Você está na página 1de 26

FACULDADE DE DIREITO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

JANAINA GOMES DE ALMEIDA

MÉTODOS ONLINE DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS: ODR – ONLINE DISPUTE


RESOLUTION COMO INSTRUMENTO PARA EFETIVAÇÃO DA CULTURA DA PAZ
NAS DEMANDAS RELACIONADAS A RELAÇÕES DE CONSUMO, DO ESTADO
DE SÃO PAULO
SÃO BERNARDO DO CAMPO

2019

JANAINA GOMES DE ALMEIDA

MÉTODOS ONLINE DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS: ODR – ONLINE DISPUTE


RESOLUTION COMO INSTRUMENTO PARA EFETIVAÇÃO DA CULTURA DA PAZ
NAS DEMANDAS RELACIONADAS A RELAÇÕES DE CONSUMO, DO ESTADO
DE SÃO PAULO

Dissertação de monografia apresentada à banca do curso de Direito da Faculdade de


Direito de São Bernardo do Campo, para a
obtenção do título de bacharel.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Adriana da Silva Preti.


SÃO BERNARDO DO CAMPO

2019
Espaço destinado à dedicatória (elemento opcional). Folha que contém o
oferecimento do trabalho à determinada
pessoa ou pessoas.

Exemplo: Dedico este trabalho à minha família, pelos momentos de ausência.


BANCA EXAMINADORA
AGRADECIMENTOS

Folha que contém manifestação de reconhecimento a pessoas e/ou


instituições que realmente contribuíram com o autor, devendo ser expressos de
maneira simples. Coloca-se no espaço superior da folha a palavra
Agradecimento(s), grafada em CAIXA ALTA, em negrito e centralizada.
Exemplo:
Certamente estes parágrafos não irão atender a todas as pessoas que
fizeram parte dessa importante fase de minha vida. Portanto, desde já peço
desculpas àquelas que não estão presentes entre essas palavras, mas elas podem
estar certas que fazem parte do meu pensamento e de minha gratidão.
Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Fulano, pela sabedoria com que me
guiou nesta trajetória.
Aos meus colegas de sala.
A Secretaria do Curso, pela cooperação.
Gostaria de deixar registrado também, o meu reconhecimento à minha
família, pois acredito que sem o apoio deles seria muito difícil vencer esse desafio.
Enfim, a todos os que por algum motivo contribuíram para a realização desta
pesquisa.
Espaço destinado à epígrafe (elemento opcional). Nesta folha, o autor usa uma
citação, seguida de indicação de autoria e
ano, relacionada com a matéria tratada no
corpo do trabalho.

Exemplo: Eu denomino meu campo de Gestão do Conhecimento, mas você não


pode gerenciar conhecimento. Ninguém
pode. O que você pode fazer, o que a
empresa pode fazer é gerenciar o
ambiente que otimize o conhecimento.
(PRUSAK, Laurence, 1997)
RESUMO

ALMEIDA, Janaina Gomes. Métodos Online de Resolução de Conflitos: Odr –


Online Dispute Resolution como instrumento para efetivação da cultura da paz
nas demandas relacionadas a relações de consumo, do Estado de São Paulo:
2019. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso - Bacharelado em
Direito – Faculdade De Direito de São Bernardo do Campo.

Elemento obrigatório, constituído de uma sequência de frases concisas e objetivas,


fornecendo uma visão rápida e clara do conteúdo do estudo. O texto deverá conter
no máximo 500 palavras e ser antecedido pela referência do estudo. Também, não
deve conter citações. O resumo deve ser redigido em parágrafo único, espaçamento
simples e seguido das palavras representativas do conteúdo do estudo, isto é,
palavras-chave, em número de três a cinco, separadas entre si por ponto e
finalizadas também por ponto. Usar o verbo na terceira pessoa do singular, com
linguagem impessoal (pronome SE), bem como fazer uso, preferencialmente, da voz
ativa.

Palavras-chave: Palavra 1. Palavra 2. Palavra 3. Palavra 4. Palavra 5. (separados


entre si por ponto)
ABSTRACT

SOBRENOME, Prenome do Autor do Trabalho. Title of the working: subtitle (if


any). Ano de defesa. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharelado ou Tecnologia em [nome do curso]) ou Monografia (Especialização em
[nome do curso]) ou Dissertação (Mestrado em [nome do curso]) - Federal
Technology University - Parana. Ponta Grossa, ano de defesa.

Elemento obrigatório em tese, dissertação, monografia e TCC. É a versão do


resumo em português para o idioma de divulgação internacional. Deve ser
antecedido pela referência do estudo. Deve aparecer em folha distinta do resumo
em língua portuguesa e seguido das palavras representativas do conteúdo do
estudo, isto é, das palavras-chave. Sugere-se a elaboração do resumo (Abstract) e
das palavras-chave (Keywords) em inglês; para resumos em outras línguas, que não
o inglês, consultar o departamento / curso de origem.

Keywords: Keyword 1. Keyword 2. Keyword 3. Keyword 4. Keyword 5. (separados


entre si por ponto)
Começando pelo princípio do devido processo legal, previsto no artigo 5º,
LIV, da Constituição Federal de 1988, será visto que, atualmente, ele é analisado
sob duas óticas: a do processo legal substancial e do devido processo legal formal.

Será visto também, que o Novo Código de Processo Civil demonstrou


preocupação com o princípio do contraditório, ao passo que estabeleceu em seu
artigo 9º, que: “Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que esta seja
previamente ouvida”. 

Através dos princípios dispositivo e inquisitivo, verifica-se que o sistema


brasileiro é um sistema misto, com preponderância do princípio dispositivo.

Já com relação ao princípio da motivação das decisões, previsto no artigo


11 do Novo Código de Processo Civil e artigo 93, IX, da Constituição Federal de
1988, verifica-se que sem ela, as partes envolvidas, os órgãos superiores e a
sociedade não conheceriam o porquê de o juiz ter tomado tal decisão.

Visando dar às partes tratamento igualitário aos litigantes, o Novo Código


de Processo Civil estabeleceu em seu artigo 7º o princípio da isonomia.

Outrossim, será visto que o princípio da publicidade dos atos processuais é


de suma importância, uma vez que a publicidade é um mecanismo de controle das
decisões judiciais.

Outro princípio que também tem grande relevância é o da economia


processual, o qual será analisado sob duas diferentes óticas.

Será analisado também, o princípio da razoável duração do processo,


previsto no artigo 4º do Novo Código de Processo Civil e no artigo 5º, LXXVIII, da
Constituição Federal de 1988, onde as partes têm direito de obter em prazo razoável
a solução integral do processo.

 Quanto aos princípios da cooperação e primazia no julgamento do mérito,


serão analisados dentro do artigo 6º do Novo Código de Processo Civil, haja vista
este prever que todos devem cooperar para que se obtenha decisão de mérito.

Por fim, será visto que o Novo Código de Processo Civil consagrou de forma
expressa, em seu artigo 5º, o princípio da boa fé objetiva, onde todos os sujeitos
processuais devem adotar uma conduta no processo em respeito à lealdade e a
boa-fé. 

Destarte, com o desenvolvimento do artigo científico nota-se que os


Princípios no Novo Código de Processo Civil, os quais tiveram por base a
Constituição Federal de 1988, consagrou mais garantias à sociedade, que busca no
Poder Judiciário uma solução justa aos conflitos de interesses.

Desenvolvimento
Antes de adentrar o título do presente artigo, tem-se por necessário
distinguir Princípios fundamentais, de Princípios Informativos (ou formativos).

A conceituação do termo Princípios Fundamentais segundo Marcus Vinicius


Rios Gonçalves (2016, p. 64), “são aquelas premissas sobre as quais se apóiam as
ciências. Desde que o Processo Civil conquistou status de ciência autônoma,
tornou-se necessária a formulação de seus princípios fundamentais. Eles servem de
diretrizes gerais, que orientam a ciência.”, e para Jadir Cirqueira de Souza (2010, p.
94) “Os princípios fundamentais constituem a estrutura do sistema normativo
constitucional. Por isso, são imprescindíveis para a correta interpretação e a
integração de qualquer norma vigente, bem como em relação à manutenção da
integralidade do próprio sistema”.

Marcus Vinicius Rios Gonçalves ainda explica que (2016, p. 64):

Eles não se confundem com os princípios informativos


(ou formativos), que se subdividem em:

{C}-                        Lógico: a sequência de atos no


processo deve obedecer a um regramento lógico, de forma
que os supervenientes derivem dos precedentes, em uma
ordenação que faça sentido. Não seria lógico, por exemplo,
que se fizesse correr um prazo recursal antes que a decisão
fosse proferida.

{C}-                        Econômico: o processo deve buscar


obter o melhor resultado possível com o menor dispêndio de
recurso e de esforços.

{C}-                        Jurídico: o processo deve respeitar


as regras previamente estabelecidas no ordenamento jurídico.

{C}-                        Político: o processo deve buscar o


seu fim último, que é a pacificação social, com o menor
sacrifício social possível.

Mais do que princípios, essas formulações são regras


técnicas, de conteúdo extrajurídico, que servem de orientação
e aplicação do direito.

Vão nos interessar mais os princípios fundamentais,


estes de conteúdo propriamente jurídico-político, os quais
serão agrupados em duas categorias: os de estatura
constitucional; e os infraconstitucionais.

O Novo Código de Processo Civil ao determinar em seu artigo 1º que o


processo civil seja ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as
normas fundamentais estabelecidas na Constituição da República prevê sua própria
subordinação à Constituição e ao prescrever nos dispositivos subsequentes alguns
dos princípios fundamentais estabelecidos na Constituição Federal deixa nítida que
na aplicação e interpretação do código, referidos princípios devem ser observados.

Dessa forma, este artigo científico irá tratar dos princípios norteadores do
Novo Código de Processual Civil, que tem como filiação o texto constitucional.

Começando pelo princípio do devido processo legal, cabe ressaltar que ele
funciona como um supra-princípio, norteador de todos os outros que devem ser
observados no processo. Está previsto no artigo 5º, inciso LIV, da Constituição
Federal de1988, o qual prescreve que “ninguém será privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido processo legal”.

Importante ressaltar que, atualmente, analisa-se este princípio sob duas


óticas: a do devido processo legal substancial (substantive due process) e devido
processo legal formal (procedural due process).

Assim, segundo Daniel Amorim Assumpção Neves (2016, p. 114):

No sentido substancial o devido processo legal diz


respeito ao campo da elaboração e interpretação das normas
jurídicas, evitando-se a atividade legislativa abusiva e
irrazoável e ditando uma interpretação razoável quando da
aplicação concreta das normas jurídicas. É campo para a
aplicação dos princípios – ou como prefere parcela da
doutrina, das regras – da razoabilidade e da proporcionalidade,
funcionando sempre como controle das arbitrariedades do
Poder Público. (...).

No sentido formal encontra-se a definição tradicional


do princípio, dirigido ao processo em si, obrigando-se o juiz no
caso concreto a observar os princípios processuais na
condução do instrumento estatal oferecido aos jurisdicionados
para a tutela de seus direitos materiais.

Este princípio garante que o seu titular não perca sua liberdade, nem seus
bens por atos não jurisdicionais do Estado.

á com relação ao princípio do contraditório, o Novo Código de Processo


Civil demonstrou preocupação ao prever em seu artigo 9º que “Não se proferirá
decisão contra uma das partes sem que esta seja previamente ouvida”, salvo nas
hipóteses previstas em seu parágrafo único, o qual se permite uma decisão antes
de a parte contrária ser intimada e ter oportunidade de se manifestar, e em seu
artigo 10 “O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”.

Outrossim, o artigo 5º, LV, da Constituição Federal, trata deste princípio


prevendo que “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes”. Sobre este princípio ensina Alexandre de Moraes
(2004, p. 125):

O princípio do contraditório, além de


fundamentalmente constituir-se em manifestação do princípio
do Estado de Direito, tem íntima ligação com o da igualdade
das partes e do direito de ação, pois o texto constitucional, ao
garantir aos litigantes o contraditório e a ampla defesa, quer
significar que tanto o direito de ação, quanto o direito de
defesa são manifestação do princípio do contraditório.

                                                                                                                     

Com relação aos princípios dispositivo e inquisitivo, para que se entenda


qual o sistema adotado pelo Código de Processo Civil, faz-se necessário conceituar
sistema inquisitivo puro e sistema dispositivo puro. Assim, explica Daniel Amorim
Assumpção Neves (2016, p. 123):

No sistema inquisitivo puro o juiz é colocado como a


figura central do processo, cabendo a ele a sua instauração e
condução sem a necessidade de qualquer provocação das
partes. A liberdade na atuação do juiz é ampla e irrestrita. No
sistema dispositivo puro o juiz passa a ter uma participação
condicionada à vontade das partes, que definem não só a
existência e extenção do processo – cabendo ao interessado a
sua propositura e definição dos elementos objetivos e
subjetivos -, como também o seu desenvolvimento, que
dependerá de provocação para que prossiga. 

Dessa forma, entende-se que o sistema brasileiro é misto, com


preponderância do princípio dispositivo, isso está insofismavelmente demonstrado
no artigo 2º do Novo Código de Processo Civil, o qual prescreve que para existir
processo é necessária a provocação do interessado (princípio dispositivo) e após,
será desenvolvido pelo impulso oficial (princípio inquisitivo).

Princípio indispensável para fiscalizar a atividade judiciária é o da motivação


das decisões judiciais. Este princípio está previsto tanto no artigo 11 do Novo
Código de Processo Civil, quanto no artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988,
o qual prevê que serão públicos todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Para Marcus
Vinicius Rios Gonçalves (2016, p.85) “O juiz, ou tribunal, ao proferir suas decisões,
deve justificá-las, apresentando as razões pelas quais determinou essa ou aquela
medida, proferiu esse ou aquele julgamento”.

Com relação ao princípio da princípio da isonomia, o Novo Código de


Processo Civil estabeleceu em seu artigo 7º que “é assegurada às partes paridade
de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos
meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais,
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório” e o artigo 5º, caput, e inciso I, da
Constituição Federal estabeleceu que todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza.

Assim, esclarece José Afonso da Silva (2005, p. 223) “Além da base geral
em que assenta o princípio da igualdade perante a lei, consistente no tratamento
igual a situações iguais e tratamento desigual a situações desiguais, a Constituição
veda distinções de qualquer natureza (art. 5º, caput)”, e complementa Marcus
Vinicius Rios Gonçalves (2016, p.72) explicando que “O princípio deve,
primeiramente, orientar o legislador na edição de leis, que devem dar tratamento
igualitário aos litigantes; depois deve nortear os julgamentos, orientando o juiz na
condução do processo”.

Dentre os princípios do direito processual civil que é de suma importância é


o da publicidade dos atos processuais, uma vez que a publicidade é um mecanismo
de controle das decisões judiciais. Porém, há uma crítica por parte do doutrinador
Daniel Amorim Assumpção Neves (2016, p. 137) com relação à redação dada a este
princípio no artigo 11, caput, do Novo Código de Processo Civil:

Ainda que sem consequências práticas significativas, o


art. 11, caput, do Novo CPC prevê regra muito tímida a
respeito da publicidade dos atos processuais, que nem de
longe traduz toda a dimensão da existência constitucional.
Consta do dispositivo legal que todos os julgamentos dos
órgãos jurisdicionais serão públicos, sob pena de nulidade. E
os outros atos processuais que não constituem em julgamento
não serão, ao menos em regra, públicos? O acesso aos autos
não deve ser regido pelo princípio da publicidade? E as
audiências nas quais não se proferem julgamentos? Seria mais
correto o dispositivo legal ora analisado referir-se a “atos
processuais” no lugar de “julgamentos”.

Outro princípio que merece destaque é o da economia processual, que deve


ser analisado sob duas diferentes óticas. Assim, explica Daniel Amorim Assumpção
Neves (2016, p. 138):

Do ponto de vista sistêmico o objetivo do princípio da


economia processual é obter menos atividade judicial e mais
resultados. E para tanto deve se pensar em mecanismos para
evitar a multiplicidade dos processos e, quando isso
concretamente não ocorrer, diminuir a prática de atos
processuais, evitando-se sua inútil repetição.

Quanto à missão de evitar a multiplicidade de


processos não resta nenhuma dúvida de que as ações
coletivas, ao evitarem a fragmentação do direito em inúmeras
demandas individuais, contribuem significativamente para a
economia processual no sentido ora analisado.
Sobre o princípio da instrumentalidade das formas, verifica-se que se o ato
processual tiver uma forma determinada em lei, esta deve ser aplicada segundo a
formalidade legal, sob pena de nulidade. O Novo Código de Processo Civil poderia
ter reservado um dispositivo para o princípio da instrumentalidade das formas,
dentre os artigos iniciais do codex, porém não o fez, apenas deixou que alguns
dispositivos legais tratassem do princípio.

Dessa forma, prescreve Daniel Amorim Assumpção Neves (2016, p.


141/142):

Há pelo menos três dispositivos legais no Novo Código


de Processo Civil que tratam genericamente do princípio da
instrumentalidade das formas. Os arts. 188 e 277 contêm a
mesma regra, prevendo que serão considerados válidos os
atos que, realizados de outro modo que não a forma
determinada em lei, lhe preencham a finalidade essencial.
Tenho dúvidas a respeito da qualidade técnica do dispositivo
legal, porque, como já tive a oportunidade de defender, no
princípio da instrumentalidade das formas não se convalida o
vício, apenas admite-se que o ato viciado gere normalmente os
efeitos previstos em lei, como se válido fosse. Nos termos dos
dispositivos mencionados, o ato viciado tornar-se-ia válido
apenas para se permitir a geração de seus efeitos, o que
parece tecnicamente inadequado e praticamente
desnecessário. Bastaria ao legislador reconhecer que, não
havendo prejuízo e atingindo sua finalidade, o ato, mesmo que
viciado, geraria normalmente seus efeitos. A ausência de
prejuízo, inclusive, vem disposta no art. 283, parágrafo único,
do Novo CPC, que prevê o aproveitamento de ato viciado
desde que não resulte em prejuízo à defesa de qualquer parte.
Teria ficado mais completo o dispositivo legal se tivesse
também mencionado a inexistência de prejuízo ao processo.

Quanto ao princípio da razoável duração do processo verifica-se que está


previsto no artigo 4º do Novo Código de Processo Civil e no artigo 5º, LXXVIII, da
Constituição Federal de 1988, onde as partes têm direito de obter em prazo razoável
a solução integral do processo.

Nesse sentido, a EC n. 45/2004, ampliando os direitos e garantias


fundamentais, estabeleceu, no art. 5º., LXXVIII, que a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação. (LENZA, 2014, 1137).

Trata-se, sem dúvida, de garantia não só restrita a brasileiros natos ou


naturalizados e a estrangeiros residentes no País, mas que abarca também
-corroborando entendimento do STF e da doutrina, interpretando o caput do art. 5º
da CF/88, que proclama a igualdade de todos perante a lei e, aqui tomando por
analogia – os estrangeiros não residentes (por exemplo, de passagem, a turismo), os
apátridas as pessoas jurídicas. (LENZA, 2014, 1137).

Importante, ainda ressaltar, que são os princípios da cooperação e primazia


no julgamento do mérito, previstos no artigo 6º do Novo Código de Processo Civil,
que determinam que todos devem cooperar para que se obtenha decisão de mérito.

Segundo Marcus Vinicius Rios Gonçalves (2016, p. 95):

Vem expressamente consagrado no art. 6º do CPC:


“Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para
que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e
efetiva”. Constitui desdobramento do princípio da boa-fé e da
lealdade.

Por fim, encerrando a analise dos princípios no Novo Código de Processo


Civil, verifica-se que o princípio da boa fé objetiva foi consagrado de forma
expressa, em seu artigo 5º.

 Sendo objetiva, a exigência de conduta de boa-fé independe da existência


de boas ou más intenções. Conforme já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, a
boa fé objetiva se apresenta como uma exigência de lealdade, modelo objetivo de
conduta, arquétipo social pelo qual impõe o poder-dever de que cada pessoa ajuste
a própria conduta a esse modelo, agindo como agiria uma pessoa honesta,
escorreita e leal. (NEVES, 2016, p.147/148).

Dessa forma, vislumbra-se que todos os sujeitos processuais devem adotar


uma conduta no processo em respeito à lealdade e a boa-fé.

Conclusão   

Diante do que foi exposto neste artigo científico, pode-se concluir que os
Princípios no Novo Código de Processo Civil são fundamentais para melhor
aplicação das leis ao caso concreto, visando-se solucionar os conflitos de
interesses de maneira justa e célere.

Cabe ressaltar que, o Novo Código de Processo Civil inovou ao prever a


aplicação das normas fundamentais com foco na Constituição Federal de 1988.

Como foi visto, através do Princípio do Devido Processo Legal é que são
norteados todos os outros princípios, inclusive, é através dele que se permite a
ampla participação das partes e a efetiva proteção de seus direitos.

Restou demonstrado também, durante a análise dos Princípios do


Dispositivo e Inquisitivo que para existir processo é necessária a provocação do
interessado (princípio dispositivo) e após, será desenvolvido pelo impulso oficial
(princípio inquisitivo), devendo o juiz tratar as partes de maneira igual, sem distinção
de qualquer natureza, bem como proferir uma decisão contra uma das partes,
somente, se a outra for previamente ouvida, respeitando-se, assim, os Princípios da
Isonomia e do Contraditório.

Com relação aos Princípios da Motivação das Decisões e o da Publicidade,


foi visto que eles são fundamentais para fiscalizar a atividade judiciária, ao passo
que o primeiro deve ser aplicado pelo juiz ou tribunal e o segundo serve para
controlar o comportamento no processo do juiz, dos advogados, do promotor e das
partes.

Foi visto, ainda, que a EC n. 45/2004, ampliando os direitos e garantias


fundamentais, estabeleceu, com relação aos Princípios da Economia Processual e
da Razoável Duração do Processo, que a todos, no âmbito judicial e administrativo,
são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação.

Outrossim, foi visto que através do Princípio da Instrumentalidade das


Formas, verifica-se que se o ato processual tiver uma forma determinada em lei,
esta deve ser aplicada segundo a formalidade legal, sob pena de nulidade.

E, que são os Princípios da Cooperação e Primazia no Julgamento do


Mérito, que determinam que todos devem cooperar para que se obtenha decisão de
mérito.

Por fim, encerrando os Princípios no Novo Código de Processo Civil, foram


abordados os Princípios da boa-fé e Lealdade Processual, que determinam que
todos os sujeitos processuais devem adotar uma conduta no processo em respeito
à lealdade e a boa-fé.

Dessa forma, diante do que foi exposto, chega-se à conclusão de que estes
Princípios são muito relevantes, haja vista que é através deles que deverão se
pautar as relações processuais, buscando-se, sempre, a aplicação da justiça ao
caso concreto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado.


7 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado 2014. 18 ed. São


Paulo: Saraiva, 2014.

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 16 ed. São Paulo: Atlas,


2004.

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil.


Volume único. Salvador: JusPodiVm, 2016.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25 ed. São
Paulo: Malheiros, 2005.

SOUZA, Jadir Cirqueira de. Curso de Direito Constitucional. São Paulo:


Pillares, 2010.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1 NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E OS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE


CONFLITOS

Conceito
Natureza Jurídica
Classificação
● Contexto social e cultural na resolução de conflitos
● Teoria do conflito
● Dever de intervenção estatal para solução de disputas por meio do judiciário
● A situação do sistema judiciário brasileiro: o acesso à justiça
● A necessidade da cultura da paz e da autocomposição para desafogar o
judiciário
● Métodos adequados de resolução de conflitos propostos pelo novo código de
processo civil
● Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça
● Arbitragem
● Conciliação
● Mediação
● Alternative Dispute Resolution – ADR
● On-Line Dispute Resolution – ODR
CAPÍTULO 2 PRINCIPIOS DO CODIGO DE PROCESSO CIVIL

Conceito
Natureza Jurídica
Classificação
● Devido processo legal
● Isonomia
● Contraditório
● Inafastabilidade do controle jurisdicional
● A imparcialidade do juiz
● A publicidade dos atos processuais
● O duplo grau de jurisdição
● Duração razoável do processo
● Princípio da efetividade processual
● Persuasão racional (livre convencimento motivado)
● A oralidade
● A cooperação.

CAPÍTULO 3 PRINCÍPIOS REGRAS DA AUTOCOMPOSIÇÃO DO CÓDIGO DE


PROCESSO CIVIL

Conceito
Natureza Jurídica
Classificação
● Independência
● Imparcialidade
● Autonomia da Vontade
● Regras procedimentais
● Confidencialidade
● Oralidade
● Informalidade
● Decisão Informada

CAPÍTULO 4 ON-LINE DISPUTE RESOLUTION – ODR

Conceito
Natureza Jurídica
● On-Line Dispute Resolution – ODR como Ferramenta na solução de conflitos
● Experiência da On-Line Dispute Resolution – ODR no Judiciário do Estado de
São Paulo, para solução de conflitos em relações de consumo

CONCLUSÕES

REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS
REFERÊNCIAS JURISPRUDENCIAIS

1 INTRODUÇÃO

Parte inicial do texto, na qual devem constar o tema e a delimitação do


assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o
tema do trabalho, tais como: justificativa, procedimentos metodológicos
(classificação inicial), embasamento teórico (principais bases sintetizadas) e
estrutura do trabalho, tratados de forma sucinta.
Salienta-se que os procedimentos metodológicos e o embasamento teórico
são tratados, posteriormente, em capítulos próprios e com a profundidade
necessária ao trabalho de pesquisa.
Após o início de uma seção, recomenda-se a inserção de um texto ou, no
mínimo, uma nota explicativa sobre a seção iniciada. Evitar, por exemplo:
2 SEÇÃO PRIMÁRIA (EM CAIXA ALTA E EM NEGRITO)

As seções primárias devem iniciar SEMPRE em páginas distintas.

2.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA (EM CAIXA ALTA E SEM NEGRITO)

Os títulos das seções secundárias devem ser separados do texto que os


precede por 2 (dois) espaços de 1,5 cm.

2.1.1 Seção Terciária (Com as Iniciais Maiúsculas)

Os títulos das seções terciárias devem ser separados do texto que os


precede por 1 (um) espaços de 1,5 cm.

2.1.1.1Seção quaternária (Primeira letra do título Maiúscula)

Os títulos das seções quaternárias também devem ser separados do texto


que os precede por 1 (um) espaços de 1,5 cm.

2.1.1.1.1 Seção quinária (Primeira letra do título maiúscula e em itálico)

Os títulos das seções quinárias também devem ser separados do texto que
os precede por 1 (um) espaços de 1,5 cm.
3 DESENVOLVIMENTO

Parte principal do trabalho, que contém a exposição ordenada e


pormenorizada do assunto. É composta de revisão de literatura, dividida em seções
e subseções, material e método(s) e/ou metodologia e resultados, agora descritos
detalhadamente. Cada seção ou subseção deverá ter um título apropriado ao
conteúdo.
Deve-se utilizar sempre a terceira pessoa do singular na elaboração do
texto, mantendo-se a forma impessoal com o uso do pronome SE.1

1
Para as regras gerais de apresentação das referências, ver página 77 das Normas para Elaboração
de Trabalhos Acadêmicos da UTFPR, disponível em:
http://www.utfpr.edu.br/documentos/normas_trabalhos_utfpr.pdf
4 CITAÇÕES

É fundamental nesta etapa a ética e a honestidade intelectual, atribuindo


autoria a quem, realmente, contribuiu para o desenvolvimento do estudo em
questão. Neste processo usam-se as citações, definidas como “menção de uma
informação extraída de outra fonte” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2002, p. 1)2 ou ainda (ABNT, 2002, p. 1).
A transcrição, literal ou não, seguida da referência adequada, torna-se uma
citação como classificada por normas. Entretanto, a mesma transcrição ou cópia,
sem atender os ditames da norma, torna-se um plágio. O plágio é passível de
restrições legais e penais. A Lei nº 9.610, de 19/02/1998, regula os direitos autorais
no Brasil, prevendo as sanções legais pertinentes; já o Código Penal, no seu Artigo
184, aponta as sanções penais.
Todos os autores e obras, consultados e efetivamente citados, deverão
constar na lista final de referências.
As citações curtas diretas, aquelas com até três linhas, aparecem
diretamente no texto, destacadas entre aspas (“...”), precedidas ou sucedidas da
indicação de autoria. Exemplo: O autor lembra, contudo, a análise precursora de
Leonard-Barton (1998) sobre alguns aspectos limitantes das competências, ou
aptidões, essenciais, que as transformam em “limitações estratégicas”
(LEONARD-BARTON, 1998, p. 48).
Exemplo de citação direta longa (mais de 3 linhas)

O contexto capacitante não significa necessariamente um espaço físico. Em vez disso, combina
aspectos de espaço físico (como o projeto de um escritório ou operações de
negócios dispersas), espaço virtual (e-mail, Intranets, teleconferências) e
espaço mental (experiências, idéias e emoções compartilhadas). Acima de
tudo, trata-se de uma rede de interações, determinada pela solicitude e pela
confiança dos participantes. (KROGH; ICHIJO; NONAKA, 2001, p. 66).

2
5 CONCLUSÃO

Parte final do texto, na qual se apresentam as conclusões do trabalho


acadêmico, usualmente denominada Considerações Finais. Pode ser usada outra
denominação similar que indique a conclusão do trabalho.
REFERÊNCIAS

As referências constituem-se de elementos descritivos que permitem a identificação e a


localização do documento original3. O estilo utilizado é: “Formatação das Referências”.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e


documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. (modelo de referência
com autoria coletiva)

ANDRADE, M. M. Competências requeridas pelos gestores de Instituições de


ensino superior privadas: um estudo em Curitiba e região Metropolitana. 2005.
173 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2005. (modelo de referência
de dissertação).

BARROS, A. J. S; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de metodologia: um guia para


a iniciação científica. 2. ed. São Paulo: Makron, 2000. (modelo de referência de livro
com subtítulo e edição)

CÓDIGO de Catalogação Anglo-Americano. 2. ed. São Paulo: FEBAB, 1983-1985.


(modelo de referência sem autoria - entrada pelo título da obra).

MONTEIRO, S. Breve espaço entre cor e sombra: o romance da maturidade literária


de Cristóvão Tezza. Revista de Letras, Curitiba (PR), v. 13, n. 11, p. 183-200, dez.
2009. (modelo de referência de artigo de periódico).

RENAUX, D. P. B.; et al. Gestão do conhecimento de um laboratório de pesquisa:


uma abordagem prática. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GESTÃO DO
CONHECIMENTO. 4., 2001, Curitiba. Anais... Curitiba: PUC-PR, 2001. p. 195-208.
(modelo de referência de trabalho publicado em evento).

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ. Sistema de Bibliotecas.


Normas para elaboração de trabalhos acadêmicos. Curitiba: UTFPR, 2009.
Disponível em: <http://www.utfpr.edu.br/documentos/normas_trabalhos_utfpr.pdf>.
Acesso em: 11 nov. 2011. (modelo de referência de material disponível na versão
elet

Você também pode gostar