Você está na página 1de 29

O jovem

adulto Professor Ms. Wilson N. A Jr.

Psicologia do
desenvolvimento II
O jovem adulto
Introdução

Embora uma fase importante da vida , poucos são os estudos que refletem a vida adulta em termos da
Psicologia do desenvolvimento. Os estudos em sua maioria direcionam seus esforços para análises
acerca das representações socias do jovem adulto, o que também é de suma importância.
Segundo o ministério da saúde (2015) adulto e/ou jovem aduto, são aquelas pessoas que tem entre 20
e 59 anos.
A vida adulta é marcada por fortes transformações e alguns autores caracterizam está fase da vida
como a possiblidade de integrar e superar aspectos vivenciados em outros períodos.
A partir de uma análise física e cognitiva da vida adulta observa-se que:
Desenvolvimento Físico e Cognitivo no Jovem Adulto
 A condição física atinge o auge, depois declina ligeiramente.
 As escolhas de estilo de vida influenciam a saúde.
 As capacidades cognitivas e os julgamentos morais assumem maior complexidade.
 Escolhas educacionais e profissionais são feitas.
O jovem adulto
Introdução

Já na perspectiva do Desenvolvimento Psicossocial no Jovem Adulto


observa-se que:
 Os traços e os estilos de personalidade tornam-se relativamente
estáveis, mas as mudanças de personalidade podem ser influenciadas
pelos estágios e pelos fatos de vida.
 Toma-se decisões sobre os relacionamentos íntimos e os estilos pessoais
de vida.
 A maioria das pessoas casa-se e tem filhos.
Aspectos do Desenvolvimento
Físico e da Saúde
 Os adultos jovens geralmente acham suas capacidades físicas e boa saúde
algo normal. Mas é na idade adulta jovem que se assenta a base para o
funcionamento físico de todo o restante da vida. O que os jovens adultos
comem, o quanto são fisicamente ativos, se fumam, bebem ou utilizam drogas
- todos esses fatores contribuem muito para a saúde e para o bem-estar no
presente e no futuro.
 Adultos jovens geralmente estão no auge da força, da energia e da
resistência. Também estão no auge do funcionamento sensório e motor. A
acuidade visual é máxima aproximadamente dos 20 aos 40 anos; e o paladar,
o olfato e a sensibilidade à dor e à temperatura geralmente permanecem
inalterados até pelo menos os 45 anos. Entretanto, uma gradual perda
auditiva, que geralmente começa durante a adolescência, torna-se mais
evidente após os 25 anos, especialmente para sons mais agudos.
Influências Comportamentais sobre a Saúde e sobre a
Boa Forma

Nutrição
 O ditado "Você é o que come" resume a
importância da nutrição para a saúde física e
mental. O que as pessoas comem afeta sua
aparência, como se sentem e sua
probabilidade de ficarem doentes.
 As pessoas que comem muitas frutas e muitos
legumes, os quais aumentam a capacidade
antioxidante do sangue, sua chance de sofrer
de doença cardíaca e de câncer. Na verdade,
seguir uma dieta à base de verduras - aliada à
uma vida ativa, mantendo-se em um peso
saudável e abstendo-se de fumar - pode
reduzir o risco de câncer em até 70%.
Obesidade
 A Organização Mundial da Saúde (OMS) chamou a
obesidade de epidemia mundial (WHO, 1998).
 O que explica a epidemia de obesidade?
 Com o dia-a-dia corrido, alguns especialistas
apontam para a disponibilidade de fast food em
porções muito grandes, para dietas ricas em
gordura, para tecnologias que reduzem o esforço
humano.
 Estudos apontam que grande parte dos jovens
adultos ganham peso conforme a idade vai
passando e muitos ainda devido ao casamento,
onde comem mais junto com os parceiros.
 Em uma sociedade que valoriza a magreza, o
excesso de peso pode trazer problemas emocionais.

 Gordinho (a) ou magrinho (a), o importante é


manter a saúde em dia!
 Atividade Física
 Adultos que são fisicamente ativos colhem muitos benefícios.
Além de ajudar a manter
 o peso corporal ideal, a atividade física forma músculos,
fortalece o coração e os pulmões, diminui a pressão arterial,
protege contra doenças cardíacas, derrame, diabete, câncer
e osteoporose ,alivia a ansiedade e a depressão e prolonga a
vida.

• Tabagismo
A ligação entre fumar e câncer de pulmão está bem
• Uso eestabelecida.
Abuso de Substâncias
 
A publicidade equipara bebidas alcoólicas, cerveja e vinho à boa vida
e a ser "adulto". Cerca de 60% das pessoas de 21 a 39 anos dizem que
usam álcool, e os adultos mais jovens tendem
a ser os que mais bebem. Quase a metade
(46%) das pessoas de 18 a 25 anos, predominantemente
jovens do sexo masculino. O abuso de substâncias pode
ter riscos à saúde a curto e a longo prazo.
Perspectivas sobre a Cognição Adulta

 O bom senso nos diz que os adultos não


pensam da mesma forma que crianças
ou adolescentes. Eles mantêm
diferentes tipos de conversa,
compreendem conteúdo mais complexo
e utilizam sua experiência, mais ampla,
para resolver problemas práticos.

Como a educação superior e o trabalho afetam o desenvolvimento


cognitivo?
 
• Para jovens em transição da adolescência para a idade adulta, a
exposição a um novo ambiente educacional ou profissional, às vezes
afastado do lar de infância, oferece uma chance de aperfeiçoar
habilidades, de questionar pressupostos antigos e de experimentar
novos modos de observar o mundo. Para um número crescente de
alunos de idade não-tradicional, a faculdade ou o local de trabalho
podem reacender a curiosidade intelectual, melhorar as
oportunidades de emprego e aperfeiçoar as habilidades profissionais.
A faculdade pode ser uma época de descoberta intelectual e de
Trabalho e Idade
 Em geral, o desempenho aumenta com a idade, pelo menos até a
meia-idade, e alguns indivíduos continuam aumentando sua
produtividade em idade. As diferenças de idade podem depender
de como o desempenho é medido e das demandas de um tipo
específico de trabalho. Uma função que exige respostas rápidas
tende a ser melhor desempenhada por uma pessoa jovem; uma
função que depende de precisão, ritmo constante e julgamento
maduro pode ser melhor realizada por uma pessoa mais velha
(Forteza e Prieto, 1994; Warr, 1994). Um fator fundamental pode
ser a experiência em vez da idade: quando pessoas mais velhas
têm melhor desempenho, talvez seja porque estão em uma
função ou tenham feito um trabalho semelhante há mais tempo
(Warr, 1994).

 Pesquisas apontam que pessoas


com autoestima tem melhor desempenho
no trabalho.
DESENVOLVIMENTO NO JOVEM
ADULTO
Levinson (1974, 1978) considera que a vida adulta é marcada por períodos

de estabilidade e transição. Aos períodos de transição sucedem-se
momentos de integração, mudança na forma de ele se ver a si próprio, o
mundo e os outros. Nestes períodos de transição na vida da pessoa, os
papéis (casamento, nascimento de filhos, divórcio, viuvez, etc.) que o
indivíduo assume têm grande importância.

 McClusky (1986) afirma que a mudança na vida adulta é marcada por


períodos críticos:
o Estes períodos são caracteristicamente produto de experiências
decisivamente importantes para as pessoas envolvidas durante as quais
podem ocorrer mudanças marcantes nos papéis sociais e no sentido das
relações interpessoais. Entrada no mundo do trabalho, progressão na
carreira, transferência de trabalho, desemprego podem representar uma
categoria destes acontecimentos. Casamento, o nascimento de uma
criança, a morte de um dos conjugues (…) ilustram uma outra categoria.
Os Alicerces dos Relacionamentos
Íntimos  O início da idade adulta é tipicamente uma
época de profundas mudanças nos
relacionamentos pessoais no qual as pessoas
estabelecem, renegociam ou consolidam laços
baseados na amizade, na sexualidade e no
amor. Ao assumirem a responsabilidade por si
mesmos e ao exercitarem o direito de tomar
suas próprias decisões, os jovens adultos
precisam redefinir seus relacionamentos com
os pais (Mitchell, Wister e Burch, 1989).
Amizades ou "paixões" adolescentes podem
tornar-se vínculos vitalícios ou desaparecer,
para serem substituídas por novos
relacionamentos, muitas vezes, com pessoas
que conheceram na faculdade ou no trabalho.

• Segundo Erikson, desenvolver relacionamentos íntimos é a tarefa


crucial desse período. Na sociedade altamente móvel de hoje, as
amizades podem vir e ir, assim como amantes e parceiros sexuais.
Ainda assim, os relacionamentos continuam sendo fundamentais
enquanto os jovens adultos decidem se casar, formar parcerias sem se
casar, formar parcerias homossexuais, viver sozinhos, ter ou não ter
filhos.
Amizade
 As amizades durante a idade adulta inicial e plena tendem a se
centrar nas atividades de trabalho e de criação dos filhos e no
compartilhamento de segredos e conselhos (Hartup e Stevens,
1999). As amizades geralmente se baseiam em interesses e
valores mútuos e desenvolvem-se entre pessoas da mesma
geração ou na mesma etapa de vida familiar, que validam as
crenças e o comportamento uma das outras (Dykstra, 1995).
 Jovens solteiros dependem mais das amizades para preencher
suas necessidades sociais do que jovens casados ou pais jovens
(Carbery e Buhrmester, 1998), mas são os recém-casados que
possuem o maior número de amigos.
 
Sexualidade: Questões e Atitudes

 Geralmente, nesta idade as pessoas já têm


uma vida sexual ativa.
 E surpreendente a mudança nas atitudes
em relação ao sexo pré-conjugal entre
jovens adultos nos Estados Unidos a partir
da década de 1960. Entre 1965 e 1994, a
desaprovação do sexo antes do casamento
caiu de 63% para 30% entre os homens e
de 80% para 44% entre as mulheres (Scott,
1998).
 Em alguns outros aspectos, contudo, a
mudança nas atitudes e no comportamento
sexual não é tão drástica. Nem os homens
nem as mulheres parecem ser tão
promíscuos quanto às vezes se pensa.
Estilos de Vida Conjugais e Não-Conjugais
 Vida de Solteiro
 O número de jovens adultos que ainda não se casaram aumentou
drasticamente. Em1998, quase 35% das pessoas de 25 a 34 anos,
incluindo mais do que 53% dos afroamericanos dessa idade, nunca
se casaram (U.S. Bureau of the Census, 1993b, 1996a, 1998).
Algumas pessoas permanecem solteiras porque não encontraram o
parceiro certo. Alguns jovens adultos ficam solteiros por opção.
Mais mulheres hoje se sustentam, e existe menos pressão social
para se casar.
Estilos de Vida Conjugais e Não-Conjugais
 Relacionamentos Homossexuais Masculinos e Femininos
 Adultos têm maior probabilidade do que adolescentes de se identificarem como
homossexuais. Devido à forte desaprovação da sociedade à homossexualidade, assumir a
homossexualidade o processo de revelar abertamente a orientação homossexual –
costuma ser lento e doloroso.

 Coabitação
 A coabitação é um estilo de vida em que um casal não-casado envolvido em um
relacionamento sexual vivem juntos, no que às vezes se chama de união consensual ou
informal.
 Essas uniões tornaram-se a norma em muitos países, como a Suécia e a Dinamarca, onde
casais que coabitam têm praticamente os mesmos direitos legais que casais casados
(Popenoe e Whitehead, 1999). Um fator que contribui para o aumento na coabitação pode
ser a tendência secular de maturação sexual. Isso, aliado ao maior número de jovens
almejando educação avançada, cria um período mais longo entre a maturidade fisiológica
e a maturidade social. Muitos jovens adultos desejam relacionamentos românticos e
sexuais próximos, mas não estão prontos para o casamento - e podem nunca estar.
Estilos de Vida Conjugais e Não-
Conjugais
 Casamento
 Na maioria das sociedades, o casamento é considerado a melhor forma de garantir
uma criação ordenada dos filhos. Ele permite uma divisão dos afazeres em uma
unidade de consumo e trabalho. Idealmente, ele oferece intimidade, amizade, afeição,
realização sexual, companheirismo e oportunidade de crescimento emocional.
 
 Fatores no Êxito ou o Fracasso Conjugal
 Um dos fatores mais importantes no êxito conjugai é um senso de compromisso. Em
uma amostra nacional de 2.331 pessoas casadas, a dependência entre os parceiros
desempenhava um papel no comprometimento com o casamento, mas o fator mais
forte era um sentimento de obrigação com o cônjuge (Nock, 1995).
 O êxito no casamento está intimamente associado com como os parceiros
comunicam- se, tomam decisões e lidam com os conflitos (Brubaker, 1983,1993).
Ter Filhos
Paternidade e Maternidade como Experiência de
Desenvolvimento

 O primeiro bebê marca uma transição importante na vida dos


pais. Essa nova pessoa totalmente dependente muda as pessoas e
muda os relacionaMentos. Com o desenvolvimento das crianças,
os pais também se desenvolvem.
 Os casais de hoje tendem a ter menos filhos do que nas gerações
anteriores e a tê-los mais tarde na vida. Os bebês podem
beneficiar-se com a facilidade que os pais mais velhos têm para
criar os filhos e com sua disposição em investir mais tempo nisso.
 Embora ter filhos possa inegavelmente satisfazer numerosas
necessidades, a pesquisa sugere que poucas pessoas pensam
seriamente nos aspectos envolvidos quando decidem tornar­-se
pais. 
Teorias psicológicas que refletem a vida
adulta

Como já exposto em outro momento, a Psicologia em seus diferentes ramos não se


dedica/dedicou com muita ênfase nas questões da vida adulta com exceção dos
aspectos psicossociais relacionados a esta fases. Contudo três autores se destacam
na análise da vida adulta; Erik Erikson, Winnicott e Jean-Paul Sartre.

Iniciando nossas discussões pelo psicanalista Eric Erikson vemos que em suas
formulações as diferentes fases da vida mesclam entre crises que se superadas
possibilitam um melhor desenvolvimento ( ver página 48 do nosso livro didático).
Erikson vai chamar a fase que vai dos 21 aos 40 anos aproximadamente de
maioridade jovem.
Teorias psicológicas que refletem
a vida adulta – Eric Erikson
Maioridade jovem:
Nesta fase a crise do adulto jovem se configura entre intimidade e solidariedade versus
isolamento. Nesse sentido:
“Especificamente quanto à Idade Adulta Jovem, Erikson (1976) diz que o indivíduo anseia
e dispõe-se a fundir a sua identidade com a de outros, estando preparado para a
intimidade. Tem a capacidade de confiar a filiações e ser fiel a elas, mesmo que isso
implique sacrifícios e compromissos significativos. É agora que se pode desenvolver a
verdadeira genitalidade, a mutualidade com um parceiro amado, com quem se pode e
quer partilhar uma confiança mútua e os ciclos de trabalho, procriação e recreação. O
reverso da intimidade é o distanciamento, a tendência a isolar-se e, se necessário, a
destruir as forças e pessoas que sente como perigosas para si próprio e que parecem
invadir indesejadamente as relações íntimas. Assim, a crise evidenciada nesta fase é a
que opõe a intimidade ao isolamento” ( Agudo, 2008 Apud Picirilli, 2018).
Teorias psicológicas que refletem a
vida adulta – Winnicott
Integração:
Conforme vemos em toda a sua teorização, a ideia de integração para Winnicott
constitui aspecto imprescindível para o desenvolvimento humano. Na vida adulta, o
processo de integração também deve estar presente por sua vez ligado aos
processos culturais e sociais nos quais estamos inseridos.
Podemos resumir as quatro tarefas para a vida adulta, segundo a teoria winnicottiana,
em: 1) permanecermos na linha do amadurecimento, que começou quando éramos
bebês, sem pularmos etapas ou, ao contrário, ficarmos presos em algum ponto do
desenvolvimento emocional. 2) Desenvolvermos um modo de vida democrático; 3)
aceitarmos nossas impotências e imperfeiçoes; 4) sermos capazes, emocionalmente,
de vivenciar o processo de envelhecimento e morte.
Teorias psicológicas que refletem a
vida adulta – Jung
Individuação:
A integração também constitui processo pelo qual Jung
compreende a vida adulta. O processo de individuação se refere
à “uma experiência total de integralidade”, ou seja, à uma
integração entre os aspectos conscientes e inconscientes, ou
entre o ego e os conteúdos relativos ao arquétipo sombra.
Teorias psicológicas que refletem a
vida adulta – Jung
Arquétipos:
O conceito de arquétipo é bastante delicado, mas, para que você entenda, vamos pensar da
seguinte forma: a psicanálise afirma que todos nós temos um inconsciente pessoal, com conteúdos
reprimidos na infância, especialmente. Jung vai além, ele diz que, apesar deste inconsciente
pessoal, todos nós temos um inconsciente coletivo, ligado à ancestralidade, à história da espécie
humana. Neste inconsciente coletivo há “um reservatório de imagens latentes [...]. Quanto maior o
número de experiências, mais numerosas as probabilidades de as imagens latentes tornarem-se
manifestas” E, quando as imagens são manifestas (conscientes), elas favorecem o processo de
individuação, por isso, afirmam os autores, um ambiente que proporcione riqueza vivenciais, com
possibilidades de educação e aprendizado são fundamentais neste processo de integração. O
conteúdo existente no inconsciente coletivo são os arquétipos. Esses arquétipos são universais, ou
seja, todos nós herdamos porque pertencemos à espécie humana, mas é na experiência da vida,
na relação com nossa família, com a sociedade, com o outro, que a manifestação desses
conteúdos se diferencia em cada um de nós. São muitos arquétipos, mas vamos nos atentar a um
deles citado aqui, e que é muito importante para consolidar nossa integração: a sombra.
Teorias psicológicas que refletem a vida
adulta – Jung
Para simplificar, imagine que os conteúdos reprimidos são deslocados para o nosso inconsciente pessoal. Lá,
esses conteúdos ficam “guardados” enquanto a vida segue, até que, de repente, nos vemos em uma situação de
crise, ou numa angústia muito forte, “a sombra aproveitará a oportuna para exercer o seu poder sobre o ego” e
esse conteúdo retorna, de forma violenta e, por vezes, destruidora.
Podemos dizer, em linguagem comum, que o conteúdo “sai” da sombra e “vai” para a superfície, para as nossas
relações pessoais. Poderíamos, metaforicamente, afirmar que a sombra é o outro lado da moeda. Então, para ter
uma moeda inteira, é preciso os dois lados, suas duas faces.
A sombra é fundamental na construção de nossa personalidade, mas, a questão é: como permitir que esses
conteúdos reprimidos se manifestem de forma a possibilitar integração, e não a destruição. Um exemplo cotidiano
é quando olhamos para alguém e dizemos: “fulano é mentiroso!”. Passamos um bom tempo de nossas vidas
projetando no “fulano” o sujeito mentiroso, até que um dia nos damos conta de que “também somos mentirosos”.
Esse é um momento em que integramos o conteúdo de nossa sombra ao nosso ego. Ele se torna consciente e
possibilita outra relação com o mundo e conosco.
Dessa forma, na teoria junguiana, o ego se desenvolve nessa relação com os arquétipos (mas, não somente com
eles) e encontra seu ápice quando o sujeito chega à meia-idade. Essa fase recebe o nome de metanoia. A
metanoia se refere ao processo de questionamento, de revisão de valores, de escolhas, de eclosão dos conteúdos
reprimidos em nossa sombra, de uma necessidade
de conectar-se ao nosso interior, sem desconsiderar o mundo externo, mas diminuindo nossas expectativas em
relação ao que os outros demandam de nós, construindo essa busca por nossa autenticidade, pela liberdade de
poder afirmar-se este sou eu, trazendo à luz aspectos importantes de nossa personalidade.
Teorias psicológicas que refletem a vida
adulta – Jean Paul Sartre

Jean-Paul Sartre foi um filósofo francês muito influente no século XX. Dentre outros aspectos Sartre
teorizou sobre as diferentes fases da vida tendo por base seu conceito de ser-para-si.
Para Sartre , somos livres para escolher o rumo de nossos caminhos e, ao mesmo tempo, responsáveis
por suas consequências. Além disso, o homem busca sentido nas coisas questionando-as e refletindo
sobre a realidade externa e sobre sua subjetividade.
Teorias psicológicas que refletem a vida
adulta – Jean Paul Sartre

“O ser-Para-si é um ser insatisfeito porque quer ultrapassar suas próprias


fronteiras. Ele é algo que constrói a si mesmo. Atividade, indeterminação e
incompletude definem a própria liberdade humana. [...] A realidade humana é,
antes de tudo, seu próprio nada; é por isso que o homem precisa do outro
como o nada que cria condições para tornar-se livre, portanto, é carência,
ausência e vazio (SARTRE, 1997 apud PEREIRA; MELO; BERVIQUE, 2012, p.
2-3). Apud Picirilli, 2018”.
Teorias psicológicas que refletem a vida
adulta – Jean Paul Sartre
O homem não é nada, ele é um vir a ser que, na verdade, não se realiza da forma como deseja. Essa experiência de Nada
faz com que o sujeito questione a si, vivenciando momentos de crises existenciais significativas. Essas crises são
experimentadas quando nos damos conta de nossas limitações, provando um sentimento de angústia, e esse sentimento
nos remete à realidade de que somos seres inacabados e, como já descrito
O ser-Para-si é um ser insatisfeito porque quer ultrapassar suas próprias fronteiras. Ele é algo que constrói a si mesmo.
Atividade, indeterminação e incompletude definem a própria liberdade humana. [...] A realidade humana é, antes de tudo, seu
próprio nada; é por isso que o homem precisa do outro como o nada que cria condições para tornar-se livre, portanto, é
carência, ausência e vazio (SARTRE, 1997 apud PEREIRA; MELO; BERVIQUE, 2012, p. 2-3).
Imagine que um pai escolha corrigir seu filho de oito anos aplicando-lhe castigos físicos severos. A mãe observa e
desaprova. A princípio ela tem dois caminhos: tomar uma atitude ou não. Se ela toma uma atitude poderá, ao mesmo tempo
em que protege o filho das agressões, criar uma situação a ser resolvida com o esposo. Se ela não interfere neste ato de
violência, poderá preservar sua relação matrimonial, mas desproteger o filho. De qualquer forma, agir ou não é escolha.
Exemplificando
A angústia surge na medida em que o indivíduo não é suficientemente preparado para o futuro que ele tem de ser, restando
para ele apenas todos os sentimentos de conflitos em sua existência. Sartre argumenta que ele é um indivíduo
desencantado com o mundo e com a humanidade. Segundo ele, ter, fazer e ser são categorias fundamentais da realidade
humana, sendo a liberdade, o valor essencial desta condição. O fundamento filosófico de Sartre é, sobretudo a liberdade
individual.
Teorias psicológicas que refletem a vida
adulta – Jean Paul Sartre
O homem não é nada, ele é um vir a ser que, na verdade, não se realiza da forma como deseja. Essa experiência de Nada faz
com que o sujeito questione a si, vivenciando momentos de crises existenciais significativas. Essas crises são experimentadas
quando nos damos conta de nossas limitações, provando um sentimento de angústia, e esse sentimento nos remete à
realidade de que somos seres inacabados e, como já descrito
O ser-Para-si é um ser insatisfeito porque quer ultrapassar suas próprias fronteiras. Ele é algo que constrói a si mesmo.
Atividade, indeterminação e incompletude definem a própria liberdade humana. [...] A realidade humana é, antes de tudo, seu
próprio nada; é por isso que o homem precisa do outro como o nada que cria condições para tornar-se livre, portanto, é
carência, ausência e vazio (SARTRE, 1997 apud PEREIRA; MELO; BERVIQUE, 2012, p. 2-3).
Imagine que um pai escolha corrigir seu filho de oito anos aplicando-lhe castigos físicos severos. A mãe observa e desaprova.
A princípio ela tem dois caminhos: tomar uma atitude ou não. Se ela toma uma atitude poderá, ao mesmo tempo em que
protege o filho das agressões, criar uma situação a ser resolvida com o esposo. Se ela não interfere neste ato de violência,
poderá preservar sua relação matrimonial, mas desproteger o filho. De qualquer forma, agir ou não é escolha.
Exemplificando
A angústia surge na medida em que o indivíduo não é suficientemente preparado para o futuro que ele tem de ser, restando
para ele apenas todos os sentimentos de conflitos em sua existência. Sartre argumenta que ele é um indivíduo desencantado
com o mundo e com a humanidade. Segundo ele, ter, fazer e ser são categorias fundamentais da realidade humana, sendo a
liberdade, o valor essencial desta condição. O fundamento filosófico de Sartre é, sobretudo a liberdade individual.
Conclusão
• O desenvolvimento de um jovem adulto é
influenciado por muitos acontecimentos
vivenciados desde a infância até à
adolescência. No começo da fase do jovem
adulto importantes decisões são tomadas,
principalmente sociais e emocionais.   Para
Levinson e Erikson aos 22 anos o ser humano
adquire maior autonomia em relação aos seus
pais e entra numa fase de estabilidade,
através de um relacionamento afectivo,
perspectivado no seu próprio núcleo familiar.
 Por volta dos 28 anos de idade o jovem
adulto entra na fase de transição onde
analisa o seu padrão de vida fazendo
escolhas pessoais e profissionais. Aos 33
anos é atingido um novo período de
estabilidade, o jovem adulto focaliza a sua
atenção no desenvolvimento das suas
capacidades profissionais aplicando a sua
experiência.
Conclusão
 A transição da juventude para a fase adulta
estava condicionada a saída da escola,
ingresso no mercado de trabalho, casamento,
nascimento dos filhos, compra da casa própria,
etc. Atualmente ainda seguimos este modelo
tradicional, no entanto a sequência dos fatos
não se dá desta forma linear, pois às vezes
antes de ingressar no mercado de trabalho ou
concluir seus estudos o jovem já assumiu a
paternidade ou maternidade. Assim como nas
demais fases da nossa vida, enquanto adultos
somos desafiados constantemente a encarar
as modificações impostas pelas experiências
vivenciadas, nossas escolhas, sucessos e
frustrações, acenando com momentos da vida
que oportunizarão novas aprendizagens.

Você também pode gostar