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Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação

(parecer)

ASSOCIAÇÃO: RESPONSABILIDADE, EXTINÇÃO, FUSÃO E


INCORPORAÇÃO (PARECER)

Association: responsability, extinction, fusion and incorporation (legal opinion)

Revista de Direito Civil Contemporâneo | vol. 16/2018 | p. 263 - 292 | Jul - Set / 2018
DTR\2018\19398
___________________________________________________________________________
Welder Queiroz dos Santos
Doutor, Mestre e Especialista em Direito Processual Civil pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP). Especialista em Direito Empresarial pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Professor nos cursos de graduação, especialização e mestrado
da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Secretário-Geral
Adjunto do Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP) e Membro do Centro de
Estudos Avançados de Processo (CEAPRO). Advogado em Mato Grosso.
welderqs@uol.com.br

Área do Direito: Civil; Comercial/Empresarial

Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar a responsabilidade do associado


perante a associação e as consequências jurídicas em caso de extinção de associação, de
fusão entre associações e de incorporação de uma associação por outra.

Palavras-chave: Associação – Responsabilidade – Extinção – Fusão – Incorporação

Abstract: The purpose of this study is to analyze the responsibility of associated before
the association and the legal consequences in case of extinction of association, fusion
between associations and incorporation of an association by another.

Keywords: Association – Responsability – Extinction –Fusion – Incorporation

Sumário:
Ementa - 1.Consulta - 2.Entidades representativas dos Defensores Públicos do Estado de
Mato Grosso - 3.Defensoria Pública - 4.Análise - 5.Conclusões - Referências

Ementa

Associação: Extinção, fusão e incorporação.

Associação e sindicato são associações, espécies de pessoa jurídica de direito privado sem
fins lucrativos. O sindicato tem a peculiaridade de ser uma associação constituída com a
finalidade de defesa dos interesses de pessoas que exerçam atividades econômicas,
profissionais ou públicas.

Os associados, em regra, não respondem, nem solidária nem subsidiariamente, pelas


obrigações assumidas pelas associações. Somente em caso de prática de atos que

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viabilizem a desconsideração da personalidade jurídica é que poderão ser


responsabilizados.

Uma das consequências jurídicas da extinção de uma associação é a destinação de seu


patrimônio remanescente à entidade sem fins lucrativos prevista no estatuto ou, em caso
de omissão, por deliberação dos associados, à instituição de fins idênticos ou semelhantes.

Inexistindo entidade com essa característica, o patrimônio remanescente será destinado


à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

Os associados poderão deliberar receberem, em caráter de restituição, o valor atualizado


das contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação, quando existir
cláusula no estatuto neste sentido ou quando o estatuto for omisso sobre a destinação do
patrimônio remanescente.

Em caso de fusão entre duas associações, ambas se extinguem e haverá a constituição de


uma nova associação, que as sucederá em todos os direitos e obrigações.

Em caso de incorporação de uma associação por outra, a associação incorporada extingue-


se e a associação incorporadora a sucederá em todos os seus direitos e obrigações.

1.Consulta

Trata-se de honrosa Consulta formulada pela Associação Mato-grossense dos Defensores


Públicos – AMDEP acerca da distinção entre associação e sindicato, da entidade mais
adequada à representatividade unificada dos interesses dos Defensores Públicos do Estado
de Mato Grosso e das consequências jurídicas no caso de extinção da AMDEP; de a AMDEP
incorporar o Sindicato dos Defensores Públicos do Estado de Mato Grosso – SINDEP-MT;
e de fusão entre a AMDEP e o SINDEP-MT.

Com a consulta, foi disponibilizada para análise: (i) a cópia da Ata de Criação da AMDEP;
(ii) o Estatuto Social da AMDEP; (iii) o Estatuto Social do SINDEP-MT; e (iv) a Lei
Complementar Estadual do Estado de Mato Grosso 146, de 20 de dezembro de 2003, a
Lei Orgânica da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso.

2.Entidades representativas dos Defensores Públicos do Estado de Mato Grosso

Antes de analisar as questões submetidas a exame, reputamos adequado identificar, nos


documentos que nos foram enviados, a forma de constituição, o tipo e os fins sociais da
AMDEP e do SINDEP-MT.

2.1.Associação Mato-grossense dos Defensores Públicos – AMDEP

A AMDEP foi criada no dia 3 de julho de 1999, por iniciativa de 23 Defensores Públicos,
nos termos de sua ata de criação e do art. 1º de seu Estatuto Social. A inscrição de seu
ato constitutivo no respectivo 1º Serviço Notarial e Registral de Pessoas Jurídicas de
Cuiabá, termo legal de existência das pessoas jurídicas de direito privado, foi formalizada,
ao que nos consta, em 1º de fevereiro de 2000.1

Trata-se de uma associação, ou seja, uma espécie de pessoa jurídica de direito privado,
constituída pela união de pessoas que se organizam sem finalidade lucrativa.

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Os fins sociais da AMDEP foram estabelecidos no art. 2º de seu Estatuto, nos termos:

“Art. 2º A AMDEP tem por finalidade:

I – Velar pelo prestígio, direitos e prerrogativas da classe, propugnando pelos interesses


de seus associados; 


Promover o congraçamento e bom relacionamento entre os Defensores Públicos do Estado.


II – Defender os interesses da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, como


Instituição essencial à função jurisdicional do Estado, destinada a prestar a orientação
jurídica e a defesa, em todos os graus, aos necessitados, na forma do artigo 5º, LXXIV,
da Constituição Federal (LGL\1988\3); 


III – Defender os seus associados judicial e extrajudicialmente, quando houver ameaça


ou lesão à sua liberdade individual, ou profissional; 


IV – Dedicar-se ao estudo e solução dos problemas que se relacionem com a classe;

V – Promover atividades de pesquisa científica, culturais, recreativas e sócias;

VI – Realizar cursos e seminários de aperfeiçoamento da Defensoria Pública e de estudos


jurídicos em geral; 


VII – Promover atividades de assistência previdenciária e social em favor de seus


associados e beneficiados”.

Portanto, a AMDEP pode ser sintetizada como uma associação que possui a missão
institucional de defesa dos interesses dos Defensores Públicos do Estado de Mato Grosso
associados e da própria Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso.

2.2.Sindicato dos Defensores Públicos do Estado de Mato Grosso – SINDEP-MT

O SINDEP-MT foi criado no dia 05 de setembro de 2009 e, nos termos do art. 1º de seu
Estatuto Social, trata-se de uma organização sindical representativa da categoria
profissional dos Defensores Públicos e Procuradores da Defensoria Pública do Estado de
Mato Grosso.

O sindicato, no Brasil, é uma associação – espécie de pessoa jurídica de direito privado –


, sem interferência ou intervenção estatal, constituída pela união de pessoas que exercem
atividades econômicas (empregadores), profissionais (empregados ou profissionais
liberais) ou públicas (servidores públicos civis) e que se organizam sem finalidade lucrativa
visando à defesa dos interesses de seus membros ou da categoria.

Especificamente quanto ao SINDEP-MT, suas finalidades foram estabelecidas no caput do


art. 3º de seu Estatuto, nos termos:

Artigo 3º O SINDEP-MT possui as seguintes finalidades:

I – representar e promover, por todos os meios, a defesa das garantias, das prerrogativas,
dos direitos e dos interesses individuais ou coletivos da categoria, em juízo ou fora dele;

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II – promover reivindicações, especialmente as ligadas ao vínculo funcional e ao


desempenho das atividades profissionais de seus sindicalizados e dos integrantes da
categoria;

III – representar a categoria nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses
profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão ou deliberação, nos termos do
artigo 10, da Constituição da República; [...].

Assim, o SINDEP-MT pode ser caracterizado como uma organização sindical – uma espécie
de associação – constituída com a finalidade de representar os Defensores Públicos do
Estado de Mato Grosso e de defender seus interesses.

3.Defensoria Pública

Identificada que a finalidade social da AMDEP e do SINDEP-MT consiste na defesa dos


interesses dos Defensores Públicos do Estado de Mato Grosso, reputamos adequado, antes
de responder aos questionamentos que nos foram formulados, tecer algumas
considerações prévias a respeito da função constitucional e da autonomia da Defensoria
Pública na ordem jurídica brasileira e de sua regulamentação no âmbito do Estado de Mato
Grosso.

3.1.Função constitucional da Defensoria Pública

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, ao tratar “Da Organização dos


Poderes”, criou a Defensoria Pública como uma “Das funções essenciais à Justiça” ao lado
do Ministério Público, da Advocacia – Pública e Privada – e, inequivocamente, da
Magistratura.2

A redação originária do art. 134, estabelecida pelo Constituinte originário, previa como
função institucional a orientação e a defesa, integral e gratuita, das pessoas insuficientes
de recursos, nos termos:

Art. 134. A Defensoria Pública é a instituição essencial à função jurisdicional do Estado,


incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na
forma do art. 5º, LXXIV.3

A instituição da Defensoria passou a ter uma notória importância para a sociedade,


principalmente para as camadas mais pobres da população, que, sem condições
financeiras, tinham dificuldades em buscar orientação jurídica e também encontravam um
óbice de acesso ao Poder Judiciário, tanto na condição de autor, quanto na condição de
réu.

Com o passar do tempo, a Defensoria Pública, como função essencial à Justiça, passou a
ter uma importância cada vez maior à sociedade, de modo que a Constituição foi alterada
pelo Constituinte derivado, via Emenda Constitucional 80, de 04 de junho de 2014
(LGL\2014\4721), para ampliar a sua missão constitucional, passando o art. 134 a ter a
seguinte redação:

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional


do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático,
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa,

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em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma


integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta
Constituição Federal (LGL\1988\3).

Ao interpretar o novo texto constitucional, Fábio Victor da Fonte Monnerat, Mestre em


Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, leciona que:

(...) além de atuar na esfera processual civil, o membro da Defensoria Pública também
atua no processo penal, bem como em atividades extraprocessuais” e que “cabe à
Defensoria Pública, no processo civil: a) atuar na defesa dos hipossuficientes nos
processos em que estes sejam parte; e b) promover ou, mais amplamente, atuar em
processos de jurisdição coletiva quando o grupo, classe ou categoria de pessoas seja
integrado total ou parcialmente por pessoas hipossuficientes.4

Percebe-se, assim, que a Defensoria Pública possui hoje a função institucional não só de
orientação em atividades extraprocessuais e de defesa em processos judiciais, civis e
penais, de forma integral e gratuita, dos necessitados; mas também a promoção dos
direitos humanos; e a defesa dos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos das
pessoas com hipossuficiência de recursos.

Além de suas funções constitucionais, é importante analisar a autonomia da Defensoria


Pública, como forma de garantia de independência em sua atuação.

3.2.Autonomia da Defensoria Pública

A Emenda Constitucional 45, de 30 de dezembro de 2004, incluiu o § 2º no art. 134 da


Constituição e assegurou às Defensorias Públicas Estaduais autonomia funcional,
autonomia administrativa e iniciativa de sua proposta orçamentária anual.5

Posteriormente, a Emenda Constitucional 74, de 06 de agosto de 2013 (LGL\2013\7526),


estendeu tais garantias às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal, ao incluir
o § 3º no art. 134 da Constituição, nos termos:

Art. 134.

[...]

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e


administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.

§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal.

A autonomia funcional assegura à Defensoria Pública um quadro funcional próprio, uma


liberdade para planejar e traçar metas, prioridades e política para a sua atuação em prol
dos necessitados, estabelecendo uma forma como será aplicado o recurso público a ela
destinado.

Por sua vez, a autonomia administrativa permite à Defensoria Pública organizar sua
estrutura, realizar concurso público, nomear e dar posse aos aprovados para ingressar na
carreira e outras providências estruturais, nos limites da legalidade, de forma desvinculada
de qualquer Secretaria de Estado.

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Já a autonomia de iniciativa de apresentação de sua proposta orçamentária anual permite


à Defensoria Pública enviar às respectivas Casas Legislativas sua proposta de orçamento
referente ao exercício do próximo ano, devidamente justificado, que, ao final, resultará no
percentual de arrecadação do Estado que será destinado à entidade. Esta autonomia
assegura uma maior independência institucional da Defensoria Pública perante os Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, dificultando ingerências em sua atuação.6

Por fim, impende ressaltar que, nos termos traçados pela Constituição de 1988, a função
exercida pela Defensoria Pública – assim como a exercida pelo Ministério Público e pela
Advocacia – deve ser entendida como forma de exercício do próprio poder político, ao lado
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.7

Portanto, é inequívoca a autonomia funcional, administrativa e de proposta orçamentária


anual das Defensorias Públicas, bem como sua importância política, sendo necessário,
antes de adentrar de vez nos questionamentos jurídicos, analisar a regulamentação da
Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso.

3.3.Regulamentação da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso

Em sintonia com o art. 134 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, o


parágrafo único, inciso V, do art. 45 da Constituição do Estado de Mato Grosso de 1989
prevê que a organização da Defensoria Pública do Estado será regulada por lei
complementar aprovada por maioria absoluta dos membros da Assembleia Legislativa.

Art. 45. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta dos membros da
Assembleia Legislativa e receberão numeração distinta das leis ordinárias.

Parágrafo único. Serão regulados por lei complementar, entre outros casos previstos nesta
Constituição:

[...]

V – Organização da Defensoria Pública do Estado; [...]”

A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso foi instalada a partir do Decreto 2.262, de
13 de maio de 1998, assinado pelo Governador Dante Martins de Oliveira, e começou a
funcionar em fevereiro de 1999, com 24 Defensores Públicos.

A sua Lei Orgânica foi aprovada pela Assembleia Legislativa somente em 20 de dezembro
de 2003, sendo a Lei Complementar Estadual 146, que regula a organização da Defensoria
Pública do Estado de Mato Grosso, as atribuições e funcionamento dos seus órgãos e
dispõe sobre a carreira de seus membros.

4.Análise

Examinadas a função constitucional e a autonomia da Defensoria Pública e a


regulamentação da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, passemos a análise dos
pontos que nos foram consultados.

4.1.Associação e Sindicato

Ao lado da pessoa natural ou humana, o ordenamento jurídico também empresta

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personalidade jurídica, considerada como a aptidão para adquirir direitos e para contrair
obrigações na ordem civil, à pessoa jurídica.

A pessoa jurídica é, conforme lição de Rubens Limongi França, “a união moral de pessoas
reunidas com o objetivo de alcançar um fim comum e reconhecida pelo ordenamento como
sujeito de direito”.8

O art. 44, inciso I, do Código Civil (LGL\2002\400) brasileiro estabelece as associações


com uma espécie de pessoa jurídica de direito privado. Por sua vez, o art. 53 dispõe que
“Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos”.

Tais associações, denominadas por Rodrigo Xavier Leonardo9 de associações em sentido


estrito, têm nos seus associados a sua origem e a sua fonte maior da formação da vontade
social, constituída sem fins lucrativos.10

Como explica Sérgio Campinho, Professor de Direito Comercial da Universidade do Estado


do Rio de Janeiro:

Nas associações, os integrantes não visam à partilha de lucro, mas sim a realizar objetivos
de natureza cultural, recreativa, esportiva, filantrópica, política, entre outros. Dentro
desse espírito, vem a definição do Código Civil (LGL\2002\400), ao dispor que as
associações são constituídas pela união de pessoas que se organizam para fins não
econômicos, não havendo, inclusive, entre os associados direitos e obrigações recíprocos
(artigo 53). Isso não quer dizer, pois, que a pessoa jurídica não possa auferir rendimentos
no desempenho de suas atividades, como aqueles advindos da prestação de serviços
remunerados. O que não se admite é que esse ganho venha a remunerar o seu quadro
social, devendo ser aplicado, exclusivamente, no desenvolvimento da própria atividade,
ou seja, nos fins da própria entidade.11

Embora na literalidade do dispositivo conste como característica a inexistência de “fins


não econômicos”, é preciso esclarecer que se trata, em verdade, de inexistência de “fins
lucrativos”.

Neste sentido, Gustavo Tepedino, Heloisa Helena Barboza e Maria Celina Bodin de Moraes,
Professores titulares de Direito Civil da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
esclarecem que:

(...) embora o art. 53 defina as associações como entidades voltadas para “fins não
econômicos”, a expressão não pode ser interpretada de forma literal. Evidentemente, ao
se unirem para determinado fim, os associados visam extrair desta união algum tipo de
vantagem, que, não raro, resulta de atividade ou serviço prestado pela associação,
havendo aí, por definição, natureza econômica. O que não há nas associações é a
finalidade lucrativa, ou seja, o objetivo primordial de produzir lucros e reparti-los entre os
associados. Essa persecução do lucro e sua partilha são traços que caracterizam as
sociedades, e que servem justamente a diferenciá-las das associações, na concepção mais
moderna.12

Sendo assim, a associação pode ser entendida como uma espécie de pessoa jurídica de
direito privado constituída pela união de pessoas que se organizam sem finalidade de

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obtenção e de repartição de lucros entre os seus associados.

Por sua vez, o art. 511 da Consolidação das Leis do Trabalho não define o que vem a ser
sindicato, mas esclarece a possibilidade de “associação em sindicato”, in verbis:

Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus
interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores,
empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam,
respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou
conexas.

De acordo com Sérgio Pinto Martins, “sindicato é, assim, a associação de pessoas físicas
ou jurídicas que têm atividades econômicas ou profissionais, visando à defesa dos
interesses coletivos e individuais de seus membros ou da categoria”.13

Em complemento, José Claudio Monteiro de Brito Filho, Doutor em Direito pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo e Professor da Universidade Federal do Pará, leciona
que um sindicato tem como principais objetivos “a coordenação e a defesa dos interesses
do grupo representado pelo sindicato” e por finalidade “coordenar e defender interesses
das pessoas, criando-se, pela união e concentração de esforços, uma entidade que possa
atuar sobre interesses comuns”.14

Embora a origem dos sindicatos seja ligada às classes de trabalhadores – empregados e


profissionais liberais – e de empregadores, inclusive com intervenção estatal ao longo da
história do Brasil, é certo hoje que os servidores públicos civis também podem se organizar
em sindicatos, não sendo mais restrito ao setor privado, nos termos do art. 37, inciso VI,
da Constituição:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

[...]

VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; [...]”

Trata-se de uma inovação da Constituição de 1988, como bem observa José Claudio
Monteiro de Brito Filho:

Uma das grandes inovações no Direito Sindical Brasileiro com a promulgação da


Constituição da República foi o reconhecimento do direito de sindicalização dos servidores
públicos civis, até então não admitida como direito dos trabalhadores a serviço do
Estado.15

Percebe-se, deste modo, que o sindicato, no Brasil, também possui natureza jurídica de
associação, entendida como uma espécie de pessoa jurídica de direito privado constituída
pela união de pessoas que exercem atividades econômicas (empregadores), profissionais
(empregados ou profissionais liberais) ou públicas (servidores públicos civis) e que se
organizam sem finalidade lucrativa visando à defesa dos interesses de seus membros ou
da categoria.

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4.1.1.Responsabilidade dos associados e dos sindicalizados perante as


associações e os sindicatos

Foi anotado no tópico anterior que a característica da pessoa jurídica, talvez a sua
principal, é ser dotada de personalidade jurídica, com aptidão própria para adquirir direitos
e contrair obrigações na ordem civil, independente e diferentemente da personalidade
jurídica de seus membros.

Quanto às associações, o Código Civil (LGL\2002\400) é omisso no que se refere à


responsabilidade dos associados pelas obrigações por ela assumidas.

No entanto, podemos afirmar que os associados e os sindicalizados não respondem, nem


solidária nem subsidiariamente, pelas obrigações assumidas pelas associações e pelos
sindicatos, devido a sua própria natureza jurídica.

Como leciona Paulo Lôbo, em artigo específico sobre o direito dos associados:

Nenhum associado responde pelas dívidas contraídas pela associação, ainda que seja
titular de quota ou fração ideal do patrimônio da entidade. Nenhum associado pode
responder pessoalmente por qualquer obrigação negocial ou extranegocial (danos) da
associação. A natureza da associação é incompatível com a responsabilidade solidária ou
subsidiária do associado, por suas finalidades altruísticas e não econômicas.16

Os associados somente poderão ser responsabilizados em caso de prática de atos que


viabilizem a desconsideração da personalidade jurídica, nos termos do art. 50 do Código
Civil (LGL\2002\400), a depender das peculiaridades da situação concreta.17 Sem prejuízo
da responsabilidade de seus administradores pela prática de atos ultra vires societatis, por
culpa no desempenho de suas funções ou por proveito próprio ou de terceiros, sem o
consentimento dos associados, nos termos dos arts. 1.015 a 1.017 do Código Civil
(LGL\2002\400).18

4.2.Entidade mais adequada à representatividade unificada dos Defensores


Públicos do Estado de Mato Grosso

Inicialmente, impende observar que a AMDEP e o SINDEP-MT são entidades


representativas dos Defensores Públicos do Estado de Mato Grosso, em especial de seus
associados e sindicalizados. Portanto, ambas são entidades aptas a praticar atos em
defesa individual e coletiva dos interesses dos Defensores Públicos.

Para responder à Consulta que nos foi formulada a respeito da entidade mais adequada
para a representatividade unificada dos Defensores Públicos do Estado de Mato Grosso, é
importante afirmar que esse exame é complexo e depende da fixação de determinadas
premissas para, a partir delas, extrair uma conclusão.

Em nosso sentir, três fatores devem ser conjuntamente examinados: (i) o tempo de
existência da entidade, (ii) a quantidade de associados e (iii) a representatividade da
entidade em níveis estadual e federal.

Quanto ao tempo de existência, a AMDEP foi criada no dia 3 de julho de 1999 e a inscrição
de seu ato constitutivo no respectivo 1º Serviço Notarial e Registral de Pessoas Jurídicas
de Cuiabá ocorreu em 1º de fevereiro de 2000. Já o SINDEP-MT foi constituído em 5 de

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setembro de 2009.

Em relação à quantidade de associados, a AMDEP tem atualmente 100 associados,


enquanto o SINDEP-MT possui 47 sindicalizados, sendo 46 ativos e um aposentado, e seis
Defensores Públicos membros de ambas entidades.

No que diz respeito à representatividade em níveis estadual e federal, conforme os


documentos que nos foram apresentados, a Presidente da AMDEP integra o Conselho
Consultivo da Associação Nacional dos Defensores Públicos – ANADEP e, conforme seu
Presidente, Dr. Antonio Maffezoli, a AMDEP “sempre teve” “relevante participação” “junto
à Associação Nacional dos Defensores Públicos – ANADEP”.

Quanto ao SINDEP-MT, não se tem notícias da existência de uma Confederação Nacional


de Defensores Públicos, que seria uma entidade, na organização sindical, com atuação na
esfera nacional.19

Vale destacar, ainda, um excerto da “Carta aos associados da Associação Mato-grossense


de Defensores Públicos” assinada pelo Presidente da ANADEP:

Pontuo, por fim, que a AMDEP, entidade mais antiga e com maior número de associados,
sempre foi filiada à ANADEP, sendo a legítima representante das defensoras e defensores
públicos do Mato Grosso junto a esta entidade nacional, honrando sua contribuição
associativa e participando ativamente da definição e da execução das principais
estratégias em prol dos defensores públicos e da Defensoria Pública.

Assim, com base nos três critérios fixados e nos documentos que nos foram apresentados,
é possível concluir que a AMDEP possui maior tempo de existência, maior quantidade de
associados e maior representatividade em âmbito estadual e nacional em comparação com
o SINDEP-MT, razão pela qual nos parece ser, neste momento, a mais adequada à
representatividade unificada dos Defensores Públicos do Estado de Mato Grosso no caso
de unificação.

4.3.Consequências jurídicas da extinção da AMDEP

Outro questionamento que nos foi formulado diz respeito às consequências jurídicas
decorrentes da extinção da AMDEP.

O art. 2.034 prevê que a dissolução e a liquidação das pessoas jurídicas referidas no art.
44, entre elas, as associações, serão regidas pelo Código Civil de 2002 quando iniciadas
em sua vigência. Já as iniciadas antes, obedecerão ao disposto nas leis anteriores, que,
no caso, remeter-se-ia à Lei 6.404/1976 (LGL\1976\12), a Lei das Sociedades Anônimas.

Art. 2.033. Salvo o disposto em lei especial, as modificações dos atos constitutivos das
pessoas jurídicas referidas no art. 44, bem como a sua transformação, incorporação, cisão
ou fusão, regem-se desde logo por este Código.

Art. 2.034. A dissolução e a liquidação das pessoas jurídicas referidas no artigo


antecedente, quando iniciadas antes da vigência deste Código, obedecerão ao disposto
nas leis anteriores.

Por sua vez, o art. 61 do Código Civil (LGL\2002\400) estabelece as consequências

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jurídicas no caso de dissolução total de uma associação, porém não regulamenta as formas
que pode ser dissolvida.

Em que pese o uso generalizado da terminologia “dissolução”, em verdade, a dissolução


é apenas uma das etapas da “extinção” de uma associação, que como pessoa jurídica, não
se dissolve, ela se faz desaparecer ou “deixa de ser, isto é, a entidade que se personificara
perde a capacidade de direito”, nas precisas lições de Francisco Cavalcante Pontes de
Miranda.20

Nesta linha, a extinção da associação depende da realização de um conjunto de atos, que


abrange, em regra, três fases: a dissolução, como ato ou fato desencadeante; a
liquidação, como etapa de solução das pendências obrigacionais; e a destinação do
patrimônio restante. É o que Fábio Ulhoa Coelho denomina de dissolução-procedimento,
em contraposição a dissolução-ato, como uma de suas fases.21

4.3.1.Dissolução

A dissolução, como primeira fase do procedimento, corresponde à constatação de um ato


ou fato desencadeante do procedimento de extinção da pessoa jurídica.

Especificamente quanto à associação, o art. 5º, inciso XIX, como forma de assegurar a
liberdade de associação22, assevera que “as associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro
caso, o trânsito em julgado”.

Sobre a dissolução de uma associação, Gustavo Tepedino, Heloisa Helena Barboza e Maria
Celina Bodin de Moraes lecionam:

Por expressa disposição constitucional, as associações só poderão ser compulsoriamente


dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, sendo que a dissolução
exige o trânsito em julgado da decisão que a ela deu margem (CF (LGL\1988\3), art. 5º,
XIX). Afirma-se em doutrina que a dissolução, conforme sua causa, poderá ser
convencional, legal, administrativa, judicial e natural (Caio Mário da Silva Pereira,
Instituições, p. 353 e ss.). Será convencional quando tiver origem na deliberação dos
associados, os quais, munidos que estiveram do poder de criá-la, têm, pelo mesmo
fundamento, o poder de extingui-la. A deliberação deverá ocorrer em conformidade com
o previsto no estatuto e, se não for unânime, focam resguardados os direitos da minoria
vencida. Será administrativa nos casos de associações que, em virtude de um objeto
específico, demandam autorização do poder público para funcionar. Se desviadas de seu
objeto ou praticarem outros atos que derem causa à cassação da autorização, extinguir-
se-á a pessoa jurídica. Será legal quando fundamentada em motivo previsto em lei, como
o implemento de condição ou termos a que esteja subordinada sua existência, ou no caso
de a associação possuir finalidade específica, quando esta for atingida. Chama-se judicial
quando tiver origem em processo contencioso, como quando questionada a possibilidade
de sua sobrevivência e, enfim, natural, quando sua extinção decorrer do falecimento de
todos os associados, impossibilitada a transmissão sucessória desta condição.23

Em nosso modo de ver, a dissolução de uma associação pode ocorrer em cinco hipóteses:
(i) com o término do prazo de duração, nas associações constituídas por um prazo
determinado; (ii) por vontade dos associados, em deliberação assemblear; (iii) por

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Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

inexequibilidade do objeto social; (iv) por decisão judicial, em processo contencioso, por
exemplo, com fundamento na fraude em sua constituição ou em impossibilidade de sua
sobrevivência; (v) por falecimento de todos os seus associados, na hipótese de
inexistência de previsão de transmissibilidade sucessória da qualidade de associado.

A respeito do órgão competente para aprovar a dissolução, o art. 59, inciso I, do Código
Civil (LGL\2002\400) estabelece que “Compete privativamente à assembleia geral: [...] II
– alterar o estatuto”.

No caso submetido à Consulta, o art. 20, inciso IX, do estatuto social da AMDEP prevê que
compete à diretoria propor e à assembleia geral extraordinária deliberar sobre a sua
dissolução, nos termos:

Art. 20. À Assembléia Geral Extraordinária compete:

IX – Deliberar sobre a dissolução da AMDEP, mediante proposta da Diretoria”; [...]

Definido o órgão competente, é importante identificar qual o quórum de deliberação para


se aprovar a dissolução, com o início do processo de extinção de uma associação”.

Sobre o tema, não havia e não há previsão expressa para associação.

A redação originária do parágrafo único do art. 59 do Código Civil (LGL\2002\400)


dispunha que era necessário o voto de dois terços dos presentes em assembleia para
alterar o estatuto. No entanto, a Lei 11.127/2005 (LGL\2005\2672) alterou o referido
parágrafo. A atual redação prevê que o quórum será estabelecido pelo estatuto:

Art. 59. [...]

Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é


exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum
será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.

No entanto, o Estatuto é omisso.

Deste modo, diante da omissão estatutária e legislativa sobre o quórum de deliberação


para a dissolução da AMDEP, parece-nos serem aplicáveis as regras previstas no direito
societário.

Como observa Uinie Caminha, Doutora em Direito pela Universidade de São Paulo e
Professora da Universidade Federal do Ceará:

Assim, por ter o voto nas assembleias das associações a mesma natureza do voto nas
assembleias de sociedades, entende-se que as regras relativas ao seu exercício referentes
às sociedades devam, assim, ser aplicadas às associações, com o mesmo intuito: formação
adequada da vontade social, coibindo abusos e conflito de interesse, e levando em conta
os interesses do ente coletivo.24

No entanto, ainda assim resta a dúvida a respeito do quórum deliberativo: se é suficiente


a maioria absoluta de votos, conforme previsto para as sociedades simples, ou se
necessita de três quartos dos votos dos associados para a dissolução da associação,
conforme previsto para as sociedades limitadas.

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Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

Com efeito, de acordo com o art. 1.033, Código Civil (LGL\2002\400), que rege as
sociedades simples, é suficiente a maioria absoluta dos votos, nos termos:

Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:

III – a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo


indeterminado”;

[...]

A respeito do quórum necessário para a dissolução de uma associação, Francisco


Cavalcante Pontes de Miranda, em seu clássico Tratado de direito privado, leciona:

A deliberação de dissolver a sociedade ou associação tem de ser por maioria absoluta (arg.
ao art. 1.394) dos votantes, excluídos, pois, os que se ausentaram e os que votaram em
branco; salvo se o ato constitutivo dispõe diferentemente, inclusive exigindo duas ou mais
assembleias.25

Por outro lado, os arts. 1.071, IV, e 1.076, I, do Código Civil (LGL\2002\400) exigem os
votos de pelo menos três quartos do capital social para a dissolução de sociedade limitada,
in verbis:

Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias indicadas na lei
ou no contrato:

VI – a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de


liquidação;

[...]

Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061 e no § 1º do art. 1.063, as deliberações


dos sócios serão tomadas:

I – pelos votos correspondentes, no mínimo, a três quartos do capital social, nos casos
previstos nos incisos V e VI do art. 1.071;

[...]

Em que pese o posicionamento contrário, em nosso modo de ver, estes dispositivos não
são aplicáveis para as associações, devendo ser aplicadas as regras previstas para as
sociedades simples.

Assim, havendo deliberação favorável pela maioria absoluta dos associados pela
dissolução – ou seja, 50% (cinquenta por cento) dos votos mais um – tem-se por iniciado
o procedimento para a extinção da AMDEP.

Não se desconhece que o art. 48 do Código Civil (LGL\2002\400) estabelece que as


deliberações tomadas pelos órgãos internos de uma pessoa jurídica serão por maioria
simples (“Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela
maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso”),
no entanto, não nos parece aplicável no caso de dissolução da associação.

Por fim, importante observar, ainda, que a dissolução não põe fim a personalidade jurídica,

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Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

sendo necessário realizar a liquidação de seu patrimônio e estabelecer a destinação do


patrimônio remanescente, para a sua extinção, conforme a previsão legal contida no art.
51 do Código Civil (LGL\2002\400):

Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu
funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.

§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua


dissolução.

§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais


pessoas jurídicas de direito privado.

§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa


jurídica.

Somente após a dissolução, a liquidação e a destinação de bens da associação é que ela


será propriamente extinta, com a baixa de sua inscrição como pessoa jurídica.

4.3.2.Liquidação

Aprovada a dissolução, deverá iniciar a fase de liquidação do patrimônio da associação,


com o término dos assuntos em que ela se encontra envolvida, a alienação de bens e a
quitação das pendências obrigacionais.

Como ensina Fábio Ulhoa Coelho, renomado Professor de Direito Comercial da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, “os objetivos da liquidação são, de um lado, a
realização do ativo e, de outro, a satisfação do passivo. A realização do ativo compreende,
em princípio, a venda dos bens (...) e a cobrança dos seus devedores. A satisfação do
passivo é o pagamento dos credores”.26

Deste modo, caso a Assembleia aprove a dissolução, a AMDEP deverá terminar os assuntos
envolvendo-a, alienar seus eventuais bens e quitar suas dívidas, como eventuais verbas
rescisórias trabalhistas e eventual multa rescisória de contrato de locação etc.

Apesar de inexistir previsão legislativa, pela própria natureza da liquidação, é vedado ao


administrador a realização de novas operações, sendo-lhe lícito praticar, conforme leciona
Anna Luiza Duarte Maiello, em sua tese apresentada à Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutora em Direito, apenas “os atos
necessários à liquidação do patrimônio do ente coletivo, não podendo celebrar novos
negócios jurídicos, que não sejam referentes a operações já em curso, pois seriam
incompatíveis com a finalidade de tal procedimento”.27

4.3.3.Destinação do patrimônio remanescente e possibilidade de restituição das


contribuições aos associados

Feita a liquidação, o art. 61 do Código Civil (LGL\2002\400) regulamenta a última fase da


extinção de uma associação, consistente na destinação a ser dada ao patrimônio
remanescente, in verbis:

Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de


deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art.

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Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso
este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins
idênticos ou semelhantes.

§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem
estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição,
atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da
associação.

§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a


associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer
do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

O patrimônio remanescente de uma associação deve ser destinado à entidade sem fins
lucrativos prevista no estatuto ou, em caso de omissão, à instituição municipal, estadual
ou federal de fins idênticos ou semelhantes, por deliberação dos associados. Inexistindo
entidade com esta característica, o remanescente será destinado à Fazenda do Estado, do
Distrito Federal ou da União.

Um ponto interessante que o art. 61 do Código Civil (LGL\2002\400) inovou, na espécie,


é a possibilidade de, antes de dar destinação do patrimônio remanescente, os associados
receberem em caráter de restituição o valor atualizado das suas contribuições que tiverem
prestado ao patrimônio da associação, desde que haja cláusula no estatuto neste sentido
ou, em caso de omissão quanto à destinação, por deliberação dos associados.

Esta novidade não passou despercebida por Gustavo Tepedino, Heloisa Helena Barboza e
Maria Celina Bodin de Moraes, que esclarecem:

A novidade do dispositivo está no § 1º, pelo qual poderão os associados, mediante


previsão no estatuto ou deliberação assemblear, antes da distribuição do remanescente,
determinar o recebimento de valor atualizado referente às contribuições que houverem
prestado ao patrimônio da pessoa jurídica, o que se fará a título de restituição, e não de
distribuição de lucros – sem agressão, portanto, à natureza jurídica peculiar da
associação.28

Em sua tese de doutorado sobre os aspectos fundamentais do negócio jurídico associativo,


Anna Luiza Duarte Maiello bem observa:

As quotas ou frações ideais dos associados poderão ser deduzidas para se apurar o
remanescente do patrimônio líquido da associação, ou seja, os membros, antes de dar a
destinação fixada para o acervo remanescente, poderão se ressarcir das contribuições que
tiverem efetuado ao patrimônio da entidade dissolvida. 29

Especificamente no caso da AMDEP, o art. 57 de seu Estatuto Social prevê que o seu
patrimônio restante será destinado a casas filantrópicas ou de assistência social, nos
termos:

“Art. 57. Na eventualidade de se extinguir a Associação, o seu patrimônio remanescente


ser distribuída em casas filantrópicas ou de assistência social”.

Como não há previsão de entidades beneficiadas, os associados deverão deliberar tal

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Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

destinação em assembleia. Poderão deliberar também, como visto, o recebimento do valor


atualizado das suas contribuições em restituição.

Feito isso, é que a associação porá fim a sua personalidade jurídica, com o cancelamento
de sua inscrição como pessoa jurídica no Cartório de registro competente.

4.4.Consequências jurídicas no caso de modificação na estrutura da AMDEP

Inexiste regra específica para modificação da estrutura de associação. Sendo assim, em


caso de omissão estatutária, aplicam-se subsidiariamente as regras de direito societário.

Até a entrada em vigor do Código Civil de 2002, as alterações na estrutura eram reguladas
somente pela Lei das Sociedades Anônimas, a Lei 6.404/1976 (LGL\1976\12), e as
previsões lá existentes eram aplicadas a todas as pessoas jurídicas de direito privado.30

A esse respeito, o art. 2.033 do Código Civil (LGL\2002\400) esclarece que se aplicam as
regras estabelecidas no Código Civil (LGL\2002\400):

“Art. 2.033. Salvo o disposto em lei especial, as modificações dos atos constitutivos das
pessoas jurídicas referidas no art. 44, bem como a sua transformação, incorporação, cisão
ou fusão, regem-se desde logo por este Código”.

Como afirma Nelson Rosenvald, Doutor em Direito Civil pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo e Pós-doutor em Direito Civil pela Università degli Studi Roma Tre
– Itália, ao comentar o dispositivo acima:

Qualquer alteração no contrato social ou no estatuto das pessoas jurídicas de direito


privado (art. 44 do CC (LGL\2002\400)) – associações, sociedades e fundações –, será
regida pelo Código Civil de 2002. O mesmo se diga dos atos de transformação
incorporação, cisão ou fusão (arts. 1.113 a 1.122 do CC (LGL\2002\400)).31

Assim, hoje, a transformação, a incorporação e a fusão das pessoas jurídicas de direito


privado são regidas pelas regras constantes do Código Civil (LGL\2002\400), quando o
Estatuto ou o Contrato Social não preverem a aplicação da Lei das Sociedades Anônimas.

Quanto à cisão, como o Código Civil (LGL\2002\400) limitou-se a tão somente tratar dos
direitos dos credores, de modo que o regramento jurídico dos demais pontos continua
submetido às normas da Lei das Sociedades Anônimas.32

Feitas essas observações, para a presente Consulta importa analisar duas formas de
modificação na estrutura de uma associação: a fusão e a incorporação.

4.4.1.Consequências jurídicas no caso de fusão da AMDEP com o SINDEP-MT

O art. 1.119 do Código Civil (LGL\2002\400), aplicável às associações, regulamenta a


fusão entre sociedades,33 da seguinte forma:

Art. 1.119. A fusão determina a extinção das sociedades que se unem, para formar
sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e obrigações.

Compatibilizando com as associações, a fusão é a operação pela qual duas ou mais


associações se unem para formar uma nova associação, que as sucederá em seus direitos

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Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

e obrigações, em verdadeira sucessão universal.34

No caso submetido à Consulta, será a operação pela qual a AMDEP e o SINDEP-MT se


extinguirão e se unirão para formar uma nova associação, com uma nova denominação a
definir, que as sucederá em todos os direitos e obrigações.

A grande questão envolvendo a fusão de associações diz respeito à destinação do


patrimônio remanescente das associações a serem extintas para formarem uma nova
associação.

Isto porque, como analisado no item referente às consequências jurídicas da dissolução,


nos termos do art. 61 do Código Civil (LGL\2002\400), a destinação a ser dada ao
patrimônio líquido remanescente de uma associação deve ser a uma ou mais entidades
sem fins lucrativos prevista no estatuto ou, em caso de omissão, por deliberação dos
associados, à instituição de fins idênticos ou semelhantes. Em caso de inexistência de
entidades com os mesmos ou com semelhantes fins, o patrimônio remanescente será
destinado à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

Especificamente no caso da AMDEP, o art. 57 de seu Estatuto Social prevê que o seu
patrimônio restante será destinado a casas filantrópicas ou de assistência social, nos
termos:

Art. 57. Na eventualidade de se extinguir a Associação, o seu patrimônio remanescente


será distribuído em casas filantrópicas ou de assistência social.

No mesmo sentido, o art. 42 do Estatuto do SINDEP-MT dispõe que, em caso de


dissolução, o seu patrimônio remanescente será destinado a uma entidade similar ou
filantrópica:

Artigo 42. O SINDEP-MT poderá ser dissolvido por decisão de sua Assembléia Geral,
convocada para essa finalidade, que destinará o patrimônio a uma entidade similar ou
filantrópica.

Como não há previsão das entidades beneficiadas nos Estatutos da AMDEP e do SINDEP-
MT, os associados e os sindicalizados deverão deliberar tal destinação em assembleia.

Há dúvida a respeito da possiblidade de a AMDEP e o SINDEP-MT, em decorrência da


fusão, poderem destinar seus patrimônios líquidos à nova associação.

Isto porque, o caput do art. 61 do Código Civil (LGL\2002\400) estabelece que “Dissolvida
a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido (...) será destinado à entidade de
fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos
associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes”.

No entanto, por se tratar de fusão, ato no qual unificam-se duas pessoas jurídicas
preexistentes em uma nova, pensamos ser possível que o patrimônio remanescente das
duas associações seja destinado à esta nova associação.

O art. 61 do Código Civil deve ser interpretado teleologicamente para que se alcance a
sua finalidade ou o seu propósito,35 que é a destinação do patrimônio remanescente em
caso de extinção total e definitiva da associação.

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Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

No direito societário, a fusão tem como consequência a dissolução das sociedades, sem a
necessidade de liquidação, uma vez que o patrimônio, os direitos e as obrigações serão
transferidos para a nova sociedade, que surgirá com a unificação das sociedades
preexistentes, em sucessão universal de direitos e obrigações.

Sérgio Botrel, Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, em
obra específica sobre fusões e aquisições societárias, ensina que:

Com a efetivação da fusão, as sociedades envolvidas se dissolvem, sem que sejam


promovidas as respectivas liquidações, e a totalidade de seus patrimônios é vertida para
a nova sociedade, a qual terá seu capital social formado com a união dos patrimônios
líquidos das sociedades fusionadas.36

Em nosso sentir, o mesmo raciocínio deve ser aplicado para os casos de fusão de
associações: a totalidade dos patrimônios líquidos das associações deve ser vertida para
a nova associação, criada em decorrência da fusão.

Como esclarece Anna Luiza Duarte Maiello, “A fusão e a incorporação não são tidas como
causas de extinção da associação, pois o que ocorre nesses casos é uma unificação ou
uma integração recíproca dos contratos preexistentes, e não um novo instrumento”.37

Como na fusão as finalidades das associações fusionadas subsistirão na nova associação,


a AMDEP poderá destinar o seu patrimônio à nova associação, mesmo, in concreto, o art.
57 de seu Estatuto Social prevendo que o seu patrimônio restante será destinado a casas
filantrópicas ou de assistência social, simplesmente porque este dispositivo, tal como o
art. 61 do Código Civil (LGL\2002\400), tem aplicabilidade restrita à extinção total.

Para a sua efetivação, a AMDEP e o SINDEP-MT deverão realizar deliberações de


associados e de sindicalizados para (i) aprovar a intenção de fusão, (ii) a análise
patrimonial de ambas e (iii) o projeto do ato constitutivo – Estatuto Social – da nova
associação.

Para a análise patrimonial do sindicato e associação, deverão ser nomeados peritos para
realizarem os estudos:

Art. 1.120. A fusão será decidida, na forma estabelecida para os respectivos tipos, pelas
sociedades que pretendam unir-se.

§ 1º Em reunião ou assembléia dos sócios de cada sociedade, deliberada a fusão e


aprovado o projeto do ato constitutivo da nova sociedade, bem como o plano de
distribuição do capital social, serão nomeados os peritos para a avaliação do patrimônio
da sociedade.

§ 2º Apresentados os laudos, os administradores convocarão reunião ou assembléia dos


sócios para tomar conhecimento deles, decidindo sobre a constituição definitiva da nova
sociedade.

Após a apresentação dos laudos pelos peritos, as administrações da AMDEP e do SINDEP-


MT deverão convocar assembleia de associados para tomarem conhecimento deles e
decidirem a respeito da continuidade das tratativas para a fusão e a constituição definitiva
da nova associação.

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Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

Por fim, após a elaboração e a apresentação do projeto do ato constitutivo – Estatuto


Social – da nova associação, este deverá ser aprovado em assembleia geral em ambas
entidades.

4.4.2.Consequências jurídicas no caso de a AMDEP incorporar o SINDEP-MT

O art. 1.116 do Código Civil (LGL\2002\400), aplicável às associações, regulamenta a


incorporação de sociedades,38 nos seguintes termos:

Art. 1.116. Na incorporação, uma ou várias sociedades são absorvidas por outra, que lhes
sucede em todos os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida
para os respectivos tipos.

Compatibilizando com as associações, a incorporação é a operação pela qual uma (ou


mais) associação é absorvida por outra, que a sucederá em todos os direitos e obrigações,
assumindo tanto o seu ativo quanto o seu passivo.39 A associação incorporadora
permanecerá com sua personalidade jurídica intacta, sucedendo todos direitos e
obrigações da associação incorporada, que será extinta.40

No presente caso, a incorporação associativa será a operação pela qual a AMDEP


incorporará o SINDEP-MT e lhe sucederá em todos os direitos e obrigações, em sucessão
universal,41 com grande reflexo patrimonial.

Para a sua efetivação haverá a necessidade de se praticar atos de incorporação, tanto na


associação incorporadora, quanto na incorporada. (Art. 1.117, Código Civil
(LGL\2002\400)).

Para incorporar o SINDEP-MT, a AMDEP deverá realizar deliberações de associados para


aprovarem a intenção de incorporação, as bases da operação e o projeto de reforma de
seu Estatuto Social.

A primeira assembleia deve deliberar sobre a intenção de efetivarem a incorporação.


Depois, nomeiam-se peritos para fazerem toda análise patrimonial da associação a ser
incorporada, no caso, o SINDEP-MT.

Após a apresentação dos laudos pelos peritos, a AMDEP deverá realizar assembleia de
associados para tomarem conhecimento deles e decidirem a respeito da continuidade das
tratativas para a incorporação, com a proposta de alteração de seu estatuto social.

Entre as alterações necessárias para a incorporação do SINDEP-MT, impende observar a


proibição de alteração nas finalidades da AMDEP, nos termos do parágrafo único do art.
56 do Estatuto Social: “Nenhuma revisão ou emenda poderá modificar as finalidades da
Associação”.

O SINDEP-MT, por sua vez, também deverá realizar deliberação entre os sindicalizados
para aprovar a incorporação42, os termos de sua concretização e as bases de operação
aprovadas pela incorporadora e autorizar seus administradores a praticarem os atos
necessários à sua realização.

Neste sentido, estabelece o art. 1.117, caput e parágrafos, do Código Civil


(LGL\2002\400):

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Art. 1.117. A deliberação dos sócios da sociedade incorporada deverá aprovar as bases da
operação e o projeto de reforma do ato constitutivo.

§ 1º A sociedade que houver de ser incorporada tomará conhecimento desse ato, e, se o


aprovar, autorizará os administradores a praticar o necessário à incorporação, inclusive a
subscrição em bens pelo valor da diferença que se verificar entre o ativo e o passivo.

§ 2º A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora compreenderá a nomeação dos


peritos para a avaliação do patrimônio líquido da sociedade, que tenha de ser incorporada.

Após a aprovação dos atos de incorporação pelos associados da AMDEP e pelos


sindicalizados do SINDEP-MT, para a sua plena eficácia, a AMDEP declarará extinto o
SINDEP-MT e promoverá a averbação do ato nos registros originários, em modificação do
Estatuto Social da AMDEP e em extinção do SINDEP-MT, em conformidade com o art.
1.118, Código Civil (LGL\2002\400):

Art. 1.118. Aprovados os atos da incorporação, a incorporadora declarará extinta a


incorporada, e promoverá a respectiva averbação no registro próprio.

Portanto, pela incorporação, AMDEP absorverá o SINDEP-MT, que será extinto, e o


sucederá em todos direitos e obrigações, assumindo tanto o seu ativo quanto o seu
passivo.

5.Conclusões

De todo o exposto é possível concluir que associação e sindicato são associações –


espécies de pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos –, sendo o sindicato uma
associação constituída por pessoas que exerçam atividades econômicas (empregadores),
profissionais (empregados ou profissionais liberais) ou públicas (servidores públicos civis)
com a finalidade de defesa dos interesses da categoria e de seus sindicalizados.

A AMDEP e o SINDEP-MT são entidades representativas dos Defensores Públicos do Estado


de Mato Grosso, sendo a AMDEP a entidade que nos parece ser, neste momento, a mais
adequada à representatividade unificada dos Defensores Públicos do Estado de Mato
Grosso, com base em três fatores examinados conjuntamente: (i) o tempo de existência
da entidade, (ii) a quantidade de associados ou sindicalizados e (iii) a representatividade
da entidade em níveis estadual e federal.

Quanto aos demais questionamentos, a consequência jurídica da extinção da AMDEP é a


sua dissolução, seguida da liquidação de seu patrimônio e da destinação do patrimônio
remanescente a casas filantrópicas ou de assistência social.

Na hipótese de fusão entre a AMDEP e o SINDEP-MT, estas associações serão extintas e


haverá a constituição de uma nova associação, com uma nova denominação, que as
sucederá em todos os direitos e obrigações.

Por fim, no caso de a AMDEP incorporar o SINDEP-MT, este deixará de existir e aquela o
sucederá em todos os direitos e obrigações.

É o Parecer, s.m.j.

Cuiabá/MT, 28 de abril de 2017.

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Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

Welder Queiroz dos Santos

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Civil interpretado conforme a Constituição da República. 3. ed. Rio de Janeiro: Renovar,
2014. v. I.

1 Segundo Gustavo Tepedino, Heloisa Helena Barboza e Maria Celina Bodin de Moraes,
“(...) é possível concluir que a criação da pessoa jurídica de direito privado se dá em
duas fases distintas: a elaboração do ato constitutivo e a inscrição deste no registro
público adequado”. (TEPEDINO, Gustavo; BARBOZA, Heloisa Helena; BODIN DE
MORAES, Maria Celina. Código Civil interpretado conforme a Constituição da República.
3. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2014. v. I, p. 122).

2 Em comentários ao art. 134 da Constituição, Fredie Didier Jr. e Leonardo Carneiro da


Cunha asseveram que “A Defensoria Pública é, então, instituição essencial à Justiça com
a mesma dignidade e importância que o Ministério Público, a Advocacia Pública e a
Advocacia”. (DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro. Comentários ao art. 134.
In: CANOTILHO, J. J. Gomes; MENDES, Gilmar Ferreira; SARLET, Ingo Wolfgang;
STRECK, Lenio Luiz (Coord.). Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva,

Página 22
Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

2013. p. 1554).

3 CRFB/1988, Art. 5º. LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
aos que comprovarem insuficiência de recursos; [...].

4 MONNERAT, Fábio Victor da Fonte. Introdução ao estudo do direito processual civil. 2.


ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 251 e 253.

5 O art. 134, § 2º, da Constituição possui inequívoca eficácia plena e imediata:


“Ementa: I. Ação direta de inconstitucionalidade: art. 2º, inciso IV, alínea c, da L. est.
12.755, de 22 de março de 2005, do Estado de Pernambuco, que estabelece a
vinculação da Defensoria Pública estadual à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos:
violação do art. 134, § 2º, da Constituição Federal, com a redação da EC 45/04:
inconstitucionalidade declarada. 1. A EC 45/04 outorgou expressamente autonomia
funcional e administrativa às defensorias públicas estaduais, além da iniciativa para a
propositura de seus orçamentos (art. 134, § 2º): donde, ser inconstitucional a norma
local que estabelece a vinculação da Defensoria Pública a Secretaria de Estado. 2. A
norma de autonomia inscrita no art. 134, § 2º, da Constituição Federal pela EC 45/04 é
de eficácia plena e aplicabilidade imediata, dado ser a Defensoria Pública um
instrumento de efetivação dos direitos humanos. II. Defensoria Pública: vinculação à
Secretaria de Justiça, por força da LC est (PE) 20/98: revogação, dada a
incompatibilidade com o novo texto constitucional 1. É da jurisprudência do Supremo
Tribunal – malgrado o dissenso do Relator – que a antinomia entre norma ordinária
anterior e a Constituição superveniente se resolve em mera revogação da primeira, a
cuja declaração não se presta a ação direta. 2. O mesmo raciocínio é aplicado quando,
por força de emenda à Constituição, a lei ordinária ou complementar anterior se torna
incompatível com o texto constitucional modificado: precedentes”. (STF, Pleno, ADI
3.569-PE, rel. Min. Sepúlveda Pertence, v. u., j. 02.04.2007, DJ 11.05.2007, p. 47).

6 Sobre essa tríade de proteções à autonomia da Defensoria Pública: OLIVEIRA, Patrícia


Elias Cozzolino de. Comentários ao art. 185. In: BUENO, Cassio Scarpinella (Coord.).
Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo: Saraiva, 2017. v. 1, p. 704-705, no
prelo.

7 Nesse sentido: SCARPINELLA BUENO, Cassio. Curso sistematizado de direito


processual civil. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. v. 1, p. 202.

8 FRANÇA, Rubens Limongi. Instituições de direito civil. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1996.
p. 65.

9 LEONARDO, Rodrigo Xavier. Associações em sentido estrito no direito privado. Tese de


Doutorado (Direito): Universidade de São Paulo, 2006. p. 99. As “associações em
sentido estrito” são espécies de “associação em sentido lato”, assegurado
constitucionalmente. Por todos, José Cretella Júnior leciona que: “Em direito
constitucional, o vocábulo associação tem sentido lato, não se restringindo, unicamente,
ao tipo específico da lei civil, compreendendo, porém, a união orgânica, voluntária e
permanente de pessoas físicas para a consecução de certos fins, que podem ser

Página 23
Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

políticos, religiosos, morais, científicos, civis, comerciais, artísticos, literários,


beneficentes, mutualistas e, em geral, os que tenham por objetivo o bem comum”.
CRETELLA JÚNIOR, José. Comentários à Constituição brasileira de1988. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 1990. p. 299).

10 BORBA, José Edwaldo Tavares. Direito societário. 8. ed. Rio de Janeiro: Renovar,
2003. p. 5.

11 CAMPINHO, Sérgio. O direito de empresa à luz do novo Código Civil. Rio de Janeiro:
Renovar, 2009. p. 35-36.

12 TEPEDINO, Gustavo; BARBOZA, Heloisa Helena; BODIN DE MORAES, Maria Celina.


Código Civil interpretado conforme a Constituição da República. 3. ed. Rio de Janeiro:
Renovar, 2014. v. I, p. 140.

13 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2003. p. 680.

14 BRITO FILHO, José Claudio Monteiro de. Direito sindical. São Paulo: LTr, 2000. p.
117.

15 BRITO FILHO, José Claudio Monteiro de. Comentários ao art. 37, VI. In: CANOTILHO,
J. J. Gomes; MENDES, Gilmar Ferreira; SARLET, Ingo Wolfgang; STRECK, Lenio Luiz
(Coord.). Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 839.

16 LÔBO, Paulo. Direito dos associados. In: FRAZÃO, Ana; GONÇALVES, Oksandro;
CAMINHA, Uinie. (Org.). Associações: constituição, fundamentos e perspectivas. Rio de
Janeiro: Processo, 2017. p. 269.

17 Sobre o tema, Nagib Slaib Filho leciona que: “Eventualmente, pode a associação o
inserir no estatuto, submetido ao registro público, fins declarados que, na verdade,
dissimulam ou escamoteiam a real finalidade institucional. Tal dissimulação pode
conduzir a sérias consequências jurídicas inclusive, e, principalmente, à
responsabilização pessoal dos associados, através, por exemplo, da desconsideração da
pessoa jurídica referida no art. 50 Código Civil. A ética exige a licitude dos fins da
associação, tanto os que declaram ao se constituir, como os que regem a sua atividade a
cada momento; o objetivo institucional ou o fim visado pelos associados ao unirem os
seus esforços é o verdadeiro espírito do grupo social e, no Direito, é o fundamento de
toda a análise da associação” (SLAIBI FILHO, Nagib. Da associação no novo Código Civil.
Revista da EMERJ, v. 7, n. 27, p. 42, 2004).

18 Sobre a aplicação analógica do regime de responsabilidade civil dos administradores


de sociedades às associações: FRAZÃO, Ana. A responsabilidade civil dos
administradores de associações. In: FRAZÃO, Ana; GONÇALVES, Oksandro; CAMINHA,
Uinie. (Org.). Associações: constituição, fundamentos e perspectivas. Rio de Janeiro:
Processo, 2017. p. 361 e ss.

19 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Compêndio de direito sindical. 5. ed. São Paulo: LTr,

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Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

2008. p. 272-278.

20 PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcante. Tratado de direito privado: pessoas


físicas e jurídicas. Atual. por Judith Martins-Costa, Gustavo Haical e Jorge Cesa Ferreira
da Silva. São Paulo: Ed. RT, 2012. t. I, p. 601.

21 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
v. 2, p. 464-466. Neste sentido, Anna Luiza Duarte Maiello pontua: “A extinção da
pessoa coletiva é o término da relação jurídica criada pelo ato de constituição, ao passo
que a dissolução é tão somente uma alteração ou modificação dessa relação jurídica,
preparatória à fase de liquidação e não necessariamente à extinção. As fases do
processo de extinção são: dissolução, liquidação e extinção stricto sensu”. (MAIELLO,
Anna Luiza Duarte. Aspectos fundamentais do negócio jurídico associativo. Tese de
Doutorado (Direito): Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, 2012. p. 197).

22 BASTOS, Celso Ribeiro. Comentários ao art. 5º, XIX. Comentários à Constituição do


Brasil. São Paulo: Saraiva, 1989. v. 2, p. 103-105. A respeito do conteúdo da liberdade
de associação, leciona Paulo Gustavo Gonet Branco: “Os dispositivos da Lei Maior
brasileira a respeito da liberdade de associação revelam que sob a expressão estão
abarcadas distintas faculdades, tais como (a) a de constituir associações, (b) a de
ingressar nelas, (c) a de abandoná-las e de não se associar e, finalmente, (d) a de os
sócios se auto-organizarem e desenvolverem as suas atividades associativas”. BRANCO,
Paulo Gustavo Gonet. Comentários ao art. 5º, XVI a XXI. In: CANOTILHO, J. J. Gomes;
MENDES, Gilmar Ferreira; SARLET, Ingo Wolfgang; STRECK, Lenio Luiz (Coord.).
Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 308.

23 TEPEDINO, Gustavo; BARBOZA, Heloisa Helena; BODIN DE MORAES, Maria Celina.


Código Civil interpretado conforme a Constituição da República. 3. ed. Rio de Janeiro:
Renovar, 2014. v. I, p. 150-151.

24 CAMINHA, Uinie. O direito de voto nas associações: possibilidade de aplicação das


regras de direito societário quanto ao seu exercício. In: FRAZÃO, Ana; GONÇALVES,
Oksandro; CAMINHA, Uinie. (Org.). Associações: constituição, fundamentos e
perspectivas. Rio de Janeiro: Processo, 2017. p. 301-302. Em outro excerto, afirma a
autora: “Ocorre que existem associações que, por sua estrutura ou objetivos, não
diferem, sequer em substância, de sociedades e, assim, não seria razoável, à falta de
determinação legal expressa, deixar de aplicar as disposições sobre o voto a esses entes
coletivo. Até porque a ratio por trás dos limites ao exercício do direito de voto não se
referem à natureza das atividades da sociedade ou da associação, mas da própria
estrutura a da formação da vontade do ente associativo”. (Idem, p. 300)

25 PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcante. Tratado de direito privado: pessoas


físicas e jurídicas. Atual. por Judith Martins-Costa, Gustavo Haical e Jorge Cesa Ferreira
da Silva. São Paulo: Ed. RT, 2012. t. I, p. 602.

26 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
v. 2, p. 472.

Página 25
Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

27 MAIELLO, Anna Luiza Duarte. Aspectos fundamentais do negócio jurídico associativo.


Tese de Doutorado (Direito): Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, 2012. p. 209.

28 TEPEDINO, Gustavo; BARBOZA, Heloisa Helena; BODIN DE MORAES, Maria Celina.


Código Civil interpretado conforme a Constituição da República. 3. ed. Rio de Janeiro:
Renovar, 2014. v. I, p. 151.

29 MAIELLO, Anna Luiza Duarte. Aspectos fundamentais do negócio jurídico associativo.


Tese de Doutorado (Direito): Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, 2012. p. 211.

30 CAMPINHO, Sérgio. O direito de empresa à luz do novo Código Civil. Rio de Janeiro:
Renovar, 2009. p. 305.

31 ROSENVALD, Nelson. Comentários ao art. 2.033. In: PELUSO, Cezar (Coord.). Código
Civil comentado. 5. ed. Barueri: Manole, 2011. p. 2396.

32 CAMPINHO, Sérgio. O direito de empresa à luz do novo Código Civil. Rio de Janeiro:
Renovar, 2009. p. 305.

33 O art. 228 da Lei 6.404/1976 regulamenta a fusão no âmbito das Sociedades


Anônimas: “Fusão – Art. 228. A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais
sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e
obrigações. § 1º A assembléia-geral de cada companhia, se aprovar o protocolo de
fusão, deverá nomear os peritos que avaliarão os patrimônios líquidos das demais
sociedades. § 2º Apresentados os laudos, os administradores convocarão os sócios ou
acionistas das sociedades para uma assembléia-geral, que deles tomará conhecimento e
resolverá sobre a constituição definitiva da nova sociedade, vedado aos sócios ou
acionistas votar o laudo de avaliação do patrimônio líquido da sociedade de que fazem
parte. § 3º Constituída a nova companhia, incumbirá aos primeiros administradores
promover o arquivamento e a publicação dos atos da fusão”.

34 SANTOS, Elisabete Teixeira Vido dos. Curso de direito empresarial. 2. ed. São Paulo:
Ed. RT, 2013. p. 245.

35 A respeito da interpretação teleológica e axiológica, Tércio Sampaio Ferraz Junior


leciona: “O pressuposto e, ao mesmo temo, a regra básica dos métodos teleológicos é
de que sempre é possível atribuir um propósito às normas. De fato, isso nem sempre é
claro e muitas vezes nos lavaria a perplexidades. Existem normas costumeiras para as
quais é difícil encontrar propósitos e finalidades. O longo uso com o sentimento da
obrigatoriedade instaura uma rede de disciplinas sem que possamos encontrar nelas
alguma intenção. Apesar disso, para obter a neutralização da carga emocional, é preciso
encontrar essas finalidades ou, ao menos, postulá-las”. (FERRAZ JUNIOR, Tércio
Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 6. ed. São
Paulo: Atlas, 2011. p. 265.)

36 BOTREL, Sérgio. Fusões & aquisições. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 113.

Página 26
Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
(parecer)

37 MAIELLO, Anna Luiza Duarte. Aspectos fundamentais do negócio jurídico associativo.


Tese de Doutorado (Direito): Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, 2012. p. 202.

38 O art. 227 da Lei 6.404/1976 regulamenta a incorporação no âmbito das Sociedades


Anônimas: “Incorporação – Art. 227. A incorporação é a operação pela qual uma ou
mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e
obrigações. § 1º A assembléia-geral da companhia incorporadora, se aprovar o protocolo
da operação, deverá autorizar o aumento de capital a ser subscrito e realizado pela
incorporada mediante versão do seu patrimônio líquido, e nomear os peritos que o
avaliarão. § 2º A sociedade que houver de ser incorporada, se aprovar o protocolo da
operação, autorizará seus administradores a praticarem os atos necessários à
incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital da incorporadora. § 3º
Aprovados pela assembléia-geral da incorporadora o laudo de avaliação e a
incorporação, extingue-se a incorporada, competindo à primeira promover o
arquivamento e a publicação dos atos da incorporação”.

39 CAMPINHO, Sérgio. O direito de empresa à luz do novo Código Civil. 10. ed. Rio de
Janeiro: Renovar, 2009. p. 308; SANTOS, Elisabete Teixeira Vido dos. Curso de direito
empresarial. 2. ed. São Paulo: Ed. RT, 2013. p. 243.

40 Sobre as consequências jurídicas da incorporação, em livro dedicado aos aspectos


processuais da incorporação societária, os Professores Arruda Alvim, Eduardo Arruda
Alvim, Fernando Crespo Queiroz Neves, Rennan Faria Krüger Thamay lecionam: “A
amplitude da repercussão patrimonial na incorporação é um dos pontos relevantes, pois,
realizada a incorporação, será de total responsabilidade da incorporadora o ativo e
passivo econômico da incorporada, já que esta não mais existirá, motivando a atuação
da incorporadora como, a gora e então, detentora responsável pelos créditos ou débitos
da incorporada. Essa consequência decorre da sucessão empresarial e, por vezes,
processual, pois em face deste mecanismo de reorganização societária, a incorporação,
todas as obrigações e direitos restarão, desde a incorporação, ligados à incorporadora,
razão porque será esta detentora dos créditos que antes pertenciam à incorporadora
responsável pelos débitos deixados pela incorporada, já que assumira o lugar da
incorporada a incorporadora, sejam nas relações negociais extraprocessuais, bem como
nas relações processuais das quais participava antes a incorporada”. (ARRUDA ALVIM
NETTO, José Manoel; ARRUDA ALVIM, Eduardo; NEVES, Fernando Crespo Queiroz;
THAMAY, Rennan Faria Krüger. Aspectos processuais da incorporação societária. São
Paulo: Ed. RT, 2015. p. 87-88).

41 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
v. 2, p. 472.

42 O órgão competente para decidir sobre transformação, fusão ou dissolução do


SINDEP-MT é a Assembleia Geral, nos termos do art. 19, inciso VIII, de seu Estatuto:
“Artigo 19. Compete à Assembléia Geral: VIII – decidir sobre transformação, fusão ou
dissolução do SINDEP-MT”.

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Associação: responsabilidade, extinção, fusão e incorporação
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