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Cosméticos para os pés

Introdução

Apesar de que uma grande proporção da população adulta sofrer de uma


ou outra moléstia dos pés, é realmente assombroso a pouca atenção pessoal que
se dedica aos tão maltratados pés, até que a fadiga destes, afete
adversamente ao bem-estar físico e mental do paciente, dando lugar a um
descaso acusativo e acumulativo no rendimento do indivíduo. Este efeito se
acumula, e freqüentemente termina em várias formas de dores estomacais
associadas as dores nos pés (o cansaço e o sofrimento dos pés conduzem ao
mau humor, e as comidas ingeridas como um mal incidente, gera a indigestão).
Isto não é realmente surpreendente se considerarmos que os pés têm
que suportar todo o peso corpóreo. Apesar desde estar equipado com uma
grande quantidade de glândulas sudoríparas, sem comparação a nenhuma outra
parte da superfície cutânea, com exceção da superfície das palmas das mãos,
nós os sufocamos primeiramente com meias e em seguida com calçados, baixo
os preceitos e necessidades da civilização moderna. Os componentes orgânicos
da sudoração que se acumulam nos sapatos proporcionam, particularmente nas
condições de calor e umidade, um substrato adequado para o crescimento de
diversos tipos de microorganismos. Ao passo que as palmilhas e as meias se
trocam e lavam com freqüência, e também se lavam os pés, não obstante, as
bactérias que permanecem nos sapatos e nas palmilhas limpas se voltam a
infectar. Tal infecção se pode promover ademais por uma escassa ventilação
ocasionada, por exemplo, por solas e partes superiores de calçados de resinas
impermeáveis e sintéticas ou por material sintético das meias. Os produtos
formados pela fermentação microbiológica originam mal odores que,
especialmente, se acentuam quando o cuidados com os pés é deficiente.

Influência do calçado

A relação existente entre o calçado e a saúde dos pés, se reflete na


dificuldade destes eliminarem o suor produzido, assim como na possibilidade de
absorvem a umidade produzida e a transmissão de propriedades dos materiais
do velho ou do novo calçado. O couro é extraordinariamente efetivo na
absorção e transmissão de vapor d’água. Por outro lado, os materiais sintéticos
são relativamente impermeáveis ao vapor d’água e, portanto, ao suor e por isso,
podem ter uma influência considerável sobre a saúde dos pés. Os estudos
realizados sobre os calçados demonstraram que as propriedades do material da
parte superior do sapato são as que têm, em muito, no maior efeito da
acumulação do suor nos calçados.
A acumulação do suor no calçado tem um efeito direto:

• Nas propriedades mecânicas da pele dos pés;


• Nas propriedades físico-químicas do material do calçado;
• No estímulo do crescimento microbiológico sobre a pele e os materiais
do calçado.

Deve-se ressaltar que é insubstituível optar por um calçado cômodo para


que os pés se preservem anatomicamente sadios. Um indivíduo com dor nos pés
deverá selecionar calçados cômodos e adequadamente ajustados e, este
sofrimento comumente é conhecido como pés planos (Processo doloroso comum
nas pessoas cujo trabalho impõe muitas horas em pé, por exemplo, vendedores,
policiais, operários de fábrica e técnicos de laboratório), requerem um suporte
adequado com a forma de um arco, semelhante ao arco podal, para se ajustar
ao pé da forma mais cômoda possível, diminuindo este cansaço.

Maus odores dos pés

A pele grossa é um conjunto de estratos (camadas) de células planas


(células epiteliais na forma de escamas estratificadas) unidas por
desmossomos e atravessadas por tonofibrilas, é formada principalmente de
queratina, e isto, junto com a sudoração e os fungos, é um meio nutritivo para
os microorganismos residentes na pele; a fermentação produzida
(principalmente espécies como Staphylococcus epidermis e Trichophyton
flocossum) dá origem ao mau odor. A decomposição do suor realizada pelas
bactérias e fungos resulta em produtos com um odor molhoso e fétido ao
calçado e ao pé (isto parece ser devido mais a pele dos pés que o próprio
calçado). Sem embargo, outros odores podem ser formados por interações da
pele com o material do calçado.
Dores nos pés

O descuido dos pés pode conduzir a uma ou mais dos seguintes estados
desagradáveis: odor penetrante dos pés suados, causados pela decomposição
bacteriana do suor e detritos dos pés; sensação ardente, e picor entre os
dedos dos pés; pés doloridos, cansados e inchados; abrandamento do leito das
unhas dos pés; irritação da pele úmida, criando as condições ideais para as
infecções por fungos.
Em suma, os transtornos comuns dos pés são:
• Queratose: Causadas por fricção e pressão, não tem raízes e
podem ser devidas as deformidades estruturais.
• Joanetes: Articulações em más condições que chegam a inchar-se
e rebrandecer-se; basicamente devido a debilidade da estrutura
do músculo até que contribuem na aderência provocada por
calçados apertados lateralmente.
• Calos: Crescimento do estrato córneo que funcionará como um
protetor sobre as zonas onde se repete a pressão ou existe a
fricção; como na maioria dos calos são manifestações de alguma
alteração subjacente, não se eliminam permanentemente visto que
não se corrija a causa de origem.
• Verrugas: Com freqüência se confundem com queratose, são
contagiosas e geralmente bastante dolorosas; se não são tratadas,
tendem a se estender.
• Unha encravada: Geralmente devido a cortes inadequados das
unhas, até que possam contribuir por aderências, feridas e
infecções.
• Pé de atleta: Uma enfermidade cutânea comum de origem fúngica.

Infecções dos pés

Os pés passam muito tempo coberto por palmilhas e/ou meias, recluidos
no calçado. Isto conduz a um estado persistente de aumento de calor e
umidade que proporciona um meio ambiente ideal para a proliferação e
atividade microbiana. Como conseqüência, as palmilhas e as meias devem ser
trocadas e lavadas diariamente; o que não se compreende facilmente, pois a
utilização do mesmo sapato não pode exceder por mais de dois dias
consecutivos, porque este precisa secar-se da umidade produzida.
Em um estudo hospitalar publicado em 1972 por L. Chalmers na revista
Manufacture ‘s Chemistry, a incidência de Tinea pedis (incluindo a Tinea
unguium) foi de 40,8% entre os 348 homens examinados. Destas infecções,
50% foram devidas ao Trichophyton interdigitale; 25% por Trichophyton
rubrum; 0,7% por Epidermophyton flocussum; 4,1% por dermatófitos (somente
nas unhas); 11,7% por infecções mistas e 7,5% foram positivas ao microscópio,
porém não foram identificadas.
O uso de instalações públicas de lavatórios e chuveiros é a causa
principal da expansão destas infecções. Incluindo também os calçados, estes
são as fontes principais de propagação da contaminação cruzada dos pisos dos
boxes de chuveiros; por se descalçarem e os pés infectarem o solo. É evidente
a importância fundamental de uma desinfecção destes ambientes com produtos
germicidas para eliminar detritos da pele e contaminantes microbiológicos.
Os fungos – micoses- ocasionam a maioria dos tipos predominantes de
infecções dos pés. A micose, bem conhecida como “Pé de atleta”, quase se tem
convertido em uma enfermidade mundial. O Pé de atleta, também conhecido
como Tinea pedis, Tricophylosis pedis e micose dos pés, é uma enfermidade
habitual originada pelo fungo Trichophyton mentagrophytes e com menos
freqüência por um outro fungo Epidermophyton inguinale. O Trichophyton
rubrum ocasiona uma variedade crônica de Tinea pedis, que com freqüência
afeta as unhas e são muito resistentes ao tratamento. O Pé de atleta não está
tão difundido como pensam muitas pessoas. Estima-se que as condições
climáticas de temperatura existente na Inglaterra, sua incidência não é
superior a 4% da população total do país. A enfermidade é mais comum em
atletas, estudantes, universitários e em geral aqueles que se banham em
lugares públicos. Na sua forma mais comum, este transtorno se conduz a
maceração e a descamação entre os dedos dos pés, até que em tempos quentes
se pode produzir uma erupção mais ativa de vesículas nas áreas interdigitais e
nas plantas dos pés. Em geral, a Tinea pedis se apresenta em um só pé.
Existem transtornos de fungos semelhantes, e, para que o tratamento
seja efetivo, deve-se fazer um diagnóstico correto precedido de um exame ao
microscópio, e se necessário, por cultivo. A este respeito se devem fazer
menção de outra enfermidade dos pés, a dizer da dermatite dos pés, que se
pode produzir por pigmentos e outros produtos químicos das palmilhas, forros
e pele dos calçados. As diferenças com a Tinea pedis está no fato que as
erupções causadas pela dermatite são simétricas, não afetam os espaços
interdigitais e sim a planta e as laterais dos pés.
A hiperidrose dos pés também podem ocasionar enrijecimento e
maceração da pele da planta e entre os dedos dos pés, mas se pode diferenciar
do Pé de atleta por sua simetria e por o feito de que não se limita a zona
interdigital entre os quatro e cinco dedos dos pés como no caso do Pé de
atleta.
O que se conhece sobre o Pé de atleta, as origens da infecção são
geralmente os tapetes de solos e banhos de estabelecimento público e duchas
em fábricas e minas utilizadas por indivíduos descalços que padecem de
infecções fúngicas nos pés. Em primeiro lugar, os dermatófitos afetam as
camadas córneas da pele, mas com o tempo produzem sintomas inflamatórios
que variam com a intensidade, e que em caso de micose interdigital não são
demasiadamente fáceis de tratar, posto que os microorganismos causadores se
encontram localizados nas dobras da pele.

Cuidados e higiene dos pés

É uma verdade indiscutível que os pés, ao que necessitam mais cuidado e


atenção que a maioria do restante das partes corporais, em prática, isto não é
seguido. Um bom cuidado dos pés compreende em uma seleção e tratamento de
palmilhas, meias e especialmente, calçados.
Os pés devem ser lavados ao menos uma vez ao dia com água e sabonete,
e depois de lavado, deve-se enxugar completamente, em especial entre os
dedos, e polvilhar talco ou polvilho para os pés. Caso exista uma suspeita ou é
provável que exista infecção, o sabonete e o talco devem conter ativos ou
agentes anti-sépticos.
O uso de agentes bactericidas em produtos de tocador está se
expandido, mas tal emprego pode ser questionável em muitos produtos. Sem
embargo, o uso de bactericidas e fungicidas está certamente justificado nos
produtos para os pés que apresentam situações muito favoráveis ao
desenvolvimento de microorganismos.
Existem muitos tipos de cosméticos direcionados para os pés. Alguns se
usam para proporcionar alívio para os pés cansados e doloridos, outros para
suavizar a pele cornificada e para combater a sudoração da pele, e existem os
que se utilizam para aliviar as irritações, erupções e infecções cutâneas e para
proporcionar um efeito antibacteriano ou antifúngico.
Os produtos de tocador de utilidade gerais se podem utilizar para estes
fins e incluso, comercializa-los como produtos para os pés; os requerimentos
básicos não se diferenciam dos produtos similares que se utilizam em outras
partes do corpo. Por exemplo, as loções para os pés podem ser formuladas
segundo uma linha de tônico ou uma solução adstringente suave para a pele.

Higienização dos pés

Visto que é uma extremidade do corpo, e que se não realiza um exercício


adequado, o pé humano, particularmente quando está comprimido em sapatos
apertados ou elásticos e ligas ao arredor das pernas, se predispõe a uma
circulação deficiente. A higienização dos pés com água quente estimula a
circulação sangüínea, elimina as secreções sudoríferas decompostas e se reduz
temporariamente a infecção bacteriana. Se o higienizador for alcalino, abranda
a capa endurecida de queratina da pele, queratoses, calos, etc.
Os sais de banho comercializado para os pés são compostos
essencialmente de sais alcalinos, freqüentemente associados a uma substância
liberadora de oxigênio, tal como o perborato de sódio. Em alguns sais de banho
oxigenante para os pés se utilizam catalisadores, tais como borato de magnésio
e enzimas para acelerar a liberação de oxigênio. Outros tipos de preparados se
formulam de modo que a solução de banho final se aproxime em sua composição
a água do mar. A seguir temos quatro exemplos de formulação para sais de
banho para o cuidado dos pés.
As formulações 01 e 02 são sais de banho refrescante e oxigenante para
os pés e as formulações 03 e 04 são sais de banho para aliviar a dor e a fadiga
dos pés.
Componentes 01 02 03 04
(%) (%) (%) (%)

Bicarbonato de sódio 94, 94,


4 0
Lauril sulfato de sódio 0,2 0,5
Salicilato de metila 0,2 0,1
Mentol 0,2 0,1 0,1
Eucaliptol 0,2
OE Pinho 0,2 0,1
Perborato de sódio 5,0
Carbonato de sódio 5,0
Dicloroisocianurato de sódio (6,0% de cloro ativo) 0,1 0,1
Cristais de sais marinhos 99,
7
Sulfato de magnésio 99,6
Perfume 0,1 0,1
Corante Qs Qs Qs Qs
Doses de sais: gramas por 2 1/2L de água a 40°C 20 20 150 150

Um outro exemplo é esta formulação que imita a composição da água do


mar, sendo optativo utilizar corante e perfume. Uma parte deste pó é
suficiente para 20 partes de água para um escalda-pé em elevada
concentração.

Componentes Partes

Iodeto de potássio 1
Brometo de potássio 2
Cloreto de magnésio 250
Cloreto de cálcio 125
Sulfato de magnésio 250
Sulfato de sódio 500
Cloreto de sódio 1500
Corante e perfume qs
Uma outra opção é uma pastilha efervescente para os pés que liberam
oxigênio e gás carbônico, formulado a partir da seguinte composição:

Componentes Concentração
(%)
Lauril sulfoacetato de sódio 26,0
Àcido tartárico 26,0
Ácido salicílico 1,0
Bicarbonato de sódio 25,0
Carbonato de sódio 9,0
Hexametafosfato de sódio 4,0
Perborato de sódio 5,9
Perfume 1,5 ou qs
Silicato de cálcio 1,5
Corante azul 0,1 ou qs

De nada impede a adição de ativos como extratos secos de chás como


Confrei e Calêndula (ação cicatrizante), Camomila, Tília e Macela (ação
calmante), Hamamélis, Bardana, Malva e Sálvia (adstringente), Alecrim,
Tomilho e Arnica (ação antiinflamatória) e Melaleuca (ação anti-séptica), todos
na concentração de 5%.
Óleos essenciais também são bem vindos e a mistura parte do princípio
de no máximo 03 gotas de cada óleo essencial para cada 5 mL do preparado. Os
óleos que podem ser utilizados são:

ÓLEOS
ESSENC
IAIS ORIGEM PROPRIEDADES

Tônico geral, antifadiga, anti-séptico e


Alecrim França adstringente.
Basilicão Vietnã Acalma, relaxa músculos, tonifica a pele.
Bergamota Itália Antiestresse; purifica, cicatriza.
Cardamomo Indonésia Antifadiga; proporciona bem-estar.
Cipreste França Ativa a circulação, descongestiona a
microcirculação.
Citronela Vietnã Anti-séptico e antivirótico.
Tônico para massagens; descongestiona e
Eucalipto Austrália cicatriza.
Ativa a microcirculação; tonifica, atenua o
Gengibre Bálcãs efeito "pernas pesadas”.
Regenera a pele, descongestiona, ativa a
Gerânio China microcirculação.
África do
Laranja Sul Acalma, equilibra, tonifica.
Lavanda Alpes suíços Acalma, induz ao sono.
Lavandin Alpes suíços Acalma, desinfeta.
Mandarina Itália Acalma, relaxa.
Menta França Tonifica, dinamiza, refresca, desinfeta.
Acalma, relaxa, descongestiona, tônico da
Mirtilo Marrocos pele.
Olíbano Chipre Acalma, relaxa, refresca.
Pinho Áustria Tônico e estimulante, dinamiza, refresca.
Acalma, reequilibra, é antiestressante,
Rosa Itália estimula a renovação celular.
Ilhas Acalma e relaxa no cuidado após o sol, anti-
Ylang-Ylang Comores séptico.

Talco e polvilho para os pés

O preparado em questão é utilizado para manter os pés secos e contém


um agente fúngico ou fungistático; o medicamento se apresenta em uma
oportunidade melhor para um a aplicação mais continuada a adsorção da
sudorese. Aplicados nos calçados, estes ajudam a prevenir a reinfecção. A
seguir temos um exemplo de formulação desta natureza:
Componentes Concentração
(%)
Timol 1,0
Ácido bórico 10,0
Óxido de zinco 20,0
Talco 69,0

Um outro exemplo baseado em polvilho e argila com ação dessecante:

Componentes Concentração
(%)
Undecenoato de zinco 10,0
Ácido undecenóico 2,08
Óleo de pinho 0,47
Amido 50,0
Caolim micronizado 37,45

Outro exemplo, só que com agente antiperspirante:

Componentes Concentração
(%)
Talco 82,65
Aveia em pó 3,0
Cloridrato de alumínio 10,0
Sílica (Aerosil®) 2,0
Xilitol 0,15
Óxido de zinco 2,0
Perfume 0,2 ou qs

Uma outra apresentação destes cosméticos é a apresentação em spray e


aerossol. Além de apresentarem as atividades descritas acima, também são
acrescidos na propriedade de diminuir temporariamente a temperatura da pele,
proporcionando uma sensação de frescor. A seguir respectivamente, serão
apresentadas três formulações, onde as duas primeiras são spray e a última,
aerossol.
Spray antiperspirante

Componentes Concentração (%)

Talco 34,0
Sílica (Aerosil®) 2,0
Cloridrato de alumínio 5,0
PPG-5 Ceteth-20 4,0
Álcool Polivinílico 4,0
Mentol 0,5
Álcool anidro 50,0

Concentrado 15,0 do total


(50,0%)
Propulsor 114 15,0
Propulsor 12 35,0

Spray desodorante para os pés

Componentes Concentração
(%)
Cloreto de Benzalcônio 0,125
Mentol 0,125
2-Etil-1,3-hexanodiol 2,25
PEG-50 Lanolina (Solan 50®) 0,25
Álcool anidro 27,25
Perfume Qs
Propulsores 11/12 (50:50) 70,0

Aerossol desodorante para os pés

Componentes Concentração
(%)
Álcool 96°GL 28,0
EDTA dissódico 0,03
Perfume Qs
Cloreto de metilbenzetônio 0,25
PEG-50 Lanolina (Solan 50®) 2,0
Água deionizada 68,62
Silicone DC556 0,10
Cânfora 0,5
Mentol 0,5

Procedimento: Dissolver todos os ingredientes no álcool e depois acrescentar


água.

Outros ativos podem ser incorporados como o Irgasan DP300, Bronopol,


Tolnaftato, Clorexidina, Fenol, Cresol, Hipoclorito de cálcio e Ácido salicílico
(agente antimicrobiano), Cetoconazol e Miconazol (agentes antifúngicos),
Aciclovir (agente antiviral) e Neomicina (agente bacteriano). Todos são
utilizados em uma concentração variável de 0,5 a 1%.

Creme para os pés

A massagem dos pés é extremamente relaxante: Pela tradicional


Medicina Chinesa, uma simples massagem e manipulação dos pés podem aliviar
toda a tensão e além cura qualquer tipo de enfermidade.
Os cremes são um auxiliar apropriado para a massagem, e podem conter
agentes antimicrobianos, antiperspirante, agentes queratolíticos suaves,
vasodilatadores para estimular a circulação, agentes refrescantes, assim como
agentes que proporcionam propriedades emolientes e suavizantes da pele. Um
creme simples para os pés emoliente e desodorante se pode formular da
seguinte forma:

Componentes Concentração
(%)
Monoestearato de glicerila 15,0
Lanolina 1,0
Sorbitol 2,5
Glicerina 2,5
Agente microbiano 0,25 - 0,50
Água deionizada Qsp 100g

Muitas das fórmulas dadas como creme base podem ser adaptadas para
os pés. Em geral, se restringe a quantidade de substâncias graxas. Incluem-se
para dar uma película cerosa, dobrando a camada gordurosa da pele, o ácido
esteárico ou a vaselina branca. São adicionados com freqüência, Cânfora e
Salicilato de metila para proporcionar uma sensação refrescante; com
finalidade similar se utiliza o Mentol. A seguir, a formulação proposta segue
esta linha. Fora esta se tem mais três formulações mais aprimoradas na
seqüência.

Componentes Concentração
(%)
Monoestearato de glicerila 12,0
Òleo mineral 2,0
Glicerina 5,0
Ácido esteárico 5,0
Cânfora 1,0
Salicilato de metila 1,0
Conservante 0,1
Água Qsp 100g

Creme para os pés

Componentes Concentração
(%)
Xilitol 1,0
Estearato de glicerila 16,0
Álcool cetílico 1,0
Óleo mineral e Álcool de Lanolina 3,0
Laneth-10 acetato 0,5
Óleo mineral 3,0
Cloridróxido alantoinato de alumínio 0,25
Propilenoglicol 5,0
Perfume 0,3
Água deionizada Qsp 100g
Creme antiperspirante para os pés

Componentes Concentração
(%)
Ácido esteárico 2,0
Cera autoemulsionante não-iônica 8,0
Álcool cetílico 10,0
Octanoato de cetila 2,0
Colesterol 0,3
Sorbitol 5,0
Alantoína 0,2
Cloridróxido de alumínio 20,0
Irgasan DP300 0,20
Polietilenoglicol 400 1,0
Ácido salicílico 5,0
Sistema conservante 0,6
Perfume 0,2
Agua deionizada Qsp 100g

Emulsão O/A para massagem dos pés

Componentes Concentração (%)

Paramul J ® 25,0
Propilenoglicol 5,0
Sistema conservante 0,7
Sistema antioxidante 0,1
OE Gengibre 1,5% (para cada 3 g de creme)
OE Bergamota 2,5% (para cada 3g de creme)
OE de Melaleuca 0,5% (para cada 3g de creme)
Agua deionizada Qsp 100g
Cosméticos para queratoses e calos nos pés

As máscaras plásticas ou películas para queratoses contém ácido


salicílico em colódio com óleo de cravo. Outros preparados incluem ácido lático,
ácido tricloroacético e ácido acético glacial:

Componentes Concentração
(%)
Ácido salicílico 10,0
Ácido lático 10,0
Colódio elástico 80,0

Componentes Concentração
(%)
Ácido salicílico 10,0
Óleo de cravo 1,0
Colódio elástico 89,0

Pra um efeito de maior plastificação, pode se adicionar 5,0% de óleo de


rícino nas formulações anteriores. Para debridamento de calos se utilizam
produtos alcalinos, tais como:

Componentes Concentração
(%)
Fosfato de sódio 8,0
Trietanolamina 12,0
Perfume Qs
Água deionizada 80,0

Componentes Concentração
(%)
Hidróxido de potássio 0,5
Glicerina 15,0
Água deionizada 84,5
A formulação a seguir deve ser utilizada com muito cuidado e não deve
permanecer muito tempo em contato com a pele, porque é cáustico. Esta
formulação é direcionada para as calosidades da planta dos pés:

Componentes Concentração
(%)
Ácido salicílico 12,0
Ácido Benzóico 6,0
Polaxamer 407 47,0
Perfume Qs
Água deionizada Qsp 100g

O Peróxido de hidrogênio (água oxigenada) a 10 volumes, aplicado com um


algodão durante alguns minutos, tem suave, mas valiosas propriedades
debridadoras da pele, e pode continuar vantajosamente com uma massagem
com óleo quente.
Ao final da década de 50, os produtos que apareceram para eliminar as
queratoses da pele dos pés, calcanhares, etc; faz um genioso uso da
propriedade de “rolling” das emulsões que contem ceras. A emulsão,
apresentada como leite ou creme fluido, é sensível a pressão e se rompe
quando se estende sobre a pele. Depois a fase sólida dispersa se compacta na
forma de partículas grandes separadas que circula sobre a pele, englobando as
células desprendidas pela mesma. A adição de látex e anidrido silícico aumenta
a eficácia. O produto é efetivo sobre a pele limpa, até que a presença do óleo
vegetal ou ceras possam causar hidratação ao invés do processo de
debridamento.
A emulsão que se pode fazer, sensível à pressão utilizando quantidades
mínimas do tipo correto de emulsionante. A formulação seguinte servirá como
base de ensaio:
Componentes Concentração
(%)
Ácido esteárico 1,0
Cera de abelhas 4,0
Álcool cetílico 0,5
Parafina 12,0
Trietanolamina 0,6
Sorbitol 5,0
Veegum® 0,5
Água deionizada Qsp 100g

Cosméticos para escaras e feridas calcanhas

Estes preparados tem a sua eficácia, mas, para essas afecções o


acompanhamento médico torna-se fundamental quando se há associado a
patologia o caso de Diabete melitus. O uso concomitante via oral de vitamina PP
(ácido nicotínico/nicotinamida) em doses diárias de até 100mg, vitamina K em
doses diárias de até 5mg e vitamina C em doses diárias de até 500mg; são
fundamentais para auxiliar a cicatrização da lesão cutânea.
A formulação a seguir é um bálsamo anestésico para aliviar a dor
provocada pelo lesionamento na pele, que deverá ser aplicada na pele limpa na
forma de curativo durante a noite:

Componentes Concentração
(%)
Fenol 1,0
Cânfora 6,0
Bálsamo do peru 2,0
Parafina líquida 25,0
Parafina sólida 7,5
Lanolina anidra 58,5

Outra formulação na forma de gel aniônico pode ser utilizado para


acelerar a cicatrização das lesões, sem contra-indicações. A formulação a
seguir trata deste caso:
Componentes Concentração
(%)
Carbopol 940® 2,0
Sistema conservante 0,7
Tintura de calêndula 5,0
Alantoína 0,3
Papaína 10,0
Água deionizada Qsp 100g

È sabido que uma pele bem hidratada, responde muito bem a qualquer
tipo de tratamento. Uma formulação creme com uréia a 10%, glicerina a 10%,
PCA-Na a 3% ou muito rica em gordura é bem vinda.

Cosméticos para Pé de atleta

Atualmente o tratamento para a Tinea pedis se estende mais como um


fármaco que a um cosmético, com exceção da utilização do óleo essencial de
Melaleuca alternifólia que tem demonstrado resultados eficazes no tratamento
desta afecção em concentrações cosméticas (até 3%).
As demais formulações existentes se prestam a evitar a infecção
reincidente e/ou servir como preventivo a infecção microbiológica.
A seguir, são propostas duas formulações desta categoria:

Ungüento antimicrobiano

Componentes Concentraç
ão(%)
Cloreto de cetil trimetil amônio 10,0
Trietanolamina 6,0
Propilenoglicol 14,0
Carbowax 1500 10,0
Carbowax 400 40,0
Água deionizada 20,0
Loção antimicrobiana

Componentes Concentração
(%)
Própolis 2,0
Álcool 20,0
Água deionizada 78,0

Sugestões futuras

Entre as investigações existentes a serem testadas e lançadas no


mercado se contam na utilização do coentro encapsulado como mascarador de
maus odores provocador pela decomposição do suor, bem como o estudo da
utilização de silicatos de magnésio e alumínio como adsorvedor do mau odor.
Tem-se estudado a baunilha como controlador da sudorese e da
hiperidrose da pele grossa do corpo.
Tem-se uma tendência a usar agentes hidratantes em alta concentração
como agentes debridantes, como a uréia a 30%, Ácido glicólico a 20% e extrato
de Aloe vera “in natura”.
Têm-se sugestionado a reciclagem da Tintura de Tyua a 1% como
debridante para calosidades.

Fonte bibliográfica:

WILKINSON, J.B, MOORE, R.J. Harry’s Cosmeticology. New York, 1982:


George Godwin Longman Scientific & Technical. Pp.213-27.

Catálogos:

Galena
Farmaspecial
Mapric
DEG
Via Farma

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