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Processo Civil III

Sentença

 É ato do juiz classificado como pronunciamento judicial


 Pronunciamento judicial → Art. 203 do CPC

Ações de divisão e demarcação de terras


1 fase – sentença de condenação e demarcação
2 fase – perito faz estuda e delimita linha de divisão ou demarcação. O Juiz, ao homologar essa
linha, pratica uma sentença

Procedimento comum: Sentença é o ato do juiz que põe fim ao ato cognitivo do juiz ou
extingue a execução (execução é o cumprimento de sentença)

Processo de execução → É um processo de execução de títulos extra judiciais ( Antes do código


de 2015, o processo de execução também abarcava o cumprimento de sentença e não apenas
a execução de títulos extra judiciais) → CPC 2015 – Une o processo de conhecimento e o
cumprimento de sentença em um só processo

 Títulos extra judiciais → documento que a Lei confere um valor diferenciado e que se autoriza
um processo de execução imediato

 Antes de 1994, havia um processo cautelar para resguardar uma situação Fátima até o
processo de conhecimento. Em 1994, foi inserido no CPC a antecipação de tutela, que permitiu
o juiz dar uma decisão antes da sentença (tutela final) – Se presente a probabilidade do direito,
urgência e reparabilidade, permitiu-se a antecipação de tutela. A partir de 2015, o processo
cautelar deixou de ser um processo autônomo.

A sentença pode ser:

1. Declaratória
2. declaratória e condenatória
3. declaratória constitutiva
4. declaratória desconstitutiva.

Em regra, a sentença é recorrível por meio de apelação e a decisão interlocutória é recorrível


via agravo de instrumento

Coisa julgada formal: Impede nova discussão naquele processo


Coisa julgada material: impede nova discussão sobre a matéria naquele processo e em
qualquer outro processo

Sentença sem resolução de mérito: Ocorre uma falha formal no processo

Hipóteses (Art. 485):

 Indeferimento de PI
 Processo ficar parado por prazo superior de um ano sem manifestação das partes – abandono
de causa
 Quando o autor não promove os atos e diligências necessárias por mais de 30 dias
 Ausência de pressupostos de constituição ou desenvolvimento do processo
 Existência de perempção (ajuizamento repetitivo da demanda sem nenhuma mudança) ou
coisa julgada ou litispendência
 Verificar ausência de legitimidade ou interesse processual
 Acolher alegação de convenção arbitral
 Homologar desistência da ação
 Em caso de morte da parte em ação intransmissível

Nesses casos o juiz poderá examinar de ofício, exceto na situação de abandono de causa,
desistência da ação e existência de convenção de arbitragem, necessitando manifestação das
partes

Sentença com resolução de mérito:

Hipóteses (Art. 487)

 Quando o juiz acolhe a alegação do autor


 Quando o juiz rejeita a alegação do autor
 Quando acolhe/rejeita em parte a alegação do autor
 Quando o juiz acolhe a prescrição/decadência da ação – Pode ser verificado de ofício pelo juiz
 Quando há homologação de transação ou a renúncia à pretensão

→ Em regra, ao sentenciar, o juiz não poderá voltar atrás da decisão. Porém, há possibilidade
de retratação nas decisões que não resolvem mérito, isso porque o processo não é um fim em
si mesmo e não pode atrapalhar o reconhecimento de um direito. Art. 485, §7

Art. 488 → o juiz pode deixar de pronunciar uma nulidade quando o mérito for decidido a
favor de quem alegou a nulidade. Em eventual nulidade alegada pelo réu, sendo que o mérito
será decido a favor do réu, o juiz deixará de pronunciar tal nulidade, não extinguirá o processo
sem resolução do mérito e analisará o mérito.

Dos elementos da sentença

São elementos da sentença (Art. 489):

1. Relatório

Deve conter o nome das partes, identificação do caso, o resumo do pedido e da contestação. É
um resumo dos principais acontecimentos do processo

2. Fundamentação

Analisa as questões de fato e de direito. Pode ser feita junto ao relatório, a sentença não
precisa ser escrita em tópicos. O juiz expõe os motivos que o levaram a decidir daquela
maneira. A fundamentação é importante para entender o raciocínio lógico do juiz naquela
controvérsia.

3. Dispositivo

É a parte de conclusão. O juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
O juiz deverá decidir e tratar dos ônus de sucumbência

Não se considera fundamentada a decisão (Art. 489, §1)

● Quando o juiz fundamenta apenas utilizando um dispositivo normativo sem explicar


sua relação com a causa
● Quando são empregados conceitos jurídicos indeterminados sem qualquer explicação
e motivação
● Quando o juiz invoca motivos genéricos, que serviriam para justificar qualquer outra
decisão, quando o juiz decide sem mencionar nada do caso em questão
● Quando o juiz não enfrenta todos os argumentos deduzidos no processo. Contudo,
caso um dos argumentos prejudique outros, o juiz pode deixar de analisa-los
● Quando o juiz invoca precedente ou súmula, sem relacionar, argumentar e identificá-
los com a causa
● Quando o juiz deixa de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente
invocado pela parte sem fundamentação

→ O legislador busca evitar decisões genéricas. As decisões podem ser sucintas, mas devem
analisar o caso concreto e serem fundamentadas

→ A sentença deve ser assinada pelo juiz e não pode conter rasura, devendo a rasura, se
ocorrer, ser ressalvada

§2 - No caso de colisão de normas, o juiz deverá justificar, fundamentar e explicar para as


partes como foi feita a ponderação de princípios

§3º - A decisão deve ser analisada em seu conjunto, não bastando apenas interpretar um
tópico. Necessitando interpretar a decisão em todo seu conjunto para obter uma melhor
compreensão.

→ O juiz, ao sentenciar o processo, resolve o conflito. Via de regra, o juiz não poderá alterar
sua sentença após a sua decisão, cabendo apenas ao tribunal poder modificá-la. Nas decisões
sem resolução de mérito é uma exceção, podendo o juiz, após a decisão e interposição de
apelação, retratar-se. Também haverá possibilidade de retratação no caso de julgamento
liminar de procedência.

Alteração da sentença após a publicação

A sentença pode ser alterada após a decisão quando houver:

● Inexatidões materiais → São pequenos erros materiais


● direito de retratação
● Erro de cálculo
● Embargos de declaração → Recurso cabível para sanar obscuridade, omissão,
contradição de uma decisão
→ O Erro material e de cálculo podem ser modificados a qualquer tempo

Procedência dos pedidos

O juiz, ao preferir a sentença, deve voltar à PI para analisar os pedidos. O juiz se vincula a
aquilo que foi pedido. O Juiz pode julgar:

● Procedente a demanda (todos pedidos acolhidos)


● Improcedente a demanda (todos pedidos rejeitados)
● Parcialmente procedente a demanda (parte dos pedidos acolhidos)
→ Se a sentença não se vincular aos pedidos, ela pode conter um vício que pode gerar
nulidade processual

● Sentença extra petita → Concede algo diferente do pedido


● Sentença ultra petita → Concede algo além do pedido
● Sentença citra petita → Decide menos em relação ao pedido sem nenhuma
justificativa

→ esses vícios possuem pouca utilidade prática porque os tribunais decidem e reformar a
sentença sem a necessidade de retorno ao juiz de primeira instância para sentenciar
novamente

Art. 491 → o CPC exige que a decisão condenatória em pagar quantia em dinheiro, o juiz
deverá definir a extensão da obrigação na sentença e o termo final da correção monetária,
juros de mora

Não será necessário quando:

● Não for possível determinar de modo definitivo o montante devido


● A Apuração do valor devido depender de produção de prova demorada

Tutela específica (Art. 497) → a sentença vale por si só, isto é, não necessita de antecipação de
tutela para que ela seja cumprida

O Juiz deverá considerar o fato novo na sentença, mesmo que ele não tenha sido debatido
durante o processo, colhendo manifestação das partes, conforme o princípio da não-surpresa

Hipoteca judiciária

Nas decisões que condenam a pagar uma quantia em dinheiro, aquela sentença tem força de
hipoteca judiciária. A sentença poderá ser registrada na matrícula do imóvel do devedor,
prevendo futura execução. Art. 495 - o Legislador procuro estabelecer uma garantia para
decisões com esse tipo de obrigação
Remessa necessária

É também conhecida com o nome de duplo grau obrigatório ou reexame de ofício

→ Dispositivo criado para proteger a Fazenda Pública


→ é incorreta a denominação do instituto por “recurso de ofício”, pois não há voluntariedade
da parte. O recurso voluntário só existe no CPP

● A sentença contra a Fazenda Pública deverá ser reexaminada pelo segundo grau
● Fazenda Pública = entes federados, autarquias e Fundações Públicas
● Diferentemente da apelação, em que só serão analisadas pelo juízo de segundo grau
as questões impugnadas pela parte, a sentença será totalmente reexaminada
● Na remessa necessária, o juízo de segundo grau, reexaminará todo o processo

A remessa necessária só ocorrerá quando:


● Quando houver sentença desfavorável contra a fazenda Pública
● Quando a sentença julgar procedente, no todo ou em parte, embargos à execução
fiscal

A remessa necessária não ocorrerá quando:

● O proveito obtido na sentença for menor que 1000 SM para a união e suas autarquias
e fundações
● O proveito for menor que 500 SM para os Estados, DF e suas respectivas autarquias e
fundações
● O proveito for menor que 100 SM para os municípios
● A sentença for fundada em súmula de tribunal superior, acordão proferido pelo
STF/STJ em julgamento de recursos repetitivos, IRDR, entendimento vinculante firmado no
âmbito administrativo do ente público

→ Questiona-se quando a condenação for obrigação de fazer ocorrerá remessa necessária? O


STJ determinou que quando a sentença não for uma obrigação de pagar, deverá passar pelo
reexame necessário

→ Na própria sentença, o juiz deverá indicar se haverá reexame necessário

→ O reexame necessário também está previsto na legislação extravagante ao CPC, como por
exemplo, na lei do Mandado de Segurança (Lei 12.016/09) - Em caso da concessão da
segurança, o juiz deverá determinar o reexame necessário da sentença. Ex2: Ação Civil Pública

→ No reexame necessário, o Tribunal não poderá piorar a situação da Fazenda Pública

Coisa Julgada

CF - Art. 5, XXXVI

Atributo que torna imutável e permanente uma decisão


Coisa julgada formal → Impede a discussão daquela matéria naquele processo. É observada
naqueles casos em que a sentença é provida sem resolução de mérito. É menor que a coisa
julgada material

Coisa julgada material → Impede a discussão em qualquer tipo de demanda daquilo que foi
objeto de decisão. É mais ampla que a coisa julgada formal. Sempre que houver coisa julgada
material, haverá coisa julgada formal. Quando a sentença é provida com resolução de mérito.

Limites objetivos da coisa julgada: o que faz coisa julgada?

● A transição transitada em julgada em que já tenha se esgotado os recursos possíveis


ou que não haja recurso interposto.
● Quando a questão principal for expressamente decidida (O fato, naquele caso, + a
decisão do juiz acerca daquele caso específico)

Não faz coisa julgada (Art. 504):

● Motivos do juiz para determinar a parte dispositiva da sentença


● A verdade dos fatos, estabelecida como fundamento na sentença
→ §1: A decisão que analisar a questão prejudicial, decidida incidentemente no processo, fará
coisa julgada, se:

1. Dessa resolução depender o julgamento de mérito


2. A seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo
3. O juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la

Limites subjetivos da coisa julgada; Quem é atingido pela coisa julgada?

● Somente aquele que participou do processo.


● Quem não participou do processo, não sofre os efeitos da coisa julgada
● A sentença não é oponível àquele que não participou do processo

Art. 505:

→ Toda vez que houver uma relação jurídica de trato sucessivo (que se mantem no tempo) e
houver alteração Fática, não tem que se falar em formação de coisa julgada. Ex: Condenação
de pagamento por alimentos, é uma relação que se mantem no tempo. Ex2: ações que
envolvem posse e usucapião. Ex3: demandas por benefício de incapacidade por doença

● Também não haverá coisa julgada em causas de Estado - Direitos da personalidade →


Decisão do STF

Teoria da Relativização da coisa julgada → Tese elaborada para permitir nova discussão da
demanda quando houver coisa julgada de sentença decidida em sentido contrário ao
entendimento dos Tribunais Superiores. Os tribunais não aderiram a essa tese
DOS RECURSOS

O recurso pode ser administrativo ou judicial ( recurso contra decisão judicial)

O que é um recurso?

É um:

● Remédio → No sentido de ser via própria para consertar um erro de uma decisão
judicial. Dentro dos remédios há a categoria dos recursos (Art. 994 do CPC) e das ações
impugnarias autônomas (Ações que podem discutir decisões judiciais mas que não são
recurso: ação decisória, reclamação e MS)

A diferença équo as Ações impugnatória autônomas necessitam de outro processo


com citação para ocorrerem.

● Voluntário → Só há recurso se uma das partes tem vontade de recorrer. Desse modo,
a remessa necessária não pode ser considerada um recurso.

● Idôneo → Não se pode utilizar dos recursos um fim que seja de fraudar a lei
● Dentro do mesmo processo → Não há necessidade de nova citação

● Que enseja a:
 Integração → Sentido de esclarecimento
 Invalidação
 Reforma
 De um decisão judicial

Produção de efeitos dos recursos:

● Efeito devolutivo → Efeito por meio do qual a questão impugnada é transferida para
um órgão jurisdicional distinto. É por força desse efeito que é possível discutir aquela decisão
judicial. O efeito devolutivo está presente em todos os recursos.

Permite que o Tribunal analise a decisão, estando limitado ao que consta nas razões recursais.
Quando houve defeitos processual, poderá a questão ser analisada de ofício. Para isso, deverá
intimar a parte contraria para tentar sanar a nulidade. Caso for insanável, cabe ao Tribunal

● Efeito suspensivo → É aquele efeito que impede a produção de efeitos da decisão

1. O efeito suspensivo pode estar previsto em Lei


2. O efeito suspensivo pode ser aplicado pelo Juiz → Pode a parte recorrente requerer ao
juiz a atribuição de efeito suspensivo a um recurso quando ele estiver ausente
Na parte das disposições gerais do recurso, há uma previsão de que os recursos são recebidos
apenas no efeito devolutivo, ou seja, sem efeito suspensivo. Quando isso acontece, a decisão
judicial objeto do recurso pode produzir efeitos normalmente. Em regra, nas decisões
interlocutórias e em outros recursos que não a Apelação, o recurso é recebido apenas no
efeito devolutivo. Em relação à Apelação, o CPC excepciona casos em que é recebido em efeito
suspensivo e, em outros casos, apenas no efeito devolutivo.

Independentemente da atribuição de feito suspensivo pelo CPC, é possível pedir ao juiz que
ele atribuía efeito suspensivo àquele recurso, e se o recurso atribuir efeito suspensivo, os
efeitos da decisão se suspendem. Isso foi uma virada no CPC a partir da década de 90, antes
tudo era recebido tanto no efeito devolutivo, quanto no efeito suspensivo, mas concluiu-se
que a atribuição de efeito suspensivo automático atrasava muito a resolução dos processos.

A doutrina ainda estabelece outros efeitos próprios dos recursos, mas o CPC enumera apenas
esses 2.

A doutrina chama um efeito de efeito substitutivo, mas isso não é efetivamente um efeito do
recurso.

Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver
sido objeto de recurso.  há necessidade de saber, uma vez proferida a decisão em 1° Grau,
se toda vez que é proferida em outra decisão em grau recursal, se essa decisão recursal
substitui a decisão de 1° Grau. O interesse prático disso é saber qual a decisão que vai ser
executada, ser objeto de cumprimento de sentença e qual decisão que será objeto de uma
futura ação rescisória, se for o caso.

A regra é a de que a decisão objeto do recurso substitui a decisão de 1 Grau, então se foi
proferida uma sentença de procedência da demanda e o Tribunal dá provimento para julgar
improcedente a demanda, nesse caso, é claro que a decisão de 1° Grau foi completamente
substituída pela de 2° Grau.

Mas pode ser que a decisão de 1 Grau tenha sido proferida no mesmo sentido da do 2° Grau:
sentença de procedência da demanda e o Tribunal nega provimento à Apelação. Este Acórdão
do Tribunal também substituiu a sentença de 1° Grau, mesmo sendo no mesmo sentido que a
anterior. Isso é importante porque é essa decisão de 2° Grau que é objeto de cumprimento de
sentença: a decisão de 1° Grau deixou de existir, o que existe agora é
A não ser que o Tribunal declare expressamente que vale alguma coisa da sentença, não vale
nada da sentença mais. Às vezes, no cumprimento de sentença, não estamos cumprindo a
sentença, mas sim o Acórdão.

Se o Acórdão do Tribunal foi objeto de recurso, a decisão do STJ também substitui o Acórdão.

O importante é saber se houve análise no juízo de mérito.

Antes: toda vez que se analisa um recurso, o recurso é analisado sob 2 óticas distintas, de uma
primeira, se observam se estão presentes requisitos previstos na lei para análise do recurso
(juízo de admissibilidade, cujo objeto são os pressupostos de admissibilidade). Se estiverem
presentes os pressupostos, passa-se ao exame para a 2ª ótica: verificar se o juiz que proferiu a
decisão acertou ou errou, e para isso, passa-se ao juízo de mérito, cujo objeto é análise a
correção da decisão. Obs.: pode ser que o juízo de mérito não seja mérito da causa, mas é a
correção da decisão. O efeito substitutivo acontece toda vez que o Tribunal analisar o juízo de
mérito do recurso. Não se chega ao juízo de mérito quando não estão ou não está presente
um pressupostos de admissibilidade. O Acordão do Tribunal que não conhece do recurso por
falta de juízo de admissibilidade não substitui a decisão de 1° Grau.

Às vezes, pode ser que a decisão seja substituída em parte: quando a decisão decide mais de
um ponto, mas a a parte recorre apenas de uma dela. Nesse caso, opera a coisa julgada em
relação á parte da decisão que não foi recorrida, e há a substituição parcial da decisão pela
decisão de 2° Grau que decidir a parte que foi recorrida.

Preliminares: matérias que devem ser alegadas antes do mérito da causa. Na fase recursal, o
que se tem como preliminar pode ser uma nulidade do processo. Essa nulidade do processo
faz parte do juízo de mérito.

Questão prejudicial: é uma questão que tem que ser analisada como pressupostos de
reconhecimento e análise do mérito. A questão prejudicial em uma ação de alimentos é o
reconhecimento de paternidade. A preliminar, não, ela é uma matéria que pode ser processual
ou de mérito que, uma vez acolhida, tem a função de extinguir o processo. Então, nesse
conceito, prescrição e decadência são preliminares, e não prejudiciais de mérito.

Princípios Fundamentais dos Recursos

Foram sistematizadas pelo Prof. Nelson Nery, que fez um apanhado de doutrina e
Jurisprudência sobre recursos, e chamou isso de princípios fundamentais.
1. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição  toda pessoa tem direito a um 2° exame da
matéria por um órgão jurisdicional. E esse recurso será julgado por um órgão, em
regra, superior a quem proferiu a decisão.

Por muito tempo se discutiu na doutrina se esse era um princípio constitucional ou se era
infraconstitucional. Para uma parte mais radical da doutrina, que entendia que o princípio era
constitucional, não era viável estabelecer requisitos, ainda que pela lei, para exame de
recursos. Outra parte da doutrina dizia que é um princípio infraconstitucional, extraído do CPC
e, assim, a lei poderia impor requisitos para que o recurso fosse analisado. Isso chegou à
análise do STF, que entendeu que este princípio não é constitucional, podendo a lei
estabelecer requisitos para análise do recurso.

Houve uma discussão sobre a prerrogativa do foro (julgado pelo STJ ou pelo STF), se isso
ofendia o princípio do duplo grau de jurisdição. Isso é péssimo para o ocupante do cargo,
porque o processo é julgado só uma vez. Teve um caso penal (mensalão), em que se admitiu a
interposição de Embargos Infringentes, para que o caso fosse rejulgado pelo STF, e isso é
interessante porque a composição do Tribunal pode mudar, então com isso alguns réus foram
absolvidos.

2. Princípio da taxatividade  somente são recursos aqueles previstos em lei federal. A


Constituição (22 e 23) estabelece a competência legislativa da União para matéria
recursal, de forma que só são recursos aquilo previsto em lei federal.

Isso aconteceu porque os Regimentos Internos de alguns Tribunais previam Agravos


Regimentais, mas isso não é mais possível, porque hoje todos os Agravos Regimentais são
agravos da lei (Agravos Internos).

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:

I - apelação;  contra sentença

II - agravo de instrumento;  contra decisão interlocutória

III - agravo interno;  contra decisão monocrática dos Triubnais

IV - embargos de declaração  contra qualquer decisão, para sanar omissão,


obscuridade ou contradição.

V - recurso ordinário;  Acórdão dos Tribunais

VI - recurso especial;  Acórdão do TJ para STJ


VII - recurso extraordinário;  Acórdão dos Tribunais ou do STJ para STF.

VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;  para destrancar recurso ordinário


ou extraordinário.

IX - embargos de divergência.  recurso cabível em STF e no STJ

Além desses, leis federais extravagantes também preveem outros recursos:

Lei dos Juizados Especiais  Recurso Inominado contra as sentenças proferidas nos Juizados.

Art. 34 da Lei  Embargos infringentes  contra sentença do juiz que decide 6.834/80 da LEE
que decide Embargos Execução Fiscal de até 50 OTN (mais ou menos 500 reais)

3. Princípio da Singularidade ou da Unirrecorribilidade  cada decisão judicial só pode


ser objeto de 1 recurso. É necessário verificar a natureza da decisão judicial,
independentemente do nome que a lei confere a ela e independentemente do que o
juiz disse que ela é. É preciso analisar se aquela decisão é uma decisão interlocutória
ou se é uma sentença, porque ás vezes pode parecer uma coisa e é outra. Ex.:
sentença parcial de mérito, que é uma decisão interlocutória, e que só pode ser objeto
de agravo de instrumento.

Exceções em relação ao princípio da unirrecorribilidade: interposição concomitante dos


Embargos de Declaração contra qualquer tipo de decisão, eles são o recurso próprio para
combater omissão, obscuridade ou contradição em qualquer tipo de decisão. Além disso, é a
exceção a interposição simultânea de recurso especial, dirigido ao STJ, que questiona
interpretação de lei insfraconstitucional e de recurso extraordinário , dirigido ao STF, que
questiona interpretação da Constituição.

4. Princípio da dialexidade → O recurso deve ser dialético, deve apresentar claramente a


impugnação da parte para que a outra parte possa debater judicialmente a questão. O
recurso deve ser fundamentado, a parte deve expor sua impugnação de forma
analítica de modo que a parte contrária possa discutir.

Recursos de fundamentação livre x recursos de fundamentação vinculada

 Livre: Aqueles que basta a insurgência da parte d forma simples dizendo que
houver erro na decisão proferida para que o Tribunal possa avaliar a decisão.
São recursos mais simples de serem interpostos, bastando simples
impugnação. Ex: Apelação e agravo de instrumento → Ainda que seja de
fundamentação livre, há a necessidade de se expor de forma analítica, qual foi
a insurgência da parte, deve permitir que a parte contrária possa discutir
acerca dessa impugnação
 Vinculada: Necessidade de indicação expressa da impugnação de
determinados pontos do recurso. Necessita de impugnação específica. Ex:
Recurso Especial e recurso extraordinário

5. Princípio da voluntariedade → O recurso deverá ser voluntário. A parte deverá


manifestar vontade de recorrer de uma decisão. Desse modo, a remessa necessária é
excluída da classificação como recurso.

6. Principío da proibição da reformatio in pejus → Não se pode mudar para pior a


situação de quem recorre. A parte que recorreu não pode ter a sua situação agravada.
Também se aplica no caso de remessa necessária

7. Princípio da consumação → Uma vez exercido o direito recurso, a parte não pode mais
alterar a sua fundamentação. É o reconhecimento de uma preclusão. O advogado não
poderá, após ter feito a interposição do recurso, alterar as argumentações

8. Princípio da complementaridade → Quando houver modificação dos fundamentos da


sentença (ex: ED), a parte haverá direito de complementar sua decisão

9. Princípio da fungibilidade → Significa a possibilidade de interposição de um recurso


incorreto ao invés de um recurso correto. Ocorre quando é interposto um recurso não
apropriado para aquela decisão e, mesmo assim, ele será aceito.

Três requisitos para admitir a fungibilidade – STJ:

a) Necessidade de observância do prazo do recurso que seria o correto → Desse


modo seria utilizar o prazo mais curto → No CPC 2015, os prazos de apelação e
agravo foram unificados, portanto há pouca duvida quanto ao prazo

b) Deverá haver dúvida objetiva na doutrina e jurisprudência acerca do


cabimento daquele recurso → Se há dúvida, não há que se cogitar erro
grosseiro.

c) Não pode haver erro grosseiro na interposição do recurso

Juízo de admissibilidade e juízo de mérito dos recursos

Passa por dois momentos

1. Juízo de admissibilidade → Analisa se estão presentes requisitos impostos


pela lei para que o recurso possa ser admitido, esses requisitos são os
pressupostos de admissibilidade. Os pressupostos podem ser:

 Intrínsecos: Dizem respeito a quem recorre. Ligados a


pessoa que recorre e ao cabimento do recurso

a) Interesse recursal: Significa analise da necessidade


(Aquela via é a única para reverter a decisão) e
utilidade (Por meio dessa via é possível recorrer da
decisão desfavorável) daquela pessoa recorrer.
→ Apenas o derrotado na causa poderá recorrer

b) Legitimidade recursal: Em regra, legitimo para


recorrer é aquele que é parte do processo. Um
terceiro poderá recorrer, mas deverá provar que
tem alguma relação com aquela decisão (Recurso
do terceiro interessado)

 Extrínsecos: Dizem respeito ao próprio ato de recorrer em


si. Ligados à regularidade do ato

a) Tempestividade: Interposição do recurso no prazo


previsto pela lei, sob pena de precluir a decisão.
Art. 1003, §5. O prazo é contado excluindo o dia da
intimação e incluindo o dia do vencimento. 15 dias
uteis (exceto os EDs, que são de 5 dias)

b) Preparo: Preparar o recurso significa pagar custas


recursais. As custas recursais são taxas que devem
ser pagas para que o serviço da justiça funcione. As
custas estão previstas nas leis de cada juízo. Toda
vez que se interponha um recurso, é necessário
que o recorrente (quem recorrer) prove que o
preparo foi efetuado, juntando a guia do
pagamento das custas. Em alguns casos, o
recorrente, além das custas recursais, deve pagar o
porte de remessa e retorno de autos, que é o valor
gasto pela justiça para enviar os autos ao Tribunal
e receber os autos de volta. Esse valor é
proporcional ao número de folhas dos autos,
contudo, nos autos eletrônicos não há o
pagamento dessa taxa. Art. 1.007

→ Se o preparo for insuficiente, o advogado será


intimado para que realize o pagamento do
restante. Art. 1007, § 2

→ De qualquer modo, se não houver preparo, o


recorrente deverá ser intimado e pagará em dobro.
§4 do 1007

→ Se houver erro, o recorrente será intimado para


corrigir. O CPC objetiva que erros no preparo não
causem a inviabilidade do recurso

c) Regularidade formal: Verificação quanto a


regularidade do recurso de acordo com a
legislação. O recurso deve ser feito por petição,
dirigida ao juízo que proferiu a decisão. Deve
conter o nome das partes, exposição de fatos de
direitos, fundamentos jurídicos e pedido de nova
decisão. O recurso também poderá ser feito por
quota nos autos.

d) Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do


direito de recorrer: Ex: Quando o réu aceita (realiza
o que foi definido na sentença sem
questionamento) os termos da sentença, ele não
poderá recorrer. É um ato incompatível com o
recurso. Ex2: Quando ocorre renúncia ao prazo
recursal

2. Juízo de mérito:

Ausente algum pressuposto de admissibilidade, causará o não conhecimento do


recurso, que não entrará no juízo de mérito

Presente os pressupostos de admissibilidade, o recurso será conhecido. Se o


recurso for conhecido, o Tribunal poderá:

a) Dar provimento
b) Dar parcial provimento
c) Negar provimento

Recurso adesivo

Quando há possibilidade das duas partes recorrerem (parcialmente procedente),


ambos protocolarão suas petições recursais e, cada recurso, será independente e
será analisado separadamente. Contudo, o CPC autoriza a interposição de um
recurso dependente de outro recurso. No caso de procedência parcial, uma das
partes pode interpor um recurso adesivo ao recurso da outra parte, que significa
que, se uma parte propor o recurso, haverá a possibilidade de recorrer. O recurso
adesivo é dependente do recurso principal, ele só será examinado se o recurso
principal for examinado. Art. 997 do CPC

→ O recurso adesivo é permitido na apelação, no recurso especial e no recurso


extraordinário

→ É utilizado muitas vezes quando uma das partes perde o prazo recursal
A chegada dos recursos ao tribunal

Apelação - Vai ao juiz que proferiu a decisão, o juiz da primeira instância

Agravo de intrumento – Vai direto ao Tribunal

Quando o recurso chega ao tribunal, por força de apelação ou agravo de


instrumento:

1. Os autos devem ser registrados e distribuídos– Art. 929 e 930


Registro é o lançamento dos autos e seu número no sistema,
constando que chegaram ao Tribunal. Os autos de agravo
possuem número diferente, pois os autos principais ficam no
juízo de primeira instância, fazendo-se necessária a criação de
novo número. Na distribuição, haverá um sorteio para
determinar quem será o Relator e a câmara do recurso

A distribuição, segundo o 929, deve ser eita imediatamente.


Essa determinação imediatista ocorre porque antes da
Emenda 45, havia represamentos dos autos, pois não eram de
imediato distribuídos.

O papel do Relator é de estudar os autos, lançar no processo


os pontos controvertidos dos autos. Além disso, deverá levar o
processo a julgamento na sessão que ele pede para ser
designada. Os outros juizes, em regra, não têm acesso aos
autos. Art. 932

O relator terá 30 dias para devolver os autos, com seu voto e


relatório à secretaria – Art. 931

A sessão de julgamento será marcada e as partes deverão ser


intimadas com até 5 dias anteriormente ao julgamento – Art.
935

Art. 932. Incumbe ao relator:


I – dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em
relação à produção de prova, bem como, quando for o caso,
homologar autocomposição das partes;
II – apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos
processos de competência originária do tribunal;
III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que
não tenha impugnado especificamente os fundamentos da
decisão recorrida;
IV – negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal
de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar
provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal
de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI – decidir o incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o
tribunal;
VII – determinar a intimação do Ministério Público, quando for
o caso;
VIII – exercer outras atribuições estabelecidas no regimento
interno do tribunal.

Da ordem de julgamento dos recurso

Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa necessária e


os processos de competência originária serão julgados na seguinte ordem:
I – aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos;
II – os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento;
III – aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e
IV – os demais casos.

Da sessão de julgamento

Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente
dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção,
ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada
um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do
caput do art. 1.021 (olhar o rol do artigo)

- Embargos de declaração, algumas decisões de agravo de instrumento e alguns agravos


internos não possuem direto à sustentação oral

→ §4 possibilita a sustentação oral por vídeo conferência para o advogado que se encontre em
cidade diversa. O advogado deverá previamente fazer requerimento (até o dia anterior da
sessão). Para que isso ocorra, o Tribunal deverá possuir a infraestrutura necessária

Voto de vista

O relator ou outro juiz, poderá solicitar vista dos autos por 10 dias, prorrogados por mais 10.
Após esse tempo, os autos serão reintegrados automaticamente e deverão ser julgados. Se os
autos não forem devolvidos, o Presidente poderá designar outro relator para votar – Art. 940
Julgamento e julgamento estendido

Apesar das câmaras do Tribunal terem 5 membros, apenas 3 realizarão o julgamento. Os


julgadores já serão conhecidos quando houver distribuição de relator. Os dois outros
julgadores acompanharão o relator em questão de antiguidade de tribunal.

Importância: A partir o momento que se sabe quem serão os julgadores, o advogado poderá
elaborar melhor sua estratégia.

O julgamento pode ser por unanimidade ( 3x0) ou por maioria

O CPC de 73 previa um recurso chamado Embargos infringentes para o caso de não houver
unanimidade da decisão

O CPC de 2015 extinguiu os Embargos infringentes, contudo, criou a figura do julgamento


extendido no Art. 942. Quando o julgamento não ocorre por unanimidade, o julgamento será
prolongado, chamando-se novos julgadores. O presidente da turma suspende o julgamento e
chama mais, pelo menos dois, juizes para dar prosseguimento ao julgamento.

→ Nos tribunais federais, em que as turmas são compostas de 3 componentes, há mais


dificuldade de estender o julgamento.

O prolongamento do julgamento tem cabimento na na Apelação, ação rescisória em caso de


rescisão e agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente
o mérito.

Inocorrência de julgamento estendido:

Art. 942, § 4º:


Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I – do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;
II – da remessa necessária;
III – não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.”

Alguns tribunais, ao analisarem a remessa necessária, têm considerado, quando houver


decisão por maioria, como se fosse apelação. Nesse caso, o mais correto a se fazer é analisar a
apelação apenas em seus termos impugnados, enquanto a remessa necessária analisa-se o
processo inteiro

Decisão monocrática

Em regra, os recursos devem ser julgados de forma colegiadas em juízo de instância superior.
Contudo, em alguns casos a decisão poderá ser tomada monocraticamente, pelo relator

Possibilidade de decisão monocrática:

“Art. 932. Incumbe ao relator:

I – dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem


como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II – apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência
originária do tribunal;

III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida; → Trata-se de pressupostos de
admissibilidade recursal. Nesse caso o recurso é, pelo relator, resolvido desde o início

IV – negar provimento a recurso que for contrário a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;


b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;

V – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a


decisão recorrida for contrária a: (Nesse caso, haverá garantia constitucional do
contraditório, a parte contrária deverá ser ouvida)

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;


b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;

VI – decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for


instaurado originariamente perante o tribunal;”

→ O relator também possui a função de analisar julgar as tutelas de urgência

→ Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator deverá conceder ao recorrente o prazo


de 5 dias para sanar os vícios

Sessão de julgamentos

Os adv deverão ser intimados em até 5 dias úteis antes das sessões

Poderá haver sustentação oral:

I - no recurso de apelação;
II – no recurso ordinário;
III – no recurso especial;
IV – no recurso extraordinário;
V – nos embargos de divergência;
“VI – na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VII – (vetado);
VIII – no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre
tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
IX – em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.”

O adv. Poderá sustentar oralmente por 15 minutos, devendo requerer antecipadamente.


No dia do julgamento, dado a palavra ao relator, os adv. Serão ouvidos. Logo após, se houver
MP como fiscal da lei, haverá sustentação deste. O Relator lerá seu voto, os julgadores votam
em seguida e, ao final, presidente proclamará o resultado. Até a proclamação do resultado, os
outros julgadores poderão modificar seus votos. O julgamento poderá ser adiado com pedido
de vista

Ordem de preferência julgamentos, caso não haja outros com prioridade:

I – aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos;
II – os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento;
III – aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e
IV – os demais casos.

Vícios sanáveis no recurso

Constantando a existência de vício sanável, o relator determinará a renovação do ato,


podendo ser e primeira instância ou na segunda

O relator poderá também converter o julgamento em diligência para sanar o vício

Supressão de instância? Não há que se falar porque a lei autoriza que essa questão seja
resolvida na segunda instância

Se não houver publciação do Acórdão em 30 dias, o acordão será redigido a partir das notas
taquigráficas

→ Num mesmo processo, se houver agravo de instrumento e apelação, o agravo de


instrumento será julgado primeiro. Art. 946

DA APELAÇÃO

Art. 1009 – Da sentença cabe apelação

Nem todas sentenças são recorridas por apelação, Não são:

1) Abaixo de 50 ORTMs, a sentença que julga execuções fiscais deverá ser recorrida por
embargos infringentes

2) Nos Jesps, a sentença se submete ao recurso inominado

3) Na CF, Art.109, II, a justiça federal será competente para julgar ações entre estados
estrangeiros e org. Internacionais x pessoas físicas ou municípios → Nesse caso, o
recurso vai direto ao STJ, nos moldes da CF. A CF chama esse recurso de Recurso
Ordinário e não apelação

Cabimento da apelação

- Sentença
- Decisões intelocutórias não agraváveis (não sujeito a preclusão imediata)
 Preliminar de apelação
 Contrarrazões de apelação. Ex: litigância de má-fé

As decisões interlocutórias que não são passíveis de agravo, mas que são recorríveis em
preliminar de apelação/contrarrazões não estará sujeira a preclusão antes da possibilidade da
apelação/contrarrazões

Ex: Decisão interlocutória condenando o autor por multa de litigância de má fé, é irrecorrível
por agravo.Vindo a sentença, o autor, mesmo sendo vencedor, poderá em sede de
contrarrazões, poderá recorrer em preliminar, obtendo caráter autônomo. Caso, por exemplo,
o réu desista da apelação, a contrarrazões do autor deverá ser analisada, já que em o recurso
acerca da decisão interlocutória

Classificação

I. Recursos extraordinários X recursos ordinários

Extraordinários – Uniformidade e integridade do ordenamento jurídico. Ex: recursos


extraordinários, recursos especiais e embargos infringentes

Ordinários – Não se destinam a uniformidade e integridade do direito. Ex: apelação, agravo de


instrumento, recurso ordinário e embargos de declaração

II. Recursos de fundamentação livre x Recursos de fundamentação vinculada

Fundamentação livre – A parte pode deduzir quaisquer matérias, podendo fazer impugnações
do fato, direito etc. Ex: recursos ordinários, menos os EDs

Fundamentação vinculada – A matéria impugnável é definida em lei e só ela será aceita para
conhecimento do recursos. Ex: Rext, Resp, Eds e embargos infringentes

A apelação é um recurso ordinário de fundamentação livre. A única matéria que não pode ser
impugnada é aquela que não foi proposta e alegada na ação, contudo, ela poderá ser aceita se
não foi alegada por motivos de força maior (Art. 1014 CPC). Quando determinadas matérias
não forem contempladas pela lei recursal, a apelação atuará subsidiariamente

Vícios sanáveis

 Error in procedendo (forma) – Caso de erro de procedimento, podendo estar presente


 Na construção da decisão judicial. Ex: Ausência de oportunidade contraditório
em um procedimento do processo
 Na estrutura: quando o erro é na estrutura do processo. Ex: Ausência de
fundamentação

Nesses casos, a decisão poderá ser cassada pela apelação


 Error in indicando (fundo) – Erro de julgamento do processo. É feito um pedido de
reforma da decisão. Erro de valoração da prova e de aplicação do direito

Nesse caso, a decisão será reformada

Interposição

Prazo: 15 dias

Forma: Petição nos mesmos autos


contendo:

 Nome e qualificação das partes


 Fato e direito
 Razões de reforma ou invalidação da decisão
 Pedido de nova decisão

Órgão de interposição: Juízo de primeiro grau que proferiu a decisão Apelada

Órgão de julgamento: Tribunal de segundo grau

Juízo de admissibilidade: No NCPC, o juízo de admissibilidade é único e será feito pelo órgão de
julgamento. O juízo de primeiro grau, não analisará a admissibilidade dos recursos. Obs: para
os rext e resps, há um duplo juízo de admissibilidade.

Efeitos

I. Suspensivo (Art. 1012)

Em regra, os recursos não tem efeito suspensivo automático, contudo, a apelação tem, em
regra, efeito suspensivo. As decisões atacadas pela apelação, em regra, não podem ser
executadas

Exceção:

 §1 do Art. 1012
 I – homologa divisão ou demarcação de terras;
 II – condena a pagar alimentos;
 III – extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do
executado
 IV – julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
 V – confirma, concede ou revoga tutela provisória;
 VI – decreta a interdição.”

Contudo, demonstrando certos requisitos, a parte poderá requerer a concessão de efeitos


suspensivo no caso das exceções:

Possibilidade de requerimento
 Ao tribunal
 Ao relator

Requisitos – Probabilidade de reforma e risco de dano

II. Efeito devolutivo (Art. 1.013)

- Princípio dispositivo: Eu só transfiro ao órgão julgador aquilo que a parte apresentou ao


recurso, aquilo que ela escolheu impugnar. Ex: autor entra com ação, com os pedidos A e B,
julgados totalmente procedentes. O réu poderá escolher qual dos pedidos ele irá atacar em
apelação

Extensão x profundidade

-Extensão: Tantum devolutum / quantum appelatum → a parte determina a extensão daquilo


que será devolvido ao julgamento. O tanto que for “devolvido”, será o que será apelado.

-Profundidade (efeito translativo):

Quanto o tribunal poderá se aprofundar nessa análise da matéria apelada?

 Questão de ordem pública

 Questão suscitada e discutida, embora ainda não decidida – São questões dispositivas,
isto é, em regra não podem ser discutidas de ofício

Teoria da causa madura

Teoria de que quando houver determinados erros de procedimentos que alugaram a decisão,
o Tribunal poderá seguir na análise do processo para julgar o mérito da causa → Julga-se o
mérito da causa, e não o mérito do recurso

“§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir


desde logo o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485;
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da
causa de pedir; → Extra ou citra petita
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.”

“§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se


possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do
processo ao juízo de primeiro grau.”

Causa madura: Quando os fatos estão incontrovertido, quando as provas foram produzidas e o
contraditório foi exaurido

Quando ocorre erro de procedimento (Art. 1.013, §3) → Anulação → Julgamento do mérito da
causa
→ Haverá necessidade de requerimento? - Não é pacífico na doutrina. STJ tende a achar que
não precisa de requerimento

Agravo de Instrumento

 Art. 1015
 Cabimento contra decisões interlocutórias
 Apenas as decisões interlocutórias previstas no art. 1.015
 O rol do 1015 diz respeito a decisões da fase de conhecimento do processo de
conhecimento

→ Segundo o STJ, o 1015 é numerus cláusus “mais ou menos”, entendo que podem haver
outras decisões que podem prejudicar muito uma das partes, podendo ser passível de recurso.
Abriram portas para que outras decisões possam ser recorríveis.

→ Todas as decisões interlocutórias não agraváveis, poderão ser recorridas via preliminar de
apelação

 É interposto diretamente no órgão julgador → Para poder, desde logo, controlara


atuação do juiz

 Recebimento do agravo é recebido apenas no efeito devolutivo

 O relator poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de


tutela recursal a pretensão

 O prazo do agravo é de 15 dias, o agravado tem também 15 dias para contra minutar o
agravo

 O agravante precisa demonstrar, em 3 dias, no juízo de primeiro grau, que ele interpôs
no tribunal o Agravo de instrumento → Serva para que o juiz de primeiro grau possa se
retratar

Agravo interno

 Cabível contra decisões monocráticas proferidas no âmbito dos Tribunais

 Será julgado pelo órgão colegiado competente

 Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente


em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o
agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor
atualizado da causa.

Especificidades:

1. Agravante deve demonstrar em que ponto errou o relator, sob


pena de admissibilidade
2. O relator não pode manter a decisão por seus próprios
fundamentos, ele deverá decidir com argumentação não
copiada

3. O agravo interno nunca caberá contra decisão colegiada,


sempre contra decisão monocrática

Embargos de declaração

1) Finalidade

 Não se destina a invalidar ou a reformar a decisão


 Finalidades peculiares:

a) Esclarecimento
b) Integração/complementação
c) Correção de erro material

2) Razão de ser

→ Garantia de inafastabilidade do controle jurisdicional (Art. 5, XXXV, CF)

→ Dever de fundamentação ou motivação das decisões judiciais (Art. 93, IX)

→ Dever de uma decisão clara, adequada, coerente e exata

3) Objeto de ataque

Qualquer decisão judicial

Despachos em regras não são embargáveis, porém parte da doutrina considera que é
embargável

→ A própria decisão que julga o ED pode ser objeto de ED

→ Princípio da singularidade: os Eds são uma exceção ao princípio da singularidade, isto é,


pode cumular com outro recurso

4) Interposição

 Petição escrita
 Dirigida ao juiz ou ao relator
o Se for decisão do juiz, ao juiz
o Se for contra decisão monocrática, ao relator
o Se for contra decisão colegiada, órgão colegiado

Prazo: 5 dias
- não há preparo
5) Hipóteses de cabimento

→ Recurso de fundamentação vinculad

5.1) Esclarecimento

a) Obscuridade → Falta de clareza

b) Eliminar contradição → Falta de coerência

 Fundamentação
 Dispositivo
 Fundamentação x dispositivo
 Ementa e corpo do Acórdão

5.2) Integração

 Suprir omissão → Ponto ou questão relevante


 Matérias processuais e materiais
 Também é omissão:
o Casos repetitivos ou JAC
o §1 do Art. 489

5.3) Correção de erro material

→ Lapso de expressão. Defeito manifesto, evidente, notório

→ Erro de cálculo

→ Cognoscível de ofício e não passa em julgado → Art. 1494

5) Caráter infringente

 Não se presta a invalidar ou anular → Dispensa o contraditório

 Em alguns casos, a correção do vício pode ensejar a alteração do julgamento →


Art. 1023, §2 → Necessita de contraditório (“contrarrazões de embargos”)

 Emprego puro e simples dos ED para reforma ou invalidação

o Exceção: Fungibilidade entre ED e Ag. De instrumento


 ED contra decisão monocrática
 Pretensão de efeitos infringentes
 Recepção como Agravo interno
 Adequação em 5 dias
 Efeitos infringentes atípicos (STF e STJ):
 Vício gravíssimo
 Não há outro recurso

7) ED e princípio da singularidade

Consequências:

 Interrupção do prazo (Art. 1026) → tempestividade

 Efeito suspensivo

o Não tem
o Pode ser obtido

 Recurso já interposto

o Se não houver modificação substancial → dispensa ratificação


o Se houver → Completar ou alterar em 15 dias

8) Embargos protelatórios → §2 do 1026 – quando os embargos forem


manifestamente protelatórios, o embargante será condenado a multa

9) desnecessidade de ratificação dos embargos → não há necessidade de ratifcação


se. Houver sido interposto recurso anteriormente ou contemporaneamente ao ED

10) Embargos de declaração para prequestionamento → prequestionamento é a


analisa da matéria que vai ser matéria do recurso especial ou extraordinário → o
CPC15 diz que o prequestionamento ocorre automaticamente com a simples
interposição do ED, é portanto, implícito

Recurso ordinário (Arts. 102, II/105, II CF e Arts. 1027 e 1028 do CPC)

1) Introdução: Os recursos p/ STF e STJ

STF e STJ → Órgãos de cúpula do poder judiciário

 Integralidade e uniformidade na aplicação do direito


 Revisão de teses de direito
 Não reexaminam fatos e provas

STF → Matéria constitucional


STJ → matéria de direito infraconstitucional federal
Execeção prevista na CF → Recurso ordinário
 Ampla devolutividade
 Recurso de fundamentação livre
→ é diferente do recurso ordinário previsto na CLT

2) Recurso ordinário p/ STF

Cabimento:

a) HC, MS, HD e MI → decididos em única instância (competência originária),


pelos Tribunais superiores (STJ, TSE, STM), se denegatória a decisão

b) Crime político

I. O que é decisão denegatória → Quando a ação constitucional não é admitida


(extinta) ou quando, julgada no mérito, é decidida como improcedente

II. E se a decisão for concessiva? → Não caberá recurso ordinário, mas cabe recurso
extraordinário

III. E se a decisão for parcial → O impetrante que teve a denegação parcial poderá
interpor recurso extraordinário

IV. E se a decisão denegatória for do relator (monocrática) ? → Não caberá recurso


ordinário, mas cabe agravo interno

V. É possível alegar matéria infraconstitucional? Por sem de ampla devolutividade, é


possível alegar matéria infraconstitucional

Requisitos de admissibilidade → não há especificidade

Interposição: Tribunal superior


Órgão de julgamento: STF
Prazo: 15 dias

Processamento:

Decisão → RO → Despacho de vista → Contrarrazões ao recurso (15 dias) → Envio ao STF (não
há Admissibilidade no tribunal a quo)

Julgamento : Aplicação da causa madura

Fungibilidade: RO e REXT → Súmula 272 do STF → Nesse caso, há erro grosseiro e, portanto,
não se admite a admissibilidade

Efeitos:

 Não possui efeito suspensivo automático → mas pode ser conseguido mediante
requerimento:
 Diretamente no STF, entre a publicação da decisão e a
distribuição ao relator
 Ao relator no STF
Recurso Ordinário para o STJ

A) Habeas Corpus = TJ ou TRF

B) Mandado de Segurança decisão em última instância, se denegatória a decisão

a. Se concessiva → cabe RESP


b. Se monocrática → cabe agravo interno

C) Estado estrangeiro ou organização internacional x Município ou pessoa residente ou


domiciliada no país:

 Faz as vezes de apelação


 No caso das decisões interlocutórias, cabe Agravo de instrumento ao
STJ, desde que a decisão esteja no rol do CPC

→ No rext e Resp, é impossível o exame da prova


→ No RO, é possível a análise da prova

RECURSOS DE FUNDAMENTAÇÃO VINCULADA

Disposições gerais: Art. 926, 927, 228

- Estabelecem a necessidade de que se tem de observar pretendentes firmadas pelos tribunais


em caráter vinculante

Sistema de precedentes brasileiro: Não é como o do common law, mas estabelece a


existência de precedentes.

“Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e
coerente.” → Dá importância diferenciada aos precedentes

Art. 927 → cuida dos precedentes fortes (vinculantes), sendo eles:

I. Decisões do STF em controle concentrado de constitucionalidade


II. Enunciados de súmula vinculante
III. Os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos;
IV. Os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria
infraconstitucional;
V. A orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

Modulação de efeitos: Possibilidade de, quando um tribunal for julgar casos repetitivos,
modular os efeitos da decisão, isto é, determinar quando a decisão daquele julgamento valerá
para os outros casos → §3º do 927

Julgamento de casos repetitivos: Art. 928 → São aqueles julgados em incidente de resolução
de demandas repetitivas, recurso especial e recurso extraordinário repetitivos.

Recurso especial e recurso extraordinário

Cabimento:

 Possuem fundamentação constitucional → Art. 102, III (RE); Art. 105, III (REsp)

 O REsp só cabe para acordãos de TJs e TRFs. Os acordãos das turmas recursais dos
juizados especiais não podem sofrer controle por meio de REsp

 O RE cabe para decisões de qualquer Tribunal, inclusive da justiça especial, desde que
não caiba nenhum outro recurso nas instâncias inferiores e que envolva matéria
constitucional

RE

 Contrariar dispositivo da constituição


 Decisão que declarar Inconstitucionalidade de tratado ou Lei Federal
 Decisão que julgar válida Lei ou ato de governo local contestado em face da
constituição
 Decisão que julgar lei local em face de lei federal

REsp

 Acordãos de TJ ou TRF quando:

o Contrariar tratado ou Lei federal ou negar vigência (contrariar e negar vigência


são considerados, pelo STJ, a mesma coisa)

o Julgar válido ato de governo local x Lei federal

o Interpretar divergentemente a lei em relação a outro Tribunal (recurso


especial pela divergência) – é importante demonstrar que o acordão
paradigma (aquele o qual estou comparando) existe. Para demonstrar isso,
pôde-se demonstrar em qual revista está aquele acordão, pode demonstrar o
site em que está publicado ou levar o acordão assinado digitalmente. Além
disso, deverá ser demonstrada a efetiva divergência, transcrevendo trechos
dos dois acordãos, fazendo um cotejo analítico. A jurisprudência do STJ
entende que, quando o próprio STJ decide sobre aquela norma jurídica, o
entendimento será fixado, portanto, não haverá cabimento para
demonstração de divergência entre TJs.

→ No RE e Resp aplica-se a mesma nomenclatura dos recursos:

 Conhecer
o Dar provimento
o Negar provimento
o Dar provimento parcial

 Não conhecer

Pressupostos de admissibilidade dos REsps e REs

 Necessita a presença de 4 pressupostos de admissibilidade além daqueles previstos


nos recursos comuns:

I. Esgotamento a instância → Só é cabível se não for possível interpor mais


nenhum outro tipo de recurso no juízo de origem

II. Pré-questionamento → exigência de que abateria seja analisada pelo tribunal


ates que seja submetida ao STF ou STJ → Se eu quero submeter a violação da
CF no RE, por exemplo, preciso cobrar do tribunal de origem o sentido daquela
norma.

Ex: agravo contra decisão que decidiu sobre incompetência, o tribunal decidiu
que não cabe agravo de instrumento, com base no Art. 1115 do CPC, que é
numerus cláusus. Nesse caso não preciso preocupar com prequestionamento
em questão de REsp, já que o acordão já disse qual é o entendimento do
tribunal acerca da lei federal (Art. 1115)

Caso haja um acórdão em que não houve prequestionamento de matéria de


Lei Federal ou Constitucional, a parte pode interpor ED para que os julgadores
se manifestem acerca da matéria.

No CPC 15 o prequestionamento estará presente com requisito, no caso de


interposição de ED, mesmo que desprovidos ou desconhecidos (denominado
prequestionamento instrínseco ou implícito)

III. Efeito devolutivo limitado a questões de direito → Súmulas 5 e 7 do STJ → No


REsp e no RE não é possível a análise da prova. Esses recursos não possuem
feito devolutivo amplo

Valoração jurídica da prova → Se por exemplo o TJ dizer que não é possível


rescindir um contrato porque o contrato é de 1 milhão de reais e um contrato
de 1 milhões de reais não pode ser provado por testemunhas exclusivamente.
Nesse caso, há valoração jurídica da prova, já que o que está sendo discutido é
um critério de prova. → Nesse caos é possível analise pelos tribunais
superiores

Se o tribunal de origem interpreta as provas produzidas e insere no acordão


qual foi a conclusão da prova produzida, é possível, partindo daquela verdade
se houve ou não violação da Lei federal ou constituição. Ex: TJ reconhece em
um caso de pensão que, pelas provas existia casamento e outra relação com
uma companheira. A partir dessa verdade, poderá ser interposto RE.

IV. Apenas para o RE – Repercussão geral

 A repercussão geral foi criada pela EC 34

 Art. 1035 do CPC


 Deve ser demonstrada → O interesse daquela demanda deve atingir
questões outras além das partes, deve atingir questões sociais,
econômicas ou políticas de grande importância, além das questões
jurídicas

 Inevitavelmente, o reconhecimento de repercussão geral passa por


um controle discricionário do STF. Quando o STF reconhece ou não a
existência de repercussão geral, não é uma decisão passível de recurso

 Chegando os autos ao STF, serão distribuídos a um relator. Esse relator


analisará a questão e incluirá para análise de repercussão geral. Essa
análise é feita no sistema de plenário virtual, em que os ministros
analisam a questão.

 Se houver o reconhecimento da RG, os autos voltam ao relator, que


pede dia de julgamento e ocorrerá o plenário físico para julgar o
recurso

 Não sendo reconhecida a RG, haverá transito em julgado do acórdão


recorrido e os autos serão enviados ao Tribunal para cumprimento de
sentença

 Os julgamentos em RG do STF vinculam os tribunais brasileiros em


relação a casos presentes e futuros

 A partir do momento em que é reconhecida a RG, deverão ser


suspensos todos os processos envolvendo aquela matéria em todo os
juízos do país. A suspensão não é automática, ela PODE ocorrer.
Caberá ao STF determinar como vai ocorrer essa suspensão. Ainda que
seja determinada a suspensão desses processos, medidas de urgência
ainda poderão ser analisadas

 Os casos que estão aguardando a decisão, receberão a mesma decisão


 A lei garante a participação de outras pessoas, que não as partes do RE
de RG, devido a envolver outras decisões. Pode ser por audiência
pública, terceiro interessado, amicus curiae

 O CPC presume RG em dois Casos (Art. 1035, §3º):

 Contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo


Tribunal Federal;
 Tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de
lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal.”

 A petição de recurso será protocolada junto ao local do acórdão recorrido

 A parte contrária será ouvida em 15 dias, que poderá impugnar as razões


recursais

 Os autos serão enviados ao Presidente do TJ, que analisará os


pressupostos

 Se o RE for interposto em um período em que não havia decisão do STF.


No processo de admissão pelo presidente do TJ, verificou-se que houve,
após o protocolo do recurso, uma decisão do STF que contraria o acordão
recorrido. Nesse caso, o presidente devolverá os autos a turma recursal
para que ela faça o juízo de adequação → O presidente do TJ fará o
controle de RG apenas para analisar se, naquele acordão recorrido, não há
decisão contrária a jurisprudência do STF/STJ

→ admitido o RESP/RE pelo presidente do TJ/TRF, os autos sobem ao STJ/STF para dar
prosseguimento ao processo
 Quando o recurso é inadmitido pelo presidente, devemos analisar o
fundamento da inadmissão:

a) Se foi com base em precedente, o recurso cabível é o agravo


interno, que será julgado por órgão especial do TJ/TRF (o
recurso não subirá)

b) Se a fundamentação for qualquer outra que não o precedente,


o recurso cabível é o agravo do art. 1042 (agravo em RE/RESP)

→ O agravo do 1042 é um agravo que subirá aos tribunais superiores e será decidido pelos
ministros da turma

Do agravo em RE e em RESP

 Proposto na secretaria do juízo de apelação, o juízo se retrata ou não


 Não extratando ele sobe ao tribunal superior
 Designado um relator, que poderá decidir o agravo e aproveitado, pode decidir
o RESP com base no art. 932

Julgamento de recursos repetitivos


 Criados para que o os tribunais superiores não fossem atropelados por muitos
processos de uma mesma matéria

 Quando o presidente do tribunal verifica a ocorrência de repetição de matéria


em muitos processos, ele selecionará dois ou mais recursos, suspender todos
os outros e remeter esses dois ao STF/STJ

 Após analisados os recursos submetidos, a decisão será aplicada a todos os


outros processos

 O entendimento é de que a suspensão de todos processos previstas no código,


é facultativa e deve ser analisada pelo tribunal superior

Interposição simultânea de RE e RESP

 Quando o acordão se baseia, em uma mesma demanda, em lei federal e


constituição

 Os dois deverão ser interpostos no mesmo tempo, exceção à singularidade dos


recursos

 Evita que o fundamento impugnado transite em julgado, pois interpondo


apenas um recurso, o fundamento poderá transitar em julgado.

 O STJ julga primeiro o RESP, julgado, os autos vão para o STF

 Se o relator do STJ entender que o recurso extraordinário é prejudicial, isto é,


deve ser julgado primeiro, os autos vão ao STF para serem julgados primeiro

 Questão decidida com fundamento infraconstitucional e constitucional é


diferente de questões autônomas com diversos fundamentos

Embargos de divergência

 Arts. 1043 e 1044

 Cabe apenas ao STJ e STF

 Objetivo: por fim a uma divergência na interpretação de uma norma no âmbito do


próprio tribunal

 É julgado sempre por um órgão maior ou igual aquele que apreciou a norma

Incidente de assunção de competência – Art. 947 (IAC)

 Aplica-se nos julgamentos de recurso, remessa necessária e competência originária


 Cabível apenas em situação de Tribunal

 Deve haver Relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem
repetição em múltiplos processos

 Objeto: prevenir ou compor divergência entre câmaras e turmas o Tribunal

 O incidente serve para que a questão com grande repercussão seja analisa por um
órgão superior do Tribunal. Ao ser decidia, a questão se vincula a todos julgadores

 Pode ser suscitado pela parte, pelo MP ou defensoria

 O IAC não pressupõe demandas repetitivas

 O CCP prevê que, quando ocorre IAC, haverá prosseguimento ao julgamento

Incidente de demandas repetitivas – Art. 976 (IRDR)

 Objetivo: Evitar decisões conflitantes

 Tribunal dá um decisão que será vinculado a todos os casos semelhantes, presentes e


futuros

 Pode ser requerido pela pare, pelo juiz e pelo MP

 Análise apenas de questão de direito

Reclamação

 Arts. 988 a 993

1. Considerações iniciais

 Ação de competência originária dos tribunais

 Não estava prevista no CPC 73


 Até o CPC 15, sua regulação estava só na CF 88 → Reclamação constitucional

o STF → Art. 102, I, L


o STJ → Art. 105, I, F

 A CF estabelece duas finalidades:

 Preservação de competência
 Garantir a autoridade das decisões

 Cabia perante outros tribunais? → Teoria dos poderes implícitos

 CPC 15 previu a reclamação para todos os tribunais

2. Competência

 Art. 988, §1º


 Proposta perante qualquer tribunal e julgada pelo órgão cuja competência/autoridade
se quer garantir

3. Objeto

 Ataca decisões judiciais

 Quando se tratar de controle concentrado de constitucionalidade

o Decisão judicial
o Ato administrativo

 Quando se tratar de súmula vinculante do STF

o Decisão judicial
o Ato administrativo
o Omissão administrativa

4. Natureza jurídica

 Não é recurso
o Enseja nova relação processual
o Cabe contra ato administrativo

 É possível a propositura de reclamação paralelamente a recurso → Art. 988, §6º

 Ação autônoma

5. Hipóteses de cabimento (Art. 988)


a) Preservação de competência

Exemplo: Sentença → Apelação → inadmissibilidade → Reclamação

Exemplo 2: IRDR → inadmissibilidade monocrática (art. 981) → Reclamação

Exemplo 3: MS contra ato do governador ajuizado em primeiro grau

b) Garantir a autoridade das decisões

Exemplo: recusa do juiz de primeiro grau de cumprir liminar deferida em recurso

c) Garantir a observância de:


 Súmula vinculante do STF
 Decisão em controle concentrado

d) Observância de:
 IRDR
 IAC

→ Abarca tanto a aplicação indevida, quantos indevida não aplicação

Hipótese a contrario sensu (Art. 988, II, §5º)

Garantir a observância:

 De acordão de RE com repercussão geral


 Acordão de RE/REsp repetitivos

→ Quando esgotada as instâncias ordinárias

Há duas interpretações:

a) Mais ampla (sentença, decisão monocrática)


b) Mais restrita (Todos os recursos possíveis)

6. Pressuposto Processual específico

 Deve ser proposta antes do transito em julgado


 A admissibilidade ou julgamento do recurso não afetam a reclamação (Art. 988, §6º)

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