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Já as iniciativas por parte do Governo Federal para estimular o setor ainda são muito
tímidas, quase inexistentes se não fosse o lançamento, em abril de 2009, do programa
Minha Casa, Minha Vida. Um total de R$ 34 bilhões serão destinados para a construção
de um milhão de residências. Segundo a CBCS, o Brasil pode ter muito mais resultados,
pois boa parte da tecnologia necessária para que o setor da construção civil no país
adapte e mitigue as mudanças climáticas já existe. O que falta é disseminação de
conhecimento e informação, tanto para o publico consumidor, quanto para as
incorporadoras, construtoras e administradoras prediais.
Existem avanços por parte de alguns governos locais a exemplo de São Paulo e em Minas
Gerais, que já possuem legislações específicas. Em outubro de 2008, foi assinado, em
São Paulo, o Protocolo da Construção Civil Sustentável. A iniciativa é uma cooperação
entre o estado, a Federação das Indústrias de SP e alguns sindicatos e associações, com
o objetivo de incentivar a sustentabilidade do setor. Por meio do acordo, as partes que
aderirem ao protocolo se comprometem a orientar os empreendedores a cumprirem a
legislação ambiental e a introduzirem critérios socioambientais em suas atividades.
Construção civil se prepara para a sustentabilidade
Rumo a práticas menos impactantes ao meio ambiente, um número crescente de
governantes e empresários do setor da construção civil está enxergando com mais
clareza a necessidade e o grande potencial das mudanças nos modelos de concepção,
design, uso e funcionamento de edificações.
O impacto do setor vem fazendo soar um sinal de alerta: cerca de 40% das emissões de
CO2 no mundo são causadas por edifícios. No Brasil, as construções consomem 44% da
energia gasta no país, sendo que 22% acontecem em uso residencial, 14% em comercial e
8% em prédios públicos.
Apesar desse péssimo rastro que a construção civil deixa no meio ambiente, a “luz no
fim do túnel” para minimizar os danos ambientais está justamente no desafio de
empregar sustentabilidade nas edificações. Com isso, todos os atores saem ganhando,
seja o setor produtivo, governo ou cidadão. “Ao incentivar a sustentabilidade nas
construções, pode-se ter uma economia de 40% de água e 30% de eletricidade, ao se
investir de 3 a 5% do valor do imóvel em tecnologias ambientalmente saudáveis”,
defende Marcelo Takaoka, presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável
(CBCS).
Vale destacar também que um estudo do Banco Mundial, publicado em 2008, mostra que
o aumento da eficiência energética nas construções existentes pode reduzir o consumo
atual de energia em 25% ou mais em países emergentes como Brasil, Índia e China,
economizando centenas de milhões de dólares e evitando a emissão de milhões de
toneladas de gases efeito estufa.
No Brasil, em direção a esse novo modelo de construção, vem ocorrendo, ainda a passos
lentos, uma movimentação por parte do setor produtivo e do governo. Diversos eventos
estão sendo realizados para discutir as bases da construção sustentável e suas
implicações e alguns governos locais já possuem programas, legislação e acordos para
esse fim.
No que se refere ao Governo Federal, a primeira iniciativa de porte foi lançada apenas
em abril de 2009, com a criação do programa Minha Casa, Minha Vida, destinando R$ 34
bilhões para a construção de um milhão de residências. Com o programa veio o anúncio
de que estratégias de construções sustentáveis seriam aplicadas à iniciativa. Contudo,
apenas o uso de madeira legal é compulsório, sendo que a instalação de painéis solares
para aquecimento de água será apenas estimulada.
Marcelo Takaoka afirma que boa parte da tecnologia necessária para que o setor da
construção civil no país adapte e mitigue as mudanças climáticas já existe. O que falta é
disseminação de conhecimento e informação, tanto para o publico consumidor, quanto
para as incorporadoras, construtoras e administradoras prediais. “Aqui no Brasil, o setor
está se mobilizando aos poucos, mas esse movimento é exponencial e a freqüência de
eventos para discutir essa temática está aumentando em todo o país – já está entendido
que é preciso agir”. Takaoka aposta ainda que em menos de dez anos será possível
alcançar um estágio de amadurecimento da construção civil sustentável no Brasil.
Para que isso aconteça, o professor da Universidade de São Paulo, Vanderley John,
afirma que mudanças no setor devem partir de uma ação coletiva, unindo governo e
sociedade. “É preciso que empresas, engenheiros e arquitetos mudem a forma de
fabricar materiais e construir. Precisamos formar engenheiros capazes de desenvolver
tecnologias sustentáveis. Já o governo precisa incentivar essa inovação por meio de
políticas”, provoca.
Nesse ponto cabe ressaltar que, em outubro de 2008, foi assinado, em São Paulo, o
Protocolo da Construção Civil Sustentável. A iniciativa é uma cooperação entre o estado,
a Federação das Indústrias de SP e alguns sindicatos e associações, com o objetivo de
incentivar a sustentabilidade do setor.
Ela afirma ainda que apesar de já existirem muitas iniciativas de legislações, protocolos
e acordos, uma queixa comum do setor produtivo é que os governos ainda focam em
mecanismos de controle e punição, mais do que nos de incentivo ao bom
comportamento.
Além do sonho da casa própria
As discussões sobre os rumos das políticas de estímulo à construção sustentável chegam
em um momento oportuno. Isso porque o Brasil está começando a dar os primeiros
passos rumo às construções sustentáveis. Nesse ponto, o grande desafio do governo é
colocar para conversar na mesma mesa os diversos atores envolvidos com esta agenda e
seus distintos objetivos.
Vânia Soares acredita que este seja o passo inicial para alavancar o investimento em
tecnologias limpas. “Nós vamos fazer o monitoramento de todo o processo, para poder
planejar os próximos passos. Teremos uma avaliação de quanto será de fato
economizado e quais as vantagens reais do investimento”, afirma. Vânia explica ainda
que as construtoras ficarão responsáveis pela compra e instalação dos equipamentos.
“Os projetos de implementação de energia solar serão analisados e aprovados pelas
equipes técnicas da Caixa, incluindo verificação dos custos e especificações dos serviços
e materiais”.
Construção Sustentável
Reconhecidamente, o setor da construção civil tem papel fundamental para a realização
dos objetivos globais do desenvolvimento sustentável. O Conselho Internacional da
Construção – CIB aponta a indústria da construção como o setor de atividades humanas
que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva, gerando
consideráveis impactos ambientais. Além dos impactos relacionados ao consumo de
matéria e energia, há aqueles associados à geração de resíduos sólidos, líquidos e
gasosos. Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das
atividades humanas sejam provenientes da construção. Tais aspectos ambientais,
somados à qualidade de vida que o ambiente construído proporciona, sintetizam as
relações entre construção e meio ambiente.
Com relação à energia, recomenda-se o uso do coletor solar térmico para aquecimento
de água, de energia eólica para bombeamento de água e de energia solar fotovoltaica,
com possibilidade de se injetar o excedente na rede pública. Sobre águas e esgoto, é
interessante prever: a coleta e utilização de águas pluviais, utilização de dispositivos
economizadores de água, reuso de águas, tratamento adequado de esgoto no local e,
quando possível, o uso de banheiro seco.
A idéia da construção sustentável não é assim tão nova, mas como quase tudo, demorou
um pouco para chegar por aqui. Países como EUA, Japão e os da Comunidade Européia já
criaram inclusive incentivos para os empresários ou pessoas comuns que optem por
construções ecologicamente corretas. E, mesmo aqueles que não dispõem de tanto
capital para investir em uma nova casa podem aproveitar incentivos para a realização de
pequenas reformas. Os principais incentivos ainda são para o campo da redução do
consumo de energia.
Nos EUA, por exemplo, não existe um programa nacional para o incentivo da construção
sustentável, porém, já existem alguns padrões reconhecidos internacionalmente como a
“LEED” (Leadership in Energy and Environmental Design), a “Green Build Initiative” e o
“Archicteture 2030” cada um com seus próprios padrões de construções sustentáveis.
Quando finalizada a obra devem ser observados os cuidados necessários à destinação dos
resíduos da construção e em todas as etapas devem ser utilizados materiais não tóxicos.
Alguns dos materiais “condenados” por qualquer padrão de construção sustentável
são: amianto, chumbo e alumínio.
A construção sustentável depois de pronta deverá ter coleta seletiva e um local
específico para acondicionar os resíduos recicláveis. Aos ocupantes ou proprietários
caberá apenas desfrutar de uma construção saudável, ecologicamente correta e
econômica. Ou seja, SUSTENTÁVEL.