Revista de Psicologia
NO CONTEXTO DA CIRURGIA DE
Vol. 16, Nº. 24, Ano 2013
TRANSGENITALIZAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
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2. MÉTODO
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Por outro lado, existem pessoas que consideram a realização da cirurgia como
fundamental para a continuidade dos projetos de vida e para o auto-reconhecimento.
Nestes casos, a avaliação psicológica também se faz importante, para que auxilie o
indivíduo em sua escolha. Além desses dois extremos, existem transexuais que
demonstram a multiplicidade do gênero, desejando realizar cirurgias de caracteres
sexuais secundários, como por exemplo, a retirada dos seios (mastectomia), mas que não
desejam a cirurgia de transgenitalização. Sendo assim, o serviço de psicologia prestado
deve se basear na individualidade dos pacientes, compreendendo de forma integrada as
diferenças que os constituem.
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Seria relevante, também, investigar o contexto familiar pré, peri e pós natais,
assim como o contexto atual, para que se possa ter claro, em certa medida, a constituição
do sujeito que se apresenta. Recomenda-se então, conhecer a constituição do sujeito a
partir de seu contexto familiar, de aceitação e de cuidados por parte da família, assim
como suas respostas a estas condições.
Sabe-se que a família é a primeira instituição com a qual o sujeito tem seus
contatos. Esta funciona como aparato, oferecendo cuidados, aprendizagem e ainda
balizando a constituição identitária dos indivíduos (SZYMANSKI, 2006). Nesta relação, o
indivíduo tem a família como referência, como um modelo em que será repetido ou
negado em suas futuras relações. Mesmo na fase adulta, a família pode atuar como nos
seus primeiros anos, ou seja, como doutrinadora, definindo o certo e o errado.
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todo o processo ao qual será submetido, assim como dos riscos e da irreversibilidade da
cirurgia, avaliando, para tanto, a capacidade de compreensão, julgamento e de autonomia
do indivíduo.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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