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COLONIZAÇÕES DA AMÉRICA: DIVERSOS PAÍSES EUROPEUS

​ Apesar de os europeus terem saído vitoriosos em sua iniciativa de ocupação e conquista das
Américas, esse processo levou séculos para se consolidar, apresentando características
variadas de acordo com a região e as civilizações envolvidas em cada dinâmica colonial.

​ Diferentemente dos cenários paradisíacos e da representação de relações aparentemente


harmoniosas entre diferentes povos, as iniciativas coloniais se deram em contextos
bastante violentos, muitas vezes marcados por guerras, ataques e massacres entre os povos
devido ao conflito de interesses e às imposições que os europeus estabeleceram
progressivamente aos povos ameríndios e africanos.

​ Inicialmente, os europeus estabeleceram algumas colônias nas Américas, que se expandiram


ao longo do tempo, conforme os interesses de migração e de desenvolvimento de atividades
econômicas pelos estrangeiros no continente americano. Posteriormente, passaram a adotar
posturas mais agressivas, promovendo ações de conquista e dominação violenta sobre os
povos ameríndios e os territórios que ocupavam, estabelecendo, portanto, práticas e projetos
de colonização.

​ Os primeiros europeus a estabelecerem iniciativas coloniais no continente americano foram os


espanhóis. Ao longo dos anos, outras nações europeias, além de Portugal e Espanha,
interessaram-se em promover iniciativas de exploração marítima e de colonização, o que
impulsionou a chegada de navegantes oriundos de países como a Inglaterra, a Holanda e a
França às Américas.

​ A descoberta de que havia ouro em regiões da América Central impulsionou a migração de


milhares de espanhóis para as Américas ao longo do século XVI, números que aumentaram
nos séculos seguintes.

​ Como a quantidade de metais preciosos na América Central era pequena, os espanhóis


decidiram cruzar o Mar do Caribe, chegando à parte continental. Foi assim que travaram
contato com a civilização asteca, que apresentava uma estrutura social complexa, exercendo
o domínio sobre diversos povos que habitavam parte do território onde atualmente se localiza
o México. Os astecas exploravam o ouro e outros metais preciosos, o que despertou o
interesse dos espanhóis em dominar essa civilização.

​ Depois de dois anos de guerras, contando com o apoio de povos nativos que desejavam se
libertar do domínio asteca, em 1521, os espanhóis conseguiram vencer os exércitos inimigos,
construindo uma cidade espanhola sobre as ruínas da capital do Império Asteca,
Tenochtitlán, como um símbolo de seu domínio sobre essa civilização.

​ Algumas décadas após a conquista do Império Asteca, em 1573, também o Império Inca foi
dominado pelos espanhóis. Com o domínio, os espanhóis "herdaram" estruturas de trabalho e
de organização social que já eram praticados no interior dessas grandes civilizações, o que
favoreceu a exploração da mão de obra de trabalhadores indígenas, oriundos de diferentes
etnias.

​ Com as Grandes Navegações, os portugueses se dedicaram principalmente ao comércio,


percorrendo uma grande extensão marítima e territorial, que compreendia desde ilhas no
Oceano Atlântico até pontos longínquos do litoral africano e asiático.

​ As iniciativas coloniais portuguesas somente foram instaladas com maior efetividade na


América quando as companhias de navegação portuguesas perderam parte de seu espaço
nas relações comerciais no continente asiático. Os portugueses passaram, então, a centrar
sua atenção nas iniciativas coloniais e comerciais envolvendo os continentes americano e
africano, que caracterizariam a sua atuação durante os séculos seguintes.

​ Se uma das razões que levou os europeus a promoverem ações de ocupação e disputas
militares no continente americano foi a busca por metais preciosos, outro fator extremamente
importante foi a justificativa de catequização das populações nativas do continente.

​ As iniciativas de catequização foram marcadas por diferentes tipos de violência. Para


cristianizar os indígenas, os religiosos europeus procuravam modificar diversos hábitos
culturais das populações, por entenderem que eles feriam os princípios cristãos ou mesmo por
considerar que os costumes dos ameríndios eram inferiores e menos civilizados que os seus.

​ Foi somente no final do século XVI que os ingleses entraram no processo de colonização, ao
tentarem montar uma colônia na América do Norte.

​ A colonização inglesa da América apresentou diferenças em comparação ao modo como


Espanha e Portugal colonizaram o continente americano, cujas iniciativas foram
organizadas pelo governo, ainda que contassem com o apoio financeiro de particulares. Já
entre os ingleses, esse processo foi entregue à iniciativa privada, sendo realizado por
empresas que obtinham do governo britânico uma autorização para instalar colonos em
determinadas regiões da América.

​ De modo geral, a França centralizou suas aspirações no continente europeu, onde buscou
conquistar a hegemonia até o começo do século XIX. Somente quando a derrota final de
Napoleão dissipou seus sonhos de domínio da Europa é que passou a investir de maneira mais
efetiva na instalação de iniciativas coloniais no continente americano.

​ Ao longo do século XVII, os franceses conseguiram tomar territórios nas Antilhas, ilhas
localizadas no Mar do Caribe, onde passaram a produzir cana-de-açúcar para exportação,
utilizando mão de obra de povos africanos escravizados. Também conseguiram controlar
territórios na América do Norte, desde o Golfo do México, mais localizado ao Sul, até o
Québec, hoje província canadense de língua francesa.

​ Até 1581, a Holanda era uma possessão do Império Espanhol na Europa. Nesse ano, depois
de uma violenta reação à política opressiva de Felipe II, da Espanha, os flamengos
proclamaram sua Independência, constituindo um Estado denominado Províncias Unidas dos
Países Baixos.

​ Com o enriquecimento advindo do comércio, a coroa holandesa passou, tal como os


franceses, a disputar territórios coloniais com portugueses e espanhóis. Como dominavam o
comércio e o refino do açúcar, os holandeses almejavam terras para controlarem também a
produção da cana-de-açúcar. Isso levou a diversas investidas holandesas no litoral da América
portuguesa e também nas Antilhas.

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