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Missão da PMTO: “Promover segurança pública, por meio do policiamento ostensivo e da preservação da ordem, fundamentada nos princípios dos

direitos humanos, visando à paz social no estado do Tocantins”

Portaria nº 026/2019-DSPS
SGD: 2019/09039/048339
Regulamenta o Protocolo de
Intervenção com os Policiais Militares
envolvidos em ocorrência com vítima,
decorrente do uso de arma de fogo
(Incidentes Críticos).

O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO


DO
TOCANTINS, no uso de suas atribuições legais conferidas pelo artigo 10 da Lei
Complementar nº 79, de 27 de abril de 2012;
CONSIDERANDO a Instrução Normativa GAB/MJ nº 1, de 26 de
fevereiro de 2010, que institui as diretrizes do Projeto Qualidade de Vida dos
Profissionais de Segurança Pública e Agentes Penitenciários, em especial a criação
de programas de acompanhamento à saúde mental e física abordando temas como
prevenção ao suicídio, gerenciamento de estresse, prevenção ao Transtorno de
Estresse Pós- Traumático - TEPT, dependência química, tabagismo, obesidade,
distúrbios do sono e outros;
CONSIDERANDO a Portaria Interministerial nº 4.226, de 31 de
dezembro de 2010, que estabelece Diretrizes sobre o Uso da Força e especifica que
quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o órgão de segurança
pública deverá, dentre outras ações, promover o devido acompanhamento psicológico
aos agentes de segurança pública envolvidos, permitindo-lhes superar ou minimizar
os efeitos decorrentes do fato ocorrido; e afastar temporariamente do serviço
operacional, para avaliação psicológica e redução do estresse, os agentes de
segurança pública envolvidos diretamente em ocorrências com resultado letal;
CONSIDERANDO a Portaria Interministerial SEDH/MJ nº 2, de 15 de
dezembro de 2010, que estabelece as Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa
dos Direitos Humanos dos Profissionais de Segurança Pública;
CONSIDERANDO a necessidade de normatização de procedimentos
de atendimento padronizado para os policiais militares envolvidos em incidentes
críticos;

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Missão da PMTO: “Promover segurança pública, por meio do policiamento ostensivo e da preservação da ordem, fundamentada nos princípios dos
direitos humanos, visando à paz social no estado do Tocantins”

CONSIDERANDO o alto índice de doenças dos policiais militares


relacionadas ao estresse devido à constante exposição ao perigo, à agressão e à
violência;

CONSIDERANDO a necessidade de reduzir o índice de morbidade e


afastamento decorrentes do estresse profissional cumulativo, transtorno de estresse
agudo e transtorno de estresse pós-traumático;

R E S O L V E:

Art. 1º Determinar que o Comando da Unidade tome as seguintes


providências sempre que houver a ocorrência de incidente crítico envolvendo vítima com
arma de fogo:

I Afastar os policiais, logo após a conclusão da situação de risco ou


confronto armado, do local da ocorrência para evitar a abordagem de curiosos, parentes
da vítima, repórteres e outros.
II Entrar em contato com a Equipe de Psicologia da unidade mais
próxima, e encaminhar todos os policiais militares envolvidos na ocorrência;
III Encaminhar o policial militar ao Serviço de Psicologia, bem como
orientá-lo sobre os procedimentos administrativos (IPM), e da necessidade do policial de
constituir um advogado, quando necessário, auxiliando-o também nesse sentido, sendo
que na Unidade a 1ª Seção (P/1), ficará incumbido dessa providência;
IV Afastar por até cinco dias, sempre que possível, os policiais militares
envolvidos na ocorrência, observadas a conveniência e oportunidade do Comando da
Unidade, prazo em que serão atendidos pelo Serviço de Saúde.
Art. 2º O Serviço de Psicologia deverá adotar os seguintes
procedimentos após o encaminhamento do comandante da unidade:
I. Acionar um psicólogo que deverá solicitar o preenchimento da Ficha de
Notificação Incidente Crítico por um dos profissionais envolvidos no evento traumático,
preferencialmente pelo chefe da equipe ou da missão, conforme formulário do Anexo I
desta Portaria;

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Missão da PMTO: “Assegurar a ordem pública no território tocantinense, através do exercício da polícia ostensiva, buscando a excelência e a parceria
com a comunidade.”

II. Agendar atendimento em grupo com todos os envolvidos e aplicar


técnicas de intervenção precoce, em caráter preventivo, com duração aproximada de
uma hora, para fins de orientação e encaminhamentos logo após a análise do conteúdo
da Ficha de Notificação Incidente Crítico;
III. Realizar a intervenção, sempre que possível, no prazo máximo de 72
horas após o evento traumático, preferencialmente nas primeiras 24 horas, por meio de
uma reunião grupal com todos os envolvidos;
IV. Realizar encaminhamentos para acompanhamento psicológico ou
psiquiátrico;
V. Encaminhar relatório de antendimento à Junta Militar Central de Saúde –
JMCS, que efetuará o afastamento do trabalho ou restrição à atividade operacional,
caso verificado a necessidade;
VI. A Junta Militar Central de Saúde, quando verificada à necessidade de
afastamento do trabalho ou restrição à atividade operacional, comunicará à chefia
imediata do policial militar por meio de comunicação oficial própria.
Art. 3º É dever dos profissionais que compõem os diversos setores de
saúde, assim como equipes técnicas de saúde específica, respeitar o sigilo profissional
a fim de proteger, por meio da confidencialidade das informações, a intimidade das
pessoas, grupos ou instituições, a que tenha acesso no exercício profissional.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Quartel do Comando Geral, em Palmas, 07 de novembro de 2019.

Jaizon Veras Barbosa – CEL QOPM


Comandante-Geral da PMTO

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Anexo I – Ficha de Notificação de Evento Crítico

NOTIFICAÇÃO DE EVENTO CRÍTICO

1º - Organização Policial Militar: BPM/Cia

2º - Local do evento crítico:


Município:

3º - Data do evento crítico: Dia: Mês: Ano:

4º - Horário do evento crítico: Hora: Minuto:

5º - Tipo do evento crítico:


( ) Ocorrência com morte ou lesão grave de policial militar;
( ) Ocorrência envolvendo múltiplas vítimas fatais ou poli-traumatizadas;
( ) Ocorrência com morte ou ferimento grave de cidadão civil relacionada a ação ou
operação policial;
( ) Ocorrência com grave risco de morte para o policial militar, provocado pela ação
intencional de terceiros;
( ) Ocorrência de confronto com a utilização de armas de fogo, podendo ter como
resultado ferimento ou morte de cidadão civil;
( ) Ocorrência com morte traumática e dolorosa, de uma ou mais crianças, com
envolvimento, causal ou não, dos policiais;
( ) Ocorrência que envolvam pornografia infantil, abuso sexual, pedofilia;
( ) Ocorrência com caso de suicídio.
( ) Outros _________________________________________________.

6º - Breve relato do evento crítico:


(número de pessoas envolvidas "adulto/criança"; "lesão leve/grave; óbito;
desabrigados; danos etc.)

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7º - Nº PMs utilizados no evento crítico:

8º - Houve PMs vitimados? Quantos?


Lesão LEVE: Lesão MÉDIA: Lesão GRAVE:
ÓBITO:

9º - Relação dos PMs envolvidos no evento crítico:

POSTO/
NOME TELEFONE LESÃO ÓBITO
GRAD
SIM NÃO SIM NÃO
SIM NÃO SIM NÃO
SIM NÃO SIM NÃO
SIM NÃO SIM NÃO
SIM NÃO SIM NÃO
SIM NÃO SIM NÃO
SIM NÃO SIM NÃO
SIM NÃO SIM NÃO
SIM NÃO SIM NÃO
SIM NÃO SIM NÃO

SIM NÃO SIM NÃO

SIM NÃO SIM NÃO

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Anexo II – Sintomas do Transtorno do Estresse Pós-Traumático – TEPT.

Os sintomas do TEPT em geral iniciam nos primeiros três meses após o trauma,
embora possa haver um lapso de meses ou anos antes do seu aparecimento e a
duração da perturbação é superior a um mês, causando sofrimento ou prejuízo na área
social, ocupacional ou outras áreas. No TEPT agudo a duração dos sintomas é inferior
a três meses e no crônico, superior a três meses. Segue quadro com o agrupamento
de sintomas do TEPT, sua incidência diagnóstica e manifestações.

Quadro1: Critérios de sintomatologia do TEPT de acordo com o DSM-IV-TR (2002)


Grupo de Sintomas Manifestações

- lembranças intrusivas (imagens e pensamentos) e


Revivência Persistente do persistentes que causam muita aflição (flashbacks do
Evento Traumático evento traumático);
(pelo menos um sintoma) - pesadelos recorrentes;
- sofrimento psíquico causado por estímulos
associados ao evento traumático;
- sentimento como se o acontecimento traumático
estivesse ocorrendo novamente.

- evitação persistente de fatos, objetos, lugares ou


quaisquer situações que lembrem o trauma;
- incapacidade para recordar aspectos do ocorrido;
Esquiva e Embotamento - medo constante de que a situação venha a se
Afetivo repetir;
(pelo menos três sintomas) - distanciamento de relações interpessoais;
- insensibilidade afetiva e embotamento da reatividade
geral (interesse e afeto diminuídos);
- expectativas encurtadas em relação ao futuro (não
esperar ter uma carreira, casamento, filhos ou ter um
desenvolvimento normal).

- insônia ou dificuldade para permanecer dormindo;


Excitação/ Ativação - irritabilidade ou acesso de cólera;
Aumentada - dificuldade de concentração;
(pelo menos dois sintomas) - resposta de alarme exagerada;
- hipervigilância;
- taquicardia, respiração curta ou suspirosa,
formigamentos.

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