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Faculdade Sul-Americana

Direito Civil II
Prof. Goiacy Campos dos Santos Dunck

Discente: Rodrigo Della Côrte

ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES

1)Qual significado de pagamento?


Significa execução de qualquer espécie de obrigação. Pagamento
significa, pois, cumprimento ou adimplemento da obrigação. É pelo pagamento
que a obrigação é extinta. (GONÇALVES, 2019).

2)Qual a definição do pagamento direto, forma extinção da obrigação?


O pagamento direto é quando o devedor cumpre a prestação entregando
exatamente aquilo que é devido.

3) Explique o pagamento efetuado por terceiro interessado e terceiro não


interessado com oposição do devedor, sem oposição do devedor.
Pagamento efetuado por terceiro interessado com e sem oposição do
credor: Em primeiro lugar devemos entender que o interessado é aquela
pessoa que tem interesse jurídico na extinção da dívida (fiador, avalista, o
solidariamente obrigado, herdeiro, adquirente de imóvel hipotecado,
sublocatário, etc.) pois podem ter seu patrimônio afetado caso não ocorra o
pagamento. Nestes casos vale o preceito disposto no art. 304 C.C. “qualquer
interessado na dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios
conducentes à exoneração do devedor”. O terceiro interessado será
equiparado ao devedor (art. 346 caput e inciso III, C.C. A sub-rogação opera-
se, de pleno direito, em favor: III – do terceiro interessado, que paga a dívida
pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte). Assim, não havendo
oposição, a prestação pode ser cumprida pelo terceiro interessado. Agora o
terceiro interessado terá todos os direitos, ações, privilégios e garantias do
primitivo credor em relação à divida contra o devedor principal e os fiadores
(Conferir Sub-Rogação arts. 347 e 349 C.C.). No caso de oposição do credor, o
terceiro interessado pode realizar o cumprimento da prestação via consignação
(arts. 334 e seguintes C.C.)
Pagamento efetuado por terceiro não interessado com e sem oposição
do devedor: O parágrafo único do art. 304 C.C. diz: “igual direito cabe ao
terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo
oposição deste”. Percebemos, portanto, que o pagamento da divida pode ser
feita também por terceiro não interessado (podem ter interesse moral, por
exemplo: pai que paga a dívida do filho ou em casos de relacionamento
amoroso). Podem realizar o pagamento inclusive por consignação caso o
credor se negue a receber as prestações. Se o terceiro não interessado paga a
prestação em nome do devedor considera-se extinta a dívida sem possibilidade
do terceiro interessado querer receber o que pagou do devedor. No caso da
consignação, havendo oposição por parte do devedor, o terceiro não
interessado perde a legitimidade de cumprir a prestação nesta forma.
Se o terceiro interessado paga a dívida em seu próprio nome (e não em
nome do devedor), poderá ser reembolsado, mas não poderá se sub-rogar nos
direitos do credor (art. 305. C.C.). Ainda, se houver desconhecimento ou
oposição do devedor que tinha meios de ilidir a ação (pagamento da
prestação), não há obrigação de reembolsar aquele que pagou. (Art. 306.
C.C.). (GONÇALVES, 2019).

4) Explique o que significa credor putativo.


Credor putativo é aquele que se apresenta aos olhos de todos como o
verdadeiro credor. Assim, diz o art. 309 C.C. “O pagamento feito de boa-fé ao
credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor”. O credor
putativo é aquele que aparenta ser o credor, caso, por exemplo, do herdeiro
aparente. Desta forma, o cumprimento da prestação feita de boa-fé ao credor
putativo será valido. A boa-fé, nos ensina Gonçalves (2019), tem o poder, a
faculdade de validar atos que, em princípio seriam nulos. O verdadeiro credor,
nestes casos, deve cobrar, portanto, do accipiens (credor putativo) que em seu
lugar recebeu o pagamento.
Entretanto se o solvens (devedor) tinha consciência de que o accipiens
não era de fato o credor, não se pode falar em boa-fé, neste caso o devedor
pode ser cobrado novamente pelo verdadeiro credor. Assim, além da boa-fé
exige-se a escusabilidade do erro, ou seja, o erro do devedor em identificar o
credor putativo como o real credor deve ser verdadeiro. (GONÇALVES, 2019).

5) Explique se é válido o pagamento efetuado a credor incapaz.


Sobre esta questão dispõe o art. 310. C.C. “Não vale o pagamento
cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em
benefício dele efetivamente reverteu.” Desta forma, temos: a) Provado que o
pagamento se reverteu em benefício do incapaz, considera-se extinta a dívida
e a nulidade do pagamento. b) o pagamento feito a relativamente pode ser
confirmado pelo representante ou pelo credor cessada sua incapacidade (art.
172. C.C).
Ainda, considera-se inválido somente o pagamento realizado
“cientemente”, ou seja, se houve erro escusável por julgar estar tratando com
pessoa capaz ou dolo do credor, por ocultar sua idade, considerar-se-á o
pagamento realizado. (GONÇALVES, 2019).

6) Como ocorre o pagamento pela transmissão de propriedade?


De acordo com o art. 307 C.C. “Só terá eficácia o pagamento que
importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o
objeto em que ele consistiu.” Nem sempre o pagamento da prestação devida é
feito em dinheiro, pode o devedor, por que foi estipulado e/ou aceito pelo
credor, entregar objeto para quitação da prestação. Nestes casos, o
pagamento só terá eficácia se o devedor tiver capacidade para alienar
(transferir) o objeto entregue para quitar a dívida. É preciso, portanto, a
capacidade específica para o ato de alienação do objeto ofertado como
pagamento. Em alguns casos específicos será preciso também a legitimação
(tutor que tem capacidade para alienar coisa de seu pupilo). Para isto precisará
de autorização judicial.
O parágrafo único do mesmo artigo abre uma exceção: “Se se der em
pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-
fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-
la.” Duas observações devem ser feitas: A) é preciso que o credor receba a
coisa fungível de boa-fé. B) consumida a coisa fungível recebida de boa-fé,
considerar-se-á o pagamento realizado e a relação jurídica extinta. Neste caso
restará ao verdadeiro proprietário cobrar de quem entregou a coisa
indevidamente. (GONÇALVES, 2019).

7) Onde é o local que deve ocorrer o pagamento?


De acordo com o art. 327 CC. A regra geral é que dívidas são quesíveis
(pagamento no domicílio do devedor) salvo “se as partes convencionarem
diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou
das circunstâncias.” Ainda, o parágrafo único dispõe que, havendo dois ou
mais lugres de quitação, cabe ao devedor escolher onde quitar a prestação.
Temos então que: se não houver acordo entre as partes, a lei não definir
ou se as circunstâncias e a natureza das obrigações não dispuserem em
contrário a regra geral é: pagamento no domicílio do devedor. (GONÇALVES,
2019).

8) Pagamento efetuado ao credor cujo crédito foi penhorado.


Neste caso devemos recorrer ao art. 312 C.C. que aduz: “Se o devedor
pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da
impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes,
que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o
regresso contra o credor.”
Assim, quando a penhora recai sobre um crédito o devedor é notificado
a não pagar ao credor, mas sim a depositar em juízo. O pagamento efetuado
ao credor neste caso não valerá, podendo o devedor ser obrigado a pagar
novamente (ressalvado seu direito de regresso contra o credor). O devedor só
se exonerará da obrigação caso deposite em juízo a quantia devida.
Há ainda uma outra hipótese de oposição ao pagamento e de ressalva
aos direitos dos credores: a impugnação feita por terceiros. Neste caso o
terceiro deverá utilizar o protesto ou notificação. Aqui, também, deverá haver o
depósito em juízo. É preciso, contudo, que o terceiro demonstre legítimo
interesse. Se a oposição for abusiva o opoente (terceiro) responderá por
perdas e danos ao devedor. (GONÇALVES, 2019).
9)Quem são os representantes do credor? Explique.
Seguindo o art. 308 C.C. temos: “O pagamento deve ser feito ao credor
ou a quem de direito o represente [...]”. existem três espécies de
representantes do credor, são eles:
a) Legal: é o que decorre da lei (pais, tutores, curadores, etc)
b) Judicial: é nomeado pelo juiz, como o inventariante, o síndico da falência e o
administrador da empresa penhorada.
c) Convencional: é aquele que recebe mandato outorgado pelo credor, com
poderes especiais para receber e dar quitação. (GONÇALVES, 2019).

10) Explique o que quer dizer obrigação (quesível ou querable) e


Obrigação portável ou portable).
Obrigação querable ou quesível é aquela em que o credor deve buscar o
pagamento no domicílio do devedor. Ao contrário, a obrigação portable ou
portável é aquela em que foi instituído entre as partes que o cumprimento da
obrigação se dará no domicilio do credor, assim, o devedor deve levar e
oferecer o pagamento neste local. Obrigações portable ou portáveis devem
estar devidamente consignadas em contrato, caso contrário aplica-se a regra
geral, ou seja, que as dívidas são quesíveis. (GONÇALVES, 2019).

11) O Brasil reconhece a validade do pagamento feito em ouro, prata ou


moeda estrangeira? Explique.
Não. O C.C. seção III art. 315 e subsequentes disciplinam o pagamento
em dinheiro, que é a forma mais importante e na qual todas as demais podem
transformar-se.
Assim, no art. 315, temos: “As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no
vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos
artigos subsequentes.”
Da mesma forma a lei 10.192/2001 em seu art. 1º, no parágrafo único e
no inciso I, nos informam;
“Art.1o As estipulações de pagamento de obrigações pecuniárias
exequíveis no território nacional deverão ser feitas em Real, pelo seu valor
nominal.
Parágrafo único. São vedadas, sob pena de nulidade, quaisquer estipulações
de:
I - Pagamento expressas em, ou vinculadas a ouro ou moeda estrangeira,
ressalvado o disposto nos arts. 2o e 3o do Decreto-Lei no 857, de 11 de
setembro de 1969, e na parte final do art. 6o da Lei no 8.880, de 27 de maio de
1994;
Temos então que a moeda oficial (moeda de curso forçado) para
pagamentos, quitações é o real. Contudo, em casos de exportações e
importações pode a moeda estrangeira servir de estipulação, devendo,
entretanto, ser efetuada a conversão de seu valor para moeda nacional.

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