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• Nesta forma de pena restritiva, o juiz determina que o condenado efetue pagamento
em dinheiro à vítima, aos seus dependentes, ou à entidade pública ou privada com
destinação social, em montante não inferior a 1 salário mínimo e nem superior a
360 salários mínimos (art. 45, § 1º, do CP).
• Há uma ordem de preferência na lei, de modo que os valores só serão destinados aos
dependentes se não puderem ser entregues à vítima (falecida, por exemplo). Por sua
vez, só poderão ser destinados a entidades públicas ou privadas na ausência da vítima
e dos dependentes. De acordo com o texto legal, aliás, apenas as entidades privadas
que tenham destinação social é que podem ser beneficiárias da prestação pecuniária.
• Quando a prestação for paga à vítima ou aos seus dependentes, o valor pago
será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil,
se coincidentes os beneficiários (art. 45, § 1º).
• Observação: Não se deve confundir o instituto em análise, que é pena substitutiva, com
a perda em favor da União, tratada no art. 91, II, do Código Penal, dos instrumentos do
crime que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção
constituam fato ilícito, ou do produto do crime ou de qualquer outro bem ou valor que
constituam proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. Esta perda
de bens para a União constitui efeito secundário da condenação (aplicado
cumulativamente com a pena privativa de liberdade ou de outra natureza).
• Este tipo de prestação de serviços, portanto, não é remunerada, regra, aliás, repetida
no art. 30 da Lei de Execuções Penais.
• Os serviços devem ser prestados à razão de 1 hora de trabalho por dia de condenação,
fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho do condenado (art. 46,
§ 3º).
• As tarefas devem ser atribuídas de acordo com a aptidão do sentenciado (art. 46, § 3º,
do CP) e cabe ao juiz das execuções designar a entidade onde os serviços serão
prestados (art. 149, I, da LEP).
• A execução terá início a partir do primeiro comparecimento, sendo que o juízo das
execuções deve intimar o condenado, cientificando-o das datas, do horário e do local
onde deve comparecer para cumprir a pena (art. 149, II, e § 2º, da LEP). Nos termos
do art. 181, § 1º, da Lei de Execuções, se o sentenciado não for encontrado no
endereço fornecido e não atender à intimação por edital, ou caso intimado não
compareça para a prestação de serviços, o juiz deve reverter a pena em privativa de
liberdade.
• A entidade onde o sentenciado cumpre pena deve remeter, mensalmente, ao juízo das
execuções, relatório circunstanciado das atividades prestadas, bem como, a qualquer
tempo, comunicar a respeito de eventuais faltas ao serviço
ou transgressões disciplinares (art. 150 da LEP).
• O juiz das execuções pode, a todo tempo, promover alterações na forma de prestação
de serviços à comunidade, caso entenda necessário.
• Interdições específicas
• Qualquer que seja a espécie de delito cometido, o juiz pode substituir a pena privativa
de liberdade pela proibição de frequentar determinados lugares (art. 47, IV, do CP), tais
como bares, boates, lupanares, casas de jogos etc. Em geral, é aplicado justamente
quando o crime foi cometido nesses tipos de estabelecimento para evitar que o
condenado volte a frequentá-los durante o tempo de cumprimento da pena.
• Nas comarcas onde não houver Casa do Albergado ou local específico para isso deve
ser essa pena evitada, para não gerar franca impunidade. Não é de se admitir que, nos
moldes do regime aberto, a cumpra o sentenciado em seu próprio domicílio (prisão-
albergue domiciliar), pois totalmente inexequível, por falta de fiscalização e adequação
às finalidades da pena.
Fonte do material:
NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal - Parte Geral - Vol. 1. Grupo GEN, 2021.