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Curso de Caixas Acústicas Parte 2 os

Médios, Drivers e Tweeters - Artigos - Som


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Curso de Caixas Acústicas Parte 2


os Médios, Drivers e Tweeters
Posted By: Fernando Bersan

Após o estudo dos woofers e os sons graves, vamos nos voltar agora para os falantes de
médios e agudos. Lembrando que várias das características gerais como potência,
sensibilidade, tipo de ímã, construção e uso continuam valendo.

Falantes de agudos: os Tweeters

Vários tipos de tweeters. Acima à esquerda, tweeters de cone de papel. Abaixo à


esquerda, tweeters piezoelétricos. À direita, 2 exemplos de supertweeters

Os tweeters são alto-falantes de agudos, e são sempre os menores falantes de uma caixa
de som. A maioria tem resposta de freqüência a partir de 5KHz. Existem diversos tipos de
tweeters:
a) Piezoelétricos. Fabricados no Brasil pela LeSon e Motorola e alguns outros fabricantes.
Os piezoelétricos não têm ímãs como os outros alto-falantes, mas sim um cristal que
vibra quando por ele passa a corrente elétrica vinda do amplificador. O timbre é razoável,
um pouco “estridente”, “metálico”, como dizem alguns. Os piezoelétricos têm uma grande
vantagem: são extremamente baratos, valor próximo a R$ 15,00 . A eficiência é boa, em
geral vai de 100 a 108 dB SPL/ 1 W / 1 metro. São utilizados em mercado automotivo,
sistemas de baixo custo e até sonorização ao vivo de pequeno porte. Bons exemplos são
os famosos Le Son TLC e TLX, encontrados em qualquer eletrônica do Brasil.

TLC-01 da LeSon. Resposta de frequência de 5KHz a 20KHz, sensibilidade 108dB/W/m,


dispersão sonora de 90º. Potência máxima 40W RMS.

b) Cone de papel. São tweeters que se parecem com pequenos woofers, tendo cone,
bobina, ímã; aparentemente tudo igual, só que de dimensões bem menores. Outra
característica é que a parte traseira é do cone é fechada (vedada). Em geral tem tamanho
de 1" a 3".  A eficiência é baixa, comparável aos woofers bass-reflex. O timbre é muito
mais agradável que os piezoelétricos, mas a maioria desses tweeters não conseguem falar
muita coisa acima de 10KHz. São utilizados em sistemas residenciais, sistemas de baixo
custo e sonorização ambiente. Também são de baixo custo, entre 10 a 30 reais,
dependendo da potência, que em geral não é muita.

c) Domo. São tweeters (piezoelétricos ou de cone de papel) com uma pequena redoma
(que pode vir protegida ou não). É como se fosse um cone, só que invertido, para fora em
vez de para dentro, e completamente arredondada. Os tweeters tipo domo apresentam
uma excelente dispersão sonora, ou seja, os agudos são muito bens espalhados pelo
ambiente (próximo a 180ºx180º). Utilizado em sistemas residenciais, por audiófilos, ou
em caixas de referência para estúdios. O timbre é muito bom, com agudos claríssimos em
alguns modelos baseados em ímas ou apenas razoável, se piezoelétrico.
Tweeter tipo domo. O domo propriamente dito está protegido pela tela metálica, para
não sofrer danos que alterem suas características.
Resposta de frequência de 4KHz a 20KHz, sensibilidade de 92dB/W/m (tweeter de ímã),
dispersão sonora de 150º.
d) Supertweeter. Invenção da JBL no ano de 1956. Um diafragma acoplado a uma
pequena corneta. O timbre é muito bom (o melhor de todos os tweeters), a eficiência é
alta (graças à corneta), variando de 102 a até 110 dB/ 1 W / 1 metro. É o tweeter utilizado
em sistemas profissionais, e o mais caro de todos (a partir de R$ 30,00) A maioria pode ser
desmontado e ter a bobina e o diafragma trocados através de reparos disponibilizados
pelos fabricantes, em caso de necessidade (queima/defeito).

Supertweeter Bravox. Resposta de 4KHz a 20KHz, sensibilidade de 107dB/W/m, potência


máxima 140W RMS.

Falantes de Médios: Mid-range e Drivers de Compressão

Em caixas com woofer pequenos (10" ou menos), estes conseguem responder


relativamente bem aos sons médios. Daí ser comum encontrarmos caixas de apenas duas
vias, um woofer (graves e médios) e um tweeter (agudos). Mas o que fazer quando o
woofer é grande (12”, 15”, 18”) e tem pouca resposta de médios? Nesse caso, precisamos
de falantes exclusivos para os médios. São os mid-range (ou simplesmente “médios”
mesmo), formando sistemas de 3 vias (graves, médio e agudos). A resposta de frequência
típica é entre 500Hz a até 8 ou 9KHz. Os médio podem ser:

a) Piezoelétricos. Existem alguns modelos de tweeters piezoelétricos que conseguem


responder a partir de 2KHz (como se fossem mid-tweeter). Apesar disso, são pouco
utilizados, pois a qualidade do timbre é inferior.

b) Cone de papel. São pequenos woofers, mesmo! Em geral, de 6", 5" ou 4", com a
característica da parte traseira ser vedada. Apesar de existirem mid-range específicos,
muitas caixas de som são montadas com woofers de 6”  ou 4” (os mid-bass), como
resultados semelhantes. A eficiência é baixa, comparável aos woofers bass-reflex. É mais
utilizado em sistemas residenciais, mas existem caixas profissionais com esse tipo de mid-
range (as caixas Ciclotron Titanium 1100 e 700 utilizam woofers de 6” na função de mid-
range). Em geral tem pouca potência, por isso é mais usado em sistemas residenciais.

c) Drivers de compressão (ou simplesmente chamados de drivers) Drivers são um tipo de


alto-falante sem cone, que são rosqueados em uma corneta (comprime-se o som em uma
corneta, daí o nome). Em geral tem resposta de freqüência desde 500Hz até próximo a
8KHz, alta sensibilidade (entre 102 e 109 dB/ 1 watt / 1 metro, por causa da corneta) e um
timbre muito bom. É o mais utilizado em sonorização profissional no papel de mid-range
em sistemas de 3 vias.

 
São também chamados de drivers fenólicos, dada a características de construção de seu
diafragma (a peça que vibra, equivalente ao cone dos woofers), feitos de resina de fenol
(um produto químico).

d) Drivers Mid-Tweeters. Existem alguns modelos de drivers fenólicos que, devido à sua
construção, tem resposta de agudos estendida, conseguindo responder a até 15KHz,
alguns até 20KHz. Tem bom timbre mas os drivers fenólicos “puxam” mais para os médios
que para os agudos. Usados por alguns fabricantes de caixas profissionais.

Falante de  médios E agudos: o Driver Titânio

Guarde essa palavra: driver titânio. Quando você ouvir, vai se apaixonar! No final da
década passada surgiram os drivers com diafragma fabricando em titânio. Externamente,
iguais aos drivers já existentes. Internamente… uma revolução. Esse tipo de driver
consegue falar tanto agudos quanto médios, perfeitamente. O timbre é excelente, muitas
vezes melhor que um conjunto mid + tweeter, seja de qual tipo for. O sistema woofer +
driver titânio é cada vez mais adotado em caixas de som profissionais no mundo todo. Só
que, infelizmente, o driver ainda é caríssimo (titânio é caro), com valores quase sempre
acima de R$ 100,00. Um conjunto de supertweeter e um driver vão custar metade disso.
Mas a excelente sonoridade  compensa o gasto!
Driver Titânio (DTi) Oversound 4625

 Drivers, Cornetas e direcionabilidade dos sons médios e agudos

Falamos em drivers, mas falar deles exige que expliquemos as cornetas. Os drivers de
compressão são alto-falantes praticamente exclusivos dos sistemas profissionais. A
expressão "de compressão" deriva do fato desses falantes gerarem pressão sonora em
uma pequena câmara, direcionando as ondas para uma abertura menor que a área do
seu diafragma, chamada de garganta, onde é enroscada a corneta.

Cornetas não são alto-falantes, mas elas ajudam os alto-falantes a falar mais e mais
longe! Quando nos primórdios da humanidade alguém colocou as mãos em forma de
semi-círculo próximas à boca e descobriu que a pessoa longe conseguia ouvi-la melhor,
inventou a corneta. O princípio físico das cornetas tem a ver com zonas de alta e baixa
pressão, reverberação, etc, que acontece com o som quando passa pela corneta. Alguns
instrumentos musicais tais como o sax, o trompete, trombone, tuba, na verdade são
grandes cornetas.

A pressão acústica na garganta do driver é transferida gradativamente até a boca da


corneta, onde as ondas sonoras aparecem com um grande fluxo de ar. A corneta
transforma um pequeno fluxo de ar da garganta em um grande fluxo de ar na sua boca.
Isto significa que com um pequeno movimento do diafragma se consegue um grande
fluxo de ar – e isso explica a alta sensibilidade dos drivers (que em geral é especificada
para um tipo específico ou para várias cornetas).

As cornetas são muito importantes nas caixas acústicas pelo papel que elas fazem nos
médios e agudos. As cornetas são responsáveis pelo som aumentar (dependendo do tipo
de corneta utilizada, um driver "fala" mais ou menos – tem uma sensibilidade maior ou
menor), e são as  principais responsáveis pelo som se espalhar.

Se os graves são ominidirecionais, os médios são direcionais e os agudos são


extremamente direcionais. Para resolver esse problema, as cornetas tem o papel de
“espalhar” o som dos médios e dos agudos para áreas que, de outra forma, não seriam
atingidas.

Existem cornetas com a “boca” quadrada,  "boca" retangular e as de "boca" redonda. As


cornetas de boca quadrada e as de boca redonda tem dispersão sonora (espalham o som)
de maneira igual tanto na vertical quanto na horizontal (as redondas fazem isso melhor).
Na média, espalham o som 50º x 50º. Isso quer dizer o seguinte: que conseguem espalhar
o som 25º abaixo do centro, e 25º acima do centro, 25º para a esquerda e 25º para a
direita. Se alguém estiver fora desses limites, não escutará o som das cornetas
(médios/agudos), só os graves.

As cornetas de boca retangular tem dispersão sonora diferente. É comum ter dispersão de
90º por 40º. Isso quer dizer: na horizontal, os sons se espalham 45º para cada lado e
apenas 20º para a vertical e para horizontal.
Esses ângulos precisam ser conhecidos pelos técnicos, pois vão influenciar diretamente
no posicionamento das caixas acústicas e o resultado sonoro que será ouvido. Quem
estiver na área de dispersão da corneta, ouvirá os agudos e terá inteligibilidade. Quem
estiver fora dessa área, só ouvirá os graves (que são ominidirecionais).

As cornetas podem afetar também o alcance dos sons. Existem cornetas de "tiro curto" e
de "tiro longo". Se a corneta for curta e de boca larga (existem modelos com boca
quadrada, retangular ou redonda), ela conseguirá projetar o som em amplitudes verticais
e horizontais maiores, ou seja, ela espalha mais o som, mas só a curtas distâncias ("tiro
curto"). Já as cornetas com comprimento mais longo (e em geral boca redonda ou
quadrada apenas) são as de "tiro longo", produzem um maior dB SPL (maior eficiência), e
projetam o som a uma distância maior.

O uso de cada tipo de corneta depende da necessidade, sendo que em caixas em som que
usam drivers as de tiro curto são as mais comuns de serem encontradas.

Para quem monta caixas, saiba que as cornetas são compradas separadamente dos
falantes, permitindo assim escolher a que melhor se adequa ao tipo de utilização
desejada para a caixa.

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Reescrito/revisado em 05/Mar/2008

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