ILUSTRÍSSIMO SENHOR DIRETOR DA AUTARQUIA ESTADUAL DE
TRÂNSITO E TRANSPORTE DER/MG
Auto infração nº: AI03419738
Veículo: I FIAT PALIO ATTRACT 1.4/ PASSAGEIRO/AUTOMOVEL
CLEUSA MELO E SILVA DINIZ, brasileira, casada, servidora
pública estadual, residente na Rua Conego Rocha Franco, nº200, Bairro Gutierrez, Belo Horizonte/MG, CEP: 30441-045, vem apresentar DEFESA PRÉVIA ao auto de infração em epígrafe, pelos fatos e fundamentos adiante declinados.
I. A SUPOSTA INFRAÇÃO COMETIDA
1. Trata-se de autuação que imputa à Notificada a infração
tipificada no art. 218, II, do Código Brasileiro de Trânsito, isto é, transitar em velocidade entre 20% e 50% superior à máxima permitida em determinado local. Essa suposta transgressão, contudo, não pode ser imputada à Notificada, consoante adiante demonstrado.
II. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO
2. O art. 280, III, do Código de Trânsito Brasileiro, exige que
no auto de infração constem “caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros elementos julgados necessários à sua identificação”. (grifo nosso).
3. Regulamentando tal dispositivo para o caso de
dispositivos registradores de imagem, o art. 1º, §2º, da Resolução nº 146/03 do CONTRAN exige mais:
§ 2º O instrumento ou equipamento medidor de velocidade
dotado de dispositivo registrador de imagem deve permitir a identificação do veículo e, no mínimo:
I – Registrar: a) Placa do veículo ; (grifo nosso)
4. Portanto, quando a infração for flagrada por intermédio de
um dispositivo que captura imagens, este deve registrar uma imagem que permita, com clareza, identificar o veículo transgressor e sua respectiva placa. 5. Não é, todavia, o que se vê no presente caso. 6. Num breve exame da foto constante no auto de infração recebido nota-se a impossibilidade de qualquer identificação quanto ao veículo. A foto está tão escura que é impossível afirmar, sem sombra de dúvidas, qual o modelo do automóvel. 7. Além disso, a imagem não fornece qualquer descrição da placa, impossível, inclusive, identificar o próprio veículo. 8. Tais dados são insuficientes para se imputar uma infração à Notificada, pois não permitem a identificação do veículo que a cometeu. 9. O auto de infração, dessarte, é nulo por vício de origem.
III. REQUERIMENTO
10. Diante do exposto, requer seja declarada a nulidade do
auto de infração dada a ausência de seus requisitos básicos e, por conseguinte, o arquivamento do processo, com todos os consectários legais.