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PÓS-GRADUAÇÃO EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA/UTI

JOSÉ AUGUSTO ALVES DE JESUS


RM 030102392020
Turma: Jabaquara

UTILIZANDO A FERRAMENTA “PDCA” PARA OTIMIZAR O TEMPO DE


TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NO PROTOCOLO DE ACIDENTE
VASCULAR CEREBRAL

SÃO PAULO
2021
JOSÉ AUGUSTO ALVES DE JESUS
RM 030102392020
Turma: Jabaquara

UTILIZANDO A FERRAMENTA “PDCA” PARA OTIMIZAR O TEMPO DE


TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NO PROTOCOLO DE ACIDENTE
VASCULAR CEREBRAL

Trabalho mensal da aula de Urgência e


Emergência do APH à Emergência Hospitalar.

PROFESSOR: Sergio Viebig Araújo

São Paulo
2021
1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Os resultados de saúde em pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC)


estão fortemente correlacionados com o tempo desde o início dos sintomas de AVC
até a restauração do fluxo sanguíneo. Quanto mais cedo a reperfusão for alcançada,
maior será a probabilidade de o paciente alcançar um resultado positivo. O
tratamento do AVC agudo é um processo de várias etapas que inclui atividades que
ocorrem fora do hospital e aquelas que ocorrem dentro o hospital.
Uma etapa essencial na fase de avaliação do processo no Hospital está
relacionada na realização de imagens de base, que geralmente incluem perfusão da
Tomografia Computadorizada (TC) de cabeça e angiografia por TC sem e com
material de contraste para avaliar evidência de acidente vascular cerebral, simulação
de acidente vascular cerebral ou intracraniana hemorragia, contraindicação ao
tratamento (6). Assim, minimizando de forma consistente o tempo de desempenho
de TC de crânio em pacientes com AVC é um ponto crítico componente na
minimização do tempo de reperfusão. Para conseguir isso, o TC inicial sem
contraste deve ser concluído em 25 minutos após chegada ao hospital, e as
imagens de TC devem ser interpretados dentro de 45 minutos após a chegada.
Neste sentido, esse trabalho se concentrou na otimização do tempo para a
tomografia computadorizada, sendo que atualmente a mesma está sendo
desempenhada com um atraso de 10 minutos além do recomendável. Atraso que
deve ser eliminado de forma consistente para melhorar seu desempenho da
resposta aos pacientes com evidente acidente vascular cerebral, utilizando
indicadores de ferramentas PDCA.
2 A FERRAMENTA PDCA

O PDCA (Plan, Do, Check and Act) aprofunda a capacidade de planejamento


da organização, que deve ser encarado como um processo de tomada de decisão.
Utilizar o PDCA no dia-a-dia induz a adoção de medidas preventivas. A sua
utilização é simples, o que pode tornar um perigo, pois as pessoas acham que o
estão utilizando de forma eficaz e a adotam de qualquer maneira. Gerenciar exige
conhecimento e, para isso, não há substituto.

CICLO DA MELHORIA CONTÍNUA OU CICLO PDCA

Act Plan

Check Do

Plan (planejar): Considerada por muitos a etapa mais importante, deve ser
elaborada de maneira minuciosa e atenta aos detalhes. Nesta etapa a atenção deve
estar voltada para a definição dos objetivos/metas, para a definição dos métodos e
procedimentos a serem empregados, bem como a definição dos indicadores ou itens
de controle que serão utilizados para monitorar a eficácia das soluções.

Do (fazer) –Consiste na execução dos planos de ação estabelecidos.


Enquanto o planejamento está voltado para a eficácia das ações, a etapa de
execução está relacionada à eficiência dos processos. Esta etapa pode ser
subdividida em duas outras. Treinamento e a execução propriamente dita. Na etapa
de
treinamento, as pessoas devem ser preparadas para atuarem utilizando as
soluções estabelecidas, enquanto que na etapa de execução, as atividades devem
ser colocadas em Análise e Melhoria de Processos prática e o seu desempenho
monitorado através de itens de controle (indicadores de processo).

Check (verificar) – a terceira etapa do ciclo está relacionada com a


verificação das ações executadas. Esta etapa se relaciona ao processo de
comparação entre os resultados obtidos através das práticas e os indicadores
estabelecidos no planejar, com a finalidade de mensuração da eficácia da solução
escolhida. Esta etapa é considerada como a fase mais importante do ciclo, devendo
ser enfatizada dentro da organização, a fim de se obter resultados satisfatórios e
eficazes ao final de cada ciclo. É nesta etapa que, a partir dos dados levantados, a
organização deve efetuar as análises críticas de suas ações, promovendo, se
necessário, ações de correção ou melhoria, na solução adotada ou nos próprios
processos.

Act (agir) – esta etapa está relacionada com a melhoria dos processos
organizacionais e na correção dos padrões estabelecidos. Aqui surgem as
desejadas inovações que afetam toda a organização e, às vezes, a sociedade.
3 PROBLEMA

O médico emergência deve avaliar o paciente do protocolo AVC em até 10


minutos da chegada. A tomografia computadorizada (TC) de crânio sem contraste
deve ser realizada em 25 minutos da chegada do paciente e interpretada em até 45
minutos do atendimento inicial como demostra o Fluxograma de Protocolo AVC
(Padrão) abaixo.
O interpretador deve fornecer as seguintes informações: presença de sangue,
presença de infarto atual ou antigo, sinais precoces de isquemia, edema cerebral e
sinal da artéria cerebral média hiperdensa. Após exame físico, neurológico,
anamnese, coleta de exames laboratoriais (Glicemia, hemograma, coagulograma,
sódio, potássio, uréia, creatinina, marcadores de necrose miocárdica e se pertinente
β-HCG) e TC de crânio realizados, deve-se realizar contato com a Equipe da
Neurologia Clínica de plantão para discussão do caso, confirmação diagnóstica e
orientação na conduta.
Porém atualmente, a TC é realizada com 55 minutos de duração entre a
entrada do paciente e o resultado, ou seja, 10 minutos acima do recomendado. A
solução deve passar por descobrir onde está o atraso e como eliminá-lo ou mitigá-lo.
3.1 FLUXOGRAMA DE PROTOCOLO AVC (PADRÃO)

10 min.

30 min.

45 min.

Obs: * sintomas: TAx ≥ 37,5° C; hipoxemia, hipoglicemia ou hiperglicemia


4 APLICANDO O PDCA PARA OTIMIZAR O TEMPO DE TC PARA O
PROTOCOLO AVC

1. Identificação do problema: atraso no TC = 10 min.)


2. Observação: indicadores de desempenho: como
otimizar o tempo dentro do protocolo AVC
P 3. Analise das causas: quais etapas podem ser
otimizadas ou mesmo cortadas)
4. Plano de ação: Novo fluxograma de protocolo
AVC revisado e otimizado)

5. Execução do plano de ação: treinamento,


D reuniões, disseminação das informações (novo
protocolo)

6. Verificação dos itens de controle: indicadores de


C desempenho do novo protocolo: otimização do
tempo (verificar se o tempo foi corrigido)

7. Padronização (correção e reprodução):


A treinamento, reuniões, manuais, fluxograma e
reflexão sobre o novo protocolo)
5 NOVO FLUXOGRAMA DE PROTOCOLO AVC (OTIMIZADO E REVISADO)

10 min.

30 min.

45 min.

Obs: * sintomas: TAx ≥ 37,5° C; hipoxemia, hipoglicemia ou hiperglicemia


6 CONSOLIDANDO O NOVO PROTOCOLO AVC

A melhoria do protocolo não finaliza com a composição de novos


processos ou etapa. É importante desenvolver novas ações para que as
modificações realizadas possam compor parte da rotina dos profissionais
envolvidos e consolidar o novo protocolo. Para isso deve haver investimentos
na divulgação das informações e na formação e treinamento das profissionais

6.1 DISSEMINAÇÃO DAS INFORMAÇÕES


Consiste em divulgar ou comunicar a todos os envolvidos as
informações sobre o novo protocolo. Esta fase é muito importante, pois muitos
problemas podem ocorrer durante a implantação dos novos processos, por
falta ou por uma comunicação de forma errada. Deve-se utilizar uma
linguagem acessível e de fácil compreensão, evitando termos técnicos
complexos ou ambíguos.

As informações podem ser disseminadas através de: reuniões,


apresentações, seminários, folhetos, cartazes, intranet, enfim, de uma miríade
de formas que dependerá das condições existentes no Hospital. É essencial
assegurar que as informações corretas cheguem às pessoas certas, o mais
rápido possível.

6.2 TREINAMENTO
Os profissionais envolvidos com o novo protocolo devem ser treinado,
com base no levantamento de necessidade de treinamento já realizado. O
novo processo só deve ser colocado em pleno funcionamento quando os seus
executores estiverem seguros de seus conhecimentos sobre o processo. O
interessante é que os produtos gerados pelas ferramentas utilizadas na
análise e melhoria dos processos servem como apoio à capacitação da força
de trabalho, em todos os níveis.
7 CORREÇÕES E REPRODUÇÃO

Após a consolidação do novo protocolo, pode ser feitas reuniões e


questionários a emersão de possíveis áreas de melhoria ou criticas ao novo
protocolo de forma corrigir e otimizar ainda mais o processo. Com sua forma e
conteúdo consolidada, o novo protocolo pode ser reproduzido como forma
padrão de atender pacientes do hospital.
8 REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de rotinas para atenção ao


AVC.2013. Disponível em: <
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_rotinas_para_atencao_avc.pdf>.
Acesso em 25 de ago. de 2021.

CONITEC- Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no


SUS. Linha de cuidados em Acidente Vascular Cerebral (AVC) na rede de
atenção às urgências e emergências. 2012. Disponível em: <
conitec.gov.br/images/Protocolos/pcdt-cuidados-AVC.pdf> Acesso em 26 de
ago. de 2021.

NAPOLEÃO, Bianca M. Ferramentas da Qualidade, o glossário


definitivo sobre ferramentas de qualidade. 2021. Disponível em: <
https://ferramentasdaqualidade.org/pdca/> Acesso em 26 de ago. de 2021.

MARTINS, Sheila CO. Protocolo de atendimento do AVC isquêmico


agudo. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul–ano XV,
n. 07, 2006.

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