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1) O papel da "Agricultura Familiar" na economia do país.

De acordo com o censo agropecuário de 2017, realizado pelo IBGE, 77% dos
estabelecimentos agropecuários são classificados como sendo de agricultura familiar,
ou seja, que têm o campo como principal fonte de renda. A Agricultura Familiar é a
principal produtora dos alimentos que vão para mesa dos brasileiros. Segundo a
Lei 11.326/2006, uma propriedade é considerada de agricultura familiar quando tem
até quatro módulos fiscais (unidade de medida estipulada pelo Incra). Além disso,
tanto a gestão quanto a mão de obra do empreendimento devem ser conduzidas pela
própria família. Se o Brasil contasse unicamente com a produção familiar (isto é, se
todas as propriedades rurais em que atualmente se pratica agricultura em larga escala
fossem desconsideradas), ainda assim estaria entre os dez maiores produtores
mundiais de alimentos. Em termos de produção agrícola nacional, o Brasil ocupa o 5º
lugar no agronegócio global, sendo que a agricultura familiar, sozinha, já garantiria a
8a posição do Brasil nesse ranking (Brasil, 2018). Em 2017, as propriedades de maior
tamanho concentraram-se principalmente no norte da Região Centro-Oeste e no
sudeste da Região Norte. Os maiores valores da produção (anual) provinda de
estabelecimentos familiares foram registrados nos Estados do Rio Grande do Sul,
Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Pará e Bahia destacando a
importância da agricultura familiar na economia desses Estados. Em termos de valor
produzido, as principais atividades agropecuárias ou produtos obtidos pela agricultura
familiar na Região Norte são mandioca, banana, leite bovino e arroz; na Região
Nordeste, predomina a pecuária de leite e de corte, e os plantios de milho, feijão e
mandioca; na Região Sudeste, pecuárias de leite e corte, além do plantio de café,
banana e hortaliças; e na Região Sul, o plantio de milho, soja, fumo e avicultura.

2) O Agronegócio.

O Agronegócio pode ser compreendido como a soma total das operações de produção


e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção na unidade de
produção, do armazenamento, do processamento e da distribuição dos produtos
agrícolas e dos itens produzidos por meio deles. O setor vem ganhando os holofotes,
devido às suas capacidades de expansão de produtividade e produção e de geração de
oportunidades de emprego em várias regiões, tanto de mão de obra especializada
quanto a não especializada. O Agronegócio encontra-se atualmente como o maior
negócio da economia brasileira, sendo uma das principais locomotivas do progresso do
país, representando hoje, sozinho, 21,1% do PIB brasileiro.

Porém, como ponto negativo do Agro, a concentração de riqueza é muito grande,


empresas de sementes e agrotóxicos como Monsanto, Bayer, Dupont e Syngenta,
dominam o mercado, controlando 70% da produção, comercialização e transporte de
produtos agrícolas. O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking de desigualdade no acesso à
terra, com 45% de sua área produtiva concentrada em propriedades superiores a mil
hectares. Também nesse segmento, observa-se a forte presença de multinacionais do
setor, que exploram o mercado de terras para a produção de commodities e a
especulação financeira. Como resultado do avanço do agronegócio, houve expansão
significativa da atividade sobre o território conhecido como Matopiba, área de 400 mil
quilômetros quadrados que engloba os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia,
considerada a última fronteira agrícola do Brasil e que responde por 45% das emissões
de gases de efeito estufa do Cerrado. Estima-se que 52% desse bioma já tenha sido
degradado ou tenha sofrido perda irreversível. Os principais problemas trazidos pelo
agronegócio são o uso de agrotóxicos, a conversão de florestas para desmatamento, e
avanços sobre área de reserva legal.

Na região Sul, a produção agrícola é caracterizada pela expansão da soja voltada para
a exportação e pela modernização agrícola. Nos estados do Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul, a produção de soja é bastante significativa. Na região sudeste,
assim como na região sul, atividades agrícolas com uso de alta tecnologia são
predominantes. Apesar de a agricultura encontrar-se mais subordinada à indústria, é
importante destacar também os altos índices de produtividade e o excelente solo
nessa região. Por outro lado, com a grande presença de maquinários, a geração de
empregos manuais é limitada, mas a oferta cresce nas agroindústrias. O Sudeste se
destaca, no agropecuário, pela produção de cana de açúcar e de carne bovina. Cerca
de 50% da cana brasileira é produzida ali. A região nordeste é, talvez, uma das regiões
agrícolas com maior pluralidade. Nas áreas semiáridas, ressaltamos a presença da
agricultura familiar. A cultura mais expressiva é o hortifruti. Além disso, a agricultura
de subsistência também possui um importante papel. A região Centro-Oeste é a área
em que a mecanização mais se expande. Essa expansão acontece em direção à
Amazônia, o que pressiona a expansão da fronteira agrícola para o norte do país. É
uma região essencialmente agrícola. Esses quatro estados representam os maiores
produtores de grãos do Brasil, com as culturas de soja, milho e arroz. Além disso, a
produção de algodão também recebe um destaque nacional. A região Norte é uma das
regiões agrícolas que tem se destacado por receber as principais frentes de expansão,
vindas do Nordeste e do Centro-Oeste. A região do Matopiba (Maranhão, Tocantins,
Piauí e Bahia), por exemplo, é a área onde a expansão das atividades agrárias ocorre
mais intensamente, o que torna a região Norte como o futuro centro de crescimento
do agronegócio brasileiro. As atividades mais praticadas nessa região ainda são de
caráter extensivo e de busca por tecnologia, o que o torna um mercado promissor e de
crescimento acelerado.

30/06/2020

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