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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. PENAS PRINCIPAIS....................................................................................................... 3
1.1 RECAPITULANDO ................................................................................................... 3
1.2 PENA DE IMPEDIMENTO ....................................................................................... 3
1.2.1 Menagem ....................................................................................................... 3
1.3 PENA DE SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO DO POSTO, GRADUAÇÃO, CARGO OU
FUNÇÃO .................................................................................................................................. 4
1.4 PENA DE REFORMA ............................................................................................... 5
2. PENAS ACESSÓRIAS ..................................................................................................... 6
2.1 PENAS ACESSÓRIAS PARA OS OFICIAIS ................................................................. 7
2.1.1 PERDA DE POSTO E PATENTE ......................................................................... 7
2.1.2 DECLARAÇÃO DE INDIGNIDADE PARA O OFICIALATO.................................... 9
2.1.3 INCOMPATIBILIDADE COM O OFICIALATO ................................................... 10
2.2 PENAS ACESSÓRIAS PARA PRAÇAS – PENA DE EXCLUSÃO DAS FORÇAS
ARMADAS.............................................................................................................................. 11
2.3 PENAS ACESSÓRIAS PARA CIVIS .......................................................................... 13
2.3.1 PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA (artigo 103, CPM) .......................................... 13
2.3.2 INABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA (artigo 104, CPM)
........................................................................................................................................... 14
2.4 SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR, TUTELA E CURATELA (artigo 105, CPM) ...... 16
2.5 SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS (artigo 106, CPM) .................................. 16
3. MEDIDAS DE SEGURANÇA ........................................................................................ 17
3.1 PESSOAS SUJEITAS ÀS MEDIDAS DE SEGURANÇA .............................................. 17
3.2 MEDIDA DE SEGURANÇA PESSOAL DETENTIVA - INTERNAÇÃO EM MANICÔMIO
JUDICIÁRIO ............................................................................................................................ 18
3.3 MEDIDAS DE SEGURANÇAS PESSOAIS NÃO DETENTIVAS ................................... 22
3.3.1 CASSAÇÃO DE LICENÇA PARA DIRIGIR VEÍCULOS MOTORIZADOS............... 22
3.3.2 EXÍLIO LOCAL ................................................................................................ 22
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1. PENAS PRINCIPAIS
1.1 RECAPITULANDO
O Código Penal Militar (CPM) disciplina 7 (sete) penas principais:
Pena de morte.
3 penas privativas de liberdades – reclusão, detenção e prisão.
A prisão substitui a reclusão e a detenção quando a condenação não é superior a dois
anos. Ademais, a prisão é cumprida no estabelecimento militar, portanto, é menos rigorosa
que as demais penas privativas de liberdade.
Pena restritiva de liberdade – pena de impedimento (insubmisso).
2 penas restritivas de direitos – suspensão do exercício do posto, graduação, cargo
ou função e pena de reforma.
1.2.1 Menagem
O instituto da “Menagem”, medida cautelar não privativa de liberdade, comporta
dois tipos:
(i) “menagem” em quartel, em navio, prisão – cumprida na unidade militar; e
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Alguns doutrinadores criticam o artigo 204 do CPM, entendendo que ele não possui
aplicação, por conta da desatualização de sua redação. A redação do aludido artigo contém
uma norma penal em branco e, por conta da reforma da lei civil, restaria desatualizado.
Ressalta-se que o período de suspensão não é computado como tempo de serviço,
ainda que o militar seja obrigado a comparecer periodicamente perante a autoridade militar.
O parágrafo único do artigo 64, CPM, prevê a conversão de pena de suspensão em
detenção se o condenando estiver na inatividade, o que o professor entende
inconstitucional, uma vez que o agente não pode ser punido por exercer o direito da
inatividade.
Na prática, à luz da Lei de Execuções Penais, o militar inativo cumprirá pena na esfera
comum, sendo que a pena convertida em privativa de liberdade, conforme parágrafo único
do artigo 64, CPM, será objeto de nova conversão.
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Observação1: o soldo não é a remuneração total do militar, mas sim uma parcela
fundamental/básica. Um militar paraquedista, por exemplo, possui um plus ao soldo que
compensa seu desgaste orgânico.
Observação2: professor questiona que a CF/88 prevê que nenhuma pena passará da
pessoa do condenado, ressalvadas o confisco (efeito da condenação ou pena) e a reparação
do dano (efeitos da condenação). No direito penal militar, o confisco pode ser medida de
segurança ou efeito da condenação. Nesse sentido, o professor entende que a família não
poderia ser atingida com a condenação do militar, devendo ser preservada a parcela da
família referente a pensão militar.
2. PENAS ACESSÓRIAS
Penas Acessórias
Art. 98. São penas acessórias:
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As penas acessórias são cumuladas com as penas principais. O CPM não passou pela
reforma de 84, pelo que a aplicação da pena acessória pressupõe a pena principal.
Em outras palavras, as penas acessórias não são penas alternativas aplicadas em
substituição às penas privativas de liberdade.
O artigo 98 do CPM regra um rol taxativo de penas acessórias, quais sejam:
para oficiais: (i) perda de posto e patente, (ii) indignidade para o oficialato e (iii)
incompatibilidade com o oficialato.
para praças: exclusão das forças armadas.
para civis: (i) perda da função pública e (ii) inabilitação para o exercício de função
pública (incluem-se os militares inativos, reformado e da reserva, que prestam tarefa por
tempo certo, tratados como civil)
suspensão: (i) poder familiar, tutela ou curatela (no direito penal comum é um
efeito específico da condenação) e (ii) direitos políticos (no direito penal comum é efeito da
condenação).
Observação: o rol de penas acessórias, no direito penal comum, seriam efeitos da
condenação.
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Entretanto, segundo parte da doutrina, essa pena acessória não tem aplicação
imediata e automática com o trânsito em julgado porque os oficiais das forças armadas são
vitalícios e só podem perder o posto e a patente por decisão do Superior Tribunal Militar
(artigo 142, §3°, VI, CR/88).
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base
na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e
destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa
de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes,
além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com
ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de
paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;(Incluído pela Emenda Constitucional
nº 18, de 1998)
O inciso VI é um caminho administrativo, que regra que os oficiais das forças armadas
só perdem o posto e patente com decisão do Superior Tribunal Militar (STM). O julgamento
administrativo do oficial é realizado pelo conselho de justificação, que pode condená-lo e
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MP 2010 ES:
A indignidade para o oficialato é sanção administrativa disciplinar e sua aplicação
ocorre no âmbito administrativo disciplinar. A incompatibilidade para o oficialato é sanção
penal acessória e somente poderá ser aplicada pelo Poder Judiciário, mediante
procedimento próprio. (ERRADA, pois a incompatibilidade com o oficialato e a indignidade
podem ser declaradas administrativamente (142, §3°, inciso VI) e são sanções penais de
natureza acessória.)
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Assim, conforme estudado, tem-se que o oficial das forças armadas, condenado por
crime comum ou militar, perde posto e patente por decisão do STM, caso haja condenação
acima de 2 anos.
Na esfera estadual, aplica-se o artigo 125, §4°, CF/88, em caso de crime militar, em
que a declaração de perda de posto e patente e graduação é realizada pelo tribunal de
justiça competente, TJ ou TJM.
Já o militar condenado por crime comum em pena superior a 4 anos submete-se aos
efeitos específicos do artigo 92, parágrafo único, do CP, não se aplicando o artigo 125, §4°,
CR/88, por se tratar de crime comum praticado por oficial dos estados:
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº
9.268, de 1º.4.1996)
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Observação4:
A perda do cargo, função ou emprego público - que configura efeito extrapenal
secundário - constitui consequência necessária que resulta, automaticamente, de pleno
direito, da condenação penal imposta ao agente público pela prática do crime de
tortura, ainda que se cuide de integrante da Polícia Militar, não se lhe aplicando, a
despeito de tratar-se de Oficial da Corporação, a cláusula inscrita no art. 125, § 4º, da
Constituição da República.
(STF - AI: 769637 MG , Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 25/06/2013,
Segunda Turma, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-205 DIVULG 15-10-
2013 PUBLIC 16-10-2013)
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De acordo com o artigo 103 do CPM, incorre na perda da função público o civil
condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder ou
violação de dever inerente à função pública ou condenado por qualquer outro crime a pena
privativa de liberdade superior a dois anos.
A perda da função pública aplica-se na hipótese do funcionário público condenado
em qualquer pena por crime impropriamente militar, com abuso de poder ou violação de
dever. Aplica-se também ao militar condenado a pena superior a dois anos, qualquer que
seja o crime praticado.
Na esfera comum, abuso de poder ou violação de dever geram a perda do cargo
quando há condenação a pena mínima superior a 1 ano.
Nos termos do artigo 107 do CPM, a imposição dessa pena acessória não precisa
constar expressamente da sentença.
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O condenado a pena privativa de liberdade por mais de dois anos, seja qual for o
crime praticado, fica suspenso do exercício do poder familiar, tutela ou curatela, enquanto
durar a execução da pena ou da medida de segurança imposta em substituição.
Caso necessário, o juiz pode decretar a suspensão provisória do exercício do poder
familiar, tutela ou curatela ainda durante o processo.
No direito penal militar, a suspensão dos direitos políticos é uma pena acessória; na
esfera comum, é efeito da condenação.
Durante a execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança
imposta em substituição, ou enquanto perdura a inabilitação para função pública, o
condenado não pode votar, nem ser votado.
Nos termos do artigo 107 do CPM, a imposição dessa pena acessória não precisa
constar expressamente da sentença.
Questão
De acordo com a legislação penal militar, a condenação da praça e do civil em pena
privativa de liberdade superior a dois anos implicam respectivamente a exclusão do militar
das forças armadas e a perda da função pública do civil. (CERTO)
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DPU 2007
A pena acessória de exclusão das Forças Armadas prevista no CPM será
obrigatoriamente aplicada à praça cuja condenação à pena privativa de liberdade for
superior a dois anos. (CERTO, artigo 102 do CPM)
3. MEDIDAS DE SEGURANÇA
Espécies de medidas de segurança
Art. 110. As medidas de segurança são pessoais ou patrimoniais. As da primeira
espécie subdividem-se em detentivas e não detentivas. As detentivas são a internação
em manicômio judiciário e a internação em estabelecimento psiquiátrico anexo ao
manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em seção especial de um ou de
outro. As não detentivas são a cassação de licença para direção de veículos motorizados,
o exílio local e a proibição de frequentar determinados lugares. As patrimoniais são a
interdição de estabelecimento ou sede de sociedade ou associação, e o confisco.
O artigo 110 do Código Penal Militar apresenta um rol de medidas de segurança mais
amplo do que aquele previsto no Código Penal comum.
Na esfera castrense, as medidas de segurança dividem-se em pessoais e patrimoniais.
Pessoais: (i) detentivas – internação em manicômio judiciário e (ii) não detentivas
– cassação de licença para direção de veículos, exílio local e proibição de frequentar
determinados lugares.
Patrimoniais: (i) interdição de estabelecimento e (ii) confisco.
As medidas de segurança pessoais se dividem em detentivas (internação) e não-
detentivas (restritivas de direitos).
Enquanto a pena tem caráter punitivo (punição e retribuição), a medida de segurança
tem finalidade preventiva.
Na reforma de 84, o CP converteu as medidas de segurança em penas restritivas ou
em efeitos da condenação. Já o CPM mantém o rol de medidas de segurança.
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I - aos civis;
II - aos militares ou assemelhados, condenados a pena privativa de liberdade por
tempo superior a dois anos, ou aos que de outro modo hajam perdido função, posto e
patente, ou hajam sido excluídos das forças armadas;
III - aos militares ou assemelhados, no caso do art. 48;
IV - aos militares ou assemelhados, no caso do art. 115, com aplicação dos seus §§
1º, 2º e 3º.
O civil condenado na esfera militar deve ter sua pena executada na esfera comum,
através da LEP.
A medida de segurança é imposta em sentença, que estabelecerá as condições, nos
termos da lei penal militar (artigo 120, CPM). A propósito, o estrangeiro não precisa cumprir
a pena para ser expulso.
Imposição da medida de segurança
Art. 120. A medida de segurança é imposta em sentença, que lhe estabelecerá as
condições, nos termos da lei penal militar.
Parágrafo único. A imposição da medida de segurança não impede a expulsão do
estrangeiro.
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§ 1º A internação, cujo mínimo deve ser fixado de entre um a três anos, é por tempo
indeterminado, perdurando enquanto não fôr averiguada, mediante perícia médica, a
cessação da periculosidade do internado.
Perícia médica
§ 2º Salvo determinação da instância superior, a perícia médica é realizada ao
término do prazo mínimo fixado à internação e, não sendo esta revogada, deve aquela
ser repetida de ano em ano.
Desinternação condicional
§ 3º A desinternação é sempre condicional, devendo ser restabelecida a situação
anterior, se o indivíduo, antes do decurso de um ano, vem a praticar fato indicativo de
persistência de sua periculosidade.
§ 4º Durante o período de prova, aplica-se o disposto no art. 92.
Aplica-se ao militar.
O artigo 112 do Código Penal Militar determina a internação em manicômio judiciário
do agente inimputável por alienação mental que oferece perigo à incolumidade alheia em
razão de suas condições pessoais e do fato praticado.
Neste ponto, a lei penal castrense adota o sistema vicariante que, em oposição ao
sistema do duplo binário, rejeita a possibilidade de aplicação cumulativa ou sucessiva de
pena e medida de segurança de internação.
Assim, aplica-se medida de segurança em lugar de pena, caso o autor do fato típico
ou ilícito seja inimputável e perigoso.
Aplica-se também quando houver semi-imputabilidade, nos termos do artigo 113:
Substituição da pena por internação
Art. 113. Quando o condenado se enquadra no parágrafo único do art. 48 e
necessita de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser
substituída pela internação em estabelecimento psiquiátrico anexo ao manicômio
judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em seção especial de um ou de outro.
Superveniência de cura
§ 1º Sobrevindo a cura, pode o internado ser transferido para o estabelecimento
penal, não ficando excluído o seu direito a livramento condicional.
Persistência do estado mórbido
§ 2º Se, ao término do prazo, persistir o mórbido estado psíquico do internado,
condicionante de periculosidade atual, a internação passa a ser por tempo
indeterminado, aplicando-se o disposto nos §§ 1º a 4º do artigo anterior.
Ébrios habituais ou toxicômanos
§ 3º À idêntica internação para fim curativo, sob as mesmas normas, ficam sujeitos
os condenados reconhecidos como ébrios habituais ou toxicômanos.
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O artigo 112, CPM, regra que o tempo mínimo de internação é de 1 a 3 anos, sendo
que o tempo máximo de internação não pode superar a pena máxima abstratamente
cominada, conforme súmula recente do STJ, 527, que se aplica na esfera militar por questão
de isonomia:
Súmula 527-STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o
limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/05/2015.
De outro lado, o STF entende que não há tempo máximo de internação, pelo que
aceita o limite de 30 anos.
O Código Penal Militar não prevê expressamente medida de segurança de
tratamento ambulatorial para o inimputável.
Nesse contexto, a doutrina sugere aplicação subsidiária do Código Penal comum,
sempre que a providência for benéfica ao acusado, nos casos de delitos sem violência, sem
gravidade, etc., com a aplicação da medida de tratamento ambulatorial.
No código penal comum há duas medidas de segurança: internação e tratamento
ambulatorial.
Exemplo: juiz reduz 2/3 da pena de 6 anos de sujeito condenado, por conta de sua
semi-imputabilidade. Porém, o juiz percebe a necessidade de tratamento, pelo que
substituiu a pena pela medida de segurança. Assim, o sujeito não pode ficar mais de 2 anos
internado, pois ele ficaria no máximo 2 anos cumprindo pena.
Observação1:
Inimputável -> pode ficar internado conforme o máximo da pena abstratamente
cominada.
Semi-inimputável -> internado conforme pena fixada na sentença que foi
substituída.
Observação2: a medida de segurança pessoal detentiva equivale aos artigos 96, 97,
98 do CP:
Espécies de medidas de segurança
Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em
outro estabelecimento adequado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
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que este resida ou permaneça, durante um ano, pelo menos, na localidade, município ou
comarca em que o crime foi praticado.
Parágrafo único. O exílio deve ser cumprido logo que cessa ou é suspensa
condicionalmente a execução da pena privativa de liberdade.
Aplica-se ao civil.
O exílio local consiste na proibição de que condenado resida ou permaneça, durante
um ano, pelo menos, na localidade, município ou comarca em que o crime foi praticado, em
face da necessidade de garantia da ordem pública ou para o bem do próprio condenado
(artigo 116, CPM).
O exílio deve ser cumprido logo que cessa ou é suspensa condicionalmente a
execução da pena privativa de liberdade.
Observação: na lei de abuso de autoridade tem uma situação semelhante, que veda
o exercício de atividade policial em determinado distrito, conforme §5°, artigo 4º, da lei
4.898/65
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de
qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo
de um a cinco anos.
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Exemplo: estabelecimento da marinha utilizado para reunião ilícita. Tal fato constitui
crime militar de insubordinação, pelo que o estabelecimento pode ser interditado, nos
termos do artigo 118, CPM.
3.4.2 CONFISCO
A medida de segurança patrimonial de confisco está prevista no artigo 119, CPM:
Confisco
Art. 119. O juiz, embora não apurada a autoria, ou ainda quando o agente é
inimputável, ou não punível, deve ordenar o confisco dos instrumentos e produtos do
crime, desde que consistam em coisas:
I - cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitui fato ilícito;
II - que, pertencendo às forças armadas ou sendo de uso exclusivo de militares,
estejam em poder ou em uso do agente, ou de pessoa não devidamente autorizada;
III - abandonadas, ocultas ou desaparecidas.
Parágrafo único. É ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, nos casos
dos ns. I e III.
Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-
fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico,
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido
pelo agente com a prática do fato criminoso.
**hipótese semelhante ao do artigo 119, CPM. Assim, o confisco pode ser efeito da
condenação ou hipótese de mandado de segurança.
Os efeitos da condenação são genéricos e dependem do trânsito em julgado da
sentença condenatória, em que a sentença torna certa a obrigação de indenizar e gera o
confisco do instrumento e do produto do crime.
O sistema sancionatório do direito penal militar abrange penas principais, penas
acessórias, medidas de segurança e efeitos da condenação, sendo possível a cumulação
dessas sanções.
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DA APLICAÇÃO DA PENA
Fixação da pena privativa de liberdade
Art. 69. Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gravidade do
crime praticado e a personalidade do réu, devendo ter em conta a intensidade do dolo
ou grau da culpa*, a maior ou menor extensão do dano ou perigo de dano, os meios
empregados, o modo de execução, os motivos determinantes, as circunstâncias de
tempo e lugar, os antecedentes do réu e sua atitude de insensibilidade, indiferença ou
arrependimento após o crime.
Determinação da pena
§ 1º Se são cominadas penas alternativas, o juiz deve determinar qual delas é
aplicável.
Limites legais da pena
§ 2º Salvo o disposto no art. 76, é fixada dentro dos limites legais a quantidade da
pena aplicável.
Para aplicação da pena base há que se fazer um paralelo entre o artigo 69 do CPM e o
artigo 59 do CP, em que a insensibilidade prevista no CPM equivale à personalidade do CP, e
assim por diante.
A 1ª fase é a aplicação da pena base, com a orientação das circunstâncias judiciais.
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A pena base será fixada respeitando os limites específicos do tipo penal, que devem
respeitar os limites genéricos.
- conexão finalista
c) depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso fortuito, engano
ou força maior;
- a embriaguez sempre agrava a pena para o militar (combina com o parágrafo único).
Para o civil, agrava a pena apenas se a embriaguez for preordenada.
d) à traição, de emboscada, com surpresa, ou mediante outro recurso insidioso que
dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima;
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- artigo 61, inciso II, alínea g, do CP: com abuso de poder ou violação de dever
inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão.
h) contra criança, velho ou enfermo;
- “velho” é uma terminologia inadequada, o ideal seria utilizar idoso. Observa-se que
não há adolescente nesse rol, motivo pelo qual não se pode agravar a pena em crime
cometido contra o adolescente.
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, alagamento, inundação, ou qualquer
calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
- estar de serviço = agente que está na escalada de serviço e comete crime com nexo
causal com o serviço, é uma violação mais grave do que o crime cometido em serviço.
Militar de serviço difere da situação do militar em serviço. Neste, o crime se torna
militar por estar o agente em serviço, em função inerente a atividade militar.
Exemplo: o abandono de posto ocorre quando o militar está de serviço, pelo que se
aplica essa agravante.
Questão - DPU
Considere que um tenente, estando em serviço, em área fora da administração
militar, tenha constrangido uma mulher à prática de conjunção carnal, mediante grave
ameaça, e por isso tenha sido preso em flagrante e denunciado pela prática do crime
previsto no art. 232 do CPM (estupro). Considere ainda que, durante o processo, tenha sido
juntada aos autos certidão de casamento do referido tenente com a vítima, fato ocorrido
após o dia do delito. Em face dessas considerações e com base no CPM, julgue o item que se
segue. Eventual pena será agravada pelo fato de o crime ter sido praticado durante o
serviço. (ERRADO, o militar está em serviço, fora de local sujeito a administração militar,
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nessa situação o artigo 9º determina que trata-se de um crime militar. Se o militar estivesse
de serviço, sua pena seria agravada).
m) com emprego de arma, material ou instrumento de serviço, para esse fim
procurado;
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5.2.2 ATENUANTES
As atenuantes estão previstas nos artigos 72:
Art. 72. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
Circunstância atenuantes
I - ser o agente menor de vinte e um ou maior de setenta anos;
- O CP regra que que o agente deve ser menor de 21 na data do fato e maior de 70 na
data da sentença. Já no Direito Penal Militar o agente deve ser maior de 21 e menor que 70
anos na data do fato.
A doutrina sugere uma interpretação benéfica, pois se o CPM não regra o assunto,
poder-se-ia aplicar a regra do CP.
Entretanto, uma interpretação sistemática do CPM, por meio do seu artigo 129,
sugere que se deve considerar a data do fato: “Redução, art. 129. São reduzidos de metade
os prazos da prescrição, quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de vinte e um
anos ou maior de setenta.”
II - ser meritório seu comportamento anterior;
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- quando o juiz aplica a pena no grau mínimo, com pena de reclusão de 30 anos (no
lugar de pena de morte), a pena não será atenuada.
Se a pena é de 1 a 5 anos e o juiz aplica a pena no mínimo de 1 ano, tal pena não
pode ser atenuada, pois não pode ficar abaixo do mínimo legal.
Se ocorrer o agravamento da pena, o quantum também não pode passar do máximo
da pena prevista em lei.
Com efeito, no direito penal militar não é necessária a aplicação da Súmula 231 STJ,
pois a regra está expressa no artigo 73, CP.
Enunciado 231, STJ: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à
redução da pena abaixo do mínimo legal.
O professor é contra a súmula do 231, STJ, pois entende que ela fere o princípio da
individualização da pena e não há previsão sobre o assunto no Código Penal.
Observação: no direito penal comum a lei não regra o quantum de agravação ou
atenuação.
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5.2.5 Preponderantes
Concurso de agravantes e atenuantes
Art. 75. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do
limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que
resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente, e da
reincidência. Se há equivalência entre umas e outras, é como se não tivessem ocorrido.
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