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Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento


ISSN 1981-9919 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
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DISBIOSE EM PACIENTES BARIÁTRICOS

Nárima da Silva Martins1


Patrícia de Souza Kanno2
Ana Lúcia Ribeiro Salomon3
Misael Rabelo de Martins Custódio4

RESUMO ABSTRACT

Objetivo: averiguar os sintomas da disbiose Dysbiosis in bariatric’s patients


em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica
há mais de um ano. Métodos: Trata-se um Objective: To determine the prevalence of
estudo observacional e transversal em que a dysbiosis in patients undergoing bariatric
amostra foi por conveniência, composta por 54 surgery for more than one (1) year. Methods:
pacientes, 27 no Grupo 1 (G1): Pré-operatório This is a clinical study conducted in Brasilia
e 27 no Grupo 2 (G2): Pós-operatório, de DF. The sample consisted of 54 patients, 27 in
ambos os sexos, com idade média de 32 Group 1 (G1): Pre operative and 27 in Group 2
anos. Os pacientes responderam o (G2) Post-operative, male and female, with a
Questionário de Frequência Alimentar (QFA), mean age of 32 years. The patients answered
Recordatório de 24h, Questionário de disbiose the Food Frequency Questionnaire (FFQ), 24-
intestinal e Escala Fecal de Bristol. Para hour dietary recall, intestinal dysbiosis
análise estatística foi utilizado teste t pareado Questionnaire and Bristol Fecal Scale.
no pacote estatístico SPSS, versão 18.0 Statistical analysis was performed using paired
atribuindo um erro de 5%. Além disso, foi t-test in SPSS, version 18.0 assigning a 5%
utilizado medidas descritivas com desvio error. In addition, descriptive statistics was
padrão para descrição da amostra. used to describe standard deviation of the
Resultados: O G2 apresentou melhores sample. Results: Group 2 showed better
resultados se comparados ao G1 em relação results compared to the G1 than the FFQ and
ao QFA e ao Questionário de Disbiose intestinal dysbiosis Questionnaire. 85 % of G1
intestinal. 85% do G1 apresentou-se com presented with intestinal dysbiosis and only
disbiose intestinal e apenas 4% do G2. A 4% of G2. The water intake of both groups
ingestão de água de ambos os grupos were lower than recommended. Conclusion:
apresentaram-se abaixo do recomendado. The patients exhibited significant values on the
Conclusão: Os pacientes avaliados questionnaires, making it clear the importance
apresentaram valores significativos em relação of nutritional counseling, their benefits during
aos questionários aplicados, ficando claro a treatment and improved quality of life.
importância do acompanhamento nutricional,
seus benefícios durante o tratamento e a Key words: Obesity. Bariatric Surgery.
melhoria da qualidade de vida. Dysbiosis. Microbiota.

Palavras-chave: Obesidade, Cirurgia


Bariátrica, Disbiose, Microbiota

1-Acadêmica do Curso de Nutrição da


Universidade Paulista (UNIP), Brasília-DF.
2-Nutricionista, Mestre em Educação Física e
Docente da Universidade Paulista (UNIP), E-mail do autor:
Brasília-DF 3-Nutricionista, Doutora em na.ri.ma@hotmail.com
Nutrição Humana e Docente da Universidade kannopatricia2@gmail.com
Paulista (UNIP), Brasília-DF 4-Educador ana.salomon@gmail.com
Físico, Mestre em Educação Física e Docente prof.dr.misaelrabelo@gmail.com
da Universidade Paulista (UNIP), Brasília-DF

Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo. v.12. n.70. p.145-154. Mar./Abril. 2018. ISSN 1981-
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INTRODUÇÃO A cirurgia bariátrica é o nome dado


para o tratamento cirúrgico da obesidade, que
Obesidade é uma doença crônica visa à diminuição da massa corpórea em
caracterizada por um acúmulo excessivo de pessoas classificadas como obesas. Dentre os
tecido adiposo que possui uma etiologia diversos procedimentos cirúrgicos que se
multifatorial incluindo fatores genéticos, diferenciam pelo seu mecanismo de
endócrinos, comportamentais, emocionais e funcionamento estão às técnicas restritivas,
psicológicos, porém os fatores dietéticos e o disabsortivas e as técnicas mistas. No Brasil
sedentarismo são a sua maior causa (Barbieri são aprovadas quatro modalidades diferentes
e Mello, 2012). Existem três componentes de cirurgia bariátrica, que são: Bypass
primários no sistema neuroendócrino gástrico, banda gástrica ajustável,
envolvidos com a obesidade: o sistema gastrectomia vertical e Switch Duodenal.
aferente, que envolve a leptina que é um O tratamento cirúrgico da obesidade é
hormônio que envia estímulos para o cérebro, atualmente reconhecido como uma estratégia
fazendo com que controle o apetite e a pessoa eficaz que apresenta como objetivo conduzir e
pare de comer e outros sinais de saciedade e manter a perda de peso, bem como reduzir ou
de apetite de curto prazo; a unidade de controlar as comorbidades relacionadas à
processamento do sistema nervoso central; e obesidade. É o único tratamento para a
o sistema eferente, um complexo de apetite, obesidade capaz de proporcionar uma perda
saciedade, efetores autonômicos e de peso >15% por até 10 anos (Miller, Koceja
termogênicos, que leva ao estoque energético e Hamilton, 1997).
(Associação Brasileira para Estudos da Sabe-se hoje que pessoas obesas e
Obesidade e Síndrome Metabólica, 2010). magras possuem diferentes microbiotas
Pessoas obesas são aquelas intestinais e as bactérias que habitam no trato
consideradas com um Índice de Massa gastrointestinal afetam o ganho de peso e a
Corporal (IMC) acima de 30kg/m² e obesas regulação do metabolismo energético.
mórbidas com um IMC igual ou acima de O aumento da permeabilidade
40kg/m². Nos países desenvolvidos e em intestinal facilita a exposição do organismo a
desenvolvimento está sendo considerada determinados antígenos, que definem o
como uma alteração nutricional que vem surgimento de respostas imunológicas
atingindo cada vez mais a população (Lima e inapropriadas, (Fasano, 2011) doenças
colaboradores, 2013). intestinais e extra intestinais que podem
No Brasil, duas pesquisas nacionais comprometer a integridade da barreira mucosa
de população adulta com peso e estatura e levar a alterações da permeabilidade
(Vigitel, 2006) apresentaram taxas de intestinal. Esse processo pode acarretar a
prevalência de sobrepeso e obesidade têm translocação de bactérias e antígenos
aumentado ao longo dos últimos 4 anos, de bacterianos para a circulação sanguínea, que
43% para 48,1% e de 11% a 15% para o estimulam o sistema imunológico,
sobrepeso e obesidade, respectivamente. desencadeando ou agravando a síndrome de
Estima-se que no mundo existem mais resposta inflamatória sistêmica e por fim
de 600 milhões de pessoas obesas e que 30 acometendo doenças crônicas não
milhões destas estão no Brasil (SBCBM, transmissíveis como a obesidade.
2014). O tratamento da obesidade se dá A microbiota intestinal é um órgão
através de abordagens nutricionais, metabólico que está ajustada a fisiologia.
medicamentosas e da prática de exercícios Executa funções importantes como a
físicos, mas quando o paciente não responde habilidade de processar componentes
aos estímulos clínicos e terapêuticos a cirurgia dietéticos indigeríveis, ações antibacterianas e
bariátrica pode ser a forma mais eficaz e tem imunomoduladoras. No estômago e no
uma maior indicação a pacientes obesos com intestino delgado o ambiente não é favorável
IMC igual ou acima a 35kg/m², definidas pela para a colonização e proliferação bacteriana
Federação Internacional para a Cirurgia da que é reduzida pela ação do bactericida do
Obesidade (IFSO), pela Sociedade Brasileira suco gástrico, da bile e da secreção
de Cirurgia Bariátrica (SBCB), e também pelo pancreática. No cólon as bactérias encontram
Conselho Federal de Medicina (resolução condições favoráveis para a proliferação
CFM 1766/2005) (CFM, 2010). devido à falta de secreções intestinais,

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peristaltismo lento e abundante suprimento quaisquer manifestações clinicas, tais


nutricional (Spezia e colaboradores, 2009). como, hiperglicemia, hipercolesterolemia,
Dentre os diversos fatores que hipertensão, câncer de intestino, colite e
desregulam a microbiota, a má alimentação, retocolite ulcerativa;
má digestão, idade, tensão emocional, b) Grupo 2: os participantes deveriam ter
infecções intestinais e o uso de medicamentos submetido a cirurgia bariátrica há pelo
principalmente de antibióticos são os menos 1 ano e também considerados
principais gatilhos para aquisição de saudáveis. Embora o tempo de
enfermidades (Spezia e colaboradores 2009), adaptação seja individual de cada
tais como: diabetes mellitus tipo 1 (pela paciente, para o presente estudo optou-
destruição autoimune das células beta se pelo tempo de 1 ano em virtude de
pancreáticas) alergias alimentares dermatite estudos apresentados na literatura que
atópica e disbiose. Deste modo, sugere que variam de 6 a 30 meses (Faria e
pacientes obesos ou aqueles submetidos à colaboradores, 2002; Herrera e
cirurgia bariátrica podem desenvolver alguns colaboradores, 2002; Velasco e Haberle,
problemas intestinais como a disbiose. 2003) no qual o 1º e 2º ano no período
Disbiose é caracterizada por um pós intervenção cirúrgica (Fujioka 2005;
desequilíbrio na microbiota intestinal com em Pontirolli e colaboradores, 2002; Santos,
virtude de uma hiperpemeabilidade intestinal Brugos e Silva, 2006; Toneto e
cuja alteração na quantidade de colaboradores, 2004; Von Mach e
microorganismos indesejáveis podem estar colaboradores, 2004), os pacientes se
associados ao estilo de vida. Como encontram adaptados frente nova
consequência este desequilíbrio sugere realidade clínica do paciente e do
ocasionar degradação de vitaminas, inativação resultado efetivo do procedimento
de enzimas, produção de toxinas cirúrgico.
cancerígenas, destruição da mucosa intestinal,
acarretando em uma redução da absorção de Critério de exclusão
nutrientes, aumentando a espessura da
mucosa intestinal (Barata, 2012). Gestantes, nutrizes, dependentes
Portanto ao considerar o que as químicos, etilistas, fumantes, idosos,
pesquisas relatam sobre microbiota intestinal e colectomizados, e portadores de câncer.
obesidade este trabalho teve como objetivo
averiguar os sintomas da disbiose em Para a realização do estudo, aplicou-se os
pacientes submetidos à cirurgia bariátrica há seguintes questionários
mais de um ano.
1) Escala de queixas intestinais:
MATERIAIS E MÉTODOS instrumento estimativo, composto por 21
questões que sugere avaliar sintomas de
Trata-se de um estudo observacional e desarranjos intestinais, no qual possui
transversal em que a amostra foi por variáveis ordinais em que sujeito marcava
conveniência, composta por 54 pacientes, no com um x as escalas que variavam: 1)
qual 27 participaram do Grupo 1 sintoma ausente ou raramente presente;
correspondente ao grupo obeso, pré- 2) sintoma leve / ocasional; 3) sintoma
operatório e 27 do Grupo 2 correspondentes moderado / frequente; 4) sintoma severo /
ao grupo isobárico, pós-operatório, ambos muito frequente conforme apresentado no
adultos com idade mínima de 21 anos. Para anexo 1;
participar do estudo os pacientes concordaram 2) Escala fecal de Bristol: instrumento
e assinaram o Termo de Consentimento Livre visual que consiste em uma avaliação de
e Esclarecido a fim de assegurar o sigilo dos fezes, da qual indica 7 tipos classificados
dados sendo aprovado com o código: 859.807. em 3 categorias: a) Tipos 1 e 2 indicam
obstipação; b) Tipos 3 e 4 são
Critério de inclusão consideradas ótimas, uma vez que estas
são mais fáceis de passar na defecação;
a) Grupo 1: sujeitos obesos com IMC acima c) Tipos 5-7 estão associados com
35kg/m2, considerados saudáveis, sem

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tendência de aumento de diarreia como hortaliças e frutas, sobremesas e doces,


apresentado na Figura 1. bebidas e produtos light e diet. A partir
3) Questionário de Frequência de das informações geradas por esse
Consumo Alimentar (QFA) é um instrumento, foi delineado o perfil inicial
instrumento semiquantitativo que permite de consumo.
estimar a dieta habitual e estilo alimentar. 4) Recordatório 24 horas: um instrumento
Foi composto por uma lista de alimentos quantitativo que avalia as calorias da
e bebidas cujo o indivíduo marcaria com dieta no qual o indivíduo reporta todo o
um x a frequência (consumo diário, alimento (sólido e liquido) consumido
semanal, mensal, raro e nunca) do durante as prévias 24 horas. O paciente
consumo dos alimentos, O questionário deverá especificar o alimento, o local, a
foi dividido em 9 (nove) grupos de quantidade em medidas caseiras e a hora
alimentos, sendo eles: leite e derivados, em que ele consumiu o alimento.
carnes e ovos, óleos, petiscos e
enlatados, cereais e leguminosas,

Figura 1 - Escala de Bristol.

Os instrumentos foram aplicados de Na escala de queixas intestinais o


segunda a sexta-feira pela pesquisadora sujeito marcaria com um x as opções
durante o atendimento da nutricionista na apresentadas conforme descrito acima e no
clínica em que os sujeitos eram final as marcações (1 a 4) eram somadas e em
acompanhados. A aplicação foi realizada da seguida enquadradas nas categorias: a) 21 a
seguinte forma: após receber o kit que 35 pontos: baixo risco de desequilíbrios
continha os quatro questionários (disbiose intestinais; b) 36 a 60 pontos: risco moderado
intestinal, frequência alimentar, o recordatório de desequilíbrios intestinais e c) acima de 61
24h e a escala de Bristol), o sujeito preenchia pontos: risco severo de desequilíbrios
as questões de acordo com suas escolhas e intestinais.
opções presentes nos instrumentos. Foi No questionário de frequência
informado aos participantes que não havia alimentar (QFA) e recordatório 24hs o paciente
respostas certas ou erradas e nem tempo assinalava com um x a frequência dos
determinado para finalização do alimentos que consumia e em seguida
preenchimento. respondia o recordatório de 24 horas no qual

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deveria apresentar os alimentos em medidas o grupo pós-operatório possui hábitos


caseiras (1 colher de sopa rasa/ nivelada/ alimentares mais saudáveis quando
cheia, 1 copo de suco, 1 xícara de chá/ café, 1 comparado ao grupo pré-operatório, conforme
pedaço pequeno/ médio/ grande). apresentado na tabela 1.
Na escala fecal de Bristol o paciente Em relação a escala de queixas
marcava entre os tipos de 1 a 7 que se intestinais observou-se ainda diferença
adequava mais ao seu tipo de bolo fecal. significativa [t (54) = (7,453); p = 0,003] entre
Para o presente estudo foi utilizado os grupos, no qual o grupo pré-operatório
teste t independente no pacote estatístico possuiu alto risco de desarranjos nutricionais
SPSS, versão 18.0 atribuindo um erro de 5%. (63,25 ± 12,78) em relação ao pós-operatório
Além disso, foi utilizado medidas descritivas (34,89 ± 7,66). Além disso pode-se afirmar que
com desvio padrão para descrição da amostra. o grupo pré-operatório possuiu 73% de risco
severo de desarranjos intestinais, 15% risco
RESULTADOS moderado e 12% baixo risco. Entretanto, o
grupo pós-operatório possuiu 85% na
Em relação a amostra os resultados categoria baixo risco, 10%, risco moderado e
demonstraram que 41% são homens e 59% 5% risco severo.
são mulheres, com idade média de 32 anos O grupo pós-operatório também
(±2,65), IMC médio de 38,56 (±13,98), apresentou melhorias do funcionamento
consumo médio de 2240 (±456,78) kcal, sendo intestinal segundo a escala fecal de Bristol, no
78,34 (±7,65) % médio de carboidratos, 12,87 qual 41% dos pacientes apresentaram tipo
(±8,09) médio de proteínas, 28,94 (±6,74) ideal de fezes (categoria 4), quando
médio de lipídios. Além disso, a amostra comparado ao grupo pré-operatório que
possuía um peso médio de 99,64 (±19,43) kg apresentou apenas 26%. Sabe-se que um
e 1,69 (0,04) de estatura média. funcionamento intestinal adequado contribui
Ao analisar o Questionário de para biodisponibilidade dos micronutrientes e
Frequência Alimentar (QFA) e o Recordatório influencia na eficácia orgânica (Bordalo,
24 horas do presente estudo, observou-se que Teixeira e Bressan, 2010).

Tabela 1 - Comparação das categorias do consumo alimentar dos grupos pré e pós-operatório
segundo o questionário de frequência alimentar (QFA).
Categoria dos alimentos G1 G2
Leite e derivados: 63% 67%
Carne/ovo 81% 63%
Cereais refinados 74% 63%
Cereais integrais 33% 63%
Leguminosas 44% 67%
Hortaliças 44% 78 %
Frutas 37% 85%
Doces 41% 0%
Refrigerantes 26% 0%
Bebidas alcoólicas 7% 0%
Frituras 19% 0%
Óleo vegetal 30% 4%
Condimentos picantes 30% 11%

DISCUSSAO tratamento terapêutico nem sempre obtêm o


sucesso desejado (Santos e Araújo, 2012). A
A prevalência da obesidade tem causa fundamental para o surgimento da
aumentado significativamente, e isso, fez com obesidade é o excesso de ingestão alimentar,
que aumentasse o número de indicações para associado ao sedentarismo, acometendo um
o tratamento cirúrgico, uma vez que o

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desequilíbrio entre as calorias ingeridas e alimentar, pode experimentar abstinência e


gastas (Xanthakos e Inge, 2006). dificuldade de controle no consumo dos
Atualmente a cirurgia bariátrica é alimentos prejudicando o tratamento. Estima-
considerada uma ferramenta mais eficaz no se que 50% dos candidatos a cirurgia
controle e no tratamento da obesidade. Os bariátrica tenham sinais de vício em comer
benefícios da cirurgia incluem melhora (Clark e Saules, 2013).
acentuada de doenças crônicas como Pacientes com distúrbios do
hipertensão, diabetes e hiperlipidemia (Donini comportamento alimentar precisam ser
e colaboradores, 2011). No entanto, é identificados durante o pré-operatório da
necessário destacar que o tratamento cirúrgico cirurgia bariátrica, pois requerem cuidados
da obesidade não se resume ao ato cirúrgico. especiais em termos de saúde mental (Man
Observa-se diante dos dados que o Lapidoth e colaboradores, 2011).
grupo 2 (pós-operatório) possui melhor Além disso, sabe-se também que há
escolha dos alimentos que consome quando fortes indícios da relação entre a composição
comparado com o grupo 1 (pré-operatório). da microbiota intestinal e o risco de
Sugere-se diante do apresentado que o grupo desenvolver obesidade. O trato gastrintestinal
2 há uma obrigatoriedade na melhora da (TGI) humano é povoado por muitos
escolha dos alimentos, pois é necessário a microrganismos, principalmente bactérias.
adoção para alimentos ricos em vitaminas e Sugere que estas bactérias exerçam influência
minerais em virtude do tratamento e o novo no consumo calórico proveniente dos
suposto estilo de vida, pois implicações podem alimentos, além de apresentarem função
surgir no procedimento da cirurgia antibacteriana (proteção contra bactérias
prejudicando as vias de absorção dos patogênicas) e atuarem no sistema imune.
nutrientes e consequentemente afetando o O estudo da permeabilidade intestinal
estado nutricional. é um método não-invasivo, que pode fornecer
Deste modo, Janssen e Mark (2007) informações importantes sobre a estrutura e a
afirma que após a cirurgia bariátrica há uma função da barreira mucosa nos pacientes com
melhora significativa nos hábitos alimentares e obesidade grave, bem como as alterações que
na qualidade de vida do paciente, pois há uma ocorrem após o processo de adaptação
modificação corporal, diminuição do Índice de desencadeado pela cirurgia.
Massa Corpórea, melhora do metabolismo e Em 2006, estudo realizado por Ley e
diabetes mellitus tipo 2 e consequentemente a colaboradores (2006) verificou que indivíduos
autoestima. Ela é um tratamento efetivo, obesos possuem maior concentração de
seguro e de bom custo-benefício para esses Firmicutes e menor de Bacteroidetes em
pacientes. relação a indivíduos com peso adequado. Tais
Allis e colaboradores (2008) afirma bactérias são filos pertencentes a intestino no
também que essa necessidade é fundamental qual o duodeno e o jejuno, no indivíduo sadio,
para a perda de peso e melhora da qualidade contêm número relativamente pequeno de
de vida, uma vez que a má absorção de bactérias (<104 UFC/ml), representadas por
nutrientes contribui para aumento ponderal lactobacilos e enterococos, aeróbios gram-
Em relação ao grupo pré-operatório positivos ou anaeróbios facultativos.
que consome poucos alimentos fontes de Coliformes podem estar presentes de forma
vitaminas e minerais, estima-se que há um transitória (< 103 UFC/ml), enquanto
risco maior para aquisição de doenças bacteroides (anaeróbios) não são
associadas a obesidade ou um potencial normalmente encontrados no jejuno.
aumento dela, uma vez que maus hábitos A porção distal do íleo representa
alimentares e estilo de vida inadequado, zona de transição entre a escassa população
contribui para tais comorbidades. Este quadro bacteriana no jejuno proximal e a acentuada
pode ser considerado como um suposto quantidade de bactérias (Bures e
estado alimentar vicioso, pois o vício em colaboradores, 2010).
comer é uma situação no qual o indivíduo Qualquer desequilíbrio (qualitativo
exibe padrões de dependência para certos e/ou quantitativo) desse complexo microbioma
tipos de alimento, geralmente ricos em gordura intestinal pode acarretar sérias repercussões
ou açucares. Semelhante a um usuário de para o hospedeiro, originando diversas
drogas, o indivíduo ao modificar seu estilo

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manifestações clínicas tais como a obesidade da perda de peso a longo prazo (Marques,
(Moraes e colaboradores, 2014). 2012).
O funcionamento intestinal foi melhor
apresentado no grupo pós-operatório. Este CONCLUSÃO
quadro pode ser uma consequência da
escolha saudável e adequada dos alimentos. As implicações dos procedimentos de
Neste sentido, é necessário destacar o cirurgia bariátrica no estado nutricional do
papel da (o) nutricionista o qual contribui para paciente se devem especificamente às
concretizar o trabalho de esclarecimento das alterações anatômicas e fisiológicas que
fases dietéticas que o paciente irá passar, podem prejudicar as vias de absorção e/ou
prevenindo assim complicações a longo prazo ingestão alimentar.
e a “reengorda”, sendo, necessário ainda Muitos fatores estão envolvidos na
enfatizar sobre os ajustes do comportamento causa de tais deficiências. Antes mesmo de
alimentar e da prática de exercícios físicos qualquer intervenção cirúrgica, a obesidade
(Costa, 2015). A “reengorda” ou a recuperação pode estar associada a deficiências
do peso, é consequência da falta do nutricionais subclínicas que podem ser
acompanhamento nutricional durante os dois agravadas após as alterações fisiológicas
primeiros anos de cirurgia. A perda de peso provocadas no trato gastrointestinal. Além
faz com que os pacientes se sintam bem e disso, há limitação e/ou alteração na ingestão
achem desnecessário o acompanhamento dietética. Assim, a saúde intestinal desses
nutricional (Moraes, 2007). Ou ainda, pode ser indivíduos deve ser íntegra para que os
consequência da continuidade dos maus nutrientes sejam uma alternativa terapêutica
hábitos alimentares, prejudicando assim a eficiente contribuindo então para a perda de
funcionalidade do seu intestino (Pereira, peso de forma saudável.
2013). Embora a cirurgia seja efetiva para a
A intervenção nutricional constitui a maior parte das pessoas, a longo prazo
base do tratamento do paciente obeso. A podem acontecer problemas. Estima-se que
redução da massa corporal, em especifico da cerca de 30% dos pacientes operados voltem
gordura, melhora a qualidade de vida e diminui a ganhar peso após 18-24 meses após a
a morbimortalidade de pacientes obesos cirurgia
(Xanthakos e Inge, 2006). Recentemente, a relação entre
O acompanhamento nutricional do pré- obesidade e microbiota intestinal tem sido
operatório está ligado intimamente com o motivo de diversos estudos. Considera-se que
potencial de sucesso no pós-operatório. Pelo a população bacteriana, além de ser alterada
crescimento da obesidade e os riscos de nos indivíduos obesos (disbiose), tem o
doenças associadas torna-se imprescindível o potencial de influenciar na patogênese da
acompanhamento nutricional, pois, a partir daí, obesidade.
pode-se determinar se o indivíduo possui Os resultados apresentaram que
algum tipo de transtorno, alergias e/ou aqueles indivíduos que não submeteram a
intolerâncias alimentares, além de ser possível cirurgia possuem hábitos alimentares e saúde
identificar o estilo de vida, hábitos alimentares intestinal comprometidos em relação aos
e o estado nutricional do paciente (Moraes, bariátricos. Entretanto não pode ser afirmado
2007). por quanto tempo este estilo alimentar será
O hábito alimentar desses pacientes preservado uma vez que para a modificação
no pós-operatório requer muitas adaptações, destes hábitos houve a necessidade de uma
pois o consumo de alimentos ricos em lipídeos intervenção cirúrgica. Os pacientes tiveram
e de alto valor calórico são desencorajados, uma obrigatoriedade para esta modificação
dando espaço para alimentos integrais, desconsiderando o estado emocional e
proteínas magras, frutas, legumes e vegetais psíquico. Sabe-se que toda proposta
(Bonazzi e colaboradores, 2007). terapêutica para a obesidade deve ser realista,
A adoção e promoção de novos maleável, com duração indeterminada e ter
hábitos alimentares saudáveis são como meta principal uma melhor qualidade de
fundamentais para a melhoria da qualidade de vida, com ou sem redução de peso.
vida e consequentemente para a manutenção Portanto, embora a cirurgia bariátrica
seja uma técnica invasiva que se refere

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apenas aos aspectos orgânicos, o estilo 6-Bordalo, L.V.; Teixeira, T.F.S.; Bressan, J.;
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melhorando a qualidade de vida orgânica e to supplement. Rev. Assoc. Med. Bras. Vol.
intestinal para aqueles que realizaram. Porém 57. Num. 1. p. 113-120. 2010.
a mudança de hábitos de vida deve
contemplar um estilo saudável e a longo prazo 7-Bures J, Cyrany J, Kohoutova D, et al. Small
independente de técnicas cirúrgicas ou intestinal bacterial overgrowth syndrome.
medicamentosas. A dieta adequada e a World J Gastroenterol. 2010. Vol. 16. p. 2978-
prática de exercícios físicos devem ser 90.
constantemente incentivadas para uma ideal
qualidade de vida. 8-Costa, D. Eficiência do acompanhamento
Para o presente estudo vale ressaltar nutricional no pré e pós-operatório da cirurgia
que o tema ainda é incipiente, constituindo bariátrica. Revista Brasileira de Obesidade,
motivo de muitas controvérsias sendo Nutrição e Emagrecimento. Vol. 7. Num. 39.
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Recebido para publicação em 20/05/2017


Aceito em 21/08/2017

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