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REVOLUÇÃO = RUPTURA DAS ESTRUTURAS DO PASSADO

SIGNIFICADO = TRIUNFO DO CAPITALISMO

QUANDO E ONDE (1° FASE)


Quando: final do século XVIII
Onde: Inglaterra, França e Bélgica

Algumas constatações

Indústrias ← máquinas ↔ produção em larga escala ↔ mercado


consumidor crescente e desconhecido (antes conhecia-se pra
quem se vendia) → divisão do trabalho → alienação →
superexploração

Nas manufaturas tinha-se divisão do trabalho, mas o trabalhador


conhecia todas as etapas da produção (tinha noção do todo).
Na indústria, com a divisão extrema do trabalho, o trabalhador
deixa de ter noção do todo, não sabendo o que produz nem para
quem produz → alienação do trabalho
no antigo regime o trabalhador está diretamente ligado aos meios
de produção, seja por posse ou por direito. Para a revolução, é
fundamental expropriar o trabalhador dos meios de produção
(acabar com servidão e artesãos) para gerar mão-de-obra e
mercado consumidor e obter a separação do capital e o trabalho.

COMO
SÃO REQUISITOS PARA A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:
• 1. CAPITAL
• 2. ESTADO BURGUÊS
• 3 MÃO-DE-OBRA
• 4. MATÉRIA-PRIMA

como a Inglaterra obteve capital?


Do século xv ao xviii a economia era mercantilista na europa,
gerando a acumulação primitiva de capital.

NA INGLATERRA, ESSA ACUMULAÇÃO SE DEU


PRINCIPALMENTE POR MEIO DO COMÉRCIO EXTERNO, COLÔNIAS,
TRÁFICO DE ESCRAVOS E PIRATARIA.

COMO O ESTADO BURGUÊS FOI INSTITUÍDO NA


INGLATERRA E QUAL A SUA IMPORTÂNCIA PARA A
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL?
O ESTADO BURGUÊS SURGE PARA ACABAR COM O ANTIGO
EM REGIME, JÁ QUE SEUS TERMOS NÃO CONTEMPLAVAM OS
INTERESSES DA BURGUESIA.

PARA EXPROPRIAR O TRABALHADOR DA TERRA E OBTER MÃO-


DE-OBRA E MERCADO CONSUMIDOR, A BURGUESIA SE OPÕE AOS
TERMOS SOCIAIS DO ANTIGO REGIME (clero e nobreza cobrarem
impostos dos servos sem terem que pagar, o que implica na
servidão). Para isso, levanta a bandeira da igualdade (perante a
lei). Dessa forma, todos devem pagar impostos ao estado.

Para acabar (falir) os artesãos e manufaturas, a burguesia se


opõe aos termos econômicos do antigo regime (mercantilismo,
especificamente contra a intervenção do estado e monopólios).
Para isso, levanta a bandeira da liberdade (econômica, sem
intervenção do estado e livre concorrência). Nesse novo modelo
(liberalismo), os preços se regulariam por uma “mão invisível”
através da lei da oferta e da procura (adam Smith).

A burguesia se opõe ao antigo regime em termos políticos


(absolutismo) pois estes só servem para garantir os interesses do
clero e da nobreza (de cobrar impostos sem ter que pagar, manter
a servidão).
O estado burguês se institui através de uma revolução
burguesa, sendo a da Inglaterra chamada de “revolução gloriosa”,
em 1688.

Como se obteve mão-de-obra para as indústrias?


A obtenção da mão-de-obra barata para a indústria
moderna se deu principalmente por conta dos cercamentos.

Os cercamentos eram o processo em que os proprietários de


terra cercavam suas terras para a criação de ovelhas. Conforme a
produção ia crescendo (espacialmente), os camponeses iam
sendo expulsos das terras, o que os levava a migrar para os centros
urbanos.

Nesse processo de migração, a única coisa que os


camponeses levavam consigo era força de trabalho, que vira
mercadoria nessa nova sociedade e, portanto, a lei da oferta e da
procura se aplica a ela:

Muito mão-de-obra + pouco emprego + lei da oferta e da


procura = salários miseráveis e condições deploráveis de trabalho

Mulheres e crianças, por serem tidos como mais baratos e


passivos, eram a mão-de-obra mais optada. Não haviam direitos
trabalhistas.
O desempregado
A primeira opção do desempregado é roubar (arrancar), o
que não gera comoção e faz com que este seja tratado como
escória.
A segunda opção é pedir (mendigar), o que gera comoção
e, por isso, se torna proibido por lei (proibido ser “vagabundo”), já
que a burguesia não pode assumir a culpa por aquela situação.

O trabalhador
O trabalhador é sujeito ao tempo artificial do relógio já, que,
com a eletricidade, pode “ser dia” 24h, e dia = trabalho.

a primeira forma de revolta é o movimento ludita/ludismo,


caracterizado pela quebra das máquinas e perseguição dos
inventores. Nesse momento o trabalhador enxergava a máquina
como sua inimiga e não o patrão.
O parlamento respondeu ao ludismo com pena de morte
para quem quebrasse máquinas.
A Inglaterra era adepta ao voto censitário, ou seja, só os mais
ricos votavam, e estes defendiam seus interesses dentro do
parlamento.

Em certo momento, os trabalhadores percebem que não


tinham direitos pois eram os donos das máquinas que faziam as leis.
A partir dessa percepção, começaram a reivindicar:
• Sufrágio universal masculino (todo homem poder
votar)
• Cadeiras no parlamento (para trabalhadores)
• Renovação anual do parlamento
• Salário para parlamentares (para que
trabalhadores possam se sustentar)

Colocam todas essas reivindicações numa carta


(representando uma luta política) e todos os que acreditavam
nessa carta eram chamados de cartistas. Essa carta era enviada
ao parlamento na esperança de mudança (ingenuidade).

O parlamento responde ao cartismo proibindo-o por lei.


Cartistas eram demitidos e tinham seus nomes colocados numa
lista negra compartilhada entre os patrões, assim podiam nunca
mais serem empregados.

Tendo o cartismo como embrião, surge no trabalhador a


percepção de que é possível uma organização enquanto classe
para pressionar o patrão a ceder direitos. Nasce, então, o
sindicalismo, cuja forma de luta é a greve (também proibido por
lei).

Uma das percepções quanto a greve é que ela só acontece


se o trabalhador recebe dinheiro. Para isso, começam as coletas,
contribuição dos trabalhadores (ajuda mútua) para os momentos
de greve.
Pessoas preocupadas com o social eram chamadas de
socialistas. Estes não eram oriundos da classe trabalhadora pois
tinham tempo para pensar.

Robert Owen (utópico)


Acreditava na ação mais humana da burguesia. A postura
dos patrões deveria ser alterada com a finalidade de melhoras a
vida dos trabalhadores, diminuindo horas de trabalho,
aumentando salários, etc.
Ele fazia isso em suas fábricas.

Charles Fourrier (utópico)


Sugeria falanstérios: os burgueses deveriam dividir a
propriedade e a produção com a classe trabalhadora.

Louis Blanc (utópico)


Defendia a intervenção do estado na economia.

Os três acima são chamados de socialistas utópicos (por marx)


pois as sugestões dos três dependem da burguesia
(transformação de cima para baixo).

Karl Marx (científico)


Karl Marx fazia parte da pequena burguesia e tem como
obra-prima o livro “o capital”, onde ele diz “a emancipação da
classe trabalhadora depende da classe trabalhadora”.
Junto a Engels, grande burguês e autor da “situação da
classe trabalhadora da Inglaterra”, ele formula o socialismo
científico, que se sustenta em 3 questões:
• É possível uma sociedade igualitária?

Sim, a pré-história é um exemplo de que a desigualdade


não é inerente.
• O que gerou a desigualdade social?

A propriedade privada. O marxismo defende o fim da


propriedade privada dos meios de produção.

• Como alcançar a sociedade igualitária?

“A história da humanidade é a história da luta de


classes”, sendo as classes grupos com interesses
antagônicos. Para tirar o poder da classe dominante, é
necessário o uso da violência para uma revolução.
A quem cabe a tarefa da revolução é a questão
central. No capitalismo, a luta de classes é polarizada entre
burgueses e operários. A revolução cabe aos operários.
Os operários devem fazer uma revolução operária
para acabar com desigualdade social, destruindo o estado
burguês e gerando o estado operário. Como o operário não
tem consciência de classe, a função marxista é a
conscientização.
O fim da desigualdade social implica no fim da luta de
classe.
Para alcançar o fim da luta de classe é necessário
proibir a democracia burguesa (partidos burgueses), ou seja,
uma ”ditadura do proletariado” e os meios de produção
devem pertencer ao estado e a produção deve ser repartida
igualitariamente (def. de socialismo).

Comunismo
O comunismo é um estágio do socialismo em que este está
consolidado no mundo inteiro (internacionalização) e em que as
pessoas (novo homem criado pelo socialismo) se autogerem .

Anarquistas
Acreditam que qualquer grupo/método é capaz de acabar
com o capitalismo e o comunismo deve ser instaurado
imediatamente, sem passar pelo socialismo.
4
Definição

É o domínio indireto de alguns países sobre outros para


obterem vantagens econômicas, diferente do colonialismo, que é
domínio direto.
Ele dá o “aspecto de independência” e só é possível com
governos submissos aos interesses capitalistas.

TRANSFORMAÇÕES NO CAPITALISMO

• Do final do século XVIII ao século XIX (período da 1° fase da


revolução industrial, na Inglaterra, França e Bélgica), se deu
o capitalismo concorrencial, caracterizado pela livre
concorrência liberal, que levou a concentração de capital
em trustes e cartéis. Essa nova fase do capitalismo, que vai
do final do século XIX em diante, caracterizada por essa
concentração de capital recebeu o nome de capitalismo
monopolista.

O CAPITALISMO MONOPOLISTA E SUA RELAÇÃO COM O


IMPERIALISMO

A concentração de capital que caracteriza o capitalismo


monopolista era sempre investida em mercadoria, o que levava a
crises de superprodução, que, por sua vez, geravam:

• Necessidade de conquistas mercados consumidores fora da


Europa

Por que fora de Europa? (mesma justificativa para os


outros itens)
Os burgueses europeus não queriam concorrer entre
si, então os países aumentavam as tarifas alfandegárias para
importação de produtos de fora, dessa forma, estimulando
sua economia interna (protecionismo).

Exemplo:
O tecido inglês era vendido na França, mas com taxas
altíssimas impostas pelo governo francês, o que levava os
consumidores franceses a consumirem tecidos produzidos
pelo próprio país, mais baratos.

• Necessidade de conquistar fontes de matéria-prima fora da


Europa

Diferente do empréstimo, o investimento visa não


apenas devolução, mas devolução com lucro.

Exemplo:
No século XX, durante o governo JK no Brasil, a
Alemanha e Estados Unidos fizeram “empréstimos” para que
o país investisse em infraestrutura, petróleo e aço e “se
desenvolvesse”. O Brasil, em troca, abriu as portas para a
indústria automobilística alemã e norte-americana.
Nesse caso, EUA e Alemanha só ganham, pois:
- Ganham juros sobre empréstimo;
- Conseguem mercado consumidor e mão-de-obra
barata;
- Recebem estímulos fiscais por “desenvolver Brasil” (e
estimulam país a aumentar ou abaixar suas tarifas
alfandegárias de acordo com seus interesses).

• Necessidade e investir capital fora de Europa

• Necessidade de buscar mão-de-obra barata fora da Europa


(séc. XX)
CONSEQUÊNCIAS DO IMPERIALISMO

O Imperialismo mutila as burguesias dos países


subdesenvolvidos (ou países do Sul) e impossibilita os seus
desenvolvimentos, transformando-os em meros exportadores de
produtos primários.
Países exportadores de produtos primários são grandes
importadores de tecnologia, causando dívidas externas altas que
os levam a não investir no social, caracterizados por altas taxas de
analfabetismo, altas taxas de mortalidade infantil, falta de
saneamento básico e existência de submoradias.
Os governantes aceitam o imperialismo por conta da
corrupção financiada por ele. Latifundiários também são
beneficiados.
Os governos que dizem não ao imperialismo sofrem reação
brutal. Exemplos:
• Guatemala sob governo de Jacob Arbenz
Arbenz pretendia fazer reforma agrária comprando
terras de uma grande empresa. A mídia começou a
apontá-lo como comunista, dando desculpa para
invasão dos EUA (também é assim com ditaduras).

• Divisão da África e Ásia entre as potências.


No final do séc. XX, potências dividiram a África e Ásia.
Um exemplo é o Congo, que foi dado de presente ao
rei da Bélgica, que exigia que habitantes cumprissem
uma cota de extração de látex. Os que não cumpriam
tinham suas mãos cortadas...

• Guerra do Ópio (China x Inglaterra)


A China não chegou a ser colônia, mas foi humilhada
pelo Imperialismo.
A China do século XIX era feudal e o rei vivia isolado
numa cidade com mulheres e eunucos. A Inglaterra
produzia ópio em Birmínia (hoje Miamar) e a China era
grande consumidora.
Em dado momento, intelectuais chineses se voltaram
contra o Ópio e este foi proibido pelo rei. Um navio
inglês de Ópio foi apreendido pelos chineses e
Inglaterra EXIGIU que navio fosse devolvido COM A
DROGA. Chineses negaram, levando a guerra, que
perderam, tendo que ceder 5 portos chineses a
Inglaterra (levando ao controle econômico inglês
sobre a China) e Hong Kong como colônia inglesa.
Em 1997, Hong Kong é devolvida a China, mas
Inglaterra espalha que é um “gigante fraco”, fazendo
com que países imperialistas se sintam no direito de
exigir portos livres na China, que acaba cedendo
(levando ao controle econômico imperialista sobre a
China).

COMO GOVERNO/BURGUESIA JUSTIFICA O IMPERIALISMO


AOS PAÍSES EXPLORADOS?

A justificativa é a de que “o Imperialismo levará ao


desenvolvimento econômico dos países subdesenvolvidos”.
Mas por que os países subdesenvolvidos precisariam de
ajuda?
Para responder a essa questão, a “ciência” desenvolveu a
teoria da superioridade da raça branca, que sustentava que a raça
branca tem maior capacidade intelectual e inventiva que a dos
povos de cor (negros, asiáticos e latinos) e que cabe aos brancos
o “fardo” (tadinho do branco oprimido) de levar o
desenvolvimento a esses povos.

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