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Programa de Aprendizagem – CIEE/PR

MATERIAL DE APOIO 1

Autor ou empresa que postou o artigo ou detentora do site: Banco de Artigos

Fonte: link do site: https://cieepr-adm.wixsite.com/banco-de-artigos/artigos

Tempo de leitura: 34 minutos

Revisão Ortográfica do material realizada por: Valdilene Lopes dos Santos (pedagoga)

MATEMÁTICA COMERCIAL

A matemática comercial é a parte da matemática que trata de cálculos envolvendo dinheiro


em operações comerciais. Muitas situações do dia a dia envolvem cálculos com dinheiro,
sejam compras, vendas, negociações de dívidas, empréstimos, investimentos, entre outras.
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A matemática comercial é a parte da matemática que trata de cálculos envolvendo dinheiro


em operações comerciais.
Assim, o cálculo de descontos e aumentos em preços de produtos, por exemplo, são objetos
de estudo da matemática comercial.
Os conhecimentos básicos de matemática comercial são importantes e úteis para qualquer
pessoa. Vamos te mostrar alguns deles com exemplificações no cotidiano.

Cálculo de porcentagem
Porcentagens são números utilizados para representar a participação em um todo. Sempre
que o símbolo % aparecer escrito depois de um número, trata-se de uma porcentagem.

Veja um exemplo:
Se uma calça custa R$ 90,00, então, a metade do preço, R$ 45,00 corresponde a 50%.

Para calcular qualquer porcentagem de um valor, basta converter a porcentagem para


número decimal e multiplicar pelo valor.
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Assim, para saber quanto são 25% de R$ 90,00, basta calcular 0,25 × 90 = 22,5.

Isso significa que se o vendedor te oferecer um desconto de 25% no valor da calça, ela
custará R$ 22,50 a menos.

Preço com desconto = R$ 90,00 – R$ 22,50 = R$ 67,50

Cálculo de juros

Se você faz um empréstimo ou empresta dinheiro, é comum que você pague ou receba um
valor a mais posteriormente. Esse valor a mais, que é uma compensação pelo empréstimo,
são os juros.
Portanto, juros equivalem a dinheiro também!

Mas como são calculados os juros? Primeiro, devemos saber que existem juros simples e
juros compostos, e eles são calculados de forma diferente.
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No cálculo de juros é necessário saber o significado de alguns termos:

Capital inicial

O dinheiro inicial é chamado de capital inicial. No exemplo do empréstimo, o capital é o


dinheiro que você pegou emprestado ou emprestou.

Período de aplicação

O tempo em que o dinheiro ficou emprestado é chamado de período de aplicação. Durante


esse período é que serão calculados os juros.

Taxa de juros

A porcentagem utilizada para calcular os juros, é chamada de taxa de juros. No período de


aplicação, essa taxa pode ser aplicada ao mês, ao trimestre, ao ano, etc.

Os juros simples são os mesmos durante todo o período de aplicação, já os juros


compostos aumentam durante esse período.

Consequentemente, com juros compostos, você pagará mais se pegou emprestado ou


terá mais rendimentos se você emprestou.

Dessa forma, se for fazer alguma transação financeira envolvendo juros, fique de olho no
tipo de juros e na taxa.
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Um pouco de História
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Os juros e os impostos

Os juros e os impostos existem desde os primeiros registros de civilizações. Um dos


primeiros indícios apareceram na Babilônia, por volta de 2000 a.C. Nas citações mais
antigas, os juros eram pagos pelo uso de sementes ou outras conveniências emprestadas,
tais como outros bens. Muitas das práticas existentes originaram-se dos antigos costumes
de empréstimo e devolução de sementes e de outros produtos agrícolas.

O valor e a moeda

Na época em que os homens viviam em comunidades restritas e extraiam da natureza todos


os produtos que necessitavam, haviam pouca comunicação entre as diferentes
comunidades. Mas com o desenvolvimento do artesanato e de atos culturais, as trocas
comerciais mostraram-se, pouco a pouco, necessárias.
O primeiro tipo de troca comercial foi o escambo, que permite diretamente a troca de
gêneros e mercadorias correspondentes a matérias primas ou a objetos de grande
necessidade. Por vezes, quando se tratava de grupos que possuíam relações pouco
amistosas, essas trocas eram feitas sob a forma de um escambo silencioso. Uma das duas
partes depositava, em lugar previamente estabelecido, as diversas mercadorias com as
quais desejava-se trocar e, no dia seguinte, encontrava em seu lugar (ou ao lado delas) os
produtos propostos pelo outro. Se a troca fosse considerada conveniente levavam-se os
produtos, senão retornava-se no dia seguinte para encontrar uma quantidade maior. O
mercado poderia então durar vários dias ou mesmo terminar sem troca quando as duas
partes não encontravam algum entendimento.

Tais métodos apresentavam, contudo, sérias dificuldades de aplicação. Assim, à medida


em que o comércio se desenvolvia, os metais desempenharam um papel cada vez maior
nas transações comerciais, tornando-se a moeda de troca preferida dos vendedores e
compradores. Com isso, as avaliações das diversas mercadorias passaram a ser feitas
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quantitativamente pelo peso, cada uma delas referindo a uma espécie de peso-padrão
relativo a um ou outro metal.
Igualmente no Egito antigo, os gêneros e as mercadorias eram frequentemente estimados
e pagos em metal (cobre, bronze e, por vezes, ouro ou prata), que se dividia inicialmente
em pepitas e palhetas. A avaliação era feita também sob a forma de lingotes ou anéis, cujo
valor se determinava em seguida pela pesagem.

Até aquele momento não somente tratava-se de um simples escambo, mas também
um verdadeiro sistema econômico. A partir de então, graças ao padrão de metal, as
mercadorias passaram a não mais ser trocadas ao simples prazer dos contratantes ou
segundo usos consagrados frequentemente arbitrários, mas em função de seu justo preço.
Em suma, tratava-se somente de introduzir nas transações e nos atos jurídicos uma espécie
de peso-padrão, unidade de valor à qual o preço de cada uma das mercadorias ou ações
consideradas era referido.
Partindo desse princípio, tal metal ou outro poderia servir em toda ocasião, tais como
salário, multa ou como valor de troca. No caso da multa, por exemplo, era exercido algum
tipo de cálculo de juro primário, para se obter um novo valor para a mesma.

Os bancos

O surgimento dos bancos está diretamente ligado ao cálculo de juros compostos e o uso
da Matemática Comercial e Financeira de modo geral. Em uma época em que o comércio
estava a chegando ao topo, uma das atividades do mercador foi também a do comércio do
dinheiro, tais como o ouro e a prata. Para isso, diversos países cunhavam moedas de ouro
e prata.
Durante a expansão do comércio, assim como nas guerras de conquista, as moedas dos
diferentes países eram trocadas, mas o pagamento só podia ser efetuado com dinheiro do
país específico. Consequentemente, dentro das fronteiras de cada país, as moedas
estrangeiras deviam ser cambiadas por dinheiro daquele país. Por outro lado, os
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comerciantes e outras pessoas possuidoras de muito dinheiro, que viajavam ao exterior,


precisavam da moeda de outros países, que compravam com moeda nacional.

Entretanto esses juros alcançaram, em alguns casos, quantias incríveis. Por exemplo, na
antiga Roma os cambistas exigiam de 50% a 100% de juro. Já na Idade Média, estima-se
que de 100% a 200% de juro. Uma outra possibilidade era mensurar o juro de acordo com
a necessidade do solicitante ou do montante.
A História relata que os primeiros bancos (Segurados enquanto instituições financeiras)
foram criados pelos sacerdotes. No mundo antigo, entre os egípcios, babilônios e mais tarde
entre os gregos e romanos, era amplamente difundido o costume de que os cidadãos mais
abastados deveriam conceder a custódia de seu ouro aos sacerdotes.

Taxa Nominal

A taxa nominal é aquela em que o período de formação e incorporação dos juros ao capital
não coincide com aquele a que a taxa está referida.
Exemplos:
a) Uma taxa de 12% ao ano com capitalização mensal.
b) 5% ao trimestre com capitalização semestral.
c) 15% ao semestre com capitalização bimestral.

Taxa Efetiva

A taxa efetiva é aquela que o período de formação e incorporação dos juros ao capital
coincide com aquele a que a taxa está referida.
Exemplos:
a) Uma taxa de 5% ao mês com capitalização mensal.
b) Uma taxa de 75% ao ano com capitalização anual.
c) Uma taxa de 11% ao trimestre com capitalização trimestral.
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Taxa Real
A taxa real é aquela que expurga o efeito da inflação no período. Dependendo dos casos,
a taxa real pode assumir valores negativos. Podemos afirmar que a taxa real corresponde
à taxa efetiva corrigida pelo índice inflacionário do período.

A taxa real de juros, por sua vez, será a taxa que realmente irá gerar riqueza ao investidor,
pois é a taxa que remunera acima da inflação.
Esse conceito normalmente gera confusão em um primeiro momento. Por isso, entenda o
que é Inflação, logo mais abaixo.

Taxas Equivalentes

Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao mesmo valor em dinheiro, em um
mesmo período de tempo, produzem o mesmo resultado final. Quem tem dívidas ou quem
tem investimentos precisa saber as taxas equivalentes para fazer comparações e tomar

boas decisões. Inflação

Resumidamente, a inflação expressa o aumento geral dos preços. Sendo assim, se uma
determinada quantidade de dinheiro sofrer uma remuneração inferior à inflação do período,
então pode-se dizer que houve perda do poder de compra.

Margem de Contribuição

Também conhecida como ganho bruto, a margem de contribuição representa quanto o lucro
da venda de cada produto contribuirá para a empresa cobrir todos os seus custos e
despesas — chamados de custo de estrutura — e ainda gerar lucro. Com base nisso, você
pode calcular a quantidade mínima de produtos que precisará vender para não sair no
prejuízo.
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Para encontrar este indicador, basta seguir a fórmula da margem de contribuição, que é o
valor das vendas, menos o valor dos custos e despesas variáveis:

Margem de Contribuição = Valor das Vendas – (Custos Variáveis + Despesas Variáveis)

Como forma de explicar em detalhes como encontrar esses números, vamos apresentar
um exemplo para você. Imagine que sua empresa planeje vender 100 unidades de um
determinado produto a R$ 50 cada unidade. Para produzir cada unidade há um custo de
R$ 20 e mais R$ 15 de despesas variáveis. Portanto, nossa margem de contribuição ficaria:

Entender o porquê do nome margem de contribuição é fácil, até porque a explicação é bem
lógica. Margem diz respeito à diferença entre o valor da venda (preço de venda) e os valores
dos custos e das despesas específicas destas vendas, também conhecidos por custos
variáveis e despesas variáveis da venda. Por sua vez, contribuição representa em quanto
o valor de cada venda contribui para o pagamento das despesas fixas e também para gerar
lucro.
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Noções básicas de amortização


Amortização é um processo de extinção de uma dívida através de pagamentos periódicos,
que são realizados em função de um planejamento, de modo que cada prestação
corresponde à soma do reembolso do Capital ou do pagamento dos juros do saldo devedor,
podendo ser o reembolso de ambos, sendo que

Juros são sempre calculados sobre o saldo devedor!

Alguns dos principais sistemas de amortização são:


Sistema de Pagamento único: Um único pagamento no final.
Sistema de Pagamentos variáveis: Vários pagamentos diferenciados.
Sistema Americano: Pagamento no final com juros calculados período a período.
Sistema de Amortização Constante (SAC): A amortização da dívida é constante e igual em
cada período.
Sistema Price ou Francês (PRICE): Os pagamentos são iguais.

Em todos os sistemas de amortização, cada pagamento é a soma do valor amortizado com


os juros do saldo devedor, isto é:

Pagamento = Amortização + Juros

Em todas as nossas análises, utilizaremos um financiamento hipotético de $300.000,00 que


será pago ao final de 5 meses à taxa mensal de 4%.

Na sequência, usamos tabelas consolidadas com os dados de cada problema e com


informações essenciais sobre o sistema de amortização. Em todas as análises, utilizamos
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a mesma tabela básica mostra na sequência, com os elementos indicados, lembrando que
a amortização sempre ocorre sobre o saldo devedor do momento.

Sistema de Pagamento único


O devedor paga o Montante=Capital+Juros compostos da dívida em um único pagamento
ao final.

Sistema de Pagamentos Variáveis

O devedor paga o periodicamente valores variáveis de acordo com a sua condição e de


acordo com a combinação realizada inicialmente, sendo que os juros do Saldo devedor são
pagos sempre ao final de cada período.
Uso comum: Cartões de crédito.

Dado: O devedor deve pagar a dívida da seguinte forma:

No final do 1o. mês: $30.000,00 + juros


No final do 2o. mês: $45.000,00 + juros
No final do 3o. mês: $60.000,00 + juros
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No final do 4o. mês: $75.000,00 + juros


No final do 5o. mês: $90.000,00 + juros

Sistema Americano

O devedor paga o Principal em um único pagamento no final e no final de cada período,


realiza o pagamento dos juros do Saldo devedor do período. No final dos 5 períodos, o
devedor paga também os juros do 5o. período.
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Sistema de Amortização Constante (SAC)

O devedor paga o Principal em n=5 pagamentos sendo que as amortizações são sempre
constantes e iguais.
Uso comum: Sistema Financeiro da Habitação

Sistema Price (Sistema Francês)

Todas as prestações (pagamentos) são iguais.


Uso comum: Financiamentos em geral de bens de consumo.
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Spread bancário
Por definição, spread bancário é a diferença entre os juros que os bancos pagam quando
você investe seu dinheiro, por exemplo, ao colocar suas economias na poupança ou aplicá-
las em produtos de renda fixa, e os juros que os bancos cobram quando você faz um
empréstimo ou um financiamento, para quitar dívidas ou adquirir bens.

Por exemplo, quando você aplica seu dinheiro na poupança e recebe um rendimento de 5%
ao ano (taxa de juros de captação) e o banco cobra 25% ao ano para fazer um empréstimo
para você, o spread bancário dessa transação é de 20% (25 - 5 = 20). Ou seja, quanto
maior o spread bancário, maior será o lucro dos bancos nas operações e mais caro serão
os juros que os clientes pagarão ao utilizarem empréstimos e financiamentos.

Instituição financeira não faz filantropia. Isto é, qualquer banco, cooperativa de crédito,
fintech ou banco digital que ofereça crédito precisa remunerar os empresários e os
acionistas que investem na empresa. Precisam de lucro. Este lucro, portanto, também
integra o spread bancário.

O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) recolhe 0,0125% do valor dos depósitos totais das
instituições filiadas. É um mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e
investidores, que permite recuperar, até um limite determinado, os recursos mantidos em
uma instituição financeira em caso de falência ou liquidação, por isso o FGC também está
embutido no spread bancário.

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