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A Constituição de 1988 é a atual Carta Magna do Brasil que serve de parâmetro para as demais legislações
vigentes no país. Aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte, ela foi promulgada no dia 5 de outubro de
1988, durante o governo do presidente José Sarney.
Desde 1964, o Brasil enfrentava o autoritarismo imposto pelo governo militar. A partir de 1967, o país passou a
ser regido pela Constituição Brasileira de 1967, a qual estabelecia Atos Institucionais com a finalidade de
atender aos interesses da Ditadura Militar no Brasil.
Na década de 1980, o país beirava o estado de exceção no qual as garantias individuais e sociais eram ignoradas
e o direitos fundamentais eram restritos. A conjuntura da época fez crescer o anseio por uma nova Constituição
que assegurasse os valores democráticos.
Após o fim da Ditadura Militar o país entrou em processo de redemocratização e surgiu a necessidade da
construção de uma nova Constituição com texto constitucional democrático. Em fevereiro de 1987, o deputado
Ulysses Guimarães iniciou as sessões da Assembleia Nacional Constituinte, composta por 559 congressistas,
para elaborar o novo documento.
Marcando o início da consolidação da democracia, após os anos de regime autoritário, a nova Constituição foi
promulgada no dia 05 de outubro de 1988. O documento constitucional assegurou garantias aos direitos
fundamentais, qualificou como inafiançável crimes como tortura e ações armadas contra o estado democrático e
a ordem constitucional, criando mecanismos legais para impedir golpes de qualquer natureza.
A Constituição de 1988 está dividida em nove títulos que abarcam 250 artigos, que por sua vez carregam todas
as normas essenciais como direitos fundamentais, estrutura do Estado, competências de cada ente, além de
regras de cunho formal relativas à organização básica do Estado. Os títulos da Constituição de 1988 são os
seguintes:
Título I — Princípios Fundamentais: cita os fundamentos que constitui a República Federativa do Brasil;
Título II — Direitos e Garantias Fundamentais: classifica os direitos e garantias em cinco grupos básicos:
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, Direitos Sociais, Nacionalidade, Direitos Políticos e Partidos
Políticos;
Título III — Organização do Estado: define a organização político-administrativa a as atribuições dos entes da
federação: União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
Título IV — Organização dos Poderes: elenca as atribuições de cada um dos poderes e define os processos
legislativos, incluindo as emendas constitucionais;
Título V — Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: trata sobre questões relativas à Segurança
nacional, regulamentando a intervenção do Governo Federal;
Título VIII — Ordem Social: discorre sobre o bom convívio e desenvolvimento social do cidadão, bem como,
sobre os deveres do Estado, como: Saúde, Educação, Cultura e Esporte; Ciência e Tecnologia; Comunicação
social; Meio ambiente; Família e populações indígenas;
Título IX — Disposições Constitucionais Gerais: aborda temáticas variadas não inseridas em outros títulos por
se referir a assuntos mais específicos.
Elaborada por uma assembleia formada por congressistas conservadores e progressistas, a Constituição da
República Federativa do Brasil reúne anseios democráticos, ideais progressistas, bem como velhos costumes
centralizadores.
O documento é formal, escrito com um sistema ordenado de regras, analítico e rígido. Cumprindo papel
preponderante no ordenamento jurídico brasileiro, a Constituição Federal só pode ser alterada com aprovação de
emendas constitucionais, que servem para alterar ou modificar o texto e interpretação de alguma parte da
Constituição.
Capa da Constituição de 1988. (Foto: Wikipedia)
Para alterar as garantias previstas na Constituição é necessário aprovar um Projeto de Emenda Constitucional
(PEC). A aprovação envolve trâmites que vão desde o processo de apreciação no Congresso e Senado Nacional,
até a escolha da sociedade, por meio de referendos, por exemplo.
Ao longo do tempo, a Constituição de 1988 passou por diversas emendas constitucionais. Em 2018, já haviam
sido acrescentadas mais de 100 emendas. A quantidade de emendas constitucionais em 30 anos é considerada
excessiva por alguns juristas, entretanto, outros concordam que as emendas são necessárias para que as leis
possam ser atualizadas, se adequando às mudanças da sociedade.
• Eleição direta para os cargos de presidente da República, governador do Estado e do Distrito Federal, prefeito,
deputado federal, estadual e distrital, senador e vereador;
• Liberdade de expressão e fim da censura aos meios de comunicação, filmes, peças de teatro e músicas, etc;
• Marco nos direitos dos índios com demarcação de terras indígenas e proteção do meio ambiente;
• Garantia de direitos trabalhistas, como seguro-desemprego, abono de férias, jornada semanal de 44 horas,
direito à greve e a liberdade sindical;
• Igualdade de gêneros e fomento ao trabalho feminino, com reconhecimento de seus direitos individuais e
sociais.
Constituições brasileiras
Antes da Constituição de 1988, o Brasil já havia sido regulamentado por outras seis constituições. A
Constituição de 1988 é a sétima do país desde a sua independência em 1822 e a sexta, se considerado apenas o
período do Brasil República. As constituições anteriores foram as seguintes: