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Resumo[1]:

Certo dia, um jornalista todo entusiasmado foi visitar uma cidade, Lixolândia, habitada por
enormes quantidades de lixo e poucas pessoas.
Havia poucas pessoas, porque aquela cidade era muito poluída e as pessoas iam-se
embora por causa disso.
O jornalista decidiu entrevistar os Ecopontos que estavam muito tristes porque não eram
usados por ninguém.
Os ecopontos resolveram fazer uma canção para ensinar às pessoas como deviam tratar o
lixo.
A partir desse dia, todas as pessoas mudaram completamente o seu comportamento. As
ruas estavam limpas e principalmente os Ecopontos estavam cheios e agora estavam
muito felizes.
Tudo mudou e até o nome da cidade mereceu uma modificação, passou a chamar-se
«Ecolândia».
A cidade passou a ser habitada por muita gente e todos viveram felizes.

 
Personagens:
 
Jornalista
Plasticão
Papelão
Vidrão
Pilhão
Oleão
Electrão
Rolhão
Adultos
Crianças

[1] Inspirado livremente de <http://osamigosdoambiente.blogspot.com/2008/04/pea-de-


teatro-ecolndia.html>, consultado a 24 de Outubro de 2010.
 
I acto
 
A cidade de Lixolândia, lixo por todo o lado. Os ecopontos estão escondidos debaixo do
lixo (papel, cartão, embalagens de plástico e metal, vidro, pilhas, electrodomésticos,
rolhas, óleo...). Os adultos preparam malas para sair da cidade e andam de um lado para
o outro à procura de uma saída e das crianças, desaparecidas misteriosamente. O
jornalista tenta entrevistar um adulto.
 
Cena 1
 
Jornalista – (com um microfone ou um gravador na mão) Eh, onde é que vão? Venho cá
para fazer uma entrevista e descobrir mais sobre a vossa cidade e vão-se embora?!
Adulto – (de dedos a apertar o nariz e com uma mala na mão) Desculpa, mas não
podemos falar! Cheira muito mal!
Jornalista – (apercebendo-se) Ah, pois é! Que horror! De onde vem este cheiro? (e põe
também a mão no nariz)
Adulto – Não vês?! É do lixo todo que está espalhado na nossa cidade. É por isso que se
chama Lixolândia. Já não se aguenta mais! Temos de ir embora para outra cidade com
menos lixo… Adeuzinho! Mas onde estarão os meus filhos? (espreita debaixo do lixo)
Jornalista – E deixam-me aqui sozinho?!
Adulto – Tens aí muito lixo. Fala para o lixo, que ele diz-te o que queres saber… (a gozar
com o jornalista)
Jornalista – Muito engraçado… O que é que eu vou dizer agora lá para o jornal?!
 
Cena 2
 
Ecopontos – (todos juntos, tossem) Hum, hum…
Jornalista – (alto) Quem está aí?
Ecopontos – (todos juntos) Estamos aqui debaixo! Ajuda-nos! Por favor!
Jornalista – Mas quem está a falar?! Será que são fantasmas?... (com medo)
Plasticão – Qual fantasma, qual quê! Somos os ecopontos! E estamos aqui debaixo desta
montanha de lixo!
Papelão – Tira-nos daqui!
Vidrão – Ninguém nos usa, mas o lixo é tanto que as pessoas já nem sequer nos vêem!
Pilhão, Rolhão e Electrão – (todos juntos) É uma falta de respeito por nós!!!
Jornalista – Realmente…
Oleão – Eh, não se esqueçam de mim! Sou gorduroso, mas faço muita falta!...
 
(O Jornalista afasta o lixo e encontra as sete estranhas criaturas, vestidas das várias cores
associadas a cada ecoponto : amarelo, azul, verde, vermelho, laranja, vermelho e
castanho)
 
Jornalista – (Curioso) Mas quem são vocês afinal?! Apresentem-se e pode ser que eu vos
entreviste para o meu jornal…
Ecopontos – (todos juntos) Nós somos os Ecopontos da cidade da Lixolândia!!!
Jornalista – Muito prazer! (estende a mão para cumprimentar, mas depois volta atrás,
lembrando-se do lixo…)
Ecopontos – (todos juntos) Qual prazer!!! (tristes) Estamos p’ra aqui abandonados e sujos,
porque ninguém sabe que existimos…
Jornalista – (interessado) Contem, contem! (e liga o gravador ou aponta o microfone)
Vidrão – (tomando a palavra) Eu, como mais velho, é que devo explicar!
Os outros Ecopontos – (a falar ao mesmo tempo, sem ordem) – Nem penses nisso! Eu é
que devo falar por todos!...
Jornalista – (irritado) Desculpem lá, mas assim não nos entendemos! Vou começar dos
mais pequeninos para os maiores, um de cada vez. Pode ser?
Ecopontos – (amuados) Se queres assim…
Jornalista – (dirigindo-se ao Pilhão) Tu, pequenino, quem és?
 
(O Jornalista vai ouvindo com muita atenção e espanto todos os ecopontos)
 
Pilhão – (muito satisfeito por ser o primeiro) Eu sou o Pilhão e colecciono as pilhas
descarregadas de todo o tipo. Se não as colocarem cá dentro o mercúrio e outros metais
perigosos podem contaminar a Terra! Adoro as pilhas de relógios, porque são redondinhas
e saborosas. (lambe-se) E ando sempre às cavalitas do vidrão… (ri-se)
Vidrão – (conformado) Que remédio!...
Jornalista – Ah, não sabia… Pensei que iam todas para o lixo…
Ecopontos – (todos juntos) Não, não! (levantando o indicador)
Rolhão – Agora sou eu! (triste) Eu sou o Rolhão e ninguém me liga nenhuma… Eu só
como rolhas de cortiça. Principalmente aquelas que vêm das garrafas de vinho e outras
bebidas. Essa cortiça é reaproveitada para muitas coisas em vez de ir para o lixo comum
sujar a Terra!
Jornalista – Tenho tantas lá em casa na gaveta da cozinha e não sabia onde as devia
deixar!…
Oleão – (às cotoveladas, chegando-se à frente) Agora sou eu, o Oleão! Eu recolho os
óleos alimentares devidamente colocados em garrafas de plástico fechadas. Se esse óleo
for despejado pelo cano vai poluir milhões de litros de água e sufocar os peixinhos dos rios
e dos mares. Para gorduroso, basto eu!
Jornalista – (enojado) Tem toda a razão!...
 
(Os outros ecopontos afastam-se dele)
 
Vidrão – (alto) Posso falar?! Eu, para além de ser do Sporting, adoro vidro, de todos os
feitios, tipos e cores, menos lâmpadas e porcelana. (com desprezo) São muito finos…
Plasticão – Eu cá não sou esquisito. Embalagens de plástico e metal é comigo. E bem
aproveitado, tudo o que me dão pode ser reutilizado. Ah, e já agora, as tampas das
garrafas devem ser tiradas e as embalagens espalmadas para ocupar menos espaço!
Jornalista – (com espanto) Muito bem!
Papelão – Eu também não sou esquisito! O meu sonho era trabalhar numa escola… Adoro
papel e cartão de todas as formas e cores. Mas bom mesmo era que só me utilizassem
depois de usar muito bem os dois lados da folha e que não gastassem folhas novas para
fazer aviões e bolas de papel, não é meninos?! (para o público e para as crianças que
começaram a aproximar-se deste grupo e a ouvir com muita atenção)
 
Cena 3
 
Electrão – (muito aflito) Então e eu?! Não se esqueçam de mim! Sou novo, mas muito útil.
Aceito tudo o que é electrodoméstico avariado e sem arranjo : torradeiras, aquecedores,
dvd’s…
Jornalista – Vocês sabiam disto, meninos?!
Crianças – (em desordem…) Acho que o meu professor já falou disso na escola, mas ele é
um chato e nós só ouvimos metade do que ele diz, às vezes!...
Ecopontos – (todos juntos) Se o vosso Professor falou de nós, é porque é nosso amigo e
vosso também. A Terra é de todos e todos a devem proteger, desde pequeninos. (para as
Crianças e Público) Querem ouvir uma canção?
Crianças – É uma canção sobre o quê?!
Ecopontos – (todos juntos) Sobre nós, claro!!! (e cantam)
 
 
(com a música do hino da Escola Básica 2, 3 Almirante Gago Coutinho – Lisboa, de José
Carlos Almeida)
 
Nós somos os sete ecopontos
Da cidade da Lixolândia.
Se não quiserem ser uns tontos
Vamos fazer uma Ecolândia.
 
Basta colocar todo o lixo
No ecoponto adequado.
E depois de fazerem isso
Vamos limpar p’ra outro lado.
 
A Terra é tão cheia de cores
E temos de a ajudar,
Por isso sigam nosso conselho
E vamos todos RECICLAR!
 
E vamos todos RECICLAR!
 
(A letra pode estar afixada para que o público possa acompanhar. As Crianças podem
acompanhar com instrumentos a canção. Enquanto os Ecopontos cantam, outras Crianças
separam o lixo em sete montes e a cidade fica limpa.)
 
Ecopontos – (espantados) Olhem para a cidade! Está limpa! Que bonita! E foi tão fácil!

Cena 4
Adultos – (com as malas e os dedos no nariz) Meninos, onde estavam?!
Crianças – Aqui, com os Ecopontos!
Adultos – Com quem?
Crianças e Ecopontos – (todos juntos) Eles!!! Nós!!!
Adultos – (sem perceber nada) Ãh?!
Ecopontos - (todos juntos) Nós! Sempre aqui estivemos, mas como nunca nos usaram, o
lixo tomou conta da vossa cidade. Mas agora que já sabem o que fazer ao lixo, já
podemos mudar o nome desta Cidade para Ecolândia. O que vos parece?
Adultos e Crianças – Aprovado!!! A partir de agora não vamos deixar que o lixo tome conta
da nossa linda cidade.
Adultos, Crianças e Ecopontos – (para o Público) Combinado?!
(Cai o pano, onde houver, ou canta-se novamente a canção da cena 3)
5 de Janeiro de 2011
FIM
tags: lixolândia, teatro
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