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YGOR DE OLIVEIRA SILVA

POLÍTICAS
Todo trabalho, em cadaPÚBLICAS DE INCLUSÃO
uma das etapas, será submetidoSOCIAL:
às ferramentas de
varredura para a detecção de plágio. Assim caso seja detectado percentual acima
doAtolerado,
DISCUSSÃO DAserá
seu trabalho CONSTITUCIONALIDADE DE RESERVA
invalidado em qualquer uma das atividades. Antes de
começar o trabalho, leia o Manual do Aluno e Manual do Plágio para
DE COTAS
compreender POR
todos CRITÉRIOS
itens obrigatórios eÉTINICOS NOS CONCURSOS
os critérios utilizados na correção.
PÚBLICOS.

Anápolis
2019
YGOR DE OLIVEIRA SILVA

POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO SOCIAL:


A DISCUSSÃO DA CONSTITUCIONALIDADE DE RESERVA
Cidade
DE COTAS POR CRITÉRIOSAno
ÉTINICOS NOS CONCURSOS
PÚBLICOS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Anhanguera Anápolis, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Direito.

Orientador: Anderson Gomes Coelho

Anápolis
2019
YGOR DE OLIVERIA SILVA

POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO SOCIAL:

A DISCUSSÃO DA CONSTITUCIONALIDADE DE RESERVA


DE COTAS POR CRITÉRIOS ÉTINICOS NOS CONCURSOS
PÚBLICOS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Anhanguera de Anápolis, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Direito.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Cidade, dia de mês de ano (Fonte Arial 12)

Substitua as palavras em vermelho conforme o


local e data de aprovação.
Dedico este trabalho...

(OPCIONAL) (Fonte Arial tamanho 12; espaçamento entrelinhas


1,5; Alinhamento justificado; O texto no final da página deverá
ter um recuo de 8cm em relação à margem esquerda.)
AGRADECIMENTOS (OPCIONAL)

Elemento opcional. Texto em que o autor faz agradecimentos dirigidos àqueles


que contribuíram de maneira relevante à elaboração do trabalho. (Fonte Arial 12)
“Não foi a existência de ‘raças’ que gerou o racismo,
mas o racismo é que
fabricou a crença em ‘raças” - Maggie
DE OLIVEIRA SILVA, Ygor. Políticas públicas de inclusão social: A discussão da
constitucionalidade de reserva de cotas por critérios étnicos nos concursos públicos.
2019. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Direito) – Faculdade Anhanguera, Anápolis, 2019.

RESUMO

O presente trabalho objetiva-se a promover uma análise técnico científica da eficácia


das Cotas raciais na realidade social da população brasileira, passando pelo
desenvolvimento histórico-cultural no país e a partir disso analisar o grau de acesso
de negros no funcionalismo público. A justificativa da implantação das cotas é a
compensação histórica, utilizando a ideia de que a sociedade tem um dever de
reparação com a entidade negra no país pelo período escravocrata ocorrido, o que
legitimada pelo Estado compensar os males vividos por esse grupo étnico. A
contrária sensu desse entendimento, há posições que defendem uma violação do
princípio da igualdade por tratamento desigual sem critério que desiguale de forma
proporcional – para os defensores desse argumento a cor não tem azo, por si só,
para diferenciar um candidato ao outro. Assim, se faz necessário uma análise mais
minuciosa da validade da reparação histórica no Brasil, bem como averiguar as
causas da desigualdade étnica pós-graduação e o não ingresso dos negros nos
cargos públicos.

Palavras-chave: cotas; raça; negro; concurso público; ações afirmativas;


constitucionalidade.
DE OLIVEIRA SILVA, Ygor. Políticas públicas de inclusão social: A discussão da
constitucionalidade de reserva de cotas por critérios étnicos nos concursos públicos.
Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) –
Faculdade Anhanguera, Anápolis, 2019.

ABSTRACT

The present work aims to promote a scientific and technical analysis of the
effectiveness of racial quotas in the social reality of the Brazilian population, through
the historical-cultural development in the country and from this, to analyze the degree
of access of blacks in the civil service. The justification for the implementation of
quotas is historical compensation, using the idea that society has a duty to repair the
black entity in the country for the enslaved period, which legitimized by the state to
compensate for the evils experienced by this ethnic group. Contrary to this view,
there are positions that advocate a violation of the principle of equality by unequal
treatment without proportional unequal criteria - for proponents of this argument color
does not in itself have the potential to differentiate one candidate from the other.
Thus, a more thorough analysis of the validity of historical reparation in Brazil is
necessary, as well as to investigate the causes of post-graduation ethnic inequality
and the non-entry of blacks into public positions.

Key-words: quotas; breed; black; public tender; affirmative actions; constitutionality.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES (UTILIZADA SOMENTE QUANDO HÁ ILUSTRAÇÕES
NO TCC – INDEPENDENTE DO NÚMERO DE IMAGENS)

Figura 1 – Título da figura.........................................................................................00


Figura 2 – Título da figura.........................................................................................00
Figura 3 – Título da figura.........................................................................................00
Figura 4 – Título da figura.........................................................................................00
Figura 5 – Título da figura.........................................................................................00
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição da população ocupada no setor público, por sexo, cor ou


raça, segundo posição na ocupação e setor de atuação – Brasil (2011) ................30
Tabela 2 – Título da tabela........................................................................................00
Tabela 3 – Título da tabela........................................................................................00
Tabela 4 – Título da tabela........................................................................................00
Tabela 5 – Título da tabela........................................................................................00
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Níveis do trabalho monográfico .............................................................00


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


UNB Universidade de Brasília
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
NBR Norma Brasileira
13

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................14

2. A MISCEGENAÇÃO BRASILEIRA E O SUSRIGMENTO DA RAÇA NEGRA


NO BRASIL.................................................................................................................16
2.1 CLASSIFICÃO DE RAÇA................................................................................18
2.2 A ORIGEM DAS AÇÕES AFIRMATIVAS........................................................21
2.2.1 AÇÕES AFIRMATIVAS NO BRASIL............................................................22

3. TA FALÁCIA DAS COTAS RACIAIS COMO REPARAÇÃO HISTÓRICA........24

4. TÍTULO DO TERCEIRO CAPÍTULO (COLOQUE UM TÍTULO ADEQUADO)..30

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................31

REFERÊNCIAS...........................................................................................................32
14

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo discutir a constitucionalidade das ações


afirmativas de cotas para afrodescendentes em concursos públicos, visando a
aumentar a representação destes nas camadas de prestígio da sociedade, a fim de
se reduzir a desigualdade racial e promover uma diminuição no racismo, fazendo
que as pessoas se acostume a ver negros em todas as escalas de trabalho.

Propõe-se discutir a forma de acesso dos negros aos cargos públicos,


analisando a necessidade do sistema de cotas após a conclusão da graduação e
posterior ingresso no mercado de trabalho. Como parâmetro, foi usado o curso de
Direito para se analisar as diferencias raciais nesse extrato da sociedade. Cumpre
salientar que o presente trabalho não tem o condão de discutir a existência ou não
do racismo no país, somente elucidar se este é a causa do não ingresso da
população negra nos cargos públicos e se o sistema de cotas raciais é ou não justo.

O sistema de cotas iniciou-se no ensino superior, quando as faculdades


públicas começaram a reservar uma porcentagem das vagas de seus cursos
somente para os que se auto declaravam negros. Àquela época já se discutia a
constitucionalidade de tal medida pelo critério usado como justificativa para as cotas.
Tal medida é defendida como uma reparação histórica pelas disparidades e
desvantagens vivenciadas pelo grupo racial de modo que dificultou a igualdade de
oportunidades. Destarte, será analisada de que forma se caracteriza a discriminação
social implícita no sistema de cotas racial, bem como avaliar se o sistema por cota
racial é justo diante de uma sociedade miscigenada onde temos pessoas não negras
que nasceram e convivem no mesmo ambiente de um negro, passando pelas
mesmas deficiências de oportunidades.

Este estudo investigou se a aplicação das cotas raciais em concursos


públicos não viola o princípio da igualdade/isonomia, bem como aumenta a
discriminação no Brasil, mormente pelo critério da diferenciação ser somente racial,
hão havendo uma definição precisa de quem é considerado negro e quem é
considerado branco perante a lei, ficando o critério subjetivo da autodeclaração,
15

delimitando a evolução histórica das relações raciais no Brasil, abordando a


classificação racial em um país miscigenado, abordando a igualdade material após a
conclusão do ensino superior.

A partir disso, o primeiro capítulo abordou a ocorrência da miscigenação no


Brasil e como foi o surgimento da raça negra no país, abordando as formas de
classificação de raça que são adotadas pelas leis de ações afirmativas, juntamente
com a impossibilidade da classificação do ser humano em raças.

O segundo capítulo tratou da questão da compensação histórica, quanto a


validade desse método, bem como sua eficácia, e a aplicação dele em outras
situações, assim como fará uma breve análise do racismo na época colonial
escravagista e da razão da utilização do negro africano como escravo.

Por fim, o terceiro capítulo trouxe a análise da igualdade material após a


formação no ensino superior fazendo uma análise do mercado de trabalho brasileiro,
fazendo um diagnóstico e relação do sistema educacional brasileiro, analisando as
causas do não ingresso de negros em cargos públicos, trazendo algumas
alternativas ao método atual de ação afirmativa.

Diante dos questionamentos realizados, a pesquisa foi realizada por meio de


vários procedimentos metodológicos, a partir da pesquisa bibliográfica, baseando-se
no exame de livros, revistas, periódicos, monografias e artigos e a utilização de
dados oriundos de pesquisas e publicações existentes, a fim de se apresentar o
contexto histórico, evolução e definição das ações afirmativas, fazendo uma
abordagem qualitativa, com a observação e compreensão dos fenômenos sociais
envoltos no tema analisado.
16

2. A MISCIGENAÇÃO BRASILEIRA E O SUSRIGMENTO DO NEGRO NO


BRASIL.

Antes de adentrar no mérito da questão, se faz necessário contextualizar, de


forma resumida a história do Brasil, adentrando na formação da sua população.

Pensamos no brasileiro como um povo miscigenado por causa das relações


dos Portugueses e os povos trazidos da África, bem como com os Índios que aqui
viviam, porém sempre tivemos a ideia de que os Portugueses fossem um povo
majoritariamente, para não dizer na sua totalidade, branco. Essa visão é
corroborada pelos quadros e descrições da época que chegaram até nós, contudo,
essa visão merece ser revista.

Gilberto Freyre (2002 apud KAUFMANN, 2007), assevera que o Português, à


época do descobrimento do que viria a ser o Brasil, não era uma nação definida.
Como Portugal é um país costeiro, saída para o caminho das navegações com o
mundo, várias nações passavam por suas terras para que pudessem ter acesso ao
mar, desenvolvendo uma irradiação de comerciantes ingleses, flamengos, alemães,
galegos, biscainhos, ao lado de comerciantes aragoneses, catalães, franceses,
italianos, etc.

Ainda, como o comércio com as Índias era muito grande, essa relação
também permitiu uma absorção muito grande de cultura e valores, dando origem a
uma das mais miscigenadas sociedades da época (FREYRE, 2002 apud
KAUFMANN, 2007).

Assim, percebemos que os Portugueses já mantinham uma relação inter-


racial mesmo antes do descobrimento do Brasil, havendo, naquela época, uma
miscigenação tanto racial quanto cultural, onde o Português não era mais aquele
homem branco dos olhos claros e cabelos louros. Tem-se a ideia que a
miscigenação começou somente com a descoberta do novo mundo pelos europeus,
contudo, nota-se que mesmo antes da descoberta das Américas, Portugal se
caracterizava como uma sociedade altamente miscigenada, devido a sua posição
geográfica.
17

Após o descobrimento das terras que viriam ser o Brasil, demorou-se algum
tempo para que Portugal iniciasse a colonização do Brasil, devido as recém terras
descobertas não serem economicamente atrativas, aliado ao fato de que o comércio
com as Índias ainda lhe rendia um grande retorno comercial. Aliando na morosidade
da colonização, estava o fato de que a população portuguesa se somava um pouco
mais de um milhão de habitantes, não havendo pessoas suficientemente motivadas
a exploração e povoamento da colônia brasileira (PRADO JÚNIOR, 2001 apud
KAUFMANN, 2007).

Em função disso, Portugal adotou o sistema de capitanias hereditárias que já


havia sido utilizado com certo sucesso. Contudo, ao contrário do que aconteceu
anteriormente, esse sistema fracassou quase que inteiramente, onde apenas duas
capitanias desenvolveram: Pernambuco e São Vicente 1.

Em virtude desse quase absoluto fracasso, Portugal começou o processo de


colonização por exploração a fim de incentivar a vinda de portugueses as terras
brasileiras. Devido à baixa população, a vinda de famílias portuguesas para o Brasil
era rara, deste modo a colonização fez-se essencialmente por homens, tanto
portugueses, quanto os escravos trazidos da África.

A falta de mulheres acompanhando os homens no povoamento da colônia,


facilitou as relações entre os homens portugueses e as mulheres indígenas e os
escravos aqui presentes.

Destarte, Caio Prado Júnior (2001 apud KAUFMANN, 2007), evidencia que a
formação étnica do Brasil a mestiçagem profunda das três raças: o português, o
índio e o negro, fazendo da população brasileira uma das mais variadas
agregações étnicas da humanidade.

Em virtude disso, após anos de miscigenação ocorrem desde o


descobrimento, o que tornou a raça, geneticamente falando, tão miscigenada, que
no Brasil há uma dificuldade grande na determinação da raça de um indivíduo.

1
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitanias_do_Brasil>
18

2.1 A CLASSIFICAÇÃO DE RAÇA.

A ideia ligada ao racismo vem da existência de raça, mormente as diferenças


entre os seres humanos, contudo, a contrário sensu, não foi a raça que criou o
racismo, mas o racismo que criou a raça.

Exemplificando o entendimento acima, colaciona o seguinte fragmento:


Mas em verdade, e ao contrário, a ideia [de ‘raça’] que embasa essas
leis (...) deveria ser extirpada da vida social”. “Não foi a existência de
‘raças’ que gerou o racismo, mas o racismo é que fabricou a crença
em ‘raças’”. “O racismo contamina as sociedades quando a lei afirma
às pessoas que elas pertencem a determinado grupo racial – e que
seus direitos são afetados por esse critério de pertinência de ‘raça’
(SOUZA, 2011. p. 23).

Nota-se que a classificação racial dos seres humanos é derivada de um


processo político social.

Com efeito, segundo Belisário desse processo surgiu duas classificações de


raça: o sistema birracial, também chamado de genotípico e sistema multirracial,
conhecido também como fenótipo, onde o primeiro sistema baseia-se na definição
da raça pela ancestralidade do indivíduo, isto é, o indivíduo é considerado integrante
da mesma raça que compõem seus ascendentes, mesmo que ele seja de cor
diferente (2007, p. 63).

Já o sistema da multirracialidade caracteriza-se pelo reconhecimento de


diversas raças, havendo uma diversidade racial, onde surgiu a ideia de
autoclassificação, baseado a raça na aparência física.

A maior diferencia entre os sistemas está na não limitação de raças do


sistema multirracial, não havendo a limitação de raça a somente brancos e negros,
existindo várias outras raças dentro desse espectro, bem como não usa da
ancestralidade como critério de classificação racial do indivíduo. Esse sistema é
adotado no Brasil, onde o indivíduo se declara a qual raça ele pertence.

Isto posto, vimos que para se definir a raça, usa-se somente a auto percepção
de cada indivíduo, não levando em conta sua ancestralidade, assim, ficando a
19

critério próprio a definição de qual grupo social pertence na sociedade. Seguindo


essa premissa, fica a dúvida de se a autoclassificação seria a maneira mais correta
de definir a raça de alguém.

Em estudo realizado pelo professor da Universidade Federal de Minas Gerais-


UFMG, Sérgio Pena, quanto à divisão racial no Brasil, concluiu-se que, 30% (trinta
por cento) dos indivíduos que se declaravam brancos, também seriam
afrodescendentes por conterem DNA de origem africana (PENA; BORTOLINI, 2000).

No referido estudo, concluiu-se, ainda, que 87% (oitenta e sete por cento) da
população brasileira, segundo o censo do ano 2000, possui 10% (dez por cento) do
DNA com ancestralidade africana, onde apenas 73% (setenta e três por cento) das
pessoas que se autodeclararam negras tinham, em seu DNA, mais de 50%
(cinquenta por cento) de ancestralidade africana.

Estudos filogeográficos2 com brasileiros brancos revelaram que a imensa


maioria das patrilinhagens é europeia, ao passo que a maioria das matrilinhagens
(mais de 60%) é ameríndia ou africana. Evidencia-se, assim, um padrão de
reprodução assimétrico - homem europeu com mulheres indígenas ou africanas
(PIOVESAN, 2008).

Obstante ao estudo realizado por Pena, os dados do Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística-IBGE, do ano 2000, apontam que 54% (cinquenta e quatro
por cento) da população brasileira seriam brancas. Para Pena tal resultado decorre
do sistema de autoclassificação adotado que não corresponde à realidade do país
(PENA; BORTOLINI, 2000).

Ficou evidenciado, assim, que os critérios utilizados pelos estudos


estatísticos, como o da autoclassificação, fazem com que a realidade social não
corresponda àquela trazida pelos dados coletados.

O critério fenotípico, então, cria uma zona de incerteza entre as pessoas que
são mestiças ou miscigenadas, as quais o IBGE as denominas pardas. Acontece
que, a Lei Federal n° 12.990/2014, que regulamenta a reserva de vagas em
2
Filogeografia é o estudo dos processos históricos que podem ser responsáveis pela distribuição
geográfica contemporânea de indivíduos. Isto é conseguido considerando a distribuição geográfica
dos indivíduos à luz dos padrões numa genealogia genética.
20

concursos públicos a negros, assim como o Estatuto da Igualdade Racial, definem


como pessoas negras, aquelas que são classificadas como pretas e pardas, de
acordo com IBGE.

Partindo desse princípio, segundo o IBGE, todos aqueles que não são
brancos, indígenas e amarelos, são negros. Deste modo, a população
tecnicamente negra no país equivale a 50,7% da população. Assim, cria-se o vale
da incerteza racial, onde estão aquelas pessoas que não possui todos os fenótipos
da raça negra, mas igualmente não possui todos da raça branca, chamados, muitas
vezes de morenos.

Essa falha do sistema de classificação dificulta a definição das


características fenotípicas que determinam alguém como negro. As definições da
raça negra não foram elencadas por nenhuma lei.

Contudo, suponha-se que a lei previu, dentro do critério fenótipo, quais são
as características que um indivíduo deverá ter para ser considerado negro. Partindo
disso, precisa-se definir como essas características serão verificados. Para isso, há
duas hipóteses, a autodeclaração e o heterorreconhecimento.

Na primeira hipótese o indivíduo se auto declara negro, somente isso. Se o


indivíduo se reconhece como negro, o estado o reconhecerá como negro. Nesse
critério, para o indivíduo valer-se do benefício da cota, basta sua autodeclaração
como negro, o que ocasionou no surgimento de pessoas não negras se declarando
como negras.

A fim de resolver essa problemática, o Estado passou a usar o critério do


heterorreconhecimento, para evitar fraudes. A Universidade de Brasília-UNB, foi a
primeira a utilizar esse critério, utilizando uma comissão para julgar se os
vestibulandos na condição de cotistas eram ou não negros, conduto sem divulgar
quais os critérios seriam utilizados para essa verificação.

Então, utilizando esse critério, que em 2007, dois irmãos gêmeos, idênticos,
se inscreveram no vestibular da universidade pelo sistema de cota para negros.
21

Após a submissão das fotografias à banca avaliadora, um dos irmãos foi


considerado negro e o outro não.3

Assim, como foi adotado o sistema no Brasil do fenótipo, arrolada na auto


identificação pelo indivíduo, cria-se outra incerteza na classificação racial, pautado
na feição do indivíduo com fenotípico branco, mas com linhagem genética negra,
mormente ser a cor da pele uma mera alteração genética, variando conforme as
combinações genéticas dos pais, não obstante uma pessoa pode ser branca
concomitantemente em que descende de uma família negra.

Como assentado alhures, apenas 73% (setenta e três por cento) dos
indivíduos que se declaram negros possuem mais de 50% (cinquenta por cento) do
seu DNA com genética da raça negra.

Destarte, baseando-se somente no critério de autodeclaração, não permite


saber, precisamente, quem é negro no Brasil, sendo um obstáculo ao sistema de
cotas unicamente racial.

2.2 A ORIGEM DAS AÇÕES AFIRMATIVAS.

A fim de se compreender melhor o sistema de contas ou reservas de vagas


destinadas a negros em concursos públicos é de bom tom apresentar a origem
desse sistema.

O berço das ações afirmativas é os Estados unidos da América, após o fim da


segregação racial vivenciada pelos negros, onde os mesmos eram impedidos de
frequentar lugares, dificultando o acesso a estudo, trabalho, etc.

Assim, as ações afirmativas são um encorajamento estatal, para que as


categorias historicamente discriminadas tivessem acesso à educação e ao mercado
de trabalho, promovendo, então, maior igualdade de oportunidades (BELLINTANI,
2006, p.45).

John F. Kennedy, no seu primeiro mandato, implementou políticas sociais,


sendo a primeira delas o Right Act (Lei de Direitos Civis) de 1964. Ainda, no seu
primeiro ano, Kennedy expediu a Executive Order n. 10.925, que trouxe, pela
3
https://www.estadao.com.br/noticias/geral,para-unb-um-era-branco-e-outro-negro-imp-,951965
22

primeira vez, o uso da expressão affirmative action, ação afirmativa. Com isso, o
presidente Kennedy visava estabelecer uma igualdade de oportunidades entre as
raças.

A ordem de número 10.925 determinava que nos contratos realizados com o


governo federal:
O contratante não discriminará nenhum funcionário ou
candidato a emprego devido a raça, credo, cor ou
nacionalidade. O contratante adotará ação afirmativa para
assegurar que os candidatos sejam empregados, como
também tratados durante o emprego, sem consideração a sua
raça, seu credo, sua cor ou nacionalidade. Essa ação incluirá,
sem limitação, o seguinte: emprego; promoção; rebaixamento
ou transferência; recrutamento ou anuncia de recrutamento,
dispensa ou término; índice de pagamento ou outras formas
de remuneração; e seleção para treinamento, inclusive
aprendizado (MENEZES, 2011, p. 88).

Posteriormente, foi expedido o Civil Rights Act de 2 de julho de 1964, onde


previa a proibição de qualquer discriminação no ambiente de trabalho. Contudo, os
resultados pretendidos não foram alcançados.

O fim da segregação racial se deu com o julgamento do caso Rose Parks,


mulher negra que se negou ceder o espaço destinados as pessoas brancas no
ônibus, resultando na sua prisão, onde o caso terminou na Suprema Corte
Americana obtendo decisão favorável, ordenado o fim da discriminação, o que, até
aquele momento, era legitimada pelo Estado (PALMARES, 2011).

E nesse contexto, surgiu as ações afirmativas como forma de se buscar a


igualdade de oportunidades, exigindo do estado uma postura ativa para a condição
da população negra.

2.2.1 ações afirmativas no brasil.

No Brasil, tomou-se como base o modelo adotado nos países


segregacionistas, como foram os Estados Unidos, onde a população negra foi
vedada, com o aval do estado, o acesso a diversos setores e direito que o resto da
sociedade detinham.
23

As ações afirmativas, no Brasil, como política de estado, surgiram com a


Consolidações das Leis Trabalhistas-CLT, no governo do Presidente Getúlio Vargas,
onde as mulheres ganhavam benefícios legais (SILVA 2000).

Em 1995, o então Presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso,


anunciou o desenvolvimento de um programa de valorização da população negra.
Em seu governo, foram criadas algumas ações afirmativas, tais como: Grupo de
Trabalho para a Eliminação da Discriminação no Emprego e na Ocupação, o Grupo
de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra e o lançamento
do Programa Nacional de Direito Humanos (SILVA 2000).

O Brasil adotou as ações afirmativas como medidas de compensação a fim de


se atingir a igualdade de oportunidades entre as raças, por um período histórico do
país, onde a raça negra foi utilizada como mão de obra escrava.

Nesse diapasão, Gomes define ação afirmativa:

Inicialmente, as ações afirmativas se definiam como um mero


“encorajamento” por parte do Estado a que as pessoas com poder decisório nas
áreas pública e privada levassem em consideração, nas suas decisões relativas a
temas sensíveis como o acesso à educação e ao mercado de trabalho, fatores até
então tidos como formalmente irrelevantes pela grande maioria dos responsáveis
políticos e empresariais, quais sejam, a raça, a cor, o sexo, e a origem nacional das
pessoas. (...) Atualmente, as ações afirmativas podem ser definidas como um
conjunto de políticas públicas e privadas de caráter compulsório, facultativo ou
voluntário, concebidas com vistas ao combate à discriminação racial, de gênero e de
origem nacional, bem como para corrigir os efeitos presentes da discriminação
praticada no passado, tendo por objetivo a concretização do ideal de efetiva
igualdade de acesso a bens fundamentais como a educação e o emprego (2001,
pág. 39/40).

Diante do exposto, o surgimento das ações afirmativas no Brasil e a sua


implementação, tem por objetivo a compensação visando combater as
desigualdades materiais, sejam elas econômicas ou de outra natureza, promovendo
os direitos dos grupos vulneráveis, bem como as minorias.
24

3. A FALÁCIA DAS COTAS RACIAIS COMO REPARAÇÃO HISTÓRICA.

O maior argumento utilizado para a implementação das cotas raciais


modernas é a dívida histórica que o Brasil possui com a população negra, ao passo
que os negros atuais estão em desigualdade com as demais raças em virtude da
negação de direitos sofridos durante a escravidão. Assim, as cotas raciais, tanto no
ensino superior, quanto no ingresso ao serviço público, teriam a função de
compensar por essa restrição de direitos.

Destarte, os negros deveriam ser compensados por esse período vivido,


contudo, fica o questionamento de quem vai compensar, ou ainda, quais são os
aptos a serem compensados. Em páginas alhures, restou demonstrado o degrade
da raça no Brasil devido ao alto grau de miscigenação ocorrido no país, não
dificultando a identificação do negro, mas a do não negro.

Se é os brancos que vão compensar, como determinar quem é o responsável


pela escravidão e quem não tem nenhuma linhagem negra para não ser considerado
negro e se for o Estado que irá compensar, para haver essa compensação o Estado
precisará tirar de algum lugar a compensação, no caso de reserva de vagas para
negros, o número de vagas para as demais raças diminui.

Com efeito, antes da colonização do Brasil, o negro africano já era utilizado


como mão de obra escrava pelos países europeus, bem como já eram alvo do
tráfico de pessoas. Como no início da colonização do que viria a ser o Brasil,
Portugal não dispunha de uma população suficiente para realizar essa colonização,
também foi utilizado o negro africano como mão de obra escrava.

Ademais, a escravidão começou muito antes do período colonial no mundo,


na Idade Antiga era muito comum a prática da escravidão. Além de ser um trabalho
compulsório, muitas vezes por serem os escravos o povo que foi vencido em alguma
guerra, também havia o trabalho escravo por endividamento, que se caracterizava
pela responsabilização pessoal de dívidas contraídas e não pagas.

Deste modo, a escravidão era mais uma forma de dominação de pessoas e


de exploração de trabalho e que a condição de escravo, naquela época, era apenas
mais uma circunstância da vida e não configurava uma anomalia social.
25

Assim, Noberto Luiz Guarinello (2006) observa que:

De modo geral, não é possível falar de uma cultura escrava no


Império Romano. Ou, ao menos, é muito mais complexo do que,
talvez, no caso da escravidão brasileira. Os escravos romanos não
tinham nenhuma identidade étnica ou racial. Pelo contrário, as fontes
ressaltam, precisamente, a estratégia de diversificar as origens da
escravaria para impedir o surgimento dessas identidades.

Observa-se, assim, que o critério racial para identificar o escravo surgiu


depois do surgimento da própria escravidão. A escravidão do negro africano
começou no Brasil Colonial a partir do século XVI quando os portugueses deixaram
de utilizar a mão-de-obra indígena passando a utilizar a mão-de-obra africana
(HISTÓRIA DO BRASIL, 2016).

Olhando a história de outro país que também utilizou a mão-de-obra escrava


do negro africano, temos que no Estados Unidos, o escravo era tratado com uma res
do seu senhor, uma simples propriedade, não mais que uma ferramenta de trabalho
sem diferença dos cavalos e das carroças utilizadas. Os escravos norte-americanos,
por sua condição de coisa, haviam normas que o impediam de casar, ter filhos e de
obter a liberdade.

Por seu turno, no Brasil, havia o convívio mais social e íntimo do escravo com
os seus senhores, e mesmo no período da escravidão haviam negros livres, tanto
porque se permitia a sua libertação, tanto como permitia que os escravos
comprassem a sua liberdade (KAUFMANN, 2007).

Assim, no Brasil, os negros livres também possuíam escravos, como pode ser
observado na passagem do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, do grande
autor, que também era negro, Machado de Assis, escritor do movimento Realista no
Brasil.

No capítulo LXVIII de seu livro temos a seguinte transcrição (Memórias


Póstumas de Brás Cubas, pág. 76):

CAPÍTULO LXVIII / O VERGALHO. Tais eram as reflexões que eu


vinha fazendo, por aquele Valongo fora, logo depois de ver e ajustar
a casa. Interrompeu-mas um ajuntamento; era um preto que
vergalhava outro na praça. O outro não se atrevia a fugir; gemia
somente estas únicas palavras: — “Não, perdão, meu senhor; meu
26

senhor, perdão!” Mas o primeiro não fazia caso, e, a cada súplica,


respondia com uma vergalhada nova. — Toma, diabo! dizia ele; toma
mais perdão, bêbado! — Meu senhor! gemia o outro. — Cala a boca,
besta! replicava o vergalho. Parei, olhei... Justos céus! Quem havia
de ser o do vergalho? Nada menos que o meu moleque Prudêncio,
— o que meu pai libertara alguns anos antes. Cheguei-me; ele
deteve-se logo e pediu-me a bênção; perguntei-lhe se aquele preto
era escravo dele. — É, sim, nhonhô. — Fez-te alguma coisa? — É
um vadio e um bêbado muito grande. Ainda hoje deixei ele na
quitanda, enquanto eu ia lá embaixo na cidade, e ele deixou a
quitanda para ir na venda beber. — Está bom, perdoa-lhe, disse eu.
— Pois não, nhonhô. Nhonhô manda, não pede. Entra para casa,
bêbado!

Ainda durante a escravidão, havia a participação de negros nas camadas


de prestígio da sociedade, visto o próprio Machado de Assis, e que não foi o
critério racial que foi o responsável pela não ascensão social. Nesse sentido,
temos a passagem histórica citada Kaufmann (2007, p. 41), a seguir transcrita:

Relevante exemplo pode ser extraído da Ordem de 1731,


emanada por D. João V, que revela, pelo menos, magnífico
exemplo de recusa à discriminação e a postura contrária da
autoridade máxima ao manifestado preconceito de cor. Por meio
dessa norma, o Rei conferiu poderes ao Governados da Capitania
de Pernambuco, Duarte Pereira, para que empossasse um mulato
no cargo de Procurador da Coroa, de grande prestígio na época,
afirmando que a cor não lhe servia como um impedimento para
exercer tal função.

Resta demonstrado, deste modo, que a utilização da mão-de-obra negro


africana não se deu por questão racial. A explicação da utilização do negro africado
como escravo em maior proporção do que o escravo indígena, aqui o índio
brasileiro, vem do mesmo motivo da sua abolição: interesse econômico ligado ao
tráfico de escravos da África para a Coroa portuguesa e para os mercadores
(VICENTINO, p. 183).

A motivação para o fim do tráfico negreiro, na época, eram as dívidas


contraídas e um possível desequilíbrio populacional em relação a população não
escrava.

A proibição do tráfico de pessoas que a Inglaterra defendia no século XIX


tinha a pretensão de prejudicar a economia da Espanha e de Portugal, já que a
aquela tinha a mercantilização da mão-de-obra negra e este fazia grande uso do
27

negro africano como escravo. Nessa época também na Inglaterra, estava


acontecendo a revolução industrial (MOTA, 2007, p. 487), o que permitia menor
utilização na mão de obra humana.

Nesse diapasão, a Coroa Britânica fez pressão para que a Coroa Brasileira parasse
com o tráfico negreiro como condição para o reconhecimento da independência e
da identificação do Brasil como outro país e não mais como colônia (MULTIRIO,
2016).

Resta mais que claro que a escravidão do negro africano não se deu por
questão racial da cor da pele, que sua raça seria inferior as outras. Essa parte triste
da história do Brasil se deu unicamente por motivos econômicos, uma vez que a
mão-de-obra nativa do país deixou de ser opção viável.

Contudo, entre as décadas de 80 e 90, destacaram, no Brasil, movimentos


antirracistas com o argumento da reparação das vítimas da escravidão. Nas
palavras de Ronaldo Jorge A. Vieira Júnior, o intuito desses movimentos foi
“aprofundar a reflexão sobre a impunidade de autores de atos atentatórios aos
direitos dos negros no Brasil, especialmente a impunidade do Estado e seus agentes
diretos e indiretos” (JÚNIOR, 2007, p. 94).

Assim, as ações afirmativas vêm para tentar reparar essa degradação de


direitos sofrida durante a escravidão, Dworkin (2002, p. 345) entende que as ações
afirmativas são prejudiciais e que agravam cada vez mais o preconceito:

[...] Argumentam que qualquer discriminação racial – mesmo aquelas


com o propósito de beneficiar minorias – termina na verdade por
prejudicá-las, pois o preconceito é fomentado, sempre que as
distinções raciais são toleradas, seja com que objetivo for. [...]

A compensação histórica proposta pelas ações afirmativas tem um fato de


discriminação que pode provocar uma injustiça maior ao invés de solucionar.

Como trabalhado em páginas alhures, é muito difícil determinar a raça de uma


pessoa, ainda mais determinar o não negro. Então, como será direcionado as cotas
raciais, quem seria o destinatário? Ainda mais utilizando o critério da autodeclaração
para se determinar a raça, fica o questionamento de que quem não tem os traços da
28

raça negra, mas, mesmo assim descende diretamente de negros poderá estar apto
ao sistema de cotas?

Como já mencionado, o critério da autodeclaração não é confiável e nem


conduz com a realidade. Também, não há alguma exigência para qualificar o
candidato a cotas raciais, como faz-se no requerimento das pessoas carentes
quando se busca a obtenção da assistência judiciária. Outro ponto já mencionado
são as comissões “julgadoras da raça”, que foram constituídas em algumas
universidades brasileiras, justamente porque o critério da autodeclaração não é
confiável, mas, mesmo assim, diante do degrade de cor, aliado ao lugar onde a
pessoa vive, gera disparidades na determinação racial do indivíduo, como o caso
que ocorreu na UNB comentado no primeiro capítulo.

Ainda tem os pardos, os mulatos e os mestiços, que, a depender do local


onde vive, pois, uma mesma pessoa que é considerada parda, inserida numa
sociedade onde majoritariamente é composta por negros, ela poderá se reconhecer
como branca, ou ao contrário, estando inserida em uma sociedade majoritariamente
branca poderá se identificar como negra, assim, não são destinatários das cotas
raciais. Os pardos são, a maior parte da população não branca do Brasil, serão
excluídos sob a vigência da preferência pela categoria étnico-racial.

A associação da fusão das categorias “pardo” e “preto/negro” em única


classificação sob a designação de “negros”, por aferição do IBGE e de outras
instituições nacionais, verifica-se uma manipulação dos dados e dos seus
significados reais, bem como vai ao encontro da autodeclaração, já classificando
todos como negros.

Conforme pesquisa realizada pelo IBGE, entre 2012 e 2016, a população


brasileira cresceu 3,4%, alcançando a taxa de 205,5 milhões de habitantes, o
número dos que se declaravam brancos teve uma redução de 1,8%, totalizando 90,9
milhões. Já o número de pardos autodeclarados cresceu em 6,6% e o de pretos, em
14,9%, alcançando a taxa 95,9 milhões e 16,8 milhões, respectivamente. 4

4
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/18282-
populacao-chega-a-205-5-milhoes-com-menos-brancos-e-mais-pardos-e-pretos. Acessado em
29

Entre 2012 e 2016, a pesquisa mostra que a população de brancos na


população do país caiu de 46,6% para 44,2%, enquanto a população parda
aumentou de 45,3% para 46,7% e a dos pretos, de 7,4% para 8,2%.

Há marcantes diferenças regionais na distribuição da população por cor ou


raça, o que pode ser explicado pelo processo de ocupação do território. No Sul,
76,8% da população se declarou branca, 18,7% parda e apenas 3,8% preta. Por
outro lado, na região Norte, 72,3% da população se declarou parda, 19,5% branca e
7,0% preta.

Essa redução da população branca no país e o aumento de pretos e pardos,


segundo a pesquisadora Maria Lucia Vieira, é uma tendência verificada ao longo do
tempo. “Até o Censo Demográfico 2010, os brancos representavam mais da metade
da população e naquele ano, pretos e pardos ultrapassaram”, afirmou.

Isso decorre de dois fatores principais segundo a pesquisadora: “Há a


tendência da miscigenação, ou seja, que a população se misture e o grupo pardo
cresça. E, no caso do aumento da autodeclaração de pretos, tem um fator a mais: o
reconhecimento da população negra em relação à própria cor, que faz mais pessoas
se identificarem como pretas”.

Nisso vemos o quão frágil é o sistema e autodeclaração, ao vermos que o


mesmo indivíduo muda sua raça ao longo do tempo. Em um momento da vida ele
pode se considerar branco e, com a mudança do meio social onde vive poderá se
auto identificar como negro.

No Brasil, os negros, considerados como o conjunto de pretos e pardos,


representam, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD)5 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2011), 51,3% da
população.

5
RESERVA DE VAGAS PARA NEGROS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Disponível em: <httprepositorio.ipea.gov.brbitstream1105874611RP_Reserva_2016.pdf>. Acesso em:
03 maio. 2019.
30

Conforme a Tabela 1 abaixo, a taxa de ocupação da população negra em


cargos públicos é de 44,5%, enquanto a taxa de ocupação nos mesmos cargos pela
população branca é de 54,6%, apresentando uma taxa de ocupação superior em
10,1%, ou seja, a cada 10 cargos públicos, 6 seriam ocupados por brancos e 4 por
negros, uma diferença tão ínfima que não se justifica a reserva de vagas, essa
diferença está ligado a diversos fatores externos a sociedade, não pode afirmar,
categoricamente, com base em uma diferença pequena, que o racismo e a dívida
histórica é que está impedindo o aumento da taxa de negros no serviço público.

Depreende-se, ainda, da tabela acima, que, sobre representação das


mulheres é mais marcante no setor público municipal, no qual as mulheres
concentram 63,7% das ocupações – com destaque para as mulheres negras: cerca
de 64% das mulheres negras ocupadas no setor público estão no nível municipal.

Ou seja, em nível municipal, do universo de vagas 64% destas são ocupadas


por negras, em contrapartida no setor público federal, a sua participação é de
38,5%, mas vê-se que tanto as mulheres, quanto as mulheres negras estão bem
representadas no setor público, e que a diminuição do percentual de ocupação no
setor federal não se deve exclusivamente pelo racismo ou pela negação de direitos
aos antepassados, mas pode ser baseados em fatores mais concretos, como já ser
ocupante de cargo municipal, ou ainda, não escolheram trabalhar.
31
32

4. CONCEITOS E PRINCÍPIOS DO CONCURSO PÚBLICO.

Já que o presente trabalho tem por objetivo expor a inconstitucionalidade das


cotas raciais em concurso público, faz-se necessário uma breve explicação do
conceito de concurso público.

Primeiramente, para uma melhor compreensão do instituto do concurso


público e sua constitucionalidade, é necessário explanar sobre seus princípios.

O concurso público, bem basicamente, é mais um ato administrativo para


contratação de pessoas, e como todo ato administrativo, devem observar os
princípios gerias do direito administrativo, além de princípios próprios, como os
princípios da competitividade, da seletividade, da obrigatoriedade, proibitivo da
ordem de classificação, princípio do julgamento objetivo e do duplo grau de
jurisdição, todos presentes na Constituição Federal de 1988.

Destes princípios, alguns são mais relevantes e, por isso, será dado mais
destaque a eles.

A Constituição Federal determina que, para o ingresso no serviço público tem-


se a obrigatoriedade de ser por meio de concurso público de provas e títulos ou só
provas, mas nunca somente de títulos, conforme disposição do artigo 37, inciso II da
Constituição, in verbis:

Art. 37. A administração pública federal direta, indireta ou fundacional, de qualquer


dos Poderes da União, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, também, ao seguinte:
(...)
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

Portanto, a investida em cargos ou emprego público depende da aprovação


em concurso público.
33

O princípio proibitivo da quebra da ordem de classificação está na


Constituição Federal, no inciso I do artigo 93, in verbis:

Art. 93. Lei complementar de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá


sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante


concurso público de provas e títulos, com a participação da ordem dos Advogados
do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três
anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
classificação.

4.1 CARGOS E FUNCÇÕES PÚBLICAS.

Os cargos e funções públicas são acessíveis a todos os brasileiros natos que


preencham os requisitos estabelecidos pela lei, assim disposto no supramencionado
artigo 37, no seu inciso primeiro, da Constituição Federal:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que


preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
forma da lei;

Os cargos públicos são criados por lei, havendo diferença entre cargo e
função pública. Nas palavras de Celso Antonio Bandeira de Mello, o cargo público “é
uma denominação dada a mais simples unidade de poderes e deveres estatais a
serem expressos por um agente.

Hely Lopes Meirelles conceitua cargos como:

Os cargos são apenas os lugares criados no órgão para serem providos por
agentes que exercerão as suas funções na forma legal. O cargo é lotado no órgão e
o agente é investido no cargo. Por aí se vê que o cargo integra o órgão, ao passo
34

que o agente, como ser humano, unicamente titulariza o cargo para servir ao órgão.
Órgão, função e cargo são criações abstratas da lei; agente é a pessoa humana,
real, que infunde vida, vontade e ação a essas abstrações legais.

Já a função pública é a atribuição ou conjunto de atribuições que a


administração confere a cada categoria profissional ou a determinados servidores de
serviços eventuais. Assim, todos os cargos têm função pública, mas a recíproca não
é verdadeira, a função pública nem sempre decorre de um cargo.

Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, a função pública:

“...são os encargos atribuídos aos órgãos, cargos e agentes. O órgão


normalmente recebe a função in genere e a repassa aos seus cargos in specie, ou a
transfere diretamente a agentes sem cargo, com a necessária parcela de poder
público para o seu exercício. Toda função é atribuída e delimitada por norma legal.
Essa atribuição e delimitação funcional configuram a competência do órgão, do
cargo e do agente, ou seja, a natureza da função e o limite de poder para o seu
desempenho. Daí por que, quando o agente ultrapassa esse limite, atua com abuso
ou excesso de poder. ”

4.2 DA IGUALDADE APÓS A CONCLUSÃO DO ENSINO SUPERIOR.

O princípio basilar de um estado democrático é o da igualdade, sem ela


voltamos aos tempos do Império.

A Constituição Federal abraçou o princípio da igualdade de direitos,


predizendo a igualdade de aptidão, uma igualdade de possibilidades virtuais,
esclarecendo, todos os cidadãos têm o direito de ter um tratamento igualitário
perante a lei, em conformidade com os critérios abraçados pelo ordenamento
jurídico. Destarte, busca-se a vedação de diferenciações arbitrárias, porque o trato
dado ao desigual em casos desiguais, na medida em que se desigualam, é mínima
exigência do próprio conceito de justiça, uma vez que o que se busca proteger são
certas finalidades.

O princípio da igualdade pode ser dividido em igualdade forma e igualdade


material. É possível conceituar a igualdade formal como uma norma de caráter
35

negativo, que impõe restrições e vedações na aplicação da norma. É aquela


igualdade genérica, elencada no artigo 5° da Constituição, onde diz que todos são
iguais perante a lei, sem qualquer descriminação.

Assim, nas palavras de José Afonso Silva, “igualdade perante a lei, enunciado
que, na sua literalidade, se confunde com a mera isonomia formal” (DA SILVA, 2014,
p. 216).

No que tange à igualdade material, devemos partir da máxima aristotélica de


que “os iguais devem ser tratados como iguais e os desiguais, na medida de suas
desigualdades”.

Nesse sentido temos os ensinamentos de HESSE:

A igualdade jurídica material não consiste em um tratamento sem


distinção de todos em todas as relações. Senão, só aquilo que é
igual deve ser tratado igualmente. O princípio da igualdade proíbe
uma regulação desigualdade de fatos iguais; casos iguais devem
encontrar regra igual. A questão é quais fatos são iguais e, por isso,
não devem ser regulados desigualmente.

Nesse sentido, tem-se que a igualdade possui três finalidades limitadoras, as


quais segundo para Alexandre de Moraes (2009. p. 37-38.): limitação ao legislador;
ao intérprete/autoridade pública e ao particular. Em relação à primeira limitação, o
autor fez as seguintes ponderações:

O legislador, no exercício de sua função constitucional de edição


normativa, não poderá afastar-se do princípio da igualdade, sob pena
de flagrante inconstitucionalidade. Assim, normas que criem
diferenciações abusivas, arbitrárias, sem qualquer finalidade lícita,
serão incompatíveis com a constituição federal.

Deste modo, tem-se que podem ser tratados igual e desigualmente, ao


mesmo tempo, dois indivíduos, tendo em vista que todos têm semelhanças e
diferenças que possa justificar tratamentos diferenciados.

Partindo deste princípio, conclui-se pela existência de discriminação quando


uma norma diferencia de modo não legítimo ou arbitrária um tratamento específico a
pessoas diversas. De outro modo, para que uma iniciativa normativa seja
considerada não discriminatória, ou seja, que busque efetivar a igualdade material,
faz-se necessário a existência de uma justificativa objetiva e razoável, fundados em
36

critérios amplamente aceitos, sendo possível visualizar razoabilidade entre os meios


empregados e a finalidade a ser alcançada.

Quanto à limitação destinada ao intérprete/autoridade pública, Alexandre de


Moraes assim a apresentou:

A intérprete/autoridade pública não poderá aplicar as leis e atos


normativos aos casos concretos de forma a criar ou aumentar
desigualdades arbitrárias. Ressalte-se que, em especial o Poder
Judiciário, no exercício de sua função jurisdicional de dizer o direito
ao caso concreto, deverá utilizar os mecanismos constitucionais no
sentido de dar uma interpretação única e igualitária às normas
jurídicas.

Seguramente, a maior dificuldade na apreensão do princípio da igualdade


está precisamente em evitar que distinções que não possuam uma fundamentação
razoável sejam aplicadas, ocasionando na ampliação da desigualdade que se
pretende combater, bem como na discriminação reversa desequilibrando, ainda
mais, as relações sociais (MORAES, 2006).

Nessa seara, para que haja compatibilidade entre critério de Cotas Raciais e o
princípio da igualdade, é necessário um nexo de causalidade entre a causa de
discrímen praticado e a desigualdade que se visa combater por meio da norma, que
se traduz na falta de representação da população negra nas camadas sociais de
maior prestígio.

Em seu livro de Direito Constitucional, José Afonso da Silva explicou que


haverá ofensa ao princípio da igualdade gerando uma inconstitucionalidade quando
houver benefício que seja legítimo, mas a pessoas ou grupos que esteja em igual
situação que outras – não justificando então a sua discriminação para com os
demais – e também quando discriminar pessoas em situações iguais e assim
gerando condições mais favoráveis para uns (DA SILVA, 2014, p. 230-231).

Aqui surge um dos problemas das cotas raciais em concurso público. Como já
evidenciado em linha pretéritas, o conceito de cotas não coaduna com a
argumentação da reparação histórica. Deste modo, fica claro que o objetivo das
cotas raciais não é compensar pelo período da escravidão, mas sim ser uma
ferramenta de combate ao racismo.
37

Esclarecendo bem, não se nega a existência do racismo, nem da


necessidade de seu combate, mas a forma de se fazer, quando gera mais injustiças
do que resolver sim, merece ser criticada.
38

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As considerações finais devem levar a reflexão dos leitores quanto aos


objetivos propostos para o seu trabalho, se os mesmos foram alcançados e, caso
não o tenha sido, explique o porquê de não ter sido possível.

Deve-se escrever de forma sintética, clara e ordenada os principais pontos


abordados ao longo do trabalho. Você deve ficar atento para não apresentar dados
quantitativos, muito menos dados novos que não foram discutidos ao longo dos
capítulos.

Neste item, você pode indicar propostas de trabalhos futuros. Faça pelo
menos 3 parágrafos bem elaborados (não faça parágrafos com menos de 4 linhas),
concluindo o seu trabalho cada parágrafo falando de um capítulo, não coloque
referências neste item.
39

6. REFERÊNCIAS

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Nova Aguilar, 1994. Disponível em:< http://machado.mec.gov.br/obra-completa
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Negros no Ensino Superior Brasileiro. Disponível em
<http://www.redeacaoafirmativa.ceao.ufba.br/uploads/fdv>_dissertacao_2007_BSB
elisario.pdf>. (Acessado em 03 de abril de 2019).

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