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Unidade II
2 FERRAMENTAS DE GESTÃO ESTRATÉGICA
Com o objetivo de administrar estrategicamente uma corporação, são utilizadas diversas ferramentas.
Elas auxiliam o grupo de executivos a estruturar melhor as ideias e construir, de modo organizado, o
plano estratégico.
• Análise Swot.
• Matriz de Relacionamentos.
• Matriz BCG.
• Matriz GE.
A pesquisa foi patrocinada pelo Instituto Nola Norton e executada no decorrer do ano de 1990, com
empresas das mais diferentes áreas, colhendo estudos de caso sobre métodos inovadores de mensuração
de desempenho.
Segundo Kaplan e Norton (1997), o estudo de caso que mais chamou a atenção foi o da empresa
Analog Devices. Essa empresa apresentava um método de medição de desempenho utilizando um
scorecard corporativo, composto de itens relacionados não só a medições financeiras, mas também
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a prazos de entrega ao cliente, qualidade e ciclo de processos de produção, bem como eficácia no
desenvolvimento de novos produtos.
Além das ideias surgidas do estudo de caso da Analog Devices, várias outras foram encontradas como
consequência de todo um ano de estudo, levando a uma ampliação do scorecard multidimensional
como ferramenta, conhecida como Balacend Scorecard (BSC).
Este novo modelo de medição foi organizado em torno das perspectivas: financeira; do cliente;
interna; da inovação e do aprendizado. Essas perspectivas refletiam o equilíbrio entre os seguintes itens:
Saiba mais
Segundo Fernandes e Abreu (2012), o BSC, como sistema de gestão de estratégia, tem por objetivo:
• Converter a estratégia num processo não apenas estático, mas também dinâmico.
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O BSC tem como pilar as perspectivas que estabelecem entre si uma relação de causa e efeito,
equilibrando objetivos, indicadores, metas e iniciativas.
Financeira
“Para sermos bem‑sucedidos
financeiramente, como
deveríamos ser vistos pelos
nossos acionaistas?”
Processos internos
Clientes “Para satisfazermos nossos
“Para alcançarmos nossa visão, Visão e estratégia acionistas e clientes, em que
como deveríamos ser vistos processos de negócios devemos
pelos nossos clientes?” alcançar a excelência?”
Aprendizado e crescimento
“Para alcançarmos nossa
visão, como sustentaremos
nossa capacidade de mudar e
melhorar?”
A perspectiva financeira existe não só por questões tradicionalmente históricas, mas porque
são fundamentais para demonstrar impactos econômicos de curto, médio e longo prazos de ações
consumadas. Os indicadores de desempenho desta perspectiva apontam se a estratégia adotada pela
corporação está contribuindo para a melhoria dos resultados financeiros. Os questionamentos são
voltados à lucratividade, ao crescimento econômico e à eficiência operacional.
Na perspectiva de processos internos, são identificados processos internos críticos que precisam
ser continuamente melhorados, no intuito de se alcançar a excelência. Normalmente, esses processos
têm como foco a proposição de valor para os clientes e a satisfação das expectativas dos acionistas. Os
questionamentos são voltados para o aperfeiçoamento operacional dos processos.
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Os mapas estratégicos do BSC são representações visuais das relações de causa e efeito entre os
objetivos estratégicos, nas perspectivas estratégicas, que demonstram como as organizações criam valor
(KAPLAN; NORTON, 2007).
Um mapa estratégico genérico do BSC contém, além dos objetivos demonstrados numa relação
causa e efeito, as medidas de resultado e os indicadores de tendências, com suas respectivas metas,
acompanhadas de ações estratégicas que suportarão o alcance dos objetivos.
Na figura a seguir, observa‑se um exemplo de uma relação de causa e efeito simplificado, adaptado
de Kaplan e Norton (1997).
Retorno sobre o
Perspectiva financeira capital empregado
Capacidades
Perspectiva do aprendizado e crescimento do funcionário
Esse exemplo demonstra através de um simples diagrama que as capacidades dos funcionários
suportam o ciclo e as qualidades dos processos. Esses processos bem‑sucedidos gerarão uma pontualidade
nas entregas, com uma consequente satisfação e lealdade do cliente. E, por fim, o retorno sobre o capital
empregado com efeito de todas as causas apontadas.
Para complementar o diagrama de causa e efeito, apresentado na figura anterior, e assim terminar
a elaboração do mapa estratégico, poderiam estabelecer‑se os seguintes objetivos, indicadores, metas
e ações:
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A Análise Swot é outra ferramenta utilizada no planejamento estratégico para exame do contexto
competitivo da empresa, em que são abordados e discutidos: pontos fortes; pontos fracos; oportunidades;
e ameaças.
Esse método permite à gerência e à alta direção trabalharem a maximização dos pontos fortes, a
minimização dos pontos fracos, além do aproveitamento de oportunidades e da proteção contra ameaças.
O acrônimo Swot representa as iniciais em inglês das palavras strengths (forças), weaknesses
(fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). No Brasil, alguns autores mencionam
essa ferramenta como análise Fofa (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) ou diagrama PFOA
(Potencialidades, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças). A Matriz Swot pode ser vista na figura a seguir.
Análise interna Análise externa
Positivo
Forças Oportunidades
Negativo
Fraquezas Ameaças
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• Estabilização econômica.
• Aspectos sociais.
• Estabilização política.
• Evoluções tecnológicas.
As ameaças remetem aos fatores negativos externos (exógenos) aos negócios, que geram desafios
indesejáveis para as empresas. Essas ameaças podem tolher o crescimento da empresa dentro do
mercado. Dentre alguns exemplos de ameaças, pode‑se citar:
• Aumento da concorrência.
• Aumento de impostos.
• Quais são os pontos fortes dos concorrentes que representam uma ameaça para a corporação?
As forças ou pontos fortes representam as competências nos mais diversos níveis hierárquicos e os
recursos tecnológicos, humanos e organizacionais que agregam valor aos negócios. Normalmente as
forças são ou estão relacionadas às qualidades da empresa. Dentre alguns exemplos de pontos fortes,
pode‑se citar:
• Reconhecimento da marca.
• Estrutura organizacional.
• Tradição.
• Credibilidade.
• O que em nossos produtos e serviços desperta maior interesse dos nossos clientes?
As fraquezas ou pontos fracos representam aquilo que está na dimensão interna da empresa e
que diminuem nossas vantagens competitivas, agindo negativamente na operação do negócio. Dentre
alguns exemplos de fraquezas, pode‑se citar:
• Quais os nossos produtos e serviços que estão aquém das expectativas do mercado?
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As corporações que trabalham com planejamento estratégico normalmente definem o seu foco de
atuação no mercado e como se posicionar de modo competitivo em relação aos clientes, fornecedores,
concorrentes, enfim, em todo o mercado.
Algumas empresas têm o foco no atendimento ao cliente, preservando sempre a qualidade de seus
produtos e serviços para estes. Ela mantém uma fidelização do cliente através de um relacionamento
estreito e eficaz, que possibilita a perenidade dos negócios.
Outras empresas têm um foco na eficiência operacional, tentando sempre atingir seus objetivos
estratégicos com o menor emprego de recursos, garantindo assim preços competitivos.
Outras trabalham com maior atenção na qualidade do produto, independente do cliente que venha
a adquirir seus entregáveis, focando, assim, numa liderança no produto ou no serviço prestado.
No entanto, uma empresa não consegue direcionar o seu foco em mais de uma estratégia das
descritas, devido às sérias dificuldades em oferecer um produto de alta qualidade, ter atendimento
excelente a clientes, combinado com uma alta excelência.
O Diagrama de Foco Estratégico sintetiza o nível de foco em cada estratégia, seja ela baseada no
atendimento aos clientes, seja na eficiência operacional, seja na qualidade do produto ou serviço. O
quadro a seguir apresenta um exemplo de um Diagrama de Foco Estratégico.
Toda empresa mantém relacionamentos com diversas outras com vistas a atingir os seus objetivos
estratégicos. Esses relacionamentos, também conhecidos como parcerias de negócios, são fundamentais
para o dia a dia das operações e precisam receber uma grande atenção no planejamento estratégico.
Para fazer uma boa análise desses relacionamentos e conhecer eventuais desequilíbrios utiliza‑se
uma ferramenta conhecida como Matriz de Relacionamentos, que classifica o grau de importância das
parcerias na visão de ambos os lados, conforme demonstra a figura a seguir:
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+
Parceiro A
Quadrante de Quadrante de
oportunidades parcerias
Quadrante de Quadrante de
conveniência riscos
–
Para se construir esta matriz é necessário saber o grau de importância que o parceiro atribui ao
relacionamento com a empresa, bem como o grau de importância que a empresa atribui ao relacionamento
com o parceiro.
Após isso os parceiros são lançados no gráfico e alguns vão se enquadrando em um dos
seguintes campos:
• Oportunidades: estes relacionamentos são mais importantes para a empresa e têm que ser
preservados.
• Parceria: relacionamento equilibrado onde tanto a empresa quanto o parceiro ganha, também
conhecido como relação ganha‑ganha.
Foi em 1970 que a consultoria Boston Consulting Group desenvolveu a Matriz BCG, uma ferramenta
de análise gráfica objetivando a análise de portfólio de produtos ou unidades de negócios em uma
empresa.
Conhecida também como matriz crescimento versus participação, ela considera as dimensões
crescimento de mercado e participação relativa de mercado, permitindo uma comparação de percentuais
de participação de produtos e negócios corporativos.
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A figura a seguir apresenta a Matriz BCG e os quatro quadrantes resultantes da relação participação
relativa de mercado e crescimento do mercado.
Participação relativa de mercado
Alta Baixa
Crestimento do mercado
Alta
Estrela Questionamento
Baixa
Vaca leiteira Abacaxi
No quadrante “estrela” encontram‑se os negócios com alta participação relativa de mercado e alto
crescimento de mercado, dotados de grande potencial e também da necessidade de investimentos
consideráveis.
No quadrante “vaca leiteira” encontram‑se negócios com alta participação relativa de mercado e
baixo crescimento de mercado, onde não são necessários investimentos consideráveis.
2.7 Matriz GE
A Matriz Grupos Estratégicos (GE) também conhecida como Matriz McKinsey é uma ferramenta que
tem o objetivo de avaliar a atratividade e a competitividade de um mercado.
Ela divide‑se em nove campos a partir de uma matriz 3x3, com dois eixos (atratividade do mercado
e força do negócio no mercado). Nela, são inseridos cada um dos negócios a fim de avaliar aqueles que
precisam receber uma gama maior de investimentos.
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Força do negócio
Forte Média Fraca
Alta
Atratividade
Investir Crescer Ganhos
do mercado
Média Crescer Ganhos Colher
Baixa Ganhos Colher Desinvestir
Figura 6 – Matriz GE
Michael Porter identificou a necessidade de analisar cinco forças competitivas, desenvolvendo assim
um modelo para análise estrutural da indústria.
Porter observou que o grau de concorrência e rentabilidade depende da manutenção dessas cinco
forças e que são elas que determinam o grau de competitividade na indústria. Essas forças competitivas
são mostradas na figura a seguir:
Poder de
barganha dos
fornecedores
Rivalidade Ameaça de
Ameaça de entre produtos
novos entrantes concorrentes substitutos
Poder de
barganha dos
clientes
Resumo
O BSC recebe a maior ênfase por ser um dos métodos mais utilizados
nos planejamentos estratégicos, na gestão estratégica e na formação de
painel de indicadores. Esse método, criado por Kaplan e Norton em 1990,
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Para que seja feito um uso eficaz da Análise Swot, num planejamento
estratégico, é necessário trabalhar uma integração entre os fatores internos
(forças e fraquezas) e fatores externos (ameaças e oportunidades) para criar
estratégias de alavancagem, de enfrentamento, de melhoria, assim como
descobrir vulnerabilidades e limitações.
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