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A pior profissão é aquela de não ter nenhuma profissão

Cesare Cantú (1804-1895, escritor italiano)

Profissão

Para além de trabalho e emprego, existe também o termo profissão. Trata-se de um


trabalho definido dentro da sociedade, muitas das vezes exercido por um especialista ou
técnico qualificado. Assim, por exemplo, quem executa os trabalhos numa carpintaria é
um trabalhador qualificado que tem a profissão de carpinteiro.
O Instituto Nacional de Estatística define profissão da seguinte forma:

Ofício ou modalidade de trabalho, remunerado ou não, a que corresponde


um determinado título ou designação profissional, constituído por um
conjunto de tarefas que concorrem para a mesma finalidade e que
pressupõem conhecimentos semelhantes.

Ao longo da história, as sociedades foram se tornando cada vez mais complexas e,


aos poucos, alguns indivíduos se especializaram num determinado tipo de trabalho:
ferreiro, tecelão, escultor, contabilista, entre outros. Assim, desenvolveu-se
gradativamente a definição dessas profissões, com perfis profissionais mais ou menos
definidos e controlados pelos governos, que estabeleciam direitos e obrigações, deveres
e privilégios.

Classificação Nacional das Profissões

Hoje, as profissões encontram-se organizadas pela Classificação Nacional das


Profissões (CNP), documento onde estão classificadas e descritas todas as profissões
existentes em Portugal.

A Classificação Nacional das Profissões é um reportório de todas as profissões


existentes em Portugal e dos respetivos descritivos funcionais, apresentando-se
agregadas por grupos profissionais.
Instituto do Emprego e Formação Profissional

A primeira CNP foi feita em Portugal na década de 60. Em 1980 foi elaborada
uma revisão, passando a estar registadas 3.800 profissões. Em 1994 a CNP foi
novamente revista, o que fez baixar para 1.700 o número de profissões reconhecidas
oficialmente. Prevê-se para muito breve o surgimento de uma nova CNP.
A CNP baseia-se numa classificação internacional das profissões, a Classification
Internationale Type des Profissions (CITP) adotada pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT). Tanto a classificação internacional quanto a nacional estão divididas da
mesma forma: nove grandes grupos que são subdivididos por sub grandes grupos, sub-
grupos e grupos base. Os nove grandes grupos são:

1. Quadros Superiores da Administração Pública, Dirigentes e OIT


Quadros Superiores de Empresa
2. Especialistas das Profissões Intelectuais e Científicas A Organização
3. Técnicos e Profissionais de nível intermédio Internacional do
4. Pessoal Administrativo e Similares Trabalho é uma das
5. Pessoal dos Serviços e Vendedores instituições
6. Agricultores e Trabalhadores Qualificados da Agricultura e especializadas da
Pescas Organização das
7. Operários, Artífices e Trabalhadores Similares Nações Unidas. Foi
8. Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da criada em 1919 para
montagem defender os direitos
9. Trabalhadores não qualificados dos trabalhadores.

Uma profissão é identificada por seis dígitos, o grupo base por quatro dígitos, o
sub grupo por três dígitos, o sub grande grupo por dois dígitos e o grande grupo por um
dígito, como é possível observar no exemplo abaixo:

Grande grupo 7. Operários, Artífices e Trabalhadores Similares


7.1 - Operários, Artífices e Trabalhadores Similares das
Sub grande grupo
Indústrias Extrativas e da Construção Civil
Sub-grupo 7.1.2 - Trabalhadores da Construção Civil e Obras Públicas
Grupo base 7.1.2.4 - Carpinteiros
Profissão 7.1.2.4.05 - Carpinteiro de Limpos

Poderá consultar a CNP na página da Internet do Instituto do Emprego e


Formação Profissional: www.iefp.pt.
Atividades

1 – Leia o texto abaixo e depois responda:

Nova Classificação Nacional de Profissões sai em 2008


Uma «nova» Classificação Nacional de Profissões (CNP), documento onde estão
identificadas, classificadas e descritas todas as profissões existentes em Portugal,
deverá ser publicada em 2008, 14 anos depois da última revisão.

A primeira Classificação Nacional de Profissões - que é sobretudo utilizada em termos


estatísticos e de emprego - foi feita em Portugal na década de 60, tendo sido publicada em
vários volumes entre 1966 e 1974.
Em 1980 foi feita uma revisão da CNP, na qual estavam registadas 3.800 profissões, e em
1994 uma nova revisão fez baixar para 1.700 o número de profissões reconhecidas
oficialmente.
Em entrevista à agência Lusa, Ana Campos, técnica superior do Instituto do Emprego e da
Formação Profissional (IEFP) - envolvida no projeto em curso e na revisão da CNP de 1994 -,
justificou a demora na publicação da nova revisão com a necessidade aguardar pela nova
classificação internacional definida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A CNP baseia-se numa classificação internacional tipo de profissões, a CITP - Classification
Internationale Type des Profissions - Bureau International du Travail, adotada pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
«Uma vez que a classificação internacional está a ser revista e deverá ser publicada em 2008,
achámos que não fazia sentido a CNP sair antes porque depois tínhamos de adequá-la à
estrutura internacional», adiantou a técnica.
A CNP obedece à estrutura internacional de profissões formada por nove grandes grupos que
são subdivididos por sub grandes grupos, grupos, sub-grupos e grupos base.
Sobre a demora na realização de uma revisão da CNP de 1994, Ana Campos salientou que, de
acordo com a OIT, a classificação deve ser revista entre 12 a 15 anos.
«Assim, quando sair no início de 2008 a classificação internacional tudo faremos para que a
CNP seja publicada logo a seguir», afirmou.
Segundo Ana Campos, a revisão da CNP começou a ser feita há muito tempo, tendo a
metodologia adotada sido diferente da utilizada na revisão de 1994.
«Na anterior revisão (94) fazíamos muito trabalho no terreno junto das empresas, no mercado
de trabalho e os técnicos identificavam áreas profissionais, o tipo de empresas, a dimensão e a
localização geográfica», disse a responsável.
No projeto de revisão em curso, os técnicos basearam-se na CNP de 1994 e junto dos
sindicatos, entidades patronais, associações sindicais, escolas, universidades, ordens e
parceiros sociais tentaram confirmar as profissões.
«Só em situações muito específicas íamos fazer um levantamento para o terreno», afirmou.
A técnica adiantou à Lusa que o levantamento e a confirmação de profissões está feito,
salientando que toda a informação já foi enviada para o Conselho Superior de Estatística que
deverá depois aprovar a classificação.
Na opinião de Ana Campos, esta revisão é importante para que a classificação possa servir
para o mercado de trabalho e para que possam ser feitas comparações com outros países.
«Nenhum jovem vai olhar para a CNP para escolher uma profissão, isto é um trabalho mais
técnico, utilizado em termos estatísticos e de emprego», adiantou.
A CNP tem por objetivo «facilitar a comunicação em matéria de profissões, oferecendo aos
estatísticos de outros países um instrumento que permite utilizar dados nacionais numa
perspetiva internacional».
De acordo com a responsável, a nível nacional a CNP é utilizada sobretudo pelo IEFP e pelo
Instituto Nacional de Estatística (INE).
«É usada na elaboração de estatísticas de mão de obra, nos censos e pelos centros de
emprego», referiu ainda Ana Campos.
Diário Digital / Lusa 29-07-2007
2 – Após a leitura do texto acima responda:
a) Quantas versões a CNP já conheceu?
b) Como se encontra o atual processo de revisão da CNP?
c) Como é criada a CNP?
d) Para que serve a CNP?

3 – Indique o código CNP da profissão que espera vir a exercer um dia:


Grandes grupo:
Sub grande grupo:
Sub-grupo:
Grupo base:
Profissão:
Tarefas envolvidas:

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