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Rodrigo Requião

Advogado
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL.

MARCELO DE SIQUEIRA QUEIROZ BITTENCOURT,


brasileiro, casado, funcionário publico, portador do
documento de identidade nº 574, expedido pela CNEN,
CPF nº 615.114.717-00, residente e domiciliado na Rua
Professor Gabizo, 95, aptº 504, Tijuca, nesta Cidade,
vem, respeitosamente, por seu advogado infra-
assinado, com fundamento no artigo 5º, inciso LXXI,
da Constituição Federal, ingressar com a presente
ação constitucional de

MANDADO DE INJUNÇÃO

contra o PRESIDENTE DA REPÚBLICA, que


poderá ser localizado à Praça dos Três Poderes,
Palácio do Planalto, 3° andar, Brasília, Distrito
Federal, CEP 70150-900, ou através do Advogado Geral

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da União, mediante as seguintes razões de fato e de
direito.

DOS FATOS

O impetrante é servidor público federal


lotado na Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN), no Rio de Janeiro, tendo sido admitido como
_______________________ em ____________, sob o regime
da Consolidação das Leis do Trabalho. Desde então,
atuando em atividades sob condições especiais e
insalubres.

No dia 12/12/1990 seu contrato de trabalho


foi extinto, passando a ser regido pelo Regime
Jurídico Único, Lei 8.112, de 11/12/1990, conforme
disposto no artigo 7º da Lei 8.162, de 08/01/1991.

A Comissão Nacional de Energia Nuclear


reconheceu a contagem do tempo de serviço do
impetrante, exercido em condições especiais e
insalubres, quando o vínculo era regido pela
Consolidação das Leis de Trabalho (conforme documento
em anexo), mas se diz impedida para proceder à

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contagem de tempo especial perante o atual Regime
Jurídico Único, pois não houve iniciativa legislativa
para à elaboração de lei complementar definindo os
critérios para a concessão da aposentadoria especial
dos servidores públicos.

O impetrante afirma, portanto, que tem o


seu direito inviabilizado, configurando-se, assim, a
omissão inconstitucional.

DO DIREITO

O presente mandado tem por objetivo buscar


a cura de uma doença chamada pela doutrina de
“síndrome de inefetividade das normas
constitucionais”, mais precisamente, o direito à
aposentadoria especial prevista no § 4º, incisos II e
III, do artigo 40, da Constituição Federal, que deve
ser concedida aos trabalhadores que se enquadram no
referido artigo.

Essa inefetividade faz-se presente na mora


legislativa que resulta na inexistência da lei
complementar que define os critérios para a concessão

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da aposentadoria especial dos servidores públicos
que, assim, têm o seu direito inviabilizado.

Desta forma, cumpre destacar o que prevê a


norma constitucional, in verbis:

“Art. 40. Aos servidores titulares de


cargos efetivos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios,
incluídas suas autarquias e fundações, é
assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante
contribuição do respectivo ente público,
dos servidores ativos e inativos e dos
pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial e o disposto neste artigo.
(...)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e
critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de
que trata este artigo, ressalvados, nos
termos definidos em leis complementares, os
casos de servidores:
I- portadores de deficiência;

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II- que exerçam atividades de risco;
III- cujas atividades sejam exercidas sob
condições especiais que prejudiquem a saúde
ou a integridade física.” (grifo nosso)

Entende o impetrante que o preenchimento


desta lacuna legislativa seria a aplicação, por
analogia, do princípio que rege a aposentadoria
especial para os trabalhadores do setor privado,
consubstanciado no artigo 57 e seu § 1º, da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os
Planos de Benefícios da Previdência Social.

Nesse sentido também devemos destacar o


artigo supracitado, in verbis:

“Art. 57. A aposentadoria especial será


devida, uma vez cumprida a carência exigida
nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado
sujeito a condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade
física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou
25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser
a lei.

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§ 1º A aposentadoria especial, observado o
disposto no art. 33 desta Lei, consistirá
numa renda mensal equivalente a 100% (cem
por cento) do salário de benefício.“

DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Em conformidade com o disposto no artigo


102, inciso I, alínea “q”, da Constituição Federal, é
competente esse E. Tribunal para o processamento e
julgamento de mandado de injunção, uma vez que a
norma regulamentadora necessária à aplicação imediata
dos dispositivos previstos no § 4º, incisos II e III,
do artigo 40, da Constituição Federal, é atribuição
do impetrado.

Não restam dúvidas que o mandado de


injunção é o remédio constitucional que veio para
suprir as omissões legislativas decorrentes da
inércia dos legisladores, face à inexistência de uma
regra reguladora da norma constitucional de eficácia
limitada.

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Assim, encontramos vasto respaldo na
doutrina e, dentre outros, nos sábios ensinamentos de
Hely Lopes Meirelles, onde assim se lê:

"Mandado de injunção é o meio


constitucional posto à disposição de quem
se considerar prejudicado pela falta de
norma regulamentadora, que torne inviável]
o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania (CF, art. 5º, LXXI).

O grande jurista Nelson Nery Júnior, aduz


que o cidadão “tem o direito, mas não sabe como
exercê-lo por falta de norma regulamentadora”
(“Princípios do Processo Civil na Constituição
Federal”, 8ª ed., RT, 2004). E prossegue em seu sábio
ensinamento, “cabe ao juiz determinar o modus
faciendi para que o impetrante não fique impedido de
seu direito que está garantido constitucionalmente
pelo fato de que não há ainda norma inferior que o
regulamente”.

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DA JURISPRUDÊNCIA

Na sessão do dia 15 de abril de 2009, o


Supremo Tribunal Federal, apreciando diversos
mandados de injunção sobre o tema aqui apresentado,
reafirmou a decisão de autorizar o seu julgamento
monocrático.

Assim, as ementas dos acórdãos proferidos


no MI 795 e no MI 809, ambos de relatoria da ministra
Cármen Lúcia:

“Conforme decidido pelo Plenário desta


Corte, na sessão de 15.04.2009, está
autorizado o julgamento monocrático dos
mandados de injunção que tratam
precisamente desta mesma matéria. Do
exposto, com fundamento na orientação
jurisprudencial desta Suprema Corte,
reconheço a mora legislativa em dar
concretude ao art. 40, § 4º da Constituição
Federal e concedo parcialmente a ordem,
para determinar que a autoridade
administrativa competente proceda à análise

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da situação fática da impetrante, à luz do
art. 57 da lei 8.213/1991.”

Neste molde, também a decisão do Ministro


CARLOS AYRES BRITTO:

“1. Trata-se de mandado de injunção,


impetrado por servidor público, sob
alegação de mora legislativa na
regulamentação do § 4º do art. 40 da
Constituição Federal.
2. Pois bem, de saída, transcrevo o inciso
LXXI do art. 5º da Constituição Federal:
“Conceder-se-á mandado de injunção sempre
que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.”
3. A seu turno, o atual § 4º do art. 40 da
Carta Republicana tem a seguinte redação:
“É vedada a adoção de requisitos e
critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de
que trata este artigo, ressalvados, nos

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termos definidos em leis complementares, os
casos de servidores:
I – portadores de deficiência;
II – que exerçam atividades de risco;
III – cujas atividades sejam exercidas sob
condições especiais que prejudiquem a saúde
ou a integridade física.”
4. Prossigo para anotar que, no julgamento
do MI 721, sob a relatoria do ministro
Marco Aurélio, o Supremo Tribunal Federal
avançou um novo olhar sobre os dispositivos
acima transcritos, dando-lhes maior
concretude. Ao fazê-lo, reconheceu o
direito do servidor público à contagem
diferenciada do tempo de serviço em
atividade insalubre, após a implantação do
regime estatutário.
5. Naquela ocasião, acompanhei,
confortavelmente, o voto do eminente
relator. E o fiz com as seguintes palavras:
Senhora Presidente, acompanho, lembrando
que, nas discussões anteriores, observei
que somente cabe mandado de injunção
perante uma norma constitucional de
eficácia limitada. Sendo assim, não faz

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sentido proferir uma decisão judicial
também de eficácia limitada. É uma
contradição nos termos. A decisão judicial
há de ser pleno-operante, marcada pela sua
carga de real concretude; ou seja, tem de
se revestir de caráter mandamental, como é
da natureza da ação constitucional agora
sob julgamento.
6. Muito bem. Na Sessão de 15.04.2009, esta
Suprema Corte manteve a nova orientação, ao
julgar os MIs 795, 797, 809, 828, 841, 850,
857, 879, 905, 927, 938, 962, 998 (sob a
relatoria da ministra Cármen Lúcia), bem
como os MIs 788, 796, 808 e 825 (sob a
minha própria relatoria). Mais: o Plenário,
resolvendo questão de ordem, autorizou o
julgamento monocrático dos casos
semelhantes.
Ora, diante deste quadro decisório, a
refletir uma nova e mais arejada postura de
concretização constitucional, julgo
parcialmente procedente o pedido para
remover o obstáculo da falta de lei
complementar disciplinadora das hipóteses
arroladas nos três incisos do § 4º do art.

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40 da Magna Carta. Quanto à presença das
demais condições, necessárias ao
deferimento da almejada aposentadoria
especial, é de ser aferida no bojo do
respectivo processo administrativo e na
forma da Lei nº 8.213/91. Brasília,17 de
setembro de 2009.”

Fica pois, desde a sessão de 15 de abril de


2009, conforme decidido pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal, autorizado o julgamento monocrático
dos mandados de injunção que tratam precisamente da
mora legislativa para a regulamentação do art. 40, §
4º e incisos da Carta Maior.

Especificamente em relação aos servidores


da Comissão Nacional de Energia Nuclear já foram
julgados procedentes os MIs 926, 1.058, 1.178, 1.179,
1.180, 2826, dentre outros, valendo destacar este
ultimo, in verbis:

“Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.

6. Inicialmente, cumpre ressaltar que, ao apreciar


questão de ordem suscitada pelo Ministro Joaquim
Barbosa no julgamento do Mandado de Injunção n. 795,
de minha relatoria, os Ministros do Supremo Tribunal
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Federal decidiram que poderiam julgar, monocrática e
definitivamente, os mandados de injunção que
objetivassem garantir aos impetrantes o direito à
aposentadoria especial a que se refere o art. 40, § 4º,
inc. III, da Constituição da República, determinando a
aplicação da regra do art. 57 da Lei n. 8.213/1991, no
que coubesse.

Na espécie vertente, a controvérsia é idêntica àquela


decidida pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no
Mandado de Injunção n. 795, de minha relatoria, razão
pela qual passo à análise desta impetração.

7. O mandado de injunção é garantia constitucional


prestante, exclusivamente, a viabilizar direitos ou
liberdades constitucionais, bem como a soberania, a
cidadania e a nacionalidade, quando não puderem ser
exercidos por ausência de norma regulamentadora (art.
5º, inc. LXXI, da Constituição da República).

Pressupõe, portanto, a existência de preceito


constitucional dependente da regulamentação por
outra norma, esta de categoria inferior na hierarquia
dos tipos normativos.

Neste mandado de injunção, o Impetrante alega que a


ausência da norma regulamentadora do art. 40, § 4º,
inc. III, da Constituição da República tornaria inviável o
exercício do seu direito à aposentadoria especial, pois
os termos para sua aposentação deveriam ser definidos
por lei complementar.

8. O Supremo Tribunal Federal reconheceu a mora


legislativa do Presidente da República para
regulamentar o art. 40, § 4º, inc. III, da Constituição da
República e determinou que fosse aplicada a regra do
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art. 57 da Lei n. 8.213/1991, de modo a viabilizar que a
Administração Pública analisasse o requerimento de
aposentadoria especial formulado por servidor público
que exerce suas atividades em condições insalubre.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:

“MANDADO DE INJUNÇÃO - NATUREZA. Conforme disposto


no inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal,
conceder-se-á mandado de injunção quando necessário ao
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania. Há ação mandamental e não simplesmente
declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto
da impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada.
MANDADO DE INJUNÇÃO - DECISÃO - BALIZAS. Tratando-se
de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada
a relação jurídica nele revelada. APOSENTADORIA -
TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS - PREJUÍZO À SAÚDE
DO SERVIDOR - INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR -
ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Inexistente a
disciplina específica da aposentadoria especial do servidor,
impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela
própria aos trabalhadores em geral - artigo 57, § 1º, da Lei
nº 8.213/91” (MI 721, Rel. Min. Marco Aurélio, Plenário, DJe
30.11.2007).

E:

“DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO


DE INJUNÇÃO. SERVIDORA PÚBLICA. ATIVIDADES EXERCIDAS
EM CONDIÇÕES DE RISCO OU INSALUBRES.
APOSENTADORIA ESPECIAL. § 4º DO ART. 40 DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AUSÊNCIA DE LEI
COMPLEMENTAR. MORA LEGISLATIVA. REGIME GERAL DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL. 1. Ante a prolongada mora legislativa,
no tocante à edição da lei complementar reclamada pela
parte final do § 4º do art. 40 da Magna Carta, impõe-se ao
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caso a aplicação das normas correlatas previstas no art. 57
da Lei nº 8.213/91, em sede de processo administrativo. 2.
Precedente: MI 721, da relatoria do ministro Marco Aurélio.
3. Mandado de injunção deferido nesses termos” (MI 788,
Rel. Min. Ayres Britto, Plenário, DJe 08.5.2009).

E ainda:

“MANDADO DE INJUNÇÃO. APOSENTADORIA ESPECIAL DO


SERVIDOR PÚBLICO. ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA. AUSÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR A
DISCIPLINAR A MATÉRIA. NECESSIDADE DE INTEGRAÇÃO
LEGISLATIVA. 1. Servidor público. Investigador da polícia
civil do Estado de São Paulo. Alegado exercício de atividade
sob condições de periculosidade e insalubridade. 2.
Reconhecida a omissão legislativa em razão da ausência de
lei complementar a definir as condições para o implemento
da aposentadoria especial. 3. Mandado de injunção
conhecido e concedido para comunicar a mora à autoridade
competente e determinar a aplicação, no que couber, do
art. 57 da Lei n. 8.213/91” (MI 795, de minha relatoria,
Plenário, DJe 22.5.2009).

9. O objeto deste mandado de injunção é a ausência de


norma regulamentadora do art. 40, § 4º, inc. III, da
Constituição da República, que inviabilizaria o exercício
do direito à aposentadoria especial pelo Impetrante.

Cabe ao Supremo Tribunal Federal verificar a omissão


da norma regulamentadora e a possibilidade de valer-
se o Impetrante da regra jurídica aplicável à situação
por ele descrita, afastando-se o impedimento que
advém da ausência da regulamentação
constitucionalmente prevista.

Portanto, verificada a omissão normativa que estaria a


inviabilizar o exercício de um direito constitucional,
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integra-se o direito titularizado, em tese, pelo
Impetrante. Não se confunde o objeto deste mandado
de injunção com a análise dos requisitos exigidos para
a aposentação do Impetrante.

Nesse sentido, o seguinte julgado:

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO MANDADO DE INJUNÇÃO.


CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. APOSENTADORIA
ESPECIAL DO SERVIDOR PÚBLICO. ARTIGO 40, § 4º, DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. APLICAÇÃO DO ART. 57 DA
LEI N. 8.213/1991. COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE
ADMINISTRATIVA. 1. A autoridade administrativa
responsável pelo exame do pedido de aposentadoria é
competente para aferir, no caso concreto, o preenchimento
de todos os requisitos para a aposentação previstos no
ordenamento jurídico vigente. 2. Agravo regimental ao qual
se nega provimento” (MI 1.286-ED, de minha relatoria,
Plenário, DJe 19.2.2010).

Portanto, as questões levantadas nesta ação devem ser


solucionadas pela autoridade administrativa, que o fará
mediante a aplicação do art. 57 da Lei n. 8.213/1991,
no que couber.

10. Pelo exposto, por estar caracterizada a mora


legislativa, concedo parcialmente a ordem
pleiteada para garantir ao Impetrante o direito
de ter o seu pedido administrativo de
aposentadoria especial analisado pela autoridade
administrativa competente, observado o art. 57
da Lei n. 8.213/1991, no que couber.”

DO PEDIDO

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Ante o exposto, requer o Impetrante à


Suprema Corte:

1 - Seja a presente ação constitucional


julgada procedente, suprimindo a lacuna normativa e
garantindo o direito à averbação do tempo de serviço
em condição especial de trabalho, perante o atual
regime jurídico único, Lei 8.112 de 11/12/1990.

2 - Seja suprida a omissão concernente à


inexistência de lei complementar regulando a
aplicação do § 4º, artigo 40 da Constituição Federal,
com a redação da Emenda Constitucional nº 47/05.

3 - Seja garantido ao impetrante, o direito


à adoção da Lei nº 8.213/91, lei geral da Previdência
Social, para a concessão de contagem do tempo de
serviço prestado em condições especiais.

4 - Seja citado o impetrado para, querendo,


contestar e prestar as informações necessárias.

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5 - Sejam intimados o Advogado Geral da
União e o Procurador Geral da República, para que, na
forma da lei, intervenham no feito.

6 - Provar o alegado por todos os meios em


direito admitidos.

7 - Dá à presente, para efeitos fiscais, o


valor de R$1.000,00( mil reais).

Nestes termos,
Pede Deferimento

Rio de Janeiro, 01 de Abril de 2011.

Rodrigo Sergio Requião Menezes Santos


OAB/RJ 137030

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