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Por Vanderlei Ramos
DIREITO CIVIL | 02/NOV/2014
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A responsabilidade civil parte do posicionamento que todo aquele que
violar um dever jurídico através de um ato lícito ou ilícito, tem o dever
de reparar, pois todos temos um dever jurídico originário o de não
causar danos a outrem e ao violar este dever jurídico originário,
passamos a ter um dever jurídico sucessivo, o de reparar o dano que
foi causado. O ato jurídico é espécie de fato jurídico (Cavalieri Filho,
Sergio, Programa de Responsabilidade Civil, Ed. Atlas, 2008, p.2).
Criada pelo jurista alemão Von Buri, na metade do século XIX, a teoria
da equivalência das condições apresenta que todos os fatores que
contribuíram para que o prejuízo acontecesse, são consideradas
causas, bastando estar presente qualquer fato que direta ou
indiretamente tenha servido para que o resultado fosse o dano, estaria
este fato concorrendo com outras concausas, visão bastante ampla
que sofre sérias críticas, pois poderia dizer então que uma pessoa que
dispara com uma arma de fogo contra outra causando a morte desta,
responderia neste caso não apenas o autor do disparo, mas também
quem fabricou a arma, quem vendeu ou até mesmo quem inventou a
pólvora.
Em relação a tudo isso boa parte dos juristas na área penal entendem
que responde apenas quem está diretamente ligado ao evento que
causou o dano, não respondendo aqueles que de forma indireta teriam
participação e seriam apenas concausas, logo no exemplo
mencionado responderia apenas o autor do disparo e as concausas
diretamente ligadas ao evento danoso.
Porém, nem todo ato danoso será ilícito, como também nem todo
ilícito será danoso. Vamos ter situações onde haverá a excludência de
responsabilidade, situações previstas em lei, que afastam qualquer
dever de reparar um dano caso este tem sido cometido nas situações
elencadas no art. 188 do Código Civil, onde diz que "Não constituem
atos ilícitos: os praticados em legítima defesa ou no exercício regular
de um direito reconhecido, a deterioração ou destruição da coisa
alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente". Não
tendo natureza indenizatória estes atos mesmo que ao praticar
venham a causar dano, pois mesmo que causem dano são ações
permitidas pela lei, e por isso tidas com lícitas.