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Porto Alegre
2007
MÁRCIA DE OLIVEIRA ESTRÁZULAS
Porto Alegre
2007
MÁRCIA DE OLIVEIRA ESTRÁZULAS
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Léo Peixoto Rodrigues
_________________________________________
Prof. Dr. Airton Luiz Jungblut – PUCRS
_________________________________________
Prof. Dr. José Rogério Lopes – UNISINOS
Porto Alegre
2007
Dedico esta dissertação aos meus
pais, Daniel e Eny, aos quais devo
tudo, aos quais amo
profundamente, e a meu sobrinho e
afilhado, Marcelo, na esperança de
despertar seu interesse pela
pesquisa.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Glênio Nicola Povoas, professor da Famecos, pela cópia do filme
de Trigueirinho “Bahia de todos os Santos” (1960) e pelas cópias da revista
“Anhembi” de crítica de cinema editada pela USP;
Ao Prof. Dr. Hélio R.S. Silva, professor convidado do PGCS, por ter
despertado em mim a admiração por Erving Goffman e pelo interacionismo
simbólico, além de suas ricas orientações extra-oficiais;
INTRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Os que aspiram à vida no local são chamados aspirantes. Eles devem ter
uma disposição para seguir, sem reservas, com abnegação, com desapego, de
forma altruísta e impessoal, o caminho do serviço. O aspirante deve deixar de lado o
orgulho e o preconceito para servir à humanidade. Deve aprender que a sujeição a
uma organização, a uma ordem, às regras, às normas, a determinadas condutas é
necessária para um trabalho evolutivo e que, impostas num ambiente, servem de
exemplo aos demais.
*
Referimo-nos à microssociologia para apontar diferentes vertentes teóricas que surgem após a
crise dos clássicos, sobretudo Durkheim e Weber nas primeiras décadas do século xx. A
microssociologia desenvolveu-se sobretudo no interior da escola de Chicago onde surgiram
vertentes tais como o evolucionismo psicológico, quantativismo, condutivismo.
122
com raízes na New Age. Trigueirinho anunciava em suas profecias que a transição
para o milênio aquariano, de amor e fraternidade, seria plena de violência e riscos
para os espiritualmente despreparados. Por outro lado, os que estivessem em
harmonia com a operação resgate, liderada por ele, ingressariam numa nova era de
iluminação espiritual e seriam orientados por seres intra-terrenos, superiores e
avançados, emissários de uma civilização extra-terrestre, cujas espaçonaves eram
os OVNIS, ajudariam a criar uma nova civilização.
artigos, textos acadêmicos anteriores sobre esta organização. Tivemos, pois, que
desbravar um novo caminho de pesquisa e construir um novo saber, um novo
conhecimento. O ineditismo tornou-a trabalhosa. Levamos seis anos para realizá-la.
Tivemos paradas que foram muito frutíferas, pois procuramos pôr em prática o que o
sociólogo Domenico de Masi chamou de ócio criativo, isto é, utilizar o tempo de
lazer, o tempo recreativo para criar, produzir sem pressão, sem estresse.
A COMUNIDADE “FIGUEIRA”
2 A COMUNIDADE “FIGUEIRA”
Visando ao prêmio Fábio Prado, em 1958, para melhor roteiro do filme “Bahia
de todos os Santos”, Trigueirinho retornou ao país para finalização do filme. No
segundo semestre, trabalhou na Rex Filme. “Bahia de todos os Santos” foi filmado
com Jurandir Pimentel (ator que cometeu suicídio após sua atuação em “Bahia”).
O custo final do filme foi quatro milhões de cruzeiros. Por esse motivo foi
necessário um pedido de empréstimo suplementar de um milhão. A necessidade de
mais recursos devia-se, também, ao convite para exibição do filme na XXI Mostra
Internacional de Veneza, que começaria em agosto do mesmo ano. Esta
participação em Veneza não se concretizou. Trigueirinho pretendia enviar o filme
para os festivais de São Francisco, Berlim e Karlovy-Vary, mas a Divisão Cultural
vetou sua participação no exterior. Em novembro de 1961, o Banco do Estado
enviou a Trigueirinho a cobrança do título de dois milhões de cruzeiros, vencido em
doze de setembro de 1960. “Bahia de todos os Santos” somou-se à lista de
empréstimos insolventes da Carteira de Cinema Nacional. “Bahia de todos os
Santos” atraiu cerca de trezentos mil espectadores somente na cidade de São
Paulo, mas eram necessários novecentos mil para não haver prejuízo. A demora
para saldar a dívida com o banco era conseqüência da espera por vaga nos cinemas
para veiculação de filmes não-comerciais, rotulados como cult pelos exibidores.
“Bahia de todos os Santos” estreou em setembro de 1960, em Salvador, mas
somente em março de 1961 entrou em cartaz em São Paulo. No circuito de Belo
Horizonte, seis meses depois.
“Nazaré” será Sara Marriot até abril de 1999, quando esta retorna ao seu país de
origem, Estados Unidos da América. Em dois de novembro de 2000, com noventa e
cinco anos de idade, faleceu.
Constatamos que existe uma organização física por setores, a qual se divide
em duas áreas, uma urbana, localizada na cidade de Carmo da Cachoeira, interior
de MG; e uma rural, na fazenda.
Os membros de uma “Rede de serviços” são das mais diversas origens. São
estimulados a interiorizar-se e a buscar conhecimento através do estudo espiritual.
Cada um tem tarefas específicas a cumprir como, por exemplo, a sintonização de
mantras, etc., mas forma com os demais um conjunto. Nem sempre devem se tornar
numerosas. Não são criadas para entrar em disputas, discussões ou polêmicas. São
campos de prática para autoconhecimento e para transformações pessoais e,
portanto, coletivas (Anexo H).
coletivo de transformação dos que transitam por ali em seres humanos resgatáveis.
São os colaboradores semi-internos, externos, itinerantes, autoconvocados ou
visitantes que fazem parte das redes de serviço.
Também são vendidos em “Figueira” fitas de vídeo (VHS), cds, fitas k-7 com
gravações ao vivo das palestras de Trigueirinho para divulgação da obra dele. Além
disso, têm sido organizadas audições dessas fitas em outras cidades,
complementando essa divulgação. Também há, às dezessete horas, aos domingos,
uma partilha de Trigueirinho numa rádio da internet, chamada Rádio Mundial FM 95.
7 AM 660. Pode-se escutá-la no site www.radiomundial.com.br (Anexo L).
Ainda, para manter sua fazenda produtiva, “Figueira” conta com a mão-de-
obra voluntária de grupos urbanos de serviço. São grupos rotativos provenientes de
cidades próximas chamados também de redes de serviço. Eles fazem mutirões para
tarefas variadas, como construções e aberturas de estradas e produção orgânica.
Estão previstos sete monges, sete oblatos e sete zeladores para cada
monastério. Na etapa inicial, foi criado o grupo de oblatos (Anexo F), que prossegue
colaborando na construção e no desenvolvimento dos monastérios em todos os
seus níveis. Os oblatos praticam a vida espiritual em meio aos afazeres do mundo e
na vida cotidiana. Oblatos são leigos que se oferecem para servir em ordem
monástica, abnegadamente, sem se ater a estruturas rígidas, nem a formalizações
supérfluas. Um oblato deve ter como função colaborar diretamente na construção e
no desenvolvimento de um monastério. Oblato não é só um posto, título ou posição
dentro da divisão de trabalho grupal, é uma tarefa. Auto-afirmação, orgulho,
idiossincrasias e vaidade não devem interferir na sua tarefa, cujas bases são o
altruísmo, despojamento, o desapego e a prontidão ao serviço impessoal para
atender aos objetivos espirituais do grupo. Anonimato e silêncio são as
características requeridas à personalidade do oblato. Também o recato, a
simplicidade no falar e no agir e a alegria são qualidades que nele devem ser
incentivadas.
Na atual etapa intermediária, foi criado o grupo de zeladores (Anexo P). Cada
monastério contará com sete zeladores. Um zelador pode servir a vários
monastérios ao mesmo tempo. Ele é um defensor do plano espiritual. De maneira
especial, segue a via do despojamento e dedica-se a suprir tudo e todos
incondicionalmente. O zelador deve inspirar-se nos que se devotam
incondicionalmente à vida de serviço. Na sua tarefa, descobre a diferença entre o
vazio humano e a palavra viva que provém da alma. Proferir a palavra é para ele um
objetivo maior, o qual vai desenvolvendo ao praticar a ação correta.
ordenação sacerdotal não é um fato externo. Não se usa um hábito, refere-se à vida
do espírito. O sacerdócio não pode ser ensinado em seminários espirituais da
civilização profana e secular, tampouco pode ser outorgado pelos homens.
Vários trabalhos grupais servem a todos os reinos (Anexo T), seja animal,
vegetal, mineral, humano, angelical, etc. Trabalhos de plantios, cuidados com
animais, atendimentos às pessoas necessitadas, cura, publicações, entre muitos
outros, realizam-se dessa maneira altruística e abnegada. Essas atividades, em
geral, são feitas em rodízio, segundo as necessidades do momento. Colaboradores
(Anexo U) que moram em diversos lugares vêm participar delas. Médicos, dentistas
e outros profissionais prestam assistência ao grupo de modo gratuito. Todos
compartilham o mesmo ritmo diário de trabalho e estudos.
2.4 CONCLUSÃO
3.1 ERVING GOFFMAN - UMA VIDA MESCLADA COM SUA VISÃO TEÓRICA
O que nos pareceu mais relevante na sua biografia foi sua experiência de
cinema, em 1943, na “National Film Board” (NFB), produtora de documentários em
Otawa, coordenada por John Grierson. Nessa ocasião, ele aprendeu as técnicas dos
especialistas na arte de representar. Nesta fase, formam-se os primeiros hábitos, a
base intelectual do Goffman, observador de planos, sua compreensão
cinematográfica da realidade. Desvenda a arte de iludir, percebe que a vida social
não é tanto um teatro, mas uma cena dramatúrgica, um filme em montagem. Assim
ele decodificará a vida cotidiana em cenas, em grandes planos de um detalhe, em
jogos de campo/cantracampo entre observador e observado, como se estivesse
realizando filmes documentais. Aliás, ele produziu, através da escrita, documentários
na sua vida restante.
Goffman tem uma forma de observar muito visual, baseada no detalhe que
revela o conjunto ou o todo. Faz-se necessário ter um senso de observação, ter um
“olho clínico” para praticar a sociologia etnográfica, e a vivência no “National Film
Board” lhe oportunizou esse treinamento e conhecimento. Goffman baseia todas as
suas pesquisas, ensaios, estudos, inspirado pelo cinema. Suas obras são,
fundamentalmente, visuais.
nas ações corriqueiras, cotidianas. Por isso, até os gestos são suscetíveis de análise
sociológica similar à das instituições.
Goffman não era casado, ainda, e seus pais financiavam-lhe os estudos, não
precisava trabalhar, ao contrário de muitos dos seus colegas. Dessa forma, ele pôde
entrar para a Universidade de Chicago, para o departamento de sociologia, em
setembro de 1945, onde foi submetido a uma imensa quantidade de mais ou menos
duzentos estudantes.
Naquela época, seus colegas estavam ainda longe de prever seu sucesso
profissional, mas quando, durante um encontro, alguém perguntou: “Quem será
célebre daqui a vinte anos?”, responderam, sem dúvida, com unanimidade: “Erving!”
A frase quase profética traduziu bem a impressão que os amigos tinham de
Goffman. O seu intelecto, aparentemente, impressionou-os de uma maneira ou
outra. Os amigos tornaram-se os primeiros professores de Goffman em Chicago.
Todos liam muito.
aprendeu a importância dos dados. Essas são mais duas chaves para compreender
a obra de Goffman.
Por volta de 1935, o professor Lloyd Warner estimulou Goffman a ler e utilizar
os estudos de Henry Murray, psicólogo junguiano que construiu o Teste de
Apercepção de Temas (TAT), o qual, com a ajuda de antropólogos, tenta separar as
variações culturais e sociais dos determinantes da personalidade. No final de 1949,
percebeu-se a clara influência desta bibliografia na tese de mestrado, de Goffman,
com o seguinte título: “Algumas características das respostas a experiências
representadas por imagens”. Este foi o primeiro trabalho escrito de Goffman.
O ano de 1949 foi também o ano de partida para Edimburgo e Ilhas Shetland.
Lloyd Warner estava, de novo, por trás desta viagem. Na Universidade de
Edimburgo, ainda em 1949, abriram um departamento de antropologia social e seu
diretor pediu a um dos seu velhos conhecidos, que lhe enviasse um bom doutorando
que pudesse dinamizar a nova estrutura. Warner sugeriu o nome de Goffman, que
aceitou o convite e aí chegou em outubro de 1949.
elaborando uma teoria das “relações de troca”, a hipótese era de que os membros
de qualquer interação mantinham a polidez entre si para evitar choques. Essa
possibilidade seduziu Goffman, que pensando sobre ela dirigiu-se às Ilhas Shetland,
norte da Escócia, onde, entre dezembro de 1949 e maio de 1951, fez seu campo de
tese de doutorado.
Goffman permite que os leitores ‘vejam por si mesmos’, que detectem por
sua própria conta os padrões que ele deseja tornar notáveis e salientes.Tais
técnicas persuasivas ou de predisposição tornam fácil para os leitores
‘chegar as suas próprias conclusões’ - conclusões inteiramente de acordo
com aquelas requeridas por Goffman. Esta é a qualidade sedutora da prosa
de Goffman; é muito fácil ler as coisas à sua maneira (WATSON, 2004, p.
92).
Milhares de exemplares dos seus livros foram lidos em vários idiomas. O seu
sucesso popular veio, surpreendentemente, associado a um interesse acadêmico,
um tipo de associação mais comum de se ver no campo da literatura do que no das
ciências humanas e sociais:
Sua obra contém força até os dias atuais. Vinte e quatro anos depois de sua
morte, os temas e os conceitos desenvolvidos por ele ainda estão em voga: “(...) é
pelo estudo das civilidades da vida cotidiana que a sociologia de Goffman irrompe
no debate das ciências sociais” (JOSEPH, 2000, p.14).
170
Para esta teoria, as organizações não são regidas por regras únicas. As
ações que a organização realiza são passíveis da interferência do ator social. A
reflexão e o diálogo são necessários para a modificação de regras e normas e,
também, para a sua manutenção e reprodução.
171
Os atores sociais interagem tendo por referencial o significado que as coisas têm para
eles (casa, carro), até mesmo pessoas (colega ou porteiro), categorias de indivíduos
(simpático, antipático), instituições (faculdade ou prefeitura), virtudes (sinceridade,
integridade);
O significado destas coisas surge da interação social entre atores sociais. O mundo
simbólico (o simbólico não é resultado nem do sujeito consigo, nem do sujeito com o
objeto) é construído nas interações entre dois ou mais atores sociais. O momento no
qual surge o “eu”, ou self, é um processo social que envolve a interação de atores
sociais, o “eu”, ou self, surge através da relação com atores sociais. Os atores sociais
se condicionam mutuamente. A individualidade é baseada nas interações e aquilo que
o “eu”, ou self, faz é condicionado por aquilo que o ‘nós’ constrói socialmente;
Smith (2004, p. 56) delineia os axiomas sociológicos que Goffman diz serem
necessários para que a ordem social de interação face a face ocorra (Quadro 2):
Conclui Smith (2004, p. 56) que para que haja interação face a face, os atores
sociais devem ser capazes de sondar, monitorar os outros atores sociais, captar as
atitudes dos outros atores sociais e controlar as informações sobre si mesmos.
características físicas que induzam tal estado. Os egressos de uma instituição total
não estão em condições de recompor a face em função de uma situação psicológica
pouco favorável que viveram e também pelas condições sociais a que estavam
submetidos.
Goffman (1999) diz, em seus estudos interacionistas, que todo ator social, em
qualquer interação social, representa um papel, exibe-se aos outros atores sociais
de forma estudada, planejada, estratégica, domina as opiniões e conceitos que
possam ter dele. Para realizar esse intuito, utiliza-se de certos meios para
representar sua performance, seu personagem diante de um público. Ele conhece a
arte da persuasão, do contrário seus objetivos verdadeiros se desmascaram, se
desnudam, se desvelam.
Goffman (1999) diz que o método do diretor ou ator social em questão, visa
garantir o mínimo de deslizes durante a representação como, por exemplo, a
habilidade para encarnar o personagem e seu papel de forma espontânea, evitando
gestos involuntários, a presença de espírito e de palco, o saber incitar e acolher
brincadeiras da platéia, se resguardando emocionalmente, essas são habilidades
176
Goffman (1999) diz que a vida pregressa de um líder espiritual, por exemplo,
pode conter alguns segredos, mistérios, que se forem expostos ao domínio público,
desacreditariam ou, no mínimo, enfraqueceriam a representação do seu papel social
de líder e, conseqüentemente, as pretensões relativas à sua liderança, que como
ator social ou diretor estava tentando projetar. Esses segredos podem envolver fatos
escusos, bem dissimulados ou estigmas que todo mundo percebe, mas aos quais
ninguém se refere.
Se falha o êxito, seu domínio oscila (...) quando decaem (...) a fé dos que
crêem em suas qualidades de líder, então seu domínio também se torna
caduco (...) a autoridade carismática baseia-se na crença no profeta (...) e
com eles cai (COHN, 1979, p.136-7).
Goffman (1999) salienta que, se o público tiver que assistir a apenas uma
ligeira e breve palestra, apresentação, encenação, a possibilidade de uma situação
constrangedora será relativamente pequena e será seguro, para o ator social ou
diretor manter uma fachada falsa.
3º - As que têm por finalidade isolar pessoas que intencionalmente são uma
ameaça à sociedade: cadeias, penitenciárias, campos de prisioneiros de guerra,
campos de concentração;
5º - Por último, as que têm por finalidade instruir religiosos. Servem, também,
de refúgio do mundo: abadias, mosteiros, conventos e outros claustros como
monastérios, comunidades alternativas, etc.
Nas instituições totais há sempre um grupo de atores sociais que tem contato
restrito com o mundo externo. São os supervisores que, parcialmente, por questões
de trabalho, são obrigados a ter contato superficial com o mundo externo. Até
mesmo a interação entre os grupos de atores sociais internos residentes e os
supervisores é restrita.
Para se definir uma instituição como total, segundo Goffman (1999), ela tem
que ser local de residência e trabalho, ao mesmo tempo, num único espaço físico.
Deve abrigar e obrigar a convivência entre atores sociais em posição de igualdade,
por um espaço de tempo razoável. Eles são confinados, enclausurados, internados,
reclusos, fechados e isolados e não há quase interação social entre si e, muito
menos, interação com o mundo aberto.
instituição total, segundo Goffman (1999), esse espaço físico que divide ou separa
essas diferentes esferas ou áreas da vida diária são suprimidos. Todas as atividades
são realizadas num mesmo local e sob uma mesma administração, portanto essa é
uma das características que serve para defini-la. Segundo Goffman:
(...) fazer com que todos façam o que foi claramente indicado como exigido,
sob condições em que a infração de uma pessoa tende a salientar-se diante
da obediência visível e constantemente examinada dos outros (GOFFMAN,
1999, p. 18).
183
As normas e regras instituídas são aplicadas aos atores sociais ligados a ela
mais ou menos contra a sua vontade e sem o seu consentimento. A capacidade de
fazer regras e de aplicá-las a outros atores sociais representa essencialmente um
poder, uma imposição, um domínio, um controle, porque são impostas,
hierarquicamente, de cima para baixo.
Um conjunto de bens individuais tem uma relação muito grande com o eu. A
pessoa geralmente espera ter certo controle da maneira de apresentar-se
diante dos outros. Para isso precisa de cosméticos e roupas (...) em
resumo, o indivíduo precisa de um ‘estojo de identidade’ para o controle de
sua aparência pessoal (GOFFMAN, 1999, p. 28).
sua vontade. Então ele se cala, abre mão dos seus direitos, vontades e preferências
para se proteger de possíveis sanções e represálias.
ingressa voluntariamente e delas se retira quando bem desejar, sem que ninguém
possa coagi-lo a permanecer, mas do estigma de ter feito parte de uma instituição
total, o ator social não se libertará jamais, porque a influência sobre o seu “eu” (self)
torna-o substancialmente muito diferente dos demais atores sociais da sociedade
aberta. Pelo menos foi essa uma das constatações de Goffman:
Alguns atores sociais que seguem, por vocação, a vida religiosa e entram
para uma instituição espiritual de clausura, submetem-se, voluntariamente, às
humilhações do “eu” (self), preferem uma vida ascética de flagelação, de
mortificação com fins de purificação espiritual e transcendência do ego.
(...) instituições religiosas que lidam apenas com aqueles que acham que
foram chamados e, destes voluntários, tomam apenas aqueles que parecem
os mais adequados e mais sérios nas intenções. Em tais casos, a
conversão parece já ter ocorrido e apenas restará mostrar ao neófito ao
longo de que linhas poderá melhor autodisicplinar-se (GOFFMAN, 1961, p.
328).
Numa sociedade aberta, quando um ator social tem que aceitar ordens que
invadem sua individualidade, sua privacidade, liberdade e livre-arbítrio, ele tem certa
autonomia para reagir e defender-se, nem que seja só em termos de expressão
facial. Ele tem certa válvula de escape, pode externar mal-humor, reagir com
indelicadeza, mostrar má vontade, agir com fingimento, utilizar-se de certa
186
Turner (1974) diz que a ‘communitas’ era formada por um conjunto de atores
sociais concretos e idiossincrásicos que, apesar de serem diferentes quanto aos
seus físicos e personalidades, eram iguais do ponto de vista da humanidade comum
a todos. Buscavam uma transformação profunda, onde encontravam algo
profundamente comunal e compartilhado: sua alma ou humanidade, sua ‘comum
unidade’.
Capítulo 4
aprofundamentos sobre o mesmo tema. Talvez por ser uma pesquisa pioneira, ela
sirva de referência.
grupos de atores sociais. Ele participava das atividades mais informais. Durante
estas atividades, observou as interações em forma de conversa.
cindo dias. Além disso, fizemos duas pesquisas de campo na comunidade Nazaré,
situada na cidade de Nazaré Paulista, interior do Estado de São Paulo, as quais se
realizaram nas férias de verão do ano 2003, mais precisamente em janeiro, por uma
semana, retornando novamente em fevereiro por quinze dias. Fizemos várias outras
pesquisas de campo nos subgrupos ou rede de serviço de Porto Alegre. Realizamos
reuniões com atores sociais do grupo e fizemos algumas observações participativas
nas audições públicas. Também pesquisamos a bibliografia, exclusivamente
utilizada para consulta interna, do grupo de “Figueira” e das redes de serviço,
pesquisamos a bibliografia das obras publicadas pelo Trigueirinho, algumas
indicações bibliográficas apontadas pelo próprio Trigueirinho em seus escritos tais
como: ‘Revistas de Sinais’, ‘Jornais de Sinais’, ‘Boletim de Sinais’, textos e artigos na
internet, seu filme “Bahia de todos os Santos”, seus VHS, CDS, fitas k-7, seus
artigos críticos publicados na Revista ‘Anhembi’, editada pela USP, algumas críticas
especializadas em cinema sobre sua obra. Quase todas as fontes citadas estão
anexadas. Consideramos necessária sua anexação para futuras consultas de
pesquisadores que não disponham de tempo ou condições financeiras para ir até
“Figueira”.
Na verdade seria possível fazer uma pesquisa que não seja contaminada
por simpatias pessoais e políticas? Proponho argumentar que isso não é
possível e, portanto, que a questão não é se devemos ou não tomar partido,
já que inevitavelmente o faremos, mas sim de que lado estamos nós
(BECKER, 1977, p. 122-36).
(...) toda institución absorbe parte del tiempo y del interés de sus miembros
(...) la tendencia absorbente o totalizadora está simbolizada por los
obstáculos que se oponen a la interacción social con el exterior y al éxodo
de los miembros (GOFFMAN, 1972, p. 17-18).
1ª - As que têm por finalidade cuidar de pessoas incapazes e que não apresentam
uma ameaça à sociedade: casas para cegos, velhos, órfãos e indigentes;
2ª - As que têm por finalidade cuidar de pessoas incapazes que são de maneira não-
intencional uma ameaça à sociedade: sanatórios para hansenianos, tuberculosos,
hospitais psiquiátricos;
3ª - As que têm por finalidade isolar pessoas que intencionalmente são uma ameaça
à sociedade: cadeias, penitenciárias, campos de prisioneiros de guerra, campos de
concentração;
4ª - As que têm por finalidade fundamentalmente instrumentar, treinar para uma
tarefa específica ou trabalho: quartéis, navios, escolas internas, campos de trabalho,
colônias, kibutz;
5ª - Por último, as que têm por finalidade instruir religiosos. Servem, também, de
refúgio do mundo: abadias, mosteiros, conventos e outros claustros como
monastérios, comunidades alternativas, etc.
Quadro 3 – Categorias das Intituições Totais-Goffman
Análise
A comunidade “Figueira”, que serve de objeto para esta pesquisa, pode ser
enquadrada tanto na quarta, quanto na quinta das categorias. Na quarta, pelo fato
de se organizar como uma fazenda com produção própria, que conta com mão-de-
obra voluntária e gratuita para sua operação, isto é, semelhante ao que acontece em
um kibutz. Enquadra-se de maneira mais enfática na quinta, na medida em que
nesta há um monastério (um masculino e um feminino, um eremitério misto, com a
finalidade de instruir religiosos, também de servir de refúgio do mundo) sendo, ao
mesmo tempo, uma comunidade alternativa.
198
não respondia mais ao seu comando de tão cansada que estava. Já não tinha mais
reflexos, porque era obrigada a acordar, algumas vezes, às quatro horas para ir
trabalhar na horta e pomar com frio e chuva. Ela afirmou, também, que dos vinte
argentinos que a acompanharam em “Figueira”, todos saíram antes do tempo
acordado com o setor de hospedagem, porque não agüentaram o regime de
trabalho e horários estabelecidos.
Análise
Análise
Além das regras estabelecidas pela coordenação, o próprio grupo atua como
um fator de condicionamento de comportamento em “Figueira”. Isto se deve ao fato
de que o interesse do grupo está acima das individualidades, portanto o ator social
encontra-se subordinado ao condicionamento coletivo, do contrário teria conflitos
passíveis de sanções que restringiriam sua independência, liberdade e livre-arbítrio.
Os supervisores de “Figueira” tentam dirigir as atividades dos atores sociais
subalternos por meio da persuasão, manipulação, punição, coerção e ameaça.
Demonstram o que querem impor como padrão, e mostram, sutil e
ameaçadoramente, o que farão caso isto não seja cumprido em tempo, qualidade e
quantidade.
Análise
Observamos uma visitante dizer que achou a comida horrível, não tinha sal,
açúcar, tempero. O caldo do feijão era aguado, o arroz integral era grudado, o pão
integral era duro, alguns legumes não eram cozidos e servidos crus e com casca, o
café da manhã era um caldo de polenta aguada, não serviam leite, manteiga,
iogurte, queijo, nada de origem animal. Serviam apenas no café da manhã: chá
verde, pão integral com uma pasta de soja salgada, chamada missô. A dieta de
“Figueira” é vegetariana, sem sal, sem açúcar, sem temperos, sem óleo, sem carne,
ovos, laticínios e café preto. Não se pode beber bebida alcoólicas ou fumar. Como
não mastigavam, alguns tiveram, em função disto, seus dentes afrouxados. Os
participantes faziam as refeições em silêncio, sentados fora da mesa e com os
pratos apoiados nas pernas.
Essa observação pode ser inserida na categoria “h”, que descreve o seguinte:
“Nas instituições totais, há um processo de desconstrução do “eu” (self). Não se
permite ao ator social ter uma vida individual. Ele é despojado de seus bens, de
suas preferências, de seus gostos, de suas escolhas, de seu livre-arbítrio, de sua
liberdade, de sua identidade, de sua personalidade, de seus direitos humanos, de
sua cidadania, ocasionando uma involução no seu desenvolvimento educacional,
profissional, emocional, de sua auto-estima, autovalorização e amor próprio.”
Análise
dela: viu um caminhão estilo pau-de-arara, com residentes vestidas com roupas
rurais de trabalho, em silêncio, de cabeça baixa, enfileiradas nos bancos laterais da
carroceria do caminhão coberto por lona. Assemelhavam-se, segundo ela, àqueles
caminhões do exército que carregam soldados para manobras militares. Estavam
rumando para o campo. Para a hóspede visitante, pareciam ir para um ‘campo de
concentração’ e de ‘lavagem cerebral’. Ela afirmou que nunca esqueceu a imagem,
a qual ficou gravada na sua retina. Imagem que a fez se dar conta do que ocorreria
em relação ao seu futuro se ficasse ali como residente.
Análise
ao estudo obrigatório, qual seja, participar das palestras de Trigueirinho pela manhã
e outra à tarde à cargo do setor de cura.
Essa observação pode ser classificada na categoria “c”, a qual diz o seguinte:
“Ao fazer-se parte das instituições totais, adere-se a novos padrões de interação.
Um novo processo de socialização é iniciado. O ator social assume o novo código
de comportamento, porque se adapta ao novo conceito interacional”.
Análise
O interno de ‘Figueira’ parece tornar-se mais vulnerável e frágil por não ter
interação com a sociedade aberta. Fica solitário e isolado do que acontece no
mundo, sem apoio da família e parentes, sem contato com seu bairro, vizinhos,
ambiente de trabalho, amigos, etc.
Análise
Também observamos uma outra visitante dizer que tentou várias vezes morar
em “Figueira”, mas não conseguiu se adaptar. Afirmou não estar preparada,
psicologicamente, para tanto, pois alguns mudam de nome, são rebatizados.
Também não comemoram datas históricas, feriados cristãos, aniversários, etc.
Esta observação pode ser classificada na categoria “f”, a qual diz o seguinte:
“Existem instituições totais como abadias, mosteiros, conventos, claustros,
monastérios, comunidades religiosas que têm por finalidade instruir religiosos,
servem de refúgio do mundo”.
Análise
Essa observação pode ser classificada na categoria “c”, a qual diz o seguinte:
“Ao fazer-se parte das instituições totais, adere-se a novos padrões de interação.
Um novo processo de socialização é iniciado. O ator social assume o novo código
de comportamento, porque se adapta ao novo conceito interacional”.
Análise
Essa observação pode ser classificada na categoria “f”, a qual diz: “Existem
instituições totais como abadias, mosteiros, conventos, claustros, monastérios,
comunidades religiosas que têm por finalidade instruir religiosos. Servem de refúgio
do mundo”:
Análise
Essa observação pode ser classificada na categoria “b”, a qual diz o seguinte:
“As instituições totais são espaços de condicionamento de atores sociais, onde
normas e regras de interação social, seguidas de forma coletiva e compulsória,
modelam o comportamento interacional daqueles que fazem parte do grupo”.
Análise
seu desenvolvimento. Tudo está previsto com bastante exatidão. Não há espaço
para iniciativa pessoal, criatividade ou o livre-arbítrio.
Essa observação pode ser classificada na categoria “h”, a qual diz o seguinte:
“Nas instituições totais, há um processo de desconstrução do “eu” (self). Não se
permite ao ator social ter uma vida individual. Ele é despojado de seus bens, de
suas preferências, de seus gostos, de suas escolhas, de seu livre-arbítrio, de sua
liberdade, de sua identidade, de sua personalidade, de seus direitos humanos, de
sua cidadania, ocasionando uma involução no seu desenvolvimento educacional,
profissional, emocional, de sua auto-estima, autovalorização e amor próprio.”
Análise
Para que um grupo como “Figueira” realize suas tarefas é preciso evitar
contatos físicos, alimentação carnívora, contato com pessoas que não estejam
afinadas com a purificação do grupo. Deve-se preservar o grupo da curiosidade e
atenção dos outros, porque a atitude, das pessoas do grupo, torna-se estranha para
os que vêm de fora visitá-lo. A maior chave para essa preservação é o silêncio. Há
um esforço para que uma nova consciência, espiritual futura, vá se implantando na
Terra. Consciência esta que inspirou a construção de “Figueira".
Leva muitos anos para trabalhar e viver grupalmente. É preciso não ter senso
de posse individuais, sem necessidades, ser flexível, ajustável. “Figueira” é para ser
um laboratório para todo esse processo de transcender o livre-arbítrio. Livre-arbítrio
é uma característica puramente mental e racional. Com a escolha, a mente vai
aprendendo a discernir. Só depois de bem desenvolvida a mente é que ela vai abrir
mão do livre-arbítrio, para ser regida por uma vontade superior, impessoal e
transcendental.
Essa observação pode ser classificada na categoria “h”, a qual diz o seguinte:
“Nas instituições totais, há um processo de desconstrução do “eu” (self). Não se
permite ao ator social ter uma vida individual. Ele é despojado de seus bens, de
suas preferências, de seus gostos, de suas escolhas, de seu livre-arbítrio, de sua
209
Análise
Observamos uma hóspede visitante dizer que, em seu horário livre das
tarefas de “Figueira”, foi para a biblioteca. Os residentes não lêem livros que não
sejam espirituais, os quais já foram, previamente, selecionados por Trigueirinho na
montagem da biblioteca, que se localiza na área urbana, na casa 1, onde fica a
secretaria e a recepção. Lá havia um tapete com almofadas para que os hóspedes
se deitassem e lessem relaxadamente. Também havia um outro hóspede visitante,
do sexo oposto, heterossexual, consultando livros, lendo, etc. Esta hóspede disse
que se deitou de bruços, no tapete, ficando com as nádegas voltadas para cima. Era
uma posição sensual, embora sua roupa fosse discreta. Ela estava ao mesmo tempo
recostada nas almofadas. Para sua surpresa, percebeu que o coordenador
(homossexual) da casa 1 entrou e permaneceu lá até ela sair. Ele parecia ter o
intuito de vigiá-los, no sentido de não permitir uma aproximação de caráter, aos
olhos dele, sexual.
Análise
Análise
16º depoimento de um médico psiquiatra que tinha uma parente que foi
amiga íntima de Trigueirinho
“Minha tia o conheceu na Associação Palas Athena em São Paulo. Ele era
contra o homossexualismo e até mesmo criticava essa opção sexual”.
Esse depoimento pode ser classificado na categoria “h”, a qual diz o seguinte:
“Nas instituições totais, há um processo de desconstrução do “eu” (self). Não se
permite ao ator social ter uma vida individual. Ele é despojado de seus bens, de
suas preferências, de seus gostos, de suas escolhas, de seu livre-arbítrio, de sua
liberdade, de sua identidade, de sua personalidade, de seus direitos humanos, de
sua cidadania, ocasionando uma involução no seu desenvolvimento educacional,
profissional, emocional, de sua auto-estima, autovalorização e amor próprio.”
Análise
Essa observação pode ser classificada na categoria “h”, a qual diz o seguinte:
“Nas instituições totais, há um processo de desconstrução do “eu” (self). Não se
permite ao ator social ter uma vida individual. Ele é despojado de seus bens, de
212
Análise
Essa observação pode ser classificada na categoria “c”, a qual diz o seguinte:
“Ao fazer-se parte das instituições totais, adere-se a novos padrões de interação.
Um novo processo de socialização é iniciado. O ator social assume o novo código
de comportamento, porque se adapta ao novo conceito interacional.”
Análise
Perdem seu “eu”, seu self, sua identidade, sua personalidade. Morrem para a
vida material e deverão renascer, para o espírito, com novos valores.
As categorias advindas das interações dos atores sociais tiveram por base a
interpretação teatral, uma representação, um desempenho de um papel e/ou
simulação, de caráter dramatúrgico.
214
1ª cena de interação:
Análise
2ª cena de interação:
Análise
3ª cena de interação:
Análise
4ª cena de interação:
Análise
5ª cena de interação:
Análise
6ª cena de interação:
“Delator: finge ser membro, tem acesso aos bastidores e a informações negativas,
podendo revelar a trama do espetáculo à platéia”.
Análise
Análise
Análise
uma aura de mistério”; “4.0”: “Equipe: qualquer grupo de atores sociais que
contracenam uma rotina particular.”
Análise
(...) afirma Trigueirinho, que se diz contatado por ets e escolhido para uma
missão importante: conscientizar a humanidade a respeito de seus
vizinhos(...)Os ufólogos ortodoxos torcem o nariz e têm argumentos para
não crer nas predições de Trigueirinho, mas isso não o impede de continuar
suas afirmações(...)Trigueirinho foi duramente criticado por ufólogos de todo
país, em especial os da revista UFO, em 1995. Nessa ocasião, no auge de
sua fama como escolhido de ets, já tinha vários livros publicados e um vasto
esquema mercadológico de palestras por todo o Brasil, onde apresentava
suas teorias. Seus livros foram objeto de suspeita principalmente por
trazerem, em suas capas, fotos com luzes noturnas não identificadas que
Trigueirinho descrevia como sendo extraterrestres e pertencentes aos seus
amigos de outros planetas. As imagens não resistiram a uma mera análise e
resultaram em falsificações grosseiras de pontos de luz urbanos, flagrados
com lentes especiais e em circunstâncias extraordinárias. As capas de seu
livro são bonitas, mas não são ufos, declarou o ufólogo paulista e também
co-editor de UFO Marco Antônio Petit (ANEXO AA) (SUENAGA, 2006).
Análise
incompatíveis com a imagem que quer passar”; categoria “7.”: “Papéis discrepantes:
atores sociais com informações destruidoras e comprometedoras ao espetáculo.”
Análise
4.4.2 Conclusão
porque estão condicionados por uma cultura espiritual que submete o corpo à
purificação moral, cultura baseada nas virtudes do tipo ideal de caráter cristão sobre
as quais diz o filósofo Nietzsche serem virtudes do escravo.
BECKER, Howard. Uma teoria da ação coletiva. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.
MALUFE, José Roberto. A retórica da ciência – uma leitura de Goffman. São Paulo,
Editora da PUCSP, 1992.
MASI, Domenico de. Para aprender se divertindo. E vice-versa. Revista Época, São
Paulo, Editora Globo, n.440, p.66, 23 out. 2006.
MAX, Weber. Os três tipos puros de dominações legítimas. In: COHN, Gabriel (org).
Weber: sociologia. São Paulo: Ática, [s.d.]. p.128-41.
MERTON, Robert K. Sociologia – Teoria e estrutura. São Paulo: Mestre Jou, 1968.
NETTO, José Trigueirinho. Glossário Esotérico. 4.ed. São Paulo: Pensamento, 1997.
PRIGOGINE, Ilya. O fim das certezas. Tempo de caos e as leis da natureza. 3.ed.
São Paulo: UNESP, 1996.
SALLES, Francisco Luiz de Almeida. Cinema e verdade: Marilyn, Buñuel, etc por um
escritor de cinema. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
TRIGUEIRINHO, José. Glossário Esotérico: uma obra dedicada aos novos tempos.
4.ed. São Paulo: Pensamento, 1997.
WATSON, Rod. Lendo Goffman em interação. In: GASTALDO, Èdison (org). Erving
Goffman - desbravador do cotidiano. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2004.
WEBER, Max. Os três tipos puro de dominações legítimas. In: COHN, Gabriel (org).
Weber: sociologia. São Paulo: Ática, 1979.
______. Erving Goffman: o que é uma vida? In: GASTALDO, Édison (org) Erving
Goffman - desbravador do cotidiano. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2004.
Anexos
LISTA DE ANEXOS
MANTRAS DE “FIGUEIRA”
Anexo C
FOLDER CORAL
Anexo D
FOLDER DE “FIGUEIRA”
Anexo E
CENTRAL DE “ATENDÊNCIA”
Anexo F1 & F2
OPÚSCULO “OBLATOS”
Anexo G
OPÚSCULOS “MONASTÉRIOS”
Anexo P
OPÚSCULOS “ZELADORES”
Anexo Q
OPÚSCULOS “SACERDOTES”
Anexo R
OPÚSCULO “ESPELHOS”
Anexo S
OPÚSCULO “RESIDENTES”
Anexo T
OPÚSCULO “REINOS”
Anexo U
OPÚSCULO COLABORADORES
Anexo V
OPÚSCULO “ABRIGO”
Anexo W
OPÚSCULO “ASPIRANTES”
Anexo X
OPÚSCULO “HIERARQUIAS”
Anexo Y
OPÚSCULO “VIGÍLIA”
Anexo Z
OPÚSCULO “INSTRUÇÃO”
Anexo AA