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Termo de responsabilidade

As informações que você vai ler neste livro


são fruto dos estudos e vivências na assistência de
famílias no pós-parto e também das minhas
próprias experiências como mãe.

As informações aqui presentes são para


todos, mas você precisa ter disposição e tirar as
estratégias do papel para ter algum resultado.

Alguma informação em particular pode não


se adequar à realidade de assistência perinatal da
sua região, assim, você deverá utilizá-la adaptando
de acordo com suas necessidades e disponibilidade.

Não existem garantias, apenas relatos de


muitas famílias que perceberam que se preparar
para o pós-parto pode tornar esta fase muito menos
complicada.

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Este guia deve ser usado apenas como apoio
e não substitui orientações e assistência médica
perinatal.

Não existe a intenção de desrespeitar,


difamar ou menosprezar você, leitor, ou qualquer
outra pessoa, profissional ou instituição. Caso você
acredite que alguma parte deste guia seja, de
alguma forma, desrespeitosa ou indevida, e deva
ser removida ou alterada, entre em contato comigo
pelo e-mail contato@confortomaterno.com.br

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Sobre a autora e a história por trás
deste livro

Meu nome é Anelise, sou de Santa


Catarina e nasci em 1986.

Hoje sou mãe de três meninos, que


nasceram em 2013, 2015 e 2017 e atuo como
Consultora de Amamentação apoiando famílias
presencial e virtualmente.

Diferente do que muita gente pensa,


minha formação superior não foi na área da
saúde! Em 2010 me formei em Engenharia Civil,
profissão que exerci até 2016, quando criei
coragem para sair do emprego estável e
trabalhar exclusivamente com a minha paixão:
assistência às mulheres na amamentação!

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Sim, sei que parece loucura! Mas a
necessidade pessoal de estudar sobre parto e
amamentação nas minhas gestações fez nascer
uma vontade imensa de proporcionar à outras
famílias o direito de escolha e uma assistência
digna como recebi. E uma vez envolvida neste
mundo banhado de leite, suor e lágrimas, fica
difícil voltar atrás!

Então, comecei a me capacitar para


iniciar os atendimentos e não parei mais de
estudar! Aulas com os profissionais - da área de
aleitamento materno e puerpério - mais
atualizados do Brasil, mentorias com
Consultoras de Amamentação mais experientes,
participações em congressos, e mais
recentemente o início da Pós-graduação em
Cuidado Materno Infantil com Enfoque em
Amamentação!

Paralelos aos estudos vieram os


atendimentos da Conforto Materno –

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Consultoria de Amamentação, que me
oportunizam aprender diariamente sobre a
singularidade de cada caso, sobre o valor dos
desejos maternos e sobre ser ferramenta para
promover experiências de amamentação
bacanas para essas famílias.

Em 2017 também iniciei um projeto


chamado Karaokê Materno, que tem levado
informação sobre maternidade em forma de
música para todo o Brasil. E acabei encontrando
nesta linguagem uma maneira descontraída de
falar sobre assuntos espinhosos!

Neste percurso me deparo


constantemente com mães e pais no puerpério
que me relatam que não sabiam que seria tão
difícil lidar com os desafios do pós-parto e da
amamentação. Relatando inclusive que
“ninguém avisou que seria assim”.

Este discurso foi o gatilho para que eu


pensasse “Bom, se ninguém está falando

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abertamente sobre isso, eu vou falar!”. E assim
começaram as edições dos cursos presenciais de
Preparação para a Amamentação para Casais
Grávidos e também a ideia de fazer este guia
sobre os desafios que enfrentamos nesta fase tão
delicada chamada pós-parto!

Agora que você já sabe que este guia trata


da realidade sem firulas, quero te desejar uma
ótima leitura e bom uso de todas essas dicas!

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Como este livro pode te apoiar

Este livro contém sugestões que poderão


otimizar seu tempo e dinheiro na preparação
para a chegada do seu bebê.

Você escolherá o que verdadeiramente é


importante para você e aplicará na sua vida
ainda durante a gestação para aumentar suas
chances de ter um pós-parto mais tranquilo.

Aproveito para compartilhar com você


outras maneiras de potencializar o efeito das
informações contidas aqui:

1. Este livro foi escrito para as gestantes,


mas, sugiro que você leia junto com as
pessoas que estarão ao seu lado no pós-
parto ou peça para lerem em algum
momento oportuno. Parceria e apoio
são cruciais para este momento.

2. Assine meu canal no YouTube

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divertidas.

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amamentação.

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Introdução

Não importa o seu perfil, onde você mora,


ou se quer cesariana ou parto natural. Uma coisa
é unanimidade entre todas as gestantes: todas
desejam o melhor para seus bebês!

Por melhor entendemos mais seguro e o


que mais preserva a saúde e desenvolvimento do
bebê e da mãe.

Sabemos que a medicina passa por


constantes evoluções e o que era prática comum
há poucos anos pode não ser mais recomendado
hoje em dia.

Por isso a importância de nos cercarmos


de profissionais atualizados, que nos forneçam
informações verdadeiramente seguras. Afinal,
palpites e achismos rolam soltos por aí, certo?

Além disso, um simples planejamento e


estudo sobre o que nos espera depois do
nascimento pode nos poupar muito incômodo e

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desespero quando temos um bebezinho recém-
nascido nos braços.

Isso quer dizer que, tendo informação dará


tudo certo, redondinho e suave na nave? Não,
infelizmente! Mas, a boa notícia é que com
informação e planejamento ficará bem mais fácil
tomar decisões conscientes e buscar apoio
adequado!

Então bora conferir este guia sincerão?

Vem comigo!

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prepare sua casa
para a chegada
do bebê

Uma das primeiras buscas


realizadas no Google ao se descobrir a
gravidez é sobre “quartinho do bebê”!
Passamos meses planejando cada detalhe,
cores, objetos, berço, guarda-roupa,
trocador, poltrona, brinquedos e tantos
outros itens fofos que cabem naquele
mundinho de cores suaves.

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Mas, a maioria das famílias chega
em casa com seus bebezinhos recém-
nascidos e se dá conta de que eles não
gostam de dormir naqueles berços
caríssimos e quartos impecáveis! Você
não leu errado, eles não gostam mesmo!

Bebê recém-nascido quer e precisa


ficar perto dos pais!

Planejar sua casa para atender as


demandas do recém-nascido e dos recém
pais pode ser uma maneira de poupar
dinheiro, esforço e frustração!

É uma delícia fazer aquele


quartinho cheio de frufrus e imaginar
nosso bebezinho explorando tudo. Mas
lembre-se de que ele vai levar meses para
ter interesse por alguma daquelas
coisinhas ou para sair engatinhando até
elas.

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Neste caso, pode ser que valha mais
a pena investir em mobiliário e objetos que
tornarão sua vida com o recém-nascido
mais ágil e que possam ser aproveitados
pela criança que ele vai se tornar em
breve.

Pesquise sobre a praticidade de


berços que acoplam na cama dos pais.
Existem modelos compactos,
desmontáveis e bem práticos que podem,
inclusive, se transformar em outro móvel.

Para a hora de trocar: praticidade


também! Trocadores portáteis podem ser
ótimas opções, afinal os bebês logo
crescem e fica difícil segurá-los em cima
daquelas cômodas trocadoras. Vai chegar
um momento que você trocará onde
estiver e o lugar exclusivo para a troca
pode ficar abandonado.

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O mesmo raciocínio vale para a
hora do banho. Se para você é importante
ter uma banheira, tudo certo! Mas,
lembre-se de que existem outras maneiras
(mais gostosinhas) de dar banho no bebê.

Para quem tem apoio nessa hora, o


banho de chuveiro pode ser uma
alternativa maravilhosa para a criação de
vínculo com outras pessoas da família. O
banho de chuveiro pode ser dado desde os
primeiros dias utilizando o chuveirinho,
que tem o jato mais suave. Se estiver com
medo de o bebê escorregar, pode usar uma
cadeira plástica para o cuidador sentar
enquanto segura o bebê. Para ficar mais
seguro ainda, o cuidador pode usar uma
camiseta durante o banho para aumentar
o atrito com o corpo do bebê.

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Em geral os bebês ficam bem calmos
no chuveiro por se sentirem seguros no
colo.

E se o banho de chuveiro não for a


sua praia, você facilmente encontrará
inúmeros modelos de banheira no
comércio.

Para facilitar suas atividades em


casa ou até mesmo seus passeios, os
carregadores ergonômicos –
especialmente o Wrap Sling no caso dos
recém-nascidos – podem ser acessórios
muito úteis. Em uma busca rápida na
internet você encontra várias lojas
virtuais que entregam em todo o Brasil.

Outra ferramenta que pode ajudar a


acalmar do bebê e aumentar o tempo de
soneca é o ruído branco. Existem vários
aplicativos que emitem sons do útero e
outros ruídos deste tipo.

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converse
previamente com
familiares e
amigos

A chegada de um bebê causa um


grande reboliço. Todos os familiares estão
encontrando suas novas identidades e isso
pode causar certa confusão no início.

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Mãe e sogra que passam a ser avós,
filhos que passam a ser pai e mãe, irmãos
que passam a ser tios.

Encontrar nosso lugar nesta nova


configuração familiar pode ser desafiador
quando estamos no olho do furacão que é o
pós-parto.

Por isso é bacana ainda durante a


gestação conversar com seus familiares
sobre o planejamento desta fase.

Não raro os recém pais e mães se


sentem invadidos pelas ações dos avós,
que por sua vez estão se esforçando para
fazer o melhor para seus filhos e netos.

Isso acaba desestabilizando as


relações familiares, criando um clima
ruim e dificultando a vinculação com o
bebê.

Portanto, as sugestões são:

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 Definam previamente para onde
irão no pós-parto. Se optarem por
ficar na casa dos avós, definam
quanto tempo ficarão. Lembrem-se
que em geral as pessoas se sentem à
vontade para criar regras em seus
ambientes. Logo, estando na casa
de outra pessoa, pode ser que vocês
tenham que seguir as regras dela
para a boa convivência e isso pode
ser desgastante durante o pós-
parto.
 Definam quem cuidará dos afazeres
domésticos: quem será responsável
por lavar as roupas da família nos
primeiros dias, quem limpará a
casa, quem fará a comida.
Procurem terceirizar as questões
da casa para que sobre tempo para
descansar e cuidar o bebê ( garanto

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que essas duas coisas tomarão
quase todo o tempo).
 Converse com seu(sua)
companheiro(a) para que ele(a)
proteja você das situações
desconfortáveis. Inevitavelmente
haverá momentos em que
precisarão ser colocados limites
nas relações e as pessoas mais
indicadas para fazer isso de
maneira firme e gentil são os
companheiros e companheiras.

No que diz respeito às visitas:


avisem a partir de quando querem
receber visitas e em que dias e
momentos são bem-vindas. Nesta hora
é legal falar educadamente para que
liguem antes, não venham super
perfumados, higienizem as mãos (no

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mínimo), não acordem o bebê, sejam
breves, etc. Um bom jeito de fazer isso
é enviar um textinho com essas
regrinhas como se fosse uma cartinha
do bebê para a visita. Fica fofo e
transmite o recado direitinho!

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licenças
maternidade e
paternidade não são
férias!

Se você está planejando passar a licença


maternidade lendo 796 livros, terminando sua
tese de doutorado ou colocando em dia o trabalho
que se acumulou na gestação, eu lamento te
informar, mas as chances de você se frustrar são
ENORMES!

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Criamos a ilusão de que licença
maternidade é tempo livre sabe por quê? Porque
o trabalho de criar um ser humano é invisível!

São horas e horas amamentando, mais


algumas horas resolvendo o choro, mais horas
fazendo dormir, e horas trocando fralda, dando
banho, deixando a casa minimamente
organizada. E quando você se dá conta o dia
acabou e você esqueceu até de escovar os dentes!

Nesta fase é imprescindível que mãe e


bebê se conectem e que a mãe possa descansar
junto com o bebê pelo menos duas vezes por dia.
Se o bebê estiver tranquilo durante o dia: ótimo!
Descanse mesmo assim porque a madrugada é
sempre uma surpresa!

Isso não quer dizer que você não poderá


fazer nada além de ficar com o bebê! O alerta
serve apenas para que você não se ILUDA
vestindo a capa de supermulher, substituindo
braços por tentáculos achando que virou um

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polvo e que vai conseguir fazer oito coisas ao
mesmo tempo!

A privação do sono é reconhecida como


método de tortura e eu te garanto que o choro de
um bebê no ouvido de uma mãe exausta tem um
som difícil de tolerar. Poupe-se e não se
envergonhe disso! Seu bebê e sua sanidade
mental agradecerão!

O mesmo raciocínio serve para os(as)


companheiros(as). Além do merecido descanso,
terão função de aliviar a barra para a mãe que
estará se recuperando do nascimento e
amamentando várias horas do dia. A única coisa
que só a mãe conseguirá realizar é a
amamentação. Portanto, mãos à obra para
realizar as outras tarefas!

Uma dica valiosa para os companheiros


que têm direito a tão poucos dias de licença: Você
pode planejar suas férias para o pós-parto! E
claro que não serão férias, ok? Lembre-se de que

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o vínculo de mãe e bebê se forma (quase)
naturalmente com as tarefas do dia-a-dia,
especialmente a amamentação. Já o vínculo com
quem não gestou ou não amamenta, forma-se por
meio da convivência. Então participe o máximo
possível da rotina do seu bebê!

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busque grupos de
apoio e cursos
virtuais ou na sua
cidade

Frequentar grupos de apoio na gestação


e/ou puerpério (nome da fase após o nascimento
do bebê em que ainda estamos juntando as peças
no quebra-cabeça de quem somos, que pode durar
meses ou até anos) é uma maneira de conviver
com outras pessoas que estão passando pela
mesma fase e com quem pode trocar ideias sobre
os desafios de ter um bebê.

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Além disso, os grupos de apoio podem ser
um resgate da vida social em um ambiente
acolhedor para mãe, pai e bebê.

Busque na sua cidade e região sobre a


existência de algum grupo. Caso não haja grupos
presenciais na sua região você pode buscar estas
comunidades no Facebook.

Vale lembrar que grupos de apoio não


substituem opiniões profissionais. Portanto, se
houver qualquer dúvida sobre a saúde da mãe ou
bebê, pode-se buscar apoio em grupos e
profissionais de saúde deverão ser consultados
para sugerir as práticas mais adequadas e
seguras.

Os cursos durante a gestação também são


ferramentas maravilhosas para conhecer os
profissionais que poderão te apoiar, aprender
sobre tipos de nascimento, cuidados com o bebê,
amamentação, etc e ainda conviver com casais
que têm os mesmos interesses e terão um filho

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com idade próxima do seu! Ou seja: potenciais
amigos para a vida, tanto para os pais, quanto
para os filhos!

Aproveito o papo sobre informação para


sugerir que se prepare especialmente para o
nascimento e amamentação. Informe-se sobre as
práticas dos profissionais e instituições da sua
cidade, assista documentários, leia livros. Assim,
você poderá se prevenir de surpresas e
questionar, caso discorde de alguma conduta.

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reserve momentos
de autocuidado e
lazer

Momentos de autocuidado são essenciais


para que possamos nos conectar com nossos
desejos e com o que nos faz bem.

Antes de ter filhos os momentos de


autocuidado acontecem sem necessidade de
grandes planejamentos. Mas, após o nascimento
de um bebê, um simples café na confeitaria pode

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ser um grande evento, então é crucial ter
planejamento e compromisso com você.

Os momentos de autocuidado podem estar


relacionados à uma atividade física, uma volta
de carro, ir ao salão de beleza, ler um livro, tomar
um café, fazer compras, ver um filme.... Você
saberá detectar o que gosta de fazer e o que te faz
falta.

É muito comum que mães ao serem


perguntadas sobre o que gostam de fazer, não
saibam o que responder. A chegada do bebê pode
vir acompanhada de uma profunda desconexão
com o que éramos antes deles.

Um esforço para relembrar vale muito a


pena para que possamos, inclusive, viver a
maternidade/paternidade de forma mais leve.

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faça uma lista com
contatos úteis

Se você tem rede de apoio presente, pode


ser que este item não seja tão relevante para
você. Mas, preciso te contar que ter uma listinha
de contatos úteis podem ser uma mão na roda no
pós-parto.

Priorize colocar nesta lista os


profissionais que possam prestar serviço na sua
casa.

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Manicure que atende em casa,
restaurante de comida saudável que faz entrega,
consultora de amamentação e pediatra que
podem atender você fora do horário comercial,
diarista pra dar um jeitinho na casa, terapeuta
que possa atender em domicílio.

Enfim, reúna os contatos destes


profissionais ainda durante a gestação, porque
depois que o bebê nascer ficará mais difícil
dedicar tempo para encontrá-los e o mais
provável é que você acabe procrastinando as
suas necessidades por causa disso.

Aqui uma lista de sugestão:

 Diarista
 Manicure/Cabeleireiro
 Consultora de Amamentação
 Pediatra
 Massoterapeuta
 Psicólogo
 Fotógrafo

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 Refeições para o almoço
 Lanches e refeições para a janta
 Loja de itens de bebê

E você pode adicionar aqui o que mais tiver


interesse.

Não esqueça de colar esta lista na


geladeira!

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blinde-se dos
palpites que geram
insegurança

Isso quer dizer que você vai deixar de


conviver com as pessoas? Não!

Quer dizer que você vai ter que brigar com


todo mundo? Também não!

Mas, como a gente faz para se blindar dos


inúmeros palpites que recebemos no pós-parto (e
também durante a gestação)? Com informação!

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Quando estamos cercados do combo
[Profissionais atualizados + Outras mães e pais
na mesma fase] fica MUITO mais fácil superar
cada etapa do bebê sem se apavorar ou cair nas
ciladas dos palpites.

Segure as rédeas da sua maternidade e


paternidade!

Isso quer dizer que não posso seguir a


sugestão de outras pessoas? Não, de maneira
alguma!

Munidos de informação fica mais simples


selecionar o que é baboseira e o que faz sentido. E
assim, você vai fazer suas escolhas com mais
consciência e sem desespero.

Eu sei que falando assim parece meio


dramático, mas te garanto que tomar decisões
conscientes depois de várias noites sem dormir,
se recuperando do nascimento do bebê, ouvindo
choro e trocando fralda atrás de fralda não é

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fácil, não! Então, muna-se de informação e de
gente de confiança e atualizada ao seu redor!

Vale salientar que essa dica vale para


ambos os pais! É muito importante que ambos se
informem e cheguem a um consenso sobre as
condutas com o bebê e que assim formem um
time.

Podem e devem discordar, rever os


conceitos e recalcular a rota, se for necessário.
Mas procurem fazer isso como equipe e jamais
competindo por quem tem razão. Sejam unidos e
produtivos!

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planeje sua volta ao
trabalho ainda
durante a gestação

Sim, a volta ao trabalho parece distante,


né? Preciso te contar que os dias passam
devagar, mas os meses voam!

Não deixe para pensar na volta ao


trabalho quando faltar uma semana para isso
acontecer.

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Planeje com antecedência onde e com
quem seu bebê ficará durante o dia depois da sua
volta ao trabalho.

Se seu bebê for amamentado, lembre-se de


que até os 6 meses os bebês consomem
exclusivamente o leite materno. A partir daí
iniciarão devagar a introdução da alimentação
complementar. Então, é importante planejar sua
volta ao trabalho de modo a continuar ofertando
bons alimentos sem oferecer risco de desmame
precoce.

Se optar por deixar seu leite para seu bebê,


precisará iniciar a ordenha e estoque, no mínimo,
um mês antes do retorno ao trabalho.

Providenciar bombinha de tirar leite,


recipientes e copos para oferecer o leite para o
bebê. Tudo isso faz parte de um momento de
transição da vida de vocês e demanda
planejamento!

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Tenha em mãos o contato de uma
Consultora de Amamentação. Além de
atendimentos no pós-parto, estas profissionais
também orientam sobre a manutenção da
amamentação na volta ao trabalho.

Seu bebê e quem vai cuidar dele na sua


ausência precisarão de adaptação gradual para
que seja um momento bacana para todo mundo e
o ideal é fazer essa adaptação mesmo antes de
você retornar ao trabalho.

Converse com possíveis cuidadores e/ou


creches, pesquise os itens necessários e comece a
esquematizar tudo com calma.

A volta ao trabalho costuma ser um momento


bem difícil e com organização tudo pode ser mais
tranquilo.

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busque profissionais
que fechem com o
seu perfil

Na gestação é essencial cercar-se de


profissionais em quem você confie. Lembra da
blindagem de palpites? Então, está
profundamente relacionada a ter profissionais
em quem confiar!

Este é o momento de questionar, analisar


as condutas e fazer escolhas.

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Converse com diversos profissionais,
converse com as mulheres e famílias que foram
acompanhadas por eles, pergunte sobre
experiências de pré-natal, parto, cesariana e
amamentação e, então, tire suas conclusões.

Lembre-se de que se o profissional tem


uma determinada conduta com todas as
clientes/pacientes, dificilmente ele agirá
diferente com você. Isso serve para o profissional
que só faz cesariana, mas disse que você pode ter
parto normal. Serve para o profissional que diz
que você pode amamentar, mas receita leite
artificial ainda na maternidade.

Como vou saber se o profissional fecha


com meu perfil? Acredito que para avaliar um
profissional podemos nos fazer algumas
perguntas:

 Ele valida meus desejos e incentiva que eu


fale abertamente sobre as possibilidades
ou parece ditar regras?

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 Ele responde todas as minhas dúvidas ou
eventualmente se esquiva e muda de
assunto?
 Ele me incentiva e apoia ou me deixa pra
baixo, me sentindo maluca?
 Ele me deixa segura após nossas
conversas ou saio da consulta sentindo
que estou desamparada?
 Ele dá orientações atualizadas ou tem a
mesma conduta há muitos anos com o
pretexto de que sempre fez assim e está
todo mundo bem?
 O que outras clientes/pacientes pensam
da conduta dele?

É trabalhoso encontrar profissionais que


fechem com o nosso perfil, mas sair da zona de
conforto é um exercício que a maternidade e
paternidade nos obriga a fazer. Afinal, não existe
escolha sem informação, certo?

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não crie
expectativas irreais

Seu recém-nascido não vai (nem deve)


dormir a noite toda. Mas sempre terá alguém
perguntando se ele dorme bem!

Seu bebê vai querer mamar várias vezes


por dia, com intervalos e durações diversas. Mas
sempre terá alguém para dizer que ele está
fazendo seu peito de chupeta ou que seu leite
deve ser fraco!

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O corpo da mãe não volta à forma de antes
da gestação imediatamente como muitas
artistas ostentam nas redes sociais. Somos reais!

Cheiro de leite (às vezes azedinho) estará


presente em muitos (quase todos) os momentos
com o bebê.

Não caia na cilada de comparar seu bebê


com o bebê da vizinha, amiga, manicure ou
qualquer outra pessoa.

Fique atenta aos períodos de


imprevisibilidade comportamental dos picos de
crescimento, saltos de desenvolvimento e crises
do bebê. A mudança de comportamento
repentina faz a gente achar que tem algo errado,
mas, em geral, é apenas parte do
desenvolvimento do bebê.

Evite fazer planejamentos diários


mirabolantes cheios de atividades e realizações.
Se nos primeiros dias você conseguir comer,

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fazer xixi e cocô, tomar um banho, dormir e
cuidar do bebê: está ótimo!

Você vai sentir vontade de chorar e isso


não tem nada a ver com o amor que você sente
pelo seu bebê e sim com os hormônios
bagunçados e tantas mudanças que surgem com
a chegada de um filho. Chore mesmo, coloque
tudo para fora, não represe seus sentimentos.

Ser mãe é incrivelmente lindo, mas nem


sempre fácil!

Não dê ouvidos a quem diz que sua tristeza


afetará a amamentação ou sua vinculação com o
bebê - companheiros(as) podem agir nessa hora e
blindar este tipo de comentário!

Se você sentir que os momentos de tristeza


superam os de alegria, busque ajuda profissional.

Está tudo bem pedir ajuda, pedir água,


pedir uma massagem no pé, pedir um abraço.

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Você é prioridade neste momento, você precisa
estar bem para poder cuidar bem do seu bebê!

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Por fim

Desejo que este guia te apoie no planejamento da


sua vida no pós-parto e que, munida de
informação e apoio você se sinta tranquila para
definir os rumos da sua maternidade.

Não existe certo ou errado – não existem


histórias certas ou perfeitas de nascimento ou
amamentação. Cada família construirá seu
próprio caminho baseado nas suas vivências e
prioridades!

Nada garante nada – estudar, planejar e


buscar apoio são ferramentas na busca de
experiências mais positivas. Quanto mais
antenadas estivermos, menos precisaremos
contar com o fator “sorte”. Ainda assim, este é
um fator presente em todos os momentos da
nossa vida.

Tenha uma boa hora e uma linda


lua de leite!

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