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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA – LAP


CAMPUS TATUAPÉ

RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROCESSO DE AVALIAÇÃO


PSICOLÓGICA

Nome do colaborador: K. H. S. H.
Estagiários terapeutas:
HENRIQUE ARANDA DA SILVA RGM 1687630-0
IARA ANDRADE RGM 1672699-5
KAREN PAULOZZA RIBEIRO RGM 1690703-5
LARISSA SANTOS VERMELHO RGM 1693875-5
LUCAS CESAR GARCIA RGM 1672894-7
MARCO ANTÔNINO F. NARCISO RGM 1690811-2
NATÁLIA ESTEVES SILVA RGM 1803648-1
Professora supervisora: Profa. Dra. Jacqueline Mazzoni

São Paulo
2019
1. Dados do Colaborador

Nome Completo: K. H. S. H
Sexo: Masculino
Idade: 23
Estado Civil: Solteiro
Escolaridade: Ensino médio - completo.

2. Atendimentos

Data e horário do primeiro atendimento: 15/04/2019 das 10:40 horas às 11:30 horas.
Data e horário do segundo atendimento: 22/04/2019 das 10:40 horas às 11:30 horas.
Data e horário do terceiro atendimento: 29/04/2019 das 10:40 horas às 11:30 horas.
Data e horário do último atendimento: 06/05/2019 das 10:40 horas às 11:30 horas.

3. Motivo(s) do atendimento

Avaliação psicológica direcionada para a reflexão e análise de competências para o


mercado de trabalho.

4. Fundamentação Teórica

As competências são compreendidas como atributos individuais e atitudes associadas


a conhecimentos do indivíduo expressas pelo desempenho profissional em determinado
contexto. Estão diretamente ligadas à noção de aprendizagem, de modo que o desempenho da
pessoa no trabalho torna-se uma expressão de suas competências e manifestação de
conhecimentos adquiridos por determinado sujeito ao longo de sua vida. Por conseguinte, a
aplicação de tais conhecimentos, atributos e atitudes no trabalho resultam em desempenho
profissional satisfatório (FREITAS; BRANDÃO, 2005).
É pertinente ressaltar que o ser humano é um ser integrado e indivisível que traz
consigo expectativas, sentimentos e ambições que influenciam na busca do crescimento
dentro daquilo que se desenvolve e realiza (FREITAS; BRANDÃO, 2005). Critérios como
produtividade, rendimento no trabalho, ritmo, necessidade de contato exterior, autoestima,
ânimo, relacionamento interpessoal, atitudes frente a figuras de autoridade, agressão,
organização, ordem, emotividade, impulsividade, e outros, constituem o perfil pessoal e
profissional, assim como a medida em que as competências serão utilizadas para a execução
de determinada atividades (Alvez & Esteves, 2009).

5. Dados da Entrevista

O tipo de entrevista utilizada é definida como semi-dirigida, onde o entrevistado pode


expor o que quiser, na ordem que desejar e o entrevistador pode intervir com o objetivo de
preencher as lacunas que porventura venham a ocorrer e dar direção quando o entrevistado
não sabe como começar ou continuar.
Inicialmente, durante a entrevista, o examinando informou que chegou de ônibus,
falou sobre sua rotina e, em seguida, disse já ter visitado a universidade anteriormente, sem
especificar quando. Confirmou também estar à procura de um emprego, mas que pretendia
aprender mais sobre a área da fotografia, chegando a dizer que gostaria de compreender a
parte técnica da arte. Disse também que gostaria de ingressar em uma faculdade, mas não quis
dar detalhes quanto a isso. Entretanto, informou a entrevistadora que, para ele, a fotografia
tem relação com a arte e que mexe com seus sentimentos, explicou que “descobriu sua
paixão” por acaso e, em uma situação, acabou ganhando uma câmera de um estranho e que
isso o incentivou.
Prosseguindo com a investigação de suas áreas produtiva e profissional, a aplicadora
fez perguntas pertinentes ao que ele gostava de fazer. O voluntário informou que gostava de
lidar com pessoas e com o público, chegou a estagiar em um local onde disse que trabalhou
com triagem e que “ajudou muitas pessoas”, principalmente na resolução de problemas.
Porém, explicou também que não foi registrado em sua carteira de trabalho e que isso o
desagradou bastante. Também informou que gosta mais da área burocrática, usando mais uma
vez a expressão “resolver problemas” em seu discurso.
Relacionado a sua anterior experiência, disse que aprende a ser comunicativo e a
gostar de conversar. Disse ter dificuldade em trabalhar com idosos, mas que o contato com
esse tipo de público o ensinou a ser mais paciente. Em relação a sua antiga chefe, deixou claro
que não gostava de muitas de suas atitudes, justificando com o argumento de que ela “cobrava
o que não fazia” e que isso era incômodo. Nesta mesma empresa, disse que aprendeu a
trabalhar e a “não ser preguiçoso”, que em um ano que ficou lá amadureceu e trabalhou em
equipe.
Descreveu suas habilidades de modo breve, mas informou que fica bem feliz quando é
elogiado por alguma fotografia que tira. Descreveu-se como curioso, e informou que estuda e
pesquisa sobre os preços e tipos de estudos que um estudante de fotografia deve fazer e que,
inclusive, pretende trabalhar para pagar o seu curso futuramente.

6. Resultados do Teste

Segundo a Escala dos Pilares da Resiliência (EPR), os resultados obtidos em cada


subescala foram: Empatia (E) e Reflexão (B) com classificação muito alta. Nas subescalas de
Independência (I), Orientação Positiva para o Futuro (OPF), Sociabilidade (S) e Valores
Positivos (VP) com classificação alta. Ficaram com classificações médias as subescalas de
Aceitação positiva de mudança (APM) e Autoeficácia (AE). Bom humor (BH) com
classificação baixa. Autoconfiança (AC) e Controle emocional (CE) com classificação muito
baixa.
O colaborador mostrou na categoria um que refere à “Interpretação Quantitativa:
Energia Produtiva” no fator “Produtividade”, item “A” uma variação curta em quantidade de
palos por tempo, sendo o número maior no segundo tempo e o menor no quarto tempo,
somando o total de 847 palos. Interpreta-se que o mesmo possui média superior em relação a
esse item, ou seja, revela rendimento no trabalho acima da média.
O item “B” do mesmo fator que refere ao Nível de Oscilação Rítmica (NOR)
apresentou menor quantidade de palos do quarto tempo para o quinto tempo e maior
quantidade de palos por tempo do terceiro para o quarto tempo, ou seja, interpreta-se que o
mesmo está na média, apresentando instabilidade no ritmo de produção, consegue ter
adaptação adequada às tarefas do dia-a-dia.
O fator dois que refere ao “Gráfico de Rendimento” apresentou oscilações e
irregularidades, ou seja, pode indicar estresse. O fator três que faz o cálculo da distância entre
os palos, o mesmo mostrou-se com resultado normal ou na média, ou seja, indicando
equilíbrio, ponderação em alcançar os objetos, boa capacidade de organização e método.
O fator quatro que define “Inclinação dos Palos” teve como resultado somatório 451
de palos inclinados, ou seja, podemos interpretar como vertical ou reta, sendo assim pode ter
atitude vigilante da personalidade, domínio sobre os desejos e pouca necessidade dos outros
nas atividades.
O fator cinco que refere ao “Tamanho dos Palos” encontra-se na classificação normal
ou média, significando equilíbrio, ponderação, domínio da conduta, afetividade estável e
adaptação ao meio, ordem, reflexão, constância e atenção.
O fator seis que indica “Distância entre Linhas” o classifica como normal ou média,
ou seja, revela um relacionamento interpessoal equilibrado e respeita os limites adequados do
convívio com outros.
O fator sete que indica “Margem Esquerda” classifica-o como normal ou média, ou
seja, denota interesse por ideias novas, iniciativas, revelando também gosto estético e
equilíbrio.
O fator oito que indica “Margem Direita” o classifica como normal, demonstra boa
adaptação ao meio social e boa canalização dos impulsos. O fator nove que indica “Margem
Superior” o classifica como normal, demonstra comportamento de respeito, consideração e
deferência para com os outros.
No fator dez que se refere a “Direção das Linhas”, o colaborador apresentou a linha
ascendente que sugere relação com ambição, iniciativa inovadora e espírito empreendedor.
Por fim, o fator onze referente ao “total de ganchos” classifica-se com “normal e média”, uma
vez que indica equilíbrio na agressividade.

7. Análise de Dados

Diante da categoria de Energia Produtiva: Produtividade, K. obteve pontuação “média


superior ou alta”, revelando rendimento no trabalho acima da média. Como fotógrafo,
profissão a qual deseja se engajar, o nível de produtividade se apresenta útil para o
desenvolvimento de sua carreira. O rendimento acima da média, neste caso, se revela
conveniente para K.
Em relação ao Nível de Oscilação Rítmica (NOR), é esperado que o sujeito tenha
oscilação entre os cinco tempos. Aqui, verifica-se a variedade na produtividade do trabalho. A
pontuação de K. foi “média” em relação ao NOR de produtividade, o que corresponde a uma
pessoa que, embora tenha instabilidade no ritmo de produção, é capaz de adaptar-se a uma
diferente rotina de produtividade.
A avaliação do gráfico de rendimento no trabalho nos dá um indicativo de
regularidade ou irregularidade no ritmo do trabalho e a tendência de K. a fadiga. Sua
pontuação encaixa-se dentro da categoria “irregular ou oscilante”, o que mostra interferência
no estado emocional, com aumento de produção à medida que se sinta mais seguro a situação.
Para K., um ótimo indicativo, já que os diferentes tipos de ambientes onde deverá fotografar
terão pessoas e diferentes situações, sendo necessário que o mesmo entenda qual o clima e
personalidade dos envolvidos, as regras sociais dos locais e que tipo de fotos precisará tirar.
K. pode se adaptar ao ambiente a sua volta, mudando seu estilo de fotografia e maneirismos
de acordo com a situação.
Diante da categoria de distância entre linhas, K. obteve o resultado que pode ser
interpretado em “normal ou média”, que indicam equilíbrio, ponderação, preocupação em
alcançar seus objetivos, com boa capacidade de organização e método. Este item, indica que
K., em sua carreira profissional, poderá adaptar-se à situações quando estiver realizando a
cobertura e organização de um evento o qual pode ser responsável pelo audiovisual.
Ainda sobre distância, entre as linhas de traços, simboliza o relacionamento
interpessoal, neste caso, maior facilidade ou dificuldade em manter relacionamentos com os
outros. As distâncias entre as linhas de K. classifica-se como “normal ou média”, revelando
relacionamentos interpessoais adequados e equilibrados, respeitando os limites no convívio
profissional. Sobre a distância normal ou média, pode-se considerar um indivíduo com maior
tendência a ponderar seus relacionamentos e percepção de limites de contato.
Em relação a “Direção das linhas” apresentada no fator dez, o colaborador apresentou
espírito ambicioso, com iniciativa inovadora, sendo tais atributos positivos para um
profissional da área de fotografia, pois em grande demanda é um ofício que necessita dessas
habilidades.
No total de ganchos o colaborador demonstrou controle satisfatório da agressividade,
sendo uma característica primordial para trabalhos que envolvam o contato com o outro.
Na inclinação dos palos, obteve pontuação “vertical ou média”, o que indica uma
pessoa com atenção vigilante da personalidade e com firmeza. Alguém que domina os
sentimentos, desejos e emoções, sem muita necessidade do contato com o outro na realização
de suas atividades, podendo apresentar frieza ou indiferença. Aqui encontramos dados mais
relevantes e que necessitam maior atenção, tendo em vista que durante os encontros, K.
apresenta identificar-se com atividades em que está em contato com outras pessoas, coisa que
será necessária na função de fotógrafo, os dados do teste, entretanto, indicam uma
personalidade mais fechada com menor necessidade de contato, o que, para um profissional
de fotografia, o contato se mostra mais do que necessário no exercício de suas atividades.
O tamanho, dimensão ou altura dos palos representam simbolicamente a autoestima do
indivíduo, a confiança em si mesmo e nos seus valores pessoais. Em relação ao tamanho dos
palos, K. obteve pontuação “normal ou média”, que demonstram equilíbrio e ponderação,
adaptação ao meio, ordem, reflexão, constância e até mesmo atenção. Os elementos vistos na
inclinação dos palos (relacionados ao contato com o outro) voltam a aparecer apoiando as
informações anteriores, de que possivelmente K. tenha dificuldade no relacionamento com o
outro e resistência quanto ao contato interpessoal.
Quanto às margens, de modo geral, estas simbolizam o relacionamento com o espaço e
a capacidade organizadora do indivíduo, também como ele se adapta ao ambiente. Na
classificação da margem esquerda, interpreta-se a pontuação como “normal ou média”. Essa,
está mais relacionada ao controle do próprio indivíduo, também à capacidade de adequação na
forma de lidar com questões do passado. Diz respeito à necessidade de sair de si mesmo,
sobre o interesse em ideias e novas e iniciativas. As habilidades de K. nesse sentido o
favorecem em relação à profissão que pretende seguir, uma vez que precisará se interessar por
novos métodos de realizar sua função, se adaptando as adversidades que os diversos
ambientes irão lhe proporcionar no ramo da fotografia. A classificação de K. quanto a
margem direita foi “normal”, este item diz respeito à boa adaptação ao meio social, e a
tendência a enfrentar desafios sem atitudes agressivas.
Com classificação “normal”, quanto a margem superior, K. demonstra comportamento
de respeito e consideração para com os outros e com figuras de autoridade, boa adaptação
social e um indicativo de elegância e hábitos de distinção. O respeito para com o próximo, a
adaptação social, os hábitos de consideração e distinção são qualidades essenciais para K. e a
área profissional que deseja seguir.
O colaborador foi submetido ao inventário de Escala dos Pilares da Resiliência (EPR);
cujos os resultados apontaram as seguintes características: o colaborador apresenta capacidade
de adaptação positiva a mudanças e reconhece que as situações difíceis são oportunidades de
crescimento. Acredita ter os recursos cognitivos necessários para solucionar a maioria dos
problemas crendo em sua própria capacidade. Empático, é habilidoso em colocar-se no lugar
do outro percebendo pensamentos e sentimentos de outra pessoa demonstrando facilidade em
compreender as motivações da mesma.
O colaborador busca os seus próprios recursos sem depender de terceiros,
caracterizando independência importante.
A boa capacidade de reflexão faz com que considere seus atos e consequências sem
precipitações. Habilidoso socialmente, cria laços afetivos pelo diálogo e interação com as
demais pessoas.
Os valores morais o levam a priorizar a riqueza interior, através de atitudes honestas e
desejar uma vida de bem estar extensiva a toda humanidade. Porém, a preocupação excessiva
com os problemas pode ser um agravante nas relações interpessoais. Relevar as adversidades
com uma certa leveza pode permitir a solução em tempo oportuno trazendo alívio e uma
forma otimista de enfrentar as intercorrências. A insegurança na vida pessoal e profissional
pode acarretar o sentimento de inferioridade diante situações e pessoas quando necessário
defender suas próprias ideias. Confiar nas próprias qualidades é um requisito à superação dos
problemas e auto valorização de si mesmo.
A facilidade em perder a concentração e a irritabilidade diante de eventos estressores
podem interferir nos relacionamentos e produzir sentimentos negativos. A maneira adequada
de lidar com as emoções, sejam elas positivas ou negativas, requer esforços para controlar
situações conturbadas, não deixando que isso influencie em seus relacionamentos.
Por fim, a capacidade para manter a positividade mesmo diante das adversidades,
demonstra que o colaborador tem confiança em seus esforços com relação ao alcance de seus
objetivos no futuro.

8. Conclusão

Diante dos resultados obtidos entende-se que o colaborador apresenta boa


adaptabilidade às novas situações, demonstrando equilíbrio e preocupação em alcançar seus
objetivos, fazendo uso da capacidade de organização e método, o que evidencia aptidão para a
profissão de fotógrafo, sendo que possui relevante produtividade ainda que oscilante.
9. Referências Bibliográficas

ALVES, I. C. B; ESTEVES, C. O Teste Palográfico na Avaliação da Personalidade. 2 ed.


São Paulo: Vetor, 2009.
CARDOSO, T; MARTINS, M. C. F. Escala dos Pilares da Resiliência (EPR). 1 ed. São
Paulo: Vetor, 2013.
FREITAS, I. A.; BRANDÃO, H. P. Trilhas de aprendizagem como estratégia para o

desenvolvimento de competências. In: BORGES-ANDRADE; ABBAD; MOURÃO (Orgs.).

Treinamento, desenvolvimento e educação no trabalho. Brasília: UnB, 2005.

Assinatura do Professor Supervisor

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Jacqueline Mazzoni
Professora Supervisora
CRP 06/35753

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