não atende suas necessidades básicas, ou que não é reconhecido pelo chefe ou
colegas de trabalho. Logo, gera insatisfação e exige-se um esforço físico e mental do
trabalhador para que ele continue trabalhando em tal ambiente (DEJOURS, 1992).
A saúde ocupacional contribui para o bem-estar dos profissionais (REBOUÇAS;
LEGAY; ABELHA, 2007). No entanto, a ansiedade afeta a produtividade das atividades
dentro das organizações, e gera experiências negativas. Logo, essa afeta direta ou
indiretamente a saúde, o bem-estar do profissional, e a saúde organizacional.
Para que esse sofrimento não se torne patológico, é necessário que as empresas
assegurem uma boa QVT (FREIRE, 2008). Entende-se que a QVT é um conjunto de
ações de uma empresa que busca a melhoria e o equilíbrio entre o trabalhador e a
organização para o desenvolvimento propício de valorização enquanto ser humano e sua
posição na empresa.
Segundo Aquino e Fernanda (2013), as empresas têm voltado à atenção para
garantir boa Qualidade de vida do trabalhador (QVT), pois esta assegura e garante a boa
produção, o crescimento e consequentemente bons resultados da empresa. Assim, este
estudo tem o objetivo de analisar o impacto da qualidade de vida do trabalhador no
desenvolvimento da ansiedade.

2 Método
Participaram desta pesquisa 126 trabalhadores de um hospital público no Estado
de Goiás. Dentre eles, 71,3% do sexo feminino e 28,7% do sexo masculino. Destes
trabalhadores 52,5% trabalham em regime de trabalho celetistas e 46,7% estatuários. Em
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relação ao período de trabalho 10% encontrava-se no matutino, 1,7% no vespertino, 3,3%
no noturno, 22,5% de plantão, e por fim, o que obteve maior amostra foi o 62,5% de
período integral. A amostra foi por conveniência.
Para coletar os dados foram utilizadas a Escala de Medidas para Qualidade de
Vida no Trabalho, construída e validada por Macedo, Silva e Sousa (2012), conforme a
teoria apresentada por Pasquali em seu artigo ‘Teste referente a construto: teoria e modelo
de Construção’(1993). Esta escala foi originalmente construída com base na teoria de
Walton (1973), em seguida seguiu-se a análise semântica dos itens conforme as categorias
propostas por Walton (1973) em modelo tipo Likert. Neste estudo foi realizada a análise
fatorial dos componentes principais, obtendo uma escala unifatirial e com consistência
interna que apresentou confiabilidade para os resultados, obtendo um α=0,72.
O Inventário de Ansiedade Beck (BAI) trata-se de uma escala de autorrelato que
visou a quantificar a intensidade de sintomas de ansiedade. Ela é composta por 21 itens,
que abarcam sintomas de ansiedade, e cada item conta com quatro alternativas, sendo
elas, absolutamente não; levemente; moderadamente; gravemente. Esta escala faz parte
do inventário de Beck e é um instrumento validado para a população brasileira
(WERLANG; BOTEGA, 2004).
Esta pesquisa faz parte de um estudo maior que tem como título ‘Qualidade de
vida, sofrimento psíquico e manifestações psicossomáticas do trabalhador’, que foi
inserido na Plataforma Brasil com o número CAAE: 44034815.5.0000.0037 e aprovado
pelo Comitê de Ética e Pesquisa da PUC Goiás com o Parecer Nº 1.246.875, respeitando
as normas estabelecidas pela resolução 466/12. Para a coleta de dado, a priori esses
procedimentos ocorreram em hospital público no município de Goiânia, entrou-se em
contato com os trabalhadores da organização. Neste momento os trabalhadores foram
esclarecidos do objetivo do estudo e coletada a assinatura no Termo Consentimento Livre
Esclarecido, conforme Resolução n. 466/2013 do Conselho Municipal de Saúde. Os
questionários foram entregues pessoalmente a cada trabalhador, sem identificação dos
nomes dos participantes. Posteriormente a coleta de dados, estes foram analisados por
meio do Programa estatístico SPSS-18 (Statistical Package for Social Sciences). Foram
realizadas análises descritivas para as variáveis sócio-demográficas e análises
correlacionais para as variáveis “qualidade de vida do trabalhador” e “ansiedade”.
Finalmente os resultados foram discutidos com a teoria que fundamente este estudo.

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3 Resultados e Discussões
Observa-se a partir das análises correlacionais entre os aspectos relacionados falta
de qualidade de vida do trabalhador (QVT) e ansiedade, de forma significativa
estatisticamente (p=0,05), que a falta de QVT pode provocar o desenvolvimento da
ansiedade de forma que compromete a vida pessoal e profissional. Isto ocorre quando o
trabalhador percebe que: as atividades são complexas; não possuem oportunidade de
expressão; não participam de um treinamento; sentem que falta tempo para a convivência
familiar; as condições de temperatura não são adequadas; algo que prejudica a produção;
o salário e a carga horária de trabalho não são adequados ao cargo; não tem
relacionamentos de confiança; as leis trabalhistas não são seguidas; existe algum tipo de
preconceito ou discriminação; não se sente seguro; a equipe de trabalho não contribui
com o crescimento profissional; não é proporcionado um bom relacionamento com o
chefe; falta satisfação com a função; já teve problemas de saúde causados pelas atividades
executadas na empresa; os critérios da promoção não são claros.
A partir dos dados, nota-se que o aspecto físico, social e mental afeta direta ou
indiretamente a saúde do trabalhador. Conforme Freire (2008) o sofrimento psíquico pode
afetar o equilíbrio emocional, comprometendo as suas relações com o mundo. Neste
estudo é possível observar a falta de qualidade de vida impactando no desenvolvimento
da ansiedade e que conforme Vieira (2014) pode comprometer sua vida social, ao final
de um trabalho não possuem energia para a integração familiar, dificultar a convivência
familiar, e também, os relacionamentos de confiança. Além do mais, para Dejours (1994),
o grande esforço físico e mental do trabalhador para que continue trabalhando em tal
ambiente, pode desencadear em pressão e desgaste no cotidiano levando ao
desenvolvimento da ansiedade nos trabalhadores. Segundo Freire (2008), para que o
sofrimento não se torne patológico, como a ansiedade, é necessário que as organizações
assegurem uma boa QVT. No entanto, caso as empresas não garantam um bem-estar aos
trabalhadores tanto físico, quanto psíquico e social, isso irá afetar a produtividade das
atividades dentro das organizações, o que gera experiências negativas. Portanto, a
ansiedade afeta direta e/ou indiretamente a saúde organizacional como um todo.

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4 Conclusão
Diante dos resultados apresentados, neste estudo é possível inferir que a falta de
qualidade de vida no trabalho pode desencadear no desenvolvimento de ansiedade no
trabalhador podendo desencadear na perda da saúde mental. A constante pressão pode
causar o rompimento do equilíbrio do trabalhador, gerando o sofrimento psíquico, como
a ansiedade. Para que isso não ocorra este hospital deve garantir ao trabalhador a
satisfação no trabalho, disponibilizando um ambiente favorável, por meio da QVT
evitando situações que provoque ansiedade. No entanto, desenvolver outros estudos que
avaliem a depressão, a angústia, a síndrome de burnout, a síndrome do pânico e o estresse
podem ajudar a compreende melhor estes fenômenos psicológicos relacionados aos
trabalhadores da área da saúde.

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VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA E SUAS FACES

Vasconcelos, Caroline Luiza Bailona de1


Souza, Tatiana Machiavelli Carmo2

Palavras-chave: Violência obstétrica, parto, mães e profissionais de saúde.

1. Introdução
A violência obstétrica (VO) pode ocorrer anterior, no momento e/ou posterior ao
parto da gestante, configurando-se como ações dos profissionais de saúde na apropriação
do corpo e dos processos reprodutivos das mulheres, através do tratamento desumano,
abuso assistencial e/ou medicamentoso e patologização dos processos naturais, causando
a perda da autonomia e capacidade de decisão livre sobre seus corpos e sexualidade. Estas
ações podem envolver violência física, verbal, sexual, psicológica, econômica, social e/ou
racial. Ocorrem em descumprimento às leis e medidas de humanização elaboradas pelo
Mistério da Saúde (MS) que garantem os direitos individuais da mulher e da criança
(Brasil, 2013; Brasil, 2015).
No intuito de diminuir e/ou erradicar a VO, no contexto brasileiro, há diversas leis
que asseguram e regulamentam o direito das gestantes e de seus filhos, como o Programa
de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (Brasil, 2002) que busca reduzir as taxas de
morbimortalidade materna, peri e neonatal registradas no país; melhorar o acesso, a
cobertura e a qualidade do acompanhamento da gestante; e aperfeiçoar as ações já
realizadas pelo MS e a capacitação de profissionais da área. Outras políticas de
humanização são a Lei do Acompanhamento (Lei 11.108/2005) que garante um
acompanhante para a parturiente durante o período de trabalho de parto, parto e pós-parto
imediato e a Política Nacional de Humanização do SUS (Lei n° 11.634/2007) que
assegura o atendimento de gestantes em qualquer maternidade pública, prevendo que caso
esta não possua subsídios é responsabilidade daquela instituição encaminhar a grávida de
forma segura até outra (Brasil, 2007; Brasil, 2005).
Uma ação mais abrangente, desenvolvida pelo MS, é a Portaria n° 1.459 de 2011
que apresenta a Rede Cegonha, instituída para assegurar o direito ao planejamento
reprodutivo e a atenção humanizada da gravidez ao nascimento e desenvolvimento seguro
da criança. A portaria possui como princípio: o respeito, a proteção e a realização dos
direitos humanos; o respeito à diversidade cultural, étnica e racial; a promoção da
equidade; o enfoque de gênero; a garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos
de mulheres, homens, jovens e adolescentes; a participação e a mobilização social; e a
compatibilização com as atividades das redes de atenção à saúde materna e infantil em
desenvolvimento nos Estados (Brasil, 2011).
Mesmo com o avanço de leis e programas que buscam modificar a visão sobre o
cuidado à mulher no período gestacional, são visíveis equívocos e falhas éticas e técnicas.
Usualmente, os profissionais da saúde acabam isentos de punições ou não são
denunciados pela própria falta de conhecimento das gestantes e seus familiares. O
desconhecimento também pode promover uma assimetria nesta relação, em que o

1 Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí: carolluizavasc@outlook.com


2 Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí: tatimachiavelli@yahoo.com
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profissional cumprirá o papel de determinar o melhor para a parturiente, sem que esta
possa apresentar escolha ou opinião sobre seu próprio corpo, acreditando que todo
procedimento realizado é a forma única e correta de ser executado (Brasil, 2012; Aguiar,
& Oliveira, 2010).
As práticas e procedimentos desnecessários e causadores de sofrimento no
momento do parto irão ser destacadas em pesquisas de diferentes estados brasileiros,
comumente sendo mais observada a realização de procedimentos sem autorização e/ou
consentimento da parturiente, retirando ou limitando seu direito a sanar dúvidas. Percebe-
se que mesmo após a implantação de políticas de humanização nas maternidades
brasileiras e havendo em algumas instituições a capacitação de profissionais, os índices
de VO permanecem altos; há permanência de procedimentos violentos e desnecessários,
que podem acarretar em prejuízos biopsicossociais às mulheres (Leal, 2014; Biscegli et
al., 2015).
Em pesquisa realizada no município de Jataí/GO, de 11 mães entrevistadas, 3
sofreram várias formas de VO, sendo predominantes a ação médica nestes casos. Em
estudo semelhante, apontam que de 172 puérperas pesquisadas, 27,9% sofreram algum
tipo de VO, o que representa um alto percentual ao se pensar que estas ações não deveriam
existir dentro de uma instituição hospitalar. Estes dados levantados mostram que há
prevalência de falta de orientação anterior, no momento e posterior ao parto às puérperas,
muitas acabam utilizando como método de cuidado e autocuidado as influências, crenças
e práticas passadas por gerações, que auxiliam e confortam neste período delicado. Estas
ações podem trazer prejuízos ou desinformações às mães, que pelo escasso conhecimento
acabam executando comportamento desnecessário, principalmente na alimentação e no
banho dos bebês (Luz, Assis e Rezende, 2015; Biscegli et al., 2015; Leal, 2014).
Percebe-se que esta assistência obstétrica agressiva e violadora é justificada pela
falta de preparo institucional hospitalar, de uma estrutura física adequada, de pessoal
capacitado e atualizado e de diretrizes assistenciais. A precária formação e capacitação
dos profissionais de saúde contribuem para a perpetuação de modelos tradicionais
tecnocráticos. Por fim, a manutenção de atos obstétricos cotidianos que violam os direitos
humanos é também alicerçada na ausência de fiscalização e punição. Mesmo com estas
observações, é presente o financiamento do MS e do Ministério da Educação e Ciências
para práticas que seguem as novas leis, principalmente aquelas instituições que adotam a
Rede Cegonha (Silva et al. 2014).
No âmbito da VO, é perceptível a carência de informação, desde a adolescência,
sobre sexualidade, direitos reprodutivos, ordem sociocultural, relações de saberes e muito
mais, havendo uma ignorância do próprio corpo e das suas relações cotidianas. Esta
deficiência educacional, é produtora de pessoas com pouca capacidade reflexiva-crítica
frente a realidade, que acabam se submetendo aos efeitos de dominação do outro, sem
conseguir se posicionar ou dialogar sobre as possibilidades que afetam sua própria vida
(Moreira, Torres, & Almeida, 2015).
Portanto, este trabalho objetiva investigar o olhar de mães sobre a ocorrência de
violência obstétrica na rede de atenção pública em um município do sudoeste goiano a
partir das políticas públicas sobre da temática. Compreendendo desta forma as relações
de poder e gênero relacionado ao processo de parto e o papel da psicologia neste contexto
de violência.

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2. Metodologia
A pesquisa encontra-se em desenvolvimento. Até o presente momento foi
realizado o levantamento bibliográfico. Tem cunho qualitativo, com amostragem
estipulada em 5 mulheres, sendo sua abrangência ou diminuição, atribuída de acordo com
a qualidade dos dados. Para esta construção serão selecionadas mulheres maiores de 18
anos, que passaram pelo procedimento de parto normal em 2016, eleitas a partir dos dados
fornecidos pelo hospital público da cidade que possui ala obstétrica.
Este trabalho conta com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (parecer N°
1.379.882). Serão utilizadas três imagens que remetem a maternidade e o parto com o
objetivo de abrir a discussão e estimular a investigação, em que será abordado o que esta
fotografia remete e como a participante a nomeia. Posteriormente, será realizada
entrevista semiestruturada de natureza individual, no local de escolha da entrevistada.
Esse processo será áudiogravado e transcrito na íntegra. Será solicitado anterior a
aplicação das ferramentas, a leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido.
As entrevistas semiestruturadas levantarão dados sóciodemográficos em conjunto
questões que auxiliam a mulher a expressar sua experiência naquela instituição que
realizou o parto. Para a análise dos dados, será usado o método de análise qualitativa de
conteúdo, que possui como característica a apreciação das falas das entrevistadas, a partir
de categorias, que normalmente incluem várias etapas de avaliação, em que se seleciona
o conteúdo de acordo com o tema específico (Flick, 2009).

3. Resultados e discussão
Busca-se compreender as experiências de mulheres no período de pré-parto, parto
e pós-parto de um município goiano, com perspectiva de representar os contextos de
violação ou cumprimento dos direitos ofertados a elas no processo de parturição. Nas
maternidades brasileiras, observa-se um avanço quanto aos aspectos legislativos que
regulamenta as ações humanizadas de atendimento às mulheres neste momento peculiar
da vida, sendo caracterizadas por modelos que buscam diminuir a quantidade de
procedimentos realizados pelos médicos no momento do parto (Brasil, 2007; Brasil,
2005). No estudo aqui realizado, as participantes afirmaram que desejaram o parto normal
em decorrência de sua rápida recuperação, confirmando a possibilidade de se realizar
parto cesária somente em casos de extrema necessidade.
A dificuldade nesta questão se pauta no não cumprimento e/ou falta de adaptação
dos funcionários e instituições hospitalares que insistem em realizar ações antiquadas,
muitas vezes justificadas pela precariedade da saúde pública, que envolvem altas cargas
horárias, falta de estrutura física e material. Desta forma, se observa que estes fatores não
são suficientes para justificar as violências verbais e o uso de procedimentos já
considerados incorretos pela medicina, encontradas em todos os relatos das pesquisas que
fundamentam esse estudo (Andrade et al., 2016; Aguiar, & Oliveira, 2010; Luz, Assis e
Rezende, 2015).
Percebeu-se que as participantes apresentavam grande dificuldade em conceituar
a VO, embora tenham passado por muitos procedimentos que a caracteriza, como a
episiotomia, realizado em todas. Mesmo que estes métodos sejam considerados
antiquados e violadores, as parturientes alegaram não considerá-los nocivos, mas
perceberam-no como um dispositivo positivo e auxiliador do parto. Infelizmente, o uso
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da episiotomia, ainda é comum e cotidiano nos centros obstétricos brasileiros (Brasil,
2011).
Assim, um parto consciente é uma forma de garantir e possibilitar a busca por
direitos, podendo oportunizar uma relação unilateral entre grávida e equipe de saúde
obstétrica, quebrando a existência da autoridade médica e ofertando um momento
saudável para todos os envolvidos. O psicólogo hospitalar poderia ser um mediador nesta
relação, permitindo uma troca de interesses, para que tanto o médico quanto a paciente
saiam satisfeitos desta experiência (Moreira, Torres, & Almeida, 2015; Biscegli et al.,
2015; Leal, 2014).
A VO ainda é tratada como rotina dentro das instituições hospitalares. É
encontrada na literatura uma repetição de relatos naturalizantes da VO por parte dos
profissionais, que expõem casos cotidianos de violência, acreditando ser a única forma
de se afirmarem como profissionais, mantendo um status de autoridade, em que a
parturiente não responde por seu corpo, sendo-lhe privado o diálogo de decisão sobre seu
próprio o parto. A adaptação ao modelo hospitalocêntrico contribui para que as mulheres
não questionem o saber médico, passando assim a acreditar em todas as orientações
recebidas. Dessa forma, é expressamente necessário criar métodos de combate para estas
ações, pois leis que a regulamentam já existem e não estão apresentando resultado
suficiente na eliminação da VO (Silva et al. 2014).

4. Conclusão
É importante o desenvolvimento de pesquisas que retratem a realidade de diversas
cidades e estados, podendo assim melhor perceber a legítima necessidade de mudanças
nos serviços de saúde públicos e assistenciais. Podendo assim construir uma melhor visão
dos desencadeadores destas relações violentas, possibilitando se pensar interversões de
combate a VO.

Referências
AGUIAR, J.M.; D’OLIVEIRA, A.F.P.L. Violência institucional em maternidades
públicas sob a ótica das usuárias. Inreface – comunicação, saúde, educação. São Paulo,
15 (36), 79-91, 2010.
BISCEGLI, T.S.; GRIO, J.M.; MELLES, L.C.; RIBEIRO, S.R.M.I.; GONSAGA,
R.A.T. Violência obstétrica: perfis assistenciais de uma maternidade escola do interior
do estado de São Paulo. Cuid. Arte Enfermagem. Catanduva – SP, 9 (1), 18-25, 2015.
Brasil. Humanização do parto: humanização no pré-natal e nascimento. Brasília, 2002.
Obtido em 04 de jun. 2016, de <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/parto.pdf>.
BRASIL. Lei n° 11.108, de 07 de abril de 2005. Brasília, 2005. Obtido em 14 de mai.
2016, de <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2005/Lei/L11108.htm>.
BRASIL. Lei n° 11.634, de 27 de dezembro de 2007. Brasília, 2007. Brasília, DF.
Obtido em 14 de mai. 2016, de <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2007/Lei/L11634.htm>.
BRASIL. Portaria n° 1.459, de 24 de junho de 2011. Brasília, 2011. Obtido em 14 de
mai. 2016, de
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_2011.html>.
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BRASIL. Dossiê da violência obstétrica: parirás com dor. Brasília, 2012. Obtido em 04
de jun. 2016, de
<https://www.senado.gov.br/comissoes/documentos/SSCEPI/DOC%20VCM%20367.p
df>.
BRASIL. Violência obstétrica: você sabe o que é?. Brasília, 2013. Obtido em 17 de jun.
2016, de
<http://www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/repositorio/41/violencia%20obstetrica.pd>.
BRASIL. Conversando sobre violência obstétrica. São Paulo, 2015. Obtido em 18 de
mai. 2016, de
<http://www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/repositorio/34/documentos/cartilhas/Cartilha_
VO.pdf>.
FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. (3ª. Ed.). Porto Alegre, RS: Artmed,
2009.
LEAL, G.C.G. Avaliação da atenção perinatal na perspectiva dos direitos das
mulheres em maternidades de risco habitual. UFG – Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem. Curitiba, 2014.
LUZ, N.F; ASSIS, T.R; REZENDE, F.R. Puérperas adolescentes: percepções
relacionadas ao pré-natal e ao parto. ABCS Health Sciences. Goiás, 40 (2), 80-84,
2015.
MOREIRA, M.F.S; TORRES, T.L.M; ALMEIDA, D.B.L. Direitos reprodutivos,
violência e humanização do parto: implicações em projetos para a educação em
sexualidade na juventude. Em, Tânia SAM. Brabo. Mulheres, gênero e violência (pp.
99-121). São Paulo, SP: Cultura Acadêmica, 2015.
SILVA, M.G; MARCELINO, M.C; RODRIGUES, L.S.P; TORO, R.C; SHIMO,
A.K.K. Violência obstétrica na visão de enfermeiras obstetras. Rev Rene. São Paulo,
15 (4), 720-8, 2014.

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A RELAÇÃO DO ASSÉDIO MORAL COM O


DESENVOLVIMENTO
DA SÍNDROME DE BURNOUT

Cole, Larissa1
Oliveira,Virgínia Célia de Barros2
Lucio, Ligía Laís de Jesus3
Sousa, Ivone Félix de4
Costa Neto, Sebastião Benício da5

Resumo: As relações de trabalho atuais propiciam casos de assédio moral no trabalho,


podendo causar impacto no desenvolvimento do adoecimento mental. Neste estudo
buscou-se analisar se o assédio moral no trabalho prediz o desenvolvimento da síndrome
de burnout. Participaram desta pesquisa 126 trabalhadores de um hospital público da
cidade de Goiânia. Realizou-se um estudo de natureza quanti-qualitativa, com visitas in-
loco. Foram aplicadas a Escala de Assédio Moral no Trabalho [EAMT] e o Maslach
Burnout Inventory-General Survey [MBI-GS]. Observou-se que o assédio moral impacta
descendente (cometido pelo superior/chefe) o desenvolvimento da síndrome de burnout
em relação às três dimensões (exaustão emocional, cinismo e ineficácia), gerando
impacto também no desenvolvimento do assédio moral ascendente, horizontal. Assim,
foi possível observar que a relação hierárquica influencia na ocorrência do assédio moral,
o que causa forte impacto no desenvolvimento da síndrome de burnout, apontando o
quanto as relações estabelecidas entre chefe/gestor e o trabalhador deve ser de respeito e
confiança para manutenção da saúde mental do trabalhador e do desenvolvimento das
relações interpessoais saudáveis na organização.

Palavras-chave: Assédio Moral; Saúde mental; Síndrome de Burnout

1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: cissacolle@gmail.com


2 Centro de Referência do Trabalhador do Estado de Goiás. E-mail: vcbo01@hotmail.com
3 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: ligialays2@hotmail.com
4 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: ivonefelixsousa@gmail.com
5 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: sebastiaobenicio@gmail.com

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1 Introdução
Atualmente, diversas transformações têm ocorrido no mundo do trabalho, como a
globalização, o aumento do número de desempregos, terceirização, crescimento do setor
informal, contratos por tempo determinado e aumento da concorrência (CAHÚ; LEITE;
NÓBREGA; FERNANDES; COSTA; COSTA, 2012). Essas mudanças transformam a
forma de relação entre as pessoas no ambiente do trabalho, com atribuições de valores
dos mais variadas, reforçando status de hierarquias e competitividade entre os
trabalhadores (BORGES; ARGOLO; MACHADO; PEREIRA; SILVA, 2002). Isso faz
com que uns exerçam domínio sobre outros, definindo determinados espaços territoriais,
característica definidora do assédio moral (CAHÚ, et al, 2012).
A discussão sobre assédio moral, conforme aponta Heloani (2004), é nova, porém,
o fenômeno, é antigo. Desde o Brasil colônia, índios e negros eram humilhados pelos
colonizadores que, de alguma forma, se julgavam superiores e submetiam aos
inferiorizados suas crenças. Na nossa sociedade pós-moderna, o assédio moral –
ocorrência de atos repetitivos e contínuos que implicam na desestabilização das relações,
onde um assume o poder sobre o(s) outro(s) – vem crescendo continuamente, e interfere
não só no desempenho pessoal, mas prejudica todo o funcionamento da empresa
(MACIEL; CAVALCANTE; MATOS; RODRIGUES, 2007). De acordo com Lima,
Bispo, Gonçalves e Coelho (2014), existem diferentes tipos de assédio moral,
caracterizado por condutas abusivas, que inferiorizam e comprometem o clima
organizacional, manifestando-se de diferentes formas: descendente, quando vem de
alguém com cargo superior/chefias; horizontal, com agressões cometidas por colegas e
mista, quando o assédio vem de mais de uma direção.
As consequências do assédio moral implicam na saúde psíquica, emocional e
física do indivíduo, e podem causar diversos problemas, como: depressão, ansiedade,
baixa autoestima, dificuldade com as relações interpessoais fora do ambiente de trabalho,
apatia, sensação de incompetência, despersonalização, sono excessivo, entre outros
sintomas comportamentais (MACIEL et al, 2007).
O termo burnout refere-se àquilo que chegou a seu limite de energias, sendo
utilizado pela primeira vez em 1974 por Herbert J. Freudenberger (BENEVIDES-
PEREIRA, 2008). A Síndrome de Burnout designa aquilo que parou de funcionar por
exaustão energética, em decorrência de excessivo desgaste de energias e acomete,
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principalmente, as profissões que envolvem cuidados com a saúde, educação e serviços
humanos (MUROFUSE; ABRANCHES; NAPOLEÃO, 2005). Está relacionada a
excessivos e prolongados níveis de estresse ocupacional, sendo considerada por Carlotto
e Câmara (2008) um quadro clínico psicológico.
Segundo Rosa e Carlotto (2005), a concepção mais utilizada em pesquisas atuais
é a sócio psicológica; que compreende a síndrome como um processo multidimensional,
constituído por três dimensões: exaustão emocional - caracterizada por sentimentos de
desesperança, solidão, raiva, impaciência, irritabilidade, diminuição da empatia -,
despersonalização (cinismo) - sensação de alienação em relação aos outros -, e ineficácia
- tendência a auto avaliação negativa em relação ao trabalho (TRIGO; TENG; HALLAK,
2007).
Até pouco tempo atrás, o trabalho não era visto como agente etiológico capaz de
prejudicar a saúde mental do trabalhador, sendo escassos os dados estatísticos sobre o
assunto (MUROFUSE et al., 2005). Países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos
e Canadá, apresentam grande incidência de doenças mentais nos trabalhadores. Tendo em
vista que no Brasil, o quadro econômico que afetou esses países tem se repetido
gradualmente, tornam-se necessário mais estudos sobre a situação problema, com a
elaboração de pesquisas visando a obtenção de resultados para auxiliar no
desenvolvimento de estratégias que minimizem o adoecimento dos trabalhadores e suas
consequências pessoais e organizacionais (MUROFUSE et al., 2005). Assim, buscou-se
neste estudo analisar se o assédio moral no trabalho prediz o desenvolvimento da
síndrome de burnout nos trabalhadores de um hospital público na cidade de Goiânia.

2 Método
A presente pesquisa está inserida em um estudo maior intitulado ‘Qualidade de
vida, sofrimento psíquico e manifestações psicossomáticas do trabalhador’, que foi
inserido na Plataforma Brasil com o número CAAE: 44034815.5.0000.0037 e aprovado
pelo Comitê de Ética e Pesquisa da PUC Goiás com o Parecer Nº 1.246.875, respeitando
as normas estabelecidas pela resolução 466/12. Foi realizada no período de julho de 2015
e junho de 2016.
Participaram dessa pesquisa 126 profissionais de um hospital público de Goiás.
Para obter a coleta de dados referentes às variáveis dependentes e independentes, foram
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utilizadas como instrumento de medidas a Escala de Assédio Moral no Trabalho
(EAMT) e o Maslach Burnout Inventory-Genera Survey (MBI-GS). O MBI-GS está em
processo de validação para o Brasil pelo Grupo de Estudo e Pesquisa “Núcleo de
Pesquisa em Psicopatologia Clínica e Psicologia e Saúde” (NPPS) da PUC Goiás. Para
este estudo foi feita a análise fatorial dos itens e observou-se a configuração das três
dimensões: exaustão emocional (α = 0,89), cinismo (α = 0,72) e ineficácia profissional
(α = 0,77). Portanto, este inventário é um instrumento apresenta consistência interna
entre as dimensões com níveis, estatisticamente, aceitáveis. A EAMT está sendo
validada pelo grupo de pesquisa e foi elaborada a partir de uma lista de atitudes hostis
que podem ser utilizadas para detectar a existência de assédio moral no trabalho e
dividida em sofridos por chefe superior (α= 0,92), equipes (α= 0,88) e por colegas (α=
0,90).
Os questionários foram entregues pessoalmente a cada trabalhador, sem
identificação dos nomes dos participantes. Posteriormente à coleta de dados, foram feitas
análises por meio do Programa estatístico SPSS-18 (Statistical Package for Social
Sciences).

3 Resultados e Discussões
Para a obtenção dos resultados, foram analisando os três aspectos da EAMT
(cometido pelo chefe, equipe e colegas) relacionando-os com as três dimensões do
burnout (SB) (exaustão emocional, cinismo e ineficácia). O assédio moral pode ocorrer
de forma descendente, quando é exercida uma conduta autoritária e abusiva por
superiores; horizontal, quando ocorrem assédios entre pessoas da equipe ou colegas;
ascendente, quando vem do trabalhador para o superior; e mista, quando o assédio vem
de mais de uma direção (LIMA; BISPO; GONÇALVES; COELHO, 2014). Neste estudo,
ao analisar a relação do assédio moral e o desenvolvimento da síndrome de burnout,
observou-se que apenas o assédio descendente apresentou impacto significativo
estatisticamente no desenvolvimento das três dimensões da síndrome (p<0,01) (tabela 1).

Tabela 1. Resultados da regressão linear aplicada à análise

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Síndrome de Burnout Exaustão Cinismo Ineficácia
Assédio Moral Beta t p< Beta t p< Beta t p<
Chefe 0,467 3,862 0,001 0,432 3,574 0,001 0,262 1,903 0,006
Equipe 0,033 0,173 0,863 0,087 0,463 0,644 0,2 0,926 0,357
Colegas 0,047 0,286 0,776 0,103 0,627 0,532 0,256 1,353 0,179
Coeficiente de regressão R = 0,519 R = 0,565 R = 0,300
2 2 2 2
Variância explicada R = 0,27; R Ajustado = 0,25 R = 0,32; R Ajustado = 0,30 R = 0,90; R2Ajustado = 0,60
2

Teste estatístico F (3,97) = 11,534; p < 0,001 F (3,97) = 13,583; p < 0,001 F (3,97) = 2,974; p < 0,036
Nota. A mensuração da variável síndrome de burnout foi realizada por meio de uma escala de medidas que varia de 0
(nunca) a 6 (todo dia) e o assédio moral em uma escala que varia de 1 (discordo totalmente) a 5 (concordo totalmente).

De acordo com Borges, Argolo, Machado, Pereira e Silva (2002), o


estabelecimento de hierarquias na instituição aumenta a competitividade entre os
trabalhadores, favorecendo as condutas autoritárias e de dominação no ambiente de
trabalho. Isso se torna claro neste estudo quando observados os resultados do
desenvolvimento da síndrome de burnout relacionados apenas às agressões cometidas
pelos chefes na instituição pesquisada. O que preocupa em relação a este resultado é que
o indivíduo agredido moralmente pode apresentar diversos sintomas comportamentais,
como: depressão, ansiedade, baixa autoestima, dificuldade com as relações interpessoais
fora do ambiente de trabalho, apatia, sensação de incompetência, despersonalização, sono
excessivo. Muitos desses sintomas são observados em pessoas que desenvolveram a
síndrome de burnout. O assédio moral no ambiente de trabalho, além de prejudicar a
saúde psíquica do trabalhador, afeta a saúde emocional e física. Contudo, em um ambiente
em que ocorrem assédios, não há comprometimento apenas aos trabalhadores; havendo a
desestruturação da organização como um todo (MACIEL et al, 2007).

4 Conclusão
Como o assédio moral descendente, neste estudo, apresentou-se como preditor do
desenvolvimento da síndrome de burnout pode-se inferir que na instituição pesquisada a
hierarquia da instituição propicia a condutas autoritárias, ou seja, o assédio descendente,
por meio de relações de dominação àqueles que estão em posições abaixo na hierarquia.
Porém, a síndrome de burnout é apenas uma das possíveis consequências para o indivíduo
assediado moralmente. Portanto, torna-se preciso realizar outros estudos que possam
trazer melhor compreensão deste construto ‘assédio moral’ e suas complicações na saúde
mental do trabalhador. Afinal, os trabalhadores aqui pesquisados, são aqueles que estão

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cuidando dos pacientes hospitalares e lidando diretamente com o sofrimento do outro.
Em decorrência disso, é importante que se realizem mais estudos sobre as relações que
causam adoecimento no trabalhador, buscando planos e estratégias de melhorias para a
saúde dos indivíduos, que, consequentemente, fará com que haja um melhor desempenho
da instituição.

Referências

[1] BORGES, L. O.; ARGOLO, J. C. T.; PEREIRA, A. L. S. de; MACHADO, E. A. P.;


SILVA, W. S. A síndrome de burnout e os valores organizacionais: um estudo
comparativo em hospitais universitários. Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, 2002.
[2] CAHÚ, G. R. P.; LEITE, A. I. T.; NÓBREGA, M. M. L. da; FERNANDES, M. G.
L.; COSTA, K. N. F. M.; COSTA, F. S. G. Assédio moral: análise de conceitos na
perspectiva evolucionista de Rodgers. João Pessoa, Universidade Federal da Paraíba,
2012.
[3] CARLOTTO, M. S. A síndrome de burnout e o trabalho docente. Maringá, 2002.
[4] CARLOTTO, M. S.; CAMARA, S. G. Análise da produção científica sobre a
Síndrome de Burnout no Brasil. PSICO, Porto Alegre, 2008
[6] HELOANI, R. Assédio moral - um ensaio para a expropriação da dignidade no
trabalho. São Paulo, Fundação Getúlio Vargas – Escola de administração de
empresas de São Paulo, 2004.
[7] LIMA, B. A. A. C., BISPO, A. C. K. de A., GONÇALVES, H. S., COELHO, K. da
S. (2014). Reflexões sobre assédio moral: um estudo à luz da organização Pessoense
com maior incidência em ações trabalhistas entre 2008 e 2012. Revista Gestão &
Tecnologia, Pedro Leopoldo,14(1), 201-224.
[8] MACIEL, R. H.; CAVALCANTE, R.; MATOS, T. G. R.; RODRIGUES, S. Auto
relato de situações constrangedoras no trabalho e assédio moral nos bancários: uma
fotografia. Fortaleza: Universidade de Fortaleza; Recife: Sindicato dos bancários de
Pernambuco, 2007.

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[9] MUROFUSE, N. T.; ABRANCHES, S. S.; NAPOLEÃO, A. Reflexões sobre estresse
e burnout e a relação com a enfermagem. Revista latino americana de Enfermagem,
2005.
[12] TRIGO, T. M.; TENG, C. T.; HALLAK, J. E. C. Síndrome de burnout ou estafa
profissional e os transtornos psiquiátricos. São Paulo, 2007.

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DESENVOLVIMENTO DE SINTOMAS PSICOSSOMÁTICOS


E OS ASPECTOS DA VIDA NO TRABALHO

Graças, Marisa Kamenach das1


Sousa, Ivone Félix4
Costa Neto, Sebastião Benício da5

Resumo: Trabalho é tema de debate dentro das organizações e academias. Em todos os


ambientes procuram-se compreender a relação do homem- trabalho, visto que essa
relação tem levado o trabalhador a adoecer. Busca-se por meio deste estudo analisar se
existe correlação entre o desenvolvimento de sintomas psicossomáticos e os fatores da
vida no trabalho em um estudo quanti-qualitativo. Foram pesquisados neste estudo 126
trabalhadores de um hospital público do Estado de Goiás, utilizando o fator 5 (distúrbios
psicossomático) do QSG e a Escala de Vida no Trabalho. Os resultados apontaram a falta
de controle percebida pelos trabalhadores em relação ao seu trabalho, como fator que os
levam a sentirem a carga de trabalho como insustentável, e podendo levar ao
desenvolvimento sintomas psicossomáticos. Percebe-se a necessidade de uma reflexão
sobre a forma de gestão das unidades de saúde na direção de melhorar as relações de
controle dentro do ambiente de trabalho, a fim de prevenir e minimizar o adoecimento do
trabalhador.

Palavras-chave: Vida no trabalho; Sintomas psicossomáticos; Controle

1 Introdução
Desde a infância muitas das brincadeiras falam do mundo do trabalho, assim, as crianças
experienciam e aprendem as várias profissões, por meio do universo lúdico. Quando adultos ou
ainda adolescentes alguns buscarão uma atividade laboral, o que ninguém espera é adoecer em
função do trabalho; ao contrário é esperado que ele proporcione conquistas ou ao menos a
manutenção da vida. Infelizmente alguns trabalhadores adoecem e precisam se afastar do trabalho
segundo o Ministério do Trabalho e Previdência Social só no ano de 2015 foi concedido 4.969

1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: kamenachmarisa@gmail.com


4
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: ivonefelixsousa@gmail.com
5
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: sebastiaobenicio@gmail.com
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afastamentos para trabalhadores com queixa de algum transtorno neurótico, relacionados ao
estresse ou a transtornos somatoformes (Ministério do Trabalho e Previdência Social, 2016).
As empresas tem se preocupado com a qualidade de vida de seus trabalhadores, mas por
falta de um conceito mais universal sobre este construto, cada organização promove ações por
vezes programadas ou dispersas, o que incorrem no risco de não levar a promoção da qualidade
de vida do trabalhador (MACÊDO, 2004), assim acredita-se que pela falta de consenso ou mesmo
pela não aplicação de ações voltadas para qualidade de vida no trabalho, o trabalhador pode esta
adoecendo física e psiquicamente. Nesta dinâmica a comunidade acadêmica tem apresentado
indagações sobre, quais fatores podem contribuir para o adoecimento do trabalhador. Nesse
estudo destaca-se a contribuição de Maslach (2006), que desenvolveram o termo: vida no
trabalho, que é composto de seis fatores, que estão inter-relacionados entre si, carga de trabalho,
controle, recompensa, comunidade, justiça e valores (organizacionais e do trabalhador).
A definição para o termo carga de trabalho, sempre vão perpassar pela soma de
duas dimensões, a física e a psíquica. Os seus resultados são antes influenciados na forma
como estas duas dimensões são vivenciadas no ambiente de trabalho: na organização e
execução das tarefas e nas relações que por elas são permeadas, que podem levar ou não
o trabalhador a adoecer (OLIVEIRA et al., 2013). A carga de trabalho é influenciada pelo
controle, a exemplo do que existiu no sistema do Taylorismo, em que se disciplinou o
corpo do trabalhado às máquinas, desconsiderando o trabalhador como sujeito ativo no
processo (GUIMARÃES, 2006). Nos dias atuais esse controle do corpo é bem menor
(SATO, 2010) e ele ocorre com mais frequência, como aponta Guimarães (2006), nas
técnicas políticas e nas práticas organizacionais. Até mesmo nos ambientes ditos
‘humanistas’ o controle é utilizado, como recompensas sociais e emocionais.
Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (2004) afirmam que a recompensa é uma
retribuição por algo que foi recebido, e que pode ocorrer sobre duas formas, a tangível e
a intangível. A primeira refere-se a bens materiais e a última pode ser materializada em
frases de incentivo e/ou parabenização, mas os autores alertam que elas só terão efeito se
atenderem as expectativas dos trabalhadores. Mesmo que o trabalhador não pare para
pensar sobre como as recompensas então sendo utilizadas para controlar seu
comportamento elas refletem sobre a ótica da justiça, como explica Zanelli, Borges
Andrade e Bastos (2004), referenciando Adams (1963), as pessoas estão sempre
avaliando se são justas as retribuições que estão recebendo em suas relações; se
perceberem como injustas, elas podem tentar modificar suas estratégias para conseguir

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mudar a situação, mas se não obtiverem uma boa resposta elas consequentemente iram
desistir da relação. Essa avaliação pode ser representada nos estudos de Oliveira et al
(2013) com enfermeiros residentes, estes relataram sentir-se estressado com o esforço que
tinham que fazer para cumprir sua carga de trabalho, que fora considerada pesada e no
controle de equipamentos tecnológicos, mas em contra partida sentiam-se recompensados
nas relações com seus superiores, pois sentiam-se apoiados e trados com justiça e
respeito.
Esse apoio relatado nessa situação leva ao conceito de comunidade, que segundo
tem como principais fundamentos a solidariedade e a reciprocidade dentro de um grupo
que partilha não só do espaço físico, mas também do subjetivo. Nas organizações essas
relações estão permeadas pelos valores dos trabalhadores e da organização, mas,
sobretudo, como diz Tamayo (2008), a organização pode até colocar seus valores para os
trabalhadores, os quais ela buscou nos valores da sociedade, mas quem os ratifica, são os
trabalhadores que os avaliam junto aos seus valores, e que só abrem mão desses se
reconhecer que existe uma prioridade predominante dos interesses coletivos sobre os
individuais. Assim, nessa dinâmica que envolve esses fatores no contexto do trabalho,
embora de forma particular em cada situação, acredita-se que dependendo de como são
estabelecidas essas relações, o trabalhador pode desenvolver sintomas psicossomáticos,
que são formados a partir da relação de três subsistemas (corpo, mente e social),
desencadeando em queixas físicas ligadas ao psíquico (RANGEL, 2009), mais comuns
são: “vômitos, diarreia” [...] “cefaleia” [...] “falta de ar em repouso, tonturas” [...],
“fraqueza muscular, desmaios” [...] entre outros (p. 04). Diante deste contexto, neste
estudo, buscou-se analisar se existe correlação entre o desenvolvimento de sintomas
psicossomáticos e os fatores da vida no trabalho.

2 Método
Esta pesquisa faz parte de um estudo maior que tem como título ‘Qualidade de vida,
sofrimento psíquico e manifestações psicossomáticas do trabalhador’, que foi inserido na
Plataforma Brasil com o número CAAE: 44034815.5.0000.0037 e aprovado pelo Comitê de Ética
e Pesquisa da PUC Goiás com o Parecer Nº 1.246.875, respeitando as normas estabelecidas pela
resolução 466/12. Foi realizada no período de julho de 2015 e junho de 2016. Participaram deste
estudo os servidores de um hospital público do estado de Goiás. Os critérios de inclusão foram:

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trabalhadores que estivessem presentes no local de trabalho nos dias da pesquisa e que aceitassem
participar da mesma diante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram
excluídos os servidores que estivessem em processo de desligamento do hospital.
As variáveis sociodemográficas selecionadas para este estudo foram: sexo e idade. Para
variáveis socioprofissionais foram selecionadas: regime de trabalho e horário de trabalho. Para
avaliar os fatores da vida no trabalho foi utilizado um instrumento formulado Leiter e Maslach
em 2006, que está sendo validado para o Brasil pelo Núcleo de Pesquisa em Psicopatologia
Clínica e Psicologia da Saúde (NPPS) da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Ele é
composto por 32 itens, que avaliam os seis fatores da vida no trabalho: carga de trabalho (α =
0,76), controle (α = 0,69), recompensa (α = 0,82), comunidade (α = 0,82), justiça (α = 0,82) e
valores (α = 0,72).
Associada a esta escala foi aplicado a versão brasileira elaborada por Pasquali et al.
(1996) do QSG “Questionário de Saúde Geral de Goldberg”. Este instrumento visa verificar, se
no momento presente do teste em relação aos demais momentos da vida do sujeito, há um
agravamento da saúde mental. Ele é composto por 60 itens e dividido em 05 fatores e um escore
geral de distúrbios mentais. Em função dos objetivos deste artigo foram analisados apenas os itens
do fator que correspondem aos distúrbios de ordem psicossomática (α = 0,83). Para realizar as
análises descritivas e correlacionais os dados foram inseridos no programa estatístico SPSS-18.

3 Resultados e Discussões
Participantes desta pesquisa 126 trabalhadores de um hospital público. Os
resultados sociodemográficos apontam que a maioria é do sexo feminino (69%), estão
predominantemente na faixa etária de 20-40 (72,7%), o regime de trabalho tipo
celetista/CLT predominou com 50% de funcionários. O horário de trabalho
predominante foi o de regime integral (57,1%).
Ao analisar as correlações estatisticamente significativas pode-se dizer que a correlação
entre controle e os distúrbios psicossomáticos aponta que quando o trabalhador percebe que não
tem controle de suas atividades e de sua vida no trabalho, este pode desenvolver sintomas
psicossomáticos. Assim como, aquele trabalhador que apresenta sintomas psicossomáticos
desenvolvidos, percebe que não controlam sua vida no trabalho. Observa-se também que a
correlação entre controle e carga de trabalho aponta que quando o trabalhador percebe que não
tem controle das atividades realizadas no trabalho, isto pode levá-lo a perceber que possui uma
carga de trabalho insustentável. Assim como, aquele trabalhador que percebe sua carga de
trabalho insustentável não consegue controlar sua vida no trabalho. A correlação entre a carga de
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trabalho e os distúrbios psicossomáticos aponta que quando o trabalhador percebe sua carga de
trabalho insustentável, este pode desenvolver sintomas psicossomáticos. Assim como, aquele
trabalhador que possui sintomas psicossomáticos percebe sua carga de trabalho insustentável.
Os resultados referentes a correlação entre distúrbios psicossomáticos e os
aspectos da vida no trabalho, apontaram dois fatores associados ao surgimento de
sintomas psicossomáticos, o controle e a carga de trabalho, sendo o controle o principal
fator. Quando o trabalhador percebe que não tem o controle sobre as suas atividades ele
sente a sua carga de trabalho como insustentável o corroboram com outras pesquisas, que
também relataram a falta de controle percebida do trabalhador sobre suas atividades, com
o desenvolvimento de agravos na saúde do trabalhador, o burnout nas pesquisas de Silva
et al. (2015) e transtornos mentais comuns observado na pesquisa de Marcelinho Filho e
Araújo, (2015).

4 Conclusão
Essa pesquisa aponta que o fator controle que está presente no termo vida no trabalho tem
relação especial com o surgimento de sintomas psicossomáticos, o que é endossado pelos
resultados das pesquisas já mencionadas, para a contribuição de agravos na saúde do trabalhador.
Para este grupo pode se ver estes sintomas citados como dor de cabeça e cansaço. Compreende-
se que é necessário modificar essa situação, a fim de melhorar a relação do trabalhador com o seu
trabalho prevenido o surgimento de sintomas psicossomáticos e outros agravos relacionados à
vida psíquica do trabalhador. Acredita-se que uma boa saída está na reflexão que Sato (2010) faz
ao citar Habermas (1987), sobre a necessidade de se construir um espaço de dialogo para que os
trabalhadores possam negociar, modificar e reconstruir as regras que controlam suas atividades,
e que esse espaço esteja além do que tange a materialidade do trabalho e atinja a percepção de
mundo vivido dos trabalhadores. Faz-se necessário investir em políticas públicas que voltem para
a proteção da saúde mental do trabalhador da área da saúde.

Referências

[1] BORGES-ANDRADE, J.E.; BASTOS, A.V.B. (Org.). Psicologia, organizações e


trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 145-176.

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[2] GUIMARÃES, Magali Costa. Controle no trabalho: uma reflexão sobre antigas e
novas formas de controle e suas consequências sobre os trabalhadores. Revista de
Gestão USP, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 1-10, janeiro/março 2006.
[3] MARCELINO FILHO, A.; ARAUJO, T.M. Estresse ocupacional e saúde mental dos
profissionais do centro de especialidades médicas de Aracaju. Trab. educ. saúde, Rio
de Janeiro, v. 13, supl. 1, p. 177-199, 2015.
[4] MASLACH, C. (2006). Promovendo o envolvimento e reduzindo o burnout. In Anais
do VI Congresso de Stress da ISMA-BR e VIII Fórum Internacional de Qualidade
de Vida no Trabalho. Porto Alegre: CD-ROM.
[5] MACÊDO, K. B. Qualidade de vida no trabalho: O olhar da psicologia e da
administração. Goiânia: Ed. da UCG, 2004, p. 113-128.
[6] OLIVEIRA, E.B. et al. Esforço e recompensa no trabalho do enfermeiro residente em
unidades especializadas. Rev. enferm. UERJ, v. 21, n. 2, p. 173-178, abr.-jun. 2013.
[7] SATO, L. Saúde e controle no trabalho, feições de um antigo problema. In: Jacques,
M.G.; Codo, W. (Org.). Saúde mental & trabalho: leituras. 4. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2010. p. 31-49.
[8] SILVA, Jorge Luiz Lima da et al. Fatores psicossociais e prevalência da síndrome de
burnout entre trabalhadores de enfermagem intensivistas. Rev. bras. ter. intensiva,
São Paulo, v. 27, n. 2, p. 125-133, jun. 2015
[9] TAMAYO, Álvaro. Valores organizacionais. In: SIQUEIRA, M.M.M (org) Medidas
do Comportamento Organizacional: Ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto
Alegre: Artmed, 2008, p. 309-340.

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EXPERIENCIAR A DINÂMICA DO CONFLITO:


CONTRIBUIÇÕES DA DRAMATIZAÇÃO
NO PROCESSO DE MEDIAÇÃO

Gisele de Souza Santos1

Palavras-chave: conflito, psicodrama, mediação, sistema familiar.


1 Introdução
O psicólogo enquanto profissional da escuta, é convocado a mediar situações de
conflito em muitos ambientes em que ofereça seu trabalho. Dispondo de uma postura
pacifica e de neutralidade sobre o sujeito e numa orientação colaborativa com este, sua
atuação busca, de acordo com Barbosa (1996), a ressignificação de situações de
sofrimento e desgaste nas relações, propondo atitudes a promoção do bem estar.
A palavra conflito é originada do latim conflictus do verbo confligo, confligere
que significa choque entre duas coisas, embate de pessoas que lutam entre si. (Greco,
2014, p.1). O conflito sendo um movimento de contradição entre duas ou mais pessoas,
pode tomar forma como um sintoma, esses que são vistos, segundo Szymanski e Gomes
(1976) como tendo função individual e social e constituem-se numa denúncia de que algo
não vai bem neste sistema.
Moore (1998) enfatiza que o conflito não é necessariamente ruim, é um fato e dele
pode-se conduzir a um crescimento produtivo para todas as partes envolvidas.
A atuação do psicólogo no campo jurídico no Brasil, de acordo com Lago, Amato,
Teixeira, Rovinski, e Bandeira (2009), data-se no início da regulamentação da profissão
na década de 1960. Essa interface das disciplinas psicologia e direito foi construída de
forma lenta e gradual e inicialmente até informal e voluntária.
A Resolução n. 125 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de novembro de 2010,
instituiu a criação de núcleos e centros de solução de conflitos em todos os tribunais
brasileiros. A criação desta resolução teve objetivo de abrandar os infindáveis processos
no judiciário com a prática da mediação e conciliação, ambos podendo ser realizados em

1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: gisele@imagem7.com.br

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momento pré processual e de forma autocompositiva, ou seja, as próprias pessoas são
autoras da decisão. (CNJ, 2010)
Para atuar o mediador deve estar cadastrado no Tribunal de Justiça e “possuir
qualificação que o habilite à atuação judicial, com capacitação na forma desta Resolução,
observada a reciclagem periódica obrigatória para formação continuada”. (CNJ, 2010,
p.9)
Quanto à atuação do psicólogo na prática da mediação, Lago et al., (2009)
salientam que, o psicólogo pode atuar como mediador, em situações em que os litigantes
mostrem-se dispostos a tentar um acordo ou, quando o juiz julgar que a demanda compete
à mediação. Ao psicólogo pode ser solicitada ainda, avaliação de uma das partes ou do
casal.
Moore (1998) afirma que os conflitos latentes, configuram-se em forças implícitas não
reveladas de forma plena, que interferem de forma significativa na resolução do
problema, ou ainda, impedem a tomada de consciência sobre a seriedade e
desdobramentos do conflito. Já os conflitos emergentes, configuram-se como disputas
claramente identificadas, sem uma negociação cooperativa viável para ambas as partes.
O biólogo Ludwig Von Bertalanffy desenvolveu um modelo teórico denominado
teoria geral dos sistemas que combinava conceitos do pensamento sistêmico e de seus
estudos da biologia, postulando princípios aplicáveis aos seres vivos e aos sistemas
sociais, salienta Costa (2010). Essa visão trouxe à psicologia um olhar para as interações,
não apenas ao individual.
Capra (1996) discorre que Bertalanffy empenhou-se em substituir os
fundamentos mecanicistas da ciência pela visão holística, estruturando em sua teoria geral
dos sistemas uma divisão entre sistemas físicos e biológicos, e consequentemente,
conforme Lopes, Lopes, e Lobado (2006) estaria libertando as Ciências Humanas do
modelo das Ciências Exatas.
A teoria geral dos sistemas influenciou o movimento da terapia com foco na
família. Segundo Machado (2012), o início da terapia familiar se deu em um contexto de
transição do pensamento analítico ao pensamento sistêmico. Já não se tratava o indivíduo
sozinho, mas trazia a família para o consultório.
Para com Nichols e Schwardtz (1998), uma das premissas da terapia familiar era
de que há na família a capacidade de mudança e esta está ligada a disposição à

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comunicação. Logo, as intervenções recomendadas são aquelas que levem os envolvidos
em um conflito a comportarem-se de maneira que possam produzir mudança.
.
De acordo com Ramalho (2011), o psicodrama é uma abordagem que se situa na
interface entre a arte e a ciência, mantendo os benefícios de ambas. É um método que
estuda as verdades existenciais através da ação, pois em grego, etimologicamente, a
palavra “drama” significa “ação”, sendo assim, terapia da ação dramática. A gênese do
método é uma reação aos métodos individualistas e racionalistas predominantes,
privilegiando o estudo do homem em relação.
O psicodrama nasceu como uma abordagem sócio psicoterápica e fora construída
por Jacob Levy Moreno (1889-1974). Ramalho (2010) destaca que apesar de médico,
Moreno foi um pensador interessado a questões referentes às relações sociais e, ao mesmo
tempo, envolvido com a arte, especialmente o teatro.
Moreno trouxe à psicologia a compreensão do homem como agente espontâneo.
Gonçalves, Wolff e Almeida (1988) afirmam que essa visão traz o homem como
possuidor dos recursos inatos: espontaneidade, criatividade e sensibilidade. Esses
recursos favorecem o desenvolvimento e ao mesmo tempo podem ser perturbados por
“ambiente ou sistemas sociais constrangedores”p.4
Para Galera e Luis (2002) as relações entre os membros da família influenciam,
de maneira significativa, os comportamentos, crenças e sentimentos de cada membro do
sistema familiar. Sendo assim, de acordo com o princípio da circularidade, tais
comportamentos, crenças e sentimentos influenciam, por sua vez, as relações entre os
diferentes membros.
Esses princípios também foram estudados pelo filósofo e teólogo alemão, Bert Hellinger,
que por meio de estudos práticos, influenciado pela terapia familiar, conceituou três leis
básicas no sistema familiar, na filososfia que ele nomeou de ordens do amor, sendo elas:
ordem, pertencimento e compensação.
Esse trabalho justifica-se na oportunidade de promover a experiência da
profissional no campo social de atuação do psicólogo em um centro de mediação de
conflitos.
Objetiva-se, portanto, compreender como o paradigma sistêmico em comunhão
com as práticas do teatro da espontaneidade de Moreno contribuem com o processo de

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solução de conflitos e permitem dar voz ao que a família em conflito não consegue
descrever e a partir disto trazer à tona possibilidades de comunicação para tomada de
decisão favorável a ambas as partes.

2 Metodologia

Participantes
Feliciano (nome fictício), 53 anos, casado com Ana (nome fictício), 41 anos. O casal,
Feliciano e Ana, procuraram o III Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania durante
a Semana de Conciliação do ano de 2015, encaminhados pelo Tribunal de Justiça de Goiás. O
casal entrou com pedido de divórcio e foram ouvidos pela equipe de Conciliação e após não
chegarem a um acordo os conciliadores encaminharam o casal à mediação que foram atendidos
em sessão única.

Ambiente e Materiais
O atendimento aconteceu no III Centro de Mediação de Conflitos e Cidadania, situado
na PUC Goiás, Campus V Jardim Goiás. O centro conta com uma recepção, uma sala e espera,
secretaria, uma sala para audiência e quatro salas para atendimento jurídico. O espaço para
atendimento da mediação conta com uma sala principal, com mesa de atendimento e cadeiras e
uma mesa com computador para registro das sessões, a antessala, divida por espelho, conta com
cadeiras e som, para observação do processo pela equipe reflexiva (demais estagiários) e
Professora Supervisora.
Os materiais utilizados foram um gravador de voz portátil, folhas de papel A4, caneta,
notebook, termo de consentimento livre e esclarecido e impressora.

Procedimento
A família procurou o III CEJUSC e no momento do atendimento, foi apresentado o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo), no qual oferecia total sigilo com as
identidades dos participantes na oportunidade de concordarem com os estudos e práticas de
pesquisa utilizando os dados colhidos nas sessões. Para o presente estudo foi utilizada a
metodologia do estudo de caso, que de acordo com Ventura (2007), tem objetivo de investigar
um caso específico, bem delimitado, contextualizado com a finalidade de obter uma busca
circunstanciada de informações. Foram utilizadas também as técnicas do psicodrama – duplo e
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espelho.A sessão foi gravada, transcrita e discutida em supervisão. Os nomes usados são fictícios,
para preservar a identidade dos participantes.
3 Resultados e Discussões
Para melhor compreensão do leitor acerca da experiência do presente estudo de
caso, serão destacados e discutidos trechos do atendimento com o casal. As falas serão
identificadas com a sigla “F” para Feliciano, “A” para Ana, e “T” para terapeuta
estagiária.
A escuta ativa é uma habilidade que deve perpassar a condição de uma mediação, segundo
Sales e Chaves (2014). Neste sentido, ao longo do início do atendimento do casal Feliciano e Ana,
a escuta foi fundamental para a construção do rapport, bem como para a compreensão da
dinâmica do conflito pela terapeuta estagiária e a equipe reflexiva.
T: O que traz vocês aqui a mediação?
A: Pra te falar a verdade, eu nem sei!
T: E para você, Feliciano, o que traz vocês aqui?
F: É que é o seguinte, a gente tava tendo muitas ‘discutição’ e ai eu falei pra ela ‘Ana,
se isso não parar a gente vai separar!’ Foi ai que eu procurei lá o Tribunal de Justiça e eles
mandaram a gente pra cá. Sabe o que é?! É que eu trabalho fora e quando eu volto, uma coisa
que eu tinha acertado mais ela, ela já muda de ideia por causa da menina (referindo-se à filha
mais nova).
T: Como assim, Sr. Feliciano?
F: Esses meninos de hoje, que é estudado, quer saber das coisas mais que a gente. A
menina (filha mais nova) quer que vende a casa, fala que é grande demais. Ai eu falo com a Ana
‘não é pra vender a casa’ e ai ela concorda. Só que quando eu vou pra lá (referindo-se a cidade
que trabalha) e volto, ela já mudou de ideia, ai que tem as ‘discutição’.
T: É isso que acontece, Ana?
A: É... Mas eu entendo o lado dela. Ela não dá muito bem com o pai dela. Ela pensa
umas coisas diferente dele.
Durante esse primeiro momento do atendimento, foi dada a oportunidade de cada parte
expor seu lado do problema, sendo assim, a escuta ativa e sem julgamentos, teve papel essencial
para a compreensão de como ambas as partes relatam o conflito. É importante salientar, que é
nesse momento que as partes e a terapeuta estagiária vivenciam o aquecimento verbal, como
enfatiza Cukier (1992).
Com objetivo de levar as partes a experienciarem a dinâmica do que estava acontecendo,
foi proposto ao casal a utilização do psicodrama.

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T: Nós vamos utilizar de uma técnica da psicologia, chamada de psicodrama, ela vai
ajudar a olhar melhor a situação que vocês estão passando e também a tomar uma melhor
decisão. Nós vamos convidar outros estagiários da psicologia e eles vão atuar como se fossem
vocês e nós vamos observar.
Para a dramatização da cena do momento da ausência de Feliciano em função da viajem
de trabalho, foram colocados os papéis de Ana e Raíssa. Dessa forma, o casal pôde observa de
fora a situação sendo representada. Durante a dramatização, as representantes de Ana e Raíssa
estavam de braços dados, se olhavam e sorriam.
T: “Parece que quando ele está lá (viajando), aqui funciona muito bem. Vocês tem uma
à outra”.
A: “Sim!”. Diz sorrindo
Por meio desta representação, Ana e a equipe reflexiva perceberam o vínculo simbiótico
entre mãe e filha. Uma vez que, como afirma Rubini (1995), a não consciência do limite entre o
eu e não eu – os outros; entre mundo interno e externo, instalam confusão no universo das
relações. Neste sentido, há o funcionamento unitário como base das relações simbióticas.
A equipe reflexiva compartilhou a hipótese de que a não delimitação dos papéis de mãe
e filha, se dava por a filha estar fora da ordem, ocupando sistemicamente o papel do pai e
consequentemente gerando a exclusão dele no sistema familiar, podendo este ser um dos fatores
atrelados ao conflito do casal. A partir desta hipótese, a terapeuta trabalhou a delimitação de
papeis por parte dos pais, dando o nome de “benção”. Sendo assim, quando Feliciano e Ana
conseguem abençoar a filha, podem fazer um desligamento da situação anterior de forma
harmoniosa e retomarem seus lugares no sistema familiar. Segundo Schneider (2007), o terapeuta
deve verificar cuidadosamente se as partes realmente se tocam e sentem essas frases de modo
adequado e liberador ou se simplesmente as repetem mecanicamente.
T: “Como está para vocês?”.
F: “Tudo bem”.
A: “Tudo bem”.
O casal sai da sala de mãos dadas e desiste da separação.
4 Conclusão e referências
A visão sistêmica é uma ferramenta poderosíssima e dá ao psicólogo um panorama
completo da família que atende. Quando compreendo quais leis estão sendo desrespeitadas no
sistema familiar, consigo levantar reflexões pontuais e lançar mão de técnicas que possam testar
minhas hipóteses, levar os envolvidos a rever a situação de conflito e tomar uma nova atitude
diante dela.

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O Psicodrama foi essencial para o atendimento de Feliciano e Ana. A possibilidade da
experiência do fazer ‘como se’ mediante a realidade suplementar foi pontual e eficaz. Na
representação de papéis o conflito foi percebido pelo casal e a partir das pontuações o eles as
reconheceram como verdade e diante delas tomaram uma nova atitude – a de não se divorciar.
Neste sentido, o objetivo do estudo foi alcançado com êxito.
Referências
1. NICHOLS, MICHAEL P. E SCHWARDTZ, RICHARD C. Terapia familiar: conceitos e métodos.
Porto Alegre : ArtMed, 1998.

2. CAPRA, FRITJOF. A Teia da Vida. São Paulo : Cultrix, 1996.

3. GONÇALVES , CAMILA SALLES, WOLFF, JOSÉ ROBERTO E ALMEIDA, WILSON CASTELLO.


Lições de Psicodrama. São Paulo : Ágora, 1988.

4. FONSECA, JOSÉ. Psicoterapia da Relação: elementos de psicodrama contemporâneo. São


Paulo : Ágora, 2000.

5. CUKIER, ROSA. Psicodrama bipessoal: sua técnica, seu terapeuta e seu paciente. São Paulo :
Ágora, 1992.

6. MOORE, CHRISTOPHER W. O processo de mediação: estratégias práticas para a resolução


de conflitos. Porto Alegre : Artmed, 1998.

7. NICHOLS, MICHAEL P. E SCHWARTZ, RICHARD C. Terapia Familiar: conceitos e métodos.


Porto Alegre : Artmed, 1998.

8. GONÇALVES, CAMILA SALES, WOLFF, JOSÉ ROBERTO E ALMEIDA, WILSON CASTELO DE.
Lições de Psicodrama: introdução ao pensamento de K.L. Moreno. São Paulo : Ágora, 1988.

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O IMPACTO DA QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR


DA ÁREA DA SAÚDE NO DESENVOLVIMENTO DA ANSIEDADE

Costa, Fernanda Sousa1


Sousa, Ivone Félix de2
Costa Neto, Sebastião Benício da3

Resumo: O contexto atual do trabalhador leva-o a situações de competição que podem


desencadear em ansiedade para o trabalhador. O objetivo deste estudo foi avaliar o
impacto da ansiedade na qualidade de vida do trabalhador. Participaram deste estudo 126
trabalhadores de um hospital público do Estado de Goiás (71,3% do sexo feminino e
28,7% masculino; 52,5% trabalham em regime celetista e 46,7% estatuário e 62,5%
trabalham em tempo integral). Realizou-se um estudo de natureza quanti-qualitativa, por
meio de visitas in-loco, com aplicação de questionários survey nos trabalhadores, por
meio da Escala de Qualidade de Vida no Trabalho e do Inventário de Ansiedade Beck,
além de um questionário avaliando sexo, regime de trabalho e período de trabalho. A
partir dos dados foi possível observar que a QVT (em relação falta de oportunidade de
expressão, ausência de treinamentos para aplicá-lo no trabalho, falta de tempo para o
convívio familiar) gera impacto no desenvolvimento da ansiedade de forma significativa.
Diante dos resultados pode-se inferir que a ansiedade do trabalhador leva a perda da
qualidade de vida no trabalho, assim como, a constante pressão e cobranças pode causar
o rompimento do equilíbrio do trabalhador, intensificando a ansiedade do trabalhador.

Palavras-chave: Ansiedade; Qualidade de Vida do Trabalhador; Trabalhador da área da


saúde

1 Introdução
O trabalho, em diversas culturas, é fundamental para qualidade de vida do
indivíduo, bem como, para a sobrevivência humana. Esse é um dos meios em que o ser
se humaniza, cresce e forma sua identidade perante a sociedade. Contudo, existem muitos

1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: fefasousacosta@gmail.com


2 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: ivonefelixsousa@gmail.com
3 Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: sebastiaobenicio@gmail.com

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fatores que influenciam a condição de vida do trabalhador prejudicando sua saúde social,
mental e psíquica.
Com o processo de globalização expandiu-se o desenvolvimento tecnológico,
aumentando a competitividade e a produção, diminuindo a coletividade e a realização
pessoal (MASLACH; LEITER, 1999). Neste contexto o homem submete-se ao mundo
capitalista que exige cada vez mais do trabalhador, em relação ao tempo trabalhado, a
talentos desenvolvidos e prioridades distintas das pessoais. Conforme Dejours (1994), as
pressões decorrentes das organizações do trabalho comprometem o equilíbrio psíquico e
a saúde mental do trabalhador. Por conseguinte, às grandes pressões que o trabalhador
enfrenta no seu cotidiano pode ocasionar ao indivíduo o desenvolvimento e a
intensificação da ansiedade, o que ocasiona em sofrimento psíquico que pode tornar a
ansiedade patológica.
Segundo Freire (2008), o sofrimento psíquico afeta o equilíbrio emocional da
pessoa e altera o modo de se relacionar com o mundo e os demais. Ou seja, o indivíduo
pode gerar comportamentos de isolamento, agressividade, atingindo muitos domínios de
sua vida, prejudicando a sua saúde social, física e psíquica. No contexto ocupacional, o
próprio causador do rompimento do equilíbrio da saúde é o próprio trabalho, pois ele
possui constante conflito, desigualdades, e fortes cobranças (VIEIRA, 2014).
Além do desgaste do ambiente de trabalho, diminuição da qualidade de vida do
trabalhador (QVT), também pode ocasionar no sofrimento psíquico do trabalhador que
são expressas por meio de doenças decorrentes do estresse, tais como a ansiedade, a
depressão, a síndrome de burnout, síndrome do pânico vivido pela vítima e,
consequentemente, diminui a produtividade em geral. Neste estudo, foca-se a ansiedade
como provável fenômeno causador da perda da qualidade de vida do trabalhador.
A ansiedade é um estado emocional próprio da psique humana, natural em todos
os indivíduos em seu cotidiano. Conforme Bastos et al. (2007), os termos estressem e
ansiedade são confundidos. O estresse é uma força externa exercida sobre as pessoas,
enquanto a ansiedade é o retorno subjetivo ao fator de estresse e como o ambiente
hospitalar é considerado um ambiente de trabalho propulsor de vivências de estresse,
sente-se a necessidade de entender o impacto da ansiedade na manutenção ou na perda
da qualidade de vida neste contexto de trabalho.

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Ressalta-se que a carga psíquica do trabalho está proferida, sobretudo às pressões
ou a sobrecarga de trabalho cotidiana. Então, as insatisfações do trabalhador podem
provocar sofrimento psíquico, afetando a saúde mental, e consequentemente pode ser
resultado de frustação. Assim, a ansiedade pode afetar diretamente a degradação do
ambiente de trabalho, a diminuição da qualidade de trabalho, absenteísmo, isolamento
social, hostilidade, entre outros (RAINHO, 2006).
A ansiedade pode ser provocada em situações ameaçadoras ao trabalhador, uma
vez que não atende suas necessidades básicas, ou que não é reconhecido pelo chefe ou
colegas de trabalho. Logo, gera insatisfação e exige-se um esforço físico e mental do
trabalhador para que ele continue trabalhando em tal ambiente (DEJOURS, 1992).
A saúde ocupacional contribui para o bem-estar dos profissionais (REBOUÇAS;
LEGAY; ABELHA, 2007). No entanto, a ansiedade afeta a produtividade das atividades
dentro das organizações, e gera experiências negativas. Logo, essa afeta direta ou
indiretamente a saúde, o bem-estar do profissional, e a saúde organizacional.
Para que esse sofrimento não se torne patológico, é necessário que as empresas
assegurem uma boa QVT (FREIRE, 2008). Entende-se que a QVT é um conjunto de
ações de uma empresa que busca a melhoria e o equilíbrio entre o trabalhador e a
organização para o desenvolvimento propício de valorização enquanto ser humano e sua
posição na empresa.
Segundo Aquino e Fernanda (2013), as empresas têm voltado à atenção para
garantir boa Qualidade de vida do trabalhador (QVT), pois esta assegura e garante a boa
produção, o crescimento e consequentemente bons resultados da empresa. Assim, este
estudo tem o objetivo de analisar o impacto da qualidade de vida do trabalhador no
desenvolvimento da ansiedade.

2 Método
Participantes
Participaram desta pesquisa 126 trabalhadores de um hospital público no Estado
de Goiás. Dentre eles, 71,3% do sexo feminino e 28,7% do sexo masculino. Destes
trabalhadores 52,5% trabalham em regime de trabalho celetistas e 46,7% estatuários. Em
relação ao período de trabalho 10% encontrava-se no matutino, 1,7% no vespertino, 3,3%

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no noturno, 22,5% de plantão, e por fim, o que obteve maior amostra foi o 62,5% de
período integral. A amostra foi por conveniência.
Instrumentos
Para coletar os dados foram utilizadas a Escala de Medidas para Qualidade de
Vida no Trabalho, construída e validada por Macedo, Silva e Sousa (2012), conforme a
teoria apresentada por Pasquali em seu artigo ‘Teste referente a construto: teoria e modelo
de Construção’(1993). Esta escala foi originalmente construída com base na teoria de
Walton (1973), em seguida seguiu-se a análise semântica dos itens conforme as categorias
propostas por Walton (1973) em modelo tipo Likert. Neste estudo foi realizada a análise
fatorial dos componentes principais, obtendo uma escala unifatirial e com consistência
interna que apresentou confiabilidade para os resultados, obtendo um α=0,72.
O Inventário de Ansiedade Beck (BAI) trata-se de uma escala de autorrelato que
visou a quantificar a intensidade de sintomas de ansiedade. Ela é composta por 21 itens,
que abarcam sintomas de ansiedade, e cada item conta com quatro alternativas, sendo
elas, absolutamente não; levemente; moderadamente; gravemente. Esta escala faz parte
do inventário de Beck e é um instrumento validado para a população brasileira
(WERLANG; BOTEGA, 2004).
Procedimentos
Esta pesquisa faz parte de um estudo maior que tem como título ‘Qualidade de
vida, sofrimento psíquico e manifestações psicossomáticas do trabalhador’, que foi
inserido na Plataforma Brasil com o número CAAE: 44034815.5.0000.0037 e aprovado
pelo Comitê de Ética e Pesquisa da PUC Goiás com o Parecer Nº 1.246.875, respeitando
as normas estabelecidas pela resolução 466/12. Para a coleta de dado, a priori esses
procedimentos ocorreram em hospital público no município de Goiânia, entrou-se em
contato com os trabalhadores da organização. Neste momento os trabalhadores foram
esclarecidos do objetivo do estudo e coletada a assinatura no Termo Consentimento Livre
Esclarecido, conforme Resolução n. 466/2013 do Conselho Municipal de Saúde. Os
questionários foram entregues pessoalmente a cada trabalhador, sem identificação dos
nomes dos participantes. Posteriormente a coleta de dados, estes foram analisados por
meio do Programa estatístico SPSS-18 (Statistical Package for Social Sciences). Foram
realizadas análises descritivas para as variáveis sócio-demográficas e análises

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correlacionais para as variáveis “qualidade de vida do trabalhador” e “ansiedade”.
Finalmente os resultados foram discutidos com a teoria que fundamente este estudo.

3 Resultados e Discussões
Observa-se a partir das análises correlacionais entre os aspectos relacionados falta
de qualidade de vida do trabalhador (QVT) e ansiedade, de forma significativa
estatisticamente (p=0,05), que a falta de QVT pode provocar o desenvolvimento da
ansiedade de forma que compromete a vida pessoal e profissional. Isto ocorre quando o
trabalhador percebe que: as atividades são complexas; não possuem oportunidade de
expressão; não participam de um treinamento; sentem que falta tempo para a convivência
familiar; as condições de temperatura não são adequadas; algo que prejudica a produção;
o salário e a carga horária de trabalho não são adequados ao cargo; não tem
relacionamentos de confiança; as leis trabalhistas não são seguidas; existe algum tipo de
preconceito ou discriminação; não se sente seguro; a equipe de trabalho não contribui
com o crescimento profissional; não é proporcionado um bom relacionamento com o
chefe; falta satisfação com a função; já teve problemas de saúde causados pelas atividades
executadas na empresa; os critérios da promoção não são claros.
A partir dos dados, nota-se que o aspecto físico, social e mental afeta direta ou
indiretamente a saúde do trabalhador. Conforme Freire (2008) o sofrimento psíquico pode
afetar o equilíbrio emocional, comprometendo as suas relações com o mundo. Neste
estudo é possível observar a falta de qualidade de vida impactando no desenvolvimento
da ansiedade e que conforme Vieira (2014) pode comprometer sua vida social, ao final
de um trabalho não possuem energia para a integração familiar, dificultar a convivência
familiar, e também, os relacionamentos de confiança. Além do mais, para Dejours (1994),
o grande esforço físico e mental do trabalhador para que continue trabalhando em tal
ambiente, pode desencadear em pressão e desgaste no cotidiano levando ao
desenvolvimento da ansiedade nos trabalhadores. Segundo Freire (2008), para que o
sofrimento não se torne patológico, como a ansiedade, é necessário que as organizações
assegurem uma boa QVT. No entanto, caso as empresas não garantam um bem-estar aos
trabalhadores tanto físico, quanto psíquico e social, isso irá afetar a produtividade das
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atividades dentro das organizações, o que gera experiências negativas. Portanto, a
ansiedade afeta direta e/ou indiretamente a saúde organizacional como um todo.

4 Conclusão
Diante dos resultados apresentados, neste estudo é possível inferir que a falta de
qualidade de vida no trabalho pode desencadear no desenvolvimento de ansiedade no
trabalhador podendo desencadear na perda da saúde mental. A constante pressão pode
causar o rompimento do equilíbrio do trabalhador, gerando o sofrimento psíquico, como
a ansiedade. Para que isso não ocorra este hospital deve garantir ao trabalhador a
satisfação no trabalho, disponibilizando um ambiente favorável, por meio da QVT
evitando situações que provoque ansiedade. No entanto, desenvolver outros estudos que
avaliem a depressão, a angústia, a síndrome de burnout, a síndrome do pânico e o estresse
podem ajudar a compreende melhor estes fenômenos psicológicos relacionados aos
trabalhadores da área da saúde.

Referências

[1] AQUINO, A. de S. Fernanda, A. C. P. (2013). Qualidade e vida do trabalho. Revista


J Health SciInst, 31(1), 53-8.
[2] BASTOS, J. [et. al] (2007). Ansiedade e depressão em alunos de enfermagem durante
o estágio de oncologia. Einstein. Vol. 6, nº 1, p. 7-12.
[3] DEJOURS, C. (1994). A loucura do trabalho: estudos de psicologia no trabalho. 5.
ed. São Paulo: Cortez/Oboré.
[4] FREIRE, P. A. (2008). Assédio moral e saúde mental do trabalhador. Trabalho,
Educação e Saúde, 6(2), 367-380.
[5] MASLACH, C.; Leiter, M. P. (1999). Trabalho: Fonte de prazer ou desgaste? Guia
para vencer o estresse na empresa. (M. S. Martins, Trad.). Campinas: Papirus.
(Original publicado 1997).

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[6] RAINHO, C. (2006). Adaptação cultural do questionário de desgaste profissional em
enfermeiros. Revista Investigação em Enfermagem, n 13, pp. 27-36.
[7] REBOUÇAS, D., Legay, L, F., Abelha, L. (2007). Satisfação com o trabalho e
impacto causado nos profissionais de serviço de saúde mental. Rev Saúde Pública,
pp. 244-250.
[8] VIEIRA, Sarah Rosa Salles. (2014). Sofrimento psíquico e trabalho. Revista
Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 17(1), 114-124.
[9] WERLANG, Blanca Suzana Guevara; BOTEGA, Neury José (Org.).
Comportamento Suicida. Porto Alegre: Artmed, 2004.

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PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE PACIENTES


OPERADOS POR CÂNCER DO APARELHO
GASTROINTESTINAL
DE UM HOSPITAL ESCOLA

Tartuce, Luciana Mayra Gusmão1


Guimarães, Valeriana de Castro2
Costa Neto, Sebastião Benício da3

Palavras-chave: perfil sociodemográfico, câncer gastrointestinal; pacientes operados.

O presente trabalho é um recorte de minha dissertação de mestrado intitulada “Qualidade


de Vida de Pacientes Operados por Câncer do Aparelho Gastrointestinal”, que visa avaliar a
qualidade de vida de pacientes operados por câncer do aparelho gastrointestinal assistidos na
clínica cirúrgica de um hospital escola de referência.
A modificação do perfil de morbi-mortalidade, aponta o crescimento da prevalência das
doenças crônico-degenerativas, tais como o câncer. O aumento da expectativa e/ou sobrevida das
pessoas com tais afecções é consequência dos avanços nos tratamentos e nas possibilidades de
controle dessas enfermidades, sendo que a qualidade do tempo vivido pelos enfermos crônicos
tem sido de interesse crescente das ciências da saúde (SEIDL; ZANNON, 2004; ZANDONI et
al., 2010).

O câncer é considerado um problema de saúde pública, devido ao aumento da


incidência em todo o mundo, representando no Brasil, a segunda causa de morte por
doença. O impacto global do câncer mais que dobrou em 30 anos (INCA, 2014). O câncer
do aparelho gastrointestinal reúne os seguintes tipos: esôfago, estômago, intestino
delgado, pâncreas, fígado e colorretal (Evangelista, 2008). A estimativa para 2015,
relacionada a este tipo de câncer, foi de 257.870 casos no sexo masculino e de 260.640
casos para o sexo feminino (INCA, 2014).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no ano 2030, haverá a
incidência de 21,4 milhões de novos casos de câncer, 13,2 milhões de mortes por câncer
e 75 milhões de pessoas vivas e enfrentando o diagnóstico desta enfermidade, em
decorrência do crescimento e envelhecimento da população, bem como da redução da

1 Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde / Faculdade de Medicina – UFG. Hospital das Clínicas – UFG. E-mail:
lumaryg@gmail.com
2 Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde / Faculdade de Medicina – UFG. Hospital das Clínicas – UFG.
3 Hospital das Clínicas – UFG. Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC

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mortalidade infantil e das mortes por doenças infecto contagiosas nos países em
desenvolvimento, com impacto expressivo na percepção da qualidade de vida dos
indivíduos enfermos e comunidades (INCA, 2014).
O diagnóstico de doença oncológica corrobora a premissa de que, para vários
pacientes o câncer deixou de ser uma enfermidade letal, transmutando-se em uma
enfermidade crônica, com tratamentos intrincados e por vezes tóxicos. O diagnóstico de
câncer, provoca um efeito avassalador na vida da pessoa que o recebe e de sua família,
seja pelo medo da morte, do tratamento, seja pelas inúmeras perdas. Baseado nesta
premissa, o cuidado com o impacto emocional acarretado pela doença e/ou tratamento é
fundamental na assistência ao paciente oncológico (SILVA, 2008).
O câncer se destaca, tanto por sua incidência, quanto pelo impacto do seu
diagnóstico e tratamento; ambos podem gerar significativa desordem emocional e
psicossocial nos pacientes portadores de tal moléstia, impactando diretamente na QV do
indivíduo (BORGES et al., 2007; ARANCIBIA et al., 2009; NUNES et al., 2012).
Dentre os procedimentos oncológicos destaca-se a cirurgia usada como parte ou como
todo do tratamento, e sendo definida como recursos utilizados para eliminação da patologia
identificada. No procedimento cirúrgico devem ser incluídos todos os cuidados relacionados aos
princípios gerais da cirurgia, além do preparo dos pacientes e de seus familiares acerca das
modificações fisiológicas e/ou mutilações que poderão ocorrer com o tratamento proposto e que
podem influenciar a percepção da QV do indivíduo (INCA, 2015).
Segundo Nicolussi e Sawada (2010), ratificados por Schubart (2010), a análise da
QV do paciente oncológico é um valoroso parâmetro da resposta do paciente à doença e
ao tratamento. Refere-se à apreciação do impacto físico e psicossocial que as
enfermidades, transtornos, limitações ou incapacidades podem ser originadas nas pessoas
acometidas, possibilitando um necessário conhecimento do paciente e de sua adaptação à
condição de enfermidade.
Diante do exposto, este estudo teve como objetivo primário: caracterizar o perfil
sociodemográfico (sexo, idade, escolaridade, estado civil, ocupação pré-mórbida - OPM, religião
e procedência) dos participantes, e como objetivos secundários: verificar a prevalência do tipo de
câncer e dados sobre internação deste grupo.
METODOLOGIA

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Questões éticas: Essa pesquisa foi desenvolvida atendendo às exigências da Resolução
MS/CNS nº 466/2012, e foi aprovada pelo CEP/ HC-UFG, conforme protocolo nº
24527613.6.0000.5078.
Participantes: 31 pacientes adultos de ambos os sexos, idade acima de 18 anos, diagnóstico de
câncer do aparelho gastrointestinal, submetidos a tratamento cirúrgico, atendidos na clínica
cirúrgica de um hospital escola de referência em Goiás, no período de março a dezembro de 2015.
Critérios de inclusão: pacientes em boas condições emocionais e cognitivas, avaliados mediante
o Exame Psíquico (FONGARO; SEBASTIANI, 1996), cientes de seu diagnóstico e que se
disponibilizaram comparecer no ambulatório para coleta de dados 30 dias após a cirurgia.
Critérios de exclusão: Pacientes que evoluíram com transtornos psiquiátricos e que apresentarem
desordem clínica que impossibilite a manifestação verbal.
Foi aplicado o questionário sociodemográfico com questões relacionadas a sexo, idade,
estado civil, ocupação pré-mórbida - OPM, escolaridade, procedência e religião.
Roteiro de Avaliação Psicológica e de Exame Psíquico (RAPEP): atribuições principais
- função diagnóstica e de orientador de foco, fornecimento de dados sobre a estrutura
psicodinâmica da personalidade, avaliação continuada do processo evolutivo da relação do
paciente com sua doença e tratamento, história da pessoa, diagnóstico diferencial de quadros
psicológicos/psiquiátricos, estabelecimento das condições de relação da pessoa com seu
prognóstico (limitesXpossibilidades) (FONGARO; SEBASTIANI, 1996).
Procedimento: Após aprovação do estudo pelo Comitê de Ética, o(a) paciente foi
abordado em seu leito de internação, onde foi avaliado por meio do RAPEP. Estando em boas
condições emocionais e cognitivas, foi realizado o convite para participação da pesquisa. Com o
aceite, foi então agendado um encontro que ocorreu em seu retorno de 30 dias pós-cirurgia no
ambulatório médico. Neste encontro ocorreu uma revisão dos objetivos da pesquisa ao paciente
e houve assinatura do TCLE. Em seguida foi realizada a entrevista para preenchimento do
questionário sociodemográfico.
Após a tabulação dos dados e inserção em uma planilha, os sociodemográficos e
diagnóstico foram computados em sua frequência, média e desvio padrão - apresentados
em forma de Tabela.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Serão apresentados os dados sociodemográficos e a prevalência do diagnóstico.
Tabela 1. Perfil sociodemográfico de pacientes operados por câncer gastrointestinal
(N=31)

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CARACTERÍSTICAS F %
Sexo
Masculino 11 35,5
Feminino 20 64,5
Idade
<= 39 anos 1 3,5
40 a 49 anos 5 16,0
50 a 59 anos 7 22,5
60 a 69 anos 11 35,5
<= 70 anos 7 22,5
Estado Civil
Casado 16 51,5
Solteiro 4 13,0
Viúvo 8 26,0
União estável 3 9,5
Ocupação pré-mórbida
Aposentado 17 55,0
Beneficiário 2 6,5
Do lar 5 16,0
Outros 7 22,5
Religião
Católica 22 71,0
Evangélica 8 25,5
Kardecista 1 3,5
Escolaridade
Analfabeto/semi 8 25,5
Ensino fundamental 17 55,0
Ens. Médio/Superior 6 19,5
Procedência
Goiânia 16 52,0
Interior de GO 10 32,0
Outros estados 5 16,0
FONTE: Goiânia 2015
Dentre os dados sociodemográficos (Tabela 1), destaca-se que a amostra, se constituiu de
31 pacientes, provenientes em sua maioria da capital Goiânia (F=16; 52%), com predominância
do sexo feminino (F=20; 64,5%), ao contrário do que apontam a maioria das pesquisas similares,
exceto pela pesquisa de Borges et al. (2007).
A maioria dos participantes estudados está na faixa dos 60 a 69 anos de idade (F=11;
35,5%) tal como em outras pesquisas (SCHUBART et al. 2010; NUNES et al., 2012). Contudo,
vale ressaltar que em outros estudos (BORGES et al., 2007; NICOLUSSI; SAWADA, 2010), os
intervalos de idade eram mais amplos.
O estado civil prevalente é de casados (F=16; 51,5%), fato corroborado pela literatura
(BORGES et al., 2007; SCHUBART et al. 2010; NUNES et al., 2012; NICOLUSSI; SAWADA,

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2010). A amostra, no item religião, apresenta predominância de católicos (F=22; 71%), esta foi
também observada em outras pesquisas (BORGES et al., 2007; NICOLUSSI; SAWADA, 2010).
Quando se verifica a ocupação pré-mórbida dos participantes constata-se que, em sua
maioria, são aposentados (F=17; 55%), resultado também encontrado por (NUNES et al., 2012;
NICOLUSSI; SAWADA, 2010), sendo que julga-se ser compatível com a faixa etária
predominante dos participantes.
Com relação ao nível de escolaridade, a maioria (F=17; 55%), possuem o nível
fundamental (Tabela 1), este dado vai ao encontro tanto da experiência clínica obtida na
instituição, quanto nas descrições da literatura (NUNES et al., 2012; NICOLUSSI; SAWADA,
2010), sendo, muito provavelmente, o grau de escolaridade comum na população usuárias dos
serviços públicos de saúde no Brasil.
Tabela 2. Prevalência de diagnóstico dos pacientes cirúrgicos com câncer gastrointestinal
(N=31)
DIAGNÓSTICO F %
Colorretal 15 48,0
Gástrico 7 22,5
Intestino 5 16,0
Esôfago 2 6,5
Fígado 1 3,5
Pâncreas 1 3,5
FONTE: Goiânia 2015
Tabela 3. Dados de internação de pacientes cirúrgicos com câncer gastrointestinal

DADOS INTERNAÇÕES F %
Nº internações anteriores
0 3 9,5
1 9 29,0
2 12 39,0
3 5 16,0
4 2 6,5
Tempo de internação
<= 14 dias 14 45,0
15 a 30 dias 10 32,0
31 a 45 dias 4 13,0
46 a 60 dias 1 3,5
>= 61 dias 2 6,5
FONTE: Goiânia 2015
O diagnóstico predominante foi o de câncer colorretal (F= 15; 48%), em geral, nas
pesquisas sobre doenças oncológicas gastrintestinais submetidos a procedimento cirúrgico
(BORGES et al., 2007; NUNES et al., 2012; NICOLUSSI; SAWADA, 2010), a maior parte dos
diagnósticos encontrados foi constituída por câncer colorretal e de esôfago (Tabela 2). Tais
enfermidades são do ponto de vista epidemiológico, comuns no sexo masculino. Por outro lado,

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nesta investigação, os diagnósticos foram múltiplos e não houve um controle de diagnóstico por
sexo, sendo que predominaram as mulheres na amostra.
A maior parte dos participantes (F=14; 45%) ficou em média 14 dias internada e a maioria
dos mesmos (F=12; 39%), teve duas internações anteriores à internação para a cirurgia de câncer
gastrintestinal (Tabela 4).
CONCLUSÃO
O perfil sociodemográfico dos participantes revela uma amostra constituída por 31
pacientes, com predominância: do sexo feminino, provenientes da capital Goiânia, na faixa dos
60 a 69 anos, casados, aposentados, católicos, nível de escolaridade fundamental. O diagnóstico
predominante foi o de câncer colorretal. A maior parte dos participantes ficou em média 14 dias
internada, teve duas internações anteriores à internação para a cirurgia de câncer gastrintestinal.
REFERÊNCIAS
ARANCIBIA, H. et al. Análisis de calidad de vida en pacientes gastrectomizados por cáncer
gástrico, Rev. Médica Chile, v. 137, n. 4, abr. 2009. p. 481-485. Disponível em:
http://www.scielo.cl/. Acesso em: 03 mar. 2013.
BORGES, E. C. et al. Qualidade de vida em pacientes ostomizados: uma comparação
entre portadores de câncer colorretal e outras patologias. Rev Inst Ciênc Saúde, v. 25,
n. 4, 2007. p. 357-63. Disponível em:
http://www.unip.br/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2007/04_out_nov/V25_N4
_2007_p357-364.pdf. Acesso em: 15 jul. 2013.
EVANGELISTA, J. C. Câncer gastrointestinal. In: CARVALHO, V. A. de et al. (Org.). Temas
em Psico-oncologia. São Paulo: Summus Editorial, 2008. p. 100-108.
FONGARO, M. L. H.; SEBASTIANI, R. W. Roteiro de Avaliação Psicológica Aplicada ao
Hospital Geral. In: ANGERAMI-CAMON, V. A. (Org.). E a Psicologia Entrou no Hospital...
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MINISTÉRIO DA SÁUDE; Instituto Nacional do Câncer – INCA. Estimativa 2014/2015 –
Incidência de câncer no Brasil. Disponível em:
http://www.inca.gov.br/estimativa/2014/estimativa2014.pdf. Acesso em: 18 jan. 2014.
______; Instituto Nacional do Câncer – INCA. Estimativa 2016/2017 – Incidência de câncer
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NICOLUSSI, A. C.; SAWADA, N. O. Fatores que influenciam a qualidade de vida de pacientes
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NUNES, S. M. et al. Um estudo longitudinal sobre qualidade de vida em pacientes
submetidos a cirurgia oncológica na ULS de Castelo Branco mediante a aplicação do SF-
36. Amato Lusitano: Revista de Saúde, Castelo Branco, Portugal, n. 30, p. 6-11, 2012.
Disponível em: http://repositorio.ipcb.pt/ bitstream/. Acesso em: 19 abr. 2014.
SCHUBART, J. R. et al. Quality of Life Assessment in Postoperative Patients with Upper
GI Malignancies. Journal Surgical Research, v. 163, n. 1, 2010. p. 40-46 Disponível em:

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Goiânia – 20, 21 e 22 de outubro de 2016
http://www.journalofsurgicalresearch.com/article/S0022-4804(10)00444-0/pdf.
Acesso em: 07 fev. 2016.
SEIDL, E. M. F.; ZANNON, C. M. L. da C. Qualidade de Vida e Saúde: aspectos conceituais e
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http://www.scielo.br/. Acesso em: 14 mar. 2013.
SILVA, L. C. Câncer de mama e sofrimento psicológico: aspectos relacionados ao
feminino. Psicologia em Estudo, v. 13, n. 2, abr./jun. 2008. p. 231-237. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/pe/v13n2/a05v13n2. Acesso em: 16 ago. 2014.
ZANDONAI, A. P. et. al. Qualidade de vida nos pacientes oncológicos: revisão integrativa da
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AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE AUTOCONTROLE


E IMPULSIVIDADE EM CRIANÇAS

Silva,Ellen Rodrigues da1


Vieira,Larissa da Silva2
Santos,Priscila Alves Silva2
Santos, Thais Silva2

INTRODUÇÃO:
A pesquisa teve como objetivo investigar: a duração de comportamentos impulsivos,
definidos como a manipulação de objetos com função reforçadora durante uma sessão de
15 minutos, na qual todos os participantes foram instruídos a não manipular o objeto e
aguardar para que, ao final do procedimento, pudessem acessar um reforçador de maior
magnitude (i.e.doces e brinquedos). Porque avaliar a incidência de comportamentos
impulsivos e de autocontrole em crianças de várias idades? Para se obter um nível de
desenvolvimento de um histórico de comportamentos e comparar a incidência dos
mesmos em várias crianças de diferentes idades, em sua individualidade para fins de
compreensão dos termos citados acima e possíveis interpretações futuras.

MATERIAIS:
O estudo foi realizado em salas de aula com tamanho padrão, de aproximadamente 24
m², artificialmente iluminadas, nas dependências da Paróquia Nossa Senhora Aparecida
- Jardim das Oliveiras, Senador Canedo. Para sua realização foram utilizados como
objetos reforçadores somente os brinquedos que chamaram mais atenção de cada criança
, que foi definido na realização do pré-teste: 2 bonecas, 2 ursos de pelúcias, 1 dinossauro,
1 jogo de letrinha, 1 trenzinho, 2 caixas de massinha, 1 aviãozinho, 4 bonecos sendo um
super-herói, o outro modelo minions, modelo esquilo e boneco copa do mundo, 2 flores,
1 chapéu, 2 maquiagens, 3 batons, 1 diadema de cabelo, 1 celular. Foi utilizado também,
câmera fotográfica, tripé, mesa, toalha de mesa, cadeira, cronometro, termos de
consentimento livre esclarecido (Anexo A), canetas, pasta de arquivo e transporte.

1 Faculdades Alfa. E-mail: ellensilva214@gmail.com


2 Faculdades Alfa. E-mail: lary_sviieira@outlook.com

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MÉTODO:
Participaram do estudo 15 crianças, todas regularmente matriculadas na escola Centro
Educacionais Coração de Jesus, em Senador Canedo (GO), com a faixa etária de 3 a 10
anos. As mesmas não tinham histórico de exposição á experimentos psicológicos, e foram
submetidos ao mesmo procedimento, no período vespertino, aproximadamente das 14:00
às 17:00 horas. Antes da realização do experimento foi apresentado oralmente e termo
por escrito para os pais, como ocorreria a pesquisa, por isso foi distribuído um termo de
consentimento livre e de autorização de imagem, explicando todo o processo para o
recolhimento das assinaturas de autorização há participação de seus filhos no
procedimento. As crianças foram expostas a um pré-teste a todos os objetos reforçadores.
Tal avaliação serviu como critério de comparação (linha de base) entre a mudança de
escolha dos participantes. Os participantes autorizados foram levadas da escola ao local
do experimento, por meio de um carro, porém as crianças foram divididas em quatro
grupos para ir em um único dia ao local que foi realizado a pesquisa. Dentro da sala no
qual o experimento foi realizado foram colocados os objetos reforçadores, a câmera
fotográfica, tripé, a mesa com o forro e uma cadeira.

DISCUSSÃO:

Incidência da Impulsividade e Autocontrole


Nº de crianças

Tempo Que Tocou

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Neste estudo, foram comparados os resultados desse procedimento aplicado com 14


participantes de 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 10 anos. Os resultados indicam que, a frequência e a
duração de comportamentos impulsivos depende da idade e do histórico de aprendizagem
de cada uma das crianças, sendo que há evidências de que crianças mais velhas
apresentam mais frequentemente respostas de seguir instruções, neste caso, não
manipular o objeto durante os 15 minutos de sessão e acessar doces e brinquedos ao final
do procedimento. Foram observados ainda, padrão semelhante em alguns dos
participantes mais jovens. Observou-se a ocorrência também de respostas controladoras,
incompatíveis com as respostas impulsivas, que diminuem a probabilidade de que as
respostas impulsivas ocorram. Foram colocadas as crianças participantes do experimento
dentro de uma sala com vários brinquedos, onde de forma livre e sem interferência dos
orientadores, eram direcionados a brincar. Os brinquedos escolhidos foram anotados em
uma ficha linha de base e a quantidade que pegaram o mesmo também. Após o pré-teste,
fora realizado o pós-teste, onde os mesmos participantes foram colocados dentro de uma
sala somente com os brinquedos em que tocaram no pré-teste e assim foi observado o que
lhe chamava mais a atenção. Para que no dia do teste definitivo, este objeto que a criança
mais se identificou fosse colocado em exposição para a mesma. No dia 30 de junho de
2016 foi realizado o teste definitivo, e através da análise percebe-se a incidência de
autocontrole e impulsividade de crianças em diferentes idades. Foi possível de acordo
com os resultados, perceber-se que crianças de 3 anos a impulsividade prevalece,
enquanto o autocontrole é inexistente. Em crianças de 4 anos há uma certa resistência aos
reforçadores expostos, porém não obteve autocontrole suficiente para resistir até o fim do
experimento. As crianças de 5 anos resistiram bem, porém duas delas não conseguiram
resistir, até não ter mais autocontrole sob os objetos. As outras resistiram bem. As
crianças de 6 anos oscilaram mais e a maioria delas tiveram uma espera baixa e
frequências médias de comportamentos considerados impulsivos; o que nos leva a
reflexão de uma questão de personalidade de cada uma, ou seja, um histórico de
comportamentos individuais, pois duas delas não demonstraram o mínimo de
autocontrole, com comportamentos impulsivos, enquanto a outra conseguiu se manter
firme sobre o reforçador. A criança de 7 anos conseguiu manter o autocontrole. As
crianças de 8 anos, uma demorou para pegar no reforçador, porém não controlou sua

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impulsividade. Já a outra não conseguiu se controlar e demonstrou muita impulsividade
e muita falta de autocontrole sobre si, pois com 20 segundos de início do experimento já
começou a brincar com os objetos. E a criança de 10 anos, como já esperado ela sequer
tocou nos objetos reforçadores. Assim, com os dados pode-se hipotetizar que crianças de
menor idade tem uma maior probabilidade a serem impulsivas e pouco autocontrole,
enquanto as maiores conseguem manter o autocontrole frente ao reforçador, sabendo que
terá um reforçador de maior magnitude depois. Porém algumas crianças de maior idade
foram bem mais impulsivas, o que nos faz pensar que suas experiências passadas e
histórico de comportamentos desde a infância até a idade atual, os levaram a respostas
aos estímulos, consideradas de menor autocontrole.

CONCLUSÃO:

Conclui-se que: (1) o autocontrole é uma função da idade e do histórico de


aprendizagem de cada criança; (2) respostas controladoras aumentam a probabilidade de
que o participante não emita comportamentos impulsivos ao longo da sessão. Sugere-se
que estudos futuros voltem-se também para a descrição das condições relacionadas a
ocorrência ou não de respostas controladoras onde há um conflito de autocontrole, onde
os mesmos, avaliem os possíveis comportamentos substitutos para comportamentos de
escolha de um reforçador a curto prazo. De modo geral, este trabalho se baseia nos
experimentos do P.H.D Walter Mischel, sobre o autocontrole e a força de vontade, criador
do teste do Marshmallow em 1960. Para descobrirmos mais sobre o autocontrole, é
necessário descobrir-se primeiro o que o debilita, sendo assim, primeiramente com uma
exposição a reforçadores diversos e logo assim, ao ter-se a aplicação oficial, a exposição
a um ambiente com inúmeros reforçadores e reações que foram demonstradas pelas
crianças de acordo com fatores que levou-se em consideração, como por exemplo a idade.
Com esta pesquisa, tende-se a observar e afirmar mais uma vez que o autocontrole no
paradigma de Michels e Colls ou Rachlin e Green é importante para o ser humano em
questões de uma melhor cognição, estilo de vida mais saudável e maior autoestima. E
principalmente, importante no quesito de que se adiar a gratificação a curto prazo
(resposta de Impulsividade), pela gratificação a longo prazo, fundamental para uma vida
de sucesso em vários quesitos, como saúde e profissional.
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Palavras-chave: Autocontrole, Impulsividade, Comportamentos de Escolha.

REFERÊNCIAS:

https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/16623/1/Ana%20Carolina%20Carneiro%20
%de%20Lima%20Cesarino.pdf
HANNA, E. S., & RIBEIRO, M. R; Autocontrole: um caso especial de comportamento
de escolha. Análise do comportamento: pesquisa, teoria e aplicação, 175-186 (2005).
http://www.scielo.br/pdf/ptp/v18n3/a14v18n3.pdf
WALTER MISCHEL; Livro: O Teste do Marshmallow (2014).

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O JOGO COMO PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA
EM UMA ONCOLOGIA PEDIÁTRICA

Teles, Graziele Lopes1


Pinheiro, Sabrina Oliveira2
Cecílio, Thais Bruno3
Magalhães, Andréa Batista4
Gramacho, Patrícia Marinho5
Zanini, Daniela Sacramento6

Palavras-chave: criança; ludoterapia; psicologia; oncologia; pediatria.

A hospitalização é um processo que faz parte do tratamento de doença dos


pacientes, porém, cada indivíduo vai lidar de uma maneira diferente de acordo com
fatores biológicos, sociais e psicológicos. Um desses fatores é a estratégia de
enfrentamento que são as possibilidades que o indivíduo tem de agir diante de uma
situação aversiva como a doença, podendo focar em dois âmbitos: no problema ou na
emoção. O enfrentamento focado no problema se baseia em esforços por meio de
pensamentos e ações direcionados para mudar determinada característica do estressor; o
enfrentamento focado na emoção está centrado na utilização de pensamentos e ações para
o manejo de sensações de desconforto emocional em situações estressantes (Straub,
2005). Simonetti (2004) contextualiza o enfrentamento como um estágio em que o
paciente apresenta fluidez de ideias e emoções, que podem não parecer coerentes, mas
que ainda assim, funcionam como uma forma de expressão de sentimentos diante da
doença.
Nesse contexto, a atuação do psicólogo hospitalar com pacientes oncológicos visa
possibilitar assistência psicológica, suporte emocional, orientação e acesso a informações
(Gaspar, 2011). Perina (2002) propõe que o atendimento psicológico com crianças
hospitalizadas visa compreender o seu mundo nos seus aspectos emocionais e sociais, por
meio da utilização de instrumentos lúdicos que possibilitarão um aumento da expressão
seja pelo desenhar, o falar e o brincar. É através da linguagem simbólica que o psicólogo
vai compreender os aspectos mais profundos da criança, quanto às suas emoções,
expectativas, sonhos, frustrações, sentimentos de culpa, dentre outras questões relevantes
para a sua realidade naquele momento (Ribeiro & Angelo, 2005).
Para Ferro (1995), o jogo é um instrumento para o acolhimento de estados
emocionais da criança, sendo transformador de angústias, o que é crucial para o início de
uma relação empática entre terapeuta e paciente. Chateau (1987) descreve os jogos sociais
em grupo de crianças a partir dos 7 anos, em que os meninos podem aparecer mais
competitivos. Dessa forma, a utilização de grupos com crianças pode ser um modelo de
intervenção eficaz. Pereira (2000) cita o grupo como um dispositivo que viabiliza a
expressão de conteúdos, permitindo a criação de oportunidades de fala e de escuta,
possibilitando a criação ou fortificação de relações interpessoais.

1 PUC-GO. E-mail: grazi_teles@hotmail.com


2 PUC-GO. E-mail: sahpinheiro@hotmai.com
3 PUC-GO. E-mail: thaiscecilio2@gmail.com
4 PUC-GO. E-mail: andreavidda@gmail.com
5 ACCG- Hospital Araújo Jorge. E-mail: patgramacho@live.com
6 PUC-GO. E-mail: dazanini@yahoo.com

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Nesse sentido, o trabalho teve como objetivo propor uma alternativa de
intervenção psicológica por meio de um jogo popular entre crianças de 6 a 10 anos
adaptado ao contexto hospitalar. Mais especificamente, o presente artigo pretendeu
avaliar esse modelo de intervenção; analisar como a criança expressa, através do jogo,
aspectos físicos, emocionais e sociais; avaliar as possibilidades de intervenções do
psicólogo hospitalar através da utilização de um jogo.
Método
Foi realizada uma pesquisa exploratória, de caráter descritivo e transversal, com
abordagem qualitativa.
Participantes
Participaram deste estudo quatro crianças em atendimento no serviço de pediatria
do Hospital Araújo Jorge que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: ter idade
entre 6 e 10 anos, ter um nível básico de leitura e compreensão, e estar internada no
serviço de pediatria nos meses de agosto de 2016 para tratamento oncológico.
A Tabela 1 corresponde às crianças participantes do estudo e com seus respectivos
nomes de heróis:

Tabela 1- Participantes do estudo

Tempo de Motivo da
Participantes Sexo Idade Diagnóstico
tratamento Internação
Imunidade
Dead Pool Masculino 9 anos LLA B 2 anos
baixa
Febre pós-
Super Girl Feminino 9 anos LLA B 1 ano
quimioterapia
Thor Masculino 10 anos LLA B 4 anos Quimioterapia
Mulher
Feminino 9 anos LLA B 6 meses Quimioterapia
Maravilha

Materiais
Como instrumento de intervenção psicológica foi utilizado o jogo popular
conhecido como “Imagem & Ação” adaptado ao contexto da hospitalização e ao
tratamento do câncer. Na adaptação do jogo foram utilizados tabuleiro, uma ampulheta,
50 cartas desenvolvidas especificamente para esta pesquisa, folhas A4, lápis de escrever,
borracha, e o espaço físico da sala de psicologia da Pediatria.

Procedimentos
Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/ ACCG,
foram contatados as crianças e responsáveis afim de realizar o convite para participação
na pesquisa. Foi realizada uma entrevista com os responsáveis com o objetivo de coleta
de dados quanto à história de vida, no segundo encontro foi proposto o jogo “Imagem e
Ação” com um grupo de duas crianças.

Resultados e Discussão

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01) Descrição do jogo Imagem e Ação
O jogo foi proposto entre crianças de 6 a 10 anos adaptado ao contexto hospitalar
e de tratamento oncológico, com o objetivo de possibilitar um atendimento psicológico
diferenciado entre um grupo de duas crianças. Cada criança pertencia a equipes
diferentes, no entanto, deveriam realizar as mímicas ou desenhos para que a outra
acertasse, andando a quantidade de casas que a carta indicasse. Nos dois grupos, cada
palavra que era sorteada, o participante emitia um comentário ou a pesquisadora propunha
um espaço acolhedor para as crianças expressarem o que elas tinham de experiência e de
informação relacionado aquela temática, quando pertinente, era lembrado e relacionado
com a rotina hospitalar. Nos dois grupos foi possível observar uma competição entre os
participantes, principalmente os do sexo masculino em que possuíam uma reação de
frustração quando perdiam alguma rodada. O que corrobora com o que Chateau (1987)
propõe quanto aos jogos com meninos a partir de 7 anos, em que se predomina jogos de
valentia e de competição, onde cada um deve demonstrar o seu valor.

02) Temáticas expressadas durante o jogo


Por meio da técnica de Bardin (2004), foi possível identificar temáticas
expressadas durante o jogo e relacionar com os objetivos do estudo, conforme
demonstrado na Figura 1.

Figura 1- Etapas de análise de dados.

2.1 Aspectos físicos

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Um dos objetivos dos procedimentos para tratamento é a cura, segundo a
Mulher-Maravilha “Curar é quando a gente machuca a pessoa e ajuda a pessoa a sarar o
machucado. Quando a gente tá com uma doença, a gente vem pra um hospital pra ser
curada”. Percebeu-se aqui, a associação da cura com a passagem por algum
procedimento que envolvesse dor, visto que a definição de curar passou antes pelo ato
de machucar. Dessa forma, Ferro (1995) propõe que através da expressão da criança
pelo jogo é possível fazer com que ela elabore angústias ou conteúdos difíceis, como no
caso de Mulher-Maravilha que começa a integrar o conceito de cura como a obtenção
do bem-estar através de uma intervenção dolorosa.
Os procedimentos invasivos foram expressos durante o jogo através da fala:
“Quando eu tomo injeção, dói, eu choro” (Super-Girl), “Quando eu tomo, eu não sinto
muita dor não” (Dead Pool). Esses procedimentos foram falados como situações
difíceis, apesar de cada pessoa apresentar uma reação emocional diferente,
corroborando a preocupação de Straub (2005) que diz que os procedimentos podem
criar um ambiente de hospitalização difícil de conviver, uma vez que há a perda de
controle pelo próprio corpo quando necessitam de serem submetidos a tais condições.
Em relação aos efeitos colaterais, uma das crianças relatou: “Tomei ontem
plaqueta, por isso que eu to com febre” (Dead Pool). O que corrobora com Gaspar
(2009), em que diz que a utilização de quimioterápicos pode provocar efeitos colaterais
como o caso de Dead Pool em que houve necessidade dele tomar uma bolsa de plaqueta
para repor a quantidade de células no sangue.

2.2 Aspectos emocionais


Quanto às estratégias de enfrentamento, Thor compartilhou com a Mulher-
Maravilha qual era a estratégia que ele utilizava para não puncionar a mão direita, que
era utilizada para realizar suas atividades. Ele relatou: “Quando foi por a agulha, eu falei
que tava doendo, mas não tava, só pra colocar na outra”. Pode-se perceber que a estratégia
de enfrentamento que ele utilizou foi focada na razão e na emoção, em que Simonetti
(2004) descreve como utilização de ideias e emoções para a expressão de sentimento
diante do desconforto emocional e da situação estressante.
No contexto de manifestações emocionais, a Mulher-Maravilha relatou: “Lembra
hospital? Já chega de hospital. Tô cansada do hospital, quero ir embora” Dead Pool
também expressou: “Quando eu brigo com meus irmãos, eu fico com raiva. É muito ruim
ficar com raiva” (Dead Pool). Dessa forma, as crianças ao verbalizarem na situação do
jogo assuntos relacionados a situações e sentimentos difíceis, acabam compartilhando e
transformando angústias (Ferro, 1995).
As fantasias eram relacionadas a jogos, filmes e desenhos animados, como nas
falas: “Eu queria ser a Mulher-Maravilha” (Mulher-Maravilha), “Eu queria ser o Thor
porque ele é o rei do trovão, ai eu podia voar, voar e voar” (Thor), dessa maneira, Ribeiro
e Angelo (2005) propõem que cabe ao psicólogo compreender a linguagem simbólica de
cada herói para compreender os aspectos mais profundos da criança.

2.3 Aspectos sociais


As crianças descreveram o contexto hospitalar, remetendo a internação,
profissionais que tinham contato e espaço físico que conviviam, como pode se observar
nas verbalizações: “Essa profissão tem aqui no hospital” (Dead Pool), “O palhaço que
vem sábado é chato porque ele vem só pra cantar” (Dead Pool) e “Lugar aqui no hospital...
tem os quartos, tem a salinha, tem o posto, recepção, cadeira, consulta, tem o elevador”
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(Thor). Dessa forma, as exposições das temáticas relacionadas à rotina hospitalar visaram
compreender o mundo de cada criança em seus aspectos emocionais e sociais (Perina,
2002). Pelo tempo em que se encontravam em tratamento era importante que
descrevessem e se apossassem mais e mais do universo hospitalar.
Durante o jogo também foi falado o quanto as pessoas significativas servem como
suporte emocional em situações difíceis na hospitalização, principalmente em
intervenções como a injeção ou a punção venosa “Quando eu vou tomar injeção, eu gosto
que a minha mãe esteja comigo” (Super-Girl). Confirmando a teoria de Straub (2005) que
diz que cada indivíduo lida de maneira diferente com situações aversivas de acordo com
os fatores biológicos, sociais e psicológicos como a presença do apoio emocional da
família sendo utilizado como estratégia de enfrentamento.

03) Possibilidades de intervenção do psicólogo


Durante o jogo, a pesquisadora participou levantando questões e temáticas acerca
da realidade da criança, além de criar um ambiente de acolhimento dos relatos que eram
expostos. Algumas palavras que eram sorteadas nas cartas funcionaram como estímulos
para a pesquisadora realizar suas intervenções. O que corrobora com a teoria de Gaspar
(2011) em relação à atuação do psicólogo hospitalar, possibilitando aos pacientes a
assistência psicológica e suporte emocional para o enfrentamento de situações difíceis.

04) Avaliação do modelo de intervenção


Pode-se verificar que a utilização do Jogo e Ação é uma possibilidade de uma
intervenção do psicólogo hospitalar, uma vez que se trabalhou conteúdos relacionados a
história de vida e a realidade dos participantes, proporcionando um ambiente de escuta
para exposição de aspectos sociais, físicos, emocionais e biológicos. Além de ser uma
ferramenta para amenizar a dor e angústia que a criança estivesse passando durante a
internação e contribuindo para a construção e fortalecimento dos vínculos entre os
participantes e a pesquisadora. O que condiz com a teoria de Perina (2002) em que o
psicólogo vai propiciar um ambiente de escuta, de assistência psicológica e suporte
emocional, por meio da utilização de instrumentos lúdicos como o jogo, aumentando a
expressão de conteúdos significativos por meio do simbolismo do brincar.

Conclusão
O estudo contribuiu para o surgimento de um modelo de intervenção psicológica
recomendada para profissionais em psicologia da saúde pediátrica e oncológica,
utilizando o jogo Imagem e Ação adaptado ao contexto hospitalar de crianças de 6 a 10
anos. Verificou-se que a dinâmica do jogo e suas cartas colaboraram para a criação de um
ambiente de escuta e acolhimento para a expressão de aspectos físicos, emocionais e
sociais relacionados à realidade de cada criança.
Para estudos futuros, sugere-se a aplicação do jogo para mais sujeitos, o uso dessa
possibilidade de intervenção em outros contextos como a preparação psicológica para a
hospitalização, antes da realização de exames ou procedimentos dolorosos e invasivos,
ou durante a sessão de quimioterapia, a fim de contribuir de forma satisfatória para a
expressão de sentimentos e vivências, podendo-se aumentar a possibilidade de adesão ao
tratamento e contribuindo no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento adequadas
dentro do contexto hospitalar.

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Paulo: Summus, 1987;
FERRO, A. Capítulo IV. A técnica na psicanálise infantil: a criança e o analista da
relação ao campo emocional (pp.77-89). Rio de Janeiro: Imago, 1995;
GASPAR, K. C. Psicologia Hospitalar e a Oncologia. Em V. A. Angerami-Camon
(Org.), Psicologia da saúde: um novo significado para a prática clínica (pp.79-126).
São Paulo: Cengage Learning, 2011;
PEREIRA, A. P. Grupo com crianças enfermas. Em J. M. Filho (Org.), Grupo e Corpo:
psicoterapia de grupo com pacientes somáticos (pp. 197-212). Porto Alegre: Artes
Médicas Sul, 2000;
PERINA, E. M. Câncer infantil: a difícil trajetória. Em: M. M. M. J. Carvalho (Org),
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escolar: um modelo teórico. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 39 (4), 391-
400, 2005;
SIMONETTI, A. A terapêutica. Manual de psicologia hospitalar: o mapa da doença
(pp.115-125). São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004;
STRAUB, R. O. Psicologia da saúde. Porto Alegre: Artmed, 2005.

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MEDIAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO HUMANO: REFLEXÕES
SOBRE A CRIANÇA NAS VIVÊNCIAS COM O CORPO
ADOECIDO1

Pimenta, Stéfany Bruna de Brito2


Roure, Susie Amâncio Gonçalves3

Palavras-chave: Teoria vigotskiana; Mediação e desenvolvimento; Criança em


adoecimento.

1 Introdução

O desenvolvimento humano é tema abordado a partir de diversas concepções


teóricas da Psicologia, fundamentadas em pressupostos epistemológicos distintos, como
por exemplo, as teorias psicanalíticas, teorias cognitivas, comportamentais, humanistas,
dentre outras (BEE, 1997). Apoiado na epistemologia marxiana, Vigotski (1931/1995),
em sua gama de estudos, interessou-se especificamente por investigar a gênese e o
desenvolvimento das funções psicológicas superiores, funções estas que caracterizam
fundamentalmente o homem enquanto humano. Assim, estudou os aspectos tipicamente
humanos do comportamento para compreender como essas características se formam ao
longo da história e se desenvolvem durante a vida de um indivíduo. A partir de seus
estudos e conceituações, diversas teorizações foram elaboradas a respeito das
peculiaridades do desenvolvimento da criança, contribuindo para que esta teoria
fundamentasse reflexões sobre diferentes fenômenos psicossociais que envolvem a
criança.
A partir das práxis de estágio4 na Clínica Pediátrica de um hospital, observou-se
que parte dos profissionais da saúde (principalmente médicos e enfermeiros) utilizam-se,

1 Esta pesquisa é financiada pela FAPEG – Fundação de Amparo à Pesquisa em Goiás


2 Universidade Federal de Goiás. Email: stefanybbp@hotmail.com
3 Universidade Federal de Goiás. Email: susieroure@gmail.com
4 Estágio obrigatório realizado no 9º e 10º período do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Goiás durante

o ano de 2014

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de modo recorrente, da terminologia das teorias do desenvolvimento humano, fazendo
uso de palavras como “cognição”, “afetividade”, “interação social”, “mediação”,
“potencial”, entre outras. Todavia, percebeu-se que nas intervenções realizadas por
alguns destes profissionais a concepção que os mesmos apresentam do desenvolvimento
da criança não é coerente com os termos por eles utilizados. Apesar de explicitarem a
importância da mediação e das relações sociais para o desenvolvimento humano,
permanece velada uma visão reducionista do desenvolvimento das crianças em situação
de adoecimento.
O reducionismo que por vezes se apresenta no campo da saúde é expresso em um
enfoque exclusivo e determinante nos aspectos biológicos do ser humano. Em situações
de adoecimento e de fragilidade orgânica é imprescindível o foco no tratamento biológico
e no cuidado com o corpo. No caso de crianças que vivenciam tais situações existe a
mobilização de toda a família para o reestabelecimento e estabilização do quadro clínico
da mesma, bem como readaptação para o prosseguimento da vida com qualidade.
Entretanto, o que pode ser colocado em questão é o predomínio quase exclusivo do
cuidado com o corpo adoecido e a visão determinista de que a fragilidade orgânica
comprometerá necessariamente aspectos psicossociais do desenvolvimento da criança,
interrompendo ou estagnando este processo. O enfoque exclusivo no corpo adoecido faz
com que as relações sociais da criança fiquem em torno do cuidado ao seu corpo
fragilizado.
Se as relações sociais são imprescindíveis ao desenvolvimento humano
(VIGOTSKI, 1931/1995), como compreender as peculiaridades desse desenvolvimento
no caso de crianças que tem suas vidas atravessadas pelas experiências de cuidado
hospitalar?5 Ou crianças que, mesmo sem o processo de internação, vivenciam os
constantes cuidados ao corpo debilitado? No contexto hospitalar observou-se que, além
do rápido contato, a maior parte destes eram realizados para atender as necessidades
biológicas da criança. Por conseguinte, o que adquire cena é o corpo adoecido e frágil,
reduzido ao seu aspecto orgânico (CARDIM, SANTOS, NASCIMENTO e
BIESBROECK, 2008).

5Neste trabalho compreende-se que experiências no hospital são caracterizadas pelo breve contato com os
profissionais, que por vezes permanecem equipados com materiais de proteção (luvas, toucas, jaleco, capote) e tem
como foco o cuidado com o corpo adoecido (BRASIL, 2006).

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A preocupação inicial desta pesquisa foi impulsionada pela experiência na clínica
pediátrica e do acompanhamento no isolamento hospitalar pediátrico, em que se percebe
um modo peculiar das pessoas que lidam com a criança em adoecimento compreenderem
seu processo de desenvolvimento. Identificou-se nestes contextos uma relação com um
corpo que é enfatizado em seus aspectos, prioritariamente, biológicos. Assim, a partir
destas questões, questionou-se como os fundamentos da teoria vigotskiana podem
contribuir para a compreensão do desenvolvimento da criança e de sua vivência em
adoecimento.
Logo, o objetivo deste trabalho é compreender o processo de desenvolvimento da
criança que vivencia o adoecimento corporal. Para tanto, busca-se por meio da categoria
mediação entender a complexidade e peculiaridade do processo de desenvolvimento
humano na perspectiva teórica de Vigotski e, assim, problematizar o desenvolvimento da
criança na situação específica de adoecimento. Ressalta-se que não é o foco deste trabalho
crianças com deficiências físicas ou mentais, visto que estas limitações geram outras
peculiaridades ao desenvolvimento. No caso das crianças que passam por situações de
adoecimento (permanente ou provisória), o determinismo biológico que surge nas suas
relações com o outro pode ser muita das vezes sutil e imperceptível. Por mais que a
criança tenha sua rotina e atividades, pode permanecer em suas relações uma ênfase sobre
sua debilidade e a crença de que o seu desenvolvimento não será “normal”. Em meio à
biologização da vida, como refletir acerca dos processos de mediação e o
desenvolvimento da criança acometida por uma fragilidade orgânica? Como se pode
conceber o desenvolvimento da criança que vivencia constantemente cuidados que
enfatizam seu corpo debilitado?
A partir desses questionamentos, pontua-se a relevância de se compreender a
relação entre mediação e o processo de desenvolvimento da criança nesta vivência
específica na complexidade e peculiaridade deste fenômeno, o que ainda permanece com
algumas lacunas nas abordagens científicas. Apesar da centralidade do conceito de
mediação para a compreensão do desenvolvimento humano na teoria de Vigotski, há
apropriações contemporâneas do autor que incorrem em fragmentações e distorções que
desconsideram o todo de sua obra, promovendo grandes lacunas (DUARTE, 2000).
Ressalta-se que não é o objetivo deste trabalho realizar um estudo acerca da
formação dos profissionais da área da saúde. O problema desta pesquisa emergiu da

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observação de uma prática de trabalho, contudo, a proposta consiste em analisar
teoricamente, a partir do conceito de mediação, o desenvolvimento da criança em
condição de adoecimento, visto que se identifica uma escassez de pesquisas no campo a
partir da perspectiva da Psicologia do desenvolvimento (predominam-se os estudos de
viés biológico ou do campo da Psicologia hospitalar). De todo modo, ao ser divulgado,
este estudo teórico poderá fomentar novas investigações e também contribuir para a
formação dos profissionais que trabalham com crianças que vivenciam a situação de
debilidade orgânica e adoecimento.

2 Metodologia

Esta é uma pesquisa bibliográfica de cunho teórico, pautada na Psicologia


Histórico-cultural que se fundamenta no materialismo histórico-dialético na linha de
Marx e Engels. Este enfoque metodológico se justifica na medida em que o materialismo
histórico dialético, fundamentado epistemologicamente, possui bases e pressupostos
consolidados o suficiente para as investigações científicas que a presente análise se
propõe (MARTINS, 2006).
O desenvolvimento do trabalho tem se pautado na realização do estudo de
algumas das importantes obras de Vigotski que versam sobre o desenvolvimento humano,
tais como: História do desenvolvimento das funções psíquicas superiores (1931/1995);
Problemas da Psicologia Infantil (1933-1934/1996) e Fundamentos de defectologia
(1997). Além disso, tem sido realizado levantamento bibliográficos exploratórios em
biblioteca e em banco de dados como Google Scholar, Scielo, Banco Nacional de
Dissertações e Teses (BNDT), Biblioteca Virtual em Saúde, Banco de Teses e
Dissertações da USP e Portal de Periódicos da CAPES, a fim de se selecionar estudos
contemporâneos de outros pesquisadores e comentadores da teoria vigotskiana.
Conforme os objetivos específicos da pesquisa têm-se utilizado como palavras chave
termos como “mediação em Vigotski”; “mediação e materialismo histórico-dialético”;
“apropriações brasileiras de Vigotski”; “vivência em Vigotski”; “desenvolvimento
corporal Vigotski”; “corpo cultura Vigotski”; “criança adoecimento Vigotski”; dentre
outras variações.

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3 Resultado e Discussões

O conceito de mediação tem sido tensionado para se pensar a dialética corpo e


cultura no desenvolvimento desta criança. O corpo é a primeira realidade do homem. Ela
é a materialidade concreta pela qual nós nos constituímos enquanto indivíduos (DORIA,
2004). Assim sendo, o enfoque no corpo orgânico que se sobressalta aos olhos na vida
destas crianças pode ser contrastado com as possibilidades culturais. O mundo é uma
produção de significantes e o homem um ser de natureza semiótica, o que não nega sua
organicidade, mas confere a ela um novo sentido. Tema que, de acordo com Pino (1993),
deve ser problematizado nos estudos acerca do desenvolvimento humano na corrente
histórico-cultural.
Neste sentido, ressalta-se que apesar da vulnerabilidade orgânica de algumas
crianças, não se pode inferir que estas terão seu desenvolvimento comprometido,
incidindo em um reducionismo entre normal e patológico. O biológico não determina em
absoluto o desenvolvimento da criança, tendo em vista o papel ativo do sujeito na cultura
e os processos de mediação, que abrem um leque de possibilidades que devem ser
amplamente pensados e problematizados. A partir de uma compreensão dos processos de
compensação, Vigotski (1997, p. 313) afirma que “ali onde o desenvolvimento orgânico
se torna impossível, há infinitas possibilidades para o desenvolvimento cultural”.
Assim, o presente trabalho contribui para redimensionar o olhar e construir novas
possibilidades de uma compreensão histórico-cultural do desenvolvimento das crianças
em situação de adoecimento. Portanto, espera-se que se compreenda como fundamental
não limitar o entendimento nos aspectos orgânicos do corpo, mas buscar apreender a
complexidade que há nas relações sociais da criança, nos processos de mediação que a
circundam, na singularidade de suas vivências e situação social de desenvolvimento. Na
análise, tem-se, portanto, conceitos da teoria vigotskiana fundamentais para compreensão
da realidade do desenvolvimento da criança em diferentes situações psicossociais
(VIGOTSKI, 1933-1934/1996; TOASSA; SOUZA, 2010).

4 Conclusão

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Espera-se por meio desta pesquisa um aprimoramento teórico e avanços nos
estudos sobre o desenvolvimento de crianças com debilidades orgânicas e suas vivências
em relação ao corpo adoecido. Visa-se gerar problematizações que se pautem na riqueza
e centralidade do conceito de mediação na teoria vigotskiana, confrontando a depuração
histórica e marxiana que é feita nas apropriações deste termo. Ao mesmo tempo, busca-
se fundamentos teóricos para se reafirmar o caráter dialético, multideterminado, social e
vivencial do desenvolvimento, reiterando que a criança, ainda que doente, permanece
sendo um sujeito histórico, social e em desenvolvimento.

5 Agradecimentos/Fomento
Agradecemos a sociedade goiana que, por meio, da Fundação de Amparo à Pesquisa em
Goiás (FAPEG) tem viabilizado apoio financeiro para realização desta pesquisa.

Referências

[1] BEE, H. O Ciclo Vital. Porto Alegre: Artmed, 1997.

[2] BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Pediatria:


Prevenção e controle de infecção hospitalar. Brasília: ANVISA, 2006.

[3] CARDIM, G. M.; SANTOS, A. E. V.; NASCIMENTO, M. A. L.; BIESBROECK, F.


C. C. Crianças em isolamento hospitalar: relações e vivências com a equipe de
enfermagem. Revista de Enfermagem UERJ. Rio de Janeiro, vol. 16, n. 1, pp. 32-38, 2008.

[4] DUARTE, N. A anatomia do homem é a chave da anatomia do macaco: A dialética


em Vigotski e em Marx e a questão do saber objetivo na educação escolar. Educação &
Sociedade. vol. 21, n. 71, pp. 79-115, 2000.

[5] DORIA, N. G. O corpo na história: a dupla natureza do homem na perspectiva


materialista dialética de Vigotski. Arquivos Brasileiros de Psicologia, vol. 56, n, 1, pp.
34-38, 2004.

[6] MARTINS, L. M. As aparências enganam: Divergências entre o Materialismo


Histórico Dialético e as abordagens qualitativas de pesquisa. In: 29ª. Reunião Anual da
ANPED. Cultura e Conhecimento, 2006.

[7] PINO, A. A interação social: perspectiva sócio-histórica. Idéias, Fundação para o


desenvolvimento da educação, p. 48-58, 1993.

[8] TOASSA, G.; SOUZA, M. P. R. As vivências: questões de tradução, sentidos e fontes


epistemológicas no legado de Vigotski. Psicologia USP, vol. 21, n. 4, pp. 757-779, 2010.
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[9] VIGOTSKI, L. S. Historia del desarrollo de las funciones psíquicas superiores. In:
Obras escogidas (Vol.3, pp.11-340). Madrid: Visor Distribuiciones, 1995 (Texto original
de 1931).

[10] _______. Problemas de la Psicologia infantil. In: Obras Escogidas (Vol. 4, pp. 249-
387). Madrid: Visor Distribuiciones, 1996 (Trabalho original proferido entre 1933-1934).

[11] _______. Fundamentos de Defectología. In: Obras Escogidas (Vol. 5). Madrid:
Visor Distribuiciones, 1997.

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POKÉMON GO – DA CAÇADA E CAPTURA DOS MONSTROS À
FORMAÇÃO DE CRIANÇAS CADA VEZ MAIS APRISIONADAS.
OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL
INFANTIL
NA ATUALIDADE

Ribeiro, Daniela Elias Naves1


Ribeiro,Eunice de Fátima Naves2
Carvalho, Valéria3

Palavras-chave: desenvolvimento infantil, espiritualidade, psicoterapia.

Introdução: Como têm sido a experiência de ser criança no mundo atual? Esse trabalho
propõe uma discussão a respeito de como as crianças hoje têm vivido a realidade de um
mundo globalizado, onde as informações viajam o planeta em segundos e tudo se
transforma o tempo todo, numa velocidade avassaladora. Como tem acontecido o
desenvolvimento emocional das crianças com os inúmeros compromissos escolares e
acadêmicos diários (aulas em período integral, aulas complementares de inglês, xadrez,
karatê, judô, ballet, etc.)? Qual o impacto dos brinquedos cada vez mais tecnológicos e
que produzem relações cada vez mais virtuais e menos diretas e pessoais? Vive-se, hoje,
um momento no qual é fundamental refletir sobre o processo de construção da dimensão
espiritual das crianças, bem como dos desafios inerentes à imersão na realidade
tecnológica e das relações virtuais. A psicoterapia infantil emerge como possibilidade de
resgate da constituição da pessoa e, por meio do enfoque da espiritualidade, promotor da
abertura para maneiras de existir mais autênticas, que favoreçam a liberdade existencial
e a construção de relações mais profundas e significativas consigo mesmo, com os Outros
e com o Mundo.

Objetivos:

1 IDEIA. E-mail: danielaelias28@hotmail.com


2 IDEIA. E-mail: eunice.navessribeiro@hotmail.com
3 IDEIA. E-mail: valeriacarvalho@hotmail.com

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Refletir sobre o processo de desenvolvimento emocional infantil e o papel do
psicoterapeuta em promover o resgate da espiritualidade infantil como meio de
construção de maneiras mais saudáveis e autênticas de existir no mundo atual.

Método:
Materiais necessários – projetor de slides, microfone, caixas de som.
Número de participantes – aberto.

Conclusões:
Conclui-se que o resgate e promoção do desenvolvimento da espiritualidade é um
caminho inovador para o fomento da saúde emocional infantil. Assim, o atendimento
psicoterapêutico conquista novos horizontes e possibilidades de atuação frente às
demandas e desafios que se constituem na atualidade.

Referências:
[1] Aguiar, L.. Gestalt-terapia com crianças: teoria e prática. (2ª ed). São Paulo:
Summus,
2014.
[2] Buber, M. Eu e Tu. São Paulo: Centauro, 2001.
[3] Leloup, Jean-Yves. Cuidar do ser: Filon e os terapeutas de Alexandria. São Paulo:
Vozes,
2015.
[4] Ribeiro, J. P.. Holismo, ecologia e espiritualidade: caminhos de uma gestalt plena.
São
Paulo: Summus, 2009.

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AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NA SÍNDROME
DE PRADER-WILLI: ESTUDO DE CASO

Brasil, Maria das Graças Nunes1


Ferreira, Sandra de Fátima Barboza2
Neves, Pedro Henrique3
Santos, Ida Celine Gonçalves4
Melo, Domênica de5

Palavras-chave: Prader-Willi; Neuropsicologia; Cognição

1 Intodução A Síndrome de Prader-Willi tem etiopatogenia desconhecida, porém é


frequentemente relacionada com alterações hipotalâmicas. Está associada ao sexo
masculino, a herança é paterna e ligada ao cromossomo 15. Em geral, cursa com
deficiência intelectual, baixa estatura, obesidade, hipogonadismo e hipotonia muscular.
(ANGULO Et al, 2015; ELENA Et al,2012; SCHWARTZ Et al, 2016)
2 Objetivo O objetivo deste estudo é relatar um caso clínico cujo desfecho foi o
diagnóstico de Síndrome de Prader Willi privilegiando-se a descrição dos aspectos
cognitivos.
3 Método
Participante: Participou deste estudo uma criança de nove anos, sexo masculino,
encaminhada à Avaliação neuropsicológica com queixas de dificuldades escolares,
comportamento agressivo, desatenção, impulsividade e hiperatividade, compulsão
alimentar, obesidade e quadro de encoprese. A entrevista anamnésica indicou que a
gestação foi tumultuada do ponto de vista emocional e com intercorrências médicas.
Houve complicações no parto (cesariana), havendo atraso, perda de líquido e anóxia.
Apresentou choro contínuo e não pegou o peito, sendo levado para a cidade de Goiânia
para atendimento emergencial. Nnasceu com 3,4 kg, e em virtude dos acontecimentos
citados, permaneceu internado sozinho na UTI neonatal do Hospital da Criança em
Goiânia por dois dias, sem ser amamentado com leite materno. O desenvolvimento

11
Hospital
das Clínicas/UFG. E-mail: mariadasgracasbrasil@gmail.com
2
UFG. E-mail: sandrabarbozaf@gmail.com
3
UFG. E-mail: pedro.psiufg25@gmail.com
4
UFG. E-mail: icgs.eaje@gmail.com
5
UFG. E-mail: domenicamelo@gmail.com

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neuropsicomotor ocorreu com certo atraso, andou por volta de 1 ano de 3 meses e falou
com 1 ano e dois meses. Tomou medicamentos em dois episódios, o primeiro aos 6 meses
de vida, quando foi receitado pelo pediatra o calmante natural “Passaneuro ®” devido ao
choro excessivo e dificuldade para dormir. Com 7 anos foi receitado por um psiquiatra
“Ritalina ®” (10mg), devido ao comportamento inquieto e agressivo, medicamento que
a criança tomou durante um mês. Em relação à saúde, apresenta pressão alta quando fica
nervoso e excesso de peso para sua faixa etária e altura, fatores existentes também em
outros familiares. Apresenta encoprese de origem não-orgânica, que segundo a mãe teve
início há três anos com o nascimento de seu irmão caçula. Mora com a mãe e os avós
paternos em uma casa vizinha a do pai.
Procedimentos e Instrumentos: Foram realizadas sete sessões entre observações,
entrevista de Anamnese com a mãe da criança e mediação das seguintes técnicas:
● Hora do Jogo Diagnóstica – Efron at. al, 1979,
● Bateria Gráfica (HTP; Pessoa do Sexo Oposto, Família, Desenho Livre) – Buck,
2003;
● Escalas Wechsler de Inteligência para Crianças (4ª edição) – Rueda, Noronha,
Sisto, Santos & Castro, 2013;
● Escala de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade – Benczik, 2000;
● Devolutiva

4 Resultados
Durante o período avaliativo o participante apresentou bom contato interpessoal,
foi cordato na realização das atividades e apresentou bom nível de compreensão e de
motivação. A tabela 1 apresenta o resultado obtido na Escala Wechsler. As figuras 1, 2,
3 e 4 indicam as pontuações ponderadas obtidas em cada um dos subtestes da Escala
Wechsler nos subfatores mensurados pela escala. Observa-se que o quociente de
inteligência geral é médio inferior e que os subtestes que indicam prejuízos cognitivos
são os relacionados à velocidade de processamento, especialmente Código e
Cancelamento. A tabela 2 mostra a percepção da escola quanto aos fatores Atenção,
hiperatividade, desempenho escolar e adaptação indicando que a criança não apresenta
problemas significativos relacionados à atenção, hiperatividade e desempenho em

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conteúdos escolares, porém apresenta problemas importantes na conduta adaptativa na
escola.

Tabela 1 - Resultados de QI - Índices Fatoriais – WISC-IV (Wechsler/Rueda e cols.,


2003/2013)
ICV IOP IMO IVP QIT
Ponto 91 102 91 80 89
Composto
Rank 27 55 27 9 23
Percentil
Intervalo de 84-99 95-109 84-99 73-91 84-94
Confiança
-95-%
Classificação Média Média Média Média Média
Inferior Inferior

Figura 1 – Pontos ponderados nos subtestes que compõem o Índice de Compreensão


Verbal

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Figura 2 – Pontos ponderados nos subtestes que compõem o Índice de Organização


Perceptual

Figura 3 – Pontos ponderados nos subtestes que compõem o Índice de Memória


Operacional

Figura 4 – Pontos ponderados nos subtestes que compõem o Índice de Velocidade de


Processamento

Tabela 2- Escala de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (Benczik, 2000)


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Resultados Total Percentil Classificação
Déficit de Atenção 68 75 Dentro da média e/ou da expectativa

Hiperatividade/Impulsividade 33 45 Dentro da média e/ou da expectativa

Problemas de Aprendizagem 49 50 Dentro da média e/ou da expectativa

Comportamento Anti-Social 29 90 Acima da Expectativa – apresenta


mais problemas que a maioria das
crianças

6 Discussão
Os resultados indicaram prejuízos atencionais sem características de transtorno
primário de atenção. Na Escala de Transtorno de TDAH é possível observar que ele não
é percebido pela escola como uma criança desatenta ou hiperativa. A função mnemônica
em suas várias modalidades (declarativa e implícita) apresenta-se dentro do esperado para
o grupo etário. No entanto, os processos cognitivos de maior complexidade que envolvem
aspectos de conceituação, planejamento, velocidade do processamento e controle
inibitório distanciam-se da performance esperada para seu grupo etário indicando que há
prejuízos funcionais mas há preservação e até bom desempenho de algumas funções o
que corrobora os achados de Nugnes et al (2013) e contrariam os resultados que
consideram a deficiência intelectual como consequência direta e esperada (ANGULO et
al , 2015; ELENA et al, 2012) .

Referências

[1]Angulo MA, Butler MG, Cataletto ME. Prader-Willi syndrome: a review of clinical,
genetic, and endocrine findings. Journal of Endocrinological Investigation.
2015;38:1249-1263. doi:10.1007/s40618-015-0312-9.
[2]Elena G, Bruna C, Benedetta M, Stefania DC, Giuseppe C. Prader-Willi Syndrome:
Clinical Aspects. Journal of Obesity. 2012;2012:473941. doi:10.1155/2012/473941.
[3]Schwartz L, Holland A, Dykens E, Strong T, Roof E, Bohonowych J. Prader-Willi
syndrome mental health research strategy workshop proceedings: the state of the
science and future directions. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2016;11:131.
doi:10.1186/s13023-016-0504-1

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[4]Nugnes R, Zito E, Mozzillo E, et al. Good cognitive performances in a child with


Prader-Willi syndrome. Italian Journal of Pediatrics. 2013;39:74. doi:10.1186/1824-
7288-39-74.

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EFEITO DA ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA


(EMT) SOBRE A COGNIÇÃO DE UMA PACIENTE COM AVC

Moraes, Fernanda Vieira1


Ferreira, Sandra de Fátima Barboza2
Diniz, Denise Sisterolli3

Palavras-chave: estimulação magnética transcraniana; cognição; AVC

Introdução: O aumento da expectativa de vida vem acompanhado do surgimento de


doenças crônicas, e o acidente vascular cerebral (AVC) é uma destas doenças que vem
aumentando de forma significativa no mundo, trazendo como consequência indivíduos
com incapacidades funcionais, não conseguindo retornar para as suas atividades laborais,
o que causa impacto na vida do paciente, família e sociedade. Dentre estas incapacidades,
encontra-se o prejuízo cognitivo que impacta significativamente os pacientes acometidos
por AVC, interfere na reabilitação, dificulta o sucesso terapêutico, prejudica a qualidade
de vida.
O prejuízo cognitivo ocorre de 35,2% a 43,9% dos pacientes, três meses após o
AVC e pode permanecer por um longo período de tempo em aproximadamente 1/3 dos
doentes. (PAKER et al, 2010). A idade, o estado funcional e a duração da doença na
admissão, comorbidades e as funções cognitivas são fatores importantes para o
prognóstico. Alguns fatores como localização anatômica, tamanho da lesão, fatores como
idade, saúde geral, eventos neurológicos anteriores ou distúrbios neurológicos
consideráveis influenciam no prognóstico funcional. (SOHLBERG & MATEER, 2011).
O diagnóstico dos déficits advindos de uma lesão encefálica é apenas o primeiro
passo para embasar a intervenção terapêutica e a reabilitação neuropsicológica representa
uma intervenção importante. Por isso, mais estudos voltados para a reabilitação da
cognição após AVC são necessários, a fim de melhorar a assistência prestada ao paciente,

1 Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER). Email: fvmpsi@hotmail.com


2 Universidade Federal de Goiás. E-mail: sandrabarbozaf@gmail.com
3 Hospital das Clínicas - Universidade Federal de Goiás. E-mail: sisterollide@gmail.com

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beneficiando na sua recuperação. Nesse contexto, o tratamento de pacientes com AVC
utilizando a estimulação magnética transcraniana (EMT) tem sido considerado promissor.

De acordo com o estudo realizado por (TATEMICHI et al., 1994), as funções


cognitivas mais prejudicadas no acidente vascular cerebral são a memória, orientação,
linguagem e atenção e observou-se que a disfunção cognitiva foi mais frequente nas
síndromes corticais e com infartos localizados nas artérias cerebrais posteriores e
anteriores esquerda. O comprometimento funcional foi maior quando estava associado
com comprometimento cognitivo, sendo verificado que os pacientes que eram
dependentes nas atividades de vida diária após a alta hospitalar tinham mais déficits
cognitivos. O autor ressalta que os estudos devem considerar tanto a deficiência cognitiva
quanto a física e que poucos destacam o aspecto da cognição.
Esse contexto de 1994 permanece nos dias de hoje, relatado por (GILLESPIE et al.,
2015) em seu artigo de revisão que expressa a dificuldade encontrada em definir
intervenções eficazes para a reabilitação de déficits cognitivos após AVC; pesquisas
anteriores relacionadas a esse tema foram feitas, mas foram de pequena dimensão ou de
baixo rigor metodológico, e essa limitação foi recorrente ao longo dos anos. Atualmente,
é visto uma insuficiência para apoiar recomendações voltadas para a prática clínica.
Portanto, é uma prioridade para pacientes, cuidadores e profissionais de saúde investigar
melhor como melhorar as deficiências cognitivas em pacientes com AVC.
Uma avaliação mais acurada da cognição em pacientes vítimas de AVC auxiliará
no tratamento de reabilitação, o que favorecerá a reinserção do indivíduo em seu contexto
de vida. Percebeu-se a necessidade de aprofundar mais nesse tema para poder colaborar
de forma mais efetiva no tratamento desses pacientes e o fato da estimulação magnética
transcraniana ser uma técnica promissora para a reabilitação no AVC, possibilita verificar
com maior precisão o efeito desta ferramenta na cognição dos pacientes que estão sendo
submetidos ao tratamento.
O objetivo deste estudo foi investigar a influência da estimulação magnética
transcraniana (EMT) sobre a cognição de uma paciente com sequela de acidente vascular
isquêmico (AVCi).

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2) Metodologia
Participante: Paciente de 52 anos, sexo feminino, biomédica, ensino superior completo em
Biomedicina e Enfermagem, vítima de AVCi no ano de 2013, em região nucleocapsular direita,
periventricular e subcortical e nos centros semiovais, inespecíficos, usualmente relacionados à
microangiopatia/gliose. A paciente trouxe como queixa principal rebaixamento do humor e déficit
de memória. Realizou o tratamento de EMT em 20 sessões no Centro de Reabilitação e
Readaptação Dr. Henrique Santillo(CRER); durante o mesmo, foi acompanhada por equipe
multiprofissional; foi avaliada pelo serviço de psicologia/neuropsicologia da equipe em dois
momentos, antes e após tratamento com EMT. O protocolo do tratamento foi estimulação a 10hz
em F3(córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo- alvo cognitivo/humor). Os aspectos cognitivos
avaliados foram: memória auditivo-verbal e visual, atenção visual, seletiva, alternada e funções
executivas. Avaliou-se também o aspecto de humor da paciente. Os instrumentos utilizados foram:
MOCA, Trail Making A e B, Dígitos OD/OI, RAVLT, Figura Complexa de Rey, Teste dos Sinos
e Escala Hamilton de Humor. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital das
Clínicas da UFG-GO n° do Parecer: 1.586.518.

3) Resultados

Avaliação pré-intervenção: No teste de triagem, observou-se adequada praxia


construtiva, planejamento, organização; adequada nomeação; déficit atencional; leve
dificuldade na tarefa de cálculo, desempenho satisfatório em fluência verbal; abstração
adequada; dificuldade na evocação tardia; adequada orientação temporal/espacial. Nos
testes específicos de atenção, verificou-se: dificuldade grave na atenção seletiva e
alternada, com um tempo maior para alternar o estímulo; apresentou atenção sustentada
adequada; desempenho satisfatório em atenção visual, com omissões dentro do esperado
para sua faixa etária. Nos testes específicos de memória, observou-se curva de
aprendizagem ascendente, demonstrando sustentação da atenção. Após interferência, não
houve queda no desempenho. A paciente beneficia-se do reconhecimento de pistas, não
cometendo erros. Tal fato demonstra adequado armazenamento de novas informações,
com desempenho satisfatório em memória de curto e longo prazo; apresentou
desempenho dentro da média esperada para sua faixa etária em memória visual. Nas
funções executivas, observou-se desempenho satisfatório em organização e
planejamento; apresentou dificuldade em flexibilidade cognitiva.

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Avaliação pós intervenção: Observou-se manutenção do desempenho em praxia
construtiva, planejamento, organização; adequada nomeação; maior vigilância da
atenção; significativa melhora na tarefa de cálculo, desempenho satisfatório em fluência
verbal; abstração adequada; manteve dificuldade na evocação tardia; adequada orientação
têmporo-espacial. Nos testes específicos de atenção, observou-se que manteve a
dificuldade na atenção seletiva e alternada, porém houve diminuição do tempo da
realização do teste, demonstrando uma maior velocidade de processamento da
informação; observou-se uma melhora da concentração, da atenção sustentada na atenção
visual, com diminuição de omissões. Nos testes específicos de memória, a paciente
apresentou curva de aprendizagem ascendente, com desempenho acima da média para
sua faixa etária, nota-se uma leve queda e depois se mantém. Após interferência, não
houve perda no desempenho, estando dentro da sua faixa etária; obteve beneficio com a
lista de reconhecimento, cometeu somente um erro; obteve melhora no desempenho de
memória visual. Nas funções executivas, obteve melhora significativa na capacidade de
organização e planejamento; manteve dificuldade na flexibilidade do pensamento, com
impulsividade.

4) Discussão e Conclusão

Observou-se que após o tratamento, com a testagem neuropsicológica, obteve


principalmente melhora na sustentação da atenção; na atenção visual e memória visual e
melhora da função executiva no que se refere à organização e planejamento. BURTON
& TYSON, 2015, relatam que o fato de se destacar o aspecto da cognição é considerar
um componente chave da reabilitação, já que deficiências cognitivas estão associadas
com um pobre envolvimento no tratamento, interferindo nos resultados. Identificar de
forma eficiente a natureza e a gravidade dos prejuízos cognitivos são uma prioridade.
Dessa forma, são necessários mais estudos voltados para a reabilitação da cognição após
AVC com o intuito de melhorar a assistência prestada ao paciente, beneficiando na sua
recuperação. E o tratamento em que se utiliza a estimulação magnética transcraniana
(EMT) tem sido considerado promissor.
A estimulação do córtex cerebral pode ser utilizada para reativar estruturas
hipoativas ou inibir estruturas hiperativas, propiciando uma reorganização cortical. No

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AVC há um desequilíbrio na atividade neuronal, onde ocorre inibição no hemisfério
lesionado e ativação no hemisfério contralateral. As mudanças resultantes da EMT podem
permanecer após o tempo da estimulação, principalmente devido aos processos de
plasticidade sináptica, fornecendo grandes perspectivas à reabilitação em doenças
crônicas, como o AVC. (ARAÚJO, et al, 2011)
Essa técnica é uma ferramenta eficaz para o tratamento de reabilitação do AVC, e
que tem sido interesse de muitos pesquisadores e clínicos durante os últimos cinco anos.
O que se observa, contudo, é uma grande ênfase na recuperação da função motora. É
necessário salientar o que tem sido feito no aspecto da cognição. (HARVEY;
KERKHOFF, 2015)

Nesse estudo de caso, obteve desempenho melhor da cognição e do humor após o


tratamento com estimulação magnética transcraniana. Esses resultados corroboram os
dados da literatura que indicam a EMT como efetiva no transtorno de humor e que altera
positivamente a performance cognitiva. No entanto, mais estudos voltados para o aspecto
da cognição, com uma amostra maior de pacientes e com metodologias científicas que
propiciem maior acurácia e fidedignidade de resultados, se faz importante para considerar
conclusões mais precisas.

Referências
[1] ARAÚJO, H. A. et al. Estimulação magnética transcraniana e aplicabilidade clínica:
perspectivas na conduta terapêutica neuropsiquiátrica. Revista de Medicina, v. 90,
n. 1, p. 3-14, 2011.
[2] BURTON, L.; TYSON, S. F. Screening for cognitive impairment after stroke: A
systematic review of psychometric properties and clinical utility. J Rehabil Med, v. 47,
n. 3, p. 193-203, Mar 2015.
[3] FONSECA, R.P.; PARENTE, M.A.M.P.; ORTIZ, K.Z.; SOARES, E.C.S.;
SCHERER, L.C.; GAUTHIER, L. & JOANETTE, Y. (no prelo) Teste de Cancelamento
dos Sinos. São Paulo: Vetor Editora.
[4] GILLESPIE, D. C. et al. Rehabilitation for post-stroke cognitive impairment: an
overview of recommendations arising from systematic reviews of current evidence. Clin
Rehabil, v. 29, n. 2, p. 120-8, Feb 2015.

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[5] HAMILTON M. A rating scale for depression. J Neurol Neurosurg Psychiat.
1960;23(56):56- 62

[6] HARVEY, M.; KERKHOFF, G. Effects of non-invasive brain stimulation on


attention: Current debates, cognitive studies and novel clinical applications.
Neuropsychologia, v. 74, p. 1-6, Jul 2015.

[7] MALLOY-DINIZ, L. F.; DA CRUZ, M. F.; TORRES, V.; COSENZA, R. O Teste de


Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey: normas para uma população brasileira. Rev Bras
Neurol. 36(3):79-83, 2000

[8] NASCIMENTO, E. (2000). Validação e adaptação do teste WAIS-III para um contexto


brasileiro. Tese de Doutorado, Universidade de Brasília, Brasília.

[9] OLIVEIRA, M.S.: RIGONI, M.S. (2010). Figuras Complexas de Rey: Teste de Cópia e de
Reprodução de Memória de Figuras Geométricas Complexas. São Paulo: Casa do Psicólogo

[10] PAKER, N. et al. Impact of cognitive impairment on functional outcome in


stroke. Stroke research and treatment, v. 2010, p. 68-79, 2009.Nurdan
[11] SARMENTO, A. L. R. Apresentação e aplicabilidade da versão brasileira da MoCA
(Montreal Cognitive Assessment )para rastreio de Comprometimento Cognitivo Leve.
2009. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São
Paulo, 2009.
[12] STRAUSS, E., SHERMAN, E.M.S., & SPREEN, O. (2006). A Compendium of
Neuropsychological Tests: Administration, Norms and Commentary (3rd ed.). New
York: Oxford University Press
[13] SOHLBERG , M.M., & MATEER, C.A.(2011) Reabilitação Cognitiva: uma
Abordagem Neuropsicológica Integrada. São Paulo: Santos.
[14]TATEMICHI, T K et al. Cognitive impairment after stroke: frequency, patterns, and
relationship to functional abilities. Journal of neurology, neurosurgery, and
psychiatry v. 57, n. 2, p. 202–207 , 1994.0022-3050 (Print )n0022-3050 (Linking).

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Programação
Programação
Congresso de Psicologia da Saúde

20 de outubro de 2016 (quinta-feira)


13:30 - CREDENCIAMENTO

Auditório SALA 1 SALA 2 SALA 3

14h00 – 16h00 Minicurso: Psicologia Hospitalar Minicurso: Psicologia Jurídica


Sebastião Benício da Costa Neto (HC-PUC- Marilúcia Pereira Lago (UFG)
GOIÁS) Leonardo Faria (SSP-GO/PUC-GOIÁS)

16:30 – 18:00 Mesa: Neuropsicologia dos Transtornos Mesa: Assistência Multiprofissional em Mesa: Psicooncologia Mesa redonda: Criminologia
Mentais Reabilitação e Readaptação Infanto-Juvenil Moderadora: Marilúcia Pereira Lago
Moderadora: Arlene de Castro Barros (PUC-
Moderadora: Vânia Soares Dias Moderadora: Joana D’Arc Silvério Porto (UFG) Goiás/ Hospital Araújo Jorge)
Neuropsicologia da Bipolaridade - Joana D’Arc Silvério Porto (UFG) O atendimento psicológico em Pediatria Crime de Ódio e Mediação de Conflitos – Lucília
Leonardo Caixeta (UFG/ Instituto da Musicoterapia na Reabilitação Cognitiva - Ivany Oncológica - Patrícia Marinho Gramacho Lima (TJ-GO)
Memória e do Comportamento) Fabiano Medeiros (CRER) (Hospital Araújo Jorge) Orion Tadeu Amorim (TJ-GO)
Neuropsicologia das Demências - Vânia Reabilitação Terapêutica Ocupacional no Grupo A importância do atendimento psicológico ao Sociopatia - Raimundo Medrado (CAMBURY)
Soares Dias (Instituto da Memória e do de atividades de vida prática - Débora da Silva paciente oncológico e seus cuidadores - Rita de Marina Prado (PUC-GOIÁS e Maternidade Nossa
Comportamento) Balbino (CRER) Cássia Reis Rabelo Jácomo (HEMOLABOR) Senhor de Lourdes)
Alterações de Linguagem nas demências: Reabilitação Fonoaudiológica no Grupo de Aspectos bioéticos e psicológicos do xeroderma
Cândida Dias Soares (Instituto da Estimulação Precoce – Camila Luiza Rodrigues pigmentoso - Telma Noleto Rosa Franco
Memória e do Comportamento) Costa (Hospital Araújo Jorge/ Central de
Atuação da Fisioterapia na abordagem Transplantes/HGG)
multiprofissional em Reabilitação - Theresa Avaliação neuropsicológica na psicooncologia:
Cristina Rodrigues Abdala (CRER) um olhar além da medida - Arlene de Castro
Apoio Psicológico ao Cuidador na Reabilitação Barros (PUC-Goiás/ Hospital Araújo Jorge)
Infanto-Juvenil - Virgínia Célia de Barros Oliveira Atendimento Psicológico na radioterapia -
(CRER) Wanderley de Paula Júnior (UEG)

19h30 – 20:00 Cerimônia de Abertura


Sandra de Fátima Barboza Ferreira (UFG)
Apresentação Musical - Duo de cordas – Violão e Violino
20:00 – 21:00 Conferência de Abertura
“O Impacto das Transições Epidemiológica e Demográfica no cenário de Saúde da América Latina”
Conferência: Ricardo Werner Sebastiani (Nêmeton- SP)
Coordenadora: Sandra de Fátima Barboza Ferreira (UFG)
21 às 22h Coquetel
21 de outubro de 2016 (sexta-feira)
Horário Auditório Sala 1 Sala 2 Sala 3
08:30-10:00 Mesa Redonda: Judicialização da Saúde, o Minicurso: Psicologia da Saúde – Integralidade Mesa Redonda: Avaliação e Reabilitação do Mesa Redonda: Desenvolvimento, educação e
Direito Constitucional de Acesso ao na atenção Neuropsicológica Paciente Neurológico Grave criatividade
Judiciário, Garantismo e Violência de Estado Mediadora: Larissa Machado Bufaiçal
Atenção Integral à Saúde Neurológica da Criança Moderadora: Geisa Nunes de Souza Mozzer (UFG)
Moderadora: Marilúcia Pereira Lago (UFG) - Sandra de Fátima Barboza Ferreira (UFG) Avaliação Neuropsicológica do Paciente Grave:
Palestrante – Eduardo Perez Oliveira (TJ- Fatores de Risco Neurológico - Nayara Medes O que fazer quando eles não respondem aos Desenvolvimento Humano e Saúde: Reflexões
GOIÁS) Alcanfor Agapito Khouri (UNB) testes? - Marina Nery (NEPNEURO) sobre o ser saudável - Fabrícia Teixeira Borges
Debatedor – Rangel Donizet Franco (TJ- Exame Neurológico Evolutivo - Maria das Graças Manejo da Fadiga – Larissa Machado Bufáiçal (UNB)
GOIÁS) Nunes Brasil (PUC-Goiás/UFG) Intervenção no Paciente Afásico – Juliana Contribuições da Psicologia do Desenvolvimento
Debatedor - Adegmar José Ferreira (TJ- Avaliação Neuropsicológica na Infância - Otília Cananeia (CRER) para a Educação em Saúde - Susie Amâncio
GOIÁS/UFG/Cambury) Aída Monteiro Loth (PUC-GOIÁS) Uso de Tecnologia Assistiva como Auxílio para Gonçalves de Roure (UFG)
Deficiência Intelectual: Rastreio, Estimulação e o Paciente com Déficit Cognitivo – Dagoberto A Expressão Criativa e a Saúde- Geisa Nunes de
Reabilitação - Sandra de Fátima Barboza Ferreira Miranda Barbosa (NEPNEURO) Souza Mozzer (UFG)
(UFG)

10:00 – 10:30 Coffee Break


10:30 – 12:00 Mesa Redonda: Sistema de Controle Penal Mesa redonda: O impacto da Doença Crônica na Mesa redonda: Avaliação Psicológica de Mesa Redonda: Atenção Integral à Saúde da
Infância: Desafios e Perspectivas nos Processos Clínicos Pessoa Idosa
Moderadora: Paulo Teles Atendimentos em um Ambulatório de Fibrose
Cística Moderadora: Mara Rúbia Camargo Alves Orsini Moderadora: Filomena Guterres Costa (PUC-
Entrevista investigativa em contexto pericial: (UFG) GOIÁS)
contribuições do comportamento verbal nas Moderadora: Jane Sinimbu (HC/UFG))
investigações do estupro de vulnerável – Avaliação de Mudanças em Psicoterapia - Filomena Guterres Costa – Políticas públicas de
Viviane Teles (SSP-GO/PUC-GOIÁS) Fibrose Cística: uma visão geral: Lusmaia Gleiber Couto Santos (UFG) atenção integral a pessoa idosa – A proposta do
A prisionalização e suas repercussões no Damasceno Camargo Costa (HC/UFG) Avaliação da Efetividade de Psicoterapias: A CRASPI (PUC-GOIÁS)
funcionamento psicológico do sentenciado: Atuação do Assistente Social no Ambulatório de adaptação do Clinical Outcomes in Routine Envelhecimento e abuso de drogas - Lazara Lima
Contribuições do exame criminológico – Fibrose Cística - Denise Andrade das Neves Evaluation-Outcome Measure [CORE-OM] e o (UFG)
Alexandre Herenio Castelo Branco (HC/UFG) Helpfull Aspects of Therapy (HAT) para o Brasil - Musicoterapia como estratégia preventiva e
Mecanismos investigativos: aspectos Abordagem nutricional da Fibrose Cística - Cláudia Cristina Fukuda (UCB) reabilitadora - Cláudia Zanini (UFG/SBGG-GO):
instrumentais e operacionais - Paula Meotti Ludimila Silva (HC/UFG) Avaliação de Aspectos Clínicos na Atuação do
(SSP/GO) Atuação do Psicólogo no Ambulatório de Fibrose Psicólogo na Assistência Social - Wanessa
As circunstâncias legais e dosimetria de pena Cística - Marcella de Paula (HC/UFG) Marques Tavares
– Adegmar José Ferreira (TJ- Atuação da Enfermagem no Ambulatório de
GO/UFG/CAMBURY) Fibrose Cística Geovanna Liscio (HC/UFG)

12h00 – 12h30 Exposição dos Pôsteres e Apresentações Orais da área de PSICOLOGIA DA SAÚDE
12h30 – 14:00
Intervalo para almoço

14h00 – 15h30 Mesa redonda: Manejo em Dor Crônica Minicurso: Lei 8080/90 – SUS Mesa Redonda: Doença de Parkinson Mesa redonda: Avaliação Psicológica – Testes
psicológicos para avaliação da habilidade de
Moderadora: Rejane Soares Ferreira Adegmar José Ferreira (TJ-UFG/CAMBURY) Moderadora: Teresa Raquel Alcântara Silva leitura
Heloisa Massanaro (SMS)
Aspectos neurofisiológicos da Dor Crônica e o Caroline Vargas Barbosa (CAMBURY) Sinais, sintomas e tratamento -Delson José Moderadora: Ariane Cristina Ramello (UFG/ALFA)
tratamento medicamentoso - Ana Cristina Silva (UFG/IINEURO) Avaliação de Coerência Local em crianças de 10 a 13
Ferreira Garcia (CRER) Avaliação Neuropsicológica – Leonardo Faria anos
A Fisioterapia na Dor Crônica - Lara de Vecchi (SSP-GO/NEPNEURO) Teste de Nomeação para Crianças – Sandra de
Machado (Athletics) Fisioterapia e tratamento dos sintomas Fátima Barboza Ferreira – UFG
A dor emocional e a Dor Crônica - Rejane motores – Guilherme Afonso Neto (IINEURO) Normatização do TDE para crianças goianas –
Soares Ferreira (PUC-GOIÁS) Musicoterapia, reabilitação cognitiva e Doença Sandra de Fátima Barboza Ferreira - UFG
de Parkinson – Teresa Raquel Alcântara Silva
(UFG/IINEURO)
15:30 – 16:00 Coffee Break

16h00 – 17h30 Mesa Redonda: Demência de Alzheimer: Mesa Redonda: Nutrição e Comportamento Mesa Redonda: Monitoramento de Pacientes Mesa Redonda: O Cuidado em Saúde Mental
diagnóstico e possibilidades terapêuticas Alimentar: Obesidade e Transtornos de com AVC submetidos à Técnicas de
Alimentação Neuromodulação
Moderadora: Rejane Soares Ferreira (PUC- Moderadora: Heloísa Massanaro (SMS)
GOIÁS) Moderadora: Gina Nolêto Bueno (PUC-GOIÁS) Moderadora: Angela Maria Costa de Souza
(CRER) Os componentes do NAPS – Ana Lua Sarmento
Atualidades sobre o diagnóstico e o Transtornos alimentares na infância - Sandra de Neuromodulação – Angela Maria Costa de Rauber (SMS)
tratamento da Demência de Alzheimer – Fátima Barboza Ferreira (UFG) Souza (CRER) Desinstitucionalização e centro de convivência –
Ricardo Borges da Silva (SBGG/PUC-GOIÁS) Atendimento Nutricional para pacientes com O Trabalho Multidisciplinar no Serviço de Marla Borges (SMS)
Contribuições da Neuropsicologia na obesidade grave – Annelisa Santos (UFG) Neuromodulação no CRER – Francielly Ferreira CAPS Porta Aberta – Isabel Clímaco Mattos (SMS)
Demência de Alzheimer – Rejane Soares Preparação para a cirurgia bariátrica - Luciana Santos (CRER/IINEURO) Hospitalidade noturna em CAPS 3 – Heloísa
Ferreira (PUC-GOIÁS) Gusmão Tartuce (HC/PUC-GOIÁS) Recursos de Screening Psicológico para Massanaro (SMS)
Intervenções Fonoaudiológicas na Demência Comportamento Alimentar - Gina Nolêto Bueno Monitoramento do Efeito de Técnicas de
de Alzheimer – Vanessa Mattos Medeiros (PUC-GOIÁS) Neuromodulação em Pacientes com AVC –
(Clínica FISIATRA) Fernanda Vieira Moraes (UFG/CRER)
Intervenções fisioterápicas na Demência de
Alzheimer – Flávia Martins Gervásio (UEG)

17h30 – 18h30 Exposição dos Pôsteres e Apresentações Orais das Áreas de AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DE PSICOLOGIA JURÍDICA
22 de outubro (sábado)
Horário Auditório Sala 1 Sala 2 Sala 3
08h30 – 10h00 Mesa Redonda: Mastologia Mesa Redonda: Aspectos éticos da Avaliação Mesa Redonda: Música e Psicologia: reflexões Mesa Redonda: Atenção Integral na Gravidez,
Psicológica no Contexto Jurídico e aplicabilidades Parto e Puerpério
Moderadora: Márcia Veloso
Moderadora: Marilúcia Pereira Lago (UFG) Moderadora: Jordanna Duarte (IPOG) Moderadora: Rafaela Paula Marciano (HMDI)
Liliane Domingos Martins (Ministério Prevenção e Psicologia – O que prevenir?
Público/PUC-GOIÁS) Nilcéia Protásio (UFG) Nayara Ruben Calaça Di Menezes (HDMI/UFG)
Áquila Araújo Gonçalves Rodrigues Ziki (PUC- Gilka Martins (UFG) Alterações psicológicas durante a gravidez
GOIÁS) Jordanna Duarte (IPOG) Andreza Mariz da Silva (HDMI/UFG)
Depoimento sem dano – Adegmar José Ferreira Sofrimento psíquico no puerpério
(TJ/UFG/CAMBURY) Bárbara Monielle Pinto Cerqueira (HDMI/UFG)

10:00-10:30 Coffee Break


10h30 – 12h00 Mesa: Esclerose Múltipla Mesa Redonda: A importância das técnicas Mesa Redonda: Os desafios do Mesa Redonda: Quando a vida começa diferente:
gráficas no contexto clínico e jurídico desenvolvimento emocional infantil na prematuridade e morte na maternidade".
Moderadora: Andréia Mendonça atualidade: Pokémon Go – da caçada e captura
Moderadora: Ariane Cristina Ramello dos monstros à formação de crianças cada vez Moderadora: Rafaela Paula Marciano
Esclerose Múltipla: stress, fatores emocionais (UFG/ALFA) mais aprisionadas
e imunológicos desencadeantes- Denise Moderadora: Yara Berocan Clínica psicanalítica com bebês prematuros:
Sisterolli (CRIEM/HC/UFG) Bases epistemológicas e empíricas do uso de possibilidades de intervenção precoce em UTI
Avaliação Neurocognitiva comparativa na técnicas gráficas para avaliação da personalidade Daniela Elias Naves Ribeiro (IDEIA) neonatal – Rafaela Paula Marciano (HDMI)
Esclerose múltipla associada ou não à – Sandra de Fátima Barboza Ferreira (UFG) Eunice de Fátima Naves Ribeiro (IDEIA) Contato pele-a-pele: o lugar de um registro afetivo
Doença Bipolar - Andreia Mendonça A importância das técnicas gráficas no contexto Valéria Carvalho (IDEIA) – Lília Arrais Barbosa (HDMI)
(CRIEM/UFG/Estácio de Sá) jurídico – Maria Tereza Figueiredo Costa Maternidade e luto: atenção psicológica no
A velocidade de Processamento Cognitivo em (CLINAP/PUC-GOIÁS) processo de luto perinatal – Ângela Beatriz de Lima
Pacientes com Esclerose Múltipla - Elizabeth Debatedor: Adegmar José Ferreira Borges (HMDI)
Ferreira Guimarães Zenha (CRIEM/HC/UFG) (TJ/UFG/CAMBURY) Atendimento à Gestante vítima de Estupro -
Marina Prado (Materinidade Nossa Senhora de
Lourdes/PUC-GOIÁS
12h00 – 12h30 Encerramento
ÍNDICES DE AUTORES

Andrada, Isabella Martins de 14


Abdala, Thereza Cristina Rodrigues 18
Aversi-Ferreira, Tales Alexandre 36
Balbino,Débora da Silva 18
Barcellos, Alline Silva Pimentel 10
Batista, Agmar César Elias 20
Bosco, Elcimar do Amaral 21,30
Brasil, Maria das Graças Nunes 113
Caixeta, Leonardo 36
Caixeta, Victor 36
Carneiro, Aldione Maria 12
Carvalho, Gabriel Pereira 07
Carvalho,Valéria Carvalho 111
Castro, Danniella Davidson 08
Castro,Valquíria Alves 12
Cecílio, Thais Bruno 11,17,98
Cole, Larissa 06,59
Costa Neto, Sebastião Benício 05,06,07,13,14,15,16,24,47,59,66,79,86
Costa, Camila Luiza Rodrigues 18
Costa, Fernanda Sousa 05,16,47,79
Cruz, Letícia Goulart 13
Diniz, Denise Sisterolli 119
Dourado, Hannah Duarte 07
Ferraz, Samantha Avanço 15
Ferreira, Sandra de Fátima Barboza 22,36,113,119
Ferro, Daniela Vieira 20
Graças, Marisa Kamenach das 07,08.66
Gramacho, Patrícia Marinho 11,17,98
Guimarães, Valeriana de Castro Guimarães 86
Herênio, Alexandre Castelo Branco 20
Leite, Carla Ferreira 12
Lima, Danilo Pereira 20
Loth, Otília Aída Monteiro 20
Lucio, Lígia Lais de Jesus 06,59
Magalhães, Andrea Batista 11,17,24,98
Medeiros, Ivany Fabiano 18
Melo, Domênica de 113
Mendes, Francielle Rodrigues de Almeida 24
Moraes, Fernanda Vieira 119
Neves, Pedro Henrique 113
Oliveira,Virginia Célia de Barros 05,06,18,24,47,59
Orsini, Mara Rubia 30
Pimenta, Stéfany Bruna de Brito 104
Porto, Joana D´Arc Silvério 10,18
Ribeiro, Daniela Elias Naves 111
Ribeiro, Eunice de Fátima Naves 111
Roure, Susie Amâncio Gonçalves 104
Santos, Ida Celine Gonçalves 113
Santos, Priscila Alves Silva 93
Santos, Thais Silva 93
Santos,Gisele de Souza 72
Silva, Ellen Rodrigues da 93
Sinimbu, Jane Andrade 19
Soares, Cândida Dias 36
Soares, Vânia Lúcia Dias 36
Sousa,Ivone Félix de 05,06,07,24,47,59,66,79
Souza,Tatiana Machiavelli Carmo 54
Tartuce, Luciana Marya Gusmão 08,86
Teles, Graziele Lopes 17,98
Vasconcelos,Caroline Luiza Bailona de 54
Vieira, Larissa da Silva 93
Vieira, Renata Teles 36
Zanini, Daniela Sacramento 98

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