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Conselho Federal de Administração

200009
9 771517
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO-DEZEMBRO 2019

GESTÃO
DE RISCO
Muito além da gestão de crises, segmento
pode gerar lucro, melhorar processo decisório
e ser diferencial competitivo nas empresas
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

editorial 4

O QUE A
GESTÃO DE RISCO
NOS ENSINA
Adm. Mauro Kreuz

CRA-SP Nº 85872
Presidente do Conselho Federal de Administração

O mundo tem exigido, cada vez mais, profissionalismo e a necessidade de nos


reinventarmos constantemente. Neste contexto, a Administração tem um papel
imprescindível.
Para dar conta das complexidades do cenário atual disruptivo — ocasionado,
sobretudo, pela Revolução 4.0 — e das demandas requeridas pela população,
é necessário utilizar diferentes técnicas de Administração, entre elas a Gestão
de Risco e o Compliance. Ambos são utilizados para prever cenários adversos
e propor soluções a fim de que os gestores possam antecipar-se aos problemas
e corrigi-los.
Enquanto a gestão de risco está intimamente ligada ao planejamento es-
tratégico das instituições (públicas ou privadas) e às ações de prevenção de
vulnerabilidades e crises, o Compliance abrange questões ligadas ao respeito
à legislação e às exigências, de forma geral, que o arcabouço legal demanda das
empresas e instituições.
A gestão de riscos em qualquer administração, seja ela pública ou privada,
reside peremptoriamente em um projeto estratégico, e no Estado não é diferente.
Na medida em que o Brasil não tem um plano estratégico de nação definido,
sua gestão financeira (bem como a de recursos humanos, de processos, de pla-
nejamento, etc.) torna-se vulnerável e ineficiente.
Do ponto de vista da Ciência da Administração, sem as devidas e efetivas
condições de Gestão de Riscos — em todos os níveis e esferas da gestão pública
— o País perde tanto no planejamento das empresas públicas e privadas quanto
em possíveis investimentos que deixam de ser feitos. Além disso, existe inse-
gurança institucional, em todos os níveis e segmentos.
A gestão de risco é uma poderosa ferramenta neste contexto: contra a cor-
rupção (em instituições públicas) e de políticas de integridade moral, ética e de
segurança organizacional, em empresas privadas. Embora a desburocratização
seja uma importante meta, a pressa e a simplificação exacerbada não pode
superar os mecanismos de controle.
A trajetória para o sucesso passa, deste modo, pelo planejamento. E sua efe-
tivação, pelo gerenciamento de riscos e pelo envolvimento dos colaboradores
em processos e políticas contra riscos.
As tragédias ambientais ocorridas nas cidades mineiras de Mariana e Bruma-
dinho, e mais recentemente no litoral brasileiro, fazem a população perguntar-se
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ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

sobre a existência, no Brasil, de pla-


nos de contenções de riscos. Nos dois
casos, ficou latente que a resposta é
negativa ou é o que parece ser.
Não basta haver inúmeros comi-
tês, de toda sorte, e reuniões bancadas
com o dinheiro do povo, sem que so-
luções sejam colocadas em práticas
para que tais fatos não se repitam. Em
uma análise de risco eficiente, o objeto
finalístico passa pelos processos de
análise de causa (interna ou externa)
e do problema em si.
Existe, ainda, a identificação de
vulnerabilidades com base em obje-
tivos (se parciais, em geral, é risco)
ou cenários (se é indesejado, é risco).
Mas na Administração brasileira, por
vezes, não é possível ver o resultado
concreto das ações idealizadas.
Enquanto organização privada, a
empresa paga solitariamente por sua
incompetência ou erro de gestão. No
caso da gestão pública, no entanto,
pior é a percepção pública de que o
resultado não é alcançado, sobretudo,
tendo em vista o alto custo da máqui-
na estatal.
Caso um modelo de gestão profis-
sional não seja urgentemente adota-
do, a tolerância popular pode não su-
portar a inércia do Estado e o descaso
com o público. Todo esse processo
resulta na estagnação da economia e
afeta a esperança da nação.
Felicidade e esperança, em geral,
traz confiança. Em administração, tal
fenômeno é traduzido em investimen-
tos e expansão de negócios.
Administração profissional, com
planejamento para longo prazo, aná-
lise de riscos e amplo investimento
em educação são as chaves para a
prosperidade. No contexto de volati-
lidade que a Revolução 4.0 nos mos-
tra, seguir a cartilha da boa gestão é
questão de sabedoria e igualmente
de bom senso.
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sumário 6

10
18
Gestão de risco
é arma secreta
Saiba por que a
das empresas
Gestão de Pessoas
contra
é tão estratégico
surpresas do
em uma empresa
novo contexto
mundial

24
Perfil
Conheça mais
comportamental
sobre Patrícia
dita as regras
Costa, presidente
do jogo: na
da Vilma
contratação e na
Alimentos
permanência

14
30
Saiba quanto a
ineficiência da
segurança pública
custa ao País

36 44 60
Entenda o que
Lei de Proteção de
o Compliance Inauguração dos
Dados Pessoais -
pode trazer de CRAs PA e AC
entenda o que vai
estratégico para marcam nova fase
mudar na sua vida
sua organização de Regionais
expediente
EDITOR
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CONSELHEIROS FEDERAIS DO CFA 2019/2020
leitor Adm. Fábio Mendes macêdo (AC) • Adm. Carolina Ferreira Simon
Maia (AL) • Adm. José Celeste Pinheiro (AP) • Adm. José Carlos de
Sá Colares (AM) • Adm. Roberto Ibrahim Uehbe (BA) • Adm. Fran-
cisco Rogério Cristino (CE) • Adm. Carlos Alberto Ferreira Junior
(DF) • Adm. Hércules da Silva falcão (ES) • Adm. Ivany Rosa de
Oliveira (GO) • Adm. Aline Mendonça da Silva (MA) • Adm. Norma
Sueli Costa de Andrade (MT) • Adm. Gracita Hortência dos Santos
Barbosa (MS) • Adm. Gilmar Camargo de Almeida (MG) • Adm.
Mauro dos Santos Leonidas (PA) • Adm. Marcos Kalebbe Saraiva
Maia Costa (PB) • Adm. Amilcar Pacheco dos Santos (PR) • Adm.
José Carlos Gomes de Souza (PE) • Adm. Pedro Alencar Carvalho
Silva (PI) • Adm. Wagner Siqueira (RJ) • Adm. Ione Macêdo de Me-
deiros Salem (RN) • Adm. Cláudia de Salles Stadtlober (RS) • Adm.
André Luís Saoncela da Costa (RO) • Adm. Ellen Regina dos Santos
Lobo (RR) • Adm. Ildemar Cassias Pereira (SC) • Adm. Mauro Kreuz
Já acompanho a RBA há alguns anos e, (SP) • Adm. Diego Cabral Ferreira da Costa (SE) • Adm. Rogério
a cada dia, gosto mais das matérias que Ramos de Souza (TO)

são abordadas na revista. DIRETORIA EXECUTIVA DO CFA 2019/2020


Laura Abreu Presidente: Adm. Mauro Kreuz
Vice- Presidente: Adm. Rogério Ramos
Diretor Administrativo e Financeiro:
No ano de 2019, consumi muito Adm. Francisco Rogério Cristino
Diretor de Fiscalização e Registro:
conteúdo da revista, que me trouxeram Adm. Carlos Alberto Ferreira Júnior
Diretora de Formação Profissional:
conhecimentos para a minha vida Adm. Cláudia de Salles Stadtlober
profissional. Diretor de Desenvolvimento Institucional:
Adm. Diego Cabral Ferreira da Costa
Janete Albuquerque Diretor de Relações Internacionais e Eventos:
Adm. Gilmar Camargo de Almeida
Diretor de Gestão Pública:
A RBA, na minha opinião, é a melhor Adm. Fábio Mendes Macêdo
publicação na área de Administração. Diretora de Estudos e Projetos Estratégicos:
Adm. Gracita Hortência dos Santos Barbosa
Rosi Moraes
CONSELHO EDITORIAL
Prof. Adm. Idalberto Chiavenato • Prof. Carlos Osmar Bertero •
Gosto de ver a abordagem das matérias Prof. Milton Mira de Assumpção Filho

na RBA. CONSELHO DE PUBLICAÇÕES


Adm. Francisco Rogério Cristino • Adm. Carlos Alberto Ferreira
Enzo Henrique Júnior • Adm. Cláudia de Salles Stadtlober • Adm. Diego Cabral
Ferreira da Costa • Adm. Gilmar Camargo de Almeida • Adm. Fábio
Mendes Macêdo • Adm. Gracita Hortência dos Santos Barbosa •
Adm. Aline Mendonça da Silva

COORDENAÇÃO DOS CONSELHOS


Adm. Diego Cabral Ferreira da Costa

PRODUÇÃO
Coordenação Geral: Renata Costa
Editor: Leon Santos
Projeto gráfico: Renata Maneschy
Diagramação: André Eduardo Ribeiro
Revisão: Daniel Bruce
Tiragem: 2 mil exemplares

A RBA é uma publicação bimestral do Conselho Federal


de Administração sob a responsabilidade da Câmara de
Desenvolvimento Institucional.

As matérias não refletem necessariamente a opinião do CFA.

OUVIDORIA DO CFA
cfa.org.br/canal-ouvidoria/
Telefone: 0800-647-4769
entrevista 10
11

COMPETÊNCIA
FEMININA
EM DESTAQUE
Administradora e executiva, Patrícia Costa fala sobre trajetória
profissional, habilidades, competências e Revolução 4.0

POR LEON SANTOS

Atual presidente do grupo Vilma Alimentos,


Patrícia Macedo Costa, é destaque nesta edição da
RBA. Jovem, e executiva já experiente, seu cresci-
mento profissional aconteceu após ela passar por
diferentes cargos, dentro e fora da empresa de sua
família, até chegar à liderança do grupo.
Patrícia trabalha há mais de 20 anos no grupo Vilma.
Foi preparada para assumir a direção geral da empre-
sa, ainda na época em que seu pai, Domingos Costa (já
falecido), era o presidente da companhia.
Ela é administradora de formação, graduada pela Pon-
tifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-
-MG) e registrada no CRA-MG. Tem pós-graduação
em Finanças, pela Fundação Dom Cabral, e MBA em
Marketing pelo Ibmec.
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entrevista 12

RBA: Conte um pouco de sua trajetó- A boa formação acadêmica e experiên-


ria profissional, desde a formação até cia prática permite conhecer, de forma
ocupar o cargo que hoje ocupa. teórica e prática, os diversos campos
Patrícia Macedo Costa: Minha traje- da Administração. Também amplia a
tória teve início no momento em que visão global do negócio, bem como
escolhi o curso de Administração de proporciona decisões mais assertivas,
Empresas. Em um jantar de família, eu em busca do resultado almejado.
disse que faria engenharia, mas meu O trabalho conjunto de conhecimen-
avô paterno disse que eu tinha dom tos teóricos e técnicos, com a prática,
para administração. auxilia na identificação de problemas
A partir daí, decidi estudar Admi- e na busca de soluções, ou seja, na me-
nistração na PUC-MG. Ao longo do lhoria contínua necessária para todo
curso, trabalhei no Banco do Brasil, negócio.
como estagiária, e depois, já gradu- Quanto à liderança e à gestão de pes-
ada, trabalhei como consultora em soas, o trabalho de melhoria não fun-
padarias, por meio do Programa de ciona, se realizado de forma isolada. A
Apoio à Panificação (Propan). empresa é uma só, e as áreas precisam
Tempos depois, surgiu uma vaga na estar integradas para um bom resul-
empresa da família para trabalhar co- tado. Um setor ineficiente se torna
mo gerente de vendas, no canal de Pa- gargalo e inibe todo o crescimento. O
darias e Food Service. Lá, eu trabalhei papel da liderança é envolver todos na
com vendas, por cerca de 2 anos, e nes- mesma cultura e objetivos. E esse en-
se período fiz um MBA em Marketing, volvimento só acontece se existe es-
no IBMEC. paço, se existe escuta, troca de ideias
Logo em seguida, fui convidada para e valorização das pessoas engajadas.
trabalhar na área financeira e assumir
o setor de Orçamento da empresa. Na- Quais características, habilidades e perdemos vários líderes, por isso não
quela época, a consultoria em gestão, competências, você considera funda- foi nada fácil.
Falconi (atual INDG), havia acabado mentais para ser um administrador Além de enfrentar um drama pessoal,
de implantar o orçamento matricial de sucesso? pois perdi meu pai e irmão, tive que
de despesas, e eu passei a ser a res- Acredito que o pensamento crítico, dar conta do andamento dos negó-
ponsável por ele. para lidar com os diversos problemas cios. Cada um tem sua forma de ad-
Nesse período, fiz uma atualização do dia a dia, e a habilidade para gerir ministrar, e essa mudança de cultura e
em Finanças, pela Fundação Dom Ca- pessoas são as principais habilidades criação de uma nova equipe precisou
bral. Três anos depois, fui chamada de um administrador de sucesso. Sem ser feita com cuidado.
para assumir a Diretoria Financeira. isso, acredito que um administrador
Permaneci nesse cargo por sete anos. não consegue entregar um resultado Como é possível inovar no mercado
Em 2012, com o falecimento do meu sustentável ao longo dos anos. alimentício? O que vocês têm feito
pai, fui convidada para assumir a pre- para inovar?
sidência, meu cargo atual. Conte um case de liderança ou mo- Você pode inovar no processo e no
mento de dificuldade em que sua ca- produto final. A inovação no processo,
Quais características você considera racterística de líder foi fundamental com máquinas e processos mais auto-
imprescindível para ter sucesso em para resolver o problema. matizados, traz melhorias, principal-
uma posição semelhante à sua, de Sem dúvida, o momento de maior mente, no custo do produto.
presidente de uma grande indústria dificuldade foi quando assumi a pre- Já as melhorias nos produtos dizem
alimentícia? sidência. Apesar dos anos de experi- respeito às tendências alimentares:
Boa formação acadêmica, experiência ência em gestão, assumi a direção da com alimentos mais práticos (mistu-
prática, liderança e gestão de pessoas. empresa após um acidente em que ras para bolo), sustentáveis (menor
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O trabalho conjunto
de conhecimentos
teóricos e
técnicos, com a
prática, auxilia na
identificação de
problemas e na
busca de soluções,
ou seja, na melhoria
Patrícia e os irmãos Thiago contínua necessária
Costa (esq) e Paschoal
Costa Neto (dir) para todo negócio.
Patrícia Macedo Costa,
presidente do grupo Vilma Alimentos
consumo de embalagens) e mais capacidade de operação em tempo
saudáveis (macarrão integral), por real, com um sistema chamado Ma-
exemplo. nufacturing Execution System — que
Temos trabalhado em todas essas di- dá informações a todo instante sobre
reções, e em muitas outras, para gerar matérias primas utilizadas e sobre to-
diferencial de produção e de qualida- dos os processos. Praticamente não
de para o nosso consumidor. teremos apontamentos manuais, e os
controles poderão ser feitos em qual-
Como você e sua indústria têm se quer escala de tempo.
preparado para o novo contexto da Outro novo processo é a virtualização.
Quarta Revolução Industrial (Revolu- Ele contempla simulações de todos
ção 4.0), em que as novas tecnologias os processos, faz cópia virtual de do-
têm ditado os novos rumos do merca- cumentos e monitora remotamente
do, das habilidades profissionais e até todos os processos por meio de sen-
mesmo das relações interpessoais? sores espalhados pelas fábricas.
A revolução 4.0 já começou a fazer Também implementamos um concei-
parte do nosso dia a dia. Trabalhamos to mais moderno de modularidade,
desde a manutenção dos maquinários que utiliza a Internet das Coisas. A
até a experiência de compra nos su- produção acontece de acordo com a
permercados, via internet, até o ponto demanda, isso oferece mais flexibili-
de venda. dade para alterar as tarefas das máqui-
Especificamente, melhoramos a nas facilmente.
RH 14 Setores de RH, na Administração
Pública, têm na produtividade
um de seus principais desafios
POR LEON SANTOS

GESTÃO
PESSO
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DE A formação oferece
subsídios conceituais

OAS
e reflexivos
para fortalecer
e desenvolver
a inteligência
emocional. No
entanto, é na prática
que a maturidade
se desenvolve.
Manoel Carlos Rocha Lima,
administrador
RH 16

A Quarta Revolução Indus-


trial, também conhecida como Re-
volução 4.0, tem mudado o perfil das
empresas, dos setores de Gestão de
Pessoas e dos profissionais de dife-
rentes segmentos. A entrega de re-
sultados, inovação e adaptação aos
novos tempos têm sido exigidas em
instituições públicas e privadas.
Segundo pesquisa da consulto-
ria Future Minds (2019), que ouviu
150 empresas brasileiras de diferen-
tes segmentos, a produtividade é o
principal desafio dos negócios para
54% dos entrevistados. Promover o
crescimento ou aperfeiçoamento é
um obstáculo para 44% e melhorar o Organização do Trabalho, Sonisley Segundo ele, a proatividade, a resili-
resultado operacional é uma das difi- Machado, conta que existe monitora- ência e as competências associadas à
culdades para 43% dos participantes. mento estratégico dos resultados de capacidade de lidar com mudanças,
Assim como nas empresas priva- produtividade. Além do estabeleci- em geral, são as mais valorizadas e
das, na administração pública não é mento de metas, são realizados acor- desejadas pelas empresas.
diferente. No Departamento Nacio- dos para alcançar resultados, concur- “É importante o desenvolvimen-
nal de Infraestrutura de Transpor- sos de inovação e planos operacionais to dessas características, não apenas
tes (Dnit), a coordenadora Geral de para cada setor. para lidar com desafios da gestão,
Gestão de Pessoas, Danyelle Barreto, Os dados, segundo a coordena- mas também para constituir no em-
conta que a produtividade é medida dora, são levados em consideração, basamento a possíveis promoções,
por meio do planejamento anual de inclusive, para aqueles que almejam quando embasados em competência
projetos e entregas. A performance é alcançar cargos de chefia. “O foco em técnica”, explica Lima.
medida em metas individuais, que são competências tem sido a grande tôni- Em instituições como o Dnit, exis-
elaboradas e pactuadas em conjunto ca. Quando não se tem bons gerentes, te a preocupação com a formação de
com o servidor, e monitoradas pelos não se consegue atingir resultados”, novos líderes. Por isso, eles desenvol-
gestores mensalmente. ressalta Sonisley. veram o “Programa de Desenvolvi-
“Após a implantação dessa sis- mento de Líderes”, com o objetivo de

Promoção e
temática, tivemos um incremento preparar lideranças para os desafios
na produtividade considerável, e as da gestão de equipes e orientação a

liderança
entregas de projeto deslancharam. resultados.
Com o monitoramento das metas, os Segundo Danyelle Barreto, a ini-
gestores se aproximaram mais das ciativa é também formar eventuais
equipes e os feedbacks começaram a De acordo com o administrador Ma- sucessores aos cargos de gestão para
surtir efeito superpositivo; isso gerou noel Carlos Rocha Lima, a liderança garantir a continuidade de projetos e
mais engajamento e um senso maior tem sido destaque entre as caracte- melhorar o desempenho do próprio
de responsabilidade”, revela. rísticas, não apenas pela capacidade time. “Os cursos são ofertados com
Já no Ministério da Agricultura, de influenciar pessoas e grupos, mas base em competências, mapeadas e
Pecuária e Abastecimento (Mapa), também como saída para a limitação consolidadas no Dicionário de Com-
a coordenadora de Planejamento e de recursos na administração pública. petências e no Plano de Desenvolvi-
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Com o
monitoramento das
metas, os gestores
se aproximaram
mais das equipes
e os feedbacks
começaram a surtir
efeito superpositivo.
Danyelle Barreto,
mento de Pessoas (PNP), do Dnit, que A PRODUTIVIDADE coordenadora Geral de Gestão de
carregam as diretrizes da instituição NA ADMINISTRAÇÃO Pessoas do Departamento Nacional de
para a formação dos servidores”, diz. PÚBLICA TEM MAIOR Infraestrutura de Transportes (Dnit)
PESO PARA ASCENSÃO
DE CARGOS.
Soft Skills Além de processo seletivo para
avaliar as competências técnicas
Além das competências técnicas e comportamentais, o postulan-
e da liderança, outras característi- te a um cargo de chefia precisa
cas intangíveis dos colaboradores apresentar:
também são estimuladas nas ins-
tituições públicas. A maturidade 1 • capacidade de mobilizar
emocional e as Soft Skills (veja ma- equipes (liderança)
téria sobre o tema, nesta edição) são
trabalhadas nos programas de ca- 2 • capacidade de articulação
pacitação das instituições, visando (negociação)
melhor ambiente organizacional e
produtividade. 3 • resolução de problemas
Escolas de Governo também abor- (comunicação)
dam o desenvolvimento de habilida-
des intra e interpessoais. “A formação 4 • visão sistêmica
oferece subsídios conceituais e refle- (conhecimento sobre a
xivos para fortalecer e desenvolver a instituição e dos processos por
inteligência emocional. No entanto, ela desenvolvidos, bem como
é na prática que a maturidade se de- seus objetivos estratégicos)
senvolve: os processos de socializa-
ção nos contextos organizacionais do 5 • resiliência (capacidade de
setor público são muito importantes suportar pressão e superar
para que isso aconteça”, diz Lima. adversidades)
carreira 18

SOFT
SKILLS
Você provavelmente não as conhece, mas precisa delas.
Saiba por que as características comportamentais
ganharam tanta importância hoje em dia
POR LEON SANTOS
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As pessoas devem
desenvolver
sua inteligência
emocional em sua
vida e no âmbito
das instituições.
Marcus Bittencourt,
palestrante internacional
carreira 20

O mercado de trabalho está


cada vez mais dinâmico e modificado.
Com as revoluções tecnológicas, sur-
gidas nos últimos anos, as habilidades
comportamentais passaram a ter mais
espaço até mesmo que as técnicas.
As Soft Skills – competências com-
portamentais ligadas à personalida-
de e ao comportamento do indivíduo
– ganharam mais peso que as Hard
Skills, habilidades técnicas, requeri-
das para desenvolver um trabalho ou
função. É o que revela pesquisa deno-
minada “Global Talent Trends 2019”,
do Linkedin, principal rede social vol-
tada ao relacionamento profissional,
do mundo.
De acordo com o levantamento,
92% dos entrevistados consideraram
as Soft Skills tão ou mais importantes
que as competências técnicas. Entre
os entrevistados — gestores e recruta-
dores que utilizam o site — 89% consi-
deraram que as contratações que não

Habilidades
deram certo estavam relacionadas a
funcionários que tinham dificuldades petências socioemocionais passaram
com as Soft Skills ou tinham a habili- a ser percebidas como vantagem com-
dade pouco desenvolvida. petitiva, visto que são elas que vão nos Entre as Soft Skills mais importantes,
De acordo com a coach e especia- diferenciar das máquinas”, disse. e requisitadas pelo mercado, está a
lista em treinamento de pessoas, Car- Carla explica que as Soft Skills en- comunicação, incluindo o domínio
la Carvalho, as habilidades comporta- volvem aptidões mentais, emocionais da escrita. Ela é considerada poten-
mentais têm sido cada vez mais valori- e sociais. São habilidades particula- cializadora de outras habilidades, de
zadas nos últimos anos, em virtude de res, desenvolvidas de acordo com as acordo com o relatório The Future of
resultados vinculados à alta rotativi- experiências culturais e com a forma Jobs (2018), do Fórum Econômico
dade em empresas e, também, devido de criação e educação, de cada pessoa. Mundial (de 2018).
à evolução tecnológica. Esta última, As habilidades comportamen- Outros exemplos de Soft Skills são:
marcada pela substituição gradual tais, segundo ela, estão relacionadas colaboração em grupo, organização,
de seres humanos por computadores à forma como indivíduo se relacio- planejamento, flexibilidade e resiliên-
e robôs, em atividades industriais, co- na e interage com outras pessoas e, cia — capacidade de suportar pressão e
merciais e do setor de serviços. dessa forma, melhora os relaciona- adversidades, sendo sinônimo de ma-
“A revolução tecnológica teve co- mentos interpessoais. “Pessoas com turidade e força. “Essas são algumas
mo um dos benefícios o aumento da essas habilidades desenvolvidas das habilidades mais procuradas pelas
produtividade, e como consequência, ajudam a tornar os ambientes mais empresas”, diz Marcus Bittencourt,
a automação de processos ligados às harmônicos e produtivos dentro das palestrante internacional sobre temas
nossas habilidades técnicas. As com- empresas”, ressalta. empresariais e professor universitário.
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O PROCESSO
DE AUTOAVALIAÇÃO

O processo de autoavaliação
possui quatro perguntas

Solução
que devem ser respondidas,
Segundo ele, também são valoriza- segundo Carla Carvalho.
das características como capacidade No planejamento individual de
de resolver problemas, pensamento É possível identificar as característi- desenvolvimento, a pessoa deve
criativo, relacionamento interpessoal cas pessoais que precisam ser traba- perguntar-se:
e capacidade de negociação. Compe- lhadas e desenvolver suas próprias

1
tências mais tangíveis como orien- Soft Skills, segundo Carla Carvalho. Por que o aprimoramento
tação a resultados, liderança, ética e Ela diz que o primeiro passo é desen- desta competência é
visão sistêmica são igualmente requi- volver o autoconhecimento e conhe- importante para mim?
sitadas pelas empresas. cer o próprio perfil comportamental.

2
Por vezes confundida com matu- Por meio do Assessment, ferra- De que forma essa
ridade emocional, Bittecourt diz que menta de avaliação de perfil com- competência vai me
elas não são a mesma coisa. A inteli- portamental, é possível, segundo ela, ajudar no dia a dia?
gência emocional seria a base das Soft identificar o estado atual e pontos de

3
Skills. “Consiste em um conceito que melhoria a serem desenvolvidos para Em quanto tempo
descreve a habilidade de reconhecer cada indivíduo. “Outra solução seria assimilarei essa habilidade,
e avaliar as suas próprias emoções, a investigação por feedback, com tornando-a natural?
bem como a dos outros. Para tanto, objetivo de entender como as pes-

4
as pessoas devem desenvolver sua soas te percebem, seja no contexto Qual o primeiro passo
inteligência emocional em sua vida corporativo ou nos relacionamentos que darei em direção
e no âmbito das instituições”, avalia. sociais”, indica. a esse objetivo?
local/MG
Belo Horizonte
de*5 a 7 de
maio de 2020

FOGESP
Fórum CFA
de gestão
pública

Mais informações
no site www.cfa.org.br
*as datas podem ser alteradas sem aviso prévio
local/BA
Salvador
de*28 a 30 de
outubro de 2020

Encontro
brasileiro de
Administração

ENBRA
gerencia-
mento 24

GESTÃO DE
RISCO NAS
ORGANIZAÇÕES
Segmento é considerado indispensável para proteção das empresas
POR LEON SANTOS
25
gerencia-
mento 26

E scândalos de desfalques,
fraudes e corrupções em instituições
públicas e privadas fizeram com que
o segmento de Gestão de Risco au-
mentasse sua importância substan-
cialmente no Brasil, nos últimos anos.
Exemplos são muitos e vão desde
desfalques na Petrobras - que levou
à visibilidade nacional da Operação
Lava Jato - até fraudes e desfalques no
Banco Panamericano, que pertencia
ao apresentador e empresário, Sílvio
Santos.
Pesquisa realizada pela empresa de
consultoria e auditoria KPMG, deno-
minada CIO 2018, destacou o geren-
ciamento de ameaças — em especial
os operacionais e de segurança de
informação — como prioridade para
os 4 mil gestores e executivos, con-
sultados na entrevista. De acordo com
o estudo, houve aumento de 25%, em
relação ao ano anterior, no número de
executivos que agora passaram a prio-
rizar o segmento como ferramenta
imprescindível contra possíveis ame-
aças ao negócio em que trabalham.
No mesmo levantamento, os ges-
tores também relataram que ações
de gestão de risco podem aumentar
o lucro de empresas em até 38%, em
relação aos concorrentes. Os dados da
KPMG ainda mostram que o procedi-
mento contribui para criar e melhorar
relacionamentos comerciais entre as
instituições.
Segundo o auditor de Controle In-
terno, Lúcio Carlos de Pinho Filho, o
segmento contempla atividades orga-
nizacionais cuja finalidade é a identi-
ficação, análise, avaliação, registro e
tratamento de ações e informações.
O segmento contempla medidas que
reduzem a probabilidade de ocorrên-
cias e mantém as ameaças em níveis
controláveis.
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GESTÃO DE RISCO:
10% DE PROCESSO, 90% DE CULTURA

Fortalecer a cultura de gerenciamento de riscos entre os


funcionários é o passo mais importante na implementação
do sistema de gestão do segmento nas organizações.

Incertezas
1 Tone Top: quem está no topo dá o exemplo
representam riscos,
mas também
oportunidades.
2 Proteção de funções e responsabilidades
Tem potencial
para destruir ou
3
Integração do gerenciamento de agregar valor, se
riscos aos processos de negócio
bem trabalhadas.
Lúcio Carlos de Pinho Filho,
4 Abertura de comunicação
auditor de Controle Interno

5 Treinamento de funcionários

6 Motivação dos colaboradores

O termo risco, segundo Pinho, pos- abrir possibilidades para o desenvolvi-


sui mais de uma interpretação, signi- mento. “Incertezas representam riscos,
ficado ou sentido. No mundo corpo- mas também oportunidades. Tem po-
rativo pode ser enfocado o efeito, ou tencial para destruir ou agregar valor,
impacto, e as incertezas: neste caso, se bem trabalhadas”, ressalta Pinho.
mercado, tecnologia, economia e cul- Entre as diferentes classificações
tura — nos objetivos organizacionais. existentes, os riscos podem ser con-
Ele ressalta que as organizações siderados operacionais, táticos ou
estão sujeitas a fragilidades, em virtu- estratégicos. Os operacionais estão
de de as estratégias organizacionais atrelados às ações empregadas no
visarem o futuro. A gestão, neste caso, dia a dia, e os táticos aos planejamen-
teria o propósito de auxiliar as organi- tos bem ou mal executados. Os estra-
zações a atuarem de modo mais efeti- tégicos são vinculados às ações inse-
vo em contextos complexos. ridas ainda na fase de planejamento
A vulnerabilidade pode, também, e que podem, ou não, corresponder à
gerencia-
mento 28

realidade do que é esperado.


O processo de gestão neste seg-
mento, em âmbito corporativo, con-
siste em três etapas, são elas: a iden-
tificação, avaliação e tratamento das
vulnerabilidades. A primeira, ‘identi-
ficação’, está relacionada à análise de
possíveis situações de fragilidades, de
acordo com o tipo de negócio da em-
presa e as situações mais frequentes
ou possíveis.
O segundo, ‘avaliação’, analisa e
estipula graus de possibilidades, con-
forme as ocorrências vividas — em re-
lação à outras empresas ou à própria
instituição. Também analisa pontos
fortes e fracos da empresa.
Já o terceiro, são as ações de pre-
venção em si: seja contra históricos
já sucedidos na empresa ou soluções
contra situações prováveis de acon-
tecer. “Analisar riscos é não apenas
prever possibilidades, mas também
analisar pontos de vulnerabilidades
da empresa e saná-los, antes de acon-
tecer”, diz o professor e pesquisador
da Universidade de São Paulo (USP),
Fábio Lotti.

Vantagens
Entre as vantagens de desenvolver a
gestão de riscos em uma empresa está
a estruturação de um processo deci-
sório mais assertivo que dê suporte a
elaboração de decisões embasadas.
Além de proteger o valor organiza-
cional, por intermédio da exploração
racional de oportunidades é possível atividades organizacionais. Ela per- descentralizada, com existência de
enfrentar novos desafios, com a redu- mite, ainda, a conquista dos objetivos comitês, em nível operacional, que
ção de perdas operacionais e melho- organizacionais e antecipa o processo reportam as fragilidades aos comitês
ria contínua de processos. decisório na empresa. de nível tático. E, sucessivamente, re-
Segundo Lotti, a gestão de vulne- O pesquisador revela o formato portam as informações identificadas
rabilidade é um processo estruturado ideal ou como deve ser composto o ao comitê central, no nível estratégi-
que visa tratar de forma mais eficiente comitê de risco. “O ideal é que uma co”, analisa.
e eficaz as incertezas envolvidas nas organização tenha uma estrutura De acordo com o autor Alexey
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

29

Analisar riscos é
não apenas prever
possibilidades,
mas também
analisar pontos de
vulnerabilidades da
empresa e saná-los,
antes de acontecer.
Fábio Lotti,
professor e pesquisador da
Universidade de São Paulo (USP)

Sidorenko, o fator cultural das empre- “Nesse sentido, o patrocínio das


sas é tão relevante quanto o gerencia- lideranças, a capacitação e o engaja-
mento de fragilidades, em si. Ele vai mento contínuo dos colaboradores é
além, ao afirmar que 10% da gestão de fundamental para o êxito desse tipo
risco é processo (gerenciamento) e de iniciativa, uma vez que os proble-
90% cultura organizacional: práticas mas, as mudanças, ocorrem todos os
que minimizam a probabilidade de dias e, a cada dia, é necessário a busca
insegurança. criativa de soluções”, analisa Pinho.
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

compliance 30

COMP
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

31

Saiba o que é, como funciona


e por que ele deve ser aplicado à sua empresa

LIANCE
POR LEON SANTOS
compliance 32

T ermo do momento, nas ins-


tituições públicas e privadas, o Com-
pliance está cada vez mais presente
no vocabulário de empresas de todo
o Brasil. A fama ocorreu após aprova-
ção da Lei Geral de Proteção de Dados
(n.º 13.709/2018), que instituiu regras
para posse e uso de informações pes-
soais de terceiros.
A palavra Compliance tem origem
na língua inglesa e, segundo o Dicio-
nário Oxford, significa literalmente
“obedecer a regras e normas, ou soli-
citações feitas por pessoas investidas
de autoridade ( jurídica)”. No âmbito
das instituições, públicas ou priva-
das, ele alinha práticas da instituição
com a legislação do país, estado ou
município.
Segundo a procuradora e subcor-
regedora de Planejamento Correcio-
nal substituta, da Advocacia Geral da
União (AGU), Mariana Cruz Monte-
negro — que é especialista no tema
— entre os objetivos do segmento está
o de prevenir, detectar e remediar des-
vios de irregularidades que possam
prejudicar a imagem e a credibilida-
de das instituições. Ela explica que o
segmento atua prioritariamente na
prevenção, ao elaborar programa de
integridade e avaliar os riscos ope-
racionais, gerenciando os controles
internos da organização.
De acordo com a procuradora, a
gestão de riscos é um dos pilares do
Compliance. Juntos, eles fazem com
que os impactos causados por um
desvio de conduta seja previsto antes
de sua ocorrência. Eles estabelecem,
ainda, controles que diminuam a pro-
babilidade de sua materialização e,
caso o problema ocorra, minimizam
o impacto causado.
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

33

Outra função do Compliance é fa-


zer cumprir normas e procedimentos
internos, direcionando-os aos objeti-
vos estratégicos, missão e visão da Ele é responsável
organização. “Ele é responsável pela
gestão da integridade e deve garantir pela gestão da
não só que sejam observadas as leis, integridade e deve
normas e diretrizes internas das insti-
tuições, mas também promover uma garantir não só que
verdadeira mudança de cultura orga- sejam observadas
nizacional”, explica Mariana.
as leis, normas e
diretrizes internas
Profissionais de das instituições, mas
Compliance também promover
Embora o Compliance esteja mais uma verdadeira
atrelado ao ambiente jurídico, pro- mudança de cultura
fissionais de diferentes formações
também podem trabalhar no seg- organizacional.
mento, pois é exigido conhecimento
específico tanto da área jurídica como Mariana Cruz Montenegro,
contábil, administrativa, de recursos procuradora e subcorregedora de
humanos, Tecnologia da Informação Planejamento Correcional substituta,
(TI) e comunicacionais. Para Maria- da Advocacia Geral da União (AGU)
na, é até mesmo necessário ter uma
equipe multidisciplinar para que cada
vivência profissional adicione sua ex-
pertise aos diferentes pilares da área.
“Os advogados podem ter maior
facilidade com normativos e redações
políticas, mas um bom comunicador,
por exemplo, é fundamental para que
elas sejam transmitidas e interioriza-
das da maneira desejada. Já um con-
tador vai possibilitar que os registros
contábeis sejam feitos de forma ade-
quada e correspondam à realidade do
que é praticado na instituição”, exem-
plificou Mariana.
Diante do cenário tecnológico e
disruptivo atual, em que as informa-
ções passam a ser disseminadas de
maneira global, é necessário haver
compliance 34

O monitoramento
dos programas de
compliance deve
ser feito, mediante
revisão periódica
da análise de
riscos jurídicos e
socioambientais.
Arthur Bobsin,
especialista em Direito Administrativo

setor dedicado ao Compliance. De Como e


quando surgiu
acordo com o advogado e especialis-
ta em Direito Administrativo, Arthur

o Compliance
Bobsin, uma empresa pode implantar
o setor com a elaboração de um códi-
go de conduta que chegue a todos os
funcionários, de maneira inteligível. De acordo com o advogado e espe-
Segundo Bobsin, a integração de cialista em Direito Administrativo,
todos os colaboradores, sobretudo, Arthur Bobsin, o Compliance surgiu
os de alto escalão da empresa — tais no início do século 20, com a criação
como CEOs, diretores e gerentes — é do Banco Central dos Estados Unidos
fundamental para dar exemplo aos (FED). Seu objetivo foi criar ambien-
demais funcionários. Além disso, é te financeiro mais flexível, seguro e
preciso oferecer canais onde possam estável.
ser reportados desvios dos planos di- Na década de 1970, nos EUA, foi
retores do Compliance da empresa. criada Lei Anticorrupção Transna-
“O monitoramento dos programas cional — a Foreign Corrupt Practices
de compliance deve ser feito, median- Act (FCPA) —, que endureceu as pe-
te revisão periódica da análise de ris- nas para organizações americanas
cos jurídicos e socioambientais. Além envolvidas com atos de corrupção
disso, deve haver revisão e adequação no exterior. Na época, foi descoberto
do treinamento e de ações específicas envolvimento de empresas privadas e
para áreas sensíveis e de alto risco”, governos, em esquemas de corrupção.
esclarece Bobsin. O escândalo fez com que as compa-
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

35

COMO INICIAR
O SETOR DE
COMPLIANCE

• Elaborar um código de
conduta, com linguagem
acessível;

• Esclarecer aos funcionários


da organização, a importância
de seguir os protocolos
estabelecidos no código de
conduta;
nhias — não apenas aquelas envolvidas quemas de corrupção envolvendo
nos esquemas — adotassem práticas de empresas públicas e privadas, bem • Fazer com que a diretoria
Compliance para melhorar suas ima- como agentes públicos. A operação e os cargos de chefia deem o
gens e tivessem melhor recepção nos Lava-Jato foi iniciada nesta época e exemplo, ao seguir os padrões
mercados americano e internacional. abordou lavagem de dinheiro e, poste- definidos;
No Brasil, o segmento ganhou des- riormente, desvios de verbas públicas
taque inicial, em 1992, no início da de empresas como a Petrobras (que • Criar canais internos para
abertura do mercado nacional, a em- tem capital público e privado). denúncias (ouvidoria), em que
presas estrangeiras. Na época, o País Atualmente, a empresa petrolífera os funcionários relatarão as
se adequou aos padrões éticos de com- brasileira é referência no uso de Com- desconformidades com os
bate à corrupção. A ação foi necessária pliance. Em 2014, a Petrobrás criou a protocolos;
devido à crescente competitividade Diretoria de Governança e Conformi-
entre empresas transnacionais. dade e o Programa Petrobras de Pre- • Cumprir todos os
O Brasil voltou a abordar o tema, venção da Corrupção (PPPC), setor regulamentos e leis. Além disso,
em 2014, com a descoberta de es- que cuida das políticas da empresa. a empresa não pode envolver-
se com práticas moralmente
questionáveis. Desta forma, a
imagem da instituição é zelada.

• Integrar a cultura
Acesse o QR code e leia um organizacional com as práticas
pequeno texto sobre a história de Compliance.
de como surgiu o Compliance
no Brasil e no mundo. Fonte: Arthur Bobsin
segurança
pública 36

O PESO
INSEGUR
37

DACrescimento Econômico do Brasil é prejudicado


por segurança pública ineficiente

URANÇA
POR LEON SANTOS
segurança
pública 38
GASTOS
CAUSADOS PELA
INSEGURANÇA

Referência:
Os impactos Valor do PIB (2015)
refletem nos custos R$ 4.111.863.267.300,00
(R$ 4,1 trilhões).
dos produtos, e
isso vai impactar Valor do carro popular:
R$ 35 mil
lá na frente para o
consumidor final. Valor da construção da escola:
R$ 2 milhões
Leanderson Cordeiro,
administrador, consultor empresarial
e mestre no segmento

A ineficácia da segurança pública


brasileira impede o desenvolvimen-
tos dos produtos, e isso vai impactar
lá na frente para o consumidor final”,
to e a expansão econômica do País. diz o administrador, consultor empre-
Afirmação é comprovada pelo “Atlas sarial e mestre no segmento, Leander-
da Violência 2019”, divulgado pelo son Cordeiro.
Instituto de Pesquisa Econômica O administrador explica que a ine-
Aplicada (Ipea). ficácia da segurança pública reduz a
De acordo com o documento, as competitividade de empresas brasi-
perdas econômicas decorrentes da leiras no exterior e o interesse das em-
violência chegam a 5,9% do Produ- presas internacionais de investirem
to Interno Bruto (PIB) do Brasil, um no País. Segundo ele, atualmente, ao
prejuízo de R$ 373 bilhões ao ano. Es- planejar a instalação de uma indústria
tão incluídos no cálculo gastos com no Brasil, os investidores já calculam o
segurança privada e seguros, custos preço da segurança adicional que vai
com homicídios e despesas públicas: garantir o funcionamento do negócio.
com a Saúde (SUS), segurança públi- Outros problemas apontados por
ca (polícia) e sistema prisional. Cordeiro são a fuga de capital intelec-
Ainda segundo a pesquisa do Ipea, tual para o exterior e a recusa de bons
em 2017 — auge do roubo de cargas profissionais, brasileiros e estrangei-
no estado do Rio de Janeiro —, 13% ros, de trabalhar em cidades com nível
do total de empresas transportado- alto de violência e desordem. “Isso faz
ras faliram. Também houve aumento que as empresas tenham que oferecer
de até 30% no valor de mercadorias, salários mais altos ou com mais bene-
decorrentes da elevação do preço de fícios para atrair esses profissionais.
frete e seguro. Isso aumenta, mais uma vez, os custos
“Os impactos refletem nos cus- de operação das empresas”, explica.
39

Seguro e perdas materiais: Segurança Pública Custos judiciais:

R$ 32,8 bi R$ 55 bi R$ 23,8 bi
equivalente a 939.714 equivalente a 1.571.428 equivalente a 681.142
carros ou 16.445 escolas carros ou 27.500 escolas carros ou 11.920 escolas

4% do PIB
O custo com a criminalidade aumentou em
R$ 172 bilhões, entre 1996 e 2015,
aumento de 4,5% ao ano custo da insegurança

Segurança Privada: Custo do encarceramento: Perda de capacidade produtiva:

R$ 38,6 bi R$ 10,6 bi R$ 16,4 bi


equivalente a 1.102.857 equivalente a 305.428 equivalente a 469.714
carros ou 19.300 escolas carros ou 5.345 escolas carros ou 8.220 escolas

Mais evidências nas delegacias da Polícia Civil no es- país, a segurança privada tem sido
tado do RJ — conta que um dos efeitos incorporada às empresas, shoppings,
Relatório de 2018, da Secretaria Es- da falta de segurança é o crescimento transportadoras e condomínios.
pecial de Assuntos Estratégicos, da das empresas de segurança privada. “Isso é sem dúvida um impacto
Presidência da República, revela que Ele se baseia no relatório da Secreta- econômico, pois desvia recursos de
o Brasil aparece entre os 10% de paí- ria de Assuntos Estratégicos, da Pre- atividades produtivas ou inovadoras
ses com maiores taxas de homicídio sidência da República, de junho de para atividades de apoio. Deste modo,
do mundo. Embora o País represente 2018, que revela o aumento de 142%, o custo fica vinculado à atividade fim,
apenas 3% da população mundial, ele entre os trabalhadores de segurança elevando os custos operacionais e os
concentra 14% das mortes. privada no Brasil. preços finais”, sentencia.
De acordo com o estudo, o custo O documento revela que, entre
com a criminalidade — para o Esta- 1996 e 2016, subiu de 680 mil para
do brasileiro — houve aumento de 1,65 milhão o número de pessoas que
R$ 172 bilhões (foi de R$ 113 bilhões passou a trabalhar no segmento. “O
para R$ 285 bilhões), entre 1996 e mercado de segurança teve cresci-
2015, aumento de 4,5% ao ano. “Em mento contínuo, porque as forças de
proporção à população, é muita coi- segurança pública não atendem a Acesse o QR code e saiba
sa. Quando você coloca tudo isso no sociedade nem com eficiência nem mais sobre o assunto.
cálculo, chega-se à conclusão de que eficácia. Com isso, as condições de
este custo causado pela insegurança segurança pública se deterioram a
representa cerca de 4% do PIB brasi- cada ano”, explica.
leiro”, diz Cordeiro. Para o administrador, o crescimen-
O também administrador, César to do setor é o indício de que as ins-
José de Campos, coordenador-geral tituições de segurança pública não
do “Programa Delegacia Legal” — cumprem de forma satisfatória suas
projeto que eliminou as carceragens atribuições. Em diferentes regiões do
LO
GÍS
logística 40

TIC

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REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

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SA
NT nta de que área de logística promete
OS l pa em ofe esquentar o mercado até 2023. Se-
ra pre rec gundo o Mapa do Trabalho Indus-
as e
em go e trial 2019-2023, do Serviço Nacional
pre de Aprendizagem Industrial (Senai),
sas

OU
nos próximos quatro anos profissões
ligadas à tecnologia, entre elas a Lo-
gística, estarão entre as que mais
apresentarão aumento de postos de
trabalho.
Segundo o relatório, 1,2 milhão de
vagas serão geradas na área até 2023.
“O segmento tem atraído muitas pes-
soas, não apenas pelo número de va-
gas, mas também pelo valor dos salá-
rios”, diz o professor Aurélio Lamare,
da Universidade Federal Fluminense
(UFF), de Niterói-RJ.
De acordo com Lamare, que é pro-
fessor do ‘MBA em Logística Empre-
sarial e Gestão de Cadeia de Supri-
mentos’ na UFF, a logística inclui o
processo de planejamento, transpor-
te e armazenamento de mercadorias,
desde a origem até o consumidor
final. Tudo começa com o planeja-
mento, passa pela otimização e de-
pois para a execução do traslado em
si, com o uso de veículos terrestres,
aéreos e marítimos para movimentar
mercadorias entre armazéns, locais de
varejo e clientes.
Antes do transporte, no entanto,
ainda durante o processo de plane-
jamento, busca-se otimizar as rotas
(com itinerários mais curtos e rápi-
dos) e cargas, ao aproveitar melhor
os espaços dos veículos para caber
mais itens e levar mais, com menor
custo. Além disso, nesta fase ocorre a
gestão de pedidos, auditoria de frete
e pagamento.
“Antes de realizar o transporte
propriamente dito, tudo é planeja-
mento e organização. Depois, é exe-
cução e controle sob a efetividade
dos processos”, explica Lamare.
logística 42

Outro setor da logística é a arma-


zenagem, que inclui funções como
gestão de estoque e atendimento de
pedidos. Também envolve o gerencia-
mento de infraestrutura e de depósi-
tos: na prática, inclui a gestão de veícu-
los e processos, bem como dos locais
de carga, descarga e armazenamento.
No gerenciamento de logística,
como um todo, são concentrados
esforços na eficiência e eficácia das
atividades relativas à produção e exe-
cução de produtos e serviços. O seg-
mento faz parte da gestão da cadeia
de suprimento e planeja, implementa
e controla o fluxo, bem como o arma-
zenamento de mercadorias.
“O processo de gestão na logística
inclui desde a fase iniciada no ponto
de origem até o ponto de consumo.
Ele visa atender aos requisitos esta-
belecidos pelos contratantes e tem
como principal objetivo garantir que
os serviços oferecidos sejam rápidos,
precisos e de qualidade”, resumiu.

Definições e
objetivos
De acordo com Lamare há quem con-
funda o termo ‘logística’ com ‘logísti-
ca integrada’. Segundo ele, a integra- zenagem e processamento. Porém, plo, um navio chegar, e um guindaste
ção é intrínseca ao processo de logís- abaixo deles, o setor ainda conta com não estar pronto para descarregar o
tica, por esse motivo, ele considera a atividades de apoio, tais como a dis- contêiner”, diz.
incorporação da palavra ‘integrada’ tribuição física (o transporte em si), o

Tecnologia e
como sendo redundante. suprimento físico (de empresas, com
“Utilizar o termo integrada à pala- insumos) e embalagens (visam prote-

desafios
vra logística é como dizer ‘subir para ger os produtos no transporte).
cima’ ou ‘sair para fora’. Além disso, a As subatividades também contem-
expressão ‘logística integrada’ se refe- plam os sistemas de carregamento e
re às características de sincronização descarregamento (de cargas), manu- O também professor do curso de Ad-
e integração, da logística, sem deixar tenção de informações (de estoque ministração, da Universidade Fede-
nenhuma lacuna, nenhum hiato, entre e de clientes) e sistema de processa- ral do Rio Grande do Sul (UFRGS),
um processo e outro”, explica. mento de pedido. “Todos os setores Antônio Carlos Maçada, explica que
A logística reúne três grandes da logística devem trabalhar de forma atualmente a área de logística possui
áreas principais: transporte, arma- coordenada. Não adianta, por exem- práticas modernas de governança na
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

43

Antes de realizar
o transporte
propriamente dito,
tudo é planejamento
e organização.
Depois, é execução
e controle sob a
efetividade dos
processos.
Aurélio Lamare,
professor da Universidade
Federal Fluminense (UFF)

Cadeia de Suprimentos, com o uso de Embora a tecnologia tenha con-


Inteligência Artificial e Big Data. Eles tribuído para o desenvolvimento da
ajudam na organização, distribuição área de logística, Maçada ressalta
e controle do fluxo logístico. que o Brasil tem que melhorar a in-
A informatização, segundo ele, ge- fraestrutura dos modais de transporte,
rou mais ganhos de produtividade e sobretudo, incentivar o transporte fer-
eficiência, além de mais transparên- roviário para tornar o Brasil mais com-
cia às operações e redução de custos petitivo no mercado internacional.
(operacionais e financeiros). “Empre- “Um país como Brasil precisa me-
sas como Walmart, Amazon e Alibaba lhorar as estradas, incentivar o trans-
são exemplos de organizações que porte ferroviário e criar uma cultura
usaram a tecnologia na cadeia de su- para o transporte de cabotagem (via
primentos com eficiência e, com isso, barco ou navio). Estamos melhoran-
conquistaram a vantagem competiti- do, mas estamos muito atrasados ain-
va que hoje elas apresentam”. da”, finalizou.
LGPD 44 NOVA
PROTEÇÃO
DE DADOS

LGPD é a nova ferramenta que promete garantir


direitos à privacidade e frear movimento
desenfreado de posse e armazenamento
de dados pessoais dos brasileiros
POR LEON SANTOS
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

45

A LGPD visa
estipular os
princípios e
bases legais que
autorizam ou
impeçam o uso de
dados pessoais para
fins econômicos.
Márcio Bordignon,
diretor da empresa Multip
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

LGPD 46

C om implementação prevista
para 2020, a Lei n.º 13.709/2018 — co-
nhecida como Lei Geral de Proteção
de Dados Pessoais (LGPDP ou apenas
Pode haver, também, LGPD) — deverá mudar a relação en-
multas simples de até tre a população e empresas que mani-
pulam dados pessoais de milhões de
2% do faturamento brasileiros. Criada para estabelecer
da pessoa jurídica regras sobre coleta, armazenamento
e a forma como os dados serão utiliza-
de direito privado. dos, a lei promete punir aqueles que
Ou seja, das fizerem mau uso das informações.
Na prática, a regra poderá trazer
empresas, grupos mais segurança e privacidade para
ou conglomerados pessoas que tiverem seus dados co-
letados em qualquer estabelecimen-
empresariais, to público ou privado. “A LGPD visa
sendo limitada a estipular os princípios e bases legais
que autorizam ou impeçam o uso de
indenização à R$ 50 dados pessoais para fins econômicos,
milhões, por infração. de forma a evitar abusos e, também,
proporcionar segurança jurídica pa-
Eduardo Tomasevicius, ra quem lida com esse tipo de dado,
professor da faculdade de Direito da de maneira legítima”, explica Márcio
Universidade de São Paulo (USP) Bordignon, diretor da empresa Mul-
tip, de Tecnologia da Informação.
A nova lei contém regras para o
uso e tratamento de dados pessoais
que possam ser usados para discri-
minação, invasão de privacidade ou
exposição de pessoas. Visa, ainda,
evitar que dados como orientação
sexual, filiação político-partidária
ou dados biométricos sejam usadas
indevidamente.
Para o administrador e especialista
em Tecnologia da Informação, Osa-
mu Francisco Takahata, o papel de
cada indivíduo está bem definido na
LGPD. Nela, foi identificada a função
de cada um dos três interessados: o
titular, o controlador e o operador.
“O titular é aquele a quem os da-
dos se referem. O controlador é a pes-
soa física (PF) ou jurídica (PJ) que
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

47

detém a posse dos dados, e a quem que a autorização de uso das informa-
compete as decisões referentes ao ções poderá ser revogada, a qualquer
tratamento dos dados pessoais. Já momento, mediante manifestação
o operador é aquele que irá tratar os expressa do titular (dono dos dados),
dados pessoais em nome do contro- por procedimento gratuito e de fácil
lador”, explica Takahata. acesso. Em caso de alteração do con-
teúdo do acordo, o controlador deverá

Detalhes da lei
informar ao titular, com destaque no
teor das alterações, podendo o titular
revogar o consentimento, caso discor-
A Lei n.º 13.709/2018 autoriza o trata- de da mudança.
mento dos dados pessoais, mediante Segundo o professor da faculda-
consentimento do titular e, também, de de Direito da Universidade de São
para realização de estudos por órgão Paulo (USP), Eduardo Tomasevicius,
de pesquisa com garantia de anoni- em caso de possíveis sanções, impos-
mato. O consentimento deverá ser tas pelo poder público, cabe indeni-
fornecido por escrito ou por meio zações morais e materiais. Entre as
que demonstre a manifestação de punições, a primeira é advertência
vontade do titular. com indicação de prazo para adoção
De acordo com a nova regra, em ca- de medidas corretivas.
so de litígio, o controlador terá o ônus A nova regra exige que a infração
da prova, tendo que demonstrar que o seja notificada ao seu autor, após de-
dado foi obtido em conformidade com vidamente apurada e confirmada sua
a lei. “A disposição prevê, também, ocorrência. Depois, ocorre o bloqueio
possíveis casos de vício de consenti- compulsório dos dados pessoais a que
mento, quando os contratos contêm se refere a infração, até sua regulação e
divergências entre a vontade real do posterior eliminação das informações
interessado e a impossibilidade de da posse do controlador e operador.
que ela se expresse”, revela Takahata. “Pode haver, também, multas
Na LGDP, o consentimento será simples de até 2% do faturamento da
permitido desde que haja explicação, pessoa jurídica de direito privado. Ou
expressa, sobre qual será a finalidade seja, das empresas, grupos ou conglo-
em que serão utilizadas. Caso contrá- merados empresariais, sendo limita-
rio, o contrato tornar-se-á nulo. da a indenização à R$ 50 milhões, por
Em seu artigo 8º, a nova lei detalha infração”, relata Tomasevicius.

Acesse o QR Code e conheça


os fatos que levaram à criação
de leis de proteção de dados,
no Brasil, EUA e Europa.
CFA 50
ESTÍMULO AO
CONHECIMENTO E 51
INOVAÇÃO
Premiações do CFA estimulam novas práticas e
incentivam administradores,
acadêmicos e estudantes
POR LEON SANTOS Os inscritos têm
apresentado

O s prêmios ‘Guerreiro Ra-


mos’, de Inovação na Gestão Pública,
e o ‘Belmiro Siqueira’, de pesquisas na
nistração e que proporcionam maior
visibilidade e reconhecimento em su-
as atividades no setor público. Além
trabalhos que são
cada vez mais
utilizados por
profissionais de
área de Administração, têm conquis- disso, estimulam o desenvolvimento
tado adesão e reconhecimento dos e o compartilhamento de práticas Administração e
profissionais do segmento, em todo inovadoras de gestão e de pesquisas que proporcionam
o Brasil. Em 2019, os concursos ren- científicas”, avaliou Ramos.
deram mais de R$ 50 mil em prêmios. Segundo o diretor de Gestão Pú- maior visibilidade
blica do CFA, Fábio Mendes Macêdo, e reconhecimento
Prêmio Guerreiro
o prêmio recebeu 39 inscrições. Mas
apenas 25 estavam de acordo com o em suas atividades
no setor público.
Ramos
regulamento e o edital.
“Tivemos 23 trabalhos inscritos na
categoria Práticas Inovadoras e 2 tra-
Criado em 2010, o prêmio Guerreiro balhos na categoria científica. Temos, Rogério Ramos,
Ramos de Inovação na Gestão Pública pouco a pouco, incentivado não ape- vice-presidente do CFA e
foi instituído para valorizar os pro- nas a promoção do nosso segmento, coordenador da banca julgadora
fissionais da Administração e home- mas também práticas inovadoras e
nagear o professor de mesmo nome importantes para nossa profissão e
(Alberto Guerreiro Ramos), por ter para o País”, ressaltou.
exercido grande influência política e Participaram do Comitê julgador a
acadêmica na promoção do segmento vice-diretora da Câmara de Gestão de
no País. No último dia (3/12) foram re- Projetos (CGP), Ivany Rosa, bem co-
velados os vencedores da edição 2019, mo o coordenador e o colaborador do
em sessão plenária do CFA. mesmo setor, Rodrigo Moura e Marce-
De acordo com o vice-presidente lo Gomes, respectivamente. Além de-
do CFA e coordenador da banca jul- les, também fizeram parte da banca o
gadora, Rogério Ramos, a cada ano coordenador da Câmara de Inovação
os trabalhos impressionam mais na Gestão Pública do CRA-ES, Ma-
pela qualidade e importância social. noel Carlos, e o professor do Instituto
Segundo ele, além de incentivar o es- Federal de Brasília (IFB), Elias Viera
tudo e a inovação, serve ainda para de Oliveira.
estimular novos administradores a Ao todo, o Prêmio Guerreiro Ra-
se inscreverem nas próximas edições. mos pagou R$ 17 mil entre os ganha-
“Os inscritos têm apresentado dores da categoria “Práticas Inovado-
trabalhos que são cada vez mais uti- ras”, e R$ 9.500 entre os concorreram
lizados por profissionais de Admi- na categoria “Pesquisas Científicas”.
CFA 52

Belmiro Siqueira
O Prêmio Belmiro Siqueira de Admi- -SC), e “Governo digital do Brasil: o Já o segundo colocado foi do CRA-
nistração 2019 recebeu 14 trabalhos, portal gov.br”, da administradora Kle- -PR, com o artigo “Compras públicas
sendo oito livros e seis artigos aca- omara Gomes Cerquinho (CRA-AM). em hospitais universitários: uma
dêmicos. Após análise da banca, pre- Na modalidade artigo acadêmico, o análise dos processos licitatórios de
sidida pelo vice-presidente do CFA, primeiro ficou com a publicação “Ino- 2018”, da autora Daniela Yamaji. Ela
Rogério Ramos, o grupo divulgou os vação e Gestão: O desafio dos admi- receberá prêmio de R$ 5 mil.
ganhadores do concurso. nistradores frente às novas aplicações Na edição 2019 não houve terceiro
Na modalidade livro, o vencedor das megatendências tecnológicas e lugar, em virtude da falta de atendi-
foi a publicação “Inovação em mer- uma proposta de aperfeiçoamento na mento aos critérios do concurso, es-
cados emergentes”, dos organizado- formação do administrador”, de São tabelecidos na Resolução Normativa
res Roberto Bernardes, Felipe Borini, Paulo. Os autores são Aureli Padetti, do CFA, nº 536/2018.
Dennys Rossetto e Rafael Pereira. Eles Driele Lima, Juscelio Damascena, Ma- Ao todo, o CFA deu R$ 30 mil em
foram agraciados com o prêmio de teus dos Anjos, Stefani Lucena e Lean- prêmios, divididos entre as categorias
R$ 15 mil. dro da Silva – que ganharam R$ 10 mil. e a colocação no ranking.
Devido à alta qualidade dos mate-
riais enviados, o comitê decidiu tam-
bém fazer menção honrosa a outros
livros que participaram do concurso.
Receberam a homenagem os livros
“Entrepreneurs – pessoas essenciais Acesse o QR Code ao
que fazem acontecer”, do administra- lado, e saiba mais sobre
dor Alexandre de Sá Oliveira (CRA- os prêmios do CFA.
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

CFA 54

AÇÕES A
FAVOR DA
LEGALIDADE
Sistema CFA/CRAs cria resolução normativa para manter supervisão de
estágios sob a responsabilidade de profissionais da Administração
POR LEON SANTOS
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

55
CFA 56
O Sistema CFA/CRAs tem
colhido resultados positivos, após
publicar a Resolução Normativa n.º
CFA, durante ações de fiscalização do
Sistema CFA/CRAs — para verificar
se profissionais que atuavam em áre-
569 — que dispõe sobre as atividades as da Administração tinham legitimi-
de estágio nos campos da Adminis- dade e registro profissional — foram
tração. Desde agosto de 2019, perí- constatadas, também, irregularidades
odo em que a RN foi criada, apenas com relação a estágios. Desde então,
profissionais que são registrados têm sido emitidos esforços para man-
nos CRAs podem exercer a função ter a finalidade principal do estágio, o
de supervisor de estágio nas áreas aprendizado.
da Administração. Além de combater o desvirtuamen-
Segundo o diretor de Fiscalização to de funções fora da Administração,
Temos desferido e Registro do CFA, Carlos Alberto ações do CFA também buscam evitar
esforços não apenas Ferreira Junior, não havia razão para a exploração ilegal da força de traba-
que profissionais de outras áreas su- lho estudantil. “Há empresas que se
para proteger os pervisionassem estágios nas áreas de aproveitam do estágio para impor
estagiários, de terem Administração. Ele chama atenção ilegalmente carga e responsabilida-
para o grande número de adminis- des excessivas aos estudantes para
seus aprendizados tradores e tecnólogos, legalmente ha- reduzir custos e não pagar o equiva-
focados na área bilitados e qualificados, que podem lente ao que pagaria a profissionais já
transmitir os conhecimentos práticos graduados”, diz.
de Administração, aos estudantes. O diretor conta que foi firmada
como também de Ele ainda explica que já existia lei parceria entre CFA e Ministério Pú-
federal que disciplinava os objetivos blico do Trabalho (MPT) com a fina-
eles não serem e procedimentos do ensino da prática lidade de ajudar tanto na fiscalização
explorados como profissional nas empresas. No artigo de registros profissionais quanto de
9º da Lei n.º 11.788/2008, conhecida manter os objetivos e regras dos es-
subutilização de como Lei do Estágio, a norma já es- tágios. Na ocorrência de situações
mão de obra barata. tipulava que o profissional indicado irregulares, o Sistema CFA/CRAs en-
pelas empresas — para orientar ou su- viará relatório comunicando o fato ao
Carlos Alberto Ferreira pervisionar os estágios — sejam gra- MPT que tomará medidas legais para
Junior, diretor de Fiscalização e duados no mesmo curso do estudante. coibir a prática.
Registro do CFA “Esta RN só vem disciplinar uma Inicialmente, a empresa é notifi-
coisa que é óbvia: cada área profissio- cada e chamada a fazer um termo de
nal deve orientar seu estudante. Imagi- ajustamento de conduta. Na prática,
na um aluno de medicina fazendo um ela se compromete a respeitar a legis-
estágio profissional com alguém que lação, sob pena de ser responsabiliza-
não é da área. Então, por que na Admi- da posteriormente.
nistração seria diferente?”, questiona. Carlos lembra que a prática de uti-
A RN-569 também prevê o desvir- lizar estagiários como mão de obra
tuamento do conceito de estágio e o barata ocorre em todas as profissões,
exercício ilegal da profissão, pelo su- por isso, foram criadas leis federais
pervisor do estagiário. A resolução que disciplinam as regras de estágio.
considera a supervisão como ativi- No entanto, mesmo após a publica-
dade privativa dos profissionais da ção da regra ainda são constatadas
Administração. práticas que prejudicam o aprendi-
zado profissional.

Mão de obra
“Temos desferido esforços não
apenas para proteger os estagiários,

barata
de terem seus aprendizados focados
na área de Administração, como tam-
bém de eles não serem explorados
De acordo com o diretor de como subutilização de mão de obra
Fiscalização e Registro do barata”, resumiu.
CFA 58

PEC 188
EM PAUTA PEC 188 em pauta

CFA questiona critério adotado pela Proposta de Emenda à


Constituição que visa extinguir juridicamente municípios
POR LEON SANTOS

L evantamento do Conselho
Federal de Administração (CFA)
mostra que municípios ameaçados
municipais. “Verificamos que, apesar
da baixa arrecadação, a maioria dos
municípios entrega serviços e pro-
total, destinada a investimentos — os
dois grupos tiveram nota 4, em um to-
tal de 10. Já no “Custo Legislativo”, per
de extinção, via Proposta de Emenda dutos à população com as mesmas capita, os dois grupos se mantiveram
Constitucional (PEC) n.º 188, entre- características daqueles que são en- praticamente no mesmo patamar, na
gam serviços de qualidade, em rela- tregues nos municípios que não serão faixa de R$ 218,00.
ção aos demais que não sofrerão com extintos”, revelou. “Analisando diversas informações
a proposta. Os dados foram medidos do IGM-CFA, é possível concluir que

Metodologia
pelo Índice CFA de Governança Mu- não há diferenças consideráveis, e que
nicipal (IGM-CFA), que avalia dados justifique a PEC, entre os municípios
municipais referentes às classes Fi- que serão incorporados e aqueles que
nanças, Gestão e Desempenho. O IGM-CFA separou os municípios não serão. Consideramos as regras
Segundo o texto da PEC 188, envia- em dois grupos. O primeiro foi com- trazidas pela proposta de emenda, so-
do pelo Governo Federal ao Senado, posto por aqueles que não sofreriam bretudo, no âmbito financeiro”, disse
municípios com até 5 mil habitantes alteração com a PEC 188, já o segundo Macêdo.
que não comprovarem sua sustenta- (grupo 2) contemplou aqueles que se- Quando comparados, o grupo 2
bilidade financeira, até 2023, serão rão afetados com a proposta. (alvo da PEC 188) ficou em vantagem,
extintos. Para não desaparecerem, Entre os fatores analisados, na na média do resultado da dimensão
eles devem comprovar que possuem dimensão Finanças foi considerada Gestão. Mesmo com menor capacida-
arrecadação própria de, no mínimo, a média per capita do investimento de de gerar recursos próprios, os mu-
10% de sua receita total. em educação. A diferença dos valores nicípios que podem ser extintos se
Para o diretor de Gestão Pública investidos nos dois grupos foi de R$ mostraram superiores, em quesitos
do CFA, Fábio Mendes Macêdo, o 120,00. como Quantidade de Colaboradores,
critério para extinguir municípios Na variável Capacidade de Investir Planejamento e Transparência.
não é suficiente para avaliar gestões — que avalia a porcentagem da receita Na classe Desempenho, conside-
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

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Munícipio de Muçum, no Rio Grande do Sul


A maioria dos
municípios entrega
serviços e produtos
à população
com as mesmas
características
daqueles que são
entregues nos
municípios que não
serão extintos.
Fábio Mendes Macêdo,
rada a mais importante do estudo — próximas de 6,80 para os dois grupos. diretor de Gestão Pública do CFA
em razão de demonstrar efetividade “O IGM está à disposição de toda a
dos serviços públicos prestados pelo sociedade, é gratuito e pode ser ado-
município, à sociedade — o resultado tado para reavaliar os municípios. A
das médias também foi praticamente análise presente na PEC, ao confron-
o mesmo: 7,039 (no grupo 1) e 7,035 tar a Receita Própria versus Receita
(no grupo 2). Total, não é suficiente para retirar a
autonomia política e financeira de um

Reavaliação
município”, analisa.
Macêdo explica que as populações
de pequenos municípios contam com
De acordo com o diretor do CFA, os poderes públicos locais para resolver
parlamentares deveriam utilizar o demandas específicas. Com a possível
IGM-CFA para confrontar os indi- extinção da Máquina Pública, a qua-
cadores e tirarem suas próprias con- lidade de vida das populações cuja
clusões sobre a PEC 188. Para ele, os localidade será contemplada pelo
dados utilizados para legitimarem a projeto deve cair.
proposta não satisfazem, em sua to- “A economia esperada com a ex-
talidade, as informações necessárias tinção da máquina pública poderá
para um passo tão acentuado. não ser totalmente reinvestida para
Macedo ressalta que no indicador a sociedade do município extinto. A
Educação, os municípios do grupo mudança que poderá gerar valor, de
2 alcançaram média 8, enquanto os fato, será aquela baseada em profis-
do grupo 1, a média é de 7,65. Já no sionalização de gestores públicos”,
indicador Saúde, as médias ficaram avalia.
CFA 60

INAUGURAÇÕES
NA REGIÃO NORTE
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019

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O final do ano foi marcado


por inaugurações em dois conselhos
da região Norte: no CRA-PA e no CRA-
-AC. As duas regionais agora se prepa-
ram para nova fase de funcionamen-
to, com melhor infraestrutura e mais
apoio aos profissionais e estudantes
locais.

CRA-PA
Após irregularidades ocorridas no
CRA-PA, e o local ter sofrido interven-
ção federal, em janeiro deste ano, ago-
ra o conselho tem fase marcada com
inauguração de sua nova sede, ocorri-
da no final de novembro (21). De acor-
do com o presidente interventor, Amíl-
car Pacheco, a missão a ele incumbida
está próxima de ser concluída, mas só
acabará de fato após eleições e posse
da nova presidência, com a transição
completa para os próximos dirigentes.
“A luta ainda não acabou, nossa
missão vai até o dia 31 de março. Nós
pretendemos realizar eleições para a
nova gestão e continuaremos dando
apoio nesta transição”, explicou.
O presidente do CFA, Mauro Kreuz,
reconheceu o esforço da junta inter-
ventora, formada por Pacheco e, tam-
bém, por Marcos Kalebbe e Rogério
Cristino — grupo chamado por ele de
guerreiros. Kreuz também comparou
a volta da regularidade no CRA-PA à
de um filho que regressa à casa a de
seu pai.
CRAs de PA e AC ganham “Nosso filho voltou para casa, e o
acolhemos de coração aberto. A junta
novas sedes no final de 2019 interventora depositou seu tempo, in-
teligência e deu uma demonstração de
POR ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO CFA
coragem e ousadia para enfrentar tudo
o que ocorreu. Não desistiram e traba-
lharam com afinco, por isso, ficarão na
história do Sistema”, afirmou Kreuz.
CFA 62

Durante a inauguração, os convi-


dados puderam conhecer as novas
instalações do Regional e verificar o
êxito da junta interventora. O grupo
viabilizou a construção da nova in-
fraestrutura que agora proporciona-
rá conforto e qualidade de trabalho
aos funcionários, bem como serviço
de qualidade aos profissionais de
Administração.
Para o conselheiro federal pelo PA,
e também vice-diretor da Câmara de
Formação Profissional do CFA, Mauro
Leonidas, a nova estrutura vem para
viabilizar as transformações ocorri- profissão e o que representamos para lização e registro, gerência administra-
das no CRA-PA. Ele destaca a impor- o País”, concluiu. tiva, auditório, espaço para arquivos e
tância do Regional para a profissão de biblioteca acessível aos registrados, o

CRA-AC
administrador em seu estado e o que novo espaço dará mais qualidade de
pode ser feito no futuro. atendimento e conforto a todos que
“Sem dúvida, é um importante forem usufruir do novo local.
passo rumo ao desenvolvimento. No início de dezembro (9) foi a vez do O evento foi prestigiado por auto-
Esperamos que haja uma completa CRA-AC ter inaugurado sua nova sede ridades locais, profissionais da área e
e ampla transformação de consci- na capital do estado, Rio Branco. Com pelos funcionários do regional acrea-
ência sobre a importância de nossa salas de atendimento voltadas à fisca- no. Durante a solenidade, a presiden-
te do CRA-AC, Ana Cristina Ferreira,
frisou a importância de trabalhar em
prol da profissão e disse o que o novo
espaço representa para a comunida-
de de administradores do estado do
Acre. “Trabalhamos com afinco e sem-
pre dispostos ao bom desenvolvimen-
to da nossa profissão. O espaço que
entregamos neste momento é uma
conquista de todos”, disse.
Já a conselheira federal suplente
do estado do Acre, Ângela Maria Bes-
sa, ressaltou o trabalho desenvolvido
para defender os interesses dos admi-
nistradores e a contribuição que o se-
tor oferece à sociedade. “O momento
faz parte de um conjunto de planeja-
mento, organização, análise e sintonia
— a fim de defender a administração
participativa em nossa sociedade — na
busca por resultados”, completou.

Antes
Entre 2002 e 2018, o atendimento aos em atender com excelência a todos que que estavam os colaboradores.
profissionais de Administração era procuravam o CRA-AC, o ambiente “Nos faltava a capacidade estru-
realizado em duas salas comerciais, prejudicava o atendimento individual, tural de atender cada caso individu-
no centro de Rio Branco-AC. O local pois não oferecia a devida privacidade. almente, com a máxima privacidade
possuía limitações físicas no atendi- De acordo com o conselheiro federal possível. Então, vimos que era o mo-
mento ao público. pelo Acre, Fábio Mendes Macêdo, as mento de olhar para frente e contar
Embora houvesse o esforço de to- reuniões executivas de diretoria eram com nova infraestrutura: nova sede,
dos os colaboradores e conselheiros, realizadas no mesmo ambiente em com espaços de inclusão”, esclareceu.
CFA 64

MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS
O ano de 2019 rendeu saldo
positivo para o Conselho Federal de
Administração (CFA). Nos dias 5 e
ções técnicas, aos clientes do BB, rela-
cionadas às necessidades específicas
dos empreendedores do segmento.
do BB. O presidente do CFA, Mauro
Kreuz, comemorou o acordo e a pos-
sibilidade de educação continuada e
6 de dezembro, o Conselho fechou Entre os conteúdos que poderão aumento de postos de trabalho.
acordo de Cooperação Técnica com ser oferecidos estão aulas de Banking, “Essa é mais uma entrega positiva
o Banco do Brasil (BB) e o Ministério fluxo de caixa, soluções financeiras e ao Brasil. O programa de capacitação
da Economia. apresentação de casos de sucesso de do CFA se tornou essencial ao país,
Os acordos visam à capacitação micro e pequenas empresas. Para o di- por todos os benefícios que ele repre-
e formação profissional, específica retor de Micro e Pequenas Empresas senta e por sua capilaridade nacio-
em ‘Micro e Pequenas Empresas’ do Banco do Brasil, Luiz Cláudio Ba- nal”, ressaltou.
(MPEs), dos registrados no Sistema tista, além de melhorar a qualificação

Ministério da
CFA/CRAs. Desde 2014, o CFA realiza dos profissionais de Administração
parcerias com instituições públicas – o programa poderá gerar milhares

Economia
e privadas para qualificar, por meio de postos de trabalho.
de cursos, aqueles que se dedicam ao “O principal beneficiário dessa
empreendedorismo. parceria entre as instituições são os
micro e pequenos empresários. Acre- No dia seguinte, 6 de dezembro, o

BB
ditamos que o convênio proporciona CFA fechou acordo de cooperação
ao CFA, ao banco e à classe da Admi- com o Ministério da Economia. Os
nistração, muitos frutos no repasse cursos que fazem parte do acordo
No dia 5, o CFA e o Banco do Brasil de conhecimento e conteúdo”, disse. deverão melhorar a capacidade de
firmaram acordo que deve oferecer Após concluírem os cursos, os ca- sobrevivência de micro e pequenas.
qualificação técnica em MPEs para pacitados poderão dar consultoria e Segundo pesquisa do Sebrae, de-
administradores registrados. Os capa- orientação técnica aos empreendedo- nominada ‘Panorama dos Pequenos
citados estarão aptos a darem informa- res do segmento, ligados a programas Negócios 2018’, uma em cada quatro
65

CFA celebra acordos com BB e Ministério da Economia.


Projetos vão capacitar administradores a serem consultores em MPEs
POR LEON SANTOS

empresas abertas no Brasil é fechada ção e Formação de Multiplicadores de a produtividade e gestão do nosso
nos dois primeiros anos de existên- Conhecimento. O Conselho também país”, explica.
cia. Um dos principais motivos para o criou rede de cooperação e troca de Para o coordenador geral de ‘Apoio
resultado é a falta de preparo técnico conhecimento — entre os administra- às Micro e Pequenas Empresas’, do
dos empreendedores. dores, lideranças e instituições — para Ministério da Economia, Edivan de
Para a diretora da Câmara de For- dar apoio e fomento às MPEs. Socorro Fonseca, os benefícios do
mação Profissional (CFP), Cláudia Segundo o vice-diretor de Forma- programa é a união de interesses em
Stadtlober, o momento exige cada ção Profissional, Mauro Leonidas, o prol do desenvolvimento econômico
vez mais comprometimento das ins- diferencial do programa é contribuir e social. “O resultado da parceria não
tituições com o país. Segundo a di- com a economia do país e com a dis- é bom somente aos administradores,
retora, além de órgão fiscalizador, o seminação de boas práticas de ges- mas também aos micro e pequenos
CFA exerce seu papel social por meio tão. “Nós administradores estamos empresários que recebem o auxílio
de programas voltados à educação e justamente indo ao encontro desses daqueles que se prepararam para
qualificação profissional. anseios para que possamos melhorar ajudá-los”, concluiu.
“Hoje reafirmamos o compromisso
de dar sequência neste projeto que es-
tá à disposição do país. Este momento
é especial, pois vemos mais uma en-
trega para os nossos profissionais de
Administração”, ressaltou Stadtlober,
durante a solenidade.
Entre os trabalhos desenvolvidos
pelo CFA junto às MPEs destaca-se o
desenvolvimento, avaliação e moni-
toramento do Programa de Capacita-
endereços
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO
DO RIO DE JANEIRO (CRA-RJ)

CFA 66
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO


DO ACRE (CRA-AC) DO MARANHÃO (CRA-MA) DO RIO GRANDE DO NORTE (CRA-RN)
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Horário de funcionamento: das 9h às 17h30 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO E-mail: crasc@crasc.org.br • Site: crasc.org.br
DA PARAIBA (CRA-PB) Horário de funcionamento: das 8h às 18h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO Presidente: Adm. GERALDO TADEU INDRUSIAK DA ROSA
DO CEARÁ (CRA-CE) Av. Piauí, 791 - Bairro dos Estados - 58030-331 - João Pessoa/PB CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO
Presidente: Adm. LEONARDO JOSÉ MACEDO Fone: (83) 3021-0296 DE SÃO PAULO (CRA-SP)
Rua Dona Leopoldina, 935 - Centro - 60110-484 - Fortaleza/CE E-mail: crapb@crapb.org.br • Site: crapb.org.br Presidente: Adm. ROBERTO CARVALHO CARDOSO
Fone: (85) 3421-0909 - Fax: (85) 3421-0900 Horário de funcionamento: das 12h às 18h Rua Estados Unidos, 865/889 - Jardim América
E-mail: presidente@craceara.org.br • Site: craceara.org.br 01427-001 - São Paulo/SP
Horário de funcionamento: das 9h às 17h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO Fone: (11) 3087-3208/ 3087-3473
DO PARANÁ (CRA-PR) E-mail: secretaria@crasp.gov.br • Site: crasp.com.br
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO Presidente: Adm. SERGIO PEREIRA LOBO Horário de funcionamento: das 8h15 às 17h50
DO DISTRITO FEDERAL (CRA-DF) Rua Cel. Dulcídio, 1565 - Água Verde - 80250-100 - Curitiba/PR
Presidente: Adm. UDENIR DE OLIVEIRA SILVA Fone: (41) 3311-5555 - Fax: (41) 3311-5566 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO
SAUS Quadra 6, 2º Pav. Conj. 201 - Ed. Belvedere E-mail: presidencia@cra-pr.org.br • Site: cra-pr.org.br DE SERGIPE (CRA-SE)
70070-915 - Brasília/DF Horário de funcionamento: das 9h às 18h Presidente: Adm. SIDNEY VASCONCELOS ANDRADE
Fone: (61) 4009-3333 - Fax: (61) 4009-3399 Rua Senador Rollemberg, 513 - São José
E-mail: presidencia@cradf.org.br • Site: cradf.org.br CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO 49015-120 - Aracaju/SE
Horário de funcionamento: das 9h às 17h DE PERNAMBUCO (CRA-PE) Fone: (79) 3214-2229/3214-3983
Presidente: Adm. MAURI VIEIRA COSTA E-mail: presidencia@crase.org.br • Site: crase.org.br
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO Rua José de Vasconcelos, 93 - Tamarineira Horário de funcionamento: das 8h às 17h
DO ESPIRITO SANTO (CRA-ES) 52110-040 - Recife/PE
Presidente: Adm. MAURÍLIO JOSÉ MARTINS INÊS Fone: (81) 3268-4414/3441-4196 - Fax: (81) 3268-4414 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO
Rua Aluysio Simões, 172 - Bento Ferreira - 29050-632 - Vitória/ES E-mail: cra@crape.org.br • Site: crape.org.br DE TOCANTINS (CRA-TO)
Fone: (27) 2121-0500 ou 2121-0504 Horário de funcionamento: das 8h às 14h / Atend. Público 08h Presidente: Adm. FRANCISCO ALMEIDA COSTA
E-mail: craes@craes.org.br • Site: craes.org.br às 12h 602 Norte Av.: Teotônio Segurado Cj 01 Lt 06
Horário de funcionamento: das 9h às 17h 77006700 - Palmas/TO
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO Fone: (63) 3215-1240/3215-8414
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PIAUÍ (CRA-PI) E-mail: atendimento@crato.org.br • Site: crato.org.br
DE GOIÁS (CRA-GO) Presidente: Adm. ROBERTHY DOS SANTOS BARBOSA Horário de funcionamento: das 8h às 18h
Presidente: Adm. SAMUEL ALBERNAZ Rua Áurea Freire, nº 1349 - Jóquei - 64049-160 - Teresina/PI
Rua 1.137, Nº 229, Setor Marista - 74180-160 - Goiânia/GO Fone: (86) 3233-1704 - Fax: (86) 3233-1704
Fone: (62) 3230-4769 - Fax: (62) 3230-4731 E-mail: superintendencia@cra-pi.org.br • Site: cra-pi.org.br ATUALIZADO EM 15/10/2019
E-mail: presidencia@crago.org.br • Site: crago.org.br Horário de funcionamento: das 12h às 19h
Horário de funcionamento: das 8h às 18h
O PROFISSIONAL DE ADMINISTRAÇÃO
COLABORANDO COM A GESTÃO DO SANEAMENTO
MUNICIPAL SOB DIVERSOS ASPECTOS.

Acesse: GESAE.ORG.BR

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