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PORTO ALEGRE
2021
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GRUPO EDUCACIONAL FAVENI
PORTO ALEGRE
2021
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ESTUDO DE CASO: CUIDADOS PRESTADOS AO RECÉM-NASCIDO
PREMATURO
Declaro que sou autor¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi
por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e
corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de
investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou
violação aos direitos autorais.
RESUMO –
Trata-se de um estudo de caso sobre um bebe prematuro realizado em uma Serviço
de Neonatologia de um hospital universitário da região de Porto Alegre. Relata
desde seu primeiro atendimento em sala de parto, transporte e admissão na UTI
Neonatal (Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal), transferência para a UCINCa
(Unidade de Cuidados Intermediário Neonatal Canguru) até a alta hospitalar. O
objetivo deste artigo visa descrever os procedimentos, evolução e cuidados
prestados ao um bebe prematuro. Como resultados observados, foi percebido que
todos os cuidados ao recém-nascido prematuro são para manter a vida e reduzir
sequelas neurológicas e físicas. Conclui-se que ao transformar a UTI Neonatal em
um ambiente com cuidado humanizado, fortalece o vínculo mãe\filho, além da
importância do acompanhamento ambulatorial desse bebe prematuro pela equipe
multidisciplinar.
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1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
JSS nasceu no dia 10\06\2021, cesárea, BR (bolsa rota) no ato, LAC (líquido
amniótico claro). Mãe com 21 anos, gemelar, G1P0 (gesta1, para0), IG (idade
gestacional) 30 semanas e 1 dia, tipagem sanguínea A+, DMG (diabetes melito
gestacional), HAS (hipertensão arterial sistémica), PE (pré-eclâmpsia).
Ao nascer foi colocado em saco plástico e levado ao berço aquecido,
conforme a literatura. Segundo Tamez (2013), envolver o neonato em plástico de
polietileno transparente estéril ajuda a manter a temperatura corporal.
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Não necessitou de manobras de reanimação na sala de parto. Peso ao
nascer 1040g, apgar 8\9, sexo feminino, comprimento 39 cm, perímetro cefálico 28
cm, perímetro torácico 28 cm e circunferência abdominal 26 cm. Segundo Aspásia
(2017), as medidas antropométricas são essenciais para avaliar o crescimento
intrauterino e a presença de alterações.
Índice de apgar é um parâmetro utilizado na avaliação do recém-nascido na
sala de parto, conforme:
Com 1 dia de vida iniciou fototerapia por icterícia, continua em VNI, sonda
orogástrica aberta. Solução de nutrição parenteral infundindo no PICC.
Monitorização contínua da PAM (pressão arterial média) pelo cateter umbilical
arterial.
Icterícia neonatal; aumento da bilirrubina no sangue, dando a cor amarelada
da pele. A bilirrubina é um produto final do catabolismo dos aminoácidos e
hemoproteinas, é formada principalmente pelo catabolismo da hemoglobina.
Pode ser pelo aumento da carga de bilirrubina (doenças hemolíticas como
incompatibilidade sanguínea materno-fetal) ou diminuição na eliminação de
bilirrubina (diminuição da mobilidade intestinal). (TAMEZ, 2013, pág. 279-
280)
Com 3 dia de vida, iniciou dieta por sonda orogástrica 2ml de leite materno de
3 em 3 horas. Passado modo de ventilação não invasiva (VNI) para CPAP: pressão
em 5 e oxigênio em 21%. Mantendo infusão de nutrição parenteral no PICC. Iniciou
acompanhamento com a fisioterapia.
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A alimentação mínima, também chamada trófica, deve ser iniciada entre o
primeiro e o terceiro dia de nascido O sistema gastrintestinal do prematuro
oferece uma série de limites anatómicos e funcionais para que possa tolerar
a nutrição enteral, como motricidade ineficiente, resposta hormonal lenta,
leito vascular imaturo e poucas defesas imunológicas. Mas apesar destes
obstáculos, tardar em iniciar a alimentação enteral tem um impacto ainda
mais negativo nas funções e estruturas do trato gastrointestinal, com
redução da atividade enzimática, encurtamento da vilosidade intestinal,
perda de conteúdo proteico, adelgaçamento da mucosa intestinal e
alteração na estimulação do sistema imunológico iniciada no intestino.
(TAMEZ, 2009, pág. 24)
Aos 6 dias de vida, iniciou progressão da dieta enteral por sonda orogástrica e
redução da solução de nutrição parenteral. Suspenso CPAP, não tolerou
apresentando apneias, fazendo com que retornasse ao respirador. Retirado cateter
umbilical arterial e suspensa fototerapia.
Com 10 dias de vida suspenso CPAP, continuou apresentando apneias
esporádicas, que se resolveu com estímulo tátil. Aos 12 dias de vida, recebendo
dieta enteral plena por sonda orogástrica. Suspensa nutrição parenteral e retirado
PICC. Iniciou vitaminas e passado cafeína para via sonda.
Aos 15 dias de vida apresentou o último episódio de apneia. Com 19 dias de
vida transferido para à UCINCa (Unidade de Cuidados Intermediário Neonatal
Canguru), mantendo em incubadora e oximetria de pulso.
Com 26 dias de vida iniciou estímulo via oral, com a fonoaudióloga (pequeno
volume da dieta) por mamadeira e oferecido seio materno, após a mãe esgotar os
seios no banco de leite. Trocado sonda orogástrica para sonda nasogástrica.
Manteve progressão do volume da dieta (leite materno esgotado ou fórmula láctea)
por mamadeira e redução do volume por sonda.
Foram realizadas 4 ecografias cerebrais (com 1,2,3 e 4 semanas de vida),
resultado normal, sem hemorragia cerebral. Eco cardiograma normal.
Acompanhamento da equipe da oftalmologia, com exames dos olhos, a partir
da terceira semana de vida, para prevenção da retinopatia da prematuridade.
A retinopatia da prematuridade (ROP) é uma enfermidade vasoproliferativa
secundaria à vascularização inadequada da retina imatura dos recém-
nascidos pré-termo (RNPTs), e permanece como uma das principais causas
de cegueira e baixa visão infantil nos países desenvolvidos e em
desenvolvimento. A proporção de cegueira é muito influenciada pela
qualidade do cuidado neonatal, assim como pela existência de programas
eficazes de triagem e tratamento. (PROCIANOY & LEONE, 2014, pág. 27)
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Com 32 dias de vida retirado da incubadora, vestido e colocado em berço
comum, mantendo a temperatura corporal. Recebendo todo o volume da dieta por
mamadeira e seio materno. Retirada sonda nasogástrica e suspensa cafeína.
Com 41 dias de vida realizou Ressonância Magnética de Crânio, resultado
normal. Aos 42 dias de vida recebe alta hospitalar, pesando 1995g, comprimento 42
cm, perímetro cefálico 32 cm, perímetro torácico 28 cm, circunferência abdominal
28cm. Recebendo seio materno e complemento (formula láctea para prematuro) por
mamadeira. A mãe recebe orientações de alta pelos diversos profissionais.
Agendamentos de consulta para acompanhamento com o pediatra, fisioterapeuta,
fonoaudióloga e oftalmologista.
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b) Ninhos: Utilizar uma toalha e cueiros. O ninho deve ser fechado na cabeça a
fim de promover a contenção. Cuidar para que as pernas e braços
permaneçam dentro do ninho. Utilizar os rolinhos de compressas para
promover suporte na postura lateral ou prona;
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por turno, agrupando cuidados e manuseando delicadamente o neonato.
Segundo o Ministério da saúde (2017), prematuros com menos de 32
semanas geralmente não suportam muita manipulação, podem apresentar
sinais de estresse, inclusive apneia;
h) Transição: todo o prematuro que iniciar estimulação via oral por mamadeira
ou seio materno (sem restrições respiratórias), deverá ser trocada a sonda
para nasogástrica;
i) Avaliação da dor através da escala de NIPS.
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Dentre as intervenções não farmacológicas são: Oferecer solução de
sacarose 24% (para os que podem receber via oral) favorecendo a liberação de
opioides endógenos (endorfinas); Promover a sucção não nutritiva; Promover a
contenção facilitadora (ou facilitada) colocando as mãos sobre a cabeça, nádegas e
membros, mantendo os braços do RN na linha média e suas mãos próximas ao
rosto - o toque deve ser suave, mas firme - a contenção favorece a auto-organização
postural e mimetiza o ambiente intrauterino, transmitindo uma sensação de
segurança; Providenciar enrolamento gentil do recém-nascido, utilizando um cueiro,
manta fina, ou fralda de algodão, e envolvendo braços e pernas, que devem
permanecer em flexão, antes, durante e após a intervenção dolorosa (a contenção e
o enrolamento são mantidos por 10 minutos ou mais); E falar com o RN em tom de
voz suave. (SOUZA, 2017)
Por fim, o acompanhamento realizado pelo enfermeiro na alta hospitalar deve
ser reforçado devido a sua importância no manejo dos pais com o recém-nascido.
Estes, recebem reforço de orientações quanto aos: Cuidados com o bebê, banho,
higiene do coto umbilical, higiene do períneo e medicações (se prescritas pelo
médico); Alimentação, reforçando as orientações sobre amamentação; Revisão da
carteira de vacinação (vacinas, teste do pezinho, teste de orelhinha, teste do
olhinho). (BRASIL, 2017)
3 CONCLUSÃO
Vimos que a sobrevida dos prematuros, vem aumentando com o passar dos
anos, sempre buscando qualidade de vida para esses bebes, no futuro. Pode-se
reduzir sequelas neurológicas com medidas simples como evitar a hipotermia nas
primeiras horas de vida (ao nascer e transporte a UTI Neonatal), como manuseio
mínimo do bebe nos primeiros dias de vida, sendo um cuidado neuro protetor.
Transformar a UTI Neonatal em um ambiente mais humanizado é inserir os
pais nos cuidados, incentivando a posição canguru, colocando o bebe pele a pele
com a mãe\pai, fortalecendo o vínculo e mantendo a temperatura corporal do
neonato. Incentivar a mãe a prover o leite materno, orientando o esgote de mamas e
encaminhando ao Banco de Leite Humano. Manusear o bebe delicadamente,
mantendo aconchegado em um ninho. Cobrir a incubadora, evitando a luz direta e
diminuindo ruídos. Respeitar o sono e descanso do bebe, agrupando cuidados.
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Avaliar sinais de dor (conforme tabela de NIPS), oferecendo opções não
farmacológicas (como aconchego e enrolamento) e farmacológicas para o alívio da
dor.
Mantemos um trabalho de educação continuada com a equipe de
enfermagem, revisando rotinas, reforçando a lavagem de mãos e álcool gel e com
isso prevenindo infecções. A orientação dos pais inicia na UTI Neonatal desde a
internação até a alta hospitalar. O neonato é acompanhado por equipes de
profissionais; neonatologistas, oftalmologistas, fonoaudiólogas, fisioterapeutas,
nutricionistas, enfermeiros, com atendimento precoce na internação até pós alta, no
ambulatório do hospital.
4 REFERÊNCIAS
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SOUZA, Aspásia Basile Gesteira. Manual Prático de Enfermagem Neonatal. São
Paulo: Atheneu, 2017.
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