Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Vasconcelos, 2016
Vasconcelos, 2016
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
BELÉM - PA
2016
1
BELÉM - PA
2016
2
3
BELÉM - PA
2016
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pela proteção divina, pelo amparo e por tudo o que tem acrescentado
dia após dia.
Aos meus pais, José Maurício Vasconcelos (In memoriam) e Terezinha de Jesus
Rodrigues Vasconcelos, por todo amor, companheirismo, compreensão e ensinamentos,
minha fonte de inspiração para querer viver de forma digna e eticamente correta. À minha
irmã Elizangela de Jesus Vasconcelos pelo amor, companheirismo e compreensão. Os três
foram fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho.
Aos meus demais familiares, em especial à minha avó Luzia. Aos meus tios José Maria,
Chico Léo, Raimundo Rodrigues, Liduina, Rocha, Clauber e demais tios. Aos meus primos
João Batista, Lena, Mendes, Joseane, Roberto, Patrícia, Fabrício, Jovelina, Sávio, Valdiana,
Milena, Amanda e demais primos. A todos os familiares que de alguma maneira contribuíram
dando forças para prosseguir em momentos difíceis.
Aos meus amigos, companheiros de mestrado (Alessandro, Any, Ariana, Camila, Diego
Almir, Diego Gomes, Fabrício, Felipe, Gilcimar, Igor, Marcos, Mauro, Thiago, Válter e
Whellisson) pelo apoio e companheirismo durante este projeto.
Aos amigos André, Augusto, Camila e Jivago, que estão sempre dispostos a ajudar
dentro e fora do universo acadêmico.
A todos os integrantes do Grupo de Pesquisa em Solidificação, em especial aos
companheiros Camila, André, Jivago, Augusto, Jacson, Cássio, Igor, Júlio, Daniele,
Gianfranco, apoio e companheirismo durante este projeto.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Otávio Fernandes Lima Rocha, Prof. Dr. Antônio Luciano
Seabra Moreira e Prof. Dra. Maria Adrina Paixão Sousa e Silva, pela compreensão, pela
orientação durante o desenvolvimento deste trabalho e por acreditarem em meu potencial.
Ao Grupo de Estudos em Tecnologia da Soldagem, principalmente aos Professores
Mota e Saldanha, que sempre pondo à disposição o espaço e equipamentos dos laboratórios
que foram fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho.
Ao Grupo de Pesquisa em Engenharia dos Materiais, em especial ao Professor
Quaresma e ao Everaldo, pelos ensinamentos e sempre pondo à disposição o espaço e
equipamentos dos laboratórios.
Ao Grupo de Pesquisa em Caracterização de Materiais, ao Professor Eduardo Braga por
ser tão solícito quanto ao uso dos laboratórios e equipamentos.
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, pela estrutura
fornecida para realização dos experimentos.
Ao Programa de Pós Graduação em Engenharia Mecânica, por todo o apoio. Agradeço
também ao Ronivaldo, pela disposição e apoio com tudo referente ao programa.
Ao CNPq pela concessão da Bolsa de Iniciação Científica bem como pelo apoio
financeiro concedido, através de Programa de Pesquisa, os quais contribuíram para o
desenvolvimento e finalização do presente trabalho. E a todos aqueles que contribuíram,
direta ou indiretamente, para a realização deste trabalho.
6
7
Chico Xavier.
8
RESUMO
As ligas de alumínio para fundição possuem propriedades de grande interesse industrial que
dependem diretamente da correlação entre a estrutura obtida e os parâmetros térmicos de
solidificação cuja interrelação definirá as propriedades finais e, por conseguinte, o
comportamento mecânico do produto fundido. Assim, este trabalho desenvolve um estudo
experimental objetivando estabelecer correlações entre os parâmetros térmicos de
solidificação velocidade de deslocamento da isoterma liquidus (VL) e taxa de resfriamento
(TR), com os espaçamentos dendríticos primários (λ1) e com propriedades mecânicas,
representada pela microdureza Vickers (HV), analisando a influência dos elementos de liga
Sn, Cu e Si na matriz de alumínio na formação de ligas Al-Cu-Si. Para tanto, é realizado um
estudo das ligas Al-5,5%Sn, Al-6%Cu, Al-6%Cu-2,5%Si, Al-6%Cu-4%Si e Al-6%Cu-8%Si
solidificadas em regime transiente em um dispositivo de configuração horizontal, refrigerado
à água. A análise da microdureza das ligas investigadas indicou que o Cu apresenta maior
microdureza que o Sn quando adicionados na matriz rica em alumínio, assim como a adição
de silício na liga Al-6%Cu influenciou no aumento da microdureza das ligas Al-6%Cu-XSi
analisadas. Um estudo comparativo é realizado entre os resultados encontrados neste trabalho
e aqueles propostos na literatura para ligas Al-6%Cu-XSi solidificadas verticalmente.
ABSTRACT
Aluminum alloys castings have a fundamental role in the metal-mechanics industry because
of their properties which depend on the correlation between the obtained structure and the
solidification thermal parameters whose interrelation determines the final properties and the
mechanical behavior of casting. In this sense, the main objective of this work is to perform an
experimental study to establish correlations between solidification thermal parameters as
growth rate (VL) and cooling rate (TR), primary dendritic spacing (1), and Hardness Vickers
(HV) to analyze the effect of Sn, Cu, and Si alloying in a aluminum matrix to form Al-Cu-Si
alloys. For this purpose, Al-5.5wt.%Sn, Al-6wt.%Cu, Al-6wt.%Cu-2.5wt.%Si, Al-6wt.%Cu-
4wt.%Si, and Al-6wt.%Cu-8wt.%Si alloys have been solidified under transient heat flow
conditions in a water-cooled horizontal directional solidification device. The microhardness
results have showed that Cu has higher microhardness than Sn when added in the aluminum
matrix as well as the Si addition in the Al-6wt.%Cu alloy has also increased microhardness
values of Al-6wt.%Cu-XSi investigated alloys. A comparative analysis is carried out between
the experimental data of this work and those from the literature that have been proposed to
Al-6wt.%Cu-XSi alloys that consider the upward solidification.
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.4 - Esquema do dispositivo de solidificação direcional horizontal com resfriamento por
molde maciço. ........................................................................................................................... 28
Figura 2.7 - (a) representação esquemática da atuação dos fatores de influência na formação das
estruturas de solidificação; (b) fator paramétrico 𝛈 = 𝐆𝐋𝐕𝐋𝟏𝐂𝟎 como função do teor de
soluto C0 e a morfologia resultante. ........................................................................................ 31
Figura 2.11 - Gráficos que apresentam a variação do alongamento específico com o tamanho de
grão e espaçamento dendrítico primário para uma liga Al-7%Si. ....................................... 39
Figura 2.12 - Variação dos valores de Microdureza Vickers (HV) em função dos espaçamentos
dendríticos da liga Al-7%Ni. ................................................................................................... 40
Figura 2.13 - Variação dos valores de Microdureza Vickers (HV) em função dos espaçamentos.
................................................................................................................................................... 41
Figura 2.14 - Variação dos valores de Microdureza Vickers (HV) em função dos espaçamentos.
................................................................................................................................................... 41
Figura 2.15 - Variação dos valores de Microdureza Vickers (HV) em função dos espaçamentos.
................................................................................................................................................... 42
Figura 2.16 - Variação dos valores de Microdureza Vickers (HV) em função dos espaçamentos.
................................................................................................................................................... 43
11
Figura 2. 18 - Dependência da microdureza sobre a: (a) posição da isoterma liquidus, (b) 1 e (c)
1-1/2............................................................................................................................................ 45
Figura 3.4 - (a) Balança digital; (b) Cadinho e (c) Forno mufla. .................................................... 50
Figura 3.6 - Tela de iniciação dos programas (a) AMR-Software e (b) Origin. ............................. 52
Figura 3.7 - (a) Microscópio ótico Olimpus, modelo UC30 e (b) Tela de iniciação do programa
ImageJ....................................................................................................................................... 53
Figura 3.8 - Microdurômetro Shimadzu HMV-2 com um corpo de prova sendo ensaiado. ......... 53
Figura 3.9 - Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) Shimadzu VEGA3 TESCAN. ........... 54
Figura 3.12 - Macroestrutura de solidificação das ligas: (a) Al-5,5%Sn; (b) Al-6%Cu; (c) Al-
6%Cu-2,5%Si; (d) Al-6%Cu-4%Si e (e) Al-6%Cu-8%Si. ................................................... 59
Figura 3.13 - Arranjo geométrico dos cortes realizados. - Arranjo geométrico dos cortes
realizados. ................................................................................................................................. 60
Figura 3.14 - Técnica de Medidas dos espaçamentos dendríticos primários, utilizando o método
do triângulo (Rocha, 2003; Gündüz et al., 2002; Kaya et al., 2007; Cruz et al., 2008): (a)
esquema representativo; (b) Microestrutura obtida para Al-5,5%Sn. ................................ 61
Figura 4.1 - Curvas experimentais de resfriamento das ligas binárias (a) Al-6%Cu e (b) Al-
5,5%Sn TL e TV são as temperaturas liquidus e vazamento do metal líquido,
respectivamente. ....................................................................................................................... 65
Figura 4.2 - Curvas experimentais de resfriamento das ligas binárias Al-6%Cu-2,5%Si, Al-
6%Cu-4%Si e Al-6%Cu-8%Si. TL e TV são as temperaturas liquidus e vazamento do
metal líquido, respectivamente. ............................................................................................... 66
12
Figura 4.3 - Posição das isotermas liquidus a partir da interface metal/molde em função do
tempo: (a) ligas binária de Al-Sn e Al-Cu e (b) multicomponentes Al-Cu-Si. ..................... 67
Figura 4.4 - Correlação entre velocidade de deslocamento da isoterma liquidus com a posição
para as ligas binária se multicomponentes analisadas neste trabalho.................................. 68
Figura 4.5 - Taxa de resfriamento a partir da interface metal/molde em função da posição. ...... 68
Figura 4.6 - (a) Correlação entre HV =f(P). (b) e (c) caminho de solidificação para as ligas Al-Cu
(b) e Al-Sn, respectivamente. ................................................................................................... 72
Figura 4.7 - Correlação entre a microdureza (HV) e a Posição (P) para as ligas ternárias
estudadas neste trabalho.......................................................................................................... 73
Figura 4.8 - Correlação entre HV e P para as ligas Al-Cu-Si e Al-Cu, analisadas. ....................... 74
Figura 4.11 - Correlação entre microdureza (HV) velocidade (V L): influência dos ligantes Cu e
Sn na matriz de Al. ................................................................................................................... 77
Figura 4.12 - Correlação entre microdureza (HV) a velocidade (VL): influência do ligante Si na
liga Al-6%Cu. ........................................................................................................................... 77
Figura 4.13 - Correlação entre microdureza (HV) e taxa de resfriamento (TR) para as ligas
binárias investigadas. ............................................................................................................... 78
Figura 4.14 - Correlação entre microdureza (HV) e taxa de resfriamento (TR) para as ligas
multicomponentes investigadas. .............................................................................................. 79
Figura 4.15 - Correlação entre a microdureza (HV) e taxa de Resfriamento (TR): influência dos
ligantes Cu e Sn na matriz de Al. ............................................................................................ 80
Figura 4.16 - Correlação entre microdureza (HV) e taxa de resfriamento (TR): influência do
ligante Si na liga Al-6%Cu. ..................................................................................................... 80
Figura 4.17 - Correlação entre microdureza (HV) e espaçamento dendrítico primário (1) para
as ligas binárias analisadas. ..................................................................................................... 82
Figura 4.18 - Correlação entre microdureza (HV) e espaçamento dendrítico primário (1) para
as ligas multicomponentes investigadas. ................................................................................. 83
Figura 4.19 - Correlação entre microdureza (HV) e espaçamento dendrítico primário (1):
influência dos ligantes Cu e Sn na matriz de Al. .................................................................... 84
Figura 4.20 - Correlação entre microdureza (HV) e espaçamento dendrítico primário (1):
influência do ligante Si em Al-6%Cu...................................................................................... 85
Figura 4.21 - Correlação entre microdureza (HV) e 1-1/2 para as ligas binárias analisadas. ....... 86
Figura 4.22 - Correlação entre microdureza (HV) e 1-1/2 para as ligas multicomponentes
investigadas............................................................................................................................... 87
13
Figura 4.23 - Correlação entre microdureza (HV) e 1-1/2: influência dos ligantes Cu e Sn na
matriz de Al. ............................................................................................................................. 88
Figura 4.24 - Correlação entre microdureza (HV) e 1-1/2: influência do ligante Si em Al-6%Cu.
................................................................................................................................................... 88
Figura 4.25 - Micrografias óticas e MEV/EDS, obtidas para a liga Al-6%Cu na Posição P = 40
mm em relação à interface metal/molde: (a) micrografia ótica (seção transversal), (b) e (c)
micrografias MEV (200X e 1500X, respectivamente) e (d) microanálise MEV/EDS. ......... 91
Figura 4.26 - Micrografias óticas e MEV/EDS, obtidas para a liga Al-6%Cu-2,5%Si na Posição
P = 40 mm em relação à interface metal/molde: (a) micrografia ótica (seção transversal),
(b) e (c) micrografias MEV (200X e 1500X, respectivamente) e (d) microanálise
MEV/EDS. ................................................................................................................................ 92
Figura 4.27 - Micrografias óticas e MEV/EDS, obtidas para a liga Al-6%Cu-4%Si na Posição P
= 40 mm em relação à interface metal/molde: (a) micrografia ótica (seção transversal), (b)
e (c) micrografias MEV (200X e 1500X, respectivamente) e (d) microanálise MEV/EDS. . 93
Figura 4.28 - Micrografias óticas e MEV/EDS, obtidas para a liga Al-6%Cu-8%Si na Posição P
= 40 mm em relação à interface metal/molde: (a) micrografia ótica (seção transversal), (b)
e (c) micrografias MEV (200X e 1500X, respectivamente) e (d) microanálise MEV/EDS. . 94
14
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.2 - Leis experimentais para previsão dos espaçamentos dendríticos primários para ligas
binárias e multicomponentes à base de alumínio. .................................................................. 37
Tabela 2.3 - Relação entre microdureza, velocidade da isoterma liquidus, taxa de resfriamento e
espaçamento primário nas ligas Al-3Cu e Al-8Cu. ................................................................ 43
Tabela 2.4 - Equações correspondentes a variação de HV com a posição da isoterma liquidus (P),
λ1, VL e TR da liga Al-Cu-Si investigada. ................................................................................ 44
Tabela 3.1 - Composição química (%) dos metais utilizados nas ligas Al-Sn. ............................... 47
Tabela 3. 2 - Composição química (%) dos metais utilizados nas ligas Al-Cu............................... 47
Tabela 3.3 - Composição química (%) dos metais utilizados nas ligas Al-Cu-Si. .......................... 47
Tabela 4.2 - Leis experimentais para espaçamentos dendríticos primários (λ 1) em função dos
parâmetros térmicos para as ligas estudadas. ........................................................................ 70
Tabela 4.3 - Leis experimentais de HV=f(P, VL, TR, 1 e 1-1/2), comparadas com outras da
literatura. .................................................................................................................................. 89
15
Letras latinas
d Diagonal do losango
dP Derivada da posição -
dT Derivada da temperatura
dt Derivada do tempo -
H Dureza do material
K Condutividade térmica
Letras Gregas
σe Tensão de escoamento
Γ coeficiente de Gibbs-Thompson -
Siglas
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 19
1.1 Considerações iniciais ........................................................................................................ 19
1.2 Objetivos ............................................................................................................................. 22
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 23
2.1 Variáveis Térmicas e Microestrutura de Solidificação ....................................................... 23
2.1.1 Variáveis Térmicas .......................................................................................................... 23
2.1.2 Análise Experimental da solidificação unidirecional em condições transitórias ............ 25
2.1.3 Microestruturas de Solidificação ..................................................................................... 30
2.1.4 Leis de crescimento celular e dendrítico primário........................................................... 34
2.2 Microestrutura de Solidificação e Propriedades Mecânicas ............................................... 37
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 46
3.1 Considerações Iniciais ........................................................................................................ 46
3.2 Materiais ............................................................................................................................. 47
3.2.1 Justificativas para a utilização das ligas Al-Sn, Al-Cu e Al-Cu-Si ................................. 47
3.2.2 Dispositivo de solidificação direcional horizontal .......................................................... 48
3.2.3 Equipamentos utilizados na realização dos trabalhos experimentais .............................. 50
3.3 Métodos .............................................................................................................................. 54
3.3.1 Obtenção das ligas Al-5,5%Sn, Al-6%Cu, Al-6%Cu-2,5%Si, Al-6%Cu-4%Si e Al-
6%Cu-8%Si levantamento das curvas de resfriamento .................................................... 54
3.3.2 Procedimento experimental para determinação das variáveis térmicas de solidificação
(VR e TR) ........................................................................................................................... 56
3.3.3 Determinação experimental das macroestruturas de solidificação .................................. 58
3.3.4 Procedimento experimental para o ensaio de microdureza Vickers (HV) ...................... 61
3.3.5 Método para obtenção de micrografias e microanálises qualitativas por MEV/EDS ..... 63
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 65
4.1 Análise dos Parâmetros Térmicos ...................................................................................... 65
4.2 Análise dos Espaçamentos Dendríticos Primários ............................................................. 70
4.3 Correlação e Análise entre Microdureza, Parâmetros Térmicos e Espaçamentos
Dendríticos Primários. ....................................................................................................... 71
4.3.1 HV=f(P): P- posição da isoterma liquidus....................................................................... 71
4.3.2 HV=f(VL e TR) ................................................................................................................. 74
4.3.3 HV=f(e ) ............................................................................................................. 81
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................. 95
5.1 Conclusões .......................................................................................................................... 95
5.2 Sugestões para trabalhos futuros ........................................................................................ 98
18
1 INTRODUÇÃO
1.2 Objetivos
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A busca por materiais com propriedades cada vez mais elevadas pelas indústrias
modernas requer um conhecimento mais aprofundado do processo de solidificação em metais
e ligas metálicas. Considerando a importância científica e tecnológica deste processo,
agregada ao seu vasto campo de aplicações industriais, certamente o caracterizam como o
mais importante tipo de transformação de fases na cadeia produtiva das indústrias de
fundição. O processo de solidificação consiste fundamentalmente em um processo de
transferência de massa e calor em regime transitório onde há mudança de estado da fase
líquida para a fase sólida, e em combinação de técnicas de caracterização macro e
microestruturais, permitem analisar a influência das variáveis de processo no desempenho dos
produtos gerados.
Variáveis térmicas como temperatura de vazamento (T V), gradientes de temperatura
(GL), velocidades de evolução das isotermas de transformação liquidus e solidus (VL e VS) e
taxas de resfriamento (TR) estão intimamente relacionadas com a cinética do processo de
solidificação e são fatores determinantes para a definição da morfologia e do nível de refino
da macroestrutura e da microestrutura (Rocha, 2003; Silva, J., 2007; Moutinho, 2007; Silva,
M., 2008; Cruz, 2010; Carvalho, 2013; Gomes, 2012; Dias Filho, 2012; 2013; Costa, 2013a;
2013b; Vasconcelos 2013; Garcia, 2007; Araújo, 2015; Gomes, 2015). As propriedades
mecânicas são dependentes das estruturas de solidificação tanto em produtos fundidos como
em produtos submetidos a tratamentos térmicos. Dessa forma, as variáveis térmicas possuem
grande influência sobre a formação da estrutura de solidificação.
A transformação líquido/sólido é acompanhada por liberação de energia térmica para o
meio ambiente onde a frente de solidificação é crescente e separada por duas fases de
propriedades termofísicas distintas. As propriedades do produto final são dependentes dos
fenômenos decorrentes do processo de solidificação analisados desde a matéria-prima líquida
inicial em conjunto com as determinações das cinéticas envolvidas na transformação de
estado, as etapas representadas no fluxograma da figura 2.1 representam satisfatoriamente o
encandeamento desse fenômeno.
24
apenas em uma das paredes da lingoteira com um bloco maciço metálico ou com uma câmara
de refrigeração, o que induz a extração de calor somente por esta superfície. Nesse caso, a
turbulência do vazamento induz correntes de convecção forçada que levam algum tempo para
se dissipar e agem com intensidades diferentes ao longo da seção do lingote. Esse dispositivo,
mostrado esquematicamente na figura 2.4, foi desenvolvido pela primeira vez por Quaresma
(Quaresma et al., 2000).
Figura 2.4 - Esquema do dispositivo de solidificação direcional horizontal com resfriamento por molde
maciço.
Figura 2.6 - Modos de transferência de calor atuantes no sistema metal/molde na solidificação horizontal.
Figura 2.7 - (a) representação esquemática da atuação dos fatores de influência na formação das
𝐆 𝟏
estruturas de solidificação; (b) fator paramétrico 𝛈 = ( 𝐕𝐋 ) 𝐂 como função do teor de soluto C0 e a
𝐋 𝟎
morfologia resultante.
(a) (b)
Fonte: Rocha, 2003 (Adaptado por Dias Filho, 2012). Fonte: Rocha, 2003.
32
Figura 2.8 - Esquema representativo dos espaçamentos interdendríticos primários (λ 1), secundário (λ2) e
terciário (λ3).
Onde C é uma constante que depende do tipo de liga; o “a” é um expoente que tem
sido determinado experimentalmente na literatura para uma série de ligas (Horwath &
Mondolfo, 1962; Couthard & Elliot, 1967; Spittle & Lloyd, 1979; McCartney & Hunt, 1981;
Billia et al., 1981; Tunca & Smith, 1988; Kirkaldy et al., 1995; Ding et al., 1996; Bouchard &
Kirkaldy, 1997; Rios & Caram, 1997; Lapin et al., 1997; Lee et al., 1998; Chen & Kattamis,
1998; Li et al., 1998; Li & Beckermann, 1999; O’Dell, Ding & Tewari, 1999; Feng et al.,
1999; Lima & Goldenstein, 2000; Yang et al., 2000; Rocha et al., 2000; 2002; 2003; Çardili
& Gunduz, 2000; Drevet et al., 2000; Quaresma et al., 2000; Osório & Garcia, 2002;
Moutinho, 2011; Silva, 2007; Canté, 2009; Dias Filho, 2012; Carvalho, 2013; Nogueira,
2011; Nogueira et al., 2012; Kikuchi et al., 2011; Cruz, 2008; Costa, 2013a; 2003b); λC, λ1 e
λ2 são, respectivamente, espaçamentos celulares, dendríticos primários e dendríticos
secundários; GL é o gradiente de temperatura à frente da isoterma liquidus; VL é a velocidade
de deslocamento da isoterma liquidus, e; TR é a taxa de resfriamento, que pode ser expressa
também pelo produto GL.VL (Spinelli, 2005).
que não existe na literatura modelos teóricos de crescimentos dendríticos primários para ligas
ternárias.
Em que:
Tabela 2.2 - Leis experimentais para previsão dos espaçamentos dendríticos primários para ligas binárias
e multicomponentes à base de alumínio.
Direção de
Autor Liga Lei
crescimento
Al-5%Cu
Rocha, 2003 Al-8%Cu 1 = 250(TR)-0,55
Al-15%Cu
Al-3%Si
Al-5%Si
Peres, 2005 1 = 220(TR)-0,55
Al-7%Si
Al-9%Si
Al-20%Sn
Cruz, 2008 Al-30%Sn 1 = 70(TR)-0,55
Al-40%Sn
1= 100(TR)-0,55
Al-1,0%Ni Vertical
para 2,5% de Ni;
Al-2,5%Ni
e
Canté, 2009 Al-3,0%Ni
Al-4,7%Ni 1= 220(TR)-0,55,
para as demais
Al-5,0%Ni
composições de Ni.
Al-0,5%Fe
Goulart, 2010 Al-1,0%Fe 1= 95(TR)-0,55
Al-1,5%Fe
Al-6,0%Cu-1,0%Si
Moutinho, 2012 1= 153(TR)-0,55
Al-6,0%Cu-4,0%Si
Al-3,0%Cu-5,5%Si 1= 216(TR)-0,55
Gomes, 2012
Al-3,0%Cu-9,0%Si 1=200(TR)-0,55
Al-3%Si
Carvalho, 2013 Al-7%Si 1 = 240(TR)-0,55
Al-9%Si
Al-6,0%Cu-2,5%Si
Costa, 2013a Al-6,0%Cu-4,0%Si 1 = 294(TR)-0,55 Horizontal
Al-6,0%Cu-8,0%Si
Vasconcelos et al. (2015) Al-5,5%Sn 1 = 144(TR)-0,55
Al-5%Cu
Barros et al. (2015b) 1 = 440(TR)-0,55
Al-8%Cu
Araújo, 2015 Al-3%Cu-5.5%Si λ1 = 396 (TR)-0,55 Horizontal
efetivos no que se refere ao controle das propriedades mecânicas da liga, as quais são
substancialmente melhoradas com o refino da microestrutura.
A influência do tamanho de grão da liga nas suas características mecânicas está
associada ao efeito da distribuição de porosidade, inclusões e produtos segregados. Por
exemplo, a maioria das fases mais frágeis precipita mais tardiamente no processo de
solidificação e acomodam-se preferencialmente nos contornos de grão e, juntamente com a
ação de outros parâmetros estruturais, são responsáveis pela qualidade mecânica inferior das
estruturas constituídas de granulação mais grosseira. As heterogeneidades aparecem
particularmente nos contornos de grãos, constituindo, portanto, em caminhos preferenciais de
fratura (Garcia, 2007; Flemings, 1974).
Deste modo, a partir da percepção da influência que os parâmetros microestruturais
possuem sobre as propriedades mecânicas do material produzido, iniciaram-se estudos
correlacionando a microestrutura e tais propriedades já na década de 50, quando surgiu a
relação proposta por Hall (1951) e Petch (1953). Com tais estudos, pesquisadores deduziram
uma equação que relaciona o diâmetro do grão com o limite de escoamento ou com a dureza
do material, conforme expresso nas equações abaixo:
H = H 0 + k × d(−1/2) (2.9)
σe = σi + k × d(−1/2) (2.10)
Em que:
H é a dureza do material;
σe é a tensão de escoamento;
"d" é o tamanho médio dos grãos;
H0 , σi e k são constantes particulares do material obtidas experimentalmente;
(Rooy, 1998). Este autor mostra que o limite de resistência à tração desta liga é mais
dependente do espaçamento dendrítico do que do tamanho de grão.
Figura 2.11 - Gráficos que apresentam a variação do alongamento específico com o tamanho de grão e
espaçamento dendrítico primário para uma liga Al-7%Si.
observou-se que a dureza aumenta com a elevação da concentração de soluto na liga e com a
redução do espaçamento celular/dendrítico para qualquer uma das ligas levantadas.
Correlação similar foi também proposta para ligas Zn-Cu ricas em Zn.
Kaya et al. (2013; 2008) publicaram em trabalhos recentes a correlação entre os
parâmetros microestruturais (λ1 e λ2) de ligas à base de alumínio com valores de microdureza
medidos sobre as seções transversal e longitudinal do produto fundido sob regime
estacionário de extração de calor. Nas figuras 2.12, 2.13, 2.14 e 2.15, são ilustrados os
resultados obtidos que mostraram que o aumento dos espaçamentos dendríticos promoveu a
redução da dureza ensaiada, isto é, os estudos indicam que o grau de refinamento da estrutura
produz materiais com microdureza mais elevada, e, portanto com maiores resistências ao
desgaste.
Figura 2.12 - Variação dos valores de Microdureza Vickers (HV) em função dos espaçamentos dendríticos
da liga Al-7%Ni.
Figura 2.13 - Variação dos valores de Microdureza Vickers (HV) em função dos espaçamentos.
Figura 2.14 - Variação dos valores de Microdureza Vickers (HV) em função dos espaçamentos.
Figura 2.15 - Variação dos valores de Microdureza Vickers (HV) em função dos espaçamentos.
Figura 2.16 - Variação dos valores de Microdureza Vickers (HV) em função dos espaçamentos.
Tabela 2.3 - Relação entre microdureza, velocidade da isoterma liquidus, taxa de resfriamento e
espaçamento primário nas ligas Al-3Cu e Al-8Cu.
Liga Lei Experimental
HV = 59(VL)0,11
HV = 54(TR)0,05
Al-3%Cu
HV = 97(1)-0,098
HV = 47+147(1)-1/2
HV = 86(VL)0,15
HV = 74(TR)0,09
Al-8%Cu
HV = 151(1)-0,12
HV = 60+270(1)-1/2
A figura 2.17 apresenta os resultados obtidos por Barros et al. (2015b), pela qual se
observa a variação dos valores da microdureza conforme a variação do espaçamento primário
para cada uma das ligas estudadas por Barros et al. (2015b), experimentalmente e também
pelas formulações de Hall-Peth, estes valores foram representados por uma função do tipo
potência.
44
Figura 2.17 - Microdureza em função do espaçamento dendrítico. (a) Lei experimental encontrada para as
ligas em estudo. (b) Lei proposta por Hall-Petch.
(a) (b)
Araújo (2015) propôs, pela primeira, leis experimentais de HV=f(λ 1, VL e TR) dos
tipos potência e de Hall-Petch para uma liga multicomponente Al-3%Cu-5,5%Si, permitindo
constatar que os valores de HV aumentam com a diminuição de λ 1 e com o aumento de VL e
TR . Essas leis são indicadas na tabela 2.4. Araújo (2015) tem avaliado o efeito da adição do
ligante Si na liga Al-3%Cu, estudada por Barros et al (2015), para a formação da liga ternária
Al-3%Cu-5,5%Si. Os resultados obtidos pelo respectivo autor mostram que os valores HV
aumentaram para a liga multicomponente quando comparados com a liga binária Al-3%Cu. A
figura 2.18 apresenta os resultados alcançados por Araújo.
Tabela 2.4 - Equações correspondentes a variação de HV com a posição da isoterma liquidus (P), λ1, VL e
TR da liga Al-Cu-Si investigada.
Liga Leis experimentais de potência e Hall-Petch
HV = 18 (λ1)-0,17 HV= 61+183 (λ1)-1/2
Al-3%Cu-5,5%Si HV = 120(P)-0,098 0,14
HV =101(VL) HV = 85(TR)0,06
Figura 2. 18 - Dependência da microdureza sobre a: (a) posição da isoterma liquidus, (b) 1 e (c) 1-1/2.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Cálculo estequiométrico
para a obtenção das Fusão das
Corte e pesagem dos
composições Al- metais ligas Al-Sn, Al-Cu e as
5,5%Sn, Al-6%Cu e Al- Al-Cu-Si no
6%Cu-XSi onde n é Al, Sn, Cu e Si
forno tipo mufla
igual a 2,5%, 4% e 8%
Caracterização
Corte do lingote para Caracterização e
microestrutural
caracterização da quantificação da
utilizando MEV e
macro e amostras para microestrutura
análise química através
a microestrutura dendrítica
de EDS
3.2 Materiais
Nas tabelas 3.1, 3.2 e 3.3 são apresentadas as composições químicas dos metais
utilizados para na preparação das ligas analisadas. As tabelas 3.4, 3.5 e 3.6 mostram as
propriedades termofísicas das respectivas ligas. A liga do sistema Al-Sn investigada apresenta
teor de soluto correspondente a 5,5% de estanho, a liga do sistema Al-Cu apresenta 6% de
cobre e as ligas do sistema Al-Cu-Si estudadas apresentam teores de soluto equivalentes a
2,5%, 4% e 8% de silício.
Tabela 3.1 - Composição química (%) dos metais utilizados nas ligas Al-Sn.
Composição Química % (em peso)
Metal
Al Fe Ni Si P Ca Ti Sn
Al 99,70 0,14 0,0069 0,10 - 0,0162 - 0,0084
Sn 0,11 0,32 0,0102 99,60 0,0100 0,0214 0,0455 -
Tabela 3. 2 - Composição química (%) dos metais utilizados nas ligas Al-Cu.
Composição Química % (em peso)
Metal
Al Fe Ni Cu Si Mg Pb Cr Mn Zn Sn
Al 99,68 0,175 0,0148 0,0242 0,103 0,0011 - - - - -
Cu - - - 99,64 0,09 - 0,002 0,27 - - -
Tabela 3.3 - Composição química (%) dos metais utilizados nas ligas Al-Cu-Si.
Composição Química % (em peso)
Metal
Al Fe Ni Si P Ca Ti Zn Ga V Cu
Al 99,7 0,176 0,006 0,062 - - 0,009 0,007 0,012 0,011 0,005
Cu - - - 0,09 - - - - - - 99,64
Si 0,1094 0,3164 0,0102 99,596 0,01 0,0214 0,0455 - - - -
A escolha da liga Al-5,5%Sn pode ser justificada em função dos seguintes motivos:
A liga do sistema Al-6%Cu foi selecionada com base nos seguintes critérios:
Figura 3.3 - Dispositivo de solidificação unidirecional horizontal refrigerado a água utilizado neste
trabalho.
Figura 3.4 - (a) Balança digital; (b) Cadinho e (c) Forno mufla.
Figura 3.6 - Tela de iniciação dos programas (a) AMR-Software e (b) Origin.
(a) (b)
Figura 3.7 - (a) Microscópio ótico Olimpus, modelo UC30 e (b) Tela de iniciação do programa ImageJ.
(a) (b)
Figura 3.8 - Microdurômetro Shimadzu HMV-2 com um corpo de prova sendo ensaiado.
3.3 Métodos
para as ligas Al-5,5%Sn (Vasconcelos, 2013) e Al-6%Cu-XSi (Costa, 2013a; 2013b), acima
das temperaturas liquidus. As temperaturas de vazamento foram definidas em função de
estudos anteriormente desenvolvidos, relacionados à transição colunar-equiaxial (TCE) das
ligas investigadas.
Posteriormente, os termopares foram posicionados no interior dispositivo de
solidificação nas posições 5, 10, 15, 30 e 50 mm em relação à câmara de refrigeração, de tal
maneira que possibilitou o acompanhamento da extração do fluxo de calor direcional
horizontal. O registrador de temperatura foi conectado ao computador. O vazamento do metal
líquido foi realizado logo após os ajustes desses componentes.
O monitoramento das temperaturas durante o processo de solidificação foi
realizado através dos termopares conectados a um registrador de dados interligado a um
computador. O monitoramento do processo possibilitou a obtenção de curvas experimentais
da variação de temperatura em função do tempo.
Ao alcançar as temperaturas de superaquecimento desejadas, o dispositivo de
solidificação foi então desligado e o sistema de refrigeração acionado através da abertura de
uma válvula, possibilitando o início do processo de solidificação. A refrigeração foi realizada
com um fluxo contínuo de água à temperatura ambiente injetada em uma das laterais externa
da chapa molde.
A obtenção das curvas de resfriamento foi possível a partir de temperaturas
registradas durante o processo até a completa solidificação do material. Os dados foram
armazenados em computador e tratados em software específico para plotagem das curvas das
ligas estudadas. O procedimento experimental de vazamento e aquisição de dados está
esquematizado na figura 3.10.
56
(VR e TR)
liquidus (t). A figura 3.11(a) esquematiza o registro dos tempos em que a TL é atingida para
diferentes posições de termopares, sendo P1 o termopar mais próximo da interface
metal/molde com seu respectivo tempo t1 e P4 o mais afastado, com a indicação do tempo t 4.
Ajustes matemáticos realizados pelo programa Excel através do método dos mínimos
quadrados foram efetivados gerando uma função P(t) a.t b , esquematizado no gráfico da
figura 3.11(b).
(a) (b)
Figura 3.12 - Macroestrutura de solidificação das ligas: (a) Al-5,5%Sn; (b) Al-6%Cu; (c) Al-6%Cu-
2,5%Si; (d) Al-6%Cu-4%Si e (e) Al-6%Cu-8%Si.
(a)
Fonte: Vasconcelos, 2013.
(b)
Fonte: Dias Filho, 2012.
(c)
Fonte: Costa, 2013b.
(d)
Fonte: Costa, 2013b.
60
(e)
Fonte: Costa, 2013a.
Figura 3.13 - Arranjo geométrico dos cortes realizados. - Arranjo geométrico dos cortes realizados.
A seguir, os corpos de prova foram embutidos a frio, lixados e polidos com pasta de
diamante. Finalmente, foi realizado o ataque químico com solução de 5% de NaOH em água
destilada para revelar as microestruturas. As micrografias foram obtidas no Microscópio ótico
Olympus-Arotec SZ-61 com luz refletida acoplada com câmera UC-30a partir do software
analisador de imagens AnalySIS 5.1 da Olympus apresentado anteriormente na figura 3.7(a).
A obtenção das medidas de 1 foram então realizadas utilizando-se o software ImageJ,
apresentado na figura 3.7(b). O método para quantificar os valores desses espaçamentos é
mostrado na figura 3.14 e foi utilizado por Çardilli et al. (2000), Rocha et al. (2003a; 2003b;
2000; 2002), Kaya et al. (2007) e Cruz et al. (2008).
Figura 3.14 - Técnica de Medidas dos espaçamentos dendríticos primários, utilizando o método do
triângulo (Rocha, 2003; Gündüz et al., 2002; Kaya et al., 2007; Cruz et al., 2008): (a) esquema
representativo; (b) Microestrutura obtida para Al-5,5%Sn.
Figura 3.16 - Esquema representativo do método para realização do ensaio de Microdureza Vickers (HV).
Com os resultados experimentais de microdureza obtidos para cada liga, foi possível
levantar um perfil de microdureza Vickers e através do software Origin, apresentado
anteriormente na figura 3.6(b) e correlacioná-lo com as posições (P), as variáveis térmicas
como velocidade da isoterma liquidus (VL) e taxa de resfriamento (TR), e espaçamento
dendrítico primário (1), apresentados por uma variação entre o limite mínimo e máximo
obtido a partir das 20 diferentes medições.
4 RESULTADOS
Figura 4.1 - Curvas experimentais de resfriamento das ligas binárias (a) Al-6%Cu e (b) Al-5,5%Sn TL e
TV são as temperaturas liquidus e vazamento do metal líquido, respectivamente.
750 800
TL = 638 C o
Temperatura (ºC)
500 TL = 650 C
600
400
550
300
Termopar 5 mm Termopar 05 mm
500 Termopar 10 mm
Termopar 10 mm 200
Termopar 15 mm Termopar 15 mm
450 100
Termopar 30 mm Termopar 30 mm
Termopar 50 mm Termopar 50 mm
400 0
0 100 200 300 400 500 0 100 200 300 400 500
Tempo, t (s)
Tempo (s)
(a) (b)
Fonte: Dias Filho, 2012. Fonte: Vasconcelos, 2013.
66
Figura 4.2 - Curvas experimentais de resfriamento das ligas binárias Al-6%Cu-2,5%Si, Al-6%Cu-4%Si e
Al-6%Cu-8%Si. TL e TV são as temperaturas liquidus e vazamento do metal líquido, respectivamente.
A partir das leituras dos termopares foram obtidos gráficos da posição da interface
metal/molde em função do tempo (figuras 4.1 e 4.2), correspondentes à passagem da frente
liquidus. Os tempos experimentais foram obtidos a partir das interseções das retas de cada
temperatura liquidus (TL) com as curvas de resfriamento, para cada posição dos termopares.
Para a determinação dos valores dos parâmetros térmicos de solidificação V L e TR, que variam
tanto em função do tempo como da posição durante a solidificação, foi utilizada uma técnica
de ajuste por curva desses pontos experimentais gerando uma expressão algébrica da posição
em função do tempo para as ligas estudadas, conforme apresentado nas figuras 4.3(a) e 4.3(b).
67
Observa-se pela figura 4.3(a) que a cinética de solidificação da liga Al-5,5%Sn é mais rápida
que a da liga Al-6%Cu, isto é, nota-se que fixando uma posição no metal o tempo de
passagem da isoterma liquidus por esta posição da liga Al-Sn é menor que o da liga Al-Cu,
ambos binários analisados neste trabalho. Tal comportamento também é observado para as
ligas ternárias Al-Cu-Si investigadas, ou seja, verifica-se pela figura 4.3(b) que as isotermas
liquidus das ligas Al-6%Cu-(2,5 e 4)%Si se deslocam mais rapidamente que a isoterma
liquidus da liga Al-6%Cu-8%Si.
Figura 4.3 - Posição das isotermas liquidus a partir da interface metal/molde em função do tempo: (a) ligas
binária de Al-Sn e Al-Cu e (b) multicomponentes Al-Cu-Si.
60 60
0,89
Al-5,5%Sn - P = 0,99(t) (Vasconcelos, 2014) 0,79
Al-6%Cu-(2,5 e 4) %Si - P = 1,4(t) (Costa, 2013)
50 0,79 50
Al-6%Cu - P = 0,96(t) (Dias, 2012)
0,79
Al-6%Cu-8%Si - P = 1(t) (Costa, 2013)
40 40
Posição (mm)
Posição (mm)
30 30
20 20
10 10
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
t - tempo (s) t - Tempo (s)
(a) (b)
Figura 4.4 - Correlação entre velocidade de deslocamento da isoterma liquidus com a posição para as ligas
binária se multicomponentes analisadas neste trabalho.
1,4 2,0
1,8 -0,27
1,2 Al-5,5%Sn - VL = 0,88(P)
-0,1
(este trabalho) Al-6%Cu-(2,5 e 4)%Si - VL = 1,2(P) (Costa, 2013)
-0,27 1,6 -0,27
Al-6%Cu - VL = 0,9(P) (Dias, 2012) Al-6%Cu-8%Si - V = 0,9(P) (Costa, 2013)
1,0 L
1,4
VL (mm/s)
1,2
VL (mm/s)
0,8
1,0
0,6
0,8
0,4 0,6
0,4
0,2
0,2
0,0 0,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
(a) (b)
Por outro lado, os valores das taxas de resfriamento (TR) foram determinados
considerando os perfis experimentais de temperatura (figura 4.1 e 4.2), conforme metodologia
apresentada por Rocha et al. (2003a; 2003b; 2000). Os resultados estão indicados na figura
4.5.
10 10
-0,93
Al-6%Cu-2,5%Si - TR = 50(P) (Costa, 2013)
9 -0,54 9
Al-5,5%Sn - T = 11(P) (este trabalho)
R -0,93
8 8 Al-6%Cu-4%Si- TR = 40(P) (Costa, 2013)
-0,46
Al-6%Cu - T = 4,76(P) (Dias, 2012)
7 R 7 -0,46
Al-6%Cu-8%Si- TR = 5(P) (Costa, 2013)
6 6
TR (K/s)
TR (K/s)
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
(a) (b)
Fonte: autoria própria.
69
Nota-se, portanto, pelos gráficos das figuras 4.4 e 4.5, a diminuição de VL e TR para as
posições mais afastadas da câmara refrigerada. Isso pode ser explicado em função do aumento
crescente da resistência térmica da camada solidificada com a evolução do processo de
solidificação. Essas figuras apresentam também a comparação das velocidades e taxas de
resfriamento experimentais, obtidas para ambas as ligas binárias e ternárias estudadas no
presente trabalho. Assim, inter-relacionando os resultados apresentados pelas figuras 4.3, 4.4
e 4.5, observa-se que as velocidades e taxas de resfriamento experimentais refletem o
comportamento das cinética de solidificação para todos os casos analisados, ou seja, maiores
valores de VL e TR são notados para avanços mais rápidos de posições da isoterma liquidus. A
tabela 4.1 representa o comportamento experimental qualitativo desses resultados para todas
as composições investigadas, ressaltando que o termo “rápida” e “lenta” foram utilizados para
diferenciar qualitativamente a cinética de deslocamentos das respectivas curvas durante a
solidificação direcional.
Tabela 4.2 - Leis experimentais para espaçamentos dendríticos primários (λ 1) em função dos parâmetros
térmicos para as ligas estudadas.
Liga Orientação Leis experimentais Referência
Vasconcelos,
Al-5,5%Sn Horizontal 1 = 43(P)
0,26
1 = 62(VL) -1,1
1 = 144(TR) -0,55
2013
Dias Filho,
Al-6%Cu Horizontal 1 = 78(P)
0,3
1 = 56,8(VL) -1,1
1 = 216(TR) -0,55
2012
Al-6%Cu-2,5%Si Horizontal 1 = 56(P)0,38 Costa, 2013
Al-6%Cu-4%Si Horizontal 1 = 41,5(P)0,5 1 = 93(VL)-1,1 1 = 294(TR)-0,55 Costa, 2013
Al-6%Cu-8%Si Horizontal 1 = 150(P) 0,19
Costa, 2013
Vertical Moutinho,
Al-6%Cu-1%Si 1 = 13,9(P) 1 = 120,19(VL)
0,5 -1,1
1 = 140(TR) -0,55
ascendente 2012
Vertical Moutinho,
Al-6%Cu-4%Si 1 = 9(P)
0,8
1 = 195,49(VL) -1,1
1 = 145(TL)-0,55
ascendente 2012
Vertical
Al-3%Cu-5,5%Si 1 = 9,1(P)
0,74
1 = 84(VL) -1,1
1 = 216(TL)-0,55
Gomes, 2012
ascendente
Vertical
Al-3%Cu-9%Si 1 = 7,3(P)0,72 1 = 63(VL)-1,1 1 = 200(TL)-0,55 Gomes, 2012
ascendente
Al-3%Cu-5,5%Si Horizontal 1 = 39,5(P) 0,67
1 = 96(VL) -1,1
1 = 396(TL)-0,55
Araújo, 2015
Dendríticos Primários.
Os ensaios de dureza são um dos métodos mais utilizados para a determinação das
propriedades mecânicas dos materiais solidificados, por ser uma técnica simples, precisa e de
fácil execução. De tal modo que neste trabalho são apresentados resultados de correlações de
microdureza Vickers (HV) com parâmetros térmicos (VL e TR) e espaçamentos dendríticos
primários (1). Nesse sentido, ensaios de microdureza (HV) foram obtidos para as ligas Al-
5,5%Sn, Al-6%Cu, Al-6%Cu-2,5%Si, Al-6%Cu-4%Si e Al-6%Cu-8%Si em posições
relativamente à base refrigerada (chapa molde), específicas para cada liga analisada.
ligas, o qual é o principal responsável pelo aumento de resistência mecânica em ligas binárias
Al-Cu. Por outro lado, o sistema binário Al-Sn apresenta os elementos Al e Sn quase que
imiscíveis no estado sólido, onde o Sn, bem mais mole que a fase intermetálica Al 2Cu,
apresenta-se durante a solidificação dispersa na matriz de alumínio. As figuras 4.6(b) e (c)
mostram os caminhos de solidificação dessas ligas, pelos quais se verifica a presença das
fases Al2Cu e Sn, nas ligas binárias Al-6%Cu e Al-5,5%Sn, respectivamente. Observa-se,
para todos os casos analisados, que leis experimentais do tipo potência foram obtidas, dadas
pela fórmula matemática HV=Constante (P)n, o sinal do expoente “n” explica a evolução de
HV com P para as ligas binárias investigadas.
Figura 4.6 - (a) Correlação entre HV =f(P). (b) e (c) caminho de solidificação para as ligas Al-Cu (b) e Al-
Sn, respectivamente.
(b)
1000
100
Microhardness, HV
(a)
10
Al-6%Cu - HV = 102(P)-0,03
Al-5,5%Sn - HV = 23(P)0,07 (c)
1
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Position, P (mm)
Nas figuras 4.7(a), (b) e (c) têm-se os resultados de microdureza (HV) correlacionados
com a posição da isoterma liquidus (P) para as ligas multicomponentes Al-6%Cu-2,5%Si, Al-
6%Cu-4%Si e Al-6%Cu-8%Si, respectivamente. Observa-se, para todos os casos analisados,
que HV diminui com o avanço de P. É possível notar pela figura 4.7 que leis experimentais do
tipo potência foram obtidas, dadas pela fórmula matemática HV=Constante (P)-n, as quais
explicam a evolução de HV com P.
Figura 4.7 - Correlação entre a microdureza (HV) e a Posição (P) para as ligas ternárias estudadas neste
trabalho.
1000 1000
Microdureza (HV)
100 100
Microdureza (HV)
10 10 Experimental
Experimental -0.13
-0.062 HV = 328(P)
HV = 185(P) 2
2 R = 0.86 Al-6%Cu-4%Si
R = 0.75
Al-6%Cu-2,5%Si
1 1
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Posição (mm) Posição (mm)
(a) (b)
1000
Microdureza (HV)
100
10 Experimental
-0.16
HV = 229,21(P)
2
R = 0.75 Al-6%Cu-8%Si
1
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Posição (mm)
(c)
1000
100
Microdureza (HV)
-0.062 2
10 Al-6%Cu-2,5%Si - HV = 185(P) R = 0.75
-0.13 2
Al-6%Cu-4%Si - HV = 328(P) R = 0.86
-0.16 2
Al-6%Cu-8%Si - HV = 229,21(P) R = 0.75
-0,03 2
Al-6%Cu - HV = 102(P) R = 0,88
1
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Posição (mm)
Verifica-se, portanto, para a liga Al-5,5%Sn, da mesma forma como observado para HV=(P),
que o sinal (-) do expoente (n = -0,71 e n = -0,13) observado pelas equações no interior das
figuras 4.9(b) 4.13(b), respectivamente, reflete fisicamente a dependência de HV com V L e
TR.
1000 1000
Al-6%Cu
Al-5,5%Sn
100 100
Microdureza (HV)
Microdureza (HV)
10 10
Experimental Experimental
0.11 -0.71
HV = 106(VL) HV = 21(VL)
1 1
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85 0,9
V (mm/s) V (mm/s)
L L
(a) (b)
Figura 4.10 - Correlação entre microdureza (HV) e Velocidade (VL) para as ligas multicomponentes
analisadas.
1000 1000
100 100
Microdureza (HV)
Microdureza (HV)
10 10
Experimental Experimental
0.228 0.48
HV = 176,92(VL) HV = 298,11(VL)
2
R = 0.75 Al-6%Cu-2,5%Si 2
R = 0.86 Al-6%Cu-4%Si
1 1
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
VL (mm/s) VL (mm/s)
(a) (b)
1000
100
Microdureza (HV)
10
Experimental
0.64
HV = 252,7(VL)
R = 0.8 Al-6%Cu-8%Si
1
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
V (mm/s)
L
(c)
Figura 4.11 - Correlação entre microdureza (HV) velocidade (VL): influência dos ligantes Cu e Sn na
matriz de Al.
1000
100
Microdureza (HV)
10
Al-6%Cu - HV = 106(VL)0,11
Al-5,5%Sn - HV = 21(VL)-0,71
1
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
V (mm/s)
L
Figura 4.12 - Correlação entre microdureza (HV) a velocidade (VL): influência do ligante Si na liga Al-
6%Cu.
1000
100
Microdureza (HV)
0.228
10 Al-6%Cu-2.5%Si - HV = 176,92(VL)
0.48
Al-6%Cu-4%Si - HV = 298,11(VL)
0.64
Al-6%Cu-8%Si - HV = 252,7(VL)
0.11
Al-6%Cu - HV = 106(VL)
1
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
VL (mm/s)
Figura 4.13 - Correlação entre microdureza (HV) e taxa de resfriamento (TR) para as ligas binárias
investigadas.
1000 1000
Al-6%Cu Al-5.5%Sn
100
Microdureza (HV)
100
Microdureza (HV)
10 10
Experimental Experimental
0.06 -0.13
HV = 93(TR) HV = 32(TR)
1 1
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
TR (°C/s) TR (°C/s)
(a) (b)
Figura 4.14 - Correlação entre microdureza (HV) e taxa de resfriamento (TR) para as ligas
multicomponentes investigadas.
1000 1000
100 100
Microdureza (HV)
Microdureza (HV)
10 10
Experimental Experimental
0.14
HV = 138,91(TR)
0.082 HV = 195,6(TR)
2
2
Al-6%Cu-2,5%Si R = 0.8 Al-6%Cu-4%Si
R = 0.78
1
1
0,1 1 10
0,1 1 10
TR (°C/s) TR (°C/s)
(a) (b)
1000
100
Microdureza (HV)
10
Experimental
0.38
HV = 129(TR)
2
R = 0.8 Al-6%Cu-8%Si
1
0,1 1 10
TR (°C/s)
(c)
Figura 4.15 - Correlação entre a microdureza (HV) e taxa de Resfriamento (TR): influência dos ligantes
Cu e Sn na matriz de Al.
1000
100
Microdureza (HV)
10
Al-6%Cu - HV = 93(TR)0,06
Al-5,5%Sn - HV = 32(TR)-0,13
1
1 2 3 4 5
TR (°C/s)
Figura 4.16 - Correlação entre microdureza (HV) e taxa de resfriamento (TR): influência do ligante Si na
liga Al-6%Cu.
1000
100
Microdureza (HV)
0.082
Al-6%Cu-2.5%Si - HV = 138,91(TR)
10 0.14
Al-6%Cu-4%Si - HV = 195,6(TR)
0.38
Al-6%Cu-8%Si - HV = 129(TR)
0.06
Al-6%Cu - HV = 93(TR)
1
0,1 1 10
TR (°C/s)
HV = K1(λ1)a (4.1)
HV = H0 + K2(λ1)b (4.2)
onde a e b são os valores dos expoentes em função dos espaçamentos dendríticos primários e
H0, K1 e K2 são constantes determinadas experimentalmente para cada tipo de liga. Kaya et al.
(2008; 2012; 2013) têm explicado em seus trabalhos que a Equação 4.1 é uma forma
simplificada da equação de Hall-Petch, apresentada pela Equação 4.2.
Figura 4.17 - Correlação entre microdureza (HV) e espaçamento dendrítico primário (1) para as ligas
binárias analisadas.
1000 1000
Al-6%Cu Al-5.5%Sn
100 100
Microdureza (HV)
Microdureza (HV)
10 10
Experimental
-0.15
Experimental
HV = 204(1) 0.30
HV = 8,2(1)
2
R = 0,8 2
1
R = 0,81
1
100 150 200 250 300
100 150 200 250 300
1 (m)
1 (m)
(a) (b)
Figura 4.18 - Correlação entre microdureza (HV) e espaçamento dendrítico primário (1) para as ligas
multicomponentes investigadas.
1000 1000
Microdureza (HV)
100 100
Microdureza (HV)
10 10
Experimental Experimental
-0.203
HV = 435,26(1) HV = 742,14(1)
-0.235
2
R = 0.78 Al-6%Cu-2,5%Si 2
R = 0.81 Al-6%Cu-4%Si
1 1
75 150 225 300 375 75 150 225 300 375
1(m) 1(m)
(a) (b)
1000
100
Microdureza (HV)
10
Experimental
-0.60
HV = 3926(1)
2
R = 0.82 Al-6%Cu-8%Si
1
75 150 225 300 375
1(m)
(c)
como uma segunda fase isolada, durante o processo de solidificação das ligas hipoeutéticas
multicomponentes Al-Cu-Si, contribuem, portanto, com o aumento de HV para esses sistemas
de ligas. Verifica-se também pela figura 4.20 que o elemento Si parece contribuir com o
aumento de HV para as ligas ternárias analisadas, exceto para a liga Al-6%Cu-8%Si em que
HV foi medida nas regiões interdendríticas, especificamente na mistura eutética α-
Al+Al2Cu+Si, o que proporcionou maior sensibilidade na curva evolutiva de HV = f(1), de
forma que sua tendência aponta maiores valores de HV para espaçamentos dendríticos
primário muito refinado, como pode ser observado pela inclinação da curva para esta liga,
apresentada na figura 4.20.
Figura 4.19 - Correlação entre microdureza (HV) e espaçamento dendrítico primário (1): influência dos
ligantes Cu e Sn na matriz de Al.
1000
100
Microdureza (HV)
10 Experimental - Al-6%Cu
Experimental - Al-5,5%Sn
-0.15 2
HV = 204(1) R = 0.8
0.30 2
HV = 8,2(1) R = 0.81
1
100 m) 200 300
Figura 4.20 - Correlação entre microdureza (HV) e espaçamento dendrítico primário (1): influência do
ligante Si em Al-6%Cu.
1000
100
Microdureza (HV)
-0.203
10 Al-6%Cu-2,5%Si - HV = 435,26(1)
-0.235
Al-6%Cu-4%Si - HV = 742,14(1)
-0.6
Al-6%Cu-8%Si - HV = 3926(1) (Costa, 2013)
-0.15
Al-6%Cu - HV = 204(1)
1
75 150 225 300 375
1 (m)
(a) (b)
Figura 4.21 - Correlação entre microdureza (HV) e 1-1/2 para as ligas binárias analisadas.
10000 10000
Experimental
-1/2 Al-6%Cu Experimental
HV = 74+273(1) -1/2
Al-5,5%Sn
1000
2
1000 HV = 37-1593,6(1)
R = 0,96
Microdureza (HV)
2
Microdureza (HV)
R = 0,81
100 100
10 10
1 1
0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 0,11 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008 0,009
-1/2 -1/2
-1/2 -1/2
m) m)
(a) (b)
Figura 4.22 - Correlação entre microdureza (HV) e 1-1/2 para as ligas multicomponentes investigadas.
1000 1000
Microdureza (HV)
100 100
Microdureza (HV)
10 10
Experimental Experimental
-1/2
HV = 91+805() HV = 105+1574()
-1/2
R = 0.8 Al-6%Cu-2,5%Si 2
R = 0,78 Al-6%Cu-4%Si
1 1
0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 0,11 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 0,11
-1/2 -1/2 -1/2 -1/2
1 µm ) 1 µm )
(a) (b)
Fonte: autoria própria. Fonte: autoria própria.
1000
100
Microdureza (HV)
10
Experimental
-1/2
HV = -113+4067()
2
R = 0,91
Al-6%Cu-8%Si
1
0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 0,11
-1/2 -1/2
1 µm )
(c)
Fonte: Costa, 2013b.
Figura 4.23 - Correlação entre microdureza (HV) e 1-1/2: influência dos ligantes Cu e Sn na matriz de Al.
10000
Experimental - Al-6%Cu
Experimental - Al-5,5%Sn
-1/2 2
1000 HV = 74+273(1) R = 0.96
-1/2 2
Microdureza (HV) HV = 37-1593,6(1) R = 0.81
100
10
1
1E-3 0,01 0,1
-1/2 -1/2
m)
Figura 4.24 - Correlação entre microdureza (HV) e 1-1/2: influência do ligante Si em Al-6%Cu.
1000
100
Microdureza (HV)
-1/2
10 Al-6%Cu-2,5%Si - HV = 91+805()
-1/2
Al-6%Cu-4%Si - HV = 105+1574()
-1/2
Al-6%Cu-8%Si - HV = -113+4067()
-1/2
Al-6%Cu - HV = 74+273()
1
0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 0,11
-1/2 -1/2
1 µm )
Tabela 4.3 - Leis experimentais de HV=f(P, VL, TR, 1 e 1-1/2), comparadas com outras da literatura.
Liga Leis experimentais Referência
HV = 23(P)0,07
HV=21(VL)-0,71
Al-5,5%Sn HV=32(TR)-0,13 Este trabalho
HV=8,2(λ1)-0,30
HV=37 – 1593,6(λ1)-1/2
HV = 73(P)-0,07
HV = 59(VL)0,11
Al-3%Cu HV = 54(TR)0,05 Barros et al., 2015
HV = 97(λ1)-0,098
HV = 47+147(λ1)-1/2
HV = 120(P)-0,098
HV =101(VL)0,14
Al-3%Cu-5,5%Si HV = 85(TR)0,06 Araújo, 2015
HV = 18 (λ1)-0,17
HV= 61+183 (λ1)-1/2
HV = 102(P)-0,03
HV=106(VL)0,11
Al-6%Cu HV=93(TR)0,06 Este trabalho
HV=204(λ1)-0,15
HV=74+273(λ1)-1/2
HV = 185(P)-0,062
HV=176,92(VL)0,228
Al-6%Cu-2,5%Si HV=138,91(TR)0,082 Este trabalho
HV=435,26(λ1)-0,203
HV=91+850(λ1)-1/2
HV = 328(P)-0,13
HV=298,11(VL)0,48
Al-6%Cu-4%Si HV=195,6(TR)0,14 Este trabalho
HV=742,14(λ1)-0,235
HV=105+1574(λ1)-1/2
HV = 229,21(P)-0,16 Este trabalho
HV=252,7(VL)0,64 Este trabalho
Al-6%Cu-8%Si HV=129(TR)0,38 Este trabalho
HV=3926(λ1)-0,60 Costa, 2013b
HV= – 113+4067(λ1)-1,2 Costa, 2013b
HV=86(VL)0,15
HV=84(TR)0,09
Al-8%Cu Barros et al., 2015
HV=151(λ1)-0,12
HV= 60+270(λ1)-1,2
A figura 4.25 mostra as micrografia ótica (figura 4.25a) e MEV (figuras 4.25b e
4.25c), obtidas para a liga Al-6%Cu na posição P = 40 mm (1 = 140,63m; VL = 0,28 mm/s;
TR = 0,87ºC/s). Pelas micrografias MEV apresentadas pelas figuras 4.25(b) e (c), evidencia-se
a presença do intermetálico Al2Cu dispersos na matriz -Al, cujas fases resultantes são
confirmadas pela microanálise (MEV/EDS), pontos 1 e 2 indicados por “setas”,
respectivamente, no interior da figura 4.25(d).
91
Figura 4.25 - Micrografias óticas e MEV/EDS, obtidas para a liga Al-6%Cu na Posição P = 40 mm em
relação à interface metal/molde: (a) micrografia ótica (seção transversal), (b) e (c) micrografias MEV
(200X e 1500X, respectivamente) e (d) microanálise MEV/EDS.
(d)
Fonte: autoria própria.
Figura 4.26 - Micrografias óticas e MEV/EDS, obtidas para a liga Al-6%Cu-2,5%Si na Posição P = 40 mm
em relação à interface metal/molde: (a) micrografia ótica (seção transversal), (b) e (c) micrografias MEV
(200X e 1500X, respectivamente) e (d) microanálise MEV/EDS.
Pt.1
(a)
Fonte: Costa, 2013a.
Pt.2
Al2Cu
Si
-Al
Pt.6
(b) (c)
Fonte: autoria própria. Fonte: autoria própria.
93
Figura 4.27 - Micrografias óticas e MEV/EDS, obtidas para a liga Al-6%Cu-4%Si na Posição P = 40 mm
em relação à interface metal/molde: (a) micrografia ótica (seção transversal), (b) e (c) micrografias MEV
(200X e 1500X, respectivamente) e (d) microanálise MEV/EDS.
Pt.1
(a)
Fonte: Costa, 2013a.
Pt.2
Si
Al2Cu
-Al
Pt.3
(b) (c)
Fonte: autoria própria. Fonte: autoria própria.
94
Figura 4.28 - Micrografias óticas e MEV/EDS, obtidas para a liga Al-6%Cu-8%Si na Posição P = 40 mm
em relação à interface metal/molde: (a) micrografia ótica (seção transversal), (b) e (c) micrografias MEV
(200X e 1500X, respectivamente) e (d) microanálise MEV/EDS.
(d)
Fonte: autoria própria
95
5.1 Conclusões
Vasconcelos, A. J.; Silva, C. V. A.; Moreira, A. L. S.; Silva, M. A. P. S.; Rocha, O.L.
Influence of Thermal Parameters on the Dendritic Arm Spacing and the
Microhardness of Al-5.5wt.%Sn Alloy Directionally Solidified. REM. Revista
Escola de Minas (Impresso), v. 67, p. 173-179, 2014.
Moreira, A. L. S.; Rocha, O. F. L.; Dias Filho, J. M. S.; Costa, T. A. P. S.; Kikuchi, R. H.;
Vasconcelos, A. J. Coeficiente de Transferência de Calor na Interface
Metal/Molde e Variáveis Térmicas na Solidificação Direcional Horizontal da
Liga Al-6%Cu. Holos (Natal. Online), v. 5, p. 28-39, 2013.
Vasconcelos, A. J.; Kikuchi, R. H.; Barros, A. S.; Costa, T. S.; Dias Filho, M.; Silva, A. P.;
Moreira, A. L. S.; Rocha, O. L. Transient Horizontal Directional Solidification of
Al-Cu and Al-Cu-Si Alloys: Influence of Thermal Parameters and
Microstructure on the Microhardness. In: Advances in Materials and Processing
Technologies - AMPT 2015, 2015, Madri. AMPT2015, 2015.
Vasconcelos, A. J.; Azevedo, L.; Amorim, V.; Brito, R.; Conceição, E.; Rocha, O. L.;
Gomes, L. G. Caracterização Microestrutural Da Liga Al-5,5%Sn Solidificada
Unidirecionalmente. In: IV Seminário de Iniciação Científica, Tecnológica e
Inovação das Instituições de Ensino Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Pará, 2013. IV SICTI, 2013.
Vasconcelos, A. J.; Magno, I. A. B.; Almeida, R.; Silva, E.; Silva, J. N. S.; Rocha, O. L.
Caracterização Térmica da Liga Al-5,5%Sn após Processo de Solidificação. In:
V Seminário de Iniciação Científica, Tecnológica e Inovação do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Pará - V SICTI - 2013, 2013, Belém. V SICTI -
2013, 2013.
100
Vasconcelos, A. J.; Magno, I. A. B.; Gomes, L. G.; Moutinho, D. J. C.; Silva, J. N. S.; Rocha,
O.L. Análise Teório-Experimental dos Espaçamentos Dendríticos Primários na
Solidificação Direcional Horizontal da Liga Al-5,5%Sn. In: XI Congresso Ibero-
Americano de Engenharia Mecânica, 2013, La Plata. CIBIM 2013, 2013.
Rocha, O. F. L.; Moreira, A. L. S.; Costa, T. S.; Kikuchi, R. H.; Vasconcelos, A. J.; Silva, M.
A. P. S.; Dias Filho, J. M. S. Correlation Between Thermal Parameters, Primary
Dendrite Arm Spacing and Microhardness on a Directionally Solidified Ternary
Al-6wt%Cu-8wt%Si Alloy. In: 10th International Conference on Diffusion in
Solids and Liquids DSL-2014, 2014, Paris. 10th International Conference on
Diffusion in Solids and Liquids DSL-2014, 2014.
Vasconcelos, A. J.; Kikuchi, R. H.; Barros, A. S.; Costa, T. A.; Dias, M.; Antonio L. Moreira;
Silva, M. A. P. S.; Rocha, O. L. Interconnection Between Microstructure and
Microhardness of Directionally Solidified Binary Al-6wt.%Cu and
Multicomponent Al-6wt.%Cu-8wt.%Si Alloys. Anais da Academia Brasileira de
Ciências (Impresso), 2015.
Rocha, O. L.; Moreira, A. L.; Costa, T. A.; Kikuchi, R. H.; Vasconcelos, A. J.; Silva, M. A. P.
S.; Dias Filho, J. M. S. Effect of Thermal Variables on Microstructure and
101
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, A.S.; SILVA, A.P.; FERREIRA, I.L.; ROCHA, O.L.; MOREIRA. A.L. Effect of
Interfacial Heat Transfer Coefficient on Dendritic Growth and Microhardness
During Horizontal Directional Solidification of an Aluminum-Copper Alloy. 11th
International Conference on Diffusion in Solids and Liquids, DSL, Munich
(Germany), (2015A).
BARROS, A.S.; MAGNO, I. A. B.; SOUZA, F. A.; MOTA, C. A. M.; SILVA, M. A. P. S.;
MOREIRA, A. L. S.; ROCHA, O. F. L. Measurements of Microhardness During
Transient Horizontal Directional Solidification of Al-Rich Al-Cu Alloys: Effect of
Thermal Parameters, Primary Dendrite Arm Spacing and Al2Cu Intermetallic
Phase. Met. Mater. Int, v. 21, n. 3, p. 429-439, (2015B).
CANTÉ, M. V.; BRITO, C.; SPINELLI, J. E.; GARCIA, A. Interrelation of Cell Pacing,
Intermetallic Compounds and Hardness on a Directionally Solidified Al-1.0Fe-
1.0Ni Alloy. Materials and Design, v. 51, p. 342-346, 2013.
103
CHALMERS, B.; The structure of ingots. The Journal of the Australian Institute of Metals,
v.8, p. 255, 1968.
COUTHARD J. O.; ELLIOT R., The dependence of the cellular interface structure in
dilute binary alloys on solidification conditions, Journal of the Institute of Metals, v.
95, pp. 21-23, 1967.
DING, G.; HUANG W. D,; HUANG X.; LIN X.; ZHOU Y. On primary dendritic spacing
during unidirectional solidification, Acta Materialia, v. 44, n. 9, p. 3705-3709, 1996.
DING, G.; HUANG W. D.; LIN X.; ZHOU Y. Prediction of average spacing for
constrained cellular/dendritic growth, Journal of Crystal Growth, v. 177, p.281-288,
1997.
DREVET B.; NGUYEN THI, H.; CCAMEL D.;BILLIA B.; DUPOUY M. D., Solidification
of aluminum-lithium alloys near the cell/dendrite transition-influence of solutal
convection, Journal of Crystal Growth, v. 218, pp. 419-433, 2000.
FENG, J.; HUANG, W. D.; LIN, X.; PAN, Q. Y.; Li, T.; ZHOU Y. H. Primary
cellular/dendritic spacing selection of Al-Zn alloy during unidirectional
solidification. Journal of Crystal Growth, v. 197, p. 393-395, 1999.
GOMES, L. G.; MOUTINHO, D. J. C.; Ferreira. I. L.; Rocha, O. L.; GARCIA, A. The
Growth of Secondary Dendritic Arms in Directionally Solidified Al-Si-Cu Alloys:
A Comparative Study with Binary Al-Si Alloys. Applied Mechanics and Materials,
v. 719-720, p. 102-105, 2015.
HUNT, J. D.; LU, S. Z. Numerical Modeling of Cellular Array Growth: Spacing and
Structure Predictions. Metallurgical and Materials Transactions A, v. 27A, p. 611-
623, 1996.
HUNT J. D.; Keynote address: Cellular and primary dendrite spacings, International
Conference on Solidification and Casting of Metals, London, Metals Society, p. 3-9,
1979.
KAYA H., GUNDUZ M., ÇARDILI E., UZUN O. Effect of growth rate and lamellar
spacing on microhardness in the directionally solidified Pb–Cd, Sn–Zn and Bi–
Cd eutectic alloys. Journal of Materials Science, v. 39, p. 6571–6576, 2004.
KAYA, H.; BOYUK, E.; ÇARDILI, E.; MARASLI, N. Influence of Growth Rate on
Microstructure, Microhardness, and Electrical Resistivity of Directionally
Solidified Al-7 wt% Ni Hypo-Eutectic Alloy. Met. Mater, v. 19, p. 39-44, 2013.
KIRKALDY, J. S.; LIU, L. X; KROUPA, A. Thin Film Forced Velocity Cells and
Cellular/Dendrites: Experiments. Acta Metallurgica Materialia, v. 43, n. 8, p. 2891-
2904, 1995.
KURZ, W.; FISHER, D. J. Dendrite growth at the limit of stability: Tip radius and
spacing, Acta Metallurgica, v. 29, p. 11-20, 1981.
LAPIN J.; KLIMOVA A.; VELISEK R.; Kursa. Directional solidification of Ni-Al-Cr-Fe
alloy, Scripta Materialia, v. 37, n. 1, pp. 85-91, 1997.
LEE S. M.; O’REILLY K. A. Q.; Cantor B.; Hong C. P.. Microstructural transitions in Al-
Cu ribbons manufactured by planar flow casting, Materials Science and
Engineering A, v.249, pp.233-240, 1998.
LI, J.; YANG, G.; ZHOU, Y. Mode of Dendrite Drowth in Undercooled Alloy Melts.
Materials Research Bulletin, v. 33, n. 1, p. 141-148, 1998.
NOGUEIRA, M.R.; CARVALHO, D.B.; MOREIRA, A.L.; DIAS FILHO, J. M.; Rocha, O.L.
Espaçamentos dendríticos primários da liga Sn-5%Pb solidificada
direcionalmente em um sistema horizontal. Matéria (UFRJ), v. 17, p. 1009-1023,
2012.
OSÓRIO W. R.; GARCIA A., Modeling dendritic structure and mechanical properties of
Zn-Al alloys as a function of solidification condition, Materials Science and
Engineering A, v.325, pp. 103-111, 2002.
ROOY, E. L. Metals Handbook. 9th ed. Materials Park. Ohio: ASM International, pp. 743-
770 (1988).
ROOY, E. L. Metals Handbook, Casting, vol. 15, ASM International, Materials Park, Ohio,
p. 1622-1648, 1998.
SÁ, F.; ROCHA, O. L.; SIQUEIRA, C. A.; GARCIA, A. The Effect of Solidification
Variables on Tertiary Dendrite Arm Spacing in Unsteady-State Directional
Solidification of Sn-Pb and Al-Cu Alloys. Materials Science Engineering A, v. 373,
p. 131-138, 2004.
SILVA, J. N.; MOUTINHO, D. J.; MOREIRA, A. L.; FERREIRA, I. L.; ROCHA, O. L. The
colunnar to equiaxed transition during the horizontal directional solidification of
Sn-Pb alloys. Journal of Alloys and Compounds, v. 478, p.358-366, 2009.
SOUZA, S. A. Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos. São Paulo: Ed. Edgar Blücher,
1984.
SPINELLI, J.E.; ROSA, D.M.; FERREIRA, I.L.; GARCIA A. Influence of melt convection
on dendritic spacings of downward unsteady-state directionally solidified Al-Cu
alloys. Mater. Sci. Eng. A 383 (2004) 271–82.
SPITTLE J. A.; LLOYD D. M.; Dendrite arm spacing in hypoeutectic Pb-Sb alloys
directionally solidified under steady and non-steady conditions, Proc. International
Conference on Solidification and Casting of Metals,v.40, pp. 15-20, 1979.
TUNCA N.; SMITH R. W., Variation of dendrite arm spacing in Al-rich Zn-Al off-
eutectic alloys, Journal of Materials Science, v. 23, pp. 111-120, 1988.
YANG S.; HUANG W.; LIN X.; SU Y.; ZHOU Y., On cellular spacing selection of Cu-Mn
alloy under ultra-high temperature gradient and rapid solidification condition,
Scripta Materiallia, v. 42, pp. 543-548, 2000.
YU, L.; DING, G. L.; REYE, J.; OJHA, S. N.; TEWARI S. N. Cellular/dendritic array
morphology during directional solidification of Pb-5,8wt%Sb alloy, Metallurgical
and Materials Transactions A, v. 30A, p. 2463-2471, 1999.