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Roteiro de Exame Físico Cardiovascular

Aluno: Caio Rodrigo Menezes dos Santos Turma: 04

Enfermage SUBUNIDADE: Semiologia aplicada a Enfermagem


m

Materiais utilizados: Lápis de marcação, uma pequena régua graduada em centímetros, um


estetoscópio com extremidades de diafragma e campânula; e um algodão embebido em álcool
para limpar as extremidades.

ANAMNESE
Entrevista Perguntas Possíveis achados anormais
1. O sintoma referido A presença de dor ou desconforto
desencadeia crise de dor ou de no peito, palpitações, excesso de
falta de ar? fadiga, tosse, dispneia, dor ou
2. O sintoma referido interfere nas cãibras na perna, edema nos pés,
atividades diárias do paciente? cianose, desmaios ou ortopneia.
3. Quais atitudes que o paciente Histórico familiar de doença
tomou para diminuir, avaliar ou cardíaca, diabetes, altos níveis de
cessar os sintomas? colesterol, hipertensão, derrame
4. Qual o tipo de dor, onde está ou doença cardíaca reumática.
localizada, qual sua duração e Histórico de problemas cardíacos
qual sua intensidade? (p. ex., insuficiência cardíaca,
5. Houve episódios de síncopes doença cardíaca congênita,
Direcione a anamnese com (desmaios)? doença arterial coronária,
10 perguntas especificas 6. Houve sensação de fadiga e arritmias, murmúrios).
para pesquisar padrões dispneia? Presença de diabetes, doença
anormais do sistema 7. O paciente ganhou peso pulmonar, obesidade ou
Cardiovascular ultimamente? hipertensão preexistente.
8. O indivíduo apresenta algum As lesões mitrais, especialmente a
edema nos membros? estenose e o prolapso da valva
9. Como está o padrão de sono do mitral, ocorrem mais em mulheres
paciente? jovens, enquanto a aterosclerose
10. Quais os tratamentos coronária predomina no sexo
anteriores e antecedentes masculino até os 45 anos de
familiares e pessoais idade; a partir desta idade, a
relacionados com o paciente? incidência vai se tornando igual
em
ambos os sexos.
Anemia falciforme como fator
racial.
Dores em geral.
EXAME FISICO
Sequência da inspeção do Achados normais Possíveis achados anormais
exame físico
cardiovascular geral
A inspeção no exame físico A variação média da temperatura Indivíduos que possuem acúmulo
geral inclui a medida de aceitável para adultos é de 36 a de gordura abdominal possuem
dados objetivos e a 38°C. risco aumentado de desenvolver
atenção à dados A variação de temperatura oral ou doenças cardiovasculares.
subjetivos. Após a primeira timpânica média deve ser de O risco cardiovascular aumenta
avaliação, os próximos 37°C. A retal média de 37,5°C. A quando os homens apresentam a
dados a serem coletados axilar de 36,5° C. circunferência abdominal superior
são os sinais vitais e os O poço deve constar de 60 a 100 a 94 cm e as mulheres, medida
dados antropométricos. batimentos por minuto, forte e superiores a 80 cm.
Atualmente, a regular. Febre, hipertermia, termoplegia,
circunferência abdominal e A oximetria de pulso normal é exaustão por calor, hipotermia
a relação cintura-quadril considerada em SpO2 maior ou também são achados anormais.
são considerados igual a 95%. Dispneia.
indicadores melhores do As respirações em adultos devem Problemas cardíacos importantes
que o índice de massa constar de 12 a 20 respirações costumam ser encontradas em
corporal (IMC) para por minuto, profundas e portadores de síndromes como
determinar o risco de regulares. Marfan, Turner, Down e Pickwick.
doenças cardiovasculares. A pressão arterial sistólica deve Avaliação da pele, mucosas e
Deve-se proceder também ser menor que 120 mmHg, a anexos é importante para detectar
a avaliação do tipo diastólica deve ser menor que 80 alterações hemodinâmicas e
morfológico, do nível de mmHg e a pressão de pulso deve hidroeletrolíticas, cuja rápida
consciência, das condições ser de 30 a 50 mmHg. correção é vital para esses
de pele e mucosas, do pacientes.
padrão respiratório, da A taquicardia sinusal caracteriza--
perfusão periférica, e da se por um aumento do número de
presença de estase jugular batimentos cardíacos. A
e de edemas. frequência é superior a 100 bpm,
Alguns itens do exame podendo chegar a 150 em adultos
físico geral que se e a 180 em crianças.
relacionam diretamente A bradicardia sinusal consiste na
com o sistema redução do número de batimentos
cardiovascular: aferição da cardíacos. A frequência cardíaca
pressão arterial, do pulso é inferior a 60 bpm, situando-se,
arterial, da frequência geralmente, em torno de 40 a 50.
cardíaca, da temperatura e
da respiração. Pesquisar
também sobre fadiga,
alteração de sono.
Inspeção
Sequência da inspeção do Achados normais Possíveis achados anormais
exame físico do tórax
Avaliação do precórdio Normalmente, o choque de ponta Quando as pulsações epigástricas
deve ser feita como está localizado no quinto espaço e supraesternais são muito
indivíduo em decúbito intercostal esquerdo, na linha acentuadas, podem apresentar
dorsal com tórax exposto. hemiclavicular. hipertrofia ventricular direita
É possível encontrar o ictus Pulsações epigástricas e (epigástrica) ou possibilidade de
cordis, o choque de ponta, supraesternais são hipertensão arterial, aneurisma da
que corresponde ao ponto frequentemente visualizadas em aorta ou síndrome hipercinética
mais externo do indivíduos normais. (supraesternal).
movimento do coração e
que resulta do impacto da
ponta do coração a cada
sístole ventricular.
Pode-se encontrar também
o levantamento sistólico do
precórdio, que ocorrem na
hipertrofia do ventrículo
direito, cujas sístole
provocam a movimentação
visível de uma grande área
da região paraesternal
esquerda.

Palpação
Segmentos avaliados Achados normais Possíveis achados anormais
(Descrever a técnica de
avaliação de cada um)
ARTÉRIA CARÓTIDA: Normalmente, o contorno é O pulso diminuído é percebido
deve-se palpar suave com o movimento como de menor amplitude e fraco
cuidadosamente apenas ascendente rápido e (diminuição do volume sistólico,
uma das artérias carótidas descendente mais lento; a como ocorre no choque). O pulso
de cada vez para evitar o amplitude normal é moderada e aumentado é percebido como
comprometimento do fluxo simétrica bilateralmente. cheio e forte, e ocorre nos
sanguíneo arterial para o Normalmente o tamanho do estados hipercinéticos.
cérebro. Interessante impulso apical é de 1 cm a 2 cm, A distensão unilateral da veia
perceber o contorno e a sua amplitude é um choque curto jugular está associada a uma
amplitude do pulso. e suave e a duração ocupa condição local, por exemplo,
IMPULSO APICAL: é apenas a primeira metade da acotovelamento ou aneurisma.
necessário localizar o sístole. A veia jugular externa totalmente
impulso apical com Normalmente, na área precordial ingurgitada em uma posição
precisão utilizando a polpa não há pulsações extras. acima de 45 graus está
do dedo indicador e associada a um aumento da
registrar a localização, o pressão venosa central.
tamanho, amplitude e a A palpitação ocorre com a
duração. hipertrofia ventricular. O aumento
O impulso apical é da força e da duração, mas sem
palpável em cerca de alteração da localização, ocorre
metade dos indivíduos na hipertrofia do ventrículo
adultos não é palpável em esquerdo, e não da dilatação.
pessoas obesas ou em Em casos de enfisema pulmonar,
pessoas com tórax o impulso apical não é palpável.
musculoso.
ÁREA PRECORDIAL:
Usando as faces palmares
dos quatro dedos mediais,
palpe levemente o ápice, a
margem esquerda do
esterno e a base à procura
de outras pulsações.

Ausculta
Locais de ausculta (descreva a técnica) Sons normais Sons anormais
AUSCULTA DAS BULHAS (SONS) As alterações na Em uma arritmia sinusal, o ritmo
CARDÍACAS: frequência varia de acordo com a respiração,
As quatro “áreas” valvares tradicionais cardíaca normal aumentando até o pico na
são os locais na parede do tórax em que variam entre 50 e inspiração e diminuindo na
os sons produzidos pelas valvas são mais 95 batimentos por expiração.
bem percebidos: minuto. O ritmo Ambos os sons cardíacos
• Segundo espaço intercostal direito: deve ser regular. diminuem com o aumento de ar ou
valva aórtica B1 é mais alta do de tecido entre o coração e o
• Segundo espaço intercostal que B2 no ápice, estetoscópio, como no enfisema
esquerdo: valva B2 é mais alto que (pulmões hiperinsuflados), na
pulmonar B1 na base. B1 obesidade e no derrame
• Margem inferior esquerda do coincide com a pericárdico.
esterno: valva pulsação da artéria Um desdobramento fixo não é
tricúspide carótida. afetado pela respiração; o
• Quinto espaço intercostal, nas B1 coincide com a desdobramento está sempre
proximidades da onda R se o presente. Um desdobramento
linha medioclavicular esquerda: paciente estiver paradoxal é o oposto do que seria
valva mitral. conectado a um de esperar: os sons fundem-se na
Conduza a campânula do estetoscópio monitor de ECG. inspiração e desdobram na
em um “trajeto em Z” a partir da base do Em condições expiração.
coração para baixo em direção ao ápice. normais, o Durante a sístole, um clique
Passos: 1- registre a frequência e o ritmo; componente mesossistólico é o som adicional
2- identifique B1 e B2; 3- analise B1 e B2 aórtico precede o mais comum. Sons B3 e B4
separadamente; 4- busque por sons pulmonar. Quando ocorrem na diástole; podem ser
extras do coração; e 5- procure por a bulha está normais ou anormais.
sopros. desdobrada, seu As condições que resultam em um
Anote a frequência e o ritmo. ruído corresponde sopro são: fluxo intenso de
B1 é o primeiro componente do par. à expressão “TLA”. sangue através de uma valva
A primeira bulha cardíaca é causada pelo Excetuando-se o normal, tal como ocorre no
fechamento das valvas AV e marca o sopro inocente, os exercício, na gravidez ou na
início da sístole. É possível ouvi-la sobre demais sopros são tireotoxicose; fluxo restrito de
todo precórdio, mas é mais alta no ápice. anormais. sangue através de uma valva
A segunda bulha cardíaca é causada O sopro inocente é estenótica; fluxo retrógrado
pelo fechamento das valvas semilunares geralmente suave insuficiente através de uma valva;
e marca o início da diástole. É possível (grau 2), e fluxo sanguíneo através de
ouvi-la sobretudo precórdio, mas é mais mesodistólico, aberturas anormais nas cavidades
alta na base. curto, crescente- do coração.
É possível ter um desdobramento de B2 decrescente, com Embora seja importante distinguir
apenas na área de ausculta da valva uma qualidade sopros inocentes de sopros
vibratória musical patológicos, o melhor
pulmonar, no segundo espaço intercostal e ouvido no procedimento é suspeitar de que
esquerdo. segundo ou no todos os sopros sejam patológicos
Deve-se auscultar o sopro (som que terceiro espaço até prova em contrário. Os testes
lembra um descolamento de ar por uma intercostal de diagnóstico, tais como ECG e
fresta e ocorre quando um fluxo esquerdo, ecocardiografia, são necessários
turbulento de sangue passa pelas desaparecendo na para estabelecer um diagnóstico
cavidades do coração ou pelos grandes posição sentada. preciso.
vasos). É certo ano se o sopro inocente, A 4º bulha Nas taquiarritmias extrassinusais
o restante dos outros são normais. cardíaca pode ser e nas bradiarritmias, podem
Deve-se anotar o sopro de acordo com encontrada em ocorrer os mais importantes
as seguintes características: fase do ciclo crianças normais; distúrbios hemodinâmicos, em
(sístole ou diástole), intensidade entretanto, sua função da diminuição do débito
(classificada em 6 graus), frequência ocorrência exige cardíaco.
(alta, média ou baixa) e padrão (cada vez cuidado maior para
mais alto, com redução gradual ou afastar condições
aguentando até um pico e em seguida anormais.
diminuindo). Deve-se anotar também a
qualidade (musical, aspirativo, rude ou
estrondoso), a localização, a irradiação e
a postura. Depois de auscultar em
decúbito dorsal, coloque o paciente em
decúbito lateral esquerdo. Ausculte com
a campânula o ápice para observar a
presença de qualquer som de
enchimento diastólico.

Referências utilizadas:
Barros, Alba Lucia B. L. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem
no adulto. 3. ed. - Porto Alegre: Artmed, 2016.
Cheever, Kerry H. Hinkle, Janice L. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem
médicocirúrgica, volumes 1 e 2. 13. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
Jarvis, Carolyn. Guia de exame físico para enfermagem. 7. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier,
2016.
Porto, Celmo Celeno. Semiologia médica. 8. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2019.
Potter, Patricia A. Perry, Anne G. Fundamentos da enfermagem. 9. ed. - Rio de Janeiro:
Elsevier, 2017.

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