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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ITAJUBÁ - FEPI

Curso de Psicologia

Camila Tássia Correa

Reflexão sobre o impacto emocional causado nos pais diante da


hospitalização do filho (a)

ITAJUBÁ – MG
2014
Camila Tássia Correa

Reflexão sobre o impacto emocional causado nos pais diante da


hospitalização do filho (a)

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao curso de
Psicologia do Centro
Universitário de Itajubá – FEPI
como requisito parcial para a
obtenção do título de Bacharel
em Psicologia.
Orientadora: Profª. Ma. Priscila
de Abreu Carvalho.
Coorientadora: Profª Esp.
Fabiana Amaral de Azevedo
Sene Silva.

ITAJUBÁ – MG
2014
CORRÊA, Camila Tássia

Reflexão sobre o impacto emocional causado nos pais diante da hospitalização do filho
(a). Camila Tássia Corrêa. Itajubá, 2014, 32p.

Orientador (a): Ma. Priscila de Abreu Carvalho


Coorientadora: Esp. Fabiana Amaral de Azevedo Sene Silva
Trabalho de Conclusão de Curso. Psicologia. Centro Universitário de Itajubá – FEPI.

1. Criança. 2. Família. 3. Hospitalização. 4. Estratégia de enfrentamento.


I. CARVALHO, Priscila de Abreu. II FEPI – Centro Universitário de Itajubá. III. Título.
Reflexão sobre o impacto emocional causado nos pais diante da hospitalização do filho
(a).
Em sessão às __________ horas do dia _________ do mês de
__________________a aluna ________________________________________
apresentou o Trabalho de Conclusão de Curso,
intitulado____________________________________________________________
como requisito para conclusão do Curso de ___________________ do Centro
Universitário de Itajubá – FEPI perante a Banca Examinadora. Depois de todas as
considerações feitas, a candidata foi considerada:

Aprovada ( )
Aprovada com Restrições ( )
Reprovada ( )

Profª Ma. Priscila Abreu de Carvalho (orientadora)

Profª Fabiana Amaral de Azevedo Sene Silva (co-orientadora)

Profª Ma. Roselle Fernandes Torres (avaliadora)

Camila Tássia Corrêa (aluna)


ATA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE
PSICOLOGIA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ITAJUBÁ – FEPI

Em sessão ás 17:00 horas do dia 13 de novembro do ano de 2014, a aluna


Camila Tássia Corrêa apresentou o Trabalho de Conclusão de Curso,
intitulado
“Reflexão sobre o impacto emocional causado nos pais diante da
hospitalização do filho (a)” como requisito para conclusão do Curso de
Psicologia, perante uma Banca Examinadora composta pelos seguintes
membros:

Profª Ma. Priscila Abreu de Carvalho

Profª Esp. Fabiana Amaral de Azevedo Sene Silva

Profª Ma. Rosele Fernandes Torres

Camila Tássia Corrêa (aluna)


Dedico este trabalho aos meus pais Antonio e
Alenilda que sempre me apoiaram e
incentivaram nos meus estudos.
A minha orientadora e coorientadora pelos
ensinamentos eternizados.
AGRADECIMENTOS

Nesse momento, mais um objetivo alcanço em minha vida, por isso devo
agradecer inicialmente a Deus, pelo dom da vida e por guiar meus passos.
Agradeço aos meus pais Antonio de Oliveira Corrêa e Alenilda Gonçalves
Santos Corrêa, pelo amor, pela confiança, pelas orações e dedicação, não medindo
esforços para realizar meu sonho de ser psicóloga.
Agradeço aos meus familiares, meu irmão, meus amigos que sempre
estiveram do meu lado.
Aos meus colegas que dividiram comigo as decepções, alegrias e conquista
ao longo do curso, o que deixará eterna saudade. Em especial minha colega
Josiana, que se tornou irmã da vida.
Agradeço a FEPI, na figura dos meus mestres pelos ensinamentos
eternizados.
Agradeço a minha orientadora Priscila Abreu por proporcionar dias de
aprendizados que levarei sempre comigo.
Agradeço também a minha amiga e coorientadora Fabiana Sene, pela
paciência e por proporcionar que esse trabalho fosse mais prazeroso.
Agradeço a Banca Examinadora por todo conhecimento transmitido, em
especial a Professora Roselle Torres que me apoiou e incentivou em vários
momentos, a quem também admiro muito!
Enfim, a todos vocês que torceram por mim, o meu mais sincero Obrigada.
Sei que muitas lutas me esperam! Mas tenho sempre em mim esta força que
me trouxe até aqui e que agora me levas a seguir um novo caminho.

Camila Tássia Corrêa


Aprendendo a viver...
Trabalhar com Crianças Hospitalizadas
e com os familiares é uma experiência
Única, inigualável.
É viver cada momento como se fosse o
último.
É estar junto, sempre.
É sorrir, brincar, sofrer.
É superar os desafios.
É aprender a viver!
(CHIATTONE,2009.)
RESUMO

Este trabalho objetivou analisar como o ambiente hospitalar pode afetar


emocionalmente a criança hospitalizada bem como seus familiares. Além de
identificar os fatores emocionais relevantes diante do processo de hospitalização,
verificando a importância do trabalho interdisciplinar da equipe assistencial, bem
como as estratégias de enfrentamento como suporte emocional, abordando o papel
do psicopedagogo diante da hospitalização da criança e sua família. Primeiro será
abordado o surgimento da instituição hospitalar e os aspectos emocionais
envolvidos no processo de hospitalização da criança e seus familiares. Em seguida
será discutida a importância do psicopedagogo como suporte para criança, bem com
a sua família.

Palavras-chave: Criança, família, hospitalização e estratégia de enfrentamento.


ABSTRACT

The objective of this work is to analyze how the hospital environment can affect
emotionally the hospitalized child as well as their family members. In addition to
identifying the emotional factors relevant to the case of hospitalization, noting the
importance of interdisciplinary work the care team, as well as coping strategies such
as emotional support, addressing the role of the psychologist in the hospitalization of
the child and their family. First we will address the emergence of hospital and the
emotional aspects involved in the process of the child's hospitalization and his family.
They will then discussed the importance of the psychologist as support for children,
as well with your family.

Key words: Child, family, hospitalization and coping strategy.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................5

1.1 Objetivos ...........................................................................................................7

2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................8

2.1 O surgimento da Instituição Hospitalar..................................................................8


2.2 Aspectos psicológicos na hospitalização...............................................................9
2.3 A criança e a hospitalização.................................................................................12
2.4 A família no processo de hospitalização..............................................................14
2.5 A atuação do psicólogo em unidades infantis......................................................17
2.6 A atuação do psicólogo com os familiares da criança..........................................19

3 MÉTODO.................................................................................................................24

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................25

REFERÊNCIAS..........................................................................................................27
5

1. INTRODUÇÃO

A psicologia hospitalar é o campo da ciência de compreensão que objetiva os


aspectos psicológicos em torno do adoecimento. A experiência do adoecimento é
vivida de forma subjetiva em cada sujeito. A internação hospitalar tenta minimizar o
sofrimento e sequelas emocionais que permeiam os aspectos saúde-doença no
processo de hospitalização.
O hospital é uma instituição em que existem suas próprias regras e estrutura.
De acordo com essa estrutura, o bem estar psicológico do paciente não é o principal
objetivo do adoecimento e sim prestar socorro àquele que tem um sofrimento
relacionado com o biológico e o orgânico.
Embora a palavra hospital venha da palavra hospitalidade, muitos pacientes
não o consideram como local hospedeiro. Os pacientes são distribuídos por
unidades de acordo com seu diagnostico e, então, são submetidos a normas e
rotinas rígidas e inflexíveis, favorecendo um ambiente de solidão e isolamento,
independente da gravidade da doença, gerando sentimentos como ansiedade,
insegurança, angustia e medo.
A doença tende a tirar a pessoa de sua rotina, de suas atividades de lazer, do
convívio com a família e dos amigos. A experiência de estar doente é sentida de
forma única. O hospital separa a criança do seu ambiente familiar e entes queridos,
seus pais ou responsáveis autorizam essa separação confiando na necessidade de
internamento, assim o hospital representa para a criança um ambiente desconhecido
e impessoal restrito de possibilidades de atividades como o brincar, sendo um lugar
muitas vezes de solidão, tristeza, saudade de casa, da escola dos amigos e
familiares. (ANGERAMI-CAMON, 1984)
Assim, quando se trata de uma criança hospitalizada, o desafio é ainda maior,
pois, diferentemente de muitos adultos, a criança tem dificuldade para assimilar essa
situação vivenciada (ANGERAMI-CAMON, 1984). Isso porque o hospital é um
ambiente totalmente desconhecido para ela e, muitas vezes, acaba ameaçando o
comportamento espontâneo da vida diária.
Conforme Moraes e Costa (2009) e Lima (2004), a hospitalização é uma
experiência desagradável, pois determina processos de perda, independentemente
do tempo de internação, pois as crianças são mais vulneráveis que os adultos,
exigindo adaptações às mudanças do seu dia a dia.
6

A doença e a hospitalização da criança afetam também a vida familiar em


diferentes níveis, gerando mudanças emocionais, nos relacionamentos e na
dinâmica familiar.
Diante disso pergunta-se: Como a hospitalização do filho(a) pode afetar
emocionalmente os pais?
Pode se dizer não somente a criança, mas também os familiares (pais ou
cuidadores) passam por momentos de angústia diante da internação, sendo muitas
vezes despertados pelo sentimento de culpa e de perda. Estas experiências e
sentimentos, a mudança brusca na rotina da criança e sua família precipitam uma
série de consequências. Quando uma criança adoece toda a família adoece junto e
o suporte psicológico oferecido para criança bem com a sua família, tentará
minimizar alguns fatores estressantes.
Assim, a família tenta adaptar-se efetivamente às mudanças geradas pela
doença e a hospitalização da criança. Muitas famílias encontram dificuldades em
lidar com os desafios trazidos pela situação vivenciada por perceberem o evento
como uma mudança negativa na dinâmica familiar, que causa angústia, ansiedade,
desconforto, frustração, medo e, até mesmo, estresse, pois a família enfrenta
mudanças decorrentes da hospitalização do internado. E, assim, há demanda de
novas formas de organização, pois a família fica dividida entre a casa e o hospital.
(GIL, 2006).
De acordo com Angerami-Camon (2001), o desafio da psicologia hospitalar é
minimizar o sofrimento provocado pela hospitalização, pela doença e sua
consequência na desestabilização emocional, tanto do paciente como de seus
familiares.
Inicialmente o objetivo seria uma pesquisa de campo. A qual analisaria
através de uma entrevista com os pais ou cuidadores de filho(a) hospitalizado, como
o ambiente hospitalar poderia afetar emocionalmente a criança hospitalizada, bem
como seus familiares, objetivando identificar os fatores emocionais relevantes diante
da hospitalização, verificando a importância do trabalho interdisciplinar da equipe
assistencial, bem com as estratégias de enfrentamento durante a hospitalização
como suporte emocional, deixando claro seu papel diante da hospitalização da
criança e seus familiares.
Porém, o delineamento desse trabalho passa a ser de uma pesquisa
bibliográfica, no intuito de compreender como o processo de hospitalização pode
7

afetar emocionalmente os pais ou cuidadores e dessa forma descrever a atuação do


psicólogo hospitalar no atendimento a essas famílias.
Desse modo a pesquisa será realizada em sites como a Scielo, BVS-PSI no
período de 2005 a 2011, com descritores: Criança, família, hospitalização e
estratégias de enfrentamento.
Assim, espera-se que esse trabalho forneça mais informações possíveis em
relação aos sentimentos dos pais ao verem crianças hospitalizadas para que os
profissionais na área da saúde saibam lidar com essa situação.

1.1 OBJETIVOS

Realizar uma reflexão sobre o impacto emocional, causado nos pais diante da
hospitalização do filho (a). E observar quais os sentimentos implícitos durante a
internação, assim verificar a importância do trabalho do psicólogo como suporte aos
familiares e desse modo conferir as estratégias de enfrentamento encontrado pelos
familiares diante da hospitalização.
8

2. REFERENCIAL TEORICO

Nesta parte do texto serão apresentados capítulos referentes à hospitalização


e assim mostrar os aspectos emocionais envolvidos no processo internação tanto da
criança quanto dos familiares.
Estes temas ajudaram a pensar melhor sobre os aspectos emocionais
envolvidos nos pais ou cuidadores diante o processo de hospitalização da criança.

2.1. O SURGIMENTO DA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR

A palavra hospital vem do latim “hospes”, que significa hóspede e deu origem
a “hospitalis” e “hospitium”, que designavam o lugar onde se hospedavam na
Antiguidade, além de enfermos, viajantes e peregrinos. Quando o estabelecimento
se ocupava dos pobres, incuráveis e insanos, a designação era de “hospitium”, ou
seja, hospício, que, por muito tempo, foi usado para designar hospital de psiquiatria
(GONÇALVES e BORBA apud CAMPOS, 1995).
A figura do hospital, bem como suas funções tem um marco divisor: antes e
depois da Era Cristã. Na Grécia, Egito e Índia, os médicos aprendiam medicina em
locais junto aos templos e exerciam a profissão no domicílio das pessoas enfermas.
Havia na Grécia construções semelhantes a hospitais junto aos templos dedicados
ao deus Esculápio. Nesses locais, eram colocadas as pessoas enfermas ante a
estátua desse deus para que a ação dos sonhos associada à de medicamentos
empíricos preparados pelos sacerdotes pudessem curar os doentes.
De acordo com Campos (2005), o hospital surgiu no ano 360 d.C quando
surge a primeira entidade assistencial - Hospital. Sob a máxima de "Amar o próximo
como a si mesmo" advinda do Cristianismo. Assim o homem passa a se preocupar
com o seu semelhante. Desta forma, a história do hospital começa a ser contada a
partir de Cristo, pois, recebendo influência direta da religião cristã.
I Sendo assim inicia-se a "Era dos Hospitais" com atividades básicas de
restaurar a saúde, pregar a assistência, simplesmente concluindo diagnóstico e
efetuando tratamentos limitados pelos padrões e condições da época.
Com o desenvolvimento da medicina e de acordo com as regiões, o Hospital
assumiu determinadas características. Os primeiros hospitais foram criados como
locais de isolamento onde a caridade se exercia como uma prática cristã. Eram
9

locais para pobres, mulheres desamparadas, velhos e doentes crônicos sob os


cuidados de monges e religiosos. Constituíam-se o último recurso que a caridade
oferecia para o paciente pobre.
Ainda de acordo com Campos (2005) a tecnologia médica disponível só
diminuía o sofrimento. Os pacientes com maiores recursos tratavam-se a domicílio e
a relação médico-paciente era independente da organização hospitalar. O Brasil,
país de colonização portuguesa, adquiriu o cuidado com os doentes dessas
comunidades lusitanas. O primeiro Hospital da América do Sul foi a Santa Casa de
Misericórdia fundada em Santos em 1543, onde os cuidados dos enfermos
passaram a ser exercidos por freiras e religiosos. À medida que os exploradores
portugueses adentraram o interior brasileiro e formaram vilarejos, fundaram um
hospital local para o atendimento dos próprios colonizadores e exploradores. Assim,
surgiu também a Santa Casa de São Paulo, cuja fundação se deu por volta de 1590
a 1599, inicialmente próxima ao Páteo do Colégio.
Desse modo as primeiras instituições-hospitalares públicas ou privadas
destinavam-se ao tratamento dos doentes, desenvolvendo atividades de natureza
curativa. Conforme os conhecimentos de natureza preventiva foram se
desenvolvendo, as medidas práticas com eles relacionadas aplicaram-se mais à
abordagem dos problemas de saúde das comunidades. Criou-se um segundo tipo
de instituição, destinada ao desenvolvimento das práticas de natureza preventiva -
as unidades de saúde, especialmente ligadas ao poder público. (COLLET e
OLIVEIRA, 2002).

2.2 ASPECTOS PSICOLOGICOS NA HOSPITALIZAÇÃO

A hospitalização em muitos momentos pode se tornar um mal necessário


quando se apresenta como o único recurso para recuperação da saúde. A
internação além de estar sempre associada à dor, ao sofrimento e a morte, afasta a
pessoa de seus familiares e da sua relação com a vida. Diante disso, “entende-se
por doença a desarmonia orgânica e psíquica, que, através de sua manifestação,
quebra a dinâmica de desenvolvimento do individuo como um ser global, gerando
desarmonizarão da pessoa”. (SANTOS & SEBASTIANI, 2003, p.150)
Segundo Campos (1995) a Organização Mundial da Saúde conceitua saúde
como sendo um bem estar físico mental e social, e não apenas a ausência de
10

doença ou enfermidade. A preocupação com o bem estar, a identificação e


atendimento das necessidades de cuidados de saúde no ser humano, aliados as
estratégicas e as ações técnico- científicas referente ao cuidado físico e emocional
constitui em requisitos essenciais para a eficácia do processo de hospitalização.
Sendo assim, saúde é uma harmonia do bem estar físico psicológico e ambiente
social.
A mesma autora (op.cit) afirma que “a internação é uma ruptura da historia do
sujeito, pois ele percebe que não é mais o mesmo”. Ao pensar em doença, percebe-
se que ali se encontra um sujeito que teve seu ciclo de vida quebrado e invadido em
sua singularidade. (1995, p. 30)
O hospital é um contexto complexo que envolve capacidades,
comportamentos e atitudes profissionais que tratam da saúde. Em geral todos
buscam o objetivo de curar não importando os meios que cheguem a tal objetivo.
Em muitos momentos não valorizando os aspectos emocionais. Crepaldi (1999, p.
93) diz que “a visão de que atende é por assim dizer etnocêntrica, na medida em
que a alteridade dos usuários não é aspecto relevante, ou seja, o paciente e sua
família é que devem adequar-se ao universo hospitalar”.
Na hospitalização existem vários fatores que devem ser entendidos, como
relata a autora:

Com relação ao processo de hospitalização, pode-se dizer


que este deve ser entendido não apenas como um mero processo de
institucionalização hospitalar, mas, como um conjunto de fatores
decorrentes destes e suas implicações na vida do paciente. (GIL,
2006, p.19).

O paciente ao ser hospitalizado passa a fazer parte das regras e rotinas da


instituição, cuidado pela totalidade dos profissionais do setor, sendo de extrema
importância o esclarecimento das etapas vividas nesse contexto. “Um
relacionamento precário entre o paciente e a equipe de saúde pode infligir-lhe
sofrimentos que transcendem a própria enfermidade”. ( ANGERAMI, 2004, p.37)
De acordo com Kitayama e Bruscato (2008, p.140):

O sofrimento pode ser compreendido como uma angustia


acentuada, que transcende o desconforto corporal, relacionando-se
intimamente á sensação de ameaça á integridade pessoal diante das
adversidades. Resulta a leitura pessoal que casa paciente faz da sua
condição existencial e dos significados que atribui a essa condição.
11

A doença traz para a realidade do sujeito a perspectiva dos sintomas físicos,


como a dor e das limitações corporais, mesmo que sejam temporários ou
permanentes. A presença de dor e outros sintomas físicos e psíquicos deixam á
pessoa confusa diante de sua hospitalização, não sabendo como agir.
A hospitalização e a doença impedem o individuo de seguir sua vida
cotidiana, tira-o do convívio familiar e dos amigos. O equilíbrio é interrompido pelas
necessidades internas e solicitações externas comuns a esse processo. E se esse
equilíbrio não é restaurado, tem-se uma crise.
Gil (2006,p.7) comenta que “ a condição do sujeito de estar doente e
hospitalizado, pode afetar-lo emocionalmente, causando “dor psíquica”.
Considerando está “dor” como uma “dor” pela perda da condição do sadio e não
pela doença orgânica propriamente dita, mas sem deixar de considerá-la.
Campos aponta que, doença é um inimigo que deve ser localizado, estudado
e combatido e para isso, usam-se medicamentos e profissionais de saúde para
vencer a doença. Porém, muitas vezes, parece que se esquece o significado do
adoecer. “As doenças físicas é acompanhada de manifestações na esfera psíquica,
ocasionando também alterações na interação social. A doença provoca, precipita ou
agrava desequilíbrios psicológicos, quer no paciente, quer na família”. (1995, p.42)
A hospitalização e a doença impedem o individuo internado e os familiares de
seguir sua vida cotidiana, tirando ambos da dinâmica familiar e da rotina.
12

De acordo com Câmara (2009) e Moraes e Costa (2009), muitas vezes, a


família demonstra certos sentimentos ambíguos que resultam na perda de controle,
culpa pela doença da criança, fantasias de que causaram ou desejaram a doença.
Segundo Milanesi et al. (2006), ainda podem ser percebidos sentimentos de
angústia,cansaço, sofrimentos como o choro e náuseas, que é a somatização do
sofrimento psíquico vivenciado pelos pais ou cuidadores .
Dessa forma, Pinto, Ribeiro e Silva (2005) ressaltam que, na vivência da
hospitalização, são atribuídos muitos significados ao ser doente, o que leva a família
a um limiar de sentimentos que se originam em fatos reais ou imaginários, e se
manifestam por meio de sentimentos, ações e pensamentos que mostram a
dificuldade que os pais possuem em lidar com a situação, tais como: nervosismo,
choro, falta de apetite e outras alterações comportamentais.
De acordo com Câmara (2009), vivenciar a doença se torna um aspecto
perturbador para a família, pois a criança necessita de dedicação quase exclusiva,
tornando-se o foco das atenções por parte dos seus cuidadores. E, com a doença do
filho, é preciso considerar, o impacto emocional gerado nos pais e na criança, desde
o diagnóstico, a convivência diária, bem como as conseqüências da doença.
Desse modo a doença e a internação podem se constituir em experiências
dolorosas e desagradáveis para criança e sua família, alem de ocasionar um
rompimento brusco nas suas atividades do dia a dia. O afastamento do ambiente
familiar, social e afetivo pode suscitar a estes indivíduos, reações tais como
comportamento regressivo, raiva, depressão, insegurança e medo tanto no paciente
quando nos pais ou cuidadores (SIMONETTI, 2004,p.15).

2.3 A CRIANÇA E A HOSPITALIZAÇÃO

Conforme Lindquist (1993 apud SOUZA; CAMARGO; BULGACOV, 2003), no


processo de hospitalização de crianças, surgem certas mudanças na rotina, tais
como a modificação na dinâmica familiar, a interrupção ou o retardo na escolaridade,
as carências afetivas, a privação materna, as agressões físicas e psicológicas.
A criança que adoece e, em conseqüência é hospitalizada, fica mais frágil e
sensível emocionalmente. Isto se intensifica quando a doença é crônica, sendo esta
de um curso mais demorado, podendo ser também progressivo, fatal ou até causar
13

prejuízos no funcionamento físico e/ou mental da criança (LEWIS; WOLKMAR,


1993).
Masseti (1998 apud SOUZA; CAMARGO; BULGACOV, 2003) retrata o
cenário do hospital como uma realidade que destitui a criança de sua função de ser
criança, a partir dos aparelhos computadorizados, as luzes que piscam, os inúmeros
fios, soro, transfusões de sangue que limitam seus movimentos, os tubos e as
máscaras de oxigênio que dificultam o movimento, as pessoas que executam sua
função todas de branco e com comportamentos estereotipados, e ainda a destituição
de suas roupas e dos seus brinquedos.
Quando uma criança é hospitalizada, segundo Costa Junior (2004 apud
DOCA; COSTA JUNIOR, 2007) as perdas e os fatores de estresse repercutem
diretamente nos seus familiares, pois ela é um individuo mais frágil, rico em
possibilidades e longevidade, e quando é internada os pais vivenciam sentimentos
de raiva, piedade, demonstrando suas dificuldades em aceitar a situação. Tais
fatores podem também afetar o emocional da criança, e seus comportamentos
diante da doença e internação.
De acordo com Chiattone (apud ANGERAMI, 2003) a criança tem uma
concepção de si mesma que foi determinada pelo meio social no qual está inserida -
o seu meio doméstico e, ao ser internada, ela passa a ser despida do apoio que lhe
era dado, dessa forma acaba por ocorrer rebaixamentos, degradações e
profanações no “eu” da criança, estes, na maioria das vezes, não de maneira
intencional.
Dessa forma, Chiattone (apud ANGERAMI, 2003, p. 37) ressalta que “a
hospitalização determina outro processo de perda. A criança é despida, banhada,
vestida com roupas do hospital. Recebe ou obedece a ordens de permanecer num
local determinado, devendo seguir as regras gerais da instituição”. Assim, acaba se
enquadrando nos moldes do local, sendo despojada de seus bens e de sua
singularidade.
Por muitas vezes, o ambiente hospitalar é um local aterrorizante para a
criança, sendo que neste local não há nada com que possa se identificar, assim a
criança acaba fazendo associações com suas experiências anteriores; assim, soma-
se a isto o fato da sua debilitação física e emocional, o que torna a situação ainda
mais difícil (OLIVEIRA; DIAS; ROAZZI, 2003).
14

De acordo com Pedrosa et al. (2007), Favarato (apud LAMOSA, 1990), Dias,
Baptista e Baptista (apud BAPTISTA, 2003), Moraes e Costa (2009) e Chiattone
(2003), a hospitalização pode modificar o desenvolvimento da criança, com
alterações físicas e mentais, gerando sentimentos de menos valia, insegurança e
inferioridade.
No hospital predominam os comportamentos de repressão de sentimentos na
criança em que ela não pode expressar suas emoções; neste local, também é
comum encontrar nos médicos, enfermeiros, pais e acompanhantes as expressões
“você é corajosa”, “menino não chora”, “vamos tomar a injeção bem quietinha para ir
logo para casa”, “ele é forte, não chora”, “ela é boazinha” dentre outras. Muitas
vezes a criança expressa sua raiva com “nomes feios”, comportamentos agressivos
e, na maioria dos casos as pessoas que ali estão não validam esta expressão
ignorando esta necessidade (SOUZA; CAMARGO; BULGAVOV, 2003).
Ainda, ressalta-se que a criança, a partir da sua birra, expressa sua dor, que é
constitutiva do momento que está sendo vivenciado, denunciando suas relações
interpessoais que negam a sua identidade. Quando da expressão da sua dor, choro
ou do seu grito segue-se o eco de alguém que diz “olha, eu estou aqui!”, “sou uma
criança!”, “tenho um nome!”, “uma história!”, “quero brincar”, “quero viver”, “este
lugar é horrível!”, “me deixe sair!”. Estes apelos precisam ser ouvidos na sua
extensão, não reprimidos e nem regulados na sua forma de expressão (SOUZA;
CAMARGO; BULGAVOV, 2003).
Segundo Favarato (apud LAMOSA, 1990), muitas vezes a criança precisa se
separar dos pais e os medos e ansiedades são vivenciados pelo ambiente novo,
como também os procedimentos terapêuticos desconhecidos e desagradáveis
acabam provocando sentimentos de abandono e desamparo. A criança sente-se
culpada, como se a doença fosse um castigo por algo errado que tenha feito, ou
ainda passa a culpar a família, ou a equipe, por elas estarem impondo um
sofrimento.
De acordo com Dias, Baptista e Baptista (apud BAPTISTA, 2003), durante a
internação se torna imprescindível detectar sinais e sintomas da presença de
transtornos psiquiátricos, na criança e na família, que poderiam comprometer a
recuperação do quadro clínico da mesma.
Para diminuir as sensações desagradáveis da hospitalização da criança, o
brinquedo pode ser utilizado para alegrar e amenizar; desta forma, se estará
15

realizando um trabalho mais humanizado no contexto hospitalar, pois quando a


criança brinca no hospital, altera o ambiente na qual se encontra e acaba se
aproximando de sua realidade cotidiana, e a hospitalização pode ter um efeito
menos negativo (MOTTA; ENUMO, 2004).
Portanto no contexto hospitalar, a forma como o trabalho é organizado
pode desencadear sofrimento psíquico tanto nos pais como na criança, sendo
que, muitas vezes o hospital não oferece alternativas que possam amenizar o
sofrimento (MILANESI et al., 2006,p. 142).

2.4 FAMÍLIA NO PROCESSO DE HOSPITALIZAÇÃO

Quando um membro da família adoece, sua família adoece junto, existindo


uma mobilização desta, pois sofre com o medo de não saber lidar com essa nova
situação. “ Diante a doença a hospitalização do ser infantil, a família se depara com
duas tarefas: cuidar da pessoa que se encontra doente e lidar com as emoções que
emergem e que passam a transformar as relações entre seus membros”. (FERRO &
AMORIM, 2007,p.14)
Além dessas tarefas, os pais ainda tem que pensar nos outros filhos durante
esse tempo, não sabendo o que fazer, sentindo-se divididos, preocupados também
com os outros filhos que ficaram em casa. (MILANESI et. al 2006).
A doença do filho (a) e a possibilidade de hospitalização geram alguns
comportamentos na família como ansiedade, medo, impotência e não aceitação
diante da doença, bem como as dificuldades de atender as exigências da instituição
ao qual são impostos. Diante disso o autor corrobora dizendo:

Os efeitos da doença estão interligados aos efeitos da


hospitalização, pois assim que a criança adoece vai para o hospital
em busca de ajuda, a família mostra-se temerosa e reage de maneira
ambígua. Deseja saber o que o filho tem, pois alega que conhecendo
a doença poderá fornecer-lhe assistência mais adequada; mas por
outro lado, nega a doença em si mesma e a necessidade de
internação, por ter dificuldade de enfrentar a realidade que se antevê.
( CREPALDI, 1998, p. 84-85)

Nesse aspecto, é importante tanto o medico quanto a equipe que esta atendo
a criança e sua família, entenda o quanto é difícil e doloroso para a mãe perceber o
filho (a) doente, sentindo-se impotente diante dessa situação, sendo mais agravante
16

quando essa sente descaso dos profissionais de saúde ao solicitar assistência ou


orientações. (MILANESI et.al, 2006)
Menegatti (2001 apud Urbini, 2007, p.05) afirma que toda rotina dessa família
é subitamente modificada para dar conta do adoecimento.

[...] um novo contexto se apresenta para o paciente, seus


familiares e a equipe, as relações pessoais e o convívio são
alterados, e muitas vezes ele não têm repertorio comportamental
disponível para responder a essas situações, facilitando o
aparecimento de reações emocionais e resposta conflitivas.

A família busca a cura desse paciente e deseja que os médicos dêem essa
certeza, o que algumas vezes não é possível devido ao diagnostico dado, e a
incerteza de como o paciente irá reagir, fazendo aumentar a impotência familiar e
conflitos de sentimentos. A reação que algumas famílias demonstram como fuga e
negação, refletem a insegurança da vivencia, da impotência, pela falta de habilidade
e flexibilidade em enfrentar as existências diante a doença e a hospitalização.
Segundo Azzi e Andreoli (2008, p.95)

Um dos momentos mais críticos no processo de adoecimento é


o advento do diagnostico de uma doença. Este tem efeito complexo
sobre a família e a criança em virtude da multiplicidade de fatores,
positivos e negativos, que incidem ao mesmo tempo em um conjunto
que se encontra estável até aquele momento.

De acordo com esses autores acima citados (op.cit) existem evidencias que o
impacto negativo é relativamente mínimo sobre os familiares e crianças, para tanto,
os mesmo necessitam serem adequadamente manejados, ou seja, sendo
preparados e orientados para compreensão do processo de hospitalização. Sendo
assim, esses fatores quando bem acompanhados, passa a serem vistos
positivamente, pois as crianças e seus familiares tornam-se previamente estável
emocionalmente, com habilidades de reorganização diante de situações difíceis.
Conforme Câmara (2009), Moraes e Costa (2009), Pinto, Ribeiro e Silva
(2005), Amaral e Albuquerque (apud SILVARES, 2000) e Motta (1998) com a
hospitalização da criança, algumas mudanças acabam por ocorrer na dinâmica da
família. Segundo Milanesi et al. (2006) o estado de saúde do filho gera tensão, tanto
pelo fato de estar doente, como pela família assumir os cuidados e, muitas vezes,
não receber informação para tal. Mediante todas essas dificuldades e necessidades
17

surgem o medo da morte e a sensação de impotência ao não saber o que fazer para
amenizar a dor.
Conforme Motta (1998), Barros (1999 apud DOCA; COSTA JUNIOR, 2007),
Pinto, Ribeiro e Silva (2005) e Milanesi et al. (2006), a hospitalização que os pais
enfrentam diante da doença do filho, na maioria das vezes, se torna desesperadora,
pois o ambiente hospitalar, sua dinâmica de trabalho, os longos tratamentos e os
imprevistos acabam gerando sofrimento, dor física e problemas emocionais para a
criança e para os pais.Chiattone (apud ANGERAMI, 2003) ressalta que os pais e a
criança precisam ser ajudados ao chegarem ao hospital. Pois os pais, assim como a
criança, passam por diferentes estágios. No primeiro momento, ocorre o choque e a
descrença, ou seja, a negação da realidade; em seguida, vêm a raiva e o
ressentimento; depois, aparece à culpa por condutas ou sentimentos em relação ao
paciente, e esta dá lugar à tristeza e à depressão, para, no final, se chegar à
aceitação (ANGERAMI et al., 2003).
De acordo com Pinto, Ribeiro e Silva (2005), no novo ambiente, a família
pode se sentir cansada e pouco à vontade para cuidar da criança; desta forma, pode
vir a apresentar dificuldades para conviver com a hospitalização.
Lima (2004) coloca que a criança tem o direito de saber o que se passa com
ela e, dessa forma, os pais e a equipe do hospital precisam encontrar palavras que
possam esclarecer o seu estado de saúde atual, de acordo com o entendimento da
criança. Estas informações possibilitam a organização do seu emocional para
melhor enfrentamento da situação.
Conforme Milanesi et al. (2006), quando os pais não aceitam o problema,
torna-se ainda mais difícil o processo de internação da criança. Muitas vezes, os
pais potencializam a angústia, a preocupação, a impotência e o desespero por não
aceitarem a hospitalização.
Conforme Amaral e Albuquerque (apud SILVARES 2000), a promoção de
saúde na criança contribui, de certa forma, na mediação dos pais, e a maneira como
os pais se comportam diante da doença do filho depende em parte do conhecimento
que estes têm da doença, sua evolução e gravidade.
Dessa forma, Mensorio e Kohlsdorf (2009) ressaltam que auxiliar os
acompanhantes da criança na exploração de estratégias de enfrentamento é uma
forma eficaz para promover a participação no tratamento, ajudando no
desenvolvimento tanto dos pais como dos filhos ao longo da hospitalização. Assim,
18

segundo Costa Junior (2004 apud DOCA; COSTA JUNIOR, 2007) os pais, na
hospitalização da criança, representam elementos-chave no processo de
enfrentamento e, oferecendo modelos adequados, estimulando o desenvolvimento
de habilidades e apoio emocional.

2.5 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM UNIDADES INFANTIS


19

A atuação do psicólogo em unidades infantis acontece desde a fase neonatal


de 0 a 6 meses, que caracteriza-se por extrema dependência de cuidados,
crescimento acelerado e grande vulnerabilidade às interferências ambientais. A
relação mãe-criança é de grande importância para dar formação ao vínculo afetivo.
Isso porque a separação da díade mãe-bebê num período tão precoce da
vida pode afetar significativamente o processo de vinculação entre ambos. Se, por
outro lado, esse vínculo entre mãe e bebê vem sendo construído desde a gestação,
a manutenção dele é um processo contínuo e exige uma constante aprendizagem.
O amor pelo bebê pode acontecer à primeira vista, mas a continuidade e
manutenção desse amor é um processo de aprendizagem diário, visto que o bebê
inaugura uma nova etapa no relacionamento do casal, dando, assim, uma nova
dimensão ao apego (BRAZELTON, 1988, p. 46).
Já na fase mais desenvolvida da criança a presença da família no período de
internação é de suma importância, pois a criança encontra-se frágil por causa da
doença, da mudança na rotina, mudança do ambiente familiar. Assim tanto a criança
quanto os familiares se vêem atingidos pela doença e hospitalização, gerando
sentimentos de desproteção e desagregação.
Nesse momento de angústia, sofrimento e incertezas é que acontece o
primeiro contato com os pais, sendo fundamental ter em mente nesse momento que
o recém-nascido, ou a criança em fase mais desenvolvida, representa vida e não
doença/morte.
Dessa forma, o ambiente familiar de um hospital, é visto pelos pais como algo
assustador e ameaçador. Além disso, a aceitação da gravidade de uma doença, que
parece ser óbvia para os membros da equipe, na maioria das vezes não o é para os
pais.
Nota-se que nesse momento de crise há um aumento da ansiedade familiar,
exacerbação de sentimentos de incertezas, medo, perda da privacidade e
individualidade num ambiente estranho.
A contribuição da Psicologia no contexto da saúde, notadamente no âmbito
hospitalar, foi de extrema importância nestes últimos anos para resgatar o ser
humano para além de sua dimensão físico-biológica e situá-lo num contexto maior
de sentido e significado nas suas dimensões psíquicas, social e espiritual (PESSINI;
BERTACHINI, 2004).
20

Para Angerami (2001), o papel do psicólogo hospitalar será desenvolvido a


partir de encontro com o paciente, no sentido de resgatar sua essência de vida que
foi interrompida pela doença e consequente internação. Fundamentada numa visão
humanística com especial atenção aos pacientes e familiares, a psicologia hospitalar
considera o ser humano em sua globalidade e integridade, única em suas condições
pessoais, com seus direitos humanos definidos e respeitados. Em sua atuação, o
psicólogo deve observar e ouvir com paciência a linguagem verbal e não-verbal dos
pacientes, já que ele é quem mais pode oferecer, no campo da terapêutica humana,
a possibilidade de confronto do paciente com sua angústia e sofrimento na fase da
hospitalização, buscando superar os momentos de crise.
O psicólogo no âmbito hospitalar busca a conscientização de todos os
profissionais para o trabalho multiprofissional, ajudando cada profissional a ter claras
suas funções, definindo seus objetivos, facilitando a comunicação entre os membros
da equipe e sendo, muitas vezes, o interlocutor entre os membros da equipe e com
os pacientes e familiares. É conveniente que o psicólogo discuta junto à equipe
multiprofissional os casos ou situações emergentes no ambulatório e enfermaria,
visando melhor compreensão da situação do paciente, criando espaço para as
manifestações emocionais do paciente e sua família (CAMPOS, 1995).
A criança hospitalizada precisa ter um atendimento psicológico que impõe ao
profissional o desafio de considerar o impacto emocional do adoecimento e da
internação infantil, que deve ser compreendida a partir da ótica da criança e da
família, uma vez que a hospitalização favorece a separação da família, gerando
ansiedade, raiva, ciúmes, enfim, sentimentos diversos e difíceis de conter (NIGRO,
2004).
Essas angústias são intensificadas quando os pais tentam esconder da
criança sua real condição, para poupar as crianças, mas há também, a tentativa de
poupar, inconscientemente, uma parte infantil de si. A criança, por sua vez, não
deixa de perceber o que de fato acorre (ABERASTURY, 1984).
Desse modo o impacto diante de um diagnóstico de doença transforma a
maneira de viver tanto do paciente quanto de seus familiares, fazendo com que
atitudes e condutas comportamentais sejam revistas. (SOUSA et.al, 2008)

2.6 A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO COM OS FAMILIARES DA CRIANÇA


21

Com o apoio psicoterápico, a criança hospitalizada e seus pais procuram


aliviar as suas tensões quando se encontram fragilizados, entregues à negação, à
depressão, e também tomados por angústias.
Muitas vezes a informação, o esclarecimento e o relaxamento ajudam os pais
e as crianças a enfrentarem com mais tranquilidade esta situação, pois atuam sobre
o sintoma do sofrimento (LEITÃO, 1993).
De acordo com Doca e Costa Junior (2007), a preparação psicológica traz
vários benefícios para as crianças hospitalizadas e seus pais, tais como redução dos
efeitos aversivos que estão associados com a hospitalização, aumento dos índices
de adesão ao tratamento, bem como a busca por eficientes para o enfrentamento da
hospitalização.
A atuação de um psicólogo hospitalar é essencial, já que pode minimizar as
dores, o sofrimento e a angústia da hospitalização, tanto dos pais como das
crianças. Durante esse processo, todo o núcleo familiar e suas rotinas são afetados.
Na maioria dos casos, as rotinas precisam ser modificadas para conviver com a
doença, e essas mudanças geram um impacto emocional muito grande para toda a
família. Desse modo um psicólogo estaria ajudando os familiares no enfrentamento
da situação dando-lhes apoio.
A necessidade de hospitalização da criança coloca a família em contato com
um ambiente, na maioria das vezes, desconhecido e com processos de cuidados
que demandam o desenvolvimento de habilidades para a compreensão e para a
adaptação familiar à nova realidade.
Entre os aspectos da hospitalização da criança que mais impactam a família
está o sofrimento físico da criança causado pelos procedimentos terapêuticos, que
são interpretados pelos familiares como assustadores, agressivos, dolorosos e
emocionalmente insuportáveis.
Essa particularidade da hospitalização infantil requer da família a habilidade
de lidar com os rituais hospitalares, o que envolve aprender a enfrentar os rituais de
diagnóstico e de tratamento da criança e, ao mesmo tempo, desenvolver estratégias
que lhe permitam suportar tanto o sofrimento da criança como o sofrimento familiar.
22

As estratégias mobilizadas pela família para lidar com os rituais hospitalares


compreendem: revezar o acompanhamento da criança com outros membros da
família emocionalmente mais estáveis, manter-se forte ao lado da criança e aguentar
o próprio sofrimento, acreditando que, assim, poderá transmitir segurança para a
criança passar pela situação e contribuir para sua aceitação.
Segundo Dias e Baptista (2003) o psicólogo poderá além de orientar os pais
da criança hospitalizada, informando da importância da participação no processo
saúde-doença de seu filho, a adaptação á rotina da instituição, direito e deveres,
focalizando suas necessidades e reações emocionais ocasionados pela
hospitalização. Incentivar a família a ser participante, dando suporte durante a
internação, objetivando a doença e o tratamento, facilitar a interação entre equipe de
saúde, paciente e familiar.
Assim o psicólogo, nesse momento, pode atuar como facilitador de uma
comunicação mais aberta, favorecendo a conscientização e a reflexão sobre os
conteúdos emocionais e as dificuldades enfrentadas por todos os envolvidos na
situação de hospitalização.
Pois de acordo com Chiattone (apud CAMON, 1996) muitas famílias ao se
depararem com a situação do filho hospitalizado perdem a aptidão e plenitude de
raciocínio decorrente da situação ameaçadora em si que traz questões sem
respostas: “Por que isso foi acontecer com meu filho?” “Aonde foi que eu errei?” “Ele
conseguirá suportar?” “Posso confiar a vida do meu filho a esses profissionais?” E
mais, além do conflito individual de cada membro da família frente ao processo de
hospitalização da criança, muitas vezes esta família encontra-se fragilizada, o que
dificulta na manutenção da estrutura familiar perante ao filho. Com isso, cada
membro da família vive o processo de hospitalização da criança de uma forma bem
individual
Assim cabe o psicólogo acolher o sentimento da família, ouvir, dialogar e
orientar os mesmo no processo de hospitalização,
Amorim, Bruscato e Lopes (2004 apud Ferro e Amorim, 2007, p.25)
consideram que:

a intervenção psicológica na equipe de saúde deve propiciar a


oportunidade de auto-reflexão sobre o papel profissional; como
também focalizar junto a equipe alguns aspectos emocionais
envolvidos na tarefa assistencial aos pacientes e seus familiares.
Esse serviço deve formar multiplicadores de saúde mental no
23

contexto hospitalar, instrumentalizando os profissionais de saúde a


identificarem disfunções emocionais nos pacientes e familiares, bem
como a adotarem formas de manejo mais satisfatórios na execução
de seu trabalho.

O psicólogo deverá intervir junto aos familiares a participação dos mesmos no


processo de hospitalização, pois além de ajudar a criança os familiares acabam
tendo mais conhecimento da doença em si e acabam sendo mais participativos.
Desse modo acabam ajudando a criança a controlar seus medos e possibilitando
uma melhor compreensão da hospitalização. Pois o apoio da família permite a
criança se sentir mais segura e protegida e assim reagir positivamente ao ambiente
hospitalar. (OLIVEIRA et.al, 2005,p.46)
Segundo Barros, a importância da presença e acompanhamentos dos pais ou
cuidadores bem com o papel que estes desempenham na forma de como a criança
enfrenta seus problemas e os tratamentos médicos são de extrema relevância, pois
as influencias dos comportamentos dos familiares irão refletir de forma positiva ou
negativa no processo de internação da criança. Nesse sentido a autora afirma que
“pais ansiosos tem filhos mais queixosos e difíceis de tratar”. (1998, p.21).
A partir dessa compreensão é importante entender que os familiares da
criança doente e internada passam por transformações, tendo de confrontar as suas
próprias duvidas, angustias e medo são essenciais, pois um funcionamento
cotidiano familiar desses indivíduos irá ajudar a criança a controlar seus medos e
fantasias, possibilitando uma melhor compreensão das ações que fazem parte da
hospitalização. Então, torna-se imprescindível um acompanhamento psicológico,
não apenas a criança, mas a essa família. (ANGERAMI, 2009)
Angerami (2004, p.75) salienta que é “[...] importante que o psicólogo tenha
bem claro os limites de atuação, para não se tornar ele também mais um elemento
invasivo que agridem o processo de hospitalização”. O psicólogo deve oferecer
condições para os familiares como lidar melhor com enfrentamento da internação ou
doença e assim trabalhar medos, angustias, ansiedades, fantasias, dentre outros
Ainda de acordo Angerami (2004, p.75) o trabalho da psicologia com famílias
“hospitalizadas” e “adoecidas” é instigante e desafiador, sendo seus benefícios
usufruídos por todos: membros da equipe de saúde, pacientes, familiares e
instituição. O ofício de partilhar com as famílias sua dor, doença ou, até mesmo,
morte, enfim, todos os aspectos da vida, são construídos e vai sendo amadurecido
24

em todos os contatos, reflexões e questionamentos que se interpõem. Essa, sem


dúvida, é a maior gratificação.
Dessa forma, é de suma importância o trabalho do psicólogo junto ao
paciente e seus familiares e segundo Angerami (2004, p.138) “é ainda na psicologia
hospitalar que é possível descobrir, de modo concreto, um dos preceitos máximos
da psicologia, que é a cura da palavra. A palavra cura o sofrimento emocional e
espiritual, bem com a dor provocada pelo sofrimento físico”.
25

4. MÉTODO

O trabalho realizada teve como delineamento uma pesquisa bibliográfica, que


busca uma compreensão sobre o impacto emocional causado nos pais ao ver o filho
(a) hospitalizado. Segundo Gil (2007) esse tipo de pesquisa é constituída
principalmente com materiais científicos já publicados em revistas, livros e artigos
científicos. A pesquisa possui um referencial teórico que permite um amplo e
detalhado conhecimento sobre o assunto, podendo-se assim alcançar uma
compreensão maior do fenômeno.
A pesquisa bibliográfica possui varias etapas. Para realização desse trabalho
foram utilizadas as seguintes etapas:
_ Escolha do tema: Em que foram abordados assuntos como o surgimento da
instituição hospitalar; aspectos psicológicos na hospitalização; a criança e a
hospitalização; a família no processo de hospitalização; impacto causado ao ver a
criança hospitalizada; a atuação do psicólogo em unidades infantis e a atuação do
psicólogo com os familiares da criança.
_ Levantamento bibliográfico preliminar: Pesquisou-se vários materiais publicados
no período de 2005 a 2011, nos livros, revistas cientificas, artigos científicos,
disponíveis na biblioteca virtual do scielo, BVS-PSI e outros.
_Elaboração do plano provisório do assunto: Para elaboração deste plano abordou-
se a questão referente à hospitalização da criança e o impacto causado nos pais.
_ Busca das fontes
_ Leitura do material
_ Organização lógica do assunto
_ Redação do texto
26

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo bibliográfico me proporcionou verificar questões referentes


ao impacto emocional causado nos pais ou cuidadores ao ver o (a) filho (a)
hospitalizado. Através desse levantamento percebe-se como o ambiente hospitalar
e o processo de hospitalização causam sofrimento à família e até mesmo
comportamentos ambíguos o que resultam muitas vezes na perda de controle
emocional.
A doença é sempre uma pausa, uma quebra dos padrões de hábitos aos
quais as pessoas estão acostumando a viver. Ela é experimentada como uma força,
exigindo mudanças na maneira de viver, ignorando escolhas individuais. O ambiente
físico do hospital é por si só uma fonte de medo e estresse, tanto quanto para
criança quanto para os familiares.
A criança ao ser hospitalizada é afastada do seu mundo, das suas escolhas,
dos amigos e familiares. A doença e o ambiente estranho provocam medo e
angústia. Essa ruptura é experimentada como difícil de suportar, causando
sentimentos desagradáveis, dor física, dor psíquica, Esses turbilhões de sentimentos
gerados pela hospitalização e a doença faz com que tanto a criança, como sua
família entre em desequilíbrio.
A pessoa hospitalizada, bem com sua família vive varias experiências
emocionais importantes, como medo, a ansiedade, fantasias, impotência e
sentimentos como á sensação de culpa, desamparo e fragilidade, podendo muitas
vezes desenvolver comportamentos agressivos e regressivos.
Quando uma criança adoece sua família adoece junto. A família se vê privada
de suas atividades rotineiras, sendo imposta pelos limites que a doença provocou,
pois perde seus pontos de referência e sustentação. Quase sempre a família mostra
um sentimento de culpa pela doença e hospitalização da criança. Diante do
desequilíbrio e buscando seu equilíbrio alguns membros da família podem
apresentar comportamentos que antes não haviam experimentado.
Assim, segundo os autores pesquisados a hospitalização infantil, o impacto
da crise de saúde na criança e em seus familiares é muito complexo e bastante
individual, porém, de acordo com a pesquisa, existe um sofrimento psíquico tanto da
criança quanto de sua família, que podem ser minimizadas através das estratégias,
elaboradas ou até mesmo encontrada pelos pais ou cuidadores.
27

Desse modo, o psicólogo pode intervir junto a família no sentindo de atender


as necessidades, acolhendo-a, orientando-a em como ajudar o doente, buscando o
equilíbrio das atitudes que envolvem esse relacionamento. E assim auxiliar as
famílias nos sentimentos de dor, angústias, frustrações, anseios, sentimento de
culpa, etc..
Sendo assim, a atuação de um psicólogo hospitalar é essencial, já que pode
minimizar as dores, o sofrimento e a angústia da hospitalização, tanto dos pais como
das crianças durante esse processo de hospitalização.
28

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