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PRÁ TICA JURÍDICA PENAL

PRÁTICA JURÍDICA PENAL III


Turma: DT08N1
Professor: Jairo
Alunos: Gabriela Guimarães Silva, Claudinei Soares Vieira e Sinair Xavier de Godoy.

EXMO. Sr. JUIZ DE DIREITO DA 10º VARA CRIMINAL DA COMARCA DE


GOIÂNIA-GO

Processo nº 201800675983

ZILDA FIALHO, já qualificada nos autos da ação penal que lhe move o Ministério
Público do Estado de Goiás, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de
seu advogado (procuração em anexo), com escritório localizado na rua xxxxxx, nº xxxx,
bairro xxxx, onde recebe intimações no endereço eletrônico: xxxxxxxxxx@xxxxx.com,
com fulcro no Artigo 593, inciso I do Código de Processo Penal, tempestivamente
interpor o presente:

RECURSO DE APELAÇÃO
Em face da decisão que afastou a tese de defesa de crime de dano e a
inimputabilidade penal devido a sua insanidade mental legitima apresentada pela
acusada na ação penal em que lhe move o Ministério Público, ajuizada em face de
ZILDA FIALHO.

Requer-se desde já o seu recebimento no efeito suspensivo, com a imediata


intimação do recorrido, para querendo, oferecer as contra razões, e atos contínuos,
sejam os autos, com as razões anexas, remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado de Goiás para os fins aqui aduzidos.

Termos em que pede e aguarda deferimento

Goiânia, 24 de agosto de 2021.


PRÁ TICA JURÍDICA PENAL

ADVOGADO

OAB

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGREGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

APELANTE: ZILDA FIALHO

APELADO: Ministério Público do Estado de GOIÁS

Autos do processo nº 201800675983

Egrégio tribunal, Colenda câmara.

ZILDA FIALHO, já devidamente qualificado nos autos do processo nº xxxxx


que lhe move o Ministério Público, vem respeitosamente, perante Vossa
Excelência, com o mais devido acatamento, por meio de seu advogado que ao
final subscreve (mandato incluso), com escritório localizado na rua xxxxxx, nº
xxxx, bairro xxxx, onde recebe intimações no endereço eletrônico:
xxxxxxxxxx@xxxxxx.com, apresentar razões recursais para o recurso de
apelação com cabimento de interposição previsto no Art.593, I, CPP, pelos
motivos de fatos e fundamentos jurídicos seguir:

1-DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE


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1.1-Da tempestividade do recurso:

O Código de Processo Penal prevê o prazo de interposição de cada recurso,


devendo a parte interpor seu recurso dentro desse lapso temporal, sob pena do
mesmo não ser conhecido por ser intempestivo. O prazo para apelar é de 5 dias,
contados a partir da intimação da sentença às partes, devendo o réu e seu defensor
ser intimados, cf. art. 593, caput, CPP:

‘’Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: (Redação dada


pela Lei nº 263, de 23.2.1948).

I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas


por juiz singular; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)’’.

Conforme narra o artigo acima o presente recurso se encontra tempestivo.

1.2-Do cabimento

É cabível apelação da decisão do juiz singular, nos casos do artigo 593, I e II, do
CPP. Inciso I - são aquelas que julgam a procedência ou improcedência da acusação,
com a condenação ou absolvição do réu e que encerram o processo em 1º grau de
jurisdição. Sendo assim é cabível o presente recurso de apelação.

1.3- Da legitimidade

A parte autora do presente recurso é legitima para recorrer utilizando-se do


Recurso de Apelação disposto no código de processo penal.

Quanto à legitimidade, subdivide-se em PRINCIPAL, quando é interposta pelas


partes, sendo Ministério Público ou réu. O réu possui capacidade postularia podendo
manifestar esta capacidade por ele mesmo ou através de seu curador ou advogado.

2- DOS FATOS
Conforme consta na narrativa da denuncia a apelante incorreu na prática do crime
previsto no art. 250, §1°, II, a, do Código Penal, por ter causado incêndio, expondo a
perigo o patrimônio da vítima Leomar Quinta. Todos os fatos aconteceram no dia
26/02/2018, a acusada foi presa em flagrante por, supostamente, ter ateado fogo em
um veículo Fiat/Siena Fire, cor preta, placa MWM 1122, pertencente à vítima Leomar
Quinta, com quem mantinha relacionamento amoroso, o qual estava estacionado na
garagem de sua residência, causando incêndio no carro e no imóvel, com a destruição
parcial da cobertura da garagem, local onde o veiculo estava estacionado.
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Recebida a denuncia o juiz competente afastou a tese de defesa apresentada


pela apelante de que teria agido em estado inconsciente devido a sua falta de
insanidade mental causada devido ao uso de medicamentos controlados receitados
pelo psiquiatra. Durante sua fala na delegacia, apresentou claros sinais de distúrbio
psicológico. Afirmando tomar remédios controlados há mais de oito anos e ter
histórico familiar de doença mental, cujo irmão teria suicidado acometido de graves
perturbações mentais.

Em razão disso a Defesa alega, em inúmeras ocasiões, que a acusada seria


inimputável e anexou aos autos documentos que indicam transtorno de
bipolaridade, transtornos mentais e comportamentais causados pelo uso de
canabinoides, receituários médicos especiais e fichas de encaminhamentos para
tratamentos psíquicos. Já esta anexado aos autos exames e laudos médicos
comprovando sua insanidade mental a tornando inimputável, tendo testemunhas
como prova do fato, porém em meio a tantas provas e evidencias o juiz afastou a tese
da inimputabilidade devido sua insanidade mental, além de não ter entendido por
caracterizar o crime de dano no caso concreto, pois de fato não houve exposição de
perigo a outras pessoas e o órgão julgador não pode julgar apenas levando em conta
suposições ou achismos, no caso em que o incêndio causou dano ao patrimônio de um
único deve ser caracterizado o crime de dano, fazendo jus à conduta da ré ser
caracterizada como crime de dano.

Conforme consta no o Laudo técnico ficou comprovado que a combustão teve


início no interior do veículo que estava na garagem da casa da vítima. As labaredas se
expandiram, atingindo o telhado onde o veiculo se encontrava danificando menos de
50% (cinquenta por cento) do local, e que o fogo não ultrapassou do local onde o
veículo se encontrava, não causando a morte e nem atingindo a integridade física de
vizinhos e nem a destruição de nenhum imóvel, e nem veículos que possivelmente
pudessem estar próximos à calçada, ficando claro que a conduta descrita na denuncia
se enquadra no crime de dano, além de ter documentos anexados que atesta a
inimputabilidade da apelante.

A apelante foi intimada da decisão por meios de seu advogado, manifestando o


interesse em recorrer da decisão referida, momento oportuno no qual usa de todos os
meios de defesa permitidos em lei em busca de sua liberdade.

Portanto diante dos fatos narrados trata-se de apelação criminal em face da


referida decisão do magistrado que ao analisar o conjunto probatório nos autos, houve
por bem impor a apelante a pena de:

“Destarte, reduzo 2 (dois) dias de reclusão, restando então,


definitivamente, 3 (três) anos de reclusão, 2 (dois) meses e
(dezoito) dias de reclusão, e 10 dias-multa.
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Considerando o regramento do art. 33, § 2°, "c", do CP, fixo o


regime aberto para o início de cumprimento da pena.

Atendendo a acusada aos requisitos do art. 44, do Código


Penal, substituo a pena privativa de liberdade por 2 penas
restritivas de direitos, sendo, a 1ª, prestação pecuniária (art. 45
§ 1°, CP), consistente no pagamento de 2 salários-mínimos, ao
Centro de Evangelização Espírita Eurípedes Barsanulfo e a 2ª e
nova pena de multa no quantum de 30 dias-multa, no valor de
1 /30 cada dia.”

Contudo, a defesa entende que a referida sentença não aplicou adequadamente


ao caso o direito e irresignada, interpõe o presente recurso desde já requerendo seja a
anulação ou reforma pelo motivos a seguir expostos.

3- DO DIREITO
Quanto ao delito do art. 250 do CP, para a caracterização deste crime é
necessário que a vida, a integridade física ou o patrimônio de um número de pessoas
indeterminadas sejam expostos a perigo.

Comprovado que não houve exposição da vida, da integridade física e do


patrimônio de um número indeterminado de pessoas a perigo concreto, (quando, por
exemplo, o suposto crime for praticado durante período em que não havia morador no
local, ou que, tenha causado dano material de pouca monta), não há que se falar em
crime de incêndio.

O elemento subjetivo do tipo é a vontade consciente de causar perigo à vida, à


integridade física e ao patrimônio de um número indeterminado de pessoas, o que não
se pode verificar na hipótese em discussão, eis que se a acusada se tivesse a intenção
de expor esse bem a risco concreto, teria escolhido um horário com frequência de
pessoas ou durante a noite, período de repouso onde pudesse haver propagação do
fogo ao ponto de atingir bens de diversas pessoas, o que de fato não aconteceu.

Deve observar, por exemplo, se o incêndio causou, efetivamente, perigo à vida,


integridade física ou patrimônio de outrem. Também se entende que o dano deve se
estender a um número indeterminado de pessoas, tendo em vista que o sujeito
passivo do delito é a coletividade. No caso em que o incêndio atinja patrimônio de um
indivíduo, deve-se requerer a desclassificação para o crime de dano.

Vejamos a seguinte jurisprudência:

APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE INCÊNDIO. CRIME CONTRA A


INCOLUMIDADE PÚBLICA. IMPRESCINDIBILIDADE DO EFETIVO RISCO À
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INTEGRIDADE FÍSICA, À VIDA OU AO PATRIMÔNIO DE OUTREM.


PERÍCIA CATEGÓRICA. SINISTRO QUE SE RESTRINGIU AOS LIMITES DO
IMÓVEL. DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE DANO QUE SE IMPÕE.
1. O crime de incêndio é de perigo comum contra a incolumidade
pública, logo, não basta para que ele se configure o simples atear
fogo em alguma coisa, sendo necessário que o incêndio tenha,
efetivamente, de modo concreto, causado perigo à vida, à
integridade física ou ao patrimônio de número indeterminado de
pessoas. 2. Atestando a perícia, de forma categórica, que o sinistro em
questão se restringiu aos limites do imóvel, sem colocar em risco a vida
e/ou patrimônio de terceiros, restando à conduta de atear fogo
devidamente narrada na denúncia, impõe-se a desclassificação do
crime de incêndio para o de dano qualificado. (TJ-MG – APR:
10024112248661001 MG, Relator: Fortuna Grion, Data de Julgamento:
22/10/2013, Câmaras Criminais / 3ª CÂMARA CRIMINAL, Data de
Publicação: 31/10/2013).

Destaca-se, que para referendar-se uma condenação na esfera penal, mister que
a autoria e a culpabilidade resultem incontroversas. Contrário senso, a absolvição se
impõe por critério de justiça.

Neste sentido, giza a jurisprudência:

“O Direito Penal não opera com conjecturas ou probabilidades. Sem


certeza total e plena da autoria e da culpabilidade, não pode o Juiz
criminal proferir condenação (Ap. 162.055. TACrimSP, Rel. GOULART
SOBRINHO)”.

“Sentença absolutória. Para a condenação do réu a prova há de ser


plena e convincente, ao passo que para a absolvição basta a dúvida,
consagrando-se o princípio do ‘in dubio pro reo’, contido no artigo 386,
VI, do C.P. P” (JUTACRIM, 72:26, Rel. ÁLVARO CURY)”.

Portanto, fica evidente que no caso em tela deve ser descaracterizado o crime de
incêndio para o crime de dano.

A jurisprudência traz alguns julgados favoráveis à tese de defesa apresentados,


vejamos:

APELAÇÃO CRIMINAL. INCÊNDIO EM CASA HABITADA. REDUÇÃO DAS


PENAS IMPOSTAS NA SENTENÇA. VIABILIDADE. RECURSO CONHECIDO
E PARCIALMENTE PROVIDO. DESCLASSIFICAÇÃO. CRIME DE DANO
QUALIFICADO. PROVA. PENA. CORREÇÃO. PRESCRIÇÃO.
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COMPORTABILIDADE. I – Analisando os autos, verifica-se que o crime


tipificado pelo art. 250, do Código Penal Brasileiro não está
configurado, vez que a conduta do processado que se limita a provocar
incêndio em um móvel, no interior de residência, ausente situação
apta a expor e comprovar o perigo a vida de um número indefinido de
pessoas, tampouco a vontade de fazê-lo, merecendo reforma a
sentença penal condenatória, para a desclassificação da imputação
ministerial para o delito de dano qualificado, tipificado pelo art. 163,
inciso II, do Código Penal Brasileiro. II – Apenamento fixado. III –
Prescrição conhecida. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

(TJGO, APELACAO CRIMINAL 155135-85.2013.8.09.0175, Rel. DES.


CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA, 2A CAMARA CRIMINAL,
julgado em 18/12/2018, DJe 2669 de 18/01/2019) (grifo nosso).

Neste caso, o TJ/GO desclassificou o crime de incêndio para o de dano


qualificado, pois ficou comprovado nos autos que o réu não quis incendiar toda a casa,
e sim um único móvel dentro da mesma.

No mesmo sentido decidiu o TJ/MG, configura crime de dano e não de incêndio


quando o fogo permanece restrito aos limites do imóvel, sem atingir a incolumidade
pública.

APELAÇÃO CRIMINAL – INCÊNDIO – AUTORIA E MATERIALIDADE


COMPROVADAS – CONDENAÇÃO MANTIDA – SUBSTITUIÇÃO DA PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE APLICADA POR RESTRITIVAS DE DIREITOS –
NECESSIDADE. 01. Havendo, nos autos, provas da autoria e da
materialidade do crime de incêndio, a condenação é medida que se
impõe. 02. Atendidos os requisitos insculpidos no art. 44 do Código
Penal, as penas restritivas de direitos substituem a privativa de
liberdade aplicada. V.V. APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE INCÊNDIO.
CRIME CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA. IMPRESCINDIBILIDADE DO
EFETIVO RISCO À INTEGRIDADE FÍSICA, À VIDA OU AO PATRIMÔNIO DE
OUTREM. PERÍCIA CATEGÓRICA. SINISTRO QUE SE RESTRINGIU AOS
LIMITES DO IMÓVEL. DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE DANO QUE
SE IMPÕE. 1. O crime de incêndio é de perigo comum contra a
incolumidade pública, logo, não basta para que ele se configure o
simples atear fogo em alguma coisa, sendo necessário que o incêndio
tenha, efetivamente, de modo concreto, causado perigo à vida, à
integridade física ou ao patrimônio de número indeterminado de
pessoas. 2. Atestando a perícia, de forma categórica, que o sinistro
em questão se restringiu aos limites do imóvel, sem colocar em risco
a vida e/ou patrimônio de terceiros, restando à conduta de atear
fogo devidamente narrada na denúncia, impõe-se a desclassificação
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do crime de incêndio para o de dano qualificado. (TJ-MG – APR:


10024112248661001 MG, Relator: Fortuna Grion, Data de Julgamento:
22/10/2013, Câmaras Criminais / 3ª C MARA CRIMINAL, Data de
Publicação: 31/10/2013).

Portanto, fica evidente que no caso em tela deve ser descaracterizado o crime de
incêndio para o crime de dano, pois a conduta da acusada não colocou em risco a
coletividade, atestando a perícia, de forma categórica, que o sinistro em questão se
restringiu aos limites do imóvel, sem colocar em risco a vida e/ou patrimônio de
terceiros.

De ser acolhida a tese da desclassificação para o crime de dano, mudando a


competência do órgão julgador, passando ao JECRIM, devendo, portanto ser remetido
ao juízo competente.

4-DO INSIDENTE DE INSANIDADE MENTAL

Conforme narrado nos fatos a acusada faz uso de medicamentos controlados


receitados por psiquiatras e sofre de transtornos mentais, conforme comprovado por
documentos e atestados médicos, o que compromete seu perfeito discernimento.

O Código Penal adotou, em regra, o critério biopsicológico para aferição da


inimputabilidade, segundo o qual é inimputável quem ao tempo da conduta, apresenta
um problema mental e, em razão disso, não possui capacidade para entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com o este entendimento. Este é o teor
do artigo 26 do nosso Diploma Penal:

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou


desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.

Em razão disto, determinada conduta deve ser inadmissível e revertida para que
não sejam violados os princípios, súmulas e normas constitucionais vigentes do devido
processo legal. Pois ficou comprovado que a acusada sofre de transtornos mentais e
que a mesma faz acompanhamento medico há mais de 8 anos, além do histórico de
transtornos mentais dos própria membros da família.

Segundo o Conselho Federal de Medicina, sim o médico da Estratégia da Saúde


da Família pode atestar a saúde mental de uma pessoa. Conforme o Código de Ética
Médica, em Resolução CFM nº 1.931, de 17 de setembro de 2009, a emissão de
atestados de sanidade mental não é exclusiva do médico psiquiatra. Conforme descrito
do artigo 7º, da resolução do CFM 1.658/2002, qualquer médico, de qualquer outra
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especialidade, está autorizado a emitir atestados de sanidade em suas diversas


finalidades.

Conforme narrado e comprovado, a acusada no momento do delito encontrava-


se desequilibrada, não falando coisas conexas, além de apresentar diversos
documentos e testemunhas que atestam o seu estado de distúrbios e insanidade
mental, devendo de imediato à decisão do órgão julgador ser revista, para que se
cumpram os ditames que o ordenamento jurídica dita, como regra.

Como descrito diante da ausência de realização do exame de insanidade deve


ser anulada a sentença justamente por essa ausência de realização do exame de
insanidade. E caso não entenda se tratar de nulidade, que seja a sentença reformada
para absolver a ré.

Ademais, ainda que não acolhidas as teses anteriores, evidente a hipótese de


inimputabilidade da ré demonstrada por exames médicos a medida de segurança
imposta a ela não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada
ao delito praticado, conforme a Súmula 527 do STJ, vejamos:

Súmula 527

“O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena
abstratamente cominada ao delito praticado.”

Devendo ser anulada imediatamente a referida decisão, para que se cumpra o devido
processo legal em todas as suas ordens, com a remessa ao juízo competente.

5- DOS PEDIDOS
Ante o exposto requer:

1- O recebimento deste presente recurso de apelação, onde espera que seja


acolhida as preliminares apresentadas pela defesa, com a decretação de
nulidades da sentença e revogando-se os atos processuais combatidos;

2- Acolhida a tese da desclassificação para o crime de dano, deve se mudar a


competência do órgão julgador, passando ao JECRIM, devendo assim, portanto
ser remetido ao juízo competente.

3- Que seja a acusada absolvida por inimputabilidade dos seus atos, conforme
atestados e exames médicos;

4- Que seja ouvidas novas testemunhas e que seja ouvido novamente à acusada;
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5- Caso a decisão seja mantida, que seja o crime de incêndio descaracterizado


para o crime de dano;

5- Que seja concedido prazo para o Ministério Púbico manifestar assim querendo
para oferecer as contrarrazões.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Goiânia, 24 de agosto de 2021.

Advogado

OAB

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