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OPOSIÇÃO DA BRUXARIA

PARTE II DA SÉRIE
“Consolide o seu chamado”

“Oposição da Bruxaria” é a segunda carta da série: “Consolide o seu chamado”.


Na carta anterior comecei a falar sobre: ser chamado por Deus. Expliquei que o
propósito de Deus nas nossas vidas começa na eternidade. Há coisas que Deus
fez na eternidade antes que alguma coisa acontecesse no tempo – Deus
conheceu-nos, escolheu-nos e predestinou-nos. Mas é então quando Deus nos
chama que o propósito de Deus afeta as nossas vidas.

É quando Deus nos chama que o propósito de Deus afeta as nossas vidas.

Deus chama-nos à salvação através da proclamação do evangelho, mas depois


de sermos salvos, Ele tem um chamado para o resto da nossa vida, e esse
chamado não é de acordo com as nossas obras, mas de acordo com o Seu
propósito e a graça que nos foram dados em Cristo Jesus antes dos séculos.
A seguir tentei dar-lhe alguns princípios para consolidar o seu chamado e sugeri
que a frase que melhor resume o que é mais importante é: pensamento único /
empenho exclusivo. Uma pessoa que deseja consolidar o seu chamado deve ser
uma pessoa com um pensamento único, com esse único objetivo continuamente
diante dos seus olhos. A Bíblia diz:
Não pense tal homem que receberá coisa alguma do Senhor; é alguém que tem
mente dividida e é instável em tudo o que faz. (Tiago 1:7,8)(NVI)
E então falei sobre certas coisas – pecados e pesos – que podem impedir a nossa
corrida. É importante eliminarmos os pesos nas nossas vidas. Pesos que não são
necessariamente pecados, mas impedem o cumprimento do nosso chamado.
Nesta carta quero falar sobre o que considero ser atualmente, na igreja, o maior
obstáculo para os homens cumprirem o seu chamado. Também é um obstáculo
para as mulheres, mas acho que a força específica acerca da qual estou a falar,
em particular, procura impedir os homens de Deus de cumprirem o seu chamado.
É algo que é dirigido especificamente contra os homens, e particularmente contra
os homens que devem ser líderes na igreja. A força específica que impede
homens e mulheres de entrar no seu chamado é a bruxaria.

A força específica que impede homens e mulheres de entrar no seu chamado é


a bruxaria.

Provavelmente nunca imaginou que seria isso que impediria homens e mulheres
cristãos de alcançar o seu destino em Deus.

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Antes de irmos para a Palavra de Deus quero compartilhar consigo uma profecia
que foi dada numa reunião em que não estava a ministrar, mas somente
presente, no estado de Missouri, nos Estados Unidos, numa conferência de
família na data de 15 de abril de 1979 – há mais de seis anos. Era uma profecia
que não tinha nada a ver com o que estava a ser ensinado naquela conferência
em particular, mas era algo que nos impactou, a Ruth e a mim. Foi dado por um
jovem que eu não conhecia e que nunca conheci conscientemente desde então.
Um jovem amigo meu recebeu uma cópia da profecia e, muitos anos depois, por
causa de algo que eu estava a dizer, ele me a enviou. E tenho de dizer que nos
seis anos subsequentes desde que essa profecia foi proferida, tem sido notável
como isso foi desenvolvido na minha experiência e no meu ministério. É Deus
que está a falar na profecia e Ele diz o seguinte:
Em verdade quero dizer-lhes agora que escolhi levantar um
exército, e nos últimos dois dias Eu instruí-lhes sobre
alguns poderes de que precisarão como o Meu novo exército.
No passado, apenas assediei o inimigo e agora estou a
preparar-Me para desencadear um ataque frontal, diz o Senhor
Deus. No passado, apenas estava a escaramuçar com o inimigo,
mas agora digo que Estou pronto para desencadear um ataque
no coração do reino que está contra Mim.
Hoje Eu dou-lhes uma instrução específica. Eu aponto-lhes um
inimigo e encarrego-lhes de atacá-lo e nunca recuarem. Este
inimigo é o espírito de bruxaria que domina tantos milhões
neste país. [Este país era os Estados Unidos.] Digo-lhes que
o Meu inimigo capturou milhares e milhões e os amarrou com
bruxaria. Mas digo-lhes que não temam a bruxaria, porque Eu
decidi que chegou a hora de soltar esses milhões, porque
eles são necessários no Meu exército que deve ser levantado
para atacar satanás e as suas forças. Eu aponto-lhes um dedo
para a bruxaria e digo-lhes que agora é a altura de pararem
de recuar. É a hora de atacarem a bruxaria neste país, pois
isso não é uma simulação. Este é o primeiro passo do ataque
final que aleijará satanás, que derrubará os portões do
inferno, pois eles não resistirão a este ataque, diz o Senhor
Deus.
Eu digo-lhes uma outra coisa: ao atacarem a bruxaria,
encontrarão maldições que foram passadas entre gerações
pelas famílias, mas eu contei-lhes e ensinei-lhes nos últimos
meses que não precisam de temer uma maldição. O Meu filho
foi amaldiçoado para que vocês recebessem a bênção. Então,
ao encontrarem feitiçaria e maldições, digo-lhes para não
recuarem, mas para ficarem firmes que ataquem e amarrem e
repreendam esse espírito para soltarem os milhões que Eu
preciso no Meu exército que Eu estou a levantar, diz o Senhor
Deus.

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A última parte dessa profecia diz respeito a maldições sobre famílias que ocorrem
de geração em geração. Quando essa profecia foi proferida há mais de seis anos,
eu nunca tinha lidado conscientemente com essa questão. Mas, nos últimos seis
anos, fui forçado, orientado pelo Espírito Santo e pelas situações em que me
encontrei, a enfrentar esta realidade de maldições. Desde então, tenho ensinado
acerca de como as maldições operam na vida das pessoas, nas famílias e nas
comunidades, nas nações, e como, através da morte substitutiva de Jesus na
cruz, podemos ser libertados dessas maldições. E tenho visto resultados mais
dramáticos do que através de qualquer outro tema que ensinei no meu ministério.
Vi comunidades inteiras transformadas da noite para o dia quando esse fator de
maldição foi tratado. Se estiver interessado nesse tema, leia o livro “Bênção ou
Maldição”.
Mas nesta carta não quero abordar a questão das maldições, quero lidar com
aquele grande inimigo de Deus que, de acordo com essa profecia, amarra milhões
de homens que são necessários no exército de Deus. Essa declaração foi feita
sobre os Estados Unidos, mas acredito que seja igualmente verdadeira na Grã-
Bretanha, na Irlanda e em muitas outras nações. Embora o modo como a bruxaria
opera geralmente seja adaptado ao contexto cultural específico em que está
operando.
Então agora quero ensinar algo sobre a bruxaria. Um texto para mostrar como é
relevante, encontra-se em Gálatas 3, versículo 1:
Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou [enfeitiçou] para não obedecerdes à
verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado,
crucificado, entre vós? (Gálatas 3:1)(ACF)
Lembro-me de assumir o pastorado numa igreja, numa cidade na costa oeste
dos Estados Unidos em 1963. Disseram-me que o conselho da igreja me tinha
convidado por unanimidade. Sendo incauto naqueles dias e não conhecendo a
vida da igreja americana, entrei na armadilha do diabo. Existiam doze membros
no conselho e quando cheguei descobri que eram as únicas doze pessoas na
igreja. Dentro de um mês, todos os membros do conselho tinham renunciado ao
cargo. Encontrei-me numa situação difícil e precária. O que realmente me deixou
perplexo foi a congregação que se reuniu, porque eram como pessoas que foram
derrotadas e incapazes de realmente serem felizes ou livres, mas eram
“pentecostais”. Nunca lidei com uma situação como essa na minha vida e voltei-
me para Deus em desespero. Eu disse: “Deus, mostra-me”, e Ele deu-me Gálatas
3: 1. Ele disse: “Eles estão enfeitiçados”, e eu tive de acreditar. Não havia outra
explicação adequada para a condição dessas pessoas.
Além disso, descobri muito rapidamente como eles tinham sido enfeitiçados. Eles
foram enfeitiçados pela esposa do pastor anterior, que era uma mulher muito
dominadora, mas muito talentosa. E, nos dois ou três anos anteriores, ela
divorciou-se do marido (o pastor), o principal membro do conselho divorciou-se
da sua esposa, e a esposa do pastor e o membro do conselho casaram-se. Agora,

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para se poder safar-se com isso numa igreja pentecostal, tem de haver alguma
explicação incomum. Mas ela tinha subjugado as pessoas de tal forma que não
ousavam resistir a qualquer coisa que ela dissesse ou fizesse. Foi uma situação
incrível.
Quando percebi que estava a lidar com bruxaria, comecei a buscar a Deus para
obter as respostas e armas das Escrituras, e por fim a minha primeira esposa e
eu prevalecemos nessa situação. Derrotamos a bruxaria na igreja e vimos o
retorno das bênçãos de Deus. Essa foi uma lição pessoal muito vívida. Antes disso
acontecer nunca tinha pensado que os cristãos pudessem ser enfeitiçados. E
ainda assim estava escrito em Gálatas, capítulo 3, versículo 1 – Quem vos
enfeitiçou …? Se ler os versículos a seguir, verá que essas pessoas foram salvas
e batizadas no Espírito Santo e tinham testemunhado os milagres de Deus, e
mesmo assim ficaram enfeitiçadas. Se isso pode acontecer com os Gálatas, por
que deveríamos assumir que existe alguma congregação cristã à qual isso não
poderia acontecer?

– A NATUREZA DA BRUXARIA NO GERAL –

► 3 PALAVRAS RELACIONADAS
Agora, quero falar um pouco sobre a natureza da bruxaria, primeiro em geral e
depois na igreja. Existem três palavras relacionadas – bruxaria, adivinhação e
feitiçaria. Uma tradução usará bruxaria, outra pode usar adivinhação ou feitiçaria.
Mas essencialmente elas são apenas três camadas de um mesmo bolo. Há uma
certa diferença.
… a bruxaria – a força dominante
A bruxaria é a força dominante. Opera fora da igreja no natural por maldições e
feitiços. E deixe-me dizer, as maldições e feitiços são muito reais.
… a adivinhação – procura revelar o futuro
Adivinhação essencialmente procura revelar o futuro. Se for ler a palma da mão,
se for a um(a) vidente ou a um(a) cartomante, vai a um adivinho, a alguém que
pratica adivinhação. E deixe-me lembrá-lo que, se tivesse vivido em Israel sob a
lei de Moisés, a penalidade por isso era a morte!
… a feitiçaria – opera através de objetos como amuletos ou talismãs,
drogas e música
A feitiçaria opera através de objetos como amuletos, talismãs ou drogas. Toda a
cultura das drogas é um dos aspetos da feitiçaria. A feitiçaria também opera
através da música e muita música rock and roll de hoje, é simplesmente uma
operação de feitiçaria – encanta as pessoas. Observa os olhos dos jovens depois

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de ouvirem esse tipo de música – são vidrados, estão fora de contacto com a
realidade, há um poder satânico por de trás dessa música que os cativa.
Tudo isso não é novo no mundo. Na verdade, é só preciso ir a África, entrar em
contacto com um curandeiro e encontrará todos esses aspetos – as maldições,
os feitiços, as adivinhações e o uso da música para cativar as pessoas. E boa
parte da música com instrumentos de percussão (bateria, tambor, etc…) que
existe hoje entre os nossos jovens vem da África. Como entendo, espalhou-se
por uma rota indireta através da América do Sul até a América do Norte e, da
América do Norte, basicamente foi espalhada por todo o mundo.
► INTIMAMENTE LIGADA À REBELIÃO – I Sam. 15:23
A bruxaria – vou usar principalmente a palavra bruxaria (entenda que ela engloba
todos os outros aspetos/termos) – está intimamente ligada à rebelião. 1 Samuel
15:23 diz:
Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria … (ACF)
Onde quer que encontre rebelião, acabará por encontrar a bruxaria. Essas
palavras foram ditas pelo profeta Samuel ao rei Saul porque ele
deliberadamente desobedeceu à palavra de Deus para ele, e Samuel o
repreendeu e disse: “a sua rebelião contra a palavra de Deus é exatamente a
mesma coisa que bruxaria”. E não é por acaso que, o rei Saul antes de morrer,
consultou uma bruxa. Isso é causa e efeito.
Por exemplo, a geração de jovens na década de 1960 que realmente usaram
drogas e tudo mais – basicamente todos eles eram rebeldes: rebeldes contra
os pais, rebeldes contra o governo, rebeldes contra a instituição, contra a igreja
e assim por diante. E quase sem exceção, terminaram no ocultismo.
… a rebelião estabelece um governo ilegítimo
É importante entender a relação entre a rebelião e a bruxaria. A rebelião
estabelece um governo ilegítimo; isto é, um governo que não é de Deus.
… a bruxaria é o poder que apoia o governo ilegítimo
A bruxaria é o poder que apoia o governo ilegítimo. Portanto, sempre que
houver um governo ilegítimo, irá descobrir que normalmente funciona através
de bruxaria.
► AS PALAVRAS-CHAVE; CONTROLAR, DOMINAR, MANIPULAR,
INTIMIDAR
As palavras-chave quando se pensa em bruxaria são controlar, dominar,
manipular e intimidar. E onde quer que se depare com essas operações, pessoas
que controlam outros, que dominam outros, que manipulam outros, que
intimidam, depara-se com satanás. Deus não faz essas coisas. Deus permite a
liberdade ao individualismo humano. A bruxaria suprime-o. A bruxaria prefere

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dominar, mas se não conseguir dominar, manipula. Ocorre em todos os tipos
de configurações. Vou dar alguns exemplos simples da vida cotidiana.
… a esposa versus o marido
Deus ordenou que a esposa deve estar sob a autoridade do seu marido. Claro,
reconheço que isso pode ser tristemente abusado pelo marido. Mas quando
uma esposa assume o papel de liderança numa família, porque ela geralmente
o faz por manipulação, encontramos aí bruxaria. E existem inúmeras maneiras
de manipular. Sempre que o marido diz ou faz algo que ela não gosta, ela tem
um ataque emocional. Isso cansa os nervos do seu marido; assim, para evitar
o ataque emocional, ele ignora o problema e a sua esposa consegue o que quer.
Há outra situação que encontrei anos atrás, de uma querida cristã que era
casada com um ministro, tinha uma família de cinco filhos e eles realmente
eram cristãos comprometidos. Mas ela, no passado antes de se tornar cristã,
tinha estado no ocultismo e não estava totalmente livre dessa influência oculta.
E sem ela se aperceber, ela dominava a sua família. Uma das maneiras pelas
quais isso veio à luz era que, se algo de que não gostava acontecesse na família,
ela ficava com uma enxaqueca – quero dizer, uma enxaqueca mais intensa. E
toda a família tinha de andar na ponta dos pés porque a mãe estava com
enxaqueca. Assim, para evitar as agonias da enxaqueca da mãe, todos cediam
a ela. Entende? Isso é manipulação. A maioria das manipulações não é
consciente. É feito porque há algo na pessoa que a leva a agir assim.
… os filhos versus os pais
Deus deu aos pais autoridade sobre os seus filhos, mas muitas vezes são os
filhos que dirigem os pais, e o fazem por manipulação. Por exemplo, o pequeno
João não consegue o que quer, então faz uma birra, especialmente na frente
dos convidados. A mãe e o pai ficam tão envergonhados que ficam calados e
dão ao João o que ele quer. O que é isso? É manipulação. Deixe-me dizer-lhes,
pais, se os seus filhos fizerem birras mais do que duas ou três vezes, podem
ter a certeza de que um espírito demoníaco entrará neles nessas birras. E depois
disso, não serão manipulados pelo seu filho, serão manipulados pelo espírito no
seu filho, e uma criança muito pequena pode ter um espírito muito forte. Não
julguem a força da oposição pelo tamanho ou idade do seu filho. Não é a criança
– é o espírito na criança.
Eu tremo quando vejo pais a permitir que os seus filhos mostrem o seu
temperamento. É muito comum entre os orientais. E a maioria dessas crianças
tem demónios. Eles entram quando a criança não é disciplinada. Compreende?
A disciplina dos pais é projetada para proteger os filhos das forças espirituais
que são fortes demais para eles poderem resistir por si mesmos. Mas se os pais
não exercem disciplina, os filhos são expostos às forças espirituais.

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… as profetisas versus os pastores
Outra coisa muito comum – e tenho passado muitos anos no movimento
pentecostal – é a senhora “profetisa” que dirige a igreja pelas suas profecias.
Em pequenas igrejas pentecostais, ficaria surpreso com a quantia de pastores
que são dominados por uma ou duas senhoras, e elas são praticamente as
únicas que recebem a interpretação de línguas e, basicamente, as suas
interpretações dizem ao pastor o que fazer. Ai daquele jovem pastor infeliz, se
alguma vez se opor às suas profetisas. Existem muitos outros exemplos, mas
acho que consegui mostrar-lhe que sempre que há um governo ilegítimo, este
é apoiado por um poder espiritual ilegítimo, que é a bruxaria.

Sempre que há um governo ilegítimo,


este é apoiado por um poder espiritual ilegítimo,
que é a bruxaria.

► UMA OBRA DA CARNE – Gálatas 5:20


A bruxaria é uma obra da carne. Em Gálatas 5:20, Paulo a aponta como uma
das obras da carne, por isso é um aspeto da natureza do homem caído.
… o homem foi criado para governar
A razão é que o homem foi criado por Deus para governar, mas para governar
sob a autoridade de Deus. Quando se rebelou contra a autoridade de Deus,
perdeu o direito de governar, mas não perdeu o desejo de governar.
… o homem caído é propenso a usar poder ilegítimo para governar
Mas uma vez que ele caiu, ele é muito propenso a usar de poder ilegítimo para
governar. Assim, o que inicialmente é simplesmente um aspeto da natureza
decaída, o desejo de manipular as pessoas, fazer que façam o que se deseja,
expõe essas pessoas à força espiritual da bruxaria, e então não são mais
agentes livres. Já não são elas próprios a fazerem as coisas, mas um espírito
que está a controlá-las e a obrigá-las.
… o resultado é o de controle por bruxaria
Desta forma obtemos a situação mencionada em Gálatas 3: 1, onde uma força
estava em ação na igreja da Galácia, que não era apenas a natureza humana
decaída, embora tenha sido essa a porta pela qual entrou, mas um poder
obscuro, maligno e satânico que frustrava todos os propósitos de Deus para a
igreja na Galácia.
► OS DOIS PRINCIPAIS TIPOS BÍBLICOS DE BRUXARIA
Na Bíblia há dois principais tipos bíblicos de bruxaria. Como a palavra bruxa é
feminina, temos a tendência de pensar em bruxaria como algo exclusivamente
feminino. Mas, a primeira bruxa ou mago agressivo, real da Bíblia, era um
homem e o seu nome era Balaão.

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… masculino – Balaão
O homem, Balaão, o vidente, o adivinho, o feiticeiro a quem Balaque, o rei de
Moabe, contratou para amaldiçoar Israel. Balaque lhe disse:
… porque eu sei que, a quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu
amaldiçoares será amaldiçoado. (Números 22:6)(ACF)
Muitas pessoas na África diriam isso ao feiticeiro. “Se abençoar a minha família,
ela será abençoada e se amaldiçoar o meu inimigo, ele será amaldiçoado.” Essa
é essencialmente a esfera em que isso opera.
… feminino – Jezabel
A mulher, Jezabel, a esposa do rei Acabe, que manipulou o marido e governou
o reino através do marido. Uma das ações mais caraterísticas que ela realizou
foi usar o anel de autoridade selado do marido e assinar a ordem de morte de
Nabote, cuja vinha eles queriam tomar posse de forma ilícita. Isso é bruxaria;
é apoderar-se do símbolo da autoridade masculina e usá-lo para promover o
propósito feminino.
… ambos mencionados no NT no contexto da igreja
É interessante ver que esses dois tipos de bruxaria do Antigo Testamento são
mencionados no Novo Testamento no contexto da igreja – não fora da igreja,
mas na igreja. Balaão é mencionado em 1 Pedro, capítulo 2, versículo 15, em
conexão com os falsos profetas na igreja. Ele é mencionado no mesmo contexto
em Judas, versículo 11, e é mencionado como estando numa das igrejas de
Apocalipse, em Apocalipse 2:14. Digo isso porque quero que compreenda que,
embora essas coisas estivessem fora do povo de Deus, o seu maior objetivo é
insinuar-se/instilar-se dentro do povo de Deus.
… o diabo derrota a igreja através da quinta coluna
A igreja nunca é derrotada de fora. Jesus disse sobre a Sua própria experiência:
…o príncipe deste mundo está vindo. Ele não tem nenhum direito sobre mim .
(João 14:30)(NVI)
… porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim; (João
14:30)(ACF)
E porque o diabo não tinha nada Nele, o diabo nunca poderia derrotá-Lo. Se a
igreja pudesse dizer: “o diabo não tem nada em nós”, a igreja seria invencível.
O diabo derrota a igreja através da quinta coluna.
Deixe-me transmitir-lhe a origem da frase ‘a quinta coluna’. Aconteceu que estava
eu num passeio a pé pelos Pirenéus, da França à Espanha, em 1936, quando
tinha 21 anos, com um amigo meu, e sem termos previsto, de repente
encontramo-nos em Espanha no meio de uma guerra civil. Houve uma guerra
civil em 1936, onde duas fações diferentes dos espanhóis lutavam entre si, e

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quem acabou sair vitorioso foi o general Franco. Mas a ‘quinta coluna’ está
relacionada com um certo general espanhol que atacava uma cidade espanhola,
e com outro general que veio ter com ele e lhe disse: “Diga-me, general, qual é
o seu plano de capturar esta cidade?” Então o primeiro general disse: “Bem,
tenho quatro colunas a avançar contra a cidade – uma do norte, uma do sul, uma
do leste e uma do oeste”. Então ele fez uma pausa e acrescentou: “Mas é a
minha quinta coluna que espero que conquiste a cidade por mim”. Então o
segundo general disse: “E onde está a sua quinta coluna?” O primeiro general
respondeu: “Dentro da cidade”.
Essa é a origem da frase ‘a quinta coluna’. A quinta coluna é o grupo de traidores
internos que traem a cidade a favor dos atacantes de fora. Sabe, é apenas a
existência da quinta coluna na igreja que nos permitirá ser derrotados. Nunca
somos derrotados de fora, seja individual ou corporativamente. Se neste
momento posso dizer o diabo não tem nada em mim, então o diabo não pode
derrotar-me de forma alguma. Se pudéssemos dizer como um grupo de cristãos,
o diabo não tem nada em nós, o diabo seria impotente contra nós.

Se pudéssemos dizer como congregação, o diabo não tem nada em nós,


o diabo seria impotente contra nós.

É por isso que a sua política mais persistente é insinuar/instilar a si mesmo, os


seus agentes e as suas forças no meio da igreja cristã.
Existem outros dois tipos de curandeiros/bruxos no Novo Testamento, mas eles
não são muito significativos. Um deles é Simão, o Mágico, em Samaria, o outro
é Elimas, que Paulo e Barnabé encontraram na sua primeira jornada missionária
em Chipre. Não são personagens muito significativos.
► AS DUAS ABORDAGENS PRINCIPAIS DA BRUXARIA
Observando particularmente o exemplo de Balaão, vemos que a bruxaria tem
duas abordagens principais contra o povo de Deus.
… amaldiçoar o povo de Deus diretamente
Antes de tudo, amaldiçoar o povo de Deus diretamente. Balaão foi contratado
para amaldiçoar Israel, mas enquanto Israel estivesse em obediência a Deus,
Deus não permitiria que Balaão os amaldiçoasse. Sempre que ele tentava
amaldiçoá-los, ele acabava abençoando-os – muito contra a sua própria vontade
e para desgosto do homem que o contratara. Se ler a Bíblia cuidadosamente e
reunir várias passagens diferentes, verá que Balaão não desistiu e isso é típico.
… tentar o povo de Deus a pecar e assim trazer a maldição de Deus
Sabendo que não podia amaldiçoar Israel diretamente, ele recomendou ao rei de
Moabe, Balaque, que tentasse Israel a pecar com as mulheres moabitas e a
adorar os seus ídolos. E quando conseguiu isso, a maldição sobre Israel veio de
Deus, não de Balaão. Entende? Portanto, lembre-se, querido irmão ou irmã, se a

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bruxaria não puder derrotar-nos diretamente, ela tentará seduzir-nos a algo que
faz com que a maldição de Deus caia sobre nós por causa da maneira como Deus
ordenou o universo.

Se a bruxaria não puder derrotar-nos diretamente,


ela tentará seduzir-nos a algo que faz
com que a maldição de Deus caia sobre nós

– A NATUREZA DA BRUXARIA NA IGREJA –

► GÁLATAS 3: 1-3
Agora quero passar do geral para o particular e quero mostrar como opera a
bruxaria na igreja. Quero ler apenas alguns versículos do capítulo 3 de Gálatas.
O capítulo três de Gálatas é a Escritura chave neste contexto. Gálatas 3: 1-3:
Ó insensatos gálatas … (ACF)
Ninguém gosta de ser chamado de insensato, pois não? Quero dizer, há muitas
outras palavras que preferimos ouvir, mas há muitos cristãos insensatos.
Ó gálatas insensatos! Quem os enfeitiçou … (Gálatas 3:1)(NVI)
A palavra grega aqui traduzida por enfeitiçou significa literalmente ferir com os
olhos (pôr o mau-olhado). Na verdade, é o olho do mal. Alguns anos atrás nos
Estados Unidos, um padre ortodoxo grego que foi batizado no Espírito veio pedir-
me ajuda, porque alguém tinha feito isso com ele, pôs o mau-olhado nele e ele
usou a mesma palavra ‘vaskania’ (foneticamente) usada aqui em Gálatas. Foi
interessante. Ele estava muito ciente de que era algo real.
Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou [enfeitiçou] para não obedecerdes à
verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado,
crucificado, entre vós? Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas
obras da lei ou pela pregação da fé? Sois vós tão insensatos que, tendo
começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne? (Gálatas 3:1-3)(ACF)
Ó gálatas insensatos! Quem os enfeitiçou? Não foi diante dos seus olhos que
Jesus Cristo foi exposto como crucificado? Gostaria de saber apenas uma coisa:
foi pela prática da lei que vocês receberam o Espírito, ou pela fé naquilo que
ouviram? Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito,
querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio? (Gálatas 3:1-3)(NVI)
… a bruxaria expressa como legalismo
Veja bem, quaisquer que fossem os resultados produzidos, eles foram produzidos
por bruxaria. Que nome daríamos ao problema dos gálatas na linguagem
teológica moderna? Numa palavra? Legalismo. Já se tinha apercebido de que o

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legalismo é a expressão da bruxaria na igreja? Quando eu percebi, isso realmente
abalou-me, porque vi toda a natureza e funcionamento da igreja sob uma luz
completamente diferente.

O legalismo é a expressão da bruxaria na igreja.

Concordaria comigo se eu dissesse que o legalismo é talvez o problema número


um dos cristãos no ocidente? E seria capaz de acreditar que a bruxaria é o
problema? Caso duvide, faço a seguinte pergunta: “Acha-se muito melhor que os
gálatas?” Eles eram uma igreja verdadeira do Novo Testamento, cheia do
Espírito, testemunhando milagres. Eles tiveram o apóstolo Paulo a pregar
pessoalmente para eles. Quantas igrejas contemporâneas poderiam realmente
dizer, estamos muito além dos gálatas. Não tem de acreditar em mim, mas peço
que o tenha em consideração. Eu nunca desço da plataforma, aponto o dedo na
cara de alguém e digo: “Esse é o seu problema”. A forma como opero é esta:
Acredito que a Bíblia é um espelho, eu levanto-A e digo às pessoas: “Apenas olhe
no espelho e aja de acordo com o aquilo que vê a seu respeito.” Não vou atacá-
lo, acusá-lo ou condená-lo, mas agora através desta carta eu estou a segurar o
espelho para si.
- legalismo: uma tentativa de alcançar a justiça guardando regras/lei
Como devemos definir o legalismo? Geralmente, é um termo usado de forma
abusiva para descrever as pessoas que discordam de nós. É um dos termos de
abuso mais utilizado. Ofereço-lhe duas definições de legalismo e não sugiro que
sejam definitivas ou exclusivas. Antes de tudo, o legalismo é uma tentativa de
alcançar a justiça cumprindo regras ou uma lei. Quero apontar-lhe que na maioria
dos lugares no Novo Testamento, onde diz: a justiça não vem pela observação
da lei, essa afirmação não se limita à lei de Moisés. A lei de Moisés é a lei padrão
porque era uma lei divina, uma lei perfeita, era uma lei dada por Deus.
Logicamente se a justiça não puder ser alcançada observando a lei de Moisés,
então não há nenhuma outra lei que possa produzir esse resultado.
- legalismo: acrescentar algo aos requisitos de Deus para a justiça
A outra definição possível de legalismo é, acrescentar algo aos requisitos de Deus
para ser justificado. Exigir às pessoas que elas façam mais do que Deus exige
delas para alcançar a justiça, que na verdade é colocar-se no lugar de Deus. Se
Deus diz: “isso é tudo o que precisa fazer”, nenhuma igreja, nenhum ministro,
nenhum órgão religioso tem a autoridade para adicionar mais algum requisito
além do que Deus declarou.
Paulo diz no versículo 1:
… quem vos fascinou [enfeitiçou] para não obedecerdes à verdade, a vós,
perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós?…
(Gálatas 3:1)(ACF)

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… a bruxaria obscurece a obra da cruz
Como funciona a bruxaria? Está implícito nesse versículo. Ela opera obscurecendo
a obra da cruz. Cega o povo de Deus sobre o que foi alcançado pela morte de
Jesus na cruz. Sendo cegos, têm então de recorrer a outras fontes de justiça.
Existem três aspetos no que Jesus alcançou na cruz, todos eles relevantes.
1. a cruz aboliu a lei como um meio de alcançar a justiça de Deus
Em primeiro lugar, Ele aboliu a lei como um meio de alcançar a justiça com Deus,
de uma vez por todas. Romanos 10: 4,
Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.
Católico ou protestante, judeu ou gentio. É o mesmo para todos. Cristo é o fim
da lei como um meio de alcançar a justiça com Deus para todos os que creem.
Uma vez que se torne crente, já não terá a lei como um meio de alcançar a justiça
com Deus.
2. a cruz mostra o julgamento de Deus sobre a natureza carnal
Em segundo lugar, e isso não é apreciado pela maioria das pessoas, o que Jesus
experimentou na cruz é a demonstração do julgamento de Deus sobre a nossa
natureza carnal decaída. Romanos 6: 6 diz que o nosso velho homem, a nossa
natureza carnal, foi crucificado com Ele. Então a cruz mostra o que Deus pensa
da natureza decaída do homem.

A cruz mostra o que Deus pensa da natureza decaída do homem.

A misericórdia de Deus é que, em vez de fazer isso connosco, Ele fez isso com
Jesus. Mas se quer saber o que Deus pensa sobre a natureza decaída do homem,
imagine Jesus na cruz, porque essa é a palavra final Dele sobre a nossa natureza
carnal não regenerada. A cruz é a onde ela pertence. A cruz foi feita para a nossa
natureza carnal.
3. a cruz requer aplicação do princípio da cruz nas nossas vidas
Em terceiro lugar, há uma mensagem na cruz que se aplica à maneira como
vivemos. A cruz não é apenas algo externo onde a nossa redenção foi comprada,
mas é também um princípio interno que deve ser aplicado nas nossas vidas. Mas
quando as pessoas ficam cegas para a cruz, elas são cegas para esse princípio
interior. Paulo diz em Gálatas 5:24:
E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e
concupiscências. (ACF)
Observe que isso define aqueles que são de Cristo. Não usa a palavra católico,
ou protestante, não usa a palavra batista, pentecostal ou metodista. Diz apenas
os que são de Cristo. Eles não são definidos por uma denominação. Eles são
definidos pelo que a cruz fez neles.

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Veja que Romanos 6: 6 diz que Deus fez isso em Jesus. O nosso velho homem
foi crucificado com Ele. Mas chega um momento em que esse princípio deve ser
aplicado por nós nas nossas vidas. Assim, Gálatas 5:24 diz: Nós crucificamos a
carne. Não poderíamos fazê-lo se Deus não o tivesse feito em Jesus, mas
significa que esse princípio da vida crucificada, a negação do eu, a negação da
vontade da carne, faz parte da obra de Jesus na cruz. Mas quando as pessoas
são cegas por bruxaria à realidade da cruz, elas perdem essas três dimensões.
Não entendem mais que Deus aboliu as leis como um meio de alcançar a justiça.
Não entendem que a cruz representa o juízo de Deus da nossa natureza carnal
e não aplicam o princípio da cruz nas suas próprias vidas. Tornam-se carnais,
autoindulgentes, vivendo pensando em si mesmos.
… o legalismo apela ao orgulho humano
O legalismo tem uma grande influência sobre a mente humana – apela ao
orgulho humano. É assim que prende, é por causa disso que as pessoas gostam.
É por isso que as pessoas podem estar apaixonadamente dedicadas a uma
religião legalista. Espero não ofender ninguém, mas tenho vivido no Médio
Oriente durante anos, entre muçulmanos e tenho algum conhecimento da
religião muçulmana. Já disse muitas vezes que o islão nunca fez uma pessoa
feliz em mais de treze séculos. É uma religião de miséria, de ferro, de
escravidão. Porque é que então os muçulmanos são tão apaixonadamente
dedicados a ela? Porque apela ao seu orgulho. Eles sabem citar todas as coisas
que fizeram para obter a aprovação de Deus.
Mas isso não se limita apenas aos muçulmanos. É realmente uma característica
de quase todas as pessoas religiosas. Temos orgulho das nossas boas obras e
tornamo-nos como Caim, que ofereceu a Deus o fruto da terra que Deus tinha
amaldiçoado. Entende? Essa é a nossa velha natureza. A nossa velha natureza
está sob a maldição de Deus, e tudo o que damos a Deus pela nossa natureza
carnal é como a oferta que Caim trouxe. É uma oferta de algo que Deus declarou
amaldiçoado. E não há forma de como isso alguma vez poderá ser aceitável
com Deus.

Tudo o que damos a Deus da nossa natureza carnal é como a oferta de Caim
é a oferta de algo que Deus declarou amaldiçoado.

Paulo diz muitas vezes, e eu ao ler isso achava quase supérfluo, mas ele disse:
“Somos salvos pela graça, não pelas obras para que ninguém se glorie ”. Verá
que isso foi dito pelo menos três ou quatro vezes no Novo Testamento. Eu
pensei, porquê dizer: para que ninguém se glorie ? Então de repente dei-me
conta, de que é disso que as pessoas se gabam. E é por isso que as pessoas
gostam de legalismo, porque lhes dá algo para se gabarem. Como o fariseu,
“jejuo duas vezes na semana. Dou o dízimo de tudo o que possuo. Não cometo
adultério.” Mas ele não foi justificado. Veja, se achamos que podemos oferecer
a Deus algo aceitável da nossa velha natureza decaída, estamos dizendo a Deus
com efeito que Jesus não precisava morrer.

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- legalismo mina o que Jesus realizou na cruz
Paulo diz que se a justiça pode vir através da lei, então Cristo morreu sem
efeito. E quando dizemos isso a Deus incorremos no Seu desagrado, porque
qualquer coisa que fazemos para desonrar a Jesus acarreta o desagrado de
Deus. Isso não significa que Deus nos banirá da Sua presença, mas significa
que não podemos viver no favor de Deus enquanto estivermos a minar o que
Jesus realizou na cruz. E é isso que o legalismo faz.

Não podemos viver no favor de Deus


enquanto estivermos a minar o que Jesus realizou na cruz.

– AS CONSEQUÊNCIAS DO LEGALISMO –

É muito interessante descobrir que Paulo escreveu para várias igrejas diferentes
– romanos, coríntios, colossenses, efésios e assim por diante. Se estudar as
suas cartas, em quase todos elas, ele começa por agradecer a Deus pelas
pessoas para quem estava a escrever, até pelos coríntios. Quando um homem
estava a morar com a esposa do seu pai, e havia embriaguez à mesa do Senhor,
ele ainda agradecia a Deus pela graça de Deus. Mas quando chegou aos gálatas,
ficou tão chateado que se esqueceu. A sua primeira frase é:
“Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que
os chamou pela graça de Cristo … (Gálatas 1:6)(NVI) “
“Fico maravilhado por logo se afastarem da graça de Deus”. Eles não estavam
a cometer adultério, não estavam a ficar bêbados. Qual foi o problema deles?
Legalismo. Mas veja, era muito mais sério aos olhos de Paulo do que os óbvios
pecados da carne que as pessoas religiosas são tão rápidas em condenarem,
como embriaguez e imoralidade, ou coisas assim.
► COLOCA OS CRISTÃOS NOVAMENTE DEBAIXO DA LEI
Quais são as consequências de bruxaria induzir o povo de Deus no legalismo?
Primeiro que tudo, como já vimos, coloca os cristãos de volta debaixo da lei.
Assim ela atrai o povo de Deus para uma área onde não estão mais sob a Sua
bênção. Paulo diz mais a frente em Gálatas que aqueles que estão sob as obras
da lei estão sob uma maldição. Não porque um feiticeiro os amaldiçoou, mas
porque saíram da área onde as bênçãos de Deus repousam. Está a ver como é
exatamente o que Balaão fez?
► NÃO DEIXA LUGAR PARA O SOBRENATURAL DE DEUS
Segundo, não deixa lugar para o sobrenatural de Deus. Paulo disse:

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“Aquele, pois, que vos dá o Espírito, e que opera maravilhas entre vós, o faz
pelas obras da lei, ou pela pregação da fé? ” (Gálatas 3:5)(ACF)
E, claro, a resposta é pela pregação da fé. Veja o que acontece quando a igreja
se torna legalista sob a influência da bruxaria; ela perde o sobrenatural. É por
isso que a maioria das igrejas não tem nenhuma demonstração do sobrenatural
de Deus. O problema é o legalismo, porque Deus não concederá o sobrenatural
aos esforços da natureza carnal.
► TRAZ UMA MALDIÇÃO
O próximo passo na degeneração é que os teólogos começam a dizer-nos que
Deus retirou o sobrenatural – que foi apenas para a era apostólica. Antes de
tudo, pecamos ao rejeitar o sobrenatural e depois justificamos o nosso pecado,
explicando que Deus tirou o sobrenatural. Isso é uma mentira, é uma mentira
teológica, é o encobrimento do nosso próprio fracasso. Terceiro, voltar para
debaixo da lei traz uma maldição. Em vez de estarmos na bênção de Deus,
estamos sob a maldição de Deus. Vejamos um pouco mais adiante no capítulo
3 de Gálatas, começando no versículo 10:
Todos aqueles, pois, que são das obras da lei [de qualquer lei] estão debaixo
da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em
todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.
Veja bem, se deseja ser justificado pela lei, precisa cumprir toda a lei, o tempo
todo. Não pode escolher pequenos trechos da lei e dizer, manteremos esses e
não os outros. A lei é um sistema único e inteiro. Ou observa toda a lei sempre
ou então ela não serve para alcançar a justiça com Deus.
E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o
justo viverá pela fé. Ora, a lei não é da fé; mas o homem, que fizer estas coisas,
por elas viverá. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por
nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no
madeiro;(Gálatas 3:11-13)(ACF)
A palavra maldição ocorre três vezes nesse versículo. Qual é a causa da
maldição? A lei. Como chegamos à maldição? Deixando a graça e o sobrenatural
que sempre acompanha a graça, para voltar a confiar nos nossos próprios
esforços.
Poderá dizer, bem, essa é a lei de Moisés. Paulo na verdade tinha isso em
mente, mas há uma maldição pronunciada no livro por Jeremias, que diz
respeito a todos nós. Jeremias, o capítulo 17 e o versículo 5:
Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o
seu braço [ou a sua força], e aparta o seu coração do Senhor!
Veja bem, quando confiamos na nossa própria capacidade carnal, somos
amaldiçoados. “Maldito o homem que confia no homem.” Quantas igrejas estão

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cheias de pessoas que confiam nos homens? Não precisa responder a essa
pergunta, mas a Bíblia diz que quem confia no homem está sob uma maldição.
Porquê? Porque o seu coração se afasta do Senhor. Eu diria que essa é,
basicamente, a história da igreja cristã. Deus visita o Seu povo, o povo
experimenta a Sua graça, experimenta o Seu poder sobrenatural, mas muito
raramente dura mais do que uma geração, e depois desvia-se para o esforço
próprio, regras e sistemas humanos.
O meu próprio somatório inexperiente acerca da história da igreja: dezanove
séculos de tentativas para encontrar um sistema tão seguro que não tenhamos
de confiar no Espírito Santo. Infelizmente, não existe esse sistema. E a coisa
mais arriscada que pode fazer a longo prazo é deixar de confiar no Espírito
Santo.

A história da igreja: dezanove séculos de tentativas de encontrar um sistema


tão seguro que não tenhamos de confiar no Espírito Santo.

– O ERRO BÁSICO –

► REJEITAR O ESPÍRITO SANTO CRIA UM VÁCUO QUE É PREENCHIDO


PELO ESPÍRITO DA BRUXARIA
Qual é o erro básico? Isso é simultaneamente muito, muito importante e sério.
O erro básico é rejeitar o Espírito Santo. Não estamos mais a apoiar-nos no
Espírito de Deus. E quando rejeitamos o Espírito Santo, criamos um vácuo que
é preenchido pelo espírito da bruxaria.
Veja que é causa e efeito. Se analisar esses quatorze primeiros versículos de
Gálatas, capítulo 3, verá que são uma projeção lógica que nos conduz ao
diagnóstico.
► O RESULTADO FINAL
O resultado final é que a carne usurpa (apodera-se ilegalmente do) o
governo do Espírito Santo, e temos Ismael governando Isaque. Veja, já
disse isso algumas vezes, os líderes religiosos têm medo de tudo o que eles
próprios não possam controlar. Mas qualquer coisa que possa ser controlada
pelos líderes religiosos não tem o poder de fazer o que é necessário. Então, se
contentarmo-nos com o que podemos controlar, estamos a contentar-nos com
algo que Deus não aceita.

Se contentarmo-nos com o que podemos controlar,


estamos a contentar-nos com algo que Deus não aceita.

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Muitas pessoas acham que é perigoso confiar no Espírito Santo. Em certo
sentido, é. Pode errar ou enganar-se, já tem acontecido. Mas quero dizer-lhe
que é muito mais perigoso não confiar no Espírito Santo. Esse é o caminho para
o desastre e isso insulta a terceira pessoa da divindade. Ele é muito gracioso,
muito paciente, muito gentil. Mas se persistentemente dissermos: “Obrigado,
não precisamos de si”, estamos com um problema.

– DUAS MANEIRAS DE ALCANÇAR JUSTIÇA –

► A LEI E A GRAÇA
Existem apenas duas maneiras possíveis de alcançar a justiça. Não há outras.
É pela lei ou pela graça, e estas são mutuamente exclusivas. Não pode
combiná-las. É muito importante que entenda isto. Romanos 6:14 diz:
Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei,
mas debaixo da graça.
As implicações disso são surpreendentes. Se está sob a lei, o pecado tem
domínio sobre si. Se quer ser livre do domínio do pecado, não pode estar sob a
lei, mas deve estar sob a graça. E então Romanos 8:14 diz:
Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus.
E Gálatas 5:18 diz:
Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
Então, para ser um filho de Deus, precisa de ser guiado pelo Espírito Santo,
mas se é guiado pelo Espírito Santo, não está sob a lei. Eles são incompatíveis.
Veja Gálatas 4 a partir do versículo 21, Paulo usa uma alegoria das duas esposas
de Abraão – Agar, a escrava, egípcia; Sara, a princesa, a mulher livre. Ele diz
que Agar representa a aliança da lei, que gera escravos. Sara representa a nova
aliança que gera filhos livres. Observe que o nascimento de Isaque foi
sobrenatural. Era uma impossibilidade física. A graça nunca se limita à
capacidade natural do homem.

A graça nunca se limita à capacidade natural do homem.

E então, aplicando isso, Paulo diz: o que devemos fazer em relação a Agar e
Ismael, se estivermos na companhia de Sara e Isaque? O que a Escritura diz, é
muito forte:
… Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava
herdará com o filho da livre. (Gálatas 4:30)(ACF)

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Por outras palavras, Ismael e Isaac nunca podem compartilhar a mesma casa.
Assim que Isaac vier, Ismael terá de sair. A lei e a graça nunca serão parceiras.

A lei e a graça nunca serão parceiras.

É a lei ou a graça, não pode combinar as duas. Tenho de dizer-lhe


honestamente, eu acredito que se aceitar esse princípio, isso mudará a sua
vida, porque é um princípio libertador. É tão libertador que é assustador.
► O HOMEM PREFERE CONFIAR EM SI MESMO EM VEZ DE DEUS
O que há de errado com a lei? Bem, deixe-me dizer-lhe antes de tudo; estamos
a lidar com um problema básico da natureza humana que remonta à queda. A
essência do problema da queda do homem, era que ele queria ser independente
de Deus. Os seus motivos eram excelentes. Ele queria ser como Deus. Bom, o
que mais ou melhor poderia querer do que isso? Mas ele queria alcançar isso
independente de Deus. De modo que no homem caído, filho de Adão, existe
essa tendência que nos faz desviar; o desejo de ser independente de Deus.
Essa é a raiz de todos os problemas humanos, e até que essa raiz seja tratada,
os nossos problemas não cessam.

O desejo de ser independente de Deus é


a raiz de todos os problemas humanos

Romanos 8, versículos 5 a 8, diz:


Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas
os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação
da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a
inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus,
nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem
agradar a Deus. (ACF)
A mente carnal é inimizade contra Deus. Veja, não é uma questão de ser difícil
agradar a Deus, é impossível. A natureza carnal não pode fazer nada para
agradar a Deus.
► A LEI LIBERA A NATUREZA CARNAL
Quando procuramos alcançar a justiça por meio da lei, ela liberta a natureza
carnal. É por isso que os problemas surgem das pessoas legalistas. Já reparou
na história da igreja e de Israel, que geralmente era o povo legalista que era o
maior problema de Deus. Foram os legalistas que crucificaram Jesus e os
apóstolos. Não eram as prostitutas, nem os cobradores de impostos. O maior
problema de Deus, deixe-me dizer-lhe, são as pessoas religiosas.

O maior problema de Deus, são as pessoas religiosas.

Vejamos Romanos 7 versículos 5:

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Pois quando éramos controlados pela carne, as paixões pecaminosas
despertadas pela lei atuavam em nossos corpos, de forma que dávamos fruto
para a morte. (NVI)
Já reparou na frase “… as paixões pecaminosas despertadas pela lei … ”? Porque
é que é assim? Porque quando a lei surge, eu digo: “farei”, e confio na minha
própria natureza carnal. E quando confio na minha natureza carnal, liberto o
que está na natureza carnal. Quer saber o que há na natureza carnal? Gálatas
5 revela o que é essa natureza – não é uma lista bonita. Mas é isso que é
libertado quando começamos a confiar nas nossas próprias capacidades e
retidão naturais.
Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação,
impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, [observe que feitiçaria/bruxaria é uma
das obras da carne] inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões,
heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a
estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que
cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. (Gálatas 5:19-21)(ACF)
Existem na verdade quatro categorias das obras da carne. A primeira é a
imoralidade sexual, a segunda é a religião oculta e falsa, idolatria e feitiçaria, a
última é uma vida licenciosa/devassa, de folia, embriaguez e assim por diante.
Mas a categoria principal é toda forma de conflito e divisão. Sabe, é por isso
que as igrejas se dividem. A verdadeira questão não é doutrinal ou teológica. É
a natureza carnal. A natureza carnal não se dá bem consigo próprio e muito
menos com o seu irmão ou a sua irmã. E assim que os cristãos se tornam carnais
nos seus pensamentos e atitudes, pode ter a certeza de que a igreja está a
dirigir-se para a divisão. Pode-se dizer que os cristãos mais legalistas são os
que mais se dividem. Quem pode contar o número de Assembleias dos Irmãos?
Porquê se separaram com tanta frequência? Por causa do seu legalismo intenso,
que tem libertado essas obras feias da carne. Podem ficar longe da embriaguez
e da imoralidade, mas certamente não ficam longe da contenda, da amargura
e do ódio.
Isso não é um ataque. É apenas uma avaliação. Mas acho que vai descobrir que
as pessoas que dão mais importância ao estar certo basicamente são as que se
dividem com mais frequência. Quero deixar este pequeno pensamento consigo;
Deus dá graça aos humildes, não aos que estão certos.

Deus dá graça aos humildes, não aos que estão certos.

► A NOSSA RELAÇÃO COM A LEI, REGRAS E SISTEMAS


Levanta-se a questão: há lugar para a lei, regras ou sistemas? Obviamente,
existe. Anarquia não é uma bênção, traz desordem. Portanto, temos de
determinar pelas Escrituras qual é o lugar das regras ou de um sistema. Vou
apenas oferecer-lhe alguns pensamentos simples que não são de forma alguma
exaustivos.

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… nunca alcançamos a justiça guardando regras.
A primeira e mais importante coisa a reconhecer é que nós nunca alcançamos
a justiça guardando/cumprindo as regras. Não é a nossa justiça. E se eu guardar
um conjunto de regras e você guardar outro conjunto de regras, o meu conjunto
de regras não me tornará mais justo do que o seu conjunto de regras. Está a
ver?
… O Espírito Santo direciona-nos para e dá-nos graça para cumprir as
regras.
Segunda, se fomos feitos justos pela fé e se as regras são agradáveis ao Espírito
Santo, Ele direcionar-nos-á a elas e dar-nos-á graça para guardá-las. Por
exemplo, o limite de velocidade, penso que o Espírito Santo sempre direcionará
a sua atenção para o limite de velocidade e dirá: “Observe o limite de
velocidade”. Acredito que basicamente devemos observar quase todas as leis
seculares. Somos obrigados a obedecer magistrados, governantes e
governadores. É muito mais fácil fazer isso quando é um filho de Deus do que
quando não o é. É preciso a graça de Deus para fazer isso. Mas quando se trata
do domínio da lei religiosa, não podemos simplesmente escolher uma lei e dizer,
vou fazer isso. Temos de perguntar a Deus: quer que eu faça isso? Às vezes, o
Espírito Santo pede-nos para guardarmos leis irracionais, apenas como uma
forma de lidar com o ego. Mas a decisão deve sempre ser tomada pelo Espírito
Santo. Entende? Nunca devemos tirar a iniciativa do Espírito Santo e decidir
simplesmente com base numa regra.
… nunca devemos ignorar o Espírito Santo e confiar apenas em regras.
Se as regras não agradarem ao Espírito Santo, Ele provavelmente nos desviará
delas. Nunca devemos ignorar o Espírito Santo e confiar apenas em regras. Isso
é um curto-circuito do Espírito Santo nas nossas vidas. Nunca é uma questão
de: ‘as regras dizem que eu devo fazer isso’. A questão é: ‘o que é que o Espírito
Santo diz que eu devo fazer?’ Se deixar de fora o Espírito Santo, estará a fazer
a sua própria justiça.
… um exemplo de duas maneiras de encontrar o caminho para um
destino.
Quero dar um exemplo de duas maneiras diferentes de encontrar o caminho
para um destino. Um é um mapa, o outro é um guia pessoal. O mapa é uma
pequena imagem da lei, o guia pessoal é uma imagem do Espírito Santo. Deus
dá-nos a opção – podemos ter o mapa, podemos ter o guia. Sendo o que somos
por natureza, nenhum de nós ignorará o mapa. Todos nós dizemos: “Vou seguir
o mapa”. E Deus não se opõe. Ele diz: “Continue”. Bem, começamos e está um
lindo dia de sol e os pássaros estão a cantar, mas depois de alguns dias de
viajem, no meio da noite, numa tempestade de chuva, estamos à beira de um
precipício e não sabemos se estamos voltados para o norte, sul, leste ou oeste.
E gritamos, “Socorro!” Nem conseguimos ver o mapa, está muito escuro. Uma

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voz gentil diz: “Posso ajudá-lo?” “Ó, Espírito Santo, preciso de Si. Veio no
momento certo.” “Bem, agarre a minha mão e eu vou conduzi-lo para o caminho
certo.”
Já entram no caminho certo e o sol aparece e você diz: “Espírito Santo, eu
tenho aqui este mapa. Deseja usar o mapa? O Espírito Santo diz: “Obrigado,
sei o caminho. Não preciso do mapa, mas se ficar comigo, eu ajudá-lo-ei a
entender o mapa de uma forma que nunca entenderia sem mim.” Bom, se é
como alguns, e não me estou a excluir, isso não é suficiente. Então, após algum
tempo, estamos na estrada, o sol está a brilhar, podemos ver no mapa onde
estamos, o Espírito Santo mostrou-nos, e então dizemos: “Realmente fui parvo
por ter entrado em pânico ali no escuro. Poderia ter conseguido desenrascar-
me por mim próprio se tivesse tido apenas um pouco mais de bom senso. Acho
que consigo encontrar o caminho com o mapa. E enquanto está a falar assim
para si próprio, nem ouve o Espírito Santo dizer-lhe: “Voltamos a vermo-nos
quando precisar de mim”. E é deixado sozinho com o mapa.
Não demora muito até encontrar-se no meio de um pântano, os seus pés
afundando na lama, está cansado, com sede, “Espírito Santo, onde está?” E
aquela voz gentil diz: “Estou aqui. Agarre a minha mão. Eu guiar-te-ei.” Quantas
vezes temos de cometer esse erro? É maravilhoso que o Espírito Santo seja tão
gracioso.
A chave para o sucesso na vida cristã é aprender a não depender de si mesmo.

A chave para o sucesso na vida cristã é


aprender a não depender de si mesmo.

Você não é confiável. “Maldito é o homem que confia no homem .” Isso inclui
confiar em si mesmo. Quando faz isso, fica amaldiçoado. Penso que a lição mais
importante a aprender na vida cristã é continuar a depender do Espírito Santo
momento a momento. Nunca tome uma decisão sem o Espírito Santo.
O Senhor falou comigo por meio de uma profecia recentemente e disse que eu
estava a entrar numa nova fase no meu ministério e que iria caminhar de uma
forma que nunca tinha caminhado antes. E Ele disse: “precisará ser
extremamente sensível. Não dê um passo à minha frente. Não fale uma sílaba
antes de Eu a falar.” E eu percebo que essa é a chave do sucesso e para mim
não é fácil. Por natureza, sou uma pessoa independente. Fiz o meu próprio
caminho na vida e, de muitas maneiras, fui bem-sucedido. Um dos meus irmãos
disse-me que sou o mais independente que ele já conheceu e eu não negaria
essa avaliação. O meu maior problema e talvez o mais persistente da minha
vida cristã tem sido não depender de mim mesmo.
Quando entra no carro, ora? Estar hoje num carro é estar num lugar muito
perigoso. Há uma grande probabilidade de ter um acidente. Pede a proteção de
Deus? Coloca o cinto de segurança? Acho que essa é uma das regras que o
Espírito Santo nos incentiva a obedecer. Conheci vários irmãos queridos no

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Senhor que sofreram graves acidentes de automóvel simplesmente porque não
estavam a usar o cinto de segurança. Conhece os pequenos toques gentis do
Espírito Santo? Vai a dizer qualquer coisa e o Espírito Santo diz: “Não é a altura
de dizer isso”. Um dos meus problemas é que costumo dizer qualquer coisa
quando esta me vem à cabeça, mas nem sempre esse é o momento certo. Sabe
o que é preciso? É preciso paciência. Está a orar por paciência? Lembre-se de
que Deus tem os Seus meios de ensinar-nos a ter paciência.
Acho que aprendi a não ficar frustrado quando as coisas não acontecem
conforme quero. Penso que aprendi que Deus tem uma razão para esse atraso.
Deus tem uma razão pela qual essa pessoa não honrou o compromisso. “Creio
que o Espírito Santo me mostrará”. Sei que ainda não cheguei lá, mas quero
ter um bom relacionamento com o Espírito Santo. Não tenho confiança na minha
carne. Cheguei àquele lugar onde sei que a minha carne não produzirá nada do
que gostaria que fosse produzido.
► DOIS RELACIONAMENTOS POSSÍVEIS
Deixe-me encerrar com o que considero ser uma bela imagem na carta aos
Romanos ilustrando o que acredito ser o lugar do Espírito Santo nas nossas
vidas. Romanos, capítulo 7 e versículo 4. Essa é uma afirmação bastante
complicada. Levei anos para ter a certeza de que sabia o que Paulo queria dizer,
mas acredito que sei:
Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei… (ACF)
Absorveu isso “mortos para a lei”? Veja só há uma maneira de escapar da lei.
Quando está debaixo dela, está para toda a vida. Só há uma saída. Sabe qual
é? A morte. A lei já não tem controle sobre uma pessoa morta. Ela morreu sob
a jurisdição da lei. Existia apenas uma maneira de escaparmos da lei, que era
através da morte de Jesus, Ele abriu o caminho. Então Paul diz,
Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo,
para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de
que demos fruto para Deus. Porque, quando estávamos na carne, as paixões
dos pecados, que são pela lei [observe essa frase], operavam em nossos
membros para darem fruto para a morte. Mas agora temos sido libertados da
lei [observe essa frase], tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos;
para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra. (Romanos
7:4-6)(ACF)
… pela lei somos casados com a carne
Veja, Paulo está a falar em termos de união matrimonial, e ele diz que pela lei
éramos casados com a nossa natureza carnal, porque é a nossa natureza carnal
que diz: vou guardar a lei. E a única maneira de sairmos desse casamento sem
tornarmo-nos adúlteros é pela morte. Paul diz que quando o marido de uma
mulher morre, ela fica livre para se casar com outro. Então ele diz: “Pela morte

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de Jesus, a sua carne foi morta. Portanto, não se tornará adúltera se casar com
outra pessoa. Ele também diz: “Agora estamos livres para nos casar através do
Espírito com o Cristo ressuscitado”.
… pelo Espírito somos casados com o Cristo ressuscitado
Assim, essas são as duas alternativas. Elas são muito vívidas. Casado pela lei
com a carne – a única saída é a morte. Se aceitar a saída pela morte da sua
natureza carnal em Cristo na cruz, sem se tornar adúltero, estará livre para se
casar com outra pessoa. Quem? – com o Cristo ressuscitado. Como se case com
Ele? – não pela lei, mas pelo Espírito.
Penso que o maior ministério do Espírito de Deus nas nossas vidas é dar-nos a
união matrimonial com o Cristo ressuscitado. Dependendo com quem estejamos
unidos, produziremos o fruto correspondente. Se formos casados com a carne,
não temos opções – faremos as obras da carne. Mas se formos casados com o
Cristo ressuscitado, produziremos o fruto do Espírito. Veja, não é uma questão
de esforço – é uma questão de união. A quem está unido? Se está sob a lei,
está unido à sua natureza carnal e produzirá as obras dela, independentemente
o seu esforço. Mas se estiver morto para a lei através do corpo de Cristo, estará
livre para se casar através do Espírito com outro – com Jesus, o ressuscitado.
Mas a união matrimonial com Jesus é por meio do Espírito.
Vamos ler a Escritura final – 1 Coríntios 6: 16 e 17. Esta é uma passagem muito
notável. Estava a conversar com um grupo de crentes judeus em Israel há cerca
de um mês e disse-lhes que a Bíblia é um livro judeu e que o povo judeu é um
povo muito franco. Eles dizem as coisas tal como elas são. E eu disse que estou
realmente um tanto surpreso com a imagem que Paulo usa aqui para descrever
a nossa união com Cristo. Ele diz nesses versículos:
Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela?
Porque serão, disse, dois numa só carne. Mas o que se ajunta com o Senhor é
um mesmo espírito. (ACF)
Veja o contraste que também é uma comparação – a união sexual com uma
prostituta. Mas contrasta e é comparada com a união espiritual com o Senhor.
Então, pela lei estamos ligados à carne, mas por meio do Espírito podemos estar
unidos a Cristo. E, finalmente, a maneira como vivemos não será determinada
pelo nosso esforço. Será determinada por aquele com quem somos casados.
Jesus disse, numa outra imagem: “Eu sou a videira, vocês são os ramos.” Ramos
de videira não dão uvas por tentarem/esforçarem-se. Um ramo de videira pode
tentar/esforçar-se por um milénio e nunca produzir uma uva. Um galho de
videira dá frutos porque está unido à videira. A mesma vida que está na videira
flui para o galho. Esse é o segredo da vida cristã. Não é esforço próprio, não é
guardar regras, não é seguir um sistema, é a união com Cristo. Mas essa união
com Cristo só pode existir quando somos libertos da nossa união com
a carne.

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O segredo da vida cristã:
não é esforço próprio, não é guardar regras, não é seguir um sistema,
é a união com Cristo.

Já disse, é uma opinião pessoal, e é livre de discordar de mim. Acho que o


problema principal talvez seja o que analisei nesta carta – é o legalismo, mas é
mais do que isso. É uma ligação espiritual a uma força maligna chamada
bruxaria. Na minha própria experiência, que não descreverei em detalhes,
percebi que não bastava mudar de ideias. Tive de pedir a Deus para libertar-
me dessa força. E passei por uma experiência real da libertação de um espírito
de escravidão quando percebi qual era a minha verdadeira condição. O que
acredito que precisamos de fazer numa situação como esta, é arrependermo-
nos – arrependermo-nos de desprezarmos o Espírito Santo, de insultar o Espírito
Santo. Não quero dizer que cometemos o pecado imperdoável, mas realmente
insultamos o Espírito Santo.

O principal problema na igreja é o legalismo e


a consequente ligação espiritual a uma força maligna chamada bruxaria.

Um exemplo muito estranho vem à minha mente, acerca dos meus dias em
Cambridge, onde era estudante de filosofia. Existia um outro aluno que se
chamava Smithers, ele era anarquista por filosofia, por convicção. Ele usava
uma barba preta escura e áspera algo muito incomum naqueles dias. Era um
homem muito marcante. Bem, o conselheiro académico do King’s College, que
era uma pessoa muito digna e importante, foi visitar Smithers para verificar se
ele precisava de uma bolsa para estudos adicionais. Bem, sabíamos que os seus
princípios anarquistas dificultariam o ser educado com o conselheiro. Quando a
entrevista terminou, perguntámos-lhe: “Comportaste-te como?” Ele disse:
“Tentei agir como se ele não estivesse lá.”
Bom, por que digo isso? Porque acho que muitos de nós tivemos essa atitude
em relação ao Espírito Santo. Tentamos agir como se Ele não estivesse lá. Nós
ignoramos a presença Dele, e isso é um insulto. Insultamos o Espírito da graça
e precisamos de arrependermo-nos, e quando nos arrependemos, precisamos
de pedir a Deus que nos liberte do espírito de escravidão que manteve muitos
de nós em cativeiro.
Segurei o espelho, mas cabe-lhe a si tomar a decisão. Se acha que o que
descrevi nesta carta representa com precisão o seu problema básico, um
problema com o qual talvez tem estado a lutar há anos e esforçou-se ao máximo
e deu o seu melhor, mas realmente nunca pareceu produzir os resultados
mencionados no Novo Testamento. E gostaria de enviar um sinal de socorro a
Deus. Diga: “Deus, estou preso neste pântano preciso do Espírito Santo. Não
sei para onde ir. Eu não consigo sair. Lamento ter tentado sem a orientação do
Espírito Santo. Por favor, perdoe-me, Deus. Rendo-me novamente, desejo essa
união espiritual com Jesus. Deus, perdoa-me por ter insultado o Espírito Santo.

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Fiz o meu melhor para ignorá-Lo, segui o meu próprio caminho. Confiei em mim
mesmo. Perdoe-me e liberte-me agora desse espírito de escravidão, oro em
nome de Jesus.”
Agora, Senhor, eu apenas oro para que o Seu Espírito chegue até aqueles que
fizeram essa oração e que conheçam a liberdade que vem onde está o Espírito
do Senhor, que os liberte do legalismo, da bruxaria, de todas as pressões que
os dominaram e controlaram e os escravizaram. Que sejam libertados, oro, no
nome sobre todo o nome, o do Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus. Amém.

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Esta carta é baseada na gravação nº 4136:


OPPOSITION OF WITCHCRAFT
Part of series, “Make Your Calling Sure”

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