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Jundiaí
2019
ELAINE RAMOS SILVA BATISSACO
Jundiaí
2019
BATISSACO, Elaine Ramos Silva
BANCA EXAMINADORA
RESUMO
ABSTRACT
The aim of the present paper is to discuss, based on previous studies, Borderline
Personality Disorder (BPD) in its different aspects, and to demonstrate the
importance of psychotherapy as the basis of treatment for patients with this disease.
The methodology used for this study was a literary review of authors who express
ideas on the subject, and emphasize the importance of psychotherapy as a
facilitating tool in the treatment of this personality disorder. SciELO, PsycInfo,
Science Direct and PubMed platforms were used to search for articles from 2009 to
2019 on the theme borderline personality disorder and its treatment methods using
the keywords: borderline personality disorder, drug therapy. , cognitive behavioral
therapy, dialectical behavioral therapy. Borderline personality disorder (BPD) is a
challenge to be treated not only because it is complicated and stigmatized, but also
because its symptoms reflect ingrained patterns of thinking and behavior. Although it
is heterogeneous in nature, causing different clusters of symptoms in different
people, the disorder has three main clinical components: distorted self-image,
impulsivity, and emotional volatility. Many patients with BPD also have other mental
health problems, such as mood disorder or posttraumatic stress disorder. Drugs may
be moderately useful in reducing specific symptoms, such as depression or anxiety,
but they do not address essential personality traits and behaviors. As such,
psychotherapy remains the mainstay of treatment for patients with BPD, although
there is no "one size fits all" treatment. In the present study, a review of three
psychotherapies within the cognitive behavioral approach was performed and it was
concluded that all were equally effective overall, but each had specific advantages.
Keywords: Borderline personality disorder; cognitive behavioral therapy; dialectical
behavioral therapy.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................10
2 REVISÃO HISTÓRICA DO CONCEITO BORDERLINE....................................12
2.1 TRANSTORNO DE PERSONALIDADE........................................................12
2.2 O TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE...........................12
2.3 COMORMIDADES SIGNIFICATIVAS NO PACIENTE BORDERLINE.........15
2.4 POSSIVEIS FATORES DE RISCO PARA A CAUSA DO TPB.....................16
2.5 ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO.............................................................17
3 UM BREVE HISTÓRICO DA PSICOTERAPIA...................................................18
3.1 TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC)...................................19
3.2 TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA (TCD)....................................23
3.3 TERAPIA DO ESQUEMA (TE)......................................................................24
3.4 A TERAPIA MEDICAMENTOSA ASSOCIADA A OUTRAS TERAPIAS......26
4 O TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE E AS
DIFICULDADES NA ERA CONTEMPORÂNEA........................................................29
5 REFERÊNCIAS...................................................................................................32
10
1 INTRODUÇÃO
O termo borderline foi introduzido pela primeira vez nos Estados Unidos em
1938 por Adolf Stern (LINEHAN, 2010). Era um termo usado pelos primeiros
psiquiatras para descrever pessoas que se pensava estar na fronteira entre
diagnósticos, principalmente psicose e neurose. Na época, o sistema de
classificação era primitivo e o paradigma psicanalítico dominava a psiquiatria,
portanto, o critério utilizado para classificação de pacientes estava ligado à
analisabilidade. Acreditava-se que pacientes com neuroses eram considerados
analisáveis e, portanto, tratáveis, enquanto aqueles com psicoses eram
considerados não analisáveis e, portanto, intratáveis (GUNDERSON, 2009).
De acordo com Gunderson (2009, 2010) o transtorno de personalidade
borderline é um construto clínico importante, com uma longa história na literatura
13
como abuso físico ou sexual durante a infância ou negligência e separação dos pais,
correm maior risco de desenvolver o distúrbio (CRAWFORD et al, 2009; GABBARD,
2006).
Os fatores fisiológicos apontam para a maneira como o cérebro funciona, e
este processo tem sido observado em pacientes com TPB que apresentam
disfunções cerebrais, especialmente em regiões frontais, pré-frontais e límbicas.
Este padrão tem sido frequentemente identificado em pessoas com distúrbio
limítrofe, sugerindo que há uma base neurológica para alguns dos sintomas e
passiveis de identificação a partir de tenra idade. De acordo com pesquisadores, as
partes do cérebro que controlam emoções e tomada de decisão/julgamento podem
não se comunicar bem entre si, gerando, portanto, prejuízos na memória operacional
e nas funções executivas o que aumentariam de forma significativa a propensão
para o comportamento suicida. (SOLOFF et al, 2012).
1978). Já a terapia multimodal criada por Lazarus (1971,1979, 1980) sugere que as
questões psicológicas devem ser tratadas, abordando sete modalidades diferentes,
mas interconectadas.
Lazarus (1980) relacionou essas modalidades sob a sigla BASIC ID, em que
letra é a incial da descrição de uma ocorrência: B - Representa um comportamento
(em inglês behavior) que pode se manifestar através do uso de atos, hábitos, gestos
inadequados ou a falta de comportamentos adequados; A - Representa afeto, que
pode ser visto como o nível de sentimentos ou emoções negativas que se
experimenta; S - Representa sensação, ou sensações corporais negativas ou
sintomas fisiológicos, como dor, tensão, suor, náusea, batimento cardíaco
acelerado, etc...; I - Representa imagem, que é a existência de imagens cognitivas
negativas ou imagens mentais; C - Representa cognição ou o grau de pensamentos,
atitudes ou crenças negativas; I - Representa relacionamento interpessoal e refere-
se à capacidade de formar relacionamentos bem-sucedidos com os outros. É
baseado em habilidades sociais e sistemas de apoio; D - É usado para representar
medicamentos e funções biológicas e examina a saúde física do indivíduo, o uso de
drogas e outras opções de estilo de vida.
Geralmente, os pacientes experimentam sentimentos e pensamentos que
reforçam ou compõem crenças defeituosas. Essas crenças resultam em
comportamentos problemáticos que afetam inúmeras áreas da vida, incluindo
trabalho, família, relacionamentos amorosos (BECK, A. et al, 1997; BECK, J. 2007).
Uma pessoa que sofre de baixa autoestima, por exemplo, tende a
desenvolver pensamentos negativos relativo à sua aparência, ou suas habilidades.
Como consequência desses padrões de pensamentos negativos, o indivíduo pode
deixar passar oportunidades de progresso no trabalho ou na escola, alem de
esquivar-se de situações sociais (BECK, 2007).
Para combater esses padrões de comportamentos destrutivos ou
pensamentos negativos, o terapeuta cognitivo-comportamental estimula o paciente a
distinguir essas as crenças problemáticas. Esse estágio, também conhecido como
análise funcional, é essencial para compreender como situações, sentimentos e
pensamentos podem coadjuvar para comportamentos desadaptativos. Esse
processo pode ser penoso, principalmente para pacientes que lutam com a
introspecção, no entanto, pode levar à insights e autodescoberta que são uma parte
elementar no processo de tratamento (BECK, 2013).
22
com a ideia de mudança. O terapeuta valida que as ações da pessoa fazem sentido
dentro do contexto de suas experiências pessoais, sem necessariamente concordar
que elas são a melhor abordagem para resolver o problema (LINEHAN, 2010).
Na terapia comportamental dialética, os terapeutas também se reúnem, de
maneira individual, com uma equipe de consulta para ajudá-los a permanecer
motivados no tratamento de seus pacientes e a navegar em questões difíceis e
complexas (LINEHAN, 2014).
A terapia comportamental dialética se concentra no ensino de habilidades de
enfrentamento para combater impulsos destrutivos, regular emoções e melhorar os
relacionamentos enquanto adiciona validação. Incluindo o trabalho individual e em
grupo, a TCD incentiva a prática de habilidades de atenção plena ou mindfulness,
visto que devido a sua importância também são chamadas de habilidades nucleares
(LINEHAN, 2010, pp. 143). A TCD demonstrou ser eficaz na redução do
comportamento suicida, hospitalização psiquiátrica, abandono do tratamento, abuso
de substâncias, raiva e dificuldades interpessoais (LINEHAN, 2010, pp 35).
hábitos (SADOCK & SADOCK, 2007; MARANGELL et al, 2004; AUCHEWSKI et al,
2004). Os principais ansiolíticos prescritos atualmente são: Lorazepam;
Clonazepam; Diazepam; Buspirona; Alprazolam; Bromazepam (SADOCK; SADOCK,
2007).
À medida que aprendemos mais sobre as causas biológicas do TPB, novos
medicamentos estão sendo desenvolvidos e testados para o distúrbio. Por exemplo,
os resultados de um estudo sugerem que um suplemento de ácidos graxos ômega-
3, especialmente o ácido eicosapentaenóico (EPA), pode levar a uma menor
agressão e sentimentos de hostilidade em pessoas com TPB (ZANARINI;
FRANKENBUG, 2003).
29
cederam lugar para novas regras de comportamento regidas pelas leis de consumo
e de mercado.
De acordo com BAUMAN (2001):
5 REFERÊNCIAS
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