1 EDIÇÃO
2010
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1 INTRODUÇÃO ............................................................ 13
contato social com quem bem lhe aprouver. São permitidos retiros
eremíticos em áreas de silêncio, junto à natureza. A pessoa deve
levar uma barraca e sua própria alimentação, pois ficará no eremi-
tério sem contato com ninguém.
Arthur sai, esporadicamente, para dar palestras internas. Nin-
guém do grupo de internos pode entrar no eremitério. Se quise-
rem morar lá, deverão viver uma vida isolada do grupo principal.
O monastério 4 é misto, externo, pratica-se o yoga da ação
abnegada. Agrega pessoas com o perfil espiritual ou linhagem dos
guerreiros. Localiza-se na casa 4, que fica na cidade de Carmo da
Cachoeira.
O monastério 5 é misto, externo, pratica o yoga da cura. Agre-
ga pessoas com o perfil espiritual ou linhagem dos curadores. Lo-
caliza-se em F1 na área rural da fazenda.
O monastério 6 é misto, domiciliar, pratica o yoga do coração.
Agrega pessoas com o perfil espiritual ou linhagem dos instruto-
res. Localiza-se em cidades distantes da fazenda “Figueira”.
O monastério 7 é misto, itinerante, pratica o yoga do fogo.
42 Agrega pessoas com o perfil espiritual ou linhagem dos governantes.
Localiza-se em cidades distantes da fazenda “Figueira”. (Anexo F).
A organização “Figueira” está aberta para quem se comporte
de maneira adequada, dócil, obediente, abnegada, submissa, sub-
serviente, subalterna, subordinada e, ainda, mostre-se útil. Esses
grupos podem ser denominados semi-internos ou itinerantes. Eles
se hospedam para ouvir as palestras de Trigueirinho que são cha-
madas de partilha. Compram livros e, em troca, “Figueira” fornece
comida e “alimento” para o espírito. O grupo visitante executa ta-
refas compulsórias, na maioria braçais, designadas conforme as
necessidades e sem prévio acordo com a coordenação geral. “Fi-
gueira” conta com uma equipe de supervisores que coordena os
setores e zela pelo exato cumprimento (em tempo e perfeição) des-
sas tarefas (Anexo G).
O somatório dos grupos de visitantes ou itinerantes compõe
uma “Rede de serviços” no Brasil e no exterior que tendem a mul-
tiplicar-se. Para participar de uma, é necessário dedicar-se volunta-
riamente a assuntos práticos e operacionais. Trabalhos grupais dão
origem às redes que nas horas de caos e catástrofes estarão prepa-
rados para se defrontar com situações que os levarão a uma atua-
ção prática de socorro. Precisarão contribuir para a sobrevivência
coletiva, minimizar o sofrimento alheio e, segundo eles, auxiliar
muitos seres a passarem em harmonia para outros mundos ou pla-
nos de existência.
Os membros de uma “Rede de serviços” são das mais diversas
origens. São estimulados a interiorizar-se e a buscar conhecimento
através do estudo espiritual. Cada um tem tarefas específicas a cum-
prir como, por exemplo, a sintonização de mantras, etc., mas for-
ma com os demais um conjunto. Nem sempre devem se tornar
numerosas. Não são criadas para entrar em disputas, discussões
ou polêmicas. São campos de prática para autoconhecimento e para
transformações pessoais e, portanto, coletivas (Anexo H).
No Brasil, são extensões e/ou prolongamentos de “Figueira” e
estão subordinadas à administração da comunidade. É principal-
mente com a mão-de-obra, voluntária e gratuita desses grupos
externos, semi-internos ou itinerantes que “Figueira” se mantém
produtiva, pois seguidamente são convocados para mutirões e reu-
niões em regime de internato em Carmo da Cachoeira. As necessi- 43
dades internas são supridas com o dinheiro de doações destas pes-
soas. Com o excedente, eles ajudam pessoas carentes com doações
de remédios, roupas e alimentos.
A rede de serviços de “Figueira” tem prolongamentos e/ou
grupos no Céu Azul, Rua Astolfo Bueno, 20, em Belo Horizonte,
Minas Gerais - Cep 31545-350; Granja Vianna, Rua Otelo Zeloni,
333 - Cep 06351-160 Carapicuíba, SP; São Carlos, Rua Abrahão João,
1114, Jd. Bandeirantes, São Carlos, SP (Anexo H).
“Figueira” tem contatos para informações no Brasil em Atibaia
(SP); Belo Horizonte (MG); Brasília (DF); Campinas (SP); Campo Gran-
de (MS); Curitiba (PR); Fortaleza (CE); Gov. Valadares (MG); Jundiaí
(SP); Londrina (PR); Montes Claros (MG); Porto Alegre (RS); Recife
(PE); Ribeirão Preto (SP); Rio de Janeiro (RJ); Salvador (BA); São Carlos
(SP); São Paulo (SP); Vitória (ES).
Em Porto Alegre, há cinco grupos: a) grupo de audições públi-
cas quinzenal – às segundas-feiras, às 19h30min b) grupo de sintonia
(mantras) semanal – às terças-feiras, às 18h30min; c) grupo de
sintonia (atributos do monastério) semanal, às quartas-feiras, às
Márcia de Oliveira Estrázulas
2.4 CONCLUSÃO
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3 ERVING GOFFMAN - O INTERACIONISMO SIMBÓLICO
COMO MARCO PARA A ANÁLISE DOS RITOS DA INSTITUIÇÃO
E DOS RITOS DA INTERAÇÃO
tudantes era passar nos exames gerais, para tanto, todos os meios
eram auxiliares: os cursos, no departamento ou fora, as conferênci-
as oferecidas aqui e ali, e, sobremaneira, as leituras pessoais e as
discussões entre colegas.
Os estudantes egressos, que foram à guerra e retornaram, in-
gressando na Universidade de Chicago, queriam queimar etapas.
Eram, na sua maior parte, de origem humilde, maduros, mais ve-
lhos e quase todos casados. Tinham anos a resgatar econômica e
intelectualmente.
Este meio ambiente, esse contexto e circunstâncias de traba-
lho desconcertaram o jovem Goffman que não tinha nenhuma ex-
periência da guerra e do mundo, tinha apenas 23 anos. Por isso, os
dois primeiros anos em Chicago foram muito duros para ele. Esta-
va angustiado, escrevia com muita dificuldade, entregava os seus
trabalhos fora de prazo e faltava às aulas. Os seus professores não
estavam muito satisfeitos com ele, alguns desejavam afastá-lo. No
entanto, ele pareceu ultrapassar a crise e impôs-se, pouco a pouco,
junto aos colegas e professores, a partir de 1947. Quase todos os
62 seus conhecidos eram judeus que, em quase sua totalidade, viriam
a se tornar nomes da sociologia americana conhecidos nacional,
senão internacionalmente.
Naquela época, seus colegas estavam ainda longe de prever
seu sucesso profissional, mas quando, durante um encontro, al-
guém perguntou: “Quem será célebre daqui a vinte anos?”, res-
ponderam, sem dúvida, com unanimidade: “Erving!” A frase quase
profética traduziu bem a impressão que os amigos tinham de
Goffman. O seu intelecto, aparentemente, impressionou-os de uma
maneira ou outra. Os amigos tornaram-se os primeiros professores
de Goffman em Chicago. Todos liam muito.
Gustav Ichheiser deu um curso de Sociologia da Religião em
Chicago e tornou-se uma das fontes de inspiração de Goffman, que
também se entusiasmou pelo filósofo Kenneth Burke, de quem apren-
deu o modelo “dramatúrgico” das relações humanas de que os
homens encarnam papéis, mudam-nos, participam neles. Goffman
referiu-se ao professor Everett Cherrington Hughes como tendo sido
o seu santo patrono em Chicago, uma das filiações intelectuais
dele. Com ele aprendeu a importância dos dados. Essas são mais
duas chaves para compreender a obra de Goffman.
Por volta de 1935, o professor Lloyd Warner estimulou Goffman
a ler e utilizar os estudos de Henry Murray, psicólogo junguiano
que construiu o Teste de Apercepção de Temas (TAT), o qual, com a
ajuda de antropólogos, tenta separar as variações culturais e soci-
ais dos determinantes da personalidade. No final de 1949, perce-
beu-se a clara influência desta bibliografia na tese de mestrado, de
Goffman, com o seguinte título: “Algumas características das res-
postas a experiências representadas por imagens”. Este foi o pri-
meiro trabalho escrito de Goffman.
Antes de tudo, na primeira parte da tese provou o seu conhe-
cimento sobre o TAT: história, objetivos, potencialidades e limites
do teste foram analisados num estilo sóbrio e denso. Explicou, na
segunda parte, como entrou em contato com os seus sujeitos por
telefone, segundo a técnica clássica da “bola de neve”: um nome
leva a outro. Na terceira parte havia uma surpresa: Goffman esbo-
çou a sua própria interpretação sociológica, pôs de lado o quadro
psicológico realista no qual se analisam habitualmente as respos-
tas às imagens do TAT, fundamentou-se em Whorf, Sapir, Burke e 63
Cassirer, entre outros.
Goffman pretendeu abarcar o “real”, com suas teorias de “pe-
queno alcance”, o momento no qual se diluem os conceitos, o real
que se encontra por trás das situações particulares que os dados
mostram, a realidade dos mecanismos e engrenagens que origi-
nam as condutas e comportamentos, que darão origem a ordem
social.
O ano de 1949 foi também o ano de partida para Edimburgo
e Ilhas Shetland. Lloyd Warner estava, de novo, por trás desta via-
gem. Na Universidade de Edimburgo, ainda em 1949, abriram um
departamento de antropologia social e seu diretor pediu a um dos
seu velhos conhecidos, que lhe enviasse um bom doutorando que
pudesse dinamizar a nova estrutura. Warner sugeriu o nome de
Goffman, que aceitou o convite e aí chegou em outubro de 1949.
Goffman desempenhou todas as tarefas que se esperava de
um assistente, oficialmente colocado como monitor em antropo-
logia social. Mais tarde, chegou à Universidade de Edimburgo um
sociólogo chamado Tom Burns que estava elaborando uma teoria
Márcia de Oliveira Estrázulas
ram tidos como algo novo e valioso. Dentro e fora dos círculos
profissionais da sociologia, foi forte o impacto dos seus escritos.
Sua ascensão profissional foi rápida e esse próprio sucesso acabou
por transformar-se em problema para todos os críticos e
resenhadores, porque ele sempre foi polêmico ao longo dos seus
trinta e tantos anos de vida acadêmica.
Milhares de exemplares dos seus livros foram lidos em vários
idiomas. O seu sucesso popular veio, surpreendentemente, associ-
ado a um interesse acadêmico, um tipo de associação mais comum
de se ver no campo da literatura do que no das ciências humanas e
sociais:
Se a leitura de Goffman é, ao mesmo tempo, fascinan-
te e desconcertante é porque, sem jamais se afastar
dos princípios do ofício do sociólogo, ele convida a
comparar o incomparável, a mudar constantemente o
vocabulário descritivo para que se possa permanecer
o mais perto possível da experiência individual da vida
social (JOSEPH, 2000, p. 11).
66 Recebeu, em 1961, uma das maiores condecorações no meio
profissional, a MacIver Award. Foi autor de onze livros, dentre os
quais o maior best-seller da história da sociologia, “A Representação
do Eu na Vida Cotidiana”, traduzido em quinze idiomas, com ven-
dagem de mais de dois milhões de exemplares. A doença o vitimou
quando estava ocupando o mais alto posto na hierarquia da socio-
logia acadêmica - a presidência da “American Sociological Association”.
Morreu em 1982, aos sessenta anos e no apogeu da carreira.
Velho (2004) explica que as pesquisas de Goffman começaram
a ser mais divulgadas no Brasil por volta dos anos 60. A sociologia,
no país, possuía naquele momento o marxismo e o estruturalismo
como referência. O nacionalismo e o regime militar não estimula-
vam a divulgação de pesquisadores norte-americanos. Nos anos
que se sucederam ao golpe de 64, a tendência era discriminar a
produção norte-americana, tratada como empiricista.
Antropólogos e profissionais da área psicológica passam a se
interessar por Goffman mais para o fim da década de sessenta, a
partir de maio de 1968. Há uma mudança e a valorização de ou-
tros tipos de cultura. É a época da contracultura, de estilos alterna-
tivos, aumentando o interesse por uma análise política do cotidia-
no. Assim há uma abertura maior em relação a estudos classifica-
dos de forma pejorativa como microssociologia. Começam a ser
editados alguns de seus livros. Cresce o interesse por Goffman,
aumentando com isso a aproximação entre antropólogos e a área
psicológica. Goffman demonstrou um interesse pela vida cotidiana
e a análise do cotidiano em uma perspectiva sócio-antropológica e
das relações interpessoais, por isso incentivaram-se pesquisas e
investigações interdisciplinares... “Goffman e Becker (...) não viam
como barreiras os limites acadêmicos entre sociologia e antropo-
logia. Atravessavam-nos e consideravam-nos desnecessários ou até
fonte de mal-entendidos” (VELHO, 2004, p.41).
Goffman tinha interesse por situações humanas particularmen-
te penosas e empregava procedimentos não-convencionais de pes-
quisa ou rigor analítico. Na sua produção percebe-se a presença
marcante de um diálogo com os clássicos através de alusões. Sem
assumir uma postura erudita, possui uma linguagem acessível e
trabalhada:
67
A questão relativa aos costumes sociais da linguagem
foi importante para ele em todo o seu percurso (...) Se
a linguagem é, para ele, um objeto de estudo funda-
mental, é também o seu principal instrumento de tra-
balho. É que Goffman escreve de uma maneira requin-
tada, e este requinte irá aumentando à medida que a
sua obra se constrói. Ele esculpe literalmente os seus
textos, não por preocupação estética, mas para expri-
mir com a maior concisão possível, toda a complexida-
de da realidade social (WINKIN, 1999, p. 98).
Conclui Smith (2004, p. 56) que para que haja interação face a
face, os atores sociais devem ser capazes de sondar, monitorar os
outros atores sociais, captar as atitudes dos outros atores sociais e
controlar as informações sobre si mesmos.
Em seu estudo sobre os rituais de interação, Goffman exami-
na o trabalho de construção da face (GOFFMAN, 1999). Face signi-
fica os valores percebidos numa interação com o ator social. A face
dá indícios da observação da identidade, do self, o qual é formado
por características sociais reconhecidas e aceitas pelo grupo de ato-
res sociais. As regras do grupo de atores sociais é que determinam
a aceitação das faces em interação. Numa instituição total, a face, o
“eu”, o self, a identidade é ameaçada ou deteriorada, podendo ser
estigmatizada por parte ou por todos os membros do grupo de
atores sociais, mesmo que a pessoa não apresente características
físicas que induzam tal estado. Os egressos de uma instituição to-
tal não estão em condições de recompor a face em função de uma
Márcia de Oliveira Estrázulas
tal, segundo Goffman (1999), esse espaço físico que divide ou se-
para essas diferentes esferas ou áreas da vida diária são suprimi-
dos. Todas as atividades são realizadas num mesmo local e sob
uma mesma administração, portanto essa é uma das característi-
cas que serve para defini-la. Segundo Goffman:
Uma instituição total pode ser definida como um local
de residência e trabalho, onde grande número de indi-
víduos com situação semelhante, separados da socie-
dade mais ampla por considerável período de tempo,
levam uma vida fechada e formalmente administrada
(GOFFMAN, 1999, p.11).
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Márcia de Oliveira Estrázulas
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4 MÉTODO DE GOFFMAN E SUA APLICAÇÃO NA INTERAÇÃO
SOCIAL DE “FIGUEIRA”
1ª - As que têm por finalidade cuidar de pessoas incapazes e que não apresen-
tam uma ameaça à sociedade: casas para cegos, velhos, órfãos e indigentes;
2ª - As que têm por finalidade cuidar de pessoas incapazes que são de maneira
não-intencional uma ameaça à sociedade: sanatórios para hansenianos,
tuberculosos, hospitais psiquiátricos;
3ª - As que têm por finalidade isolar pessoas que intencionalmente são uma
ameaça à sociedade: cadeias, penitenciárias, campos de prisioneiros de guer-
ra, campos de concentração;
4ª - As que têm por finalidade fundamentalmente instrumentar, treinar para
uma tarefa específica ou trabalho: quartéis, navios, escolas internas, campos
de trabalho, colônias, kibutz;
5ª - Por último, as que têm por finalidade instruir religiosos. Servem, tam-
bém, de refúgio do mundo: abadias, mosteiros, conventos e outros claustros
como monastérios, comunidades alternativas, etc.
96 ANÁLISE
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mentos do cotidiano.
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A maior regra em “Figueira” é fazer silêncio interno e externo.
A interação entre membros é totalmente desestimulada. Assim sen-
do o próprio diálogo – como forma de compreensão das coisas do
mundo – é terminantemente reprimido. Outra forma de interação
fundamental para o crescimento humano, o sexo, é proibido e
mesmo o afeto não é incentivado. Enfim, a comunicação entre os
membros não é estimulada.
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A informalidade de regras que existiam no início de sua fun-
dação, tal como em “Nazaré”, foi se alterando com o aumento do
grupo e com a criação de um monastério. Com o tempo e aumento
de números de simpatizantes, “Figueira” tornou-se uma institui-
ção mais estruturada que “Nazaré”.
Assim “Figueira” não representa um lugar de privações para
as pessoas que já viveram em instituições semelhantes. A adapta-
ção a este ambiente, como de “Figueira”, é mais fácil para as que já
tiveram outras experiências em outras comunidades fechadas ou,
então, apresentam predisposição para este modo de vida.
do de oito horas por dia. Ela disse que não se sentiu humilhada
por ser uma tarefa menor, mas ficou preocupada pelas conseqüên-
cias físicas, uma vez que não estava condicionada àquele tipo de
atividade. Não era má vontade sua, mas apenas precaução no sen-
tido de não provocar dores musculares, o que poderia ser uma
conseqüência natural. Então comunicou à coordenação, do setor
responsável pela tarefa, que pretendia ir embora (para tanto era
necessário autorização, não se podia simplesmente sair), tendo em
conta que não era bem visto solicitar troca de tarefa, fato este que
poderia parecer um ato de rebeldia. Surpreendentemente, eles re-
cusaram sua saída antecipada e a colocaram em outras tarefas do-
mésticas, tais como limpar latrinas. Em poucos dias, trocaram-na
de vários setores. Ela cumpriu todas as suas outras obrigações, e
achou que tudo havia se normalizado e que o incidente da troca
havia sido esquecido. Porém, este fato foi usado como argumento
posterior para negar-lhe novos períodos de hospedagem, alegan-
do que a mesma não se adaptava ao sistema.
Essa observação pode ser classificada na categoria “b”, a qual
106 diz o seguinte: “As instituições totais são espaços de condiciona-
mento de atores sociais, onde normas e regras de interação social,
seguidas de forma coletiva e compulsória, modelam o comporta-
mento interacional daqueles que fazem parte do grupo”.
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1ª CENA DE INTERAÇÃO:
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2ª CENA DE INTERAÇÃO:
3ª CENA DE INTERAÇÃO:
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4ª CENA DE INTERAÇÃO:
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5ª CENA DE INTERAÇÃO:
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6ª CENA DE INTERAÇÃO:
téia”.
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4.4.2 CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS