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ILMA JUNTA ADMINISTRATIVA DE JULGAMENTO DE INFRAÇÃO JARI DO

DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DEER – MG

CLAUDIO HENRIQUE SILVA, RG: M8371219, CPF: 033.633.166-58, CNH nº.


1545420737, cujo registro: 02117072670, categoria: B, residente na Rua Cirilo
de Abreu 130,, Chácara do Paiva, Sete Lagoas - MG - CEP: 35.700-169, tendo
sido autuado através do auto de infração nº. AC01675768, vem mui
respeitosamente através do presente, em conformidade com o art. 285 do CTB,
para interpor o presente RECURSO, contra referida autuação, com o objetivo
de proporcionar a oportunidade de exercitar seu legítimo direito de ampla
defesa e do exercício pleno do contraditório.

QUALIFICAÇÃO DO RECORRENTE:

Vendedor, solteiro, nascido em 11/08/1976 com 44 (quarenta e quatro ) anos


de idade, tendo sua primeira CNH em 08/01/1998 há 23 (vinte e três ) anos,
nunca cometeu nenhum tipo infração gravíssima. Conforme se verifica no
prontuário do recorrente, a sua conduta moral é pautada com ética e
responsabilidade, irá provar com fundamento jurídico que não cometeu a
suposta infração e não se envolveu em acidente de trânsito de qualquer
natureza.

DO VEÍCULO:
Renault / LOGAN EXPR 1.0, prata, placa: OOJ0502-MG, RENAVAM:
00999292080, ano: 2014 / 2014, proprietário(a): CLAUDIO HENRIQUE SILVA.
DA INFRAÇÃO:
Auto de Infração: AC01675768, Notificação: 009745142, Data: 22/02/2020,
Hora: 21h50min, Data Emissão: , Infração: 203*V-Ultrapassar pela contramão
outro veículo onde houver marcação viária longitudinal de divisão de
fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou simples contínua amarela.
Cód. 596-7 / Condutor , Local: RODOVIA MG 238 KM 27.0 .

DA ALEGAÇÃO:

O Recorrente vêm através deste apresentar-lhes inúmeras irregularidades que


ensejam a insubsistência da presente infração, levando em consideração o
aspecto subjetivo do ser humano falho que comete erros, pela presunção de
veracidade dá fé-pública, pertencentes à autoridade de trânsito, que não deve
ser levado às últimas consequências.

A fé-pública atribuída ao agente público nunca foi absoluta, bem como também
a presunção de veracidade, de legalidade e de legitimidade atribuída ao ato
administrativo. Ao contrário, tais premissas servem apenas como parâmetros
iniciais nas soluções das controvérsias administrativas.

O Recorrente se dirige a esta digníssima comissão julgadora, para pedir-lhes


uma atenção especial para esta multa em questão, pelo motivo do recorrente
sentir-se injustiçado e consequentemente discordar desta infração.

Insta ressaltar, Nobres Julgadores que a presunção de legitimidade "Júris


Tantum" do acusador, faz do motorista culpado, até que ele prove o contrário
isso se não fizerem menção ao bom senso do recurso aqui peticionado.

Conforme o artigo 37 da Constituição de 1988:

37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte:
Nos termos dos Incisos XXXIII e XXXIV do Artigo 5º da CF/88:

- XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do estado.
- XXXIV - são todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos direitos públicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder;

Não houve abordagem por nenhum agente, para que pudesse anotar todas as
características fundamentais do veículo para notificar o condutor, no ato da
suposta infração. Embora o agente tenha fé pública, é ser humano e comete
erros.

A função administrativa tem como objetivo principal à regulação da conduta


relacional com o Estado. Por este motivo a norma regulamentadora, quer seja
expressa, literalmente deverá ser obrigatoriamente, tornada pública.

Segundo Hely Lopes Meirelles em lição invocada por Celso Antônio Bandeira
de Melo, in Curso de Direito Administrativo, Malheiros Editores, 4ª edição, pg.
25 - A eficácia e validade de toda atividade administrativa estão condicionadas
ao atendimento da lei. Na administração pública, não há liberdade pessoal.
Enquanto na administração particular é licito fazer tudo o que a lei não proíbe,
na administração pública só é permitido fazer o que a lei autoriza.

Neste caso concreto houve total inversão do ônus da prova, demonstrada pela
ofensa ao princípio constitucional da presunção de inocência (Art. 5º, inciso
LVII, da Constituição), ou seja, ao invés desse departamento provar a
existência da infração, o recorrente tem que lançar mão do presente recurso
para provar sua inocência.
Trata-se de vício de finalidade, forma irregular de autuação que torna nulo de
pleno direito o ato administrativo.

AS IRREGULARIDADES NA SINALIZAÇÃO DO LOCAL:

A sinalização deve ser colocada, de modo a informar os condutores, e não,


maneira de provocar a infração, fato este, amplamente repudiado em nosso
ordenamento jurídico, conhecido como flagrante preparado.

O princípio da publicidade significa que o Poder Público deve sempre agir com
a maior transparência possível, para que os seus atos sejam válidos. Sem a
indispensável publicidade, destinada a orientar e educar os motoristas
transforma inapelavelmente em armadilhas ilegais, incapazes de gerar autos
de infração válidos. Art. 5º Inciso LV da CF.

O artigo 80 do CTB em seu disposto diz: As sinalizações deverão ser


perfeitamente legíveis, e em contrapartida, não serão aplicadas as penalidades
por inobservância à sinalização quando esta for insuficiente ou incorreta,
cabendo ao Órgão de trânsito responsabilidades pela implantação da
sinalização e respondendo por sua falta, insuficiência ou incorreta colocação -
artigo 90, parágrafo 1º do CTB.

Segundo o Recorrente, as condições de visibilidade eram excelentes e o trecho


de rodovia era de uma longa reta plana, em dia de céu claro. Nenhum outro
veículo trafegava pelo local em nenhum dos sentidos da via naquele instante
senão os dois envolvidos na ultrapassagem.

De repente, sem motivo aparente, o veículo ultrapassado passou a ter


condução vacilante. Reduziu drasticamente sua velocidade, passando a
trafegar em velocidade inferior ao mínimo legal para a via, ao mesmo tempo
em que iniciou, sem sinalizar, deslocamento lateral, como se fosse parar no
acostamento, mas logo voltou para o centro da faixa de rolamento. Essa
estranha movimentação se repetiu mais de uma vez.
De fato o recorrente não cometeu a infração já que iniciou a ultrapassagem em
local permitido, segundo o artigo 80 do CTB, sempre que necessário será
colocada sinalização na via, e o artigo 90 do CTB diz que não serão aplicadas
as sanções previstas neste Código por inobservância à sinalização quando
esta for insuficiente ou incorreta.

Ademais no momento exposto o recorrente tinha visibilidade perfeita para esta


manobra, tanto é verdade que não existe nenhuma ocorrência a este respeito.
Acreditamos que o agente de trânsito não deve ter observado tal
acontecimento, diante da rapidez dos fatos.

Diante da situação acima narrada, era mais prudente realizar a ultrapassagem


do que seguir atrás de um veículo conduzido de forma tão instável, sem
nenhum motivo que justificasse aquela direção, não restando alternativa a este
signatário.

Portanto, Nobres Julgadores, conforme demonstrado acima e os fundamentos


legais que amparam as razões de defesa do recorrente, não existe dúvida de
que a autuação ora combatida, está eivada de vícios desde a autuação da
infração quanto às formalidades legais para a fiscalização que deveria ser
cumprida pelo órgão autuante. Portanto, o que se espera deste órgão julgador
é que a razões do recorrente sejam reconhecidas para declarar este recurso
procedente.

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