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Calvino não iria gostar do nome Calvinismo: “durante seu tempo de vida (de Calvino)
nenhuma Igreja Reformada jamais sonhou em dar nome de algum homem à Igreja de
Cristo” (Kuyper, 20002, p. 21-22).
DEUS, o mais importante de nossas vidas: “Não somos de nós mesmos; portanto, não
façamos nosso alvo a busca daquelas coisas que nos sejam agradáveis; não somos de nós
mesmos; portanto, até onde nos é possível, esqueçamo-nos, e as coisas que são nossas. Por
outro lado, somos de Deus; portanto, que a sua sabedoria e vontade presidam sobre
tudo que é nosso. Nós somos de Deus; a ele, como único e legítimo alvo, sejam dirigidas
nossas vidas em todos os seus aspectos.”
“a respeito de minha doutrina, ensinei fielmente e Deus me deu a graça de escrever. Fiz
isso do modo mais fiel possível e nunca corrompi uma só passagem das Escrituras, nem
conscientemente as distorci...” (Calvino em seu leito de morte).
O Calvinismo é mais que Teologia: “Assim, é demonstrado que o Calvinismo tem seu
próprio ponto de partida claramente definido para as três relações fundamentais de toda
a existência humana: a saber, nossa relação com Deus, com o homem e com o mundo.
Para nossa relação com Deus: uma comunhão imediata do homem com o Eterno,
independentemente do sacerdote ou igreja. Para relação do homem com o homem: o
reconhecimento do valor humano em cada pessoa, que é seu em virtude de sua criação
conforme a semelhança de Deus, e, portanto, da igualdade de todos os homens diante de
Deus e de seu magistrado. E para nossa relação com o mundo: o reconhecimento que no
mundo inteiro a maldição é restringida pela graça, que a vida do mundo deve ser honrada
em sua independência, e que devemos, em cada campo, descobrir os tesouros e desenvolver
as potências ocultas por Deus na natureza e na vida humana.” (KUYPER, 2002, p. 40).
POLÍTICA E ESTADO
O Estado é visto como uma graça e foi instituído para o bem da sociedade: “Se
nenhum governo civil existisse ou se os homens corruptos percebessem que poderiam
seguir impunes, eles certamente optariam pelo pecado, e a sociedade se degeneraria no
caos”.
O Estado não é soberano, mas está sob a lei: “as leis são os tendões mais robustos de
uma sociedade” (Institutas, 4.20.24).
“Se alguém quiser julgar pelas coisas presentes quem Deus ama e quem Deus odeia,
trabalhará em vão, visto que a prosperidade e a adversidade são comuns ao justo e ao
ímpio, ao que serve a Deus e ao que Lhe é indiferente. De onde se infere que nem sempre
Deus declara amor aos que Ele faz prosperar temporalmente, como tampouco declara ódio
aos que Ele aflige” (Calvino).
Ganância: “Os que sofrem dessa praga gradualmente se degeneram até que renunciam
completamente a fé”, “é uma tentação muito grave, ou seja, avaliar alguém o amor e o
favor divinos segundo a medida da prosperidade que alcança” (Calvino).
Papel da riqueza: “Aqueles que têm as riquezas, por herança ou por conquista de sua
própria indústria e labor, devem lembrar que o excedente não deve ser usado para a
intemperança ou luxúria, mas para aliviar as necessidades dos irmãos (...) Assim como o
maná, que era acumulado como ganância ou falta de fé, ficava imediatamente putrificado,
assim também não devemos alimentar dúvidas de que as riquezas que são acumuladas às
expensas de nossos irmãos são malditas, e logo perecerão, seu possuidor será arruinado
juntamente com elas” (CALVINO, João. Comentário de 2ª Coríntios. São Paulo: Paracletos,
p. 177). “Riquezas e outros confortos mundanos devem ser vistos como propiciando alguma
experiência do favor e benevolência divinos, mas não se deduz daí que os pobres sejam
objetos do desprazer divino; ter um corpo saudável e boa saúde são bênçãos de Deus,
porém não devemos conceder que isso constitua prova que a fraqueza e a enfermidade
devam ser consideradas como desaprovação” (CALVINO, João. O Livro dos Salmos. São
Paulo: Paracletos, p. 458).
“Aprendamos, pois, a não avaliar uma pessoa pelo prisma de seu estado ou seu dinheiro,
nem pelo prisma de suas honras transitórias, mas avalia-lo pelo prisma de sua piedade
ou de seu temor a Deus” (Calvino).
“Max Weber (1849-1920) ao analisar o progresso econômico protestante, não conseguiu
captar adequadamente este aspecto fundamental no protestantismo, que enfatiza o
trabalho, não simplesmente por dever ou vocação, conforme Weber entendeu, mas sim,
para a glória de Deus; este é o fator preponderante que escapou à sua compreensão (C.
Hill e R.H. Tawney).