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PERIGOSAS NACIONAIS

Lua Gomes
1ª. Edição

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Contos Eróticos no Escritório


Lua Gomes
1ª. Edição

PERIGOSAS ACHERON
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Copyright © Lua
Gomes
Edição Digital: Criativa TI

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens,


lugares e acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência.

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Todos os direitos reservados.
São proibidos o armazenamento e/ou a reprodução
de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer
meios – tangível ou intangível – sem o
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consentimento escrito da autora.


Criado no Brasil. A violação dos direitos autorais é
crime estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido pelo
artigo 184 do Código Penal.

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Capítulo 1
Dizem que quando sonhamos com alguém,
ainda que achemos que nunca encontramos a
pessoa na vida, é alguém que já encontramos antes
há anos ou há dias por acaso na rua ou em uma
padaria. Talvez até só ter visto em uma fotografia e
a imagem da pessoa ficou gravada em nosso
subconsciente.
Tenho lido muito sobre sonhos, pois venho
tendo um sonho recorrente com um homem. E nos
sonhos nós nos envolvemos amorosamente e
sexualmente. E é tão bom que acordo molhada,
suadas às vezes até gozada. Já joguei no google
como faz pra tornar real sonhos eróticos com o
homem gostoso que você não sabe nada sobre, mas
deseja loucamente dar loucamente pra ele? Sim, fui
redundante de propósito, porque tudo parece muito

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insano.
Bom, evidentemente, não obtive resposta e
fiquei triste em saber que o google não sabe de
tudo.
Droga! Vejo homens lindos diariamente,
grande parte deles na TV, ainda assim não sei
porque meu subconsciente resolveu fazer sexo logo
com ele. E pior, achar que o cara é o Eric
Zimmerman do sexo. Porque até orgasmo jato eu já
tive nos sonhos. De onde saiu toda essa fantasia se
nunca acreditei em contos de fadas? Ainda mais
conto de fadas eróticos.
Porém, o que não quer calar é: de onde
tirei esse homem? É um negão alto, seus olhos tem
um tom de castanho escuro, sem pelos e a cabeça
raspada. Lindo, gostoso, malhado, divertido,
cheiroso, bastante avantajado, bom de cama e com
uma pegada que desgrama qualquer calcinha. Só

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pode ser algum famoso que eu vi a foto em algum


lugar. Eu me lembraria se tivesse cruzado com esse
ébano.
E o sonho é tão bom que nem consigo
lembrar dos defeitos. Deve ter algum defeito, mas
já que é sonho, só vi as qualidades. Pobre também
tem o direito de sonhar alto, grande... Ui! Ainda
bem que sonhar é grátis, caso contrário eu EU do
sonho estaria satisfeita, mas minha EU real estaria
falida.
Falando na safada da minha EU do sonho,
a desgraçada sabe fazer uns paranauê que a EU da
realidade não tem nem coluna para isso. Muito
menos elasticidade. Espero que ele não esteja tendo
os mesmo sonhos que eu ou vai se decepcionar. No
sonho eu sou muito boa nisso, daria um roteiro de
filme pornô protagonizado por mim, mas a
realidade não é bem assim, apesar de ninguém ter

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reclamado até hoje.


Levanto da cama me espreguiçando. Essa
noite o sonho foi do jeito que gosto. Sei, porque
sinto minha calcinha molhada. Necessito de sexo.
Muito sexo de qualidade. Isso é falta. Faz seis
meses que não transo e seis anos que não namoro
sério. Não que eu queria homem enchendo meu
saco ou o drama do namoro, mas para dar uma de
vez em quando serve.
Sou uma mulher de 25 anos. Solteira
assumida e por opção, afinal, sou o que se
consideram gostosa. Alta e morena, com curvas
exuberantes. Proposta de namoro e até casamento
não faltam, porém dispenso todas. Posso soar
egocêntrica, no entanto não sou, é apenas excesso
de amor próprio. Meu último relacionamento o cara
me prendia muito e eu aceitava até descobrir que
ele me traía, aí joguei tudo pro alto, enchi a cara e

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dormi com outro... Dois na verdade.


Hoje não aceito nada que eu não queira e
falo sim de sexo como um homem. Já ouvi isso
várias vezes das minhas amigas, posso fazer o que
se eu gosto do sexo pelo sexo? Sinto falta de ver
um filme com uma costela para me esquentar.
Gosto da companhia masculina sim, mas quando
me vem a ideia de namorar logo descarto. Prefiro
só o bom e gostoso sexo. Isso não significa que
como os homens muitas vezes fazem, eu não trato
com quem durmo como lixos ou objetos. Trato eles
como outros seres humanos que desejam sexo sem
compromisso, assim como eu.
Entro no chuveiro pensando seriamente em
me masturbar. Aliviar um pouco isso tudo ou
deixar ainda mais com vontade. Porém desisto ao
escutar meu celular despertando pela segunda vez.
Caralho, estou atrasada. Tomo a ducha mais fria

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bem rápida dos meus atrasos. Nem me enxugo


direito, vou direto para o guarda roupa vestir meu
uniforme padrão da empresa: saia preta até o joelho
e blusa social branca com manga até o cotovelo.
Calço um salto nude, pego a bolsa e saio de pressa
sem tomar café do meu apê, amaldiçoando morar
no quinto andar e a porcaria do elevador estar
ocupado. Acabo descendo dois andares de escada
de salto alto. O dia já começou bem.
Tenho uma reunião logo no primeiro
horário, tipo, em 20 minutos e se chegar atrasada
meu chefe me mata. Aliás, já estou atrasada. Retiro
o que disse, pobre assalariado não pode nem
sonhar.
Finalmente entro no elevador e assim que
chego no térreo peço um táxi. Com a graça do pai
ele chega rápido e me deixa na porta da empresa
que trabalho. Cumprimento os seguranças e meus

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colegas de trabalho com um simples bom dia. Peço


para minha colega de trabalho levar dois cafezinhos
e distraída, entro na sala sem bater. Acabo
flagrando uma conversa entre meu chefe e a
secretária.
— Isso tudo parece bem interessante se eu
não estivesse imaginando essa sua boca linda no
meu pau.
— Bom dia — digo simplesmente, ele
quase cai da cadeira tentando disfarçar.
Eu o proibi de manter esse tipo de
relacionamento com as meninas. Já respondeu a
cinco processos de assédio sexual no trabalho. Uma
parte das meninas curtem ter relações com ele, mas
sei que não são todas que aceitam. Eu mesma não
aceito e ele respeitou minha decisão depois de um
belo tapa no meio da cara. Por alguma razão eu sou
a única que posso enfrentá-lo sem ser demitida.

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Talvez por ser sua amiga há muito tempo ou por


nunca ter tido relações sexuais com ele.
— Com licença. — Aisha tenta sair, mas a
impeço por alguns segundos, apenas para ter ideia
do que ela está sentindo, se devo intervir. Posso ver
suas bochechas coradas enquanto ela tenta olhar
para todo lugar menos para mim. Ela não faz a
linha envergonhada, pelo contrário, mas não a
conheço o suficiente para atestar se gostaria ou não
de fazer o que Matthew sugeriu.
— Não se incomodem comigo.
Continuem. Eu curto assistir. Testemunhar em
processos de assédio então, eu adoro.
— Como você entra assim sem permissão?
Droga Bea.
Finalmente libero a passagem para que a
secretária possa sair.
— Entrando e você está querendo outro
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processo? Já está avisado, mais uma queixa sua


sobre esse assunto e eu me demito depois de fazer
um escândalo. — Pego minha pasta de anotações.
— Você tem uma reunião agora. Está atrasado.
— Você também está. — Aponta para a
saída. — Nem tente participar da reunião de hoje.
Me espere lá fora.
Revirei os olhos. Sei que preciso falar com
a minha colega sobre isso que está rolando entre ela
e nosso chefe. Saber se é consensual. Já tive que
indenizar uma estagiária por assédio, porque ele
disse que a bunda dela ficaria melhor com o pau
dele no meio. Babaca sim, não sei como construiu
essa empresa sem nenhum tipo de maturidade para
isso e o pior de tudo, tem umas que adoram o jeito
dele.
Matt é lindo. Loiro, rico e corpo atlético.
Eu transaria com ele, se não fosse idiota. E não vou

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ser conveniente se ele pensar em se exceder com


quem não quer nada com ele. Quer transa? Transe,
mas com o consentimento de ambas as partes.
Saio da sala, batendo a porta bem forte.
Estou me sentindo tão estressada, cansada de ser
babá do Matt e principalmente faminta. Nem o café
de cada dia eu tomei.

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Capítulo 2
— Não pedi dois cafés para você?
— Desculpa, senhorita, a máquina
quebrou... Não deu tempo de avisar.
— Tudo bem. Estou estressada e faminta.
Acho que vou pedir ao Taylor para ir pegar algo na
butique da esquina... Preciso preparar umas coisas
para o pós reunião e já estou atrasada.
— Todos estão estressados. O chefe está
mais insuportável que o normal. Aisha saiu
xingando todos os nomes e sugiro que compre três
cafés e muitos doces. O dia será longo.
— Ai minha paciência.
Caminho pisando firme até a sala do
cafezinho da empresa. Posso ficar dez minutos já
que não vou a reunião de hoje. Sei que Matthew já
deve ter feito o planejamento para a reunião com a
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Aisha. Eu preciso estar aqui antes de todos ou estou


atrasada e ele me enche a paciência pelo resto do
dia.
Entro na sala do cafezinho e logo o sonho
da noite passada me assola. Parece que todo canto
dessa empresa me lembra ele. O homem dos meus
sonhos eróticos que nem ao menos sei o nome.
Encosto na parede e deixo as lembranças me
levaram.
Tranco a porta sob o olhar atento do meu
ébano. De braços cruzados, ele me observar
encostado na parede.
— Você me deixa louca. — Caminho até
ele. — Me deixa excitada só de te olhar assim.
Como quem está fodendo mentalmente.
— Então estamos quites, pois você me
enlouquece. E estou te fodendo mentalmente,
lembrando de como você é gostosa, como é gostoso

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estar com você. Não só pelo sexo, mas pela


companhia — sussurra.
Não é nossa primeira vez aqui no
escritório, aliás, já usamos até o pátio enquanto os
carros passavam a nossa volta. Como também não
é a primeira vez que ele me diz coisas desse tipo.
Ele é um dos poucos homens que me deixa de
pernas bambas o dia todo não só com a força da
sua pegada, mas também com o sentimento que
expõe em suas palavras e com o carinho que me
trata.
— Desse jeito eu gamo — digo
suspendendo minha saia. Deixo que minha
calcinha caia sobre meu salto e fico só observando
ele retirar sua calça.
Sem cerimônia, ele senta no chão, com
maestria põe a camisinha e eu monto em seu colo
engolindo seu pau com minha boceta. Estava

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ridiculamente molhada como sempre quando ele


está por perto. E eu sei tudo que ele é capaz de
fazer usando essa única parte do corpo e o tanto
que ele pode me fazer gemer usando o poder de sua
língua.
Começo a cavalgar com vontade,
enquanto suas mãos em meus quadris ajudavam a
manter o ritmo. Nossos gemidos enchiam o lugar,
assim como o som de nossos corpos dando prazer
um ao outro. Suas mãos apertavam minha coxa
com força e me enche de tesão me fazendo rebolar
em seu colo. Empino a bunda e quico. Rebolo e
quico. Um gemido escapa dos seus lábios me
fazendo gemer junto.
— Nossa! Ah que delícia...
— Gostoso.
Ele segura minha bunda e me puxar para
seu membro. Repete o gesto três vezes e eu vou a

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loucura. Mordo seu queixo e seu pescoço. Deslizo


os dentes por sua garganta. Vê o prazer do homem
sempre me dá mais prazer. Ouço-o gemer e me
xingar.
— Cachorra. — Acerta um tapa na minha
bunda. — Fica de quatro. — Faço o que ele pede
de pernas bambas em um orgasmo anunciado. —
Viajo quando te vejo assim. — Alisa minha bunda e
desliza seu pau da entrada da minha vagina até
meu anus. — Tão linda e tão entregue a mim.
— Eu sou totalmente sua. Para ter prazer
e para amar.
— Dia difícil?
Quase caio com o susto. Merda, xingo ao
perceber que não basta sonhar com o tal que nem
ao menos sei o nome dormindo agora faço
acordada. E pior, tem o mesmo efeito. Estou toda
molhada pronta pra ele.

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— Dia impossível. Cheguei atrasada,


peguei nosso chefe dando em cima da nova
secretária, a máquina de café quebrou e estou tendo
sonhos eróticos com um cara que não conheço. O
que está me deixando cheia de tesão acumulado e
muito irritada. Estou quase dando para minha
vassoura.
— Vixe... — Taylor sorri e quase me faz
ficar ainda mais com a calcinha molhada.
O cara é um cafajeste e como todo bom
cafajeste tem um sorriso de quebrar fêmur e deixar
as mulheres aos seus pés se rastejando. É o garoto
mel daqui. Olhos e cabelos cor de mel. Pele
bronzeada de um surfista que só vive na praia. Nem
parece que o infeliz trabalha preso aqui no
escritório como eu. Vive com o bronzeado em dia.
Sem falar que aqui nem praia tem. Ainda bem que
nasci morena, se fosse loira ia virar um pedaço de

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papel metro ou ficar cinza como as paredes desse


prédio. Ainda por cima tem corpo atlético. Único
defeito é que ele é mais baixo que eu e é ex de uma
amiga minha, que também trabalha aqui.
— Muito vixe. — Encosto na parede que
no meu sonho meu bofe estava. Meu bofe? — E
você, como está?
— Nada por enquanto. Fazendo hora e
esperando a reunião para saber o que o diabo nos
reserva.
— Credo Taylor.
— Sempre o pós reunião é pior... Falando
nisso, você não deveria estar lá?
— Sim, mas fiquei pensando no meu
sonho e esqueci da hora.
— Sobre o tesão gerado pelo sonho. Posso
dar um jeito, temos meia hora.
— Taylor, não viaja. Você é ex de uma
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amiga minha. Não vai rolar.


— Não coloque ela no meio. Garanto que
te desestresso.
— Nada de sexo... Tem outro jeito de me
desestressar se deseja tanto me ajudar.
— Café e doces da butique da esquina.
— Sim. Pode pegar uns pra mim? — Sorri
numa tentativa de parecer o gato de botas do
Sherek.
— Posso, mas vai me ajudar com a Pricila
e se o chefe pedir de novo toda a contabilidade
atualizada, ficará comigo fazendo os balaços.
— OK. Agora vai e manda para sala dele.
Ajeito-me. Droga, vou precisar ir ao
banheiro me limpar. A coisa está feia e foi só uma
lembrança. Ainda bem que sempre trago uma
calcinha extra. Andar sempre preparada e precavida
é o meu lema. As vezes bate uns tesão louco do
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nada e não vou ficar na vontade. Piranha sim e


vadia também.
Passo no banheiro, me ajeito e retorno para
a sala do meu chefe com um copo de água nas
mãos.

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Capítulo 3
— Não tolero atrasos. Sabe disso.
— Não me atrasei, cheguei pontualmente.
— Você deve estar aqui sessenta minutos
antes de todos os funcionários.
Eu não ganho mais que os outros
funcionários.
— Desculpa, não vai acontecer de novo.
— Assim espero ou vou descontar do seu
salário.
Idiota. Não me paga para entrar sessenta
minutos antes, experimenta descontar.
— Sobre a Aisha...
— Está dispensada.
— Matthew... Pode tentar ser carrasco com
quem quiser, mas sabe que não tolero que me trate

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como uma foda. Respeite seu trabalho.


— Não abusa da liberdade que te dou.
— Então, não abuse do poder que tem —
brado. — Agora me diz o que quer hoje? O que
faço agora que perdi a reunião?
— Ficará sessenta minutos a mais hoje
ajudando o Julian a digitar a nossa proposta para a
nova campanha de marketing da empresa.
— Quem é Julian?
— Se chegasse no horário saberia.
Procure-o pelo setor.
— Sim, senhor.
Ahhhh... às vezes meu chefe acorda de
TPM e transforma meu dia em um pesadelo e meu
trabalho em um inferno. Geralmente discutimos,
mas nós somos amigos desde o colégio e isso nos
dá liberdade. Mas tem dias que ele está tão babaca
que nem eu aguento.
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Bufando quase espumando de raiva, pego


minha cadeira, coloco no meio do escritório, subo
na cadeira e grito.
— Quem é Julian aqui?
— Eu!
Quase perco o equilíbrio quando vejo
parado na minha frente o homem dos meus sonhos
eróticos. Exatamente ele. Negro. Alto. Forte.
Musculoso. Se é cheiroso e se a pegada é forte
ainda vou descobrir. Mas é ele. Meu coração
dispara. Minha mãos tremem e se torna difícil
respirar. Será que tenho outra calcinha?
— Você é o Julian? — pergunto quando
ele se aproxima.
— Sim sou. E quem é você?
Sua escrava sexual. Sua boneca do prazer.
Sua tchecuda. Sua para dar e receber prazer.
— Sou Beatriz, assistente do mané do
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nosso chefe. O imbecil pediu para fazermos a


campanha de marketing até mais tarde. E você, é
funcionário novo?
Será que ele sempre trabalhou aqui?
Impossível não ver um homem grande assim.
— Sou primo do imbecil do nosso chefe.
Nos vimos semanas atrás. Você trombou em mim e
me xingou, jogou café no meu rosto e ainda
mostrou o dedo do meio.
Ah, isso é minha cara quando sou obrigada
a chegar duas horas antes. Semanas atrás Matthew
estava em algo grande e caro. Ele estava louco e eu
o dobro. Ainda assim não lembro de ter visto ele ao
ponto de dar toda noite para ele. Em sonho, é claro.
— Se servir de consolo, eu não te vi.
Não sei como não vi um negão de mais de
1,75m de altura, sei disso porque é minha altura e
ele é maior que eu. Uma parede de músculos que eu
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estou doida para derrubar.


— Não serve, vamos começar tudo de
novo. Sou Julian Macêdo.
— Sou a Beatriz Chaves. — Aperto sua
mão dando dois beijos em cada lado de sua face.
Cheiroso confere e que mão grande. Imagino logo
acertando minha bunda. Eita que as pernas viram
balanços de parquinho de tanto tremer.
— Assistente do meu primo.
— Isso você irá fazer aqui? Nem sabia que
estávamos precisando de funcionários. Se for só
para digitar, me avise para trocarmos de emprego.
— Virei sócio da empresa. Minoritário
claro, meu primo quer que eu tenha um bom
relacionamento com os funcionários como ele acha
que tem.
— Os únicos que tem bom relacionamento
com o imbecil do seu primo são os que mamam
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entre as pernas dele. Literalmente.


— Você definitivamente não gosta dele,
mas não se preocupe, não vou falar nada.
— E mesmo que falasse ele não vai me
demitir. Só eu sei fazer tudo que ele gosta. E está
enganado. Eu gosto sim dele, por isso digo a
verdade. — Dou de ombros. — Agora vem, vou
levá-lo para conhecer a empresa.
Quem sabe não tem uma sala vazia onde
ele possa me jogar com força na parede e meter
bem fundo em mim sem piedade e sem delicadeza.
— Já conheci, mas na companhia de uma
bela mulher será mais agradável do que na
companhia do meu primo. — Sorriu me fazendo
estremecer. Opa, ele tem o lado safado e aquele
sorriso mais safado ainda do homem dos meus
sonhos. Como pode isso?
Levo-o para conhecer as salas do prédio,
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explicando as funções com mais empolgação que o


normal. Ver a pessoa com quem sonhei em
momentos tão íntimos, vivemos uma vida enquanto
eu dormia, é estranho e excitante ao mesmo tempo.
Julian está tão alheio a isso que chega a ser triste.
Entretanto, sei quando um homem está atraído por
mim e ele está. Então, mesmo sem saber dos
sonhos que ando tendo com ele posso torná-los
reais.
Em um dos corredores seu braço roça no
meu bem de leve e uma onda de desejo quebra pelo
meu corpo inteiro. Eu preciso muito dar para esse
cara. Dar muito. Dar até a perereca coaxar por
liberdade.
Quando terminamos nosso passeio pelo
escritório já é tarde e então, começamos a trabalhar
na campanha. Ele trabalhava e eu babava em como
seus músculos flexionavam a camisa, lembrando

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como nos sonhos ele é sem a camisa que eu


desejava seus músculos após o sexo e de como ele
flexionava sobre mim sentindo e me dando prazer.
Olho quase suspirando para suas
expressões e a forma como seus lábios grossos se
movem sem prestar atenção em nenhuma palavra
que ele diz. OK, é estranho. Parece que já fomos
namorados perdidamente apaixonados e ele perdeu
a memória... Espera, perdidamente apaixonados?
— Meu Deus! — grito. Como assim?
Desde quando falo de amor? Foram só e apenas
sonhos eróticos inventados pelo meu subconsciente
safado e filho da puta para me perturbar. Não
importa se minha EU do sonho é apaixonada por
ele. Isso não pode se torna real.

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Capítulo 4
— Beatriz? — Julian balança as mãos na
minha frente. — Está tudo bem? O que houve?
— Está tudo ótimo. Não foi nada. Só estou
cansada.
— Obrigado pelo tour, imagino que esteja
cansada por minha culpa, então como um
cavalheiro, te isento, não precisa ficar até tarde me
ajudando. Eu sou bem rápido nessas coisas e esse
não é seu trabalho.
— Obrigada, mas tudo que aqui é meu
trabalho. Sou uma assistente faz tudo com anos de
experiência.
Porém, vou deixá-lo fazer um favor para
mim e ai eu vou dever a ele e depois convidar para
jantar na minha casa como pagamento dessa dívida.
Vinho vai vinho vem e acabaremos no quarto
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fazendo o mesmo movimento.


— Faço questão. Você parece cansada
mesmo e me culparia se você ficar.
— Já que insiste. — Pego uns papéis na
mesa para estudar em casa. — Envia tudo para o
meu e-mail. Tenho que ler antes do seu primo.
Vou para casa andando sem saber o que
foi esse dia, como achei o homem que venho tendo
sonhos eróticos recorrentes nos últimos dois
meses? Nem sempre eram sonhos diferentes, às
vezes era o mesmo, outras eram continuação, mas o
nome dele eu nunca soube. Como também não
podia induzir a sonhar com ele. Quando eu queria
não conseguia e quanto mais tentava descobrir
sobre ele, menos eu sabia.
Agora não sei como agir e principalmente
como trabalhar com ele sem ficar imaginando-o nu
ou lembrando dos sonhos. E o pior é que de tanto

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sonhar, de tanto tê-lo na mente, meu coração


cismou em querê-lo também. Até sonhando faço
merda, uma merda boa pra caralho, mas merda.
Chego no meu prédio, o síndico me
entrega as contas e pelas escadas mesmo subo até
meu andar. Não tenho problemas em usar escadas,
afinal, é minha malhação diária. Gosto das minhas
coxas grossas. Da minha bunda dura e acho que é
fruto disso ou da minha genética abençoada. Meus
pais que moram na região norte do país que fizeram
no capricho para seduzir.
Solto meus cabelos do coque, ciente de
que terei que pentear minha juba ainda hoje, antes
mesmo de fechar a porta com um pontapé.
Aproveito para retirar os saltos e o sutiã em
seguida. Diga uma sessão melhor que chegar em
casa e deixar de ser a Cinderela para virar a gata
borralheira — sem o trabalho braçal — e falhe

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miseravelmente.
Caminho para o banheiro deixando minhas
roupas no trajeto, espalhadas pela casa. Amanhã a
diarista arruma tudo. É bom morar só e ainda assim
ter quem arrume sua bagunça. Aposto como ela fez
a janta, porque se dependesse de mim seria pipoca
e miojo todo dia. Suspiro ao sentir a água quente do
chuveiro nas minhas costas lavando todas as
tensões do dia.
Termino o banho e de roupão mesmo deito
e imediatamente adormeço.
— E essa aqui é minha sala — anuncio
trancando a porta. — Agora, vou te fazer
apresentar um caminho perigoso e proibido.
Estou só com a parte de baixo de um
conjunto de lingerie: calcinha, meia até a coxa e
salto alto. Tudo na cor preta. Meus seios estão a
mostra e é o foco da atenção dele.

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— Algo me diz que já conheço e adoro


cada pedaço desse caminho.
— Dessa vez vai conhecer de um jeito
diferente. Se prepara para conhecer as curvas do
mau caminho de um jeito que nunca viu.
Empurro ele sobre a mesa da minha sala
do escritório onde trabalho derrubando algumas
coisas. Sem precisar pedir licença, abro sua calça
puxando-a junto com a boxer libertando seu pau
duro. Meio torto para o lado, o que reforçava o
meu gosto por paus tortos. Seguro pela base
lambendo primeiramente os ovos deslizando a
língua por toda a extensão do pau. Sem pudores,
começo a gemer enquanto repito o movimento. Ele
também faz ruídos demostrando prazer. Massageio
com a mão em movimento de punheta e finalmente
chupo com gosto. Com vontade e por prazer.
Gosto de chupá-lo e não faço para

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agradar, faço por sentir prazer em ver o prazer.


Por isso olho cada reação dele. A boca aberta
puxando a ar ou mordendo os lábios impedindo os
gemidos. Sua mão vai até meu cabelo me
obrigando a ir mais fundo, me incitando a engolir
toda a extensão de seu pau. E assim faço cada vez
mais excitada e sabendo que daqui a pouco será
ele entre minhas pernas me deixando louca.
Sinto seu corpo contrair sabendo que ele
irá gozar, porém ele não permite. Puxa meu cabelo
me separando de seu pau.
— Gosta de chupar não é cachorra?
Sorrio. Ele puxa meu cabelo e toma minha
boca com veracidade. Gira para que eu fique por
baixo e sua boca desce para meus seios. Ele chupa.
Morde os mamilos e me enlouquece fazendo
estremecer.
Joga-me no chão, rasga minha calcinha e

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entra em mim. Forte e selvagem como um animal.


Com força, como se tentasse se fundir a mim e
fundo, como se sua vida dependesse disso.
Eu só deixava meus gritos e gemidos
encherem a sala em meio aos barulhos dos nossos
corpos se chocando.
Sinto tapas na bunda e puxões de cabelo
enquanto os espasmos do orgasmo estremecem
meu corpo deixando minhas pernas bambas.
— Fique de quatro. Quero comer seu
cuzinho.
Bip! Bip! Bip!
Caralho! Como essa noite passou rápido.
Só deu tempo fazer uma e o cara nem gozou.
Sacanagem.
Pulo da cama quando vejo que já são
quase oito horas. Estou mega atrasada. Tipo, duas
horas. Corro para o banheiro sentindo que gozei de
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novo com o sonho. Agora vou ter que tomar banho


e me atrasar mais. Maravilha. Virei adolescente por
um homem que só vi duas vezes e de uma nem me
lembro direito.
Parabéns Bea. Só falta se apaixonar por ele
agora.

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Capítulo 5
Entro na sala do meu chefe, aproveitando
que não está para deixar tudo bem arrumado. Tento
o mais rápido possível terminar de ler a proposta de
marketing que Julian fez ontem. Vim lendo no
caminho, mas não consegui terminar. Minha casa
fica a cinco minutos do trabalho, sem trânsito.
— Atrasada de novo, Beatriz — Matthew
reclama entrando. — O que está acontecendo com
você?
— Ando tendo sonhos estranhos.
— Humm... Que não se repita. Aisha e eu
não conseguimos fazer nada juntos.
— Demita ela.
— Jamais... Quero ela na minha cama e ela
vai ceder. Além disso, é uma ótima profissional. Se
saiu bem na reunião que você me deixou na mão.
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— Senta na cadeira com as mãos na parte posterior


da cabeça. — O problema é quando estamos a sós.
Que fique claro, eu não o deixei na mão,
só estou passando por um momento sexual difícil,
no entanto, não adianta rebater. Matthew tem
sempre razão.
— Ai sua outra cabeça fala por você. —
Ele sorri, mas não responde.
— Meu primo gostou de você. — Muda de
assunto e esse muito me interessa.
— Foi?
— Sim, principalmente com outras
intensões. Que aliás, ele diz serem correspondidas
por você.
Super, hiper, mega correspondidas por
mim. Oh, como são correspondidas essas outras
intensões.
— É um problema se eu for pra cama com
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ele?
— Conheceu ele ontem — grita.
— E daí?
— Tenho anos tentando te levar para
cama. Ele chegou ontem, nem viu fazendo nada e já
conseguiu seu interesse. Isso de que a pegada de
negão é melhor é tudo mito e posso provar se me
der a chance.
— Nem gaste energia comigo, você jamais
me terá e não tem a ver com cor. Minha libido não
tem preconceito. É que você não me atrai
sexualmente, entrou na friend-zone e uma vez lá
não há a menor chance de rolar sexo entre nós.
— Que soco na minha autoestima. Não já
basta a secretária ter me dispensando, agora essas
ideias.
— Desista de nós.
— Você, eu até deixo para meu primo,
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mas a Aisha nunca vou abrir mão. Sei que ela me


quer e agora é questão de honra.
— Então dê um jeito de ficar a sós com ela
em um lugar que não tenha alternativas e a tente até
ela ceder. Se ela realmente te quiser, vai ceder. —
Mandei beijos pra ele e saí a procura do seu primo.
Matthew é um babaca comigo as vezes,
mas também sabe se comportar. Dizem que sou a
única que o domina, que tira e vê seu lado bom.
Talvez seja isso, para Aisha ele só mostra sua face
babaca. Se mostrasse a boa ela estaria de quatro
nesse momento na sala dele curando seu mau
humor de tesão reprimido.
Deixando de lado o Matthew e falando em
ficar de quatro, preciso achar Julian. É hoje que eu
vou para cima dele do jeito que o Neymar devia ter
feito na copa do mundo. Vai ser goleada de 69.
Depois de perguntar a Sabrina, a nossa

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garota TI, se viu ele por aqui, ela responde de má


vontade que está na sala do cafezinho com Taylor.
Vejo pela sua careta ao pronunciar o nome do ex-
namorado que jamais vai superar o término. Sei que
foi um rolo conturbado o término deles, mas não
tenho tempo agora para falar sobre isso.
Caminho até a sala e lá está Julian sozinho.
Tomando café e olhando pela parede de vidro o
movimento da cidade. Caminho até parar atrás dele.
Parece nem ter percebido minha presença.
— Linda a vista. — Ele não se assusta,
mas também não vira pra mim. Na verdade, nunca
fui de admirar a paisagem e não acho a vista daqui
linda. A vista só é linda para Matthew. Ele diz que
é lindo as pessoas acordando cedo para trabalhar.
— É, não muito linda... Todo mundo tão
apressado e focado no próprio mundo. Parece que
vivem em um sonho e são todos robôs.

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— Eu definitivamente faço parte dessas


pessoas, mas não vivo um sonho. Na verdade, meus
sonhos parecem mais com uma parede normal.
Julian se vira curioso e confuso. Agora
consegui a atenção dele.
— Parede normal? — repete rindo. — Por
que sonha com paredes?
— Sonho com você.
— Isso foi uma cantada? — indaga com
uma sobrancelha arqueada.
— Não... É sério. Sonho literalmente com
você pelos últimos quase três meses.
— Uau! Jura?
— Sim. Por alguma razão meu
subconsciente gravou aquele dia que nos batemos e
ficou sei lá... reproduzindo sonhos.
— Doideira — ele rir balançando a

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cabeça. — E pode me contar o que fazemos nos


sonhos ou não lembra?
Oh se lembro.
— Sim, posso contar, mas com uma
condição.
— Qual?
— Que vai tornar ao menos um deles real.
— Não sou Sílvio Santos, mas posso tentar
realizar seus sonhos. — Rimos. — Diga. Como foi
o sonho?
— Quente e muito prazeroso. — Ele
beberica o café e sei que foi para disfarça o sorriso
de quem já sabe como foi o sonho. — No último
fodemos na sala que divido com seu primo. — Ele
ergue novamente a sobrancelha.
— Direta.
— Sempre. — Coloco minha mão em seu

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peito alisando o peito forte. Ui! — As oito no meu


apartamento...
Desço minha mão até o bolso de sua calça,
pego seu celular, ofereço para ele desbloquear e
assim ele faz, sem dizer uma palavra. Coloco meu
endereço e devolvo o celular para o bolso fazendo
questão de deslizar a mão por sua virilha. Sentindo
o notável desenho de seu pau.
— Te espero pra tornar meu sonho em
realidade — sussurrei.
Deixo um beijo bem no canto da sua boca
antes de virar para sair. Não sei ele, mas essa
interação me deixou ainda mais louca para tombar
em uma cama com ele.
Pouco antes de eu chegar a porta e
conseguir sair ele me impede segurando meu braço,
com o corpo pressiona o meu, me fazendo sentir
claramente sua ereção.

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— Estarei lá — sussurra contra a pele do


meu pescoço fazendo todo meu corpo arrepiar e
minhas pernas tremerem. — Para realizar cada
sonho seu comigo. — Faço uma força enorme para
não esfregar as pernas e minha bunda no seu pau.
Quando ele me solta pareço incapaz de
andar. Com esforço hercúleo caminho para fora
sem olhar para trás ou vou acabar dando para ele
aqui mesmo. Diferente do meu sonho, sei que aqui
tem câmeras e nossa brincadeira deve estar sendo
assistida nesse exato momento.

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Capítulo 6
Entro na minha sala com o corpo em brasa.
Nem o tocha do quarteto fantástico tá mais quente
que eu. Caminho de pernas bambas até minha mesa
agradecendo por Matthew estar tão focado nos
papéis que lê e não nota minha presença ausente. O
corpo aqui, mas a cabeça já no meu apartamento
nua e de pernas abertas.
Tento focar na tela apagada do meu do
computador, mas ainda sinto o hálito de Julian no
meu pescoço me arrepiando.
Oh dia hoje vai ser longo.
Olho o relógio pela milésima e não se
passou nem meia hora desde o dia que olhei pela
última vez. Nessa meia hora couberam duas
eleições e seis copas do mundo. Chega natal, ano
bissexto, carnaval, mas nada do horário de ir

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embora.
— Que foi? Tem compromisso?
Será que Julian comentou algo ou ele viu
as câmeras? Não que já não seja óbvio para
Matthew que vamos transar, mas...
— Ah? — finjo demência.
— Não para de olhar o relógio e balança as
pernas. O que indica que você está ansiosa para
alguma coisa que não é terminar o seu trabalho.
— Tenho compromisso depois do trabalho
e sim, estou ansiosa.
— Se concentra no trabalho que a hora
passa mais rápido.
Faço o ordenado em forma de sugestão e
realmente o tempo passa mais rápido. Assim que
ganho a alforria, corro para a saída, pego um taxi e
chego em casa em tempo recorde. Já saí às sete
horas do escritório, em minutos Julian pode chegar
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aqui e me achar um bagaço.


Tento não fazer bagunça no apê enquanto
caminho sem jogar as roupas pelo caminho como
costumo fazer. Tomo banho bem rápido. Ainda
bem que ando sempre com a depilação em dia,
assim como minhas unhas, sobrancelha... é quase
regra na empresa trabalhar bem vestida e
apresentável.
Após o banho me perfumei toda com o
meu melhor perfume e o mais cheiroso hidratante.
Pedi lasanha a bolhanhesa para jantar por um
aplicativo. Eu cozinhando seria dois milagres:
finalmente transar depois de tanto tempo e eu na
cozinha. Nem sei ligar o fogão. Sei nem porque
comprei fogão.
A companhia toca cinco minutos antes das
oito horas. Alguém também tem pressa em estar
nos meus braços. Demoro uns segundos para

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atender e não parecer desesperada. Ajeito o cabelo,


checo o hálito e finalmente giro a maçaneta para ser
agraciada com a presença do Julian. Ele veste uma
camisa branca que evidência seus músculos e calça
preta deixando claro que suas pernas são torneadas
e não vejo a hora de ver a bunda. Que homem meu
Pai, mas não é muita areia não, pode mandar mais
desses.
— Boa... — não completo a frase pois ele
segura meu rosto e puxa para devorá-la com a sua.
`Sou prensada contra a porta, quase me
esmaga com seu corpo. Uma de suas mãos vai
direto pra minha bunda apertando e esfregando sua
ereção em mim. E eu que não sou nada recatada,
devolvo o beijo na mesma intensidade deixando um
gemido escapar. Meto minha mão por dentro de sua
camisa arranhando suas costas enquanto com a
outra arranha sua garganta.

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Quando nos separamos a procura de ar, ele


ainda morde meu lábio inferior, abro os olhos e
percebo que ele permanece um tempo de olhos
fechados com sua testa na minha.
Ele é ainda melhor que em sonho e
reparando bem, um pouco mais bonito e mais
velho.
— Desculpa chegar cedo, mas você
acordou um gigante e ele está louco desde a nossa
conversa mais cedo.
— Gosto assim. — Sorrio maliciosa, desço
meu nariz por sua garganta sentindo seu perfume
masculino aquecer o meu corpo todo. Ah, como
quero esse cheiro nos meus lençóis.
— Safada.
Ele se afasta fechando a porta. Quando
começo a caminhar, sinto uma palmada na bunda.
Ele não sabe, mas estou apenas com a parte de
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baixo da lingerie por baixo do hobbie. Como no


meu sonho. Até o salto botei.
— Quer comer o jantar ou a sobremesa
primeiro?
— Quero você sobre a mesa. Sobre a cama
e até no chão. Sob o chuveiro. — Agarra minha
cintura me beijando por trás. — Onde quer
começar? — Empurra-me contra a parede, faz com
que eu fique de frente. Dou impulso e prendo
minhas pernas em seu quadril. Pode vir quente que
eu estou um incêndio.
Julian me beija. Morde. Abre o hobby e
sorri safado ao se deparar com meus seios.
— Wow.
Desprendo-me de seu colo. Não vou só
assistir. Abaixo e abro sua calça com pressa
enquanto ele retira a camisa revelando seu membro.
Ah, como sonhei com isso literalmente. E não me
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decepciono. Mordo o lábio e sua virilha bem


próximo ao pau.
Empurro ele até o sofá, faço-o sentar no
móvel antes de ajoelhar entre suas pernas. Começo
chupando e lambendo as bolas antes de partir para a
cabeça e então, chupar seu pau como fazia nos
sonhos.
E que pau.
Não demoro muito fazendo isso, tenho
pressa em tê-lo dentro de mim. Coloco a camisinha
e sento sobre ele, gemendo afoita com o tesão
aflorado. Começo a quicar devagar rebolando.
Como gosto disso. Rebolando olhando em seus
olhos, ele segura meu queixo e bate suavemente na
minha cara.
Julian me empurra pra ficar de quatro no
chão e me chupa da boceta até o cu esfregando com
o polegar meu clitóris. Desliza dois depois para

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dentro me fazendo grita de prazer. Ele sabe os


pontos certos, então, sem eu esperar entra em mim
e começa a ir fundo fazendo seu corpo se chocar
contra o meu, me deixando louca, me chama de
vagabunda e de cachorra.
Gemo alto. Sem vergonha. E ele mete
fundo. Meus olhos reviram. Meu corpo se contorce,
chupa meu pescoço e morde minha orelha sem dar
trégua até que gozo em uma onda de prazer. Ele
gira meu corpo para ficar de lado, levanta minha
perna e continuam como um animal faminto e
insaciável até gozar gemendo como um animal.
— Vadia gostosa — murmura saindo de
dentro de mim e se jogando ao meu lado.
— Melhor que no meu sonho — comento
me enquanto ele me puxa para o seu peito.
— Esse meu EU do sonho era fraco.
— Não era. Mas você é melhor.
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— Se prepara, foi só a primeira.


— Assim espero. Quero gemer até
amanhã. Hoje ninguém nesse prédio dorme.
Levanto para pegar o jantar que sei que
está na porta. Sempre peço para a síndica deixar lá
quando for pedido para mim e assim que
terminamos nem deu para fazer a digestão, já
estávamos novamente, agora sobre a mesa e sendo
consumidos pela luxúria.

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Capítulo 7
Acordo poucos minutos após ir dormir,
cansada, mas satisfeitíssima, Julian ainda dorme
com o braço sobre mim. Retiro seu braço e levanto.
Ele é parente do chefe eu não, preciso trabalhar.
Sonhei tanto com ele fazendo sexo e quando
finalmente transamos, sonho em nós dois na sala
vendo filme juntos. Programa romântico, essa é
nova. Só o que me faltava é começar a fantasiar
esse tipo de besteira.
Fico um tempo observando-o dormir até
escutar meu celular tocando pela segunda vez. Já
perdi meia hora. Corro para o banheiro e tomo
banho correndo. Está virando hábito esses banhos
na carreira, estou quase ganhando uma maratona
nua.
Escovo os dentes, prendo o cabelo em um

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rabo de cavalo, deixo um bilhete avisando que fui


trabalhar. Não quero chegar com ele. Gosto de
evitar fofocas, então, ele que venha quando acordar
e se quiser.
Faço meu ritual de sempre quando não
estou atrasada: cumprimento todos que vejo pelo
caminho, admito que com mais animação que o
normal, passo na sala do cafezinho, pego o meu e o
do Matthew, o único ser que gosta de café frio.
Olho sua agenda e coloco tudo em ordem. Falta dez
minutos para ele chegar. Permito-me viajar até
ontem à noite. Foi tão bom. Suspiro encostando na
mesa, sentir o toque dele foi diferente.
— Deveria ter me acordado. —
Sobressalto com a voz de Julian que me observa
encostado na porta de braços cruzados. O déjà vú
dos sonhos me invadem e preciso fazer um grande
esforço para não sorrir.

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Não posso agir como uma adolescente


boba apaixonada depois de uma transa, preciso
manter uma certa distância.
— Não sou despertador. — Mexo em uns
objetos em cima da mesa. — E você deveria ter ido
embora.
— Você me convidou pra dormir lá, já que
transamos até altas horas da madrugada. —
Lembra-me vindo em minha direção.
— Verdade. O que faz aqui tão cedo?
— Senti falta do corpo quente de uma
certa morena. — Abraça minha cintura e cheira
meu pescoço.
— Julian... Matthew pode nos ver... —
Afasto abruptamente dele. — Está louco?
— Ah, já sei, você é do tipo pega e tchau.
Está me dispensando?
— Não é isso...
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— Então prepare-se, porque vou passar a


noite hoje lá de novo. — Deixa um selinho na
minha boca. — Foi muito bom para não repetir.
— Às sete.
Não sei se eu aguento outra maratona, mas
quero ele. Quero ficar com ele de novo.
— Bom dia Bea. — Matthew me
cumprimenta.
— Bom dia.
— O meu dia está legalzinho, mas o seu e
do meu primo estão ótimos. Nem negue, tá na cara
de vocês que rolou.
— Não vou negar nada — Entrego sua
agenda. — Você tem muito para fazer hoje. Melhor
deixar a conversa para outro carnaval.
Empurro-o até sua mesa. Mais um dia
longo.

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*
Saí no horário e fui a pé como de costume.
Quando cheguei, Julian me esperava em frente do
meu prédio. Eu estava cansada e confusa. Minha
realidade se misturava com os sonhos e eu sentia
coisas que não deveria que não podia e que eram
inexplicáveis. Eu sou uma mulher experiente e
independente, não posso viver algo tão adolescente.
Só o conheço há dois dias.
Julian sobe comigo até meu apartamento
em silêncio, assim que entro, tiro os saltos e peço
comida pelo aplicativo.
— Vou tomar banho — aviso sem esperar
resposta, mas ele não se intimida com minha
distância imposta e vem junto comigo.
Tiro minha roupa sob o seu olhar e ele faz
o mesmo. Não trocamos nenhuma palavra. Ele
parece me ler e saber que não estou pronta para
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conversar, que hoje não estou com cabeça para


nada. Entramos no chuveiro e deixo que ele me
abrace. Depois toma minha boca com calma em um
beijo molhado e lento.
Não fizemos sexo no banheiro, mas
trocamos carícias e beijos. Sinto que sou incapaz de
transar hoje, mas não disse nada. Não quero que ele
vá embora ainda.
— Quer fazer sexo hoje? Vi que está
sensível.
— Na verdade não. Acho que
desacostumei. Estou com tudo ardendo.
— Posso jantar aqui e depois ir pra casar.
— Ou podemos ver uma série juntos. Já
estamos aqui mesmo e curto sua companhia.
— Super topo. Não conheço muita gente
nessa cidade e Matthew não vai trocar sexo para
ficar comigo.
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— Não mesmo. — Seguimos para a sala e


pego o controle. Enquanto ele vasculha meu
armário, provavelmente atrás de pipoca e nem sei
ao certo se tem. — Me diz como um sócio precisa
trabalhar no setor de marketing.
— Era o que eu fazia antes de ser
demitido. Só tenho 3% lá na empresa e não entendo
muito disso, mas de marketing e publicidade eu
entendo. Então...
— Matthew cuida de tudo enquanto você
faz o que gosta. — Ligo a TV enquanto ouço o
barulho do micro-ondas.
— E vou aprendendo como funciona tudo
na empresa também.
Conversamos enquanto procuro uma série
no Netflix. Ele retorna com um pacote de pipoca de
micro-ondas nas mãos.
— O que você come? Não tem nada no seu
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armário.
— Costumo pedir comida pronta quase
sempre.
Acabo colocando qualquer série. Deito
aconchegada no peito dele com um sorriso no rosto.
Mais um sonho que vira realidade. Deus queira que
isso não seja amor. Não posso ser tão tola ao ponto
de me iludir com sonhos.
Ficamos até tarde da noite assistindo uma
série que confesso nem lembrar o nome. Como era
fim de semana e não trabalhamos então,
planejamos de ficar juntos. Foi ideia dele e
obviamente concordei, mesmo parecendo algo
romântico. Eu gosto da companhia. Gosto da forma
safada e divertida dele tanto quanto gosto de sua
pegada. Então, por que não aproveitar enquanto
tenho?
No sábado acordamos bem cedo,

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transamos no chuveiro, tomamos café da manhã


com omeletes. Julian que fez e ficou muito bom.
Lindo, provavelmente rico, tem pegada, divertido,
não é machista e sabe cozinhar. Esse homem
precisa de um defeito urgente... Se bem que ele
ronca e faz bagunça no banheiro. Perfeito, pelo
menos, ele não é.
A tarde fomos a uma sorveteria no
shopping, depois jogamos vídeo game, jantamos
em um restaurante de comida francesa e
encerramos o dia como começamos: com sexo.
No domingo acordamos depois do meio
dia e ele me levou para um passeio no parque com
direito a piquenique e depois fomos ao cinema.
Às oito Julian me deixou em frente ao meu
prédio avisando que tinha um compromisso. Fiquei
tentada a saber mais sobre o compromisso que
estava roubando-o de mim, mas poderia soar como

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ciúmes.
Assim que deitei minha cabeça na cama e
senti seu cheiro, senti falta do corpo grande e
quente, da voz rouca, das mão alisando minha
bunda como ele costumava fazer antes de dormir
quando não rolava sexo. Parece que tem ele em
toda parte desse apartamento e o pior, eu gosto. Eu
estou gostando disso. Gostando dele.
Fecho os olhos e cubro com o braço.
Gostando dele. A ideia me assusta um pouco.
— Bea, Bea... — murmuro. — Cuidado.
Não coloque a carroça na frente dos burros.
Ouço meu celular apitar interrompendo
meus pensamentos. Que não seja do trabalho. Pego-
o em baixo do travesseiro e verifico a nova
mensagem:
Acredita que estou sentindo sua falta na
cama? É tão fria sem você.
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Sorrio. Sorrio? Que sorriso é esse? Tira.


Sai. Credo. Jogo o celular na cama. Isso está
perigoso demais. Droga, estou realmente gostando
dele. Gostando pra caralho. Merda. Não devia
acontecer. Nunca me apaixono tão rápido. Pronto já
estou falando merda. Foram só três ou quatro dias
de sexo. Sexo bom, mas sexo.
Giro meu corpo na cama colocando o
travesseiro sobre minha cabeça e apertando meu
rosto no colchão. Para de pensar e vai dormir. Meu
telefone toca, porém não me importo em atender
até que ouço o interfone. Já era uma da manhã
quando li a mensagem de Julian.
Quem será essa hora? Nem sabia que a
síndica ficava acordada essa hora. Movida pela
curiosidade, levanto para verificar.
— Alô.
— Alô Bea, seu namorado — namorado?

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— quer subir. Permito?


Namorado?
Meu namorado? Será sonho ou trote?
— Que namorado?
— O que te trouxe mais cedo.
— Ah... Sim, pode deixar subir... —
Demora pouco tempo, que pareceu uma eternidade,
até ouvir batidas na porta. Abro com urgência. — O
que aconteceu?
— Você aconteceu... Não sai da minha
cabeça. — Ele passa a mão no rosto e parece quase
desesperado. — Matthew costuma dizer que
quando uma mulher gruda nas duas cabeças temos
um sério problema.
Sorrindo encosto a testa na porta aberta.
— Se te consola é recíproco. Você
também não sai da minha.

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— O que fazemos?
— Deixamos rolar e vemos no que dá.
— Posso dormir aqui hoje?
— Pode dormir aqui quando quiser. Mi
cama su cama. — Dou espaço para ele entrar. —
Não vamos contar para ninguém do escritório por
enquanto. Eu prezo minha intimidade.
— Matthew já deve saber...
— É claro, mas shiu, omita os detalhes. —
Puxei-o, sorrindo, pela camisa até meu quarto. —
Vamos logo para cama, pois ela está com saudades
de você.
— Só a cama está com saudades?
— Minha boceta e cada parte do meu
corpo também — confesso. — Até da minha
cabeça e dos meus sonhos você tomou conta.
— Estamos quites então.

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Rimos juntos antes de tombar na cama


com ele por cima de mim fazendo cócegas.
Conhecer, transar e praticamente namorar
com um homem que até dias atrás só existia nos
meus sonhos é surreal. Não sei porque foi com ele,
nem a razão de tudo, porém a vida tem dessas.
Mudar tudo e encaixar sem uma razão aparente.
A vida, às vezes, é uma merda na calçada
que pisamos sem perceber e outras um sorvete no
fim de uma tarde quente quando tudo parece dar
errado.
Ainda não me sinto preparada para amar
Julian ou para admitir que já estou amando.
Entretanto, me sinto preparada para deixar
acontecer. Se vai durar ou passar disso não sei e
não vou impedir o que estiver reservado para nós.
Que a vida trate de seguir o rumo que
achar melhor para mim e para o homem dos meus

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sonhos eróticos, pois Julian me faz ainda mais feliz,


acrescenta nos meus dias. Sendo assim, não posso
colocar fim na nossa precoce história.

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Contos Eróticos no Escritório


Lua Gomes
1ª. Edição

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Copyright © Lua
Gomes
Edição Digital: Criativa TI

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens,


lugares e acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência.

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Todos os direitos reservados.
São proibidos o armazenamento e/ou a reprodução
de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer
meios – tangível ou intangível – sem o
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consentimento escrito da autora.


Criado no Brasil. A violação dos direitos autorais é
crime estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido pelo
artigo 184 do Código Penal.

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CAPÍTULO 1
Reviro os olhos saindo da sala do meu
chefe. O cara é tão idiota, mas tão idiota que
precisa de uma assistente e duas secretarias, deve
ter babá para dar comida na boca dele também. E
não é porque gosta de dar emprego não, é porque
dá tanto trabalho que uma só não dá conta do
estresse diário.
O índice de pessoas que pede demissão por
dia nessa empresa por não suportar Matthew
Morrison deve ser maior que a população da China.
Ouvi dizer que uma de minhas antecessoras se
demitiu e jogou café quente na cara dele, por isso
agora ele só toma café frio e levado pela sua
assistente ou ex-assistente e amiga íntima, Beatriz
Chaves.
Se eu for demitida jogo ele por uma das

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paredes de vidro da própria sala e que essa ave de


rapina aprenda a voar antes de atingir o solo.
Babacão!
Passo a mão no rosto e fecho o punho
imaginando que sua garganta está sendo exprimida
entre meus dedos. Ainda são nove da manhã e já
me sinto tão exausta. A vontade de pedir demissão
é enorme, mas a crise lá em casa é maior.
Sopro o ar batendo minha testa na porta
fechada. Faz o quê? Duas horas que cheguei? Por
Deus. Ficar aqui até às sete da noite olhando para
cara de Matthew Morrison deve ser para acabar
com a vida de qualquer pessoa. Imagino a taxa de
suicídio nessa empresa.
Quase recuperada do chilique do meu
chefe logo cedo porque um projeto não foi
entregue, caminho em direção a sala do cafezinho.
Quase o paraíso aquele lugar e ninguém sobrevive

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aqui sem cafeína.


— Dia ruim Aisha? — Fernanda, a
secretaria-recepcionista, indaga sentada atrás de sua
mesa a poucos metros da sala da presidência, com
um sorriso gentil.
Sempre me pergunto como ela consegue
sorrir aqui dentro. Vejo tanta gente triste que
achava ser norma da empresa ser infeliz e sem
perspectiva de vida.
— E qual dia é bom aqui? — respondo
jogando a papelada do nosso próximo projeto sobre
sua mesa.
— Depende do ângulo. — Ela sorri
pegando os papeis. Ela sorri. De novo. Ela deve
transar antes de vir para o trabalho todos os dias. E
deve ser uma foda muito boa.
Desde o meu primeiro dia ela é a única que
nunca vi gritando, nem triste e parece ser a que
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mais aguenta nosso chefe, depois da Senhorita


Chaves. E aparenta ter pouco mais de vinte e seis
anos. Jovem demais para ter tanta paciência. Sei
que já trabalha aqui há mais de quatro anos, entrou
como estagiaria, está aqui até hoje e não pensa em
sair.
Pasmem!
Além de ser linda por dentro e por fora. É
negra, tem o cabelo cortado bem curtinho e todo
cacheado, olhos castanhos claros, bem magrinha e
baixinha, mas o coração é enorme. Ou seja, Feh é
um ser humano maravilhoso, Jovem, bonita e
inteligente. Deveria estar em Hollywood ou exposta
em um museu, não aqui. Esse lugar não merece ela.
— Cadê a Senhorita Chaves?
— Sabe que Bea odeia ser chamada assim.
— São as normas da empresa. Não tratar o
colega com intimidade.
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— Ninguém obedece a essa regra, mas a


senhorita Chaves acabou de avisar que não vem
hoje.
Aghr! Toda vez que ela se atrasa sou
obrigada a fica uma semana com o Matthew
Morrison no meu ouvido me dizendo que não é
assim que ele gosta das coisas. E claro, falando
muitas asneiras enquanto eu trabalho por nós dois.
Imagino agora que ela não está vindo para o
escritório porque foi promovida e transferida para a
nova filial em New York.
A vida é tão injusta. Como ele que só dá
ordens conseguiu um império e eu que trabalho
desde os quinze anos consegui no máximo uma
pós-graduação para servir café frio e receber
ordens. Eu queria ser transferida também, nem
precisava de promoção.
— Vou cometer suicídio se tiver que

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aguentar tudo sozinha. Só Beatriz se dá bem com o


babaca do nosso chefe. E eu não consigo suportá-lo
por muito tempo.
Eu e ele na mesma sala sai faíscas e muitas
provocações.
— Calma, querida, logo vai se acostumar
com ele e aí vão se dar melhor, você só está aqui há
um ano.
— E já quero demissão. Como vocês
conseguem trabalhar tantos anos aqui?
— Sendo competentes, obedientes e não
fazendo o tipo que mexe com os nervos do patrão.
Fora o competente, o resto sou eu.
— E qual não é o tipo dele?
Ela parece o tipo do patrão. Ela é mulher e
é mais gostosa que eu. Quem me dera ter esses
peitões e essa cor maravilhosa. Sou tão branca que
até para pegar um bronzeado dá trabalho e tudo me
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deixa marcada.
— Nerds! — responde e percebo que ela
está brincando. — Sou a garota TI oficial da
empresa, mas estou substituindo a secretaria-
recepcionista que teve filho recentemente e
aproveitou para pedir demissão e a Sab está
cuidando de tudo na TI sozinha até eu retomar para
função e ela voltar a ser minha ajudante.
Deve ser por isso que ela está tanto tempo
aqui. Os que trabalham diretamente com ele são os
que mais sofrem, mas ainda não entendo a falta de
mau humor. Já deve ter mais de um ano nesse
cargo, uma vez que quando entrei ela já ocupava
essa função.
— Por que ele não retira esse cargo?
Fazemos a mesma coisa praticamente. Qual a
necessidade de tantas pessoas fazendo a mesma
função? — Debruço na mesa brincando com uma

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caneta. — Me admira a empresa não falir com


tantas extravagâncias.
— Eu não reclamo quanto a isso, a
empresa vem crescendo na administração dele, e se
esse cargo é extravagância dele ou não é isso que
põe comida na minha mesa.
— Verdade, desculpe, não estou
raciocinando direito. E também já não tenho vida
dividindo o trabalho, imagino sem uma função?
Estou vendo, sem a senhorita Chaves, como é
difícil.
— Pois é. Todas as funções são
necessárias.
— Agora deixa eu ir achar o bendito
relatório da reunião de ontem.
— Aisha, a quero na minha sala agora —
ouço Matthew gritar a porta de sua sala. Esse
homem só vive berrando por mim.
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Vai a merda babaca!


— Do que precisa senhor Morrison? —
indago entrando em sua sala.
— Os e-mails que eu pedi já foram
enviados? E por que não consigo entrar na porcaria
do meu e-mail?
— Não sei que e-mails se refere. Acho que
faz parte das funções da Fernanda. E não sou da TI
para resolver problemas de computador.
— E saber me informar sobre tudo é a sua,
não pago ninguém para achar. — Ele olha para
mim por uns segundos me desafiando a rebater
antes de dar a volta na mesa e sentar em sua
cadeira.
Eu sei que ele deseja me ver dando uma
resposta atrevida, ficando irritada, mas me controlo.
— Desculpe senhor Morrison, não estou
familiarizada com todas as funções que eram da
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Senhorita Chaves ainda.


— Cheque isso para mim e atualize minha
agenda para ontem. Tentei achar meus
compromissos da semana e está tudo bagunçado. E
manda a Fernanda checar esse computador.
— Farei imediatamente. Deseja mais
alguma coisa?
Eu sei toda vez que faço essa pergunta,
não deveria fazer. Ainda mais em tom sensual e
provocante, mas confesso que me diverte saber que
o perturbo. Que seu corpo queima pelo meu sem
poder me ter.
— Aisha... — Levanta e caminha em
minha direção. Não me intimido. Permaneço no
meu lugar sem mover um músculo. — Não me
provoque — diz bem próximo ao meu rosto.
Perigosamente perto. — Ou...
— Ou o quê? — indago erguendo o
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queixo, desafiando-o a completar a ameaça.


Os olhos castanhos me fitam como de
águia. Nossos olhares parecem travar uma guerra
sangrenta enquanto nossos corpos pedem por um
embate corporal.

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CAPITULO 2
Estamos tão próximos que sou capaz de
sentir sua respiração. Se ventasse aqui eu seria
capaz de sentir as mechas douradas do cabelo dele
tocar em mim. Sou quase capaz de sentir o calor de
seu corpo. Mesmo sabendo que ele pode me tocar
nesse momento, não vou me intimidar e recuar.
Pela primeira vez em um ano de muitas
provocações entre nós, Matthew me toca. Sua mão
pousa em meu pescoço na parte que a camisa
branca do uniforme da empresa deixa a pele
exposta. Minha respiração acelera e sinto todo meu
corpo aquecer sob seu toque.
Acho que ele não está com medo de mais
um processo ou da clara ameaça da Beatriz para
que ele mantenha as mãos longe de mim.
— Você sabe que me deseja tanta quanto

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eu te desejo Aisha — sussurra olhando nos meus


olhos e passeando os dedos por minha garganta tão
suave que quase não sinto e ao mesmo tempo sinto
tão profundamente.
— Está sendo presunçoso. Jamais
desejaria um homem como você — queria ter dito
isso com mais firmeza. Só que o jeito do toque. O
olhar. O hálito. A presença dele, me fizeram
vacilar.
Sua boca se aproxima da minha ainda mais
ficando a poucos centímetros dela. Se ele se atrever
a me beijar eu vou gritar ou cair no chão porque
minhas pernas estão vacilando... de tanto ranço
desse homem. É obvio.
— E se eu te beijasse agora? O que
aconteceria?
— Receberia um novo processo de assédio
no trabalho.

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Vejo ele sorrir e antes que eu possa


impedir, sinto seus lábios nos meus. Sua mão
segura minha nuca com firmeza e a outra me puxa
pela cintura juntando nossos corpos. Posso sentir
seu pau e quase em uma loucura deixo um gemido
escapar.
Não permito que ele me beije como queria
assim como não retribuo. Meu corpo pode até se
deixar levar por essas sensações, mas minha mente
permanece lúcida.
Meu chefe se afasta sorrindo vitorioso
mesmo não conseguindo totalmente o que queria.
Dou um tapa forte em seu rosto que o faz virar a
cara, sem medo de ser mandada embora.
— Ainda vou fazer você calar sua boca
com meu pau e tirar sua marra com minha língua.
Nem parece que acabou de tomar uma
bofetada. Irada, viro e saio da sala. Ele não vai me

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tirar do sério. Isso não devia ter acontecido, pelo


menos não fiz a besteira de devolver o beijo.
Encosto na porta que nos separa e ajeito
meus cabelos negros que estão presos em um coque
num gesto nervoso como se estivessem sidos
bagunçados. Não devia ter permitido isso e agora?
O que eu faço agora?
— Aisha — escuto ele gritar de dentro da
sala.
Inferno. Respiro fundo antes de abrir a
porta.
— Se tentar algo do tipo novamente...
— Aisha — repete levantando a mão para
que eu pare de falar. Reclina na cadeira. —
Providenciei o que pedi, por favor.
Por favor? Nem sabia que Matthew
Morrison sabia ser educado, ainda mais comigo. E
ainda vai fingir que nada aconteceu.
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— Sim, senhor — digo um tanto


desconfiada. Mais cedo ele só faltou me engolir
viva, apesar que era para reprimir a vontade de eu o
engolir. Ai o beijo e agora isso. Esse homem vai
me enlouquecer. — É tudo?
— Veja como gosto da minha agenda com
a Bea. Está ciente que terá que a substituir a partir
da semana que vem como minha assistente por
tempo indeterminado? Não pretendo fazer uma
nova contratação por enquanto e você fará as duas
funções.
Infelizmente, estou ciente.
— Sim. Ela está me deixando a par de
tudo que devo fazer a partir de agora.
— Se sentir sobrecarregada, peça ajuda
para a Fernanda. E antes que me esqueça, temos um
jantar com um grupo de clientes italianos que quero
trazer para o meu lado — ele fala rápido e evita

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olhar para mim. Está ou finge digitar algo no


computador. — Quero a todo custo eles na M&M
Company. O jantar será hoje às oito da noite. Pode
sair mais cedo hoje.
Que bicho o mordeu? Por favor, sair mais
cedo? Se der obrigado trago um remédio ou chamo
o exorcista.
— Mais alguma coisa, senhor?
— Sim.
— Que não seja de teor sexual? —
completo antes que ele diga ou faça alguma
besteira como normalmente faz.
— Não, isso é tudo. — Babaca. — Aisha,
coloque seu melhor vestido. Esteja mais linda
possível. Você precisa impressionar hoje.
Aparentemente, mesmo educado, mesmo
tendo avançando o sinal pela primeira vez, continua
o mesmo babaca de sempre.
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— Não sou prostituta, senhor Matthew e


se pensa que vou...
— Não estou pensando nada. Gosto das
minhas assistentes sempre belas e bem vestidas. E
agora essa função é sua, portanto, vá bem
apresentável. Nós dois essa noite seremos o cartão
de visita da empresa.
Ele acabou de me ofender. Eu ando bem
vestida. Está bom que todos na empresa usam
uniforme padrão, não sou exceção, mas também
não precisa falar como se eu fosse mendiga. Ele
nunca me viu sem esse uniforme e espero continuar
assim.
— Eu ando apresentável. O senhor nunca
me viu sem esse uniforme para saber como sou fora
desse escritório. Se ando apresentável ou não.
— É? Então me mostre como você é sem o
uniforme Aisha.

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Seu tom demonstrar que estamos falando


de coisas diferentes. Odeio quando eu dou a brecha
para esse tipo de gracinha.
— Pode deixar, senhor Morrison, vou ir
apresentável.
— Faça o ordenado e depois pode ir para
casa.
— Sim, senhor Morrison.
Matthew me encara e sorri de lado. Um
sorriso misterioso e safado. Sei o motivo desse
sorriso tanto quanto sei o que provoca.

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CAPITULO 3
Não espero mais nenhuma gracinha dele,
saio da sala bastante confusa. Ele nunca foi
educado comigo e nos últimos dias estava o próprio
capeta. E do nada me trata quase bem. Quase
educado. Tenho medo do que o inimigo está me
reservando.
Sem falar naquele arranque de ousadia, me
beijar na boca, me tocar daquele jeito. Um absurdo,
uma grande audácia! E não sei o que estou fazendo
aqui ainda após isso, deveria ir embora dessa
empresa.
Abano a cabeça. Não posso pedir
demissão. Preciso do emprego.
Dou o recado a Fernanda para que ela
cuide de tudo por hoje, ligo para Beatriz e ela me
ajuda a ajustar a agenda online no meu celular.

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Vejo os seus compromissos de hoje e confiro que o


jantar realmente existe e foi marcado há bastante
tempo, só para ter certeza que esse jantar não é para
me levar para cama. Ainda lembro do seu sorriso e
do jeito educado após o tapa. Se achar que depois
desse jantar eu vou ceder, está muito enganado.
Termino o relatório e mando junto com os
compromissos de hoje para o e-mail dele e só por
garantia deixo uma cópia no meu celular e outra
com Fernanda. Cumprido isso, retorno para casa
me sentindo exausta mentalmente. Parece que eu
trabalho numa carvoaria carregando minério na
cabeça. Estou sempre esgotada.
— Filha, chegou? — ouço minha vó gritar
do quarto assim que fecho a porta com um baque.
— Sim vó.
— E como foi hoje no trabalho?
— O mesmo inferno de sempre, só fui
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liberada mais cedo.


— Tem café no fogão.
Três da tarde, no calor do verão, que tipo
de pessoa bebe café essa hora? Eu mesma. Café é a
única coisa que me mantém lúcida. Só que antes
decido tomar banho e adiantar as coisas para a
noite.
Realmente não ando muito apresentável
ultimamente, como vivo em prol da M&M
Company, eu quase não tenho tempo para mim e
vida sexual atualmente é nula.
Até meu namorado me mandou pastar há
três meses reclamando que só sei falar do Matthew
Morrison ou do escritório. Isso quando eu
finalmente saia com ele, o que era raro. Não o
culpo como não senti o fim do namoro. Esfriou e
não parecíamos mais namorados. Então, sem ter
muito tempo nem boy, não vivo me cuidando além

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do essencial.
Quando aceitei um emprego que todas
as mulheres competentes recusaram pelo fato de
o empregador ter vários casos de assédio e
claramente ser um babaca, é porque preciso
muito.
Tenho uma vó idosa e com problemas
no corações, dois irmãos encostados, pais que
nunca deram a mínima para nós e três gatos para
alimentar. Pois é, eu e a mixaria da aposentadoria
que minha avó recebe é o que garante a comida
na nossa mesa e as contas pagas de toda essa
gente.
Logo não posso me dar ao luxo de
escolher emprego com essa crise no país, e isso
inclui aguentar todas as insinuações de cunho
sexual do meu patrão... E agora o beijo.
Matthew nunca me forçou a nada e

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nunca me tocou. Nunca falou com outras pessoas


por perto e hoje se atreveu a avançar o sinal.
Merda, e se ele ficar violento e tentar... Antes eu
achava que dos males o menor. Só falar e achar
que eu gosto dessas coisas todos os babacas
fazem.
De Matthew, confesso não gostar das
gracinhas, mas completamente indiferente a ele
eu não sou. Não posso dizer que nunca fiquei
tentada a aceita um dos convites de ir para sua
cama, só para acabar com esse nosso tesão logo.
Ou simplesmente por precisar de uma noite de
sexo.
No entanto, não me sentiria bem em ser
sua funcionaria depois de transar com ele. Não
me sentiria bem em fazer sexo sem sentimentos,
além do mais, meu chefe vai ter que deixar de ser
um babaca que não sabe respeitar uma mulher

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antes de me ter em sua cama.


Completamente nua, entro debaixo do
chuveiro com o corpo mole pelo cansaço. As
gotas frias de água sobre minha cabeça parecem
um poderoso relaxante. Limpando não só meu
corpo, mas minha alma.

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CAPITULO 4
Só de toalha, deito na cama. Falta
apenas escovar o cabelo. Olho no relógio e uau,
demorei muito no banho. Precisava disso. Eu
realmente precisava me cuidar, mas se tiver que
fazer isso sempre, abdico.
Como se algum deles fosse conhecer
minha depilação íntima. Espero que não, porque
se algum deles tentarem algo lasco a garganta de
cada um com as unhas postiças que levei horas
colocando.
Não sei quanto tempo aguento naquele
escritório. Talvez se eu e meu chefe começasse a
nos entender, mas ele só se dá bem com a Beatriz
mesmo, que vive arrumada e sabe tudo que ele
gosta.
Não sei se eles já transaram porque não

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sou amiga dela. Ela é a única que bate de frente


com ele sem medo, sem represálias. E agora que
corre o boato no escritório que ela está com o
Julian, primo e sócio do Matthew, deve ter mais
moral ainda.
Pego meu celular ao notar que está
vibrando embaixo de mim percebendo que a
Beatriz está me ligando. É só falar dela...
— Oi Aisha, está se acostumando com a
função?
— Não e nem vou. Matthew não para de
gracinhas.
— Matthew? Hmmm... — Droga, odeio
chamá-lo pelo primeiro nome. Só que as vezes nem
percebo. — Ignora. Ele é assim mesmo e jura que
você tem atração por ele e penso o mesmo.
— Como assim? Eu já recusei várias vezes
as insinuações dele.
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— Você quer ir para cama com ele.


— Ainda não superei o término do meu
namoro, tem pouco tempo, não posso já ir assim
para cama com outro.
— Mais um motivo para você transar com
ele. Matthew Morrison pode ser qualquer coisa
menos ruim de cama. Posso afirmar isso sem
nunca ter dado para ele.
Está aí minha resposta.
— Não posso, ele é um babaca.
— Por quê? Só vai dar para ele. Todos
homens são babacas — diz e aposto que revirou os
olhos. — Acredite, se ele fosse realmente tão
babaca quanto demonstra não seria meu amigo.
Isso é tesão reprimido. Já falei mil vezes para ele
parar de ser tão babaca.
Não sei se fico feliz ou intrigada por eles
falarem de mim.
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— Agradeceria se ele parasse — suspiro


—, mas ele tem que se manter interessado até eu ter
outro emprego.
— Ele não vai te demitir depois que rolar.
Você está lá por competência. Eu que te contratei e
faz dois meses que estou deixando meu homem de
lado para treinar você, se ele te demitir, eu arranco
as bolas dele com os dentes. Preciso ir para os
EUA até o fim do mês. Julian já está lá me
esperando e sonhei muito com ele para o deixar
escapar assim em apenas seis meses de namoro.
— Vou pensar um jeito de deixar claro que
eu não quero...
— Aghr! Você está entendendo tudo
errado. Sabe o que acho? Você quer sim transar
com ele e quer muito, mas é moralista demais para
deixar seu chefe te dar prazer sem compromisso
algum e sem amor envolvido. Pronto falei. —
Finaliza a ligação sem me dar direito de resposta.
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Confesso que tenho sim vontade. O cara é


gostoso. Loiro, tem corpo atlético com certeza, sei
só pela forma como os ternos ficam e pela
proximidade comigo hoje. Tenho vontade de
deslizar as mãos por seu cabelo e puxá-los
enquanto devoro sua boca. Calado com a boca na
minha, ele com certeza é mais interessante. Além
de ser muito cheiroso, tem um sorriso de derreter
um iceberg.
E aquela cara de safado que fode bem e
sabe disso. Só pelo jeito que me tocou hoje sei que
derruba um elefante com a pegada. No entanto,
preciso ficar firme, bem longe de sua cama ou
acabarei machucada. Não faço sexo por fazer e me
apaixono fácil.
— Filha?
— Oi Vó. — Ela entra andando com
cuidado.
Minha vó é como uma mãe para mim e sua
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presença me dá força. Seu sorriso me ilumina e


passar horas alisando seus cabelos brancos é minha
terapia. Sei que ninguém vive para sempre ainda
mais com a idade dela, mas no alto dos meus 28
anos me sinto mais dependente dela do que em
outra época da vida.
A pele enrugada e a pouca memória não
escondem a força dessa mulher que criou os três
netos sozinha.
— Aisha, vem comer antes que seus
irmãos comam tudo.
— Vou jantar fora — aviso olhando o
relógio do meu celular. Seis e meia. A hora voa
quando estou em casa. — Meu chefe me chamou
para uma reunião e não posso me atrasar.
— Tome cuidado e coma direito. Ficou
nesse quarto, nem tomou um cafezinho.
— Pode deixar vó. Sei me virar. E volto
cedo.
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— Se divirta um pouco. — Beija minha


testa e sai do quarto.
Corro para colocar meu melhor vestido,
ainda não tinha usado e estava até com a etiqueta.
Nunca tive ocasião para usá-lo. É rosa claro longo
com uma abertura até a coxa. Decotado na frente e
atrás. Ganhei da Beatriz em um amigo secreto da
empresa. Sei que é caro e chique. Se Matthew me
quer deslumbrante, é isso que terá.
Coloco um salto dourado e aliso meus
longos cabelos negros molhados para trás deixando
solto com bastante spray para fixar. Não coloco
joias porque só tenho bijuteria velha, não ia ficar
legal. Faço uma make discreta que vi em um
tutorial. Nada mais que base liquida, pó, batom
nude e rímel.
Pronta, me olho no espelho satisfeita.
Sinto-me bonita, sensual e elegante. Espero que
esteja assim na opinião do Matthew também, quero
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esfregar em sua cara as palavras de mais cedo.


Pego uma carteira de mão na mesma cor
da sandália e saio ouvindo minha vó dizendo para
Deus abençoar meu caminho.
Apesar da cidade ser grande, o bairro é
humilde assim como nossa casinha verde pintada
há tanto tempo pelo meu falecido avô. E o bairro é
tão pequeno quanto nossa casa, mas não é violento
e tem tanta gente de bem que se torna enorme, ao
ponto que saímos e deixamos a porta do fundo
sempre encostada e o portão de ferro sem trancar.
Jamais alguém furtou nem que fosse uma flor em
nosso jardim.
Na rua em frente à casa da vizinha chamo
um Uber. Só espero que no próximo a empresa
pague o valor, pois não vai sair barato e não vou
ficar gastando o que não tenho.

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CAPITULO 5
No carro faltando pouco para chegar ao
restaurante, enquanto chupo balas e converso sobre
meus problemas com o motorista, sinto meu celular
vibrar. Olho no visor mensagem de Satã Morrison.
“Mandei o motorista da empresa te
buscar e informaram que você não mora naquele
endereço que nos forneceu. Colocou seu endereço
errado nos arquivos da empresa?”
“Boa noite. Não coloquei errado, é o meu
antigo endereço e esqueci de mudar. Desculpa Sr.
Morrison.”
Esqueci completamente disso. Afinal, ele
me enlouquece e passa o dia me enchendo o saco e
a noite... Mudei tem algum tempo e já estava
trabalhando na empresa e adiei ter todo o trabalho
de mudar meu endereço nos arquivos.

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“Atualize amanhã mesmo ou está


demitida.”
Curto e grosso como sempre.
“Ok! Será a primeira coisa que farei.”
¨É bom mesmo!¨
O babaca nem está irritado essa noite.
Ótimo, vou perder horas nesse jantar aguentando o
mister mau humor. Horas que eu poderia descansar
para o dia de amanhã.
Respondo chegando ao meu destino. Pago
o Uber, agradeço e já sou agraciada com Matthew
me esperando na porta do restaurante com uma cara
de mau humor, mas tão lindo e elegante em um
terno azul escuro. Sempre está assim e sempre
consegue ficar ainda mais lindo. Ele é um babaca,
Aisha. Nada legal e você não o acha lindo.
— Atrasada. Outro ponto menos para você
hoje.
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Vai tomar no seu cu, penso infantilmente.


— Desculpa, não vai acontecer novamente
Matthew... — Ele ergue a sobrancelha e percebo
minha gafe. — Senhor Morrison — corrijo
imediatamente.
— Não se apegue a como me chama. Acho
sexy qualquer coisa que saia da sua boca. Mas
confesso que senhor sempre me deixa de pau duro.
Demonstra submissão e me faz imaginar coisas, me
faz desejar fazer coisas com você.
— Melhor a gente entrar — digo e
caminho à sua frente. Sei que ele deve estar
descaradamente olhando para minha bunda.
Um dos garçons nos leva até nossa mesa e
assim que nós sentamos, o garçom sem jeito avisa:
— Boa noite. O Senhor é Matthew
Morrison?
— Ele mesmo.
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— Tenho um recado. A reunião foi


cancelada pois os italianos tiveram o voo
cancelado. A assessoria deles ligou agora a pouco
avisando.
— Que merda. — Ele soca a mesa. —
Obrigado pela informação. Traz uma garrafa de
uísque para mim.
Esfrega os cabelos e fecha os olhos
xingando. Se ele não estivesse tão irritado eu diria
que foi armado.
— Eu vou ligar para eles remarcando.
— Acorda Aisha. Esses filhos da puta nos
chutaram do projeto sem nem ouvir nossa proposta.
Conheço essa desculpa.
— O que faremos?
— Arranjamos novos investidores.
— Então, acho melhor eu ir para casa...

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Só me falta ficar aqui ouvindo ele xingar e


encher a cara.
— Espera. Por que não aproveitamos e
salvamos o resto da noite?
— O que está sugerindo? Não esqueça que
o senhor é meu chefe.
— Aqui, agora, eu não sou seu chefe. Sou
um homem com uma ereção por você que está
muito linda e sexy nesse vestido. Somos adultos
Aisha, e sei que deseja isso tanto quanto eu.
Talvez até mais que ele, porém não
consigo fazer isso. Minha avó sabe que estou aqui o
que vai pensar se souber que saí para jantar e
acabei transando com meu chefe?
Pego o uísque que foi servido para ele e
dou um gole. O líquido queima minha garganta,
mas só isso para dar coragem.
— Aisha, não pense demais. — Pega o
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copo de volta. — Vamos fazer algo louco essa


noite e depois você pode fingir que sonhou.
Fácil assim.
Quem dera fosse. Vou ficar lembrando e
lembrando até chegar a loucura.
— Está bom. — Ele sorri vitorioso o tenho
vontade de desistir. — Preciso de no mínimo três
doses de uísque. Pelo menos depois culpo a bebida.
— Vou te dar algo melhor, mas minha
advogada me proibiu de fazer sexo com mulheres
bêbadas. Terá que ficar sóbria, assim como eu.
— Droga.
— Vamos? — Matthew levanta estende a
mão para mim. Que aceito.
— Vamos.
Eu vou me arrepender disso muito. É uma
loucura. Nunca fiz uma loucura na vida. Sempre fiz

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sexo com meus namorados. Não sou do tipo que se


entrega por tesão. Talvez seja isso que falte em
mim: fazer umas merdas às vezes.
Olho sua mão na minha enquanto
esperamos seu carro e sei que minhas mãos estão
suando de nervosismo. O carro dele finalmente
chega e enquanto entro naquele veículo caro, me
pergunto se é muito tarde para desistir.
— E aí? Te levo para sua casa e você
dorme tranquilamente ou para o meu apartamento e
lá você sabe o que vai acontecer?
Já me arrumei toda para nada. Matthew é
atraente. Eu consigo fazer sexo sem sentimento.
Sexo com um idiota gostoso que é meu chefe e que
amanhã estará gritando comigo. Sendo grosso,
babaca e me fazendo sentir péssima.
Mesmo sabendo de tudo isso, acabei
falando com tanta convicção que nem sei da onde

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veio.
— Seu apartamento.
Agora não tinha mais volta. Droga Aisha,
por que você aceitou?
Matthew dirige quase em alta velocidade
pelas ruas da cidade. Não sei onde ele mora. Nunca
fui na casa dele. No entanto, sei que quando pisar lá
serei mais uma que caiu em seus encantos e nunca
mais conseguirei ser a mesma.

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CAPÍTULO 6
Entro no apartamento do CEO Morrison e
a única coisa que vejo é as garrafas de bebida sobre
uma mesa próximo a TV. Sei que deve ter muito
aqui para se observar, como sei que ele falou para
eu estar sóbria, mas preciso disso. Abro uma
garrafa de vinho e viro na boca tomando como se
fosse água. Minha resistência para vinho sempre foi
alta.
— Está parecendo uma virgem.
— Não sou acostumada com isso, sexo
casual com meu chefe. Eu sempre transo por amor.
— Relaxa. É errado só na sua cabeça. Eu
quero, você quer. Está tudo certo. Às vezes é só
prazer mesmo e vou te mostrar que será tão bom
quanto por amor.
Matthew retira os sapatos e as meias.
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Caminha até mim deixando seu paletó no caminho,


a camisa, e por três segundos esqueço de respirar.
Retira a garrafa da minha mão, entornando em sua
boca. Sua mão pousa no meu pescoço e flashes de
hoje cedo me invadem. Seus dedos deslizam pelo
decote do meu vestido explorando minhas costas
nua e tocando meus cabelos molhados. Estou presa
em seu olhar e rendida ao toque de nossas peles.
Meu chefe me oferece a garrafa e dou mais
um gole, agora de modo bem sensual. Vejo ele dar
aquele sorriso sexy e misterioso que sempre me
inquieta. Coloco a garrafa em seu devido lugar
enquanto seu corpo cola no meu. Sinto seu hálito
próximo ao meu rosto e logo beija minha bochecha
descendo até meu pescoço. Sua mão aperta minha
cintura enquanto o sinto chupar meu pescoço.
Posso sentir também sua língua e me sinto mole em
seus braços. Ele é bom. Muito bom e tenho medo
disso.
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— Vamos para o quarto — peço.


— Daqui a pouco. — Matthew me solta e
anda até o sofá. — Tira a roupa.
— A sua ou a minha?
Não vou ser a virgem, nem a ingênua, nem
a submissa. Se vai rolar quero aproveitar e muito.
Pego o controle do som, escolho uma música na
playlist e coloco para tocar. Fico de frente para ele.
Pego a garrafa, bebo mais um pouco antes de
colocar entre suas pernas deixando minha mão
propositalmente tocar sua virilha fingindo que foi
acidente.
Viro de costas para ele e danço. Tiro uma
alça sem olhá-lo e paro de mexer o quadril. Tiro a
outra e o vestido cai no chão. Viro para ele
massageando meus seio de olhos fechados, desço
uma mão pela minha barriga parando dentro da
calcinha.

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— Não se toque. Eu estou aqui para te dar


o prazer que necessita.
Sorrio maliciosamente obedecendo ao seu
pedido. Seguro nas extremidades da única peça que
uso e lentamente retiro. Caminho até ele ficando de
joelhos entre suas pernas, eu queria que ele já
estivesse nu. Mordo o volume que sua ereção fez
na calça. Uau. É do jeito que gosto. Só anseio que
ele realmente saiba usar como tanto prega.
Coloco a garrafa de vinho no chão e
desabotoo sua calça, retiro o cinto e bato com o
cinto na coxa dele, com um sorriso maléfico.
Matthew me ajuda a tirar sua calça, ávida,
pego seu pau ainda por cima do tecido de sua boxer
preta e massageio enquanto ele relaxa e me dá mais
espaço para brincar. Finalmente retiro seu pau de
dentro da boxer. Admiro por uns segundos
ansiando todo o prazer que irá me proporcionar

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essa noite. A Aisha cheia de pudores caio com o


vestido e no chão junto com minhas roupas ela irá
ficar.

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CAPITULO 7
Olho nos olhos de Matthew enquanto bato
punheta para ele. Abro a boca como se fosse levar
seu pau até meus lábios e logo fecho sem concluir o
ato. Ah, sei que ele anseia por isso, mas vou o
deixar louco implorando para ter meus lábios
cobrindo seu pênis.
Coloco meu dedo na boca e chupo,
Matthew me observa fazer esse gesto e posso ver
no seu olhar o quanto isso o incendiou. Continuo os
movimentos em seu pau e o dedo na boca.
— Aisha, quer me matar? Chupa logo,
caralho.
— Sim, senhor Morrison — provoco. Sei
que ele fica excitado quando digo essas palavras.
Ouço sua respiração mudar assim como
seu corpo e sua postura quando passo a língua pelos
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meus lábios umidificando antes de levar até seu


pau.
— Ah, Aisha, não sabe como é bom
finalmente cala sua boca com meu...
Não permito sua provocação, chupo com
mais avidez quase engolindo toda a extensão e ele
se perde no prazer.
Matthew força minha cabeça para que
engula mais, ditando o ritmo que lhe agrada. Retiro
sua mão de mim e coloco o meu próprio ritmo
lambendo, massageando e sugando. Ouço seus
gemidos e sua respiração arrastada. Olho suas
reações: olhos fechados apenas sentindo prazer, os
lábios ora abertos ora sendo mordidos.
Que delícia de homem e por pelo menos
essa noite é todo meu.
— Aisha. Você é melhor do que esperava.
— Segura meus braços e me puxa para seu colo.
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Ele sorri. Sinto seu pau me cutucando e


aproveito para me esfregar nele. Matthew segura
com as mãos meus seios e belisca meus mamilos.
Percebo que a gente ainda não se beijou.
Seguro seu rosto ente as minhas mãos e olhando
nos seus olhos colo nossos lábios. Não sei se é
alguma de suas manias não beijar foda, mas a mim
vai ter que beijar. Fecho os olhos me entregando ao
beijo como não fiz hoje de manhã. Remexo sobre
seu colo saboreando sua boca.
Ele imediatamente retribui o beijo sem
parar de brincar com meus seios. Uma de suas
mãos desce até minha bunda apertando e me
fazendo mexer ainda mais contra seu pênis.
— Vai me deixar louco — sussurra contra
minha boca. Morde meu lábio inferior depois meu
queixo.
Tomada de luxúria, volto a beijá-lo com

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urgência gemendo e arranhando seus ombros. Em


um impulso, posiciono seu membro e sento de uma
vez. Sinto um desconforto e acabo separando nosso
beijo, mas não paro de mexer o meu quadril. Mordo
sua garganta e ele estremece, me lança no sofá,
ergue uma de minhas pernas colocando em seu
ombro e mete fundo. Fecho os olhos me deliciando
com isso.
Ah, que delícia.
— Isso. Mais rápido.
Só porque pedi ele diminui a velocidade.
Filho da mãe. Sorri para mim e depois morde meu
mamilo me fazendo gritar de prazer.
Ele sai de dentro de mim.
— Coloca a mão no chão.
Essas posições, nunca fui muito boa, mas
obedeço. Coloco a mão no chão e empino a bunda
para ele. Sinto seu pau deslizar para dentro de mim
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e começo a movimentar. Ele deixa que eu faça


mesmo sendo lento e com dificuldade antes de
tomar as rédeas, em um ritmo frenético de pele com
pele e corpos em movimento, meus olhos reviram e
meu corpo estremece.
— Matthew — digo entrecortado pelo
prazer. Estou completamente seduzida pela luxúria
e pelo barulho de nossos corpos se chocando no
ritmo do prazer e no embalo do meu orgasmo.
Estava tão gostoso e o orgasmo foi tão
forte que só percebi que ele gozou por sua mão
apertando minha cintura, o corpo estremecendo e a
forma como sussurrou meu nome. Queria ter visto
ele gozar. Deve ser um espetáculo maravilhoso.

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CAPITULO 8
Ofegante, sinto-o sair de dentro de mim e
faço uma careta ao perceber que fizemos sexo sem
preservativo. Para minha loucura ser maior essa
noite.
— Que foi? Te machuquei? — indaga me
olhando preocupado e retira meu cabelo do rosto
suado.
— A camisinha! — Bato na minha testa.
— Esquecemos dela.
— Merda! Foi sua culpa, ainda estávamos
nas preliminares e você foi logo sentando.
Apressada.
— Não tenho culpa se você é lento.
— Quem ficou meia hora batendo punheta
foi você. Se eu quisesse punheta eu comprava um
braço mecânico para fazer isso.
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Dou um tapa bem forte em seu braço


rindo. Afs, que idiota!
— Um braço mecânico não faz gostoso
como eu.
— E também, a cena não deve ser tão
linda quanto te ver fazendo isso.
Arrasto meu corpo para deitar no tapete
ainda sentindo os efeitos do orgasmo. Sinto uma
mordida na minha panturrilha e um beliscão na
minha coxa. Acho que acordei a fera.
— Dois minutos — peço. Esperar pelo
menos minhas pernas pararem de tremer.
— Te dou um. — Sobe roçando os lábios
em minha perna. Morde o interior da minha coxa
antes de cobrir meu corpo com o seu apoiando as
mãos em cada lado da minha cabeça e fica me
encarando.
— Que foi?
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— Você é linda assim.


— Assim como?
Feito bruxa, porque imagino que meu
cabelo deve estar um bagaço. Devia ter escovado.
— Assim... Entregue. Relaxada. — Apoia
o peso sobre o antebraço esquerdo e alisa meu
rosto. — Tão minha.
Uau, ele sabe como fazer meu coração
acelerar sem ser de prazer gerado por um orgasmo.
Tento aliviar minha própria tensão dando
vários beijo na sua boca antes de aprofundar.
Também gosto de estar assim e por vários
momentos esqueci que somos chefe e funcionária
dando lugar a mulher e ao homem que só querem
um momento íntimo de prazer momentâneo.
Sua mão desce até minha boceta e desliza
os dedos por ela. Uma. Duas. Três vezes, me
fazendo exalar com força. Vendo que dei espaço
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para que continue, Matthew massageia meu clitóris


com o polegar me fazendo gemer. Abro as pernas
para ele poder brincar melhor e ele continua por um
tempo até entrar dois dedos em mim. Ele sempre
me olha observando minhas reações e eu demonstro
que aquilo realmente me dá prazer.
Matthew toma meus lábios em um beijo
lento e meus gemidos morrem em sua boca. Eu
nunca pensei que gozaria no dedo de um cara.
Nunca nem me masturbei. E agora
Matthew faz isso por mim e ainda me faz gozar em
seu dedo depois de um sexo para lá de gostoso. Eu
deveria fazer esse tipo de loucura mais vezes.
— Se prepare porque essa noite vou querer
tudo com você.
— Está me devendo um oral — brinco
ajeitando seu cabelo que rebelde, cai no rosto.
— Pago até com anal.
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— Dispenso. Nesse você não toca.


Matthew ri tomando o lugar ao meu lado
no tapete e me abraça juntando nossos corpos. Um
de frente para o outro. Segura uma mecha de cabelo
meu e brinca com ela fazendo-a deslizar por seus
dedos.
Nossa, como ele aqui é diferente. Nem
parece o mesmo que conheço. Está tão nu de corpo
e de alma que me assusta, me dá medo. Medo de
gostar e de querer estar com meu chefe novamente,
com o babaca que fez o último ano parecer o
inferno.
Vou me arrepender disso amanhã... Como
vou me arrepender disso.
Se eu estivesse sensata levantaria agora e
iria para casa colocar a culpa na carne fraca e
pediria demissão. Porém, aqui sentindo sua mão
descer pelas minhas costas até minha bunda, nesse

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momento, apenas aconchego meu rosto na curva de


seu pescoço sentindo seu cheiro e sua pele quente
ficarem marcados em mim.

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CAPITULO 9
Acordo sabendo que estou nua, ciente de
tudo que fiz e com uma dor de cabeça filha da mãe.
Queria nem abrir os olhos e certificar que ontem foi
real.
Que merda eu fiz?
Mesmo temendo abrir os olhos, faço.
Percebo que estou no quarto amplo, escuro e pelo
que percebo sozinha na cama enorme. Na cama
dele com seu cheiro e sua presença por toda parte.
Matthew já tinha levantado e eu rezava
para estar na empresa e não ter nunca mais que
falar sobre o acontecido.
Levanto da cama em direção ao banheiro
do quarto. Sei que tomamos banho juntos pouco
antes de adormecer, mas preciso de outro, o cheiro
dele ainda está presente em mim e tudo que não
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preciso é de seu aroma no meu corpo.


Entro no banheiro e já dou de cara com
meu reflexo no espelho. Quase me assusto com o
estado do meu cabelo, e principalmente com as
marcas que ele deixou. Uau. Se alguém ver isso
todos vão saber que passei a noite com Matthew
Morrison e isso vai destruir minha reputação.
Por outro lado, foi bom. Muito bom. Sexo
como nunca tinha feito antes. Eu gostava do
habitual na cama, papai e mamãe, não me
importava se gozava ou não e sair com um homem
disposto a me levar no limite do meu próprio prazer
sem deixar o dele foi incrível.
Lavo o rosto e a boca pensando que não
tem como os outros saberem. Ninguém precisa
saber o que rolou entre nós e será assim, não é
vantajoso para nenhum de nós que as pessoas
saibam.

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Matthew pode até achar que sou como


todas as mulheres que sai, que não mereço respeito,
que aceita ser tratada como objeto, mas não vou
permitir que me humilhe para todos. Não me
importo com o que ele acha, mas com o que meus
colegas de trabalho e minha família pensa isso sim
me afeta.
Não pense demais Aisha. Já aconteceu.
Encosto minha testa na pia. Preciso de
uma ducha fria. Entro debaixo do chuveiro, mas
não demoro no banho, preciso ir para casa. Coloco
um dos roupões que estava no armário do banheiro,
quando estou pronta para ir procurar minhas coisas
na sala, ele aparece encostado no batente da porta
do quarto sem camisa, descalço e com os cabelos
molhados caindo no rosto. Quase saí sem ser vista.
Quase me livrei da intimidade de dormir e acordar
juntos.

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— Bom dia Senhor Morrison —


cumprimento apertando o roupão no meu corpo.
— Voltamos ao senhor Morrison?
— Estamos em horário de trabalho... —
Dou de ombros tentando ser indiferente.
— Hoje é feriado.
Uau. O feriado chegou e nem vi.
— Não lembrava desse detalhe. Preciso ir
para casa minha avó, deve estar preocupada
comigo.
— Tudo bem.
Tento passar por ele, mas sinto sua mão
segura meu braço e seu nariz desliza por meu
pescoço.
— Matthew, por favor...
— No final do dia levo você para casa.
— Não acho...

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— Já rolou, é tarde para pudores Aisha.


Depois fingimos que nada aconteceu. Só quero
aproveitar mais um pouco sua companhia e sei que
você quer também. — Prende-me contra a parede
com seu corpo. — Essa atração que sentimos não
vai passar em uma noite. Meu tesão por você não
está saciado e quero mais um pouco.
— E se hoje também não for o bastante?
Nunca vai parar.
— Te deixo em casa do mesmo jeito e não
falo mais disso. — Apoia sua testa na minha. —
Não tenho direito de te pedir nada e sei que você é
diferente das outras que eu nem precisaria pedir, já
estariam me esperando na cama, mas ainda assim
me atrevo. Fica o resto do dia aqui comigo.
— Não é uma boa ideia.
— É porque você ainda não está nua. —
Ri. — Sabe que será bom.

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Droga. Já fiz tudo mesmo. Só mais duas


ou três rodadas de sexo não vai fazer diferença.
— Nunca se atreva a falar sobre isso com
ninguém. Absolutamente ninguém e jamais me
trate como objeto na empresa porque me teve em
sua cama e também não me trate bem por isso. Seja
como sempre foi.
— Como você quiser. — Segura minha
garganta e puxa o roupão deixando meu seio
amostra. — Mas agora vou te tratar como
vagabunda — sussurra — e te chamar de cachorra
quando estiver na minha cama enquanto meto
fundo em você. — Morde minha boca. — Minha
vagabunda.
— Matthew...
— Tira a roupa. Coloque o salto de novo.
— Aponta para os pés da cama e vejo meu salto ali.
— Fica só com ele. — Matthew tira a faixa que

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amarra meu roupão e cobre meus olhos com ela. —


Depois fique na cama com a bunda para cima. Bem
empinada, os braços estendidos e a cara no colchão.
— Não posso ver o que irá fazer?
— Não precisa ver, apenas sinta.
Faço o pedido com certa dificuldade por
não enxergar nada, posso sentir a presença dele
mesmo sem me tocar e a ansiedade pelo toque, pelo
o que está por vir me excita. Sinto sua mão deslizar
por minha bunda. Apalpando. E estou tão sensível
que suspiro.
Eu estou aqui para ter todo o prazer que
seu corpo pode oferecer. Eu quero todo o prazer
que ele possa me dar, mas será só mais uma noite.
Hoje serei a vagabunda que deseja,
amanhã de manhã voltarei a ser sua secretária.

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CAPÍTULO 10
Acalmo minha tensão deitada em seu peito
do orgasmo recente. Minha vagina arde e sei que
terei problemas em andar tranquilamente amanhã.
Acho que nunca fiz sexo dois dias
seguidos e nunca fiz três vezes em uma noite. Com
tantas posições e ainda gozar em todas elas.
Definitivamente minhas experiências
sexuais não eram tão boas quanto pensava.
— Você parece cansada — debocha me
apertando em meus braços. Sei que ele ainda
aguentaria muito, mas eu com certeza não.
— O babaca do meu chefe sempre me faz
trabalhar demais e é sempre grosso comigo, por
isso fico cansada com facilidade.
— Pesado.
— Posso falar isso para você porque é só
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uma foda — provoco —, mas se meu chefe


soubesse me demitia.
— Ah, ele não demitiria por isso. Seu
boquete é bom demais. — Dou um tapa no seu
peito.
Quero falar tudo que acho dele pois é
minha única oportunidade para desvendar esse
homem. Não é possível serem tão diferentes sendo
a mesma pessoa.
Será tão difícil assim ter esse Matthew no
trabalho também?
— Seu chefe te faz trabalhar demais
porque sabe que você consegue, e tem grandes
chances de evoluir no mercado de trabalho, mas é
um meio difícil e ingrato. Só os fortes sobrevivem e
você é forte, mas desiste fácil. E ele, pelo que
relatou, tem tesão por você, gosta de te ver brava e
gosta de ficar ao seu lado até mais tarde.

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— Detesto ele ainda mais. Por sempre me


fazer sentir mal. Se gostasse deveria demonstrar e
não me tratar feito cão sarmento.
— Todos detestam o chefe e talvez por
isso ele prefira ser inalcançável. Devo dizer que
você também não é fácil. Tem sempre uma
provocação na ponta da língua.
— Não sei como um imbecil infantil como
ele é CEO de uma empresa. Deve ter alguém por
trás e ele só ganha os créditos.
— Essa doeu. — Coloca a mão no peito.
— Não tem. Eu sou bom nisso apesar de ser babaca
e infantil como você diz. Claro, não fundei a
empresa, foi meu pai, mas desde que tomei posse
dos negócios cresceu bastante.
— Mesmo com todos os processos e
escândalos envolvendo você e assédio?
— Elas queriam. — Estreito os olhos. —
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Eu juro.
— Isso não é motivo para ser imbecil com
elas.
— Não fui imbecil.
— Igual comigo?
— Você é diferente, me tira do sério. Eu
me comportava depois do tapa que levei da Bea.
Ela me controla e fica contra mim. Eu teria vencido
esses processos se ela não tivesse se intrometido e
convencido Priscila a pagar as indenizações.
— Sei não... A Priscila é uma advogada
competente. Jamais desistiria de um processo como
esse.
— Eu realmente transei com elas e foi
consensual até as que estavam bêbadas, mas
começou a rolar ciúmes e banhos de processos.
Elas gostavam dos presentes caros e da comodidade
que eu dava. Só que...
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— Não era exclusivo e uma achava que


merecia mais que as outras.
— Isso. Sou um homem que gosta de
todas ao mesmo tempo.
— Mas só na cama.
Estou começando a me sentir péssima.
Virei mais uma.
— Aisha, melhor parar aqui ou já sei onde
isso vai dar. Eu não faço mais isso, a fama continua
e ainda que eu te provoque muito é fruto da sua
provocação e sabe disso...
— É, talvez eu tenha provocado você um
pouco.
— Provocou muito, entretanto, vamos
mudar de assunto, não quero acabar com o
momento que estamos tendo falando dessas coisas.
Vamos curtir apenas. Sem culpa. Você pensa
demais.
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— Se eu pensasse demais não estaria nessa


cama com você, estaria em casa.
Limpando a casa o dia inteiro como em
todos os dias que não trabalho.
— Quer comer?
— Por favor, estou morrendo de fome, já
estava pensando que você vivesse de sexo.
— Se você que tomou leite...
— Nem contínua. Você é muito babaca
mesmo.
Matthew ri e me perco totalmente por
vários momentos. Nunca vi ele rir assim. Nunca
ouvi o som da sua risada. Ele é sempre idiota e
grosso comigo. No máximo sorri com malícia e
esse sorriso foi tão espontâneo.
— Deveria sorrir mais. Fica lindo rindo.
— Ele ergue a sobrancelha e estende a mão para
mim.
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— Vem, vamos ver o que tem para comer.


— Aceito a mão estendida admirada.
Nunca o vi assim relaxado. Ele está só de
cueca com os cabelos bagunçado, descalço. Tão
diferente. Tão real. Entendo todas que brigaram por
ele e é um perigo para mim ficar exposta a isso.
Mal consigo lidar com ele babaca imagine com
esse Matthew. Duas pessoas tão diferentes em uma
e nenhuma das duas jamais serão minhas.

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CAPÍTULO 11
Matthew me deixou em casa por volta da
meia-noite e foi bem frio, nem sequer se despediu
direito. Parecia que estava desovando um cadáver
qualquer em uma estrada vazia.
O Matthew apaixonante de mais cedo
tinha dado lugar ao Matthew que conheço bem.
Dizer que dormir depois que ele me deixou
em casa seria mentira. Fiquei horas e horas
lembrando de tudo que passamos e como seria
reencontrá-lo no ambiente de trabalho. Vai ser
estranho, para mim pelo menos.
Agora, pestes a entrar na sala dele, estou
apreensiva como uma adolescente indo encontrar o
primeiro namorado. Que ridículo. Respiro fundo
antes de dar dois toques na porta e adentrar na sala.
— Bom dia Senhor Morrison...
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— Já atualizou seu endereço?


Mal-educado!
— Irei fazer isso agora. Só olhei sua
agenda antes para o senhor não perder nenhum
compromisso.
— Passe meus compromissos de hoje para
o meu celular e faça isso agora.
Grosso!
— Sim senhor — respondo quase sem
firmeza, ele é extremamente frio e não olhou para
mim em momento algum de nossa conversa.
Olhando para a tela do computador digitando algo e
assim ficou, como se estivesse falando sozinho.
— Ainda aqui?
Babaca!
Viro sem mais nenhuma palavra e saio.
Essa seria a hora perfeita para eu provocar com o

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meu “senhor Morrison ou deseja mais alguma


coisa”, mas...
Merda, é difícil. É difícil ser tratada assim
quando dormi com ele ontem e olha que me
preparei muito para esse momento e pior, eu pedi
porque achei que assim seria mais fácil para mim se
eu fosse tratada da mesma maneira de sempre.
Aliás, hoje ele exagerou.
—Tudo bem Aisha? — Fernanda indaga
me olhando preocupada.
— Fiz uma grande besteira.
— Já vi tudo. — Coloca a mão na boca. —
Dormiu com ele?
— Fala baixo. Ninguém pode saber, por
favor — peço puxando ela para um canto da
parede.
— Aisha!
— Não me julgue. Também sou humana.
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Poxa!
— Não diga que se apaixonou.
— Eu não sei... Estou confusa. E ele me
tratando como nada não está ajudando.
— Aisha, não espere ser tratada como
rainha... Não aqui. — Suspira. — Tenta focar no
trabalho para não enlouquecer. Hoje é um daqueles
dias. Matthew está gritando com todos e hoje ele
parece pior. Acho que é efeito seu.
— Garanto que foi bom.
— Esse é o problema — responde
simplesmente me deixando confusa olhando-a se
afastar.
Eu hein!
***
Tento focar no trabalho como Fernanda
sugeriu, mas não consigo e acabo errando vários

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compromissos do dia, trocando horários e enviando


relatório errados. Acabei de ser chamada aos gritos
pelo motivo do meus erros, se não for demitida
hoje, não serei mais.
— O que há com você? — brada o CEO.
— Desculpa, mil desculpas. Eu não sei
como fui esquecer o almoço com os japoneses e
enviar o e-mail com a proposta errada...
— Desse jeito vou ter que te demitir. Tem
ideia do que me fez perder?
— Vou dar um jeito. Não se preocupe, já
estou resolvendo tudo.
— Ótimo. Terá que ficar até mais tarde
para toda essa bagunça que fez.
— Tudo bem, senhor Morrison.
Apesar de ver algo brilhar nos olhos dele
foi muito rápido, pois fecha os olhos e os esfrega
com a mão.
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— Desculpa. — Passa as mãos no cabelo e


isso me desarma. — Eu estou...
— Não precisa se desculpar, entendo errei
feio.
— Preciso, porque não é com você, nem
com os outros que estou irritado. É comigo. Eu e
essa minha bagunça mental que fica me lembrando
que sou um covarde.
— Não seria melhor ir para casa...
— Seria pior.
— Quer falar sobre isso? — Sento na
cadeira a sua frente. — O que está acontecendo?
— Você. O que está acontecendo é você.
— Como assim?
— Está me deixando louco Aisha! —
Arregalei os olhos com esse confissão. — Seu
cheiro ainda está na minha cama e as lembranças de

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ontem não me deixam em paz... E ainda por cima


não consigo trocar os malditos lençóis.
— Não podemos falar sobre isso — digo
baixo como um murmuro. Entretanto, no meu
interior, estou como ele.
— Eu sei que prometi e por isso estou
enlouquecendo. Todo meu corpo quer o seu nesse
momento. Todo meu corpo pede para te ter quando
te vejo e fica louco por não poder tornar isso real
porque você não é minha. Desculpa se meu humor
estiver pior hoje. Sua falta é a causa dele.
Abro a boca buscando uma resposta para
isso, mas meu coração retumba tão forte que não
me permite pensar.
Uau!

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CAPÍTULO 12
Matthew ainda me encara meio atordoado
com tudo que confessou para mim e opto por ser
sincera com ele.
— Eu também não paro de pensar no que
aconteceu ontem.
— Só fico pensando: merda. Foi assim que
meu primo começou e hoje está quase amarrado
pela Beatriz. Ficou logo de quatro por ela e eu
descendo de rolimã a mesma ladeira que ele.
— Está dizendo que gosta de mim?
— Estou dizendo que estou fodido. Eu
tentei de todas as formas me afastar, te afastar, te
fazer me detestar, mas...
— Mas...
Meu coração nesse momento parece que
vai sair pela boca e fundar uma escola de samba.
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— Mas eu já estava na merda. E não sei


como aconteceu, como deixei acontecer. — Inclina
na mesa me encarando. — Me apaixonei por você
Aisha. E não sei mais o que fazer com esse
sentimento. Te ter foi a melhor coisa e as
lembranças serão o meu pior castigo e sei que serão
meu suplício para o resto da vida.
Quase me emociono com essa suas
palavras. Eu nem sabia que queria tanto ouvi-las.
— Matthew eu... — Dou a volta na mesa e
sento no seu colo de frente para ele. — Não sou
indiferente como você pensa. Também tentei te
odiar, me convencer de como você é machista,
babaca, idiota... mas terminei apaixonada pela
forma como você sorri. Pelo seu olhar, pelo som
rouco de sua voz. E quando me mostrou o Matthew
por trás do CEO, o real e não esse carrasco que
você se mostra escancarou todo esse sentimento...

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Também me apaixonei por você.


— O que fazemos agora?
Retiro meu crachá.
— Não posso mais continuar trabalhando
aqui... — Olho para minha foto ali antes de deixar
cair no chão.
— Está se demitindo?
— Sim, eu vou trabalhar em outro lugar.
— Não faz isso comigo.
— Só ouve. Eu vou tentar outra coisa e
podemos ficar junto. Como sua funcionária eu não
iria me sentir bem...
— Posso te ajudar a achar outro emprego?
— Não como Matthew Morrison, mas
como meu homem, sim.
— Tem certeza que é isso que deseja?
— Tenho. Vou te ajudar a contratar uma
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nova funcionária. Vou treina-la. Acabar com essa


sua fama e mais para frente contamos a todos sobre
nós.
— Você é incrível.
— Eu sei. Juntos iremos descobrir no que
isso vai dar. Como seu primo e a Bea. Vamos
deixar rolar.
— Se crescer, todos vão ver, mas se
morrer só, nós iremos sentir e ninguém precisa
saber.
Sorrio concordando. Abraço seu pescoço e
sua cintura com minha pernas antes de beijar sua
boca com altivez.
Quem diria que eu terminaria me rendendo
a um sentimento que eu nem sabia que tinha ou que
eu mantinha enterrado por achar errado por ser logo
pelo Matthew Morrison. E de pensar que meu ex-
chefe CEO babaca e atualmente o crush por quem
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eu babo sente o mesmo por mim.


Sinto suas mãos apertarem minha coxa e
seu cheiro familiar me invadir. Ratificando, agora
ele estaria entranhado em mim como eu estou
marcada nele.

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Fim!

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Contos Eróticos no Escritório


Lua Gomes
1ª. Edição

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Copyright © Lua
Gomes
Edição Digital: Criativa TI

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens,


lugares e acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência.

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crime estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido pelo
artigo 184 do Código Penal.

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Capítulo 1
Entro sem a menor vontade no salão que a
M&M Company, empresa onde trabalho, alugou
para comemorar a véspera de seu aniversário.
Sempre tem uma farra para os funcionários um dia
antes da festa de gala para a alta cúpula, a imprensa
e demais puxa saco e, em nenhuma das duas, gosto
de ir.
É um daqueles raros sábados em que não
trabalho. Aquele sábado para acordar tarde e ficar
de pijama o dia todo com o cabelo sem pentear
comendo besteiras, assistindo filmes e séries sobre
o peito nu do meu loiro gostoso ou apenas tomando
uma xícara de café acompanhado por um bom
livro.
Entretanto, meu loiro não compartilha do
mesmo desejo que eu, fazendo questão de vir todos

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os anos a essa festa chata. Diz que a empresa não


faz mais que a obrigação em gastar para ele se
divertir um pouco depois de aturar o dono todos os
dias por mais de nove anos. Além do mais, foi
numa dessas festas da empresa que nós transamos
pela primeira vez. De certo modo, é especial, por
isso faça sua vontade e venho.
Lembro que naquele sábado bebemos
muito, pra caralho, antes dele se oferecer para me
levar em casa de taxi, claro, pois nenhum de nós
dois tínhamos condição para dirigir.
Não foi a primeira vez que ele me ofereceu
carona e sempre soube que no dia que aceitasse
acabaríamos na minha cama, por isso neguei os
convites anteriores a muito custo porque ele
realmente é muito bom de se olhar, imagine de
tocar, seria demais pra minha pobre sanidade. Não
deu outra, viciei em seu corpo, no gosto de sua

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boca. Apaixonei-me por ele.


Ainda lembro de seu sorriso quando falei
eu te amo pela primeira fez. E como no primeiro
dia que o vi, meu coraçao disparou e quase parou
quando Taylor confessou sentir o mesmo.
Procuro por ele entre as pessoas e o vejo
sozinho em um canto bebendo. Demorei uns dez
minutos a mais do que combinamos e ele já parece
bêbado e de mau humor. Eu falei para irmos juntos,
ele disse que precisava falar algo com Mike e veio
na frente sem mim.
Já faz um ano e meio que moramos
praticamente juntos e nunca pensei que falaria isso,
mas estou amando a rotina a dois, apesar dos
defeitos diários.
Taylor, mesmo sendo como é, sorriso fácil
e jeito galanteador que parece paquerar todas as
mulheres o tempo inteiro, me faz sentir amada e

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que posso confiar nele e em sua fidelidade.


Aceno para meu homem que vem
cabalenate em minha direção e me abraça forte.
Beija minha boca várias vezes e parece mais
bêbado que geralmente. Ele sempre diz que a
bebida é a principal coisa que ele pode dar prejuízo
para a empresa. Taylor, Johan – motorista da
empresa – e Mike – um dos seguraças do escritorio
– sempre apostam quem bebe mais e dificilmente
ficam bêbados com isso, o único que perde com
essa aposta é o patrão.
— Não acredito que já está bêbado —
reclamo ainda em seu abraço, pois ele insiste em
não me largar. Parece estar como medo de me
perder.
Taylor ainda não disse uma palavra e o
hálito dele já está me deixando bêbada.
— Amor... vamos embora.

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— Por quê? Acabei de chegar, levei horas


me arrumando, comprei um vestido só para isso e
você...
— Vamos embora por favor, Sab. —
Esfrega os olhos tentando focar em mim, mas
parece ser em vão. — Não estou bem!
— O que esta sentindo? — indago
preocupada. Ele parece mal mesmo.
— Não sei ao certo — as palavras saem
emboladas — Só estou meio tonto.
— Tá bom, vamos. Vou cuidar de você.
Dou-lhe um beijo rápido e de mãos dadas
saimos do salão. Eu sorria, mesmo que não 100%,
em poder aproveitar a noite de sabado em casa com
ele.

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Capítulo 2
Olho os lápis a minha frente agora focando
neles, retornando das lembranças felizes que
parecem de outra vida.
Aquela noite foi a última vez que
transamos já que milagrosamente após tomar um
chá, Taylor melhorou. Foi o último dia da rotina a
dois. De nós dois.
Na manhã seguinte recebi uma mensagem
de um número desconhecido dizendo que ele me
traiu na festa. O confrontei, ele negou, mas logo a
foto do meu namorado beijando outra, pior, uma
colega de trabalho, também misteriosamente veio
parar em minhas mãos e soube porque ele queria
tanto ir embora da festa e o real motivo de ir mais
cedo.
Era para ninguém me contar nada e claro,

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poder ficar com a outra. Porém, eu soube e percebi


que fui muito burra por acreditar em um homem
com a fama de cafajeste da contabilidade pois já
pegou e iludiu muitas colegas de trabalho e
profissão.
Eu odeio Taylor Ramos.
Odeio Priscila Camargo iguamente, a
advogada da empresa, que teve o descaramento de
me apunhalar assim de forma tão baixa. E daí se ela
tem fama de ser liberal e cheia de atitude? Poderia
pelo menos deixar o homem comprometido em paz
e ela sabia que ele era meu namorado.
Odeio ter que continuar trabalhando com
esse tipo de gente só por consideração ao patrão,
necessidade e para não dar ousadia para eles
acharem que isso me abalou.
Claro que não fiquei abalada. Como ficar
abalada? Foi só o meu namorado de quase três

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anos, por quem era apaixonada, me traindo com


uma colega de trabalho que várias vezes passou por
mim dando “bom dia”. Quem sabe em uma dessas,
depois de pagar um boquete no meu namorado em
uma das salas da empresa.
Odeio eles!
Ainda assim não fiquei abalada com a
traição. Continuei maravilhosa como o monumento
que sou. Quem ficaria abalada? Eu como chifre no
jantar ou o coração daqueles dois filhos da puta
assados em álcool enquanto ainda pulsa.
Homem nenhum presta e colegas também
não.
— Sabrina? — reconheço imediatamente a
voz de Matthew Morrison, meu chefe, chamar meu
nome quase me assustando. — Pode parar de
apertar minha mão e esse pobre lápis?
Só estão percebo que exprimia a mão dele
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com uma mão e um lápis já quebrado na outra.


Efeito Taylor. Essa história me tira do sério sem
falar que me deixa irracional e violenta.
Já faz quase oito meses que terminei com
ele e ainda fico com raiva em pensar nele. Pior
ainda, penso nele. Penso muito. Preciso de outro
emprego o qual não sou obrigada a ver meu ex todo
dia sem jamais conseguir esquecê-lo.
— Mil perdões chefe — peço colocando a
mão na boca. — Desculpa mesmo, não tive a
intensão
— Tenho pena do Taylor — comenta
olhando a mão com uma careta enquanto abre e
fecha. Que exagero.
— Pena do Taylor por quê? Vocês homens
sempre são os coitados da história. Não importa
quão idiota sejam. Todos não valem o que o vaso
sanitário guarda, mas sempre são os coitadinhos —

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brado socando a mesa e alguns funcionários nos


olham.
— Mais cuidado como fala comigo, ainda
sou seu chefe e exijo respeito — cospe entre
dentes, mas suas palavras não tem o mesmo poder
intimidante de outrora. Ele está mudado.
— Desculpa. Estou estressada.
— Eu achando que Aisha e Beatriz eram
as bravas do escritório. Quem te viu quem te vê,
hein Sabrina? Entrou aqui calado e hoje grita até
comigo.
— Eu só queria a cabeça dele numa
bandeja para ficar mais calma.
— Legal... — Ele me olha com aquela cara
que todo homem faz quando acha que a mulher está
com TPM e ele precisa manter o máximo de
distância possível. É exatamente isso que ele faz,
sai caminhando de frente para mim, como se eu
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fosse o apunhalar pelas costas.


— O que queria chefe?
— Nada, Fernanda faz para mim. Por que
não vai para casa? Tira o resto do dia de folga.
Descansa.
Reviro os olhos. Homens!
Matthew trabalha tanto com mulheres que
sempre dá folgas quando estamos com a TPM
atacada e o escritório não está um caos. Ele mesmo
diz se está tudo fluindo bem, para quê estragar tudo
deixando uma mulher de TPM ainda mais
estressada?
Que exagero! Isso surgiu só porque ano
passado a faxineira quebrou o rodo nas pernas de
um funcionário por cuspir no chão. Nem precisa
estar de TPM para fazer isso. No entanto, gostamos
disso e aceito a sugestão dele numa boa. Não sou
japonesa para gostar de trabalhar.
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— Irei fazer isso.


Espreguicei-me na cadeira olhando a tela
escura do computador. Matthew comigo quase
sempre é gente boa, nunca me cantou e não tem
nada a ver com meus óculos, aliás, ele sempre disse
que fico sexy com eles. Sou uma nerd sexy.
Também não tem a ver com o fato de
gostar do meu cabelo rosa, azul ou o atual
vermelho sangue. Nem com o fato de eu ser
baixinha, fora dos padrões modelo 46 e tamanho P,
mas porque desde que trabalho aqui sempre fui do
Taylor.
Quando entrei no prédio da empresa pela
primeira vez e encontrei Taylor Ramos no elevador
esbanjando charme sem o menor esforço, eu o quis.
E parece que diferente de certa advogada vadia, o
chefe respeitou isso me deixando fora de seus
encantos, mesmo ele e Taylor se dando tão mal e

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tendo motivos para proibir nosso namoro. No fundo


sei que essa birra é por território. Dois machos alfas
na mesma alcateia dão embate mesmo.
É difícil ver que Taylor não deixou de ser
mulherengo e não passou de um bom ator que tirou
dez na arte de iludir. Já Matthew, mesmo sendo
legal comigo, sempre foi um babaca com todos e
ultimamente vem notando certa mudança de
comportamento nele.
Nos últimos dias não ouço gritos nem
xingamentos contra ele e algo me diz que tem a ver
com sua secretaria Aisha. Eles vivem trocando
olhares e sorrisos que acha que ninguém percebe.
Desconfio que estejam juntos. O clássico chefe que
se apaixona pela secretaria.
Espero que sejam felizes se realmente
estiverem e que ele não seja mais um loiro traidor
como certas pessoas de olhos cor de mel, lábios

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rosas como um morango tão gostoso no primeiro


momento, mas depois se mostra mais amargo que o
fel.
— Sab? — ouço a voz grossa que por
meses sussurrou palavras bonitas em minha cama,
que gemeu em meu ouvido o quanto me queria e
agora para mim, é a mais irritante do mundo.
Observo Taylor debruçar na minha mesa
com o sorriso que me sempre fez tropeçar, meu
coração acelerar e minhas mãos suarem. E que
ultimamente parecce sair dos meus pensamentos
direto para o mundo real.
Ainda recordo como fiquei bem mais
apaixonada quando com esse sorriso disse que me
amava pela primeira vez.
Esse sorriso lindo vive por aí seduzindo
mulheres. Iludindo. E mesmo com toda raiva que
sinto por ele, hoje não sou imune, o sorriso ainda

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causa os mesmos efeitos de outrora em mim.


Por que cafajeste nunca tem sorriso feio?

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Capítulo 3
— Que foi? — indago inclinando para trás
na cadeira. Toda distância desse sorriso é pouca.
Sei bem o estrago que ele faz na minha mente e na
calcinha.
— Está de TPM. — Afasta fazendo o sinal
da cruz. — Volto para conversamos amanhã.
Ele sempre sabe quando estou de TPM e
não só estressada ou mal-humorada. E nem foi pela
pergunta rude. Pois com ele, depois de tudo que
aconteceu, sou sempre grossa. Ele sempre foi bom
em saber o que estou sentindo.
Isso é o que mais me dói. Taylor sabia que
não teríamos volta e mesmo assim me traiu
descaradamente. Tudo que vivemos foi uma
mentira e eu era apenas um objeto em sua mão
como um peão em um tabuleiro de xadrez.

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— Não temos nada para conversar nem


hoje, nem nunca — rebato. — Agora vai procurar
outra para encher o saco.
— Não vou desistir até você me ouvir. —
Cruza os braços ficando sério e aparentemente
esquecendo que estou de TPM.
Sem querer meus olhos desviam para seus
braços que pelo fato de estarem cruzados deixaram
mais aparente sob o terno. Engulo em seco,
tentando me obrigar a olha para ali, mas resulta
impossível e termino ficando excitada.
Eu ainda lembro como ele é nu. Lembro de
sua pele bronzeada e a forma como eu brincava na
cama desenhando os músculos dos seus braços
entrelaçando nossas pernas ainda ofegante após
gozar.
— Já disse, não temos nada para conversar
— repito olhando nos seus olhos, com medo dos

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meus próprios desejos e pensamentos.


— Acha que essa sua birra não já deu não?
Vamos terminar assim? Dessa forma?
— Já terminamos e foi por culpa sua. Não
quero conversar com você. — Levanto me
inclinando na mesa buscando me impor. — E você
não tem que trabalhar não? Depois reclama que não
tem emprego.
— Não vamos terminar até eu dar minha
versão. E já fiz meu trabalho — Sorri me olhando
nos olhos. — Agora quero diversão. O que vai
fazer hoje à noite?
Sério isso? Agora sou sua diversão? Ele
vai mesmo agir como se fossemos um casal? Só
pode ser castigo.
— Vou fingir que não me perguntou isso.
— Você está marrenta hein... — Aproxima
deixando seu rosto bem próximo do meu. — É falta
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do prazer que eu te dava.


Odeio como ele ainda me afeta e odeio
mais ainda não ter saído com outro cara. Ser fiel a
uma história que já acabou por uma traição dele me
faz sentir ridícula. Muito ridícula.
— Vai se foder.
— Boca linda, mas bem sujinha. — Tenta
me tocar, mas me afasto. — Não vou desistir, pode
me evitar como for.
Não sei porque ele ainda me procura. Já
me usou, enganou e não me deixa ir.
— O que quer de mim Taylor? — atrevo-
me a perguntar.
— O seu coração — responde sério, sem
deixar margem para eu achar que é brincadeira. —
Seu amor de volta.
— Para quê? Para você quebrar ele de
novo? Para me machucar novo?
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— Sab... — tenta falar, mas levanto


apontando o dedo para sua cara.
Sei que devo ter chamado a atenção de
todos os funcionários do escritório, mas foda-se.
Vou dizer tudo que guardei todo esse tempo. Taylor
não quer conversar? Então que seja um escândalo.
Todos sabem que fui corna mesmo, todos
viram ele se pegando com a advogada, podem
tranquilamente ver a lavagem de roupa suja inteira.
— Pra que caralho você quer o meu amor?
Só sabe amar a si mesmo com o seu ego imenso.
Acha que sou o quê? O copo de café que você
muda, muda e depois que usou todos quer lavar e
me usar de novo? Eu não sou! — Respiro fundo
tentando não chorar na frente dele.
— Sabrina! — chama em tom de
repreensão olhando ao redor.
— O quê? Não queria conversar? — berro
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abrindo os braços chamando ainda mais atenção.


— Quero conversar, mas não...
— Vamos confessar — corto sem chance
para ele continuar. — Taylor, eu te dei tudo. Eu me
dei em tudo para nossa relação e você me traiu.
Mentiu. Me humilhou... agora não me venha querer
ser o arrependido. — Deixo meus braços caírem de
tão cansada. Tão exausta de fingir que não estou
sofrendo. De mentir que a presença deles não me
afetam. — Se não sabe cuidar, não sabe ser fiel,
não me procura mais, pois, homem como você não
me serve nem para sexo. — No fim minha voz saiu
embargada e me deu raiva quando senti a primeira
lágrima descer.
Taylor me encara tão assustado e sentido
com meu desabafo que parece sem fala e sem
reação.
Não espero para sentir sua pena, viro e

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saio correndo para o banheiro. Vários colegas


tentam conversar comigo no caminho, mas desvio
de todos e só paro e desabo em lagrimas já dentro
do reservado.
Choro copiosamente por uns segundos até
me recompor. Paro em frente ao espelho me
apoiando na pia quase me surrando por estar nesse
estado.
Parabéns Sabrina. Parabéns por ter
perdido a cabeça no trabalho e agora todos sabem
que além de corna você chora por um homem que
não vale nada.
Limpei uma lágrima com força, com raiva
de mim mesma por ter feito algo tão infantil. Só
que não aguento mais ter que vê-lo todo dia, ter que
falar com ele e fingir que nunca tivemos nada.
Seria o fim se a advogada também
trabalhasse aqui no mesmo andar que nós dois.

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Graças à Deus ela fica mais em outros andares do


prédio, não quero ser obrigada a ter muito contato.
Entro em uma das cabines do banheiro
quando ouço passos e tranco a porta. Não quero
ver, nem falar com ninguém. Sento em cima da
tampa da privada abraçando minhas pernas. Odeio
ele. Odeio ter me apaixonado por ele. Odeio ter
chorado por ele.

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Capítulo 4
Olho para a porta fechada me sentindo
uma imbecil. Como vou encarar meus colegas
depois desse vexame? Agora sim vão falar ainda
mais sobre mim e todo esse rolo.
Sei que já devem falar por minhas costas,
agora vão falar comigo também. Dar conselhos,
pena... Canso só de imaginar.
Como se soubessem que preciso dela.
Sinto meu celular vibrar dentro do meu sutiã e a
foto da minha amiga e ex-colega de trabalho
Beatriz piscando na tela. Agradeço mentalmente
por estar com o celular e poder desabafar com uma
amiga.
— Se você estiver chorando por causa do
Taylor quebro sua cara — berra assim que atendo.
— Não me faça pegar um voo para o Brasil só

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para isso.
— Eu ia adorar.
— Deve estar bem ruim para querer
apanha fora de quatro paredes. O que houve, Sab?
— Não me chama assim por favor e não
quero apanhar, quero você aqui.
— Desculpa Sah, mas eu curto homens. —
Sei que deve estar fazendo careta. — E não importa
onde eu esteja, serei sempre sua amiga. Agora
para de me paquerar e desembucha. Foi o Taylor,
né?
— Sim... Perdi a cabeça com ele e falei
tudo que estava guardando na frente de todos.
— Que coco! Agora conta para mim o que
realmente rolou entre vocês para terminarem
assim.
— Está bom, mas é difícil conversar sobre
isso. Me sinto boba.
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— Isso você é sempre.


— Você realmente não sabe como animar
uma pessoa — ralhei, mas acabei rindo.
— Só sei animar se essa pessoa tiver um
pênis. Minha especialidade é colocar pênis para
cima.
Meu riso vira gargalhada. Só Beatriz
mesmo para me fazer rir hoje. Eu não conversei
com ninguém sobre o ocorrido na manhã seguinte a
festa e presumo que quase todos saibam por alto,
afinal, geral estava na festa e notícias ruins correm.
Tomo fôlego sentando no vaso com as
pernas abertas bastante desleixada. Não me sentiria
tão à vontade senão soubesse que ele acabou de ser
limpo. Sopro o ar com força, pronta para falar,
começo explicando da noite anterior, da festa, até a
manhã seguinte. Conto tudo o que aconteceu bem
rápido e sem detalhes.

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— Três orgasmos e ele estava doente?


Uau!
Talvez com alguns detalhes em momentos
em que eu me empolgava com a narrativa.
— Foca na traição.
— É uma história estranha. Beijar outra
no meio de uma festa cheia de conhecidos que a
namorada ia chegar a qualquer momento e flagrar
é burro até para um homem.
— O que isso quer dizer?
— Não sei, é estranho... Eu não sabia
disso e nunca ouvi comentarem aí no escritório
sobre esse escândalo, suponho que quase ninguém
viu essa suposta traição.
. — Não importa quem viu, traição é
traição.
— Taylor é esperto, se fosse te trair jamais
saberia e ele te ama. É um cafajeste, mas é seu e
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disso tenho certeza. Conheço ele muito bem.


— É, realmente é estranho — passo a mão
não testa —, está me deixando confusa.
— Deixa de ser cabeça dura e escuta a
versão dele, não seja teimosa e faz o que seu
coração mandar...
— Meu coração quer ele. Não é bom guia.
— Talvez ele esteja certo. Essa Priscila é
uma pilantra, pode ter armado tudo para você
achar que ficou com ele e depois agarrar seu
homem. Não seria o primeiro escândalo interno
envolvendo ela. Certa vez ele até me pediu ajuda
com ela, no momento achei que era para cama,
agora tenho dúvidas.
— Vou pensar em tudo isso e se armaram
para gente, eu vou descobrir.
— Depois me conta o desfecho. Ah! — Do
nada ela solta um gritinho. — Esse escritório virou
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escola do amor. Você, Aisha e eu arranjamos um


boy aí. Só falta a Feh.
— Então está realmente rolando algo entre
Aisha e nosso chefe?
— Está. Ainda bem, porque o tesão
reprimido deles estava afetando meu bom humor.
Ela queria demissão para não misturar as
relações... Sabe como ela é certinha, mas já a
dissuadir da ideia. Abrir vaga para concorrência
não, né? Segura o boy e foda-se o que os outros
vão pensar.
Ouço passos se aproximando anunciando
que meu tempo em paz aqui acabou. Uma hora vou
ter que encarar o mundo mesmo.
— Bea, vou desligar, mais tarde ligo para
você. Beijos.
Finalizo a ligação pedindo aos céus para
que não seja ele. É a última pessoa que desejo ver
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hoje depois de uma crise de choro.


— Sabrina — assim que ouço reconheço a
voz do Mike.
— Quero ficar sozinha Mike. Depois
conversamos — dispenso-o.
Mike é um homem moreno muito bonito,
alto, charmoso, interessante, inteligente, já saí duas
vezes com ele, sei de seu interesse por mim, apesar
de achar estranho ele sendo amigo de copo do
Taylor querendo me pegar, mas ficou só nisso
mesmo. Não rolou nada entre nós.
Ele não é Taylor e meu coração não
compreende que se perdeu do dele. E fica insistindo
em algo que meu cérebro já viu que não deu certo.
— Tudo bem, como você quiser, mas se
precisar, a qualquer hora pode gritar que chegarei
mais rápido que o The Flash — brinca logo em
seguida ouço passos se afastando e por um tempo o
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silêncio reina e me permito viajar nas recordações.


— Taylor, alguém vai nos ver — sussurro
tentando o impedir de abrir meu sutiã enquanto me
agarra por trás esfregando sua ereção na minha
bunda.
Estamos trancados na sua sala na M&M
Company e ele já se recusou a abrir a porta para
eu sair sem dar atenção necessária para ele.
Estamos no final do ano e aqui é sempre
complicado. Muito trabalho. E meu namorado está
cobrando, pois faz três dias que não nos vemos, só
na correria louca de deixar tudo pronto para
encerra as atividades do ano e finalmente ter
férias.
— Ninguém vai nos ver... E nem me
importo se ouvirem. Quero que esse escritório
pegue fogo enquanto te levo ao orgasmo.
— Vão sentir nossa falta — argumento,

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pois meu corpo já está cedendo. Também tenho


essa necessidade e o ar de perigo torna tudo mais
atrativo e excitante.
— Já disse, não ligo.
Gargalho com sua malcriação, mas logo
meu riso virou gemido. Ele morde minha nuca e
lambe minhas costas em um golpe baixo. Ele sabe
que isso me deixa louca. Depois me faz virar para
que eu fique de frente. Seus olhos me olham com
desejo e adoração enquanto lentamente retira meu
sutiã.
Fecho os olhos enquanto suas mãos
apalpam meus seios. Não demora muito para sentir
sua boca ali. Lambendo sem pressa e chupando
como se saboreasse uma comida deliciosa.
Abro os olhos e o vejo de olhos fechados
me degustando. Isso faz os meus gemidos saírem
altos e mais frequentes. Dar prazer a um cara

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como ele, lindo que tem várias o querendo, e sentir


o quanto me deseja sem importar com os quilos a
mais, gordurinha localizada ou as estrias, e saber
que ele conhece meu corpo, se preocupa em me dar
tanto quanto em receber prazer, me deixa louca.
Sinto sua boca subir para minha garganta,
tomar minha boca em um beijo lento e avassalador
e depois da mesma forma abrupta que a tomou a
deixa descendo novamente para meu seio.
Tento afastá-lo quando desce para minha
barriga, mas é em vão. Então, permito que
continue. Qualquer coisa digo que eu nem queria e
esse cafajeste lindo me agarrou.
Sua boca, a respiração e o fato de eu
saber onde esse caminho percorrido por sua boca
vai levar deixa minhas pernas mais moles do que já
estavam e tropeço quase caindo. Taylor me ampara
e leva até sua mesa, me senta sobre ela.

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— Gostosa. Amo seu cheiro. — Cheira


meu pescoço. — Amo teu corpo. — Aperta minhas
coxas mordendo o lóbulo da minha orelha. — Te
amo e amo cada curva do seu corpo. Linda!
Abro as pernas para que ele fique entre
elas e fecho os olhos sentindo sua boca descendo
por minha barriga lambendo e chupando enquanto
apalpa minhas coxas me deixando mais e mais
rendida sob seu toque.
— Taylor... — sussurro. — Gostoso.
Quero você... — Tento me inclinar para frente e
pegar no seu pau.
— Na-nã, quietinha que agora eu vou te
fazer gozar com minha boca. — Taylor me impede
de fazer o que desejo segurando minha mão. Então,
inclinando-me ainda mais para trás em sua mesa,
abrindo as pernas, lhe dando mais espaço, ele sorri
safado.

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Olhando seu sorriso fico mais audaciosa e


levanto uma das minhas pernas para ele ter livre
acesso a minha boceta, mas como ainda estou com
a calcinha, temos um obstáculo. Sempre foi uns
quilos acima do peso, mas tenho uma elasticidade
invejável.
Fecho os olhos quando sinto a respiração
dele acertar minha coxa e logo depois sinto seus
dentes e dedos roçarem sobre a renda da calcinha
arranhando e me fazendo contorcer de prazer e
prender um gritinho de prazer.
Seus dentes roçam estrategicamente pelo
meu clitóris e me faz desejar não estar de calcinha.
Como quem advinha meus pensamentos, Taylor a
rasga e abocanha minha boceta faminto e
chupando como se fosse um sorvete no após dias
no deserto. Sem mais pudores, meus gemidos saem
mais altos e quase não consigo me sustentar nos

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braços.
Sua mão sobe para meus seios e aperta
meu mamilo estimulando ainda mais meu prazer.
Rebolo contra seu rosto estremecendo de prazer.
Ele tenta me fazer ficar quieta e ameaça parar,
mas eu seguro em seus cabelos e o faço ficar ali.
— Isso... Assim... Continua Taylor...
Delicia... Aí...
Sei que o orgasmo está próximo, acredito
que ele também saiba, por isso ele para, olha para
mim, depois lambe lentamente finalizando com
chupadas no clitóris e repete mais três vezes.
Fecho os olhos gostando daquilo tanto
quanto das chupadas mais intensa. Sinto seu dedo
me invadir esfregando contra meu ponto G. Ele
sempre soube como dar prazer a uma mulher e eu
amo isso. Ter um homem gostoso, trabalhador,
apaixonado é ótimo, mas ter nesse mesmo homem

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um cafajeste safado e muito bom de cama é melhor


ainda.
— Goza pra mim, vai safada. Gozar
chamando meu nome Sab. Goza pra mim, gostosa.
Puxo os cabelos dele gemendo sem me
importa se alguém está ouvindo esse nosso
momento de prazer.
— Taylor... — digo de olhos fechado
enquanto meu corpo é sacudido pelo orgasmo.
Fito a porta a minha frente retornando das
lembranças.
— Taylor — sussurro seu nome como se
ainda sentisse o efeito de um orgasmo tão distante.
Tínhamos três meses de namoro quando
transamos pela primeira vez na sua sala, depois
dessa virou coisa frequente e já gozei muito
naquela mesa de trabalho.
— Sab? — ouço a voz do homem que
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acabou de me deixar mega excitada só com uma


lembrança, como se tivesse escutado meu chamado.
Tenho vontade de voltar a chorar. Depois
de beijá-lo, fazer sexo com ele aqui mesmo e então,
matá-lo.
Ah, se ele soubesse que morro de saudade
de ouvir ele gemer esse apelido.

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Capítulo 5
— O que deseja aqui Taylor? — grito. —
Vai embora...
E me deixe só com o passado.
Odeio que ele aja como se fossemos voltar
a qualquer momento porque faz meu coração
pensar o mesmo, quando não é verdade.
— Precisamos conversar pelo menos uma
vez. Caramba, você nunca deixou contar a minha
versão.
— Eu sei que você deu em cima da Beatriz
e da Fernanda que são minhas amigas e tudo mais...
— digo ciumenta. Sempre tive ciúmes da amizade
deles. — Bea me contou que pediu até ajuda com a
Priscila... Não vou te ouvir. Não quero suas
mentiras. Vai atrás delas.
Isso soou bem mais ciumento do que

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gostaria, mas é o que sinto. Odeio imaginar outra


mulher em seus braços, mesmo que tenha raiva dele
e não o querer de volta.
— Não foi bem assim, sempre brinquei
com Bea e Feh assim porque elas não me dão bola,
Priscila é outra história e eu não minto...
Dou uma risada beirando a psicopatia.
— Mente — brado. — Quer me convencer
que não é um cafajeste?
— Eu sou cafajeste e você sempre soube
disso.
— Está brincando né?
Levanto cogitando abrir a porta e gritar na
cara dele, mas desisto, já dei show demais por um
dia. Fico apenas encostada na porta sentindo como
é frio sem ele.
— Sabrina, eu nunca te traí.

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— Vai se ferrar.
— Estou falando sério. Eu nunca te traí.
Eu... — ele não completa e ouço um baque na
porta. — Abre essa porta, quero conversar olhando
nos seus olhos. Quero ouvir você dizer que não me
ama mais.
— Para — peço. — Para... Não faz eu me
sentir pior... Me deixa ir embora da sua vida de
uma vez.
— Desculpa, mas sou egoísta. Te quero e
não vou deixar minha vaga para outro.
Respiro fundo, conversar com ele deixa
tudo mais difícil. Ele nega a traição e diz que me
ama, mas eu vi a foto dele beijando Priscilla e dói,
dói muito mais quando chego em casa sozinha. Na
nossa casa onde vivemos tantas coisas.
— E aquele beijo? Seu beijo com a
Priscila. Foi o quê? Demonstração de carinho entre
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colegas?
— A Priscila que me beijou.
— De novo isso? Seja original dessa vez.
— Estou sendo sincero, ela me beijou, mas
foi sem saber que eu tinha namorada...
— Todos sabiam do nosso namoro.
— Foi isso que ela me falou... Talvez nem
todos soubessem... Não tinham nada que tirar foto.
Foi alguém de má fé que viu, bateu a foto para
fazer intriga. Foi isso o que aconteceu.
— Não foi.
— Seja lá o que te disseram, é mentira. Foi
só isso que aconteceu e só aquela vez... aliás, quem
te enviou a foto? Aposto que foi por inveja ou
alguém afim de você.
Abro a porta da cabine do banheiro e ele
estava bem próximo a ela e assim continua. Seu

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cheiro me invade fazendo com que eu prenda a


respiração e cruze os braços para acalmar as batidas
do meu coração que se agitam com a presença de
seus olhos, de sua boca e de seu corpo tão perto.
Todos meus sentidos se agitam zangados comigo
por eu privá-los de seu toque.
— Foi um número desconhecido.
— Droga, mas não rolou nada entre eu e
ela. Acredita em mim.
— É difícil... quando te confrontei já
sabendo de tudo você mentiu para mim. Disse que
nem tinha visto ela. Te dei a chance ali e não
aproveitou.
— Eu sei, mas foi um mal-entendido e não
queria brigar por isso. — Coloca a mão na minha
bochecha e esse gesto me faz fechar os olhos quase
cedendo.
O toque dele, mesmo acreditando ser um
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gesto inocente, me arrepia.


— Estragou tudo.
— Não diz isso. — Cola sua testa na
minha.
— Me deixa sozinha.
— Te deixo em casa — afasta —, soube
que teve dispensa e está chovendo muito lá fora.
Penso um pouco, melhor não. Eu não sei
se sou capaz de resistir. Fico horas e horas lutando
contra a vontade de voltar a fazer amor com ele. A
vontade de perdoá-lo. Deletar tudo e reiniciar nossa
história de amor.
— Apenas me acompanhe até o táxi —
digo pedindo passagem. — E nem uma palavra
sobre nós, cansei desse assunto.
Ele passa um zip imaginário na boca se
afastando para me dar passagem, mas seus olhos
não desgrudam de mim e só então lembro que
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estamos no banheiro feminino da empresa juntos


depois de uma briga tensa e que sairemos juntos.
Vai ser motivo de cochicho eterno.
Lavo o rosto para ficar mais apresentável
sobre o olhar atento dele.
— Você está linda, ruiva.
— Taylor...
— Posso fazer o quê se sinto sua falta. —
Abraça-me por trás. — Vamos nos entender logo,
vai. Já te expliquei tudo, se não te amasse não
insistiria tanto no seu perdão.
Pior que ele tem razão. Sinto meu corpo
ser girado e preso entre o corpo dele e a pia. Sua
boca encontra a minha antes mesmo de eu
raciocinar sobre o que estava prestes a acontecer.
Seu corpo no meu me deixa tonta e fico
entregue à sua mercê, sem resistir devolvo o beijo
com saudade, com paixão, com vontade de muito
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mais. Minhas mãos descem para longe de sua nuca


e apertam os músculos firmes de seus braços e
costas.
Suas mãos pressionam minha bunda e seu
corpo me faz tomar conhecimento de sua ereção.
Ele se esfrega em mim e um gemido me escapa.
Sou suspensa do chão e colocada sobre a pia.
Sei que está longe demais que a qualquer
momento alguém pode entrar, a faxineira talvez,
mas não paro nem quando sua boca desce por meu
pescoço. Nem quando suas mãos abrem os botões
da minha blusa do uniforme. Sinto sua boca no meu
seio e com um esforço mais brutal que o dos
Vingadores para derrotar Thanos, no filme Guerra
Infinita, o afasto.
— Taylor, não.
— Desculpa. — Ele se afasta ajeitando os
cabelos, tentando se recompor. — Perdi o
controle... Eu... quero muito...
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Desço da pia tentando me ajeitar também.


— Quer muito fazer sexo?
— Não, quero você. — Aproxima-se de
mim. — Se fosse só sexo eu já teria feito.
Sua resposta me agrada mais do que
deveria e quase me permito sorrir. A mesma
lembrança de mais cedo me invade. Nossa primeira
vez na mesa de sua sala. Nunca tinha feito sexo no
meu local de trabalho ainda mais sobre uma mesa,
mas com ele é tudo diferente e às vezes proibido.
E como naquele dia, hoje nós estamos
necessitados e eu o desejo tanto de tantos modos
que não resisto, o admiro de cima a baixo.
Bea mandou ouvir meu coração e nesse
momento ele tem o mesmo desejo de minha boca.
— Entra na cabine e abaixa as calças —
peço. Taylor me olha admirado antes de sorrir
safado percebendo minhas intenções.

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— Isso quer dizer que...


— Quer dizer que eu quero acreditar em
você — interrompo —, mas prove.
— Como?
— Não sei... No entanto, se provar que é
verdade tudo que me disse, eu volto com você. Não
posso sofrer tudo de novo e preciso confiar em
você para voltarmos. Isso não acontecerá porque
mentiu pra mim. — Pauso colocando minha mão
no seu rosto e com o polegar limpo uma mancha de
batom em sua boca. — Se sua consciência estiver
limpa voltamos, agora, se não puder amar só a
mim, não insista — finalizo.
Ele segura meu rosto entre suas mãos.
— Então deixa o boquete para quando
tiver me perdoado, eu quero transar com a mulher
que me ama. Já disse, quero você de volta e
inteiramente minha, sem nenhuma dúvida.
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Cola seus lábios ao meu por uma fração de


segundos, logo depois me solta e saio como um
robô o deixando sozinho para decidir o que fazer e
para que eu possa pensar também.

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Capítulo 6
Sinto o vento frio no meu rosto junto com
algumas gotas de água ainda assim prefiro as gotas
de água sobre mim do que o olhar dos meus
colegas de trabalho quando saí do banheiro em
direção a saída, ciente de Taylor ter me
acompanhando de perto.
Achei que ele não iria mais junto comigo
até o táxi, mas assim que pisei para fora do
banheiro, ele me alcançou sem dizer nenhuma
palavra. Acho que ele já tomou a decisão e eu
também, sinto que sei o que devo fazer.
Olho para a cima, para o céu escuro. O dia
hoje parece também estar em um momento triste.
Chove forte e chove muito. Aperto o casaco no
meu corpo e respirando fundo.
— Sempre precavida — ouço Taylor

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comentar atrás de mim.


Abro o guarda-chuva e é tão pequeno que
mal cabe nós dois. Então, para não ficarmos
encharcados, nós caminhamos muito perto um do
outro. Tão perto que parecemos o mesmo casal de
sempre.
Admiro ele tentar parar um táxi, mas é
quase inútil. Todos lotados. Com essa chuva vai ser
difícil achar um sem passageiro, mas ainda assim
gosto desse cuidado.
— Deveria ter chamado um Uber .
— Verdade.
— Quer que eu te leve? Meu carro está
perto.
— Não — nego rápido. Sei e ele sabe que
quando aceitar sua carona, será o primeiro passo
para voltarmos — Vamos voltar lá para dentro. Aí
chamo o Uber.
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Taylor, mesmo visivelmente contrariado,


concorda com um leve aceno de cabeça.
Retornamos para o escritório, pego meu
celular no interior da minha bolsa e tento achar um
mais próximo possível, porém todos estão com
mais de quarenta minutos.
— Deixa de ser teimosa, aceita minha
carona, estamos molhados e...
— Não trabalha mais hoje?
— Ainda trabalho, mas posso tirar uns
minutinhos para te deixar em casa.
— Tudo bem. — Acabo cedendo ainda
que saiba aonde isso vai terminar e o que significa.
Talvez Bea tenha razão e eu esteja sofrendo atoa.
Taylor me olha entre surpreso e alegre. Ele
também sabe que conseguiu muitas vitorias hoje e
aceito cada derrota com contentamento.

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***
O caminho até meu apê foi longo e
silencioso como se tivéssemos medo de brigar
durante o trajeto e depois não rolar a recaída.
Remexo as mãos nervosas quando ele finalmente
estaciona no meu prédio.
Desço sem nenhuma palavra, mas sinto ele
observar cada movimento meu me seguindo de
perto até o elevador. Minha respiração está
suspensa parecendo até que é minha primeira vez.
Como no caminho até em casa, entro no
meu apartamento sem dizer nada, nem olhar para
trás. Eu quero me perder em seus braços e matar
meu orgulho junto com minha saudade dele.
Quero sua boca e o cheiro dele de novo na
minha pele, na minha cama. Quero o ouvir me
chamar de Sab amanhã pela manhã ainda de olhos
fechados e mau hálito. Quero nossa cumplicidade
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de volta mesmo um tanto trincada.


— Quer uma toalha? — indago ainda
nervosa com sua presença.
— Depois — responde me abraçando por
trás. Cheira meu pescoço jogando meu cabelo
molhado para o lado. — Agora só quero você .

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Capítulo 7
Sorrio safada com seu pedido. Afasto-me
girando para ficar de frente para ele. Coloco minha
mão na sua garganta e deslizo até o peito. Faço o
mesmo caminho com a boca, depois com os dentes
fazendo sua mão apertar minha cintura e me
esfregar em sua ereção.
Ele está tão sensível ao meu toque quanto
eu ao seu, apesar que eu não faço sexo há muito
tempo, ele por sua vez, duvido muito estar na seca.
Taylor levanta-me em seu colo fazendo da
parede que separa a sala do banheiro e seu corpo
minha prisão. A saia do uniforme sobe e minhas
coxas viram as presas de suas mãos. Taylor aperta e
apalpa meu corpo com vontade. Morde e chupa
meu pescoço e minha orelha me fazendo suspirar
de prazer. Seu hálito quente contra minha pele

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exposta em contraste a nossas peles úmidas do


sereno da chuva deixa tudo mais excitante.
— Vamos para o banheiro fazer bagunça
lá antes de ir para cama — peço com dificuldade.
Ele me leva em seu colo até o banheiro.
Senta-me na pia, remove sua roupa de modo
sensual sob meu olhar devorador. Que saudade de
olhar essa pele dourada nua. De sentir sua pele
cálida, de senti-lo dentro de mim.
Desço da pia e nu ele retira toda minha
roupa dando beijinhos em locais estratégicos.
Despida, Taylor me admira por um tempo me
fazendo sentir ainda mais bonita. Seguro o pau duro
dele enquanto beijo sua boca.
Estou pronta para ação e queria agora sem
preliminares, sem carinho, só seu pau indo fundo
dentro de mim. Tomando-me de maneira selvagem
e prazerosa. Eu queria falar com o desejo que eu

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nunca deixei de ser inteiramente dele.


— Calma mulher — pede puxando o ar
com a boca.
— Não quero calma. Quero você me
fodendo com força. — Viro para a parede, me
inclino abrindo as pernas e empinando bastante a
bunda. — Me penetre, assim, aqui e agora.
Imediatamente sinto seu pau se posiciona
pouco antes de me invadir com facilidade em uma
estocada só. Delicio-me com a sensação de tê-lo
novamente dentro de mim.
Taylor começa a se movimentar devagar
segurando meu cabelo, mas logo o ritmo aumenta e
preciso fazer muito esforço para aguentar de pé
suas estocas e principalmente tentando não me
chocar contra a parede.
Taylor alterna entre segurar meu cabelo e
minha cintura enquanto castiga minha boceta com
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estocadas firmes de seu pau. Meu rosto prensa na


parede e não seguro meus gemidos que ecoam pelo
banheiro.
Em minutos sinto o orgasmo próximo e ele
pausa por uns segundos adiando o seu. Da uma
palmada na minha nádega saindo de dentro de mim,
como se quisesse que o visse gozando, vira-me,
segura uma de minhas pernas levantada e volta a
me penetrar até que o sinto enrijecer gozando.
— Adoro essa sua elasticidade... — brinca
ofegante com o seu pau ainda dentro de mim+ —
Me faz ter possibilidades.
— Safado.
Taylor já se sente em casa, entra no box,
liga o chuveiro e começa a tomar banho sozinho.
Seu pau parece quase pronto para outro embate ou
ainda não estava completamente satisfeito.
Entro debaixo do chuveiro também
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sorrindo me sentindo uma otária, é obvio que já o


perdoei, assim sem nenhuma prova, sem nenhuma
certeza de nada, só espero não me decepcionar de
novo.

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Capítulo 8
Abro os olhos observando o loiro ao meu
lado dormir. Tão sereno e lindo, só de saber que em
minutos ele estará acordado com aquele sorriso que
desde o primeiro encontro fez meu corpo
estremecer, meu coração dispara e minha vagina
vira enfeite de natal piscando sem parar.
Ah, como amo esse cafajeste e como ele
me tem tão fácil. Talvez eu sofra de novo, mas toda
a felicidade que vivo ao seu lado faz com que ele
mereça uma segunda chance.
Taylor não mudou nada, continua o
mesmo de antes e gosto disso. Um sorriso nasce
quando recordo do nosso primeiro encontro. Foi
naquele dia que me apaixonei sem ao menos
perceber e nem foi pela conversa que tivemos e sim
por seus olhos. Olhou-me de um modo que me fez

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sonhar com esse olhar por várias noites antes de


finalmente se torna real.
Encaro o prédio imponente da M&M
Company me sentindo pequena dentro do meu
casaco e sobre as grandes lentes dos meus óculos.
Sempre fui a típica nerd, mas sem a timidez e claro,
sem a baixa autoestima. Sempre me achei bonita
mesmo sendo viciada em sistemas, filmes, livros e
séries.
Minha mãe insistiu para que eu fizesse
uma entrevista para a vaga de estagiária em TI.
Acho que não vou ter muitas chances, nem minha
faculdade eu terminei ainda, mas mamãe insistiu
que minhas excelentes notas e a carta de
recomendação da minha professora ajudariam
bastante e que vou conseguir essa vaga. Não dá
para discutir com mães, por isso aqui estou eu, sem
experiência nenhuma, só confiando na intuição da

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minha mãe.
Entro no prédio segurando a pasta com
meus pertences e me sinto intimidada por ser
observada por tantos seguranças que, diga-se de
passagem, são bem bonitões.
Uma recepcionista muito simpática me
recebe e indica para que eu vá até o terceiro andar
pelo elevador de funcionários e entre na sala que
estiver escrito TI na porta. Caminho até lá
agradecendo por estar vazio, mas não dura muito
tempo, assim que chego no segundo andar um
homem entra.
Meu coração bate mais rápido só de
perceber como ele é lindo e a forma como me olha.
É o quarto homem bonito que vejo nesse prédio. Se
beleza hollywoodiana for critério, vai ser difícil
trabalhar aqui.
— Bom dia — cumprimenta-me e

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novamente seus olhos me admiram quase me


fazendo corar. — Senhorita... — Deixa no ar para
que diga meu nome e de quebra saber se sou
solteira.
O sorriso dele é galante e deve ser capaz
de destruir lares.
— Sabrina Willians. Bom dia. — Faço um
esforço para não gaguejar. Sempre fico nervosa
perto de homens bonitos que estão me cantando e
sempre tenho dúvidas se estão realmente me
cantando.
Tenho vontade de ser espontânea e pedir o
número dele, mas talvez eu seja sim um pouco
tímida.
— Taylor Lima. — Ele me observa
descaradamente deixando claro seu interesse em
minhas curvas. — É nova aqui?
— Vim para a vaga de estagiária em TI.
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— Humm... Boa sorte Sab. — Sab? Ele


acabou de me dar um apelido? — Se for
contratada te pago um drink — diz sorrindo
enquanto observo a porta do elevador abrir. Sem
mais nenhuma palavra deixo o elevador.
Fui contratada, mas não aceitei o convite
para o drink para evitar me apaixonar. Foi em vão,
acabei apaixonada de qualquer modo. Eu nunca
achei que duraria tanto como nunca pensei que
acabaria assim.
Levo minha mão até seus cabelos cor de
mel fazendo carinho. Taylor pega minha mão e
deixa um beijo na palma dela sorrindo ainda de
olhos fechados.
— É bom voltar a acordar assim. Não
quero te perder de novo... — Afasto dele e sento na
cama. — O que foi?
— Você ainda precisa me provar que não

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me traiu. Meu corpo te deseja e meu coração te


ama, mas não posso te perdoar com o meu cérebro
acreditando na traição.
— Eu odeio seu cérebro. — Passa a mão
no cabelo o bagunçando ainda mais. — Como vou
provar?
Penso um pouco antes de ter uma ideia.
— Se eu perguntar para Priscila... Ela vai
confirmar o que você disse?
— Não. Já pedi para ela conversar com
você, mas... — Ele coça a cabeça. — Ela
desconversa... sei lá, parece que querem nos
separar.
Lembro do que Bea disse sobre Priscila, e
cada vez ela parece mais certa e eu além de ter sido
uma burra, fui injusta com ele.
— De quem desconfia estar por frente de
tudo isso?
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— Desconfio do Mike.
Reviro os olhos. Ciúmes à frente da razão.
Vou descobrir quem e por quê.
— Voltando a conversa. Como ficamos
agora?
Ele pensa um pouco.
— Eu ligo, ela não vai desconfiar e vai
entrega a verdade.
— Se ela disser outra coisa, você vai se
demitir e me deixar em paz.
— Tudo bem, mas se ela confirmar você é
toda minha e vai esquecer essa história.
— Ah, não é assim... vamos com calma. Já
teve muitas na sua cama.
— Não tive muitas, só algumas.
Desgraçado.
— Cada um sofre de um jeito, não é? —

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debocho.
— Exatamente.
Dou um tapa nele ouvindo o estalo.
— Estou brincando... Joguei charme para
muitas, mas não dormi com ninguém.
— Sei...
Ele ri enquanto ouço o barulho do celular
chamando.
— Oi Taylor. Resolveu aceitar meu convite
e vir passar ao menos uma noite comigo?
Tenho vontade de gritar com ela, só isso já
basta para provar sua inocência.
— Jamais. Quero que diga a verdade para
Sabrina. Sabe que terminamos por isso. Você não
ganha nada com nosso término.
— De novo isso? Já falei que não tenho
nada a ver com a história de vocês. Se sua

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namorada não acredita em você, problema seu e


dela. E eu ganho sim. Você! Eu consigo todos que
quero Taylor... E...
Tomo o aparelho e desligo sem esperar ela
dizer mais nada.
— Sua história bate e eu quero bater na
cara dela.
— Viu, teria evitado tudo se tivesse me
escutado antes.
— Desculpe, mas tudo te condenava... —
Jogo meu corpo em cima dele. — Vamos esquecer
isso. Vou sempre acreditar em você de agora em
diante.
— Nada me tira da cabeça que foi
armação.
— Vamos esquecer isso por enquanto, não
conseguiram o que queriam.
Ele sorri deitando na cama.
— Agora quero reatar em grande estilo. —
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Desce sua cueca boxer me levando a suspirar com o


pau que se apresenta como um convite irrecusável
para o prazer. E claro, eu não recuso.
Sou apaixonada por esse cafajeste e sei
que vou permanecer assim por muito tempo.
É inevitável. Umas se apaixonam pelo
príncipe encantado, outras pelos ogros e eu me
apaixonei pelo cafajeste da história. Porque amar é
assim, não se escolhe quem, nem onde. Ele
acontece quando menos esperamos.
Que nosso amor seja solido, fiel,
verdadeiro e principalmente, que ninguém volte a
nos separar nunca mais.

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Contos Eróticos no Escritório


Lua Gomes
1ª. Edição

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Copyright © Lua
Gomes
Edição Digital: Criativa TI

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens,


lugares e acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência.

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Todos os direitos reservados.
São proibidos o armazenamento e/ou a reprodução
de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer
meios – tangível ou intangível – sem o
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consentimento escrito da autora.


Criado no Brasil. A violação dos direitos autorais é
crime estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido pelo
artigo 184 do Código Penal.

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Capítulo 1
Olho sem me intimidar para o homem que
reclama sem parar a minha frente, gritando
extremamente exaltado. Se está tentando me fazer
ter medo, não vai conseguir.
Eu lido com homens mimados, que
pensam serem capazes de intimidar qualquer
pessoa o tempo todo. E em geral só ficam exaltados
quando se sentem encurralados. Esse era o
momento perfeito para uma advogada agir com o
argumento certo.
— Você precisa dar um jeito nesse caralho
— berra andando de um lado ao outro puxando os
cabelos pretos.
— Mike, abaixa a bola e o tom quando
fala comigo — ordeno, com voz branda, cruzando
as pernas e inclinando a cadeira para trás com meu

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peso. Faço uma cara sem expressão antes de


continuar: — Você não é o único que veste calças
aqui.
— Vai se foder, Priscila não estou para seu
cinismo.
— Quem vai se foder é você se não parar
de grita. Quer que todos saibam o que fez? —
brado me erguendo da cadeira dando um soco na
mesa. Ele se assusta, mas não se intimida.
— Nós fizemos.
— Nós? Não é o que direi no depoimento
e minha palavra tem peso. Então, fique bem
quietinho comigo.
Mesmo visivelmente contrariado, ele senta
na cadeira a minha frente com a pior cara do
mundo.
— E como vai ficar nosso plano agora?
— Como seu plano vai ficar, eu não sei, só
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sei que estou fora.


— Não pode deixar o plano assim depois
de tudo que já fizemos.
— Posso! — Sento novamente. — Não
tenho culpa se você é tão frouxo que nem para
levar a ridícula da Sabrina para cama você serve —
provoco.
— Sou frouxo né? — desafia-me fazendo
recordar que já sucumbi a ele uma vez. — E o
babaca do Taylor você levou para cama? Não! Olha
que ele já comeu cada bagulho — rebate. — E
ainda deixou eles reatarem o namoro. Muito
seducência você hein? — debocha.
Ficamos um tempo nos encarando. Em
uma briga de olhares mega infantil e só porque
odeio o ridículo, resolvo mudar de tom e o rumo da
conversa ou isso vai virar briga feia.
— Não poderia impedir por muito tempo,
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caberia você seduzir a Sabrina, carente como


estava, com certeza seria fácil, aí eles não teriam
mais volta.
Talvez não mudar muito o assunto, mas o
tom é o máximo que consigo.
— Não tão fácil como vimos. Ela o ama,
mesmo carente foi fiel à sua dor e isso me faz
querer ainda mais para mim — falou com urgência.
— Vai à merda, seu doente.
— Não sou doente, luto por quem amo
apenas isso. — Passa a mão pela rala barba — Eu a
amo, Priscila e preciso saber o que faremos para
separá-los novamente. Me ajuda só mais essa vez.
— Mike, eu não vou fazer nada para te
ajudar com isso. — Pego uma caneta da mesa e fico
brincando com ela. — Já desencanei de Taylor. Ele
que seja feliz com aquela nerd patética, não quero
problemas para mim na empresa.
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— Cuidado como fala dela — brada se


erguendo abruptamente e espalmando as mãos na
mesa.
— Falo como eu quiser — imito sua
posição. — E fique sabendo que nessa história você
roda bem pior que eu. Sou uma conceituada
advogada, você é apenas um segurança.
— Vamos ver.
— Mike! Mike! Seu amorzinho esteve por
aí fazendo perguntas, ela está investigando essa
história a fundo e podemos perder os nossos
empregos por um capricho seu. E se isso acontecer,
eu mesma vou te destruir com minhas próprias
mãos.
— Não é capricho, eu amo a Sabrina, pow.
Dou uma gargalhada exagerada.
— Ama nada, isso é doença, procura um
bom psicólogo, mas antes aceita que não tem
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chance alguma com ela.


Pego minha bolsa no chão ao lado da
cadeira, já encerrou o expediente e ainda aqui
dando bola para o cretino do Mike e seu amor
doentio pela nerd.
— Vai embora?
— Sim, já deu dessa conversa, agora
vamos fingir que nunca nos vimos.
— Pri. — Suspira me fazendo erguer a
sobrancelha. Parece que ele já se acalmou. — Vai
me deixa falando sozinho?
— Vou sim.
Preciso ir para casa agora, urgente e nunca
mais fazer nada do tipo. Tento sair imediatamente,
mas Mike se precipita segurando meu braço
impedindo que eu vá.
— Vou com você.

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Retiro meu braço com um puxão, como se


seu toque me causasse repulsão. Adoraria que
causasse repulsão, mas ultimamente sua presença
tem causado outro efeito em mim. Um que seria
bom se ele não fosse apaixonado por outra.
— Não é porque fiz a besteira de transar
com você uma vez que vou fazer de novo.
— Eu não disse que íamos transar.
— Mas pensou... — devolvo puxando meu
braço de seu aperto.
— Não fui o único... — Roda em torno de
mim, como se admirasse uma vitrine. — Uma vez,
anos atrás, mas tenho certeza que você ainda não
esqueceu. Você gostou — fala às minhas costas,
com uma voz baixa e rouca que faz meu corpo
arrepiar e estremecer. — E eu também, confesso
que gostei muito daquela noite.
— Se enxerga. Eu estava bêbada, nem
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lembro direito como foi.


Ah, lembro sim e como me lembro! O
filho da puta sabe como enlouquecer uma mulher e
pelo que vejo, dentro e fora da cama. Viro para
encará-lo e seu sorriso cínico me deixa com
vontade de socar sua cara. Nem sempre ele me
enlouquece de prazer.
— Então, permita que eu refresque sua
memória.
— Nem pense em me tocar — aviso
erguendo a mão quando vejo que ele irá avançar em
minha direção. Giro em direção a saída — Tenha
uma boa noite Mike.
Saio caminhando de um jeito lento e sexy
fazendo questão de rebolar, não olho para trás,
porém não preciso olhar para saber que ele observa
minha bunda desenhada na calça preta com gana de
tocá-la, de me ter nua agora, puxando meu cabelo e

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batendo na minha bunda empinada enquanto vai


fundo dentro de mim.
Diz que ama Sabrina, mas é a mim que
deseja em seus braços.

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Capítulo 2
Abro a porta do meu apartamento com
uma dor de cabeça horrível que logo é amenizada
pois sou recebida por Sherlock, meu gato de
estimação que mia enquanto se esfrega nas minhas
pernas, feliz em ver a dona.
Pego a bolinha de pelos brancos nos
braços fazendo carinho em sua cabeça. Sherlock
ronrona de olhos fechados em meus braços
enquanto caminho até o banheiro deixando meus
saltos no caminho, com intuito de pegar um
remédio para dor de cabeça.
Tomo o remédio, um relaxante muscular
sem água mesmo e retorno para a sala. Deito no
sofá sentindo a dor ser convertida em preguiça.
O pensamento logo voa para a roubada que
me meti. Só de imaginar o escândalo que vai ser se

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isso vier à tona me faz querer matar o Mike e logo


depois acabar com esse meu lado impulsivo que
aceitou essa desastrosa missão.
Quando Mike propôs que me juntasse a ele
para separar nossos colegas de trabalho, Sabrina e
Taylor, topei mais pelo prazer e o perigo que
representava do que por qualquer outra questão.
E também queria destruir Sabrina por um
pouco de despeito, confesso. Sou amiga do Mike há
um tempo, do Taylor eu era também, mas após
minha recusa em esclarecer para sua namorada que
não tivemos nada do que ela imaginava, ele desfez
a amizade.
Com Taylor, nunca deixou de ser só
amizade, já com Mike, em um momento de
carência, desejo, bebida... aconteceu, nada que nós
dois não pudéssemos lidar como adultos.
Bom, pelo menos achava isso até os

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últimos meses. Acabamos tão próximos, de tal


maneira que estou confundindo tudo.
— Não Priscila, não vá pensar nele de
novo — peço quando vejo para onde meus
pensamentos estão indo. Esse assunto só me dá
mais dor de cabeça.
E no que realmente preciso pensar é: como
achar uma saída para nossa pequena armação?
O imbecil do Taylor poderia ter transado
comigo para ao menos isso tudo ter valido a pena.
Ao meu ver, um homem como ele, que transou com
tantas, meu amigo de noitadas, não poderia do nada
ter se apaixonado por uma mulher sem nada de
especial.
No fim, meu despeito era esse e minha
aliança com Mike me faria provar que nenhum
homem é fiel por mais apaixonado que esteja, e
nenhum cafajeste se redime.

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São motivos tolos hoje, com meu pescoço


em xeque, sei disso. Mas fui traída, por um homem
que dizia me amava, depois falava o mesmo para
outras três com a mesma verdade que dizia para
mim. Por que com a nerd seria diferente?
Mike, por outro lado, tinha motivos mais
nobres: acredita estar apaixonado pela Sabrina.
O que os homens veem nessa garota? É só
uma gordinha com cara de adolescente, óculos
fundos de garrafa e um estilo esquisito. Sou dez
vezes mais gostosa e bonita que aquela nerd e ainda
sim tem dois homens lindos, apaixonados, capaz de
tudo, um loiro e o outro moreno, aos seus pés.
É justo? Não.
Não que eu não tenha homens aos meus
pés, tenho, mas nenhum disposto a deixar de lado
outras mulheres por mim.
E foi por essas besteiras que entrei nessa
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fria. Armamos para separar o casal top. Mike ficou


responsável por fazer Taylor encher a cara na festa
de aniversário da empresa, batizando as bebidas
dele com outras coisas mais fortes. E eu o beijei
fingindo achar que ele e Sabrina não estavam mais
juntos. Como se ele não falasse dela o tempo todo e
para todos.
Óbvio que depois que começou a namorar,
as bebedeiras juntos e festas terminaram e nos
afastamos do cafajeste da contabilidade. Por isso
dizer que não sabia que estavam juntos virou a
desculpa perfeita. Eu sabia que ele não diria nada a
ela e por isso fizemos a foto, claro que deu certo.
Taylor sempre foi previsível.
Eu o beijei ao contrário do que a Sabrina
pensa e ele não deve se lembrar com detalhes, não
foi no meio da festa, foi em uma das salas do
prédio que estava vazia. Só tinha chegado ele, Mike

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e eu. Sabíamos que sempre éramos os primeiros.


Ninguém era pontual.
Conhecer a vítima faz toda a diferença.
A sala vazia foi proposital. Queria transar
com ele, tomei até a iniciativa segurando seu pau e
mesmo assim ele não cedeu. Aliás, mesmo sem
culpa ele parecia culpado e bebeu ainda mais antes
da namorada chegar. Se a gorda sem sal não tivesse
ido, acabaria em uma cama ou numa mesa com ele
completamente bêbado e sem lembrar de nada.
Como não consegui nada aquela noite, me
senti humilhada e jurei não dizer a verdade para me
vingar dele fazendo a ex fica com Mike. Custasse o
que custar. O que também não aconteceu. Mesmo
com todas as dicas que dei de como conquistar uma
mulher como ela e todas as armações que fizemos,
nada adiantou.
Agora, toda essa merda pode estragar

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minha carreira se ficar provado meu envolvimento


e pior chegar, até a Ordem de Advogados e perder
meu direito de advogar.
Preciso me livrar de Mike ou ele vai
acabar deixando isso emergir e é o meu que está na
reta. Sou a principal suspeita caso vaze e meu cargo
está em jogo. Ele é só um segurança, perde esse,
arruma outro. Já eu, sou advogada, se perder o
direito de exercer, já era e lutei muito por ele.
Não tenho medo de conseguir o que desejo
nem de passar por cima de tudo e todos, se precisar
jogar sujo, eu vou, mas minha carreira é tudo e nela
nada pode respingar.
Tenho raiva de mim mesma por ter me
metido em algo tão infantil. Não sei como me
deixei levar por Mike desse jeito. É um doente.
Cretino que a boca diz estar apaixonado por uma e
o pau querendo outras. Como meu ex.

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Amor? Até parece. Amor é um sentimento


de pessoas carentes, burras e ele é muito esperto
para isso.
E gostoso. Muito gostoso. Confesso que
também quis muito dar para ele, afinal, Mike é um
moreno, gostoso, delicioso e viciante, mas não cedi,
jurei não ser estepe de homem nenhum, além de
não gostar de ir pra cama várias vezes com o
mesmo homem. Principalmente quando sinto coisas
por esse homem.
Ouço batidas na porta e estou tão mole no
sofá que quase desisto de ir ver quem é. Entretanto,
o ser é tão insistente que mesmo xingando e
praguejando até a última geração do elemento,
levanto para atender deixando Sherlock adormecido
no sofá.
Olho pelo olho mágico da porta para ver se
é o mala do Mike e ignorar, mas vejo apenas uma

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caixa de pizza.
É um anjo, só pode. Abro a porta
imediatamente e quase caio para trás.
— Taylor?
— Foi aqui que pediram pizza?

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Capítulo 3
Ainda olho chocada para o homem que
adentra meu apartamento com uma intimidade que
não tem mais. Estou tão perplexa quanto
desconfiada. Á toa ele não veio aqui ainda mais
trazendo pizza.
— O que faz aqui?
— Vim te visitar, faz tempo que não
fazemos nada juntos.
— Não venha com jogos... Sei que está
puto comigo pelo rolo com a Sabrina.
— Águas passadas — diz colocando a
pizza na mesa. — Se me dizer porquê fez isso.
— Não fiz nada, já disse que foi um mal-
entendido.
— Se fosse teria contado a verdade para
Sab.
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— Estou cansada, Taylor, se puder ir


embora, agradeço. Estou esperando outra pessoa.
— Quem? — indaga visivelmente curioso.
— Mike — respondo tranquilamente.
Alcanço meu celular no sofá e
discretamente mando um whats para o meu
compassa de crime pedindo para vir até o meu
apartamento urgente.
— Hummm... estão saindo juntos?
— Sempre saímos, você foi o único que
sossegou.
— Verdade, mas quero retomar a amizade
e em nome da paz vou deixar essa pizza para você.
Não posso ficar muito tempo aqui, pois não quero
confusão com minha mulher.
Ele deixa a caixa em cima da mesa, me
olha nos olhos por uns segundos e sai logo em
seguida. Assim como quem avisa que sabe o que
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fiz no verão passado e só está esperando uma


brecha para jogar no ventilador.
Dez mil vezes merda. Estou fodida por
causa de pau. E sem gozar.
Ouço batidas ritmadas na porta e abro para
Mike quase perdendo o fôlego. Moramos em
prédios vizinhos e acho que por isso ele veio bater
na minha casa com cara de quem já estava
dormindo: cabelos bagunçados, chinelo, camisa
regata e calça moletom preta.
Uau! Detesto como ele fica sexy assim e
odeio mais ainda como meu corpo fica diante dessa
imagem.
— Qual a emergência?
— Como você já estava dormindo se
acabamos de sair do escritório?
— Tem duas horas que nos despedimos lá
no escritório e meu sono é rápido e leve, pois
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sempre pego no batente cedo, então... — Dá de


ombros entrando no meu apê.
Uau! Quanto tempo fiquei no sofá?
— Taylor esteve aqui.
— Para?
— Sondar, claro, estamos ferrados.
Seremos demitidos e processados.
— Calma, ninguém pode provar nada e...
Levanto a mão impedindo que ele comece
com essa falácia desnecessária. Sou advogada e sei
que o que fizemos cabe processo e só esse
retardado não percebe que a troco de nada eles não
iriam se dar ao trabalho de procurar as mentes por
trás da armação.
— Preciso de um banho para relaxar, e
assim poder pensar melhor como vamos agir daqui
pra frente.

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— Acho melhor não fazermos nada,


aguardar os passos deles... — Sorri de lado de um
jeito que ele sabe que mexe com a libido de uma
mulher. — Agora sobre o banho, se quiser, te
acompanho, já acordei mesmo e odeio sábados à
noite sozinho.
— Não, obrigada, e hoje é sexta.
— Odeio também e já dormi tanto aqui
nos últimos dias que não custa nada me abrigar na
sua cama hoje.
Espaçoso, dormia aqui quando
planejávamos e depois continuou com desculpas de
que precisávamos continuar conversando sobre a
armação, mas sei muito bem o que ele quer ficando
aqui.
— Te abrigar na minha cama? Não seja
folgado e some da minha casa. Espaçoso.
— Não sou folgado, nem ocupo espaço. —
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Mike caminha até onde estou puxando meu corpo


para colar ao seu. — Me contento fácil em passar a
noite entre suas pernas. — Puxa minha perna para
ficar na altura do seu quadril esfregando seu pau
em mim. Ofego excitada com sua pegada forte. —
Minha cabeça se contenta em pousar entre seus
seios — sussurra deslizando a mão em busca do
meu seio. Aperta-o fazendo-me suspirar. — Ou na
curvatura do seu pescoço... — Morde o local.
— Mike... — sussurro.
— Shiii... Aceito até passar a noite perdido
nessa sua boca gostosa.
Apesar de achar o convite tentador, das
minhas pernas bambas, de estar completamente
molhada e mesmo sabendo como ele é bom na
cama, esquivo-me da provocação e coloco distância
entre nós.
— Sempre o mesmo cretino. Não muda

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nem quando se diz apaixonado. Pode sair da minha


casa.
— Sabia que parece uma ex-namorada
ciumenta quando diz isso?
Mostro o dedo do meio para ele que
gargalha. Até parece. Nem nos sonhos deles e nos
meus pesadelos seria sua namorada.
Mike se joga no sofá ao lado de Sherlock,
que logo se aconchega em sua barriga. Até meu
gato o filho da puta conquistou e olha que Sherlock
sempre foi ciumento comigo e homens. Ainda mais
homens no seu sofá. Chocada, como isso
aconteceu?
— Como comprou meu gato?
— Com charme. — Reviro os olhos. —
Traz essa pizza que vi na mesa. Acordei com fome.
Reviro os olhos novamente, mas acabo
pegando a caixa. Jogo em cima dele antes de
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avisar:
— Taylor que trouxe. Se quando voltar do
banho você não estiver estrebuchado e espumando
no sofá, eu como duas fatias.
— Se sobrar também, posso morrer
envenenado, mas não de estomago vazio — Mike
rebate abrindo a pizza. — Oba, seu sabor favorito
— avisa mordendo uma grande fatia.
Minha boca saliva só com o cheiro, mas
não foi só minha boca que ficou molhada quando
ele gemeu de olhos fechados saboreando a pizza.
Caramba! Que homem quente. Nem
parece que transei faz dois dias. Preciso de um cara
gostoso com as características dele, mas não vou
sucumbir ao Mike. Não vou ser seu consolo de
novo.
E espero manter essas palavras até o fim
da noite. Espero realmente não terminar nua com
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ele no sofá. Seria desastroso. Mais um rolo com ele


e de rolos sem saídas já basta.
Banho frio Priscila. Banho muito frio,
penso caminhando em direção ao banheiro.

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Capitulo 4
Assim que saio do banho poucos minutos
após entrar, coloco a camisola menos sexy que
tenho, não quero tentá-lo nem quero que me tente.
Retorno para a sala e sento sobre suas pernas. Ele
estava deitado com o braço cobrindo os olhos e
fazendo carinho em Sherlock.
Pego uma fatia já fria de pizza e mordo me
ajeitando em suas pernas.
— Ai! Humm... Quebra minhas pernas
caralho — reclama fazendo careta de dor. — Senta
e rebola no meu pau porra.
— Fala direito comigo ou te boto pra fora.
— Belisco sua perna e ele senta a contragosto.
Pego o controle nas dobras do sofá e ligo a
tevê colocando um filme de terror. Mike faz logo
careta. Sei que não gosta, mas são meus favoritos e
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a casa é minha, por isso vai ter filme de terror sim e


quem não gostar, foda-se.
Nem se passaram cinco minutos de filme
ainda e Mike coloca a mão sobre minha coxa
deslizando os dedos entre elas por baixo da
camisola. Alisa minha virilha e roça os dedos em
minha calcinha de renda.
Cretino. Depois diz que ama a Sabrina. Ela
mal voltou com Taylor e ele aqui querendo outra.
Sofrendo muito por amor. Não vale nada.
— Mike, hora de ir — aviso, mas não
retiro sua mão dali, pelo contrário, lhe dou mais
liberdade.
— Logo agora que o filme vai ficar bom.
— Eu sei o que você quer e não tem nada a
ver com esse filme.
— Não quero nada que você também não
queira. — Perco o folego quando seus dedos
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comprovam como o desejo, como estou molhada


para ele. — Podemos acabar logo com esse tesão
— sussurra roçando a boca no meu ouvido e seus
dedos continuam na minha boceta molhada. —
Sabe que vai ser bom para nós dois.
— Mike... pare com isso...
Ele se afasta e bate em suas coxas bem
torneadas. Ele é grande de tamanho e largura como
a média dos seguranças. Sei que tem umas
tatuagens espalhadas por todo o corpo, quero ver
esse moreno nu novamente.
Sento em seu colo tomando sua boca com
a minha. Como se adivinhasse o que ocorreria,
Sherlock sai do sofá e a caixa de pizza vazia cai no
chão. Logo tudo isso é esquecido quando sinto seu
pau duro. Começo a rebolar ali consciente de que
minha calcinha de renda não é obstáculo para sentir
sua extensão, mas sua roupa sim.

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— Eh, morena, você me enlouquece com


esse rabetão — diz batendo na minha bunda.
— Pensei que gostasse das gordinhas —
provoco mordendo seu pescoço.
— Magrinha, também, você não é.
Paro imediatamente e desço do seu colo.
— O que disse?
— Desculpa, não foi para ofender. Quis
dizer que te acho tão gostosa quanto Sabina.
— Não você não quis dizer isso. Está
querendo me humilhar para defender sua paixonite.
— Eu desejo as mulheres como elas são.
Você é a única que está competindo. — Tenta me
agarrar. — Gata, vamos continuar, esquece isso.
Meu pau está duro por você, caralho.
Tenta me segurar, mas me afasto
empurrando-o.

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— Sai da minha casa — berro apontando


para a porta.
— Porra, Priscila. Vai me deixar na
vontade?
— Arranja uma magrinha para te satisfazer
ou pede para sua queridinha — cuspo entre dente.
— Sai logo daqui.
Mike obedece mesmo visivelmente
contrariado e excitado.
— Agrhh! — grito jogando um vaso
decorativo contra a porta. — Agrhh! — grito de
novo, dessa vez abafando com uma almofada.
Imbecil! Como se atreve a me comparar
com aquela mulher?

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Capitulo 5
Jogo minha bolsa contra a cadeira da
minha sala ainda irritada com a noite passada e com
o fato de ter que trabalhar novamente no fim de
semana.
E pior, dar de cara com a razão do meu
mau humor logo na porta do escritório tão pleno e
gostoso naquele terno escuro. Sério. Como se nada
pudesse abalá-lo ou atingir. Que vontade de dar
para ele na rua mesmo em um sexo selvagem.
Bruto. Puramente carnal.
Vou até a porta da minha sala no intuito de
trancá-la pensando em usar meu consolo para
aliviar um pouco a raiva e o tesão por um certo
segurança cretino, aqui e agora mesmo, pensando
nele parado à porta e imaginando ser o seu pau.
No entanto, antes que eu atinja meu

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objetivo, o homem que não me permitiu dormir


essa noite entra como um furacão me lançando
contra a parede com seu corpo grudado ao meu. O
gemido que deixo escapar não é de dor, é de um
prazer, quase angustiante.
— Agora você vai me pagar por ontem à
noite, Priscila — sussurra girando meu corpo e me
apertando contra a parede. Sorrio mordendo o
lábio. Adoro um homem com raiva nessa hora. E
essa vai ser a conta que mais quero pagar.
Ouço ele abrir o cinto, depois percebo
minha saia subir e a calcinha cair aos meus pés. Ele
não permite que me mova e como é muito mais
forte que eu e não tenho intensão de ir a lugar
nenhum, fica fácil me conter.
Sua mão prende as minhas sobre minha
cabeça. Gira meu corpo para que fique de frente e
me beija com tanta intensidade que nossos dentes

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se chocam. Suga minha língua, puxa meu cabelo


que se desprende ficando solto. Junta nossos corpos
metade nu e me deixa louca ao sentir a grossura de
seu pau. Sua pele é quente e seu corpo pega fogo
junto com o meu.
Conheço seu corpo, mas parece que é a
primeira vez que vou sentir seu pau afundar em
mim. Precipito encaixando seu membro já com
camisinha e fico com ele dentro quieto, por um
tempo, até ele começar a meter com força.
Puxo seus cabelos enterrando minha cara
em seu pescoço para abafar meus gemidos. A porta
está aberta, quem passa no corredor pode ver nossa
proeza e espero que isso não aconteça, porque não
pretendo parar até ser tomada pelo orgasmo.
— Mais rápido...
Ouço seu corpo se chocar ao meu, mas não
por estar indo mais rápido como pedi, e sim por

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estocadas pausadas e firmes. Estou pronta para


protestar quando ouço:
— De quatro vadia.
Mike dá um tapinha na minha cara me
deixando ainda mais excitada. Fico de quatro, ele
puxa meu cabelo de forma bruta, bate forte na
minha bunda e entra com tudo. Não contenho o
gemido nem o orgasmo. Ele não para e pede para
eu gozar de novo. Vai fundo, forte e gostoso. Meus
seios balançam com a força de sua estocadas e meu
quadril já se move contra o dele como se tivesse
vontade própria e quisesse bem mais.
— Mike — murmuro —, que delícia. Não
para.
Ele começa a ir mais forte como se
dançasse indo em estocadas rápidas. Duas, duras e
fundas, então rápidas de novo. Meus pensamentos
não ficam mais coerentes e assim gozo novamente

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e nem percebo quando ele goza também. Deixa que


eu deite no chão ainda de olhos fechados sentindo
um dos melhores orgasmos da minha vida.
Olho ainda no chão ele ir nu indo trancar a
porta. Depois retorna me pegar no colo e me levar
até a cadeira onde trabalho. Coloca-me como uma
boneca ao pé da cadeira e então, senta procurando
algo nas minhas gavetas. Percebo que seu pau já se
livrou da camisinha provavelmente no trajeto até a
porta.
— De quatro — ordena me deixando meio
chocada. Uau! Outra foda já?
— O que pretende?
— Já vai saber.
— Preciso trabalhar.
— Avisei que você foi embora e nesse
andar só você estava trabalhando.
— Ainda estou trabalhando. Em algo mais
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prazeroso...
Sem obedecê-lo, sento na mesa de costas
para a porta e abro as pernas o provocando. Estava
com um desconforto, mas ainda dava para
satisfazer meu tesão por ele umas três vezes.
— Rebelde. — Sentencia espalmando
minha coxa. — Gosto assim...
— O que tem em mente?
— Te ver saindo amparada em mim por
não conseguir andar.
Uau! Quase gozo de novo só de imaginar.
Ele retorna o trabalho de procurar algo nas minhas
coisas por alguns segundos até achar algo que faz
um sorriso nascer em seu rosto. Uma fita branca.
Mike usa a fita para amarrar minhas mãos
para trás e abre as pernas estimulando o pau um
pouco. Deduzindo o resto, levanto da mesa
ajoelhando entre suas pernas.
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— Chupa. Engole todo — manda mesmo


sabendo que faria de qualquer jeito.
Para provocá-lo, começo lambendo sua
virilha. Observo suas reações: olhos fechados,
respiração suspensa, boca entreaberta e ansiando
sentir minha boca em seu pau. Chupo a cabeça
fazendo ele puxar o ar com força. As mãos
amarradas dificultam um pouco, mas ainda assim
mando ver ajoelhada no chão.
Lambendo, babando e chupando a cabeça,
ele geme e empurra seu pau para ir mais fundo na
minha garganta. Mike fica um tempo socando seu
pau na minha boca.
Aquilo me excita e começo a estimular
meu clitóris, estou louca para senti-lo de novo
entrando e saindo.
— Quero...
— Senta, ele é todo seu. — E assim faço.
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Sento, rebolo e mesmo com certa dificuldade


cavalgo com a ajuda de suas mãos que dita o ritmo.
Mike morde meu pescoço e suga minha
língua me deixando louca de prazer. Sua mão
aumenta a velocidade dos meus movimentos e gozo
dizendo seu nome.
Ele continua com o ritmo e minhas pernas
tremem. Suas mãos apertam minha cintura e um
grunhido deixa seus lábios avisando a chegada do
seu orgasmo. Deixo meu tronco cair em seu peito,
ainda coberto pela blusa, tentando normalizar meu
corpo. Estou suada apesar do ar da sala. Mike faz
carícias em minhas costas e na minha bunda.
— Espero que não esteja cansada. Estamos
só começando — sussurra no meu ouvido com o
pau ainda dentro de mim e sinto minhas pernas
amolecerem ainda mais com essa declaração.
Nunca mais me faço de difícil para esse

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homem.

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Capitulo 6
— Satisfeito? — digo provocativa.
— Muito... — Cobre o rosto com o braço.
— Te machuquei?
— Não sou uma virgem... Foi muito
gostoso — sussurro em seu ouvido aproveitando
para morder o lóbulo de sua orelha.
— Não provoca, mulher — pede me
afastando. — Como estava amarrada poderia ter te
machucado.
— Não machucou. — Suspiro. — Mike,
você é muito cretino, se alguém nos pegasse aqui
íamos ficar conhecidos por protagoniza um pornô
no escritório.
Ele apenas ri. Ficamos um tempo em um
silêncio meio tenso, como se não soubéssemos o
que dizer, como se fosse errado estar aqui no
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tapete, seminus, na minha sala, fazendo sexo


durante quase todo o expediente.
— Acho que todos já foram... — ele
rompe o silencio incomodo e agradeço por isso. —
Melhor irmos para casa.
— Sim — digo brincando com os pelos do
seu peito.
Mas que porra estou fazendo aninhada em
um homem depois do sexo? Pior, com Mike. É
sinal de algo mais profundo e íntimo. Ele pode
achar que estou apaixonada por ele.
Levanto abruptamente como se ele tivesse
dando choque.
— Que houve?
— Nada, só quero ir para casa.
— Transei com a Beatriz, ela fez essa
mesma cara quando quis me chutar depois da
segunda noite.
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Sabia que ele tinha pego a ex-assistente do


chefe. Só falta ter dormido com a Fernanda, a
estranha também, para ficar mais claro que sua
meta é pegar todas as funcionárias daqui.
— Não leve a mal, você é muito gostoso,
já curto sua companhia como amigo, e isso é um
problema. Já amei homens como você... e fui
massacrada por eles.
— Medo de se apaixonar por mim? —
indaga colocando meu cabelo atrás da orelha.
— De sofrer por alguém que ama outra
pessoa.
— Creio que todos temos esse medo... —
Ele levanta colocando a cueca fugindo do assunto.
— Deixo você em casa. — Aponta para sua camisa
que estou vestida. — Preciso dela.
Levanto retirando sua camisa e em silêncio
nos vestimos. Em algum momento da tarde ficamos
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nus e em algum momento ficamos cansados demais


para levantar do chão. Agora sinto fome. Sono. Não
é à toa, vejo pela parede de vidro que já, já vai
anoitecer e nem percebi.
Porra, que homem, penso quando o
desconforto entre minhas pernas me tem fazendo
caretas de dor, além do fato que terei que sair toda
melada.
Mike, para cumprir sua palavra, me leva
no colo até seu carro e fazemos o trajeto rindo, pois
seus colegas seguranças ainda estavam lá e mesmo
tentando disfarçar, sabiam o que rolou entre a gente
durante essas muitas horas.
— Pri... — chama encostando em seu
carro assim que descemos do veículo. — Sabrina
me procurou hoje. — Olha para suas mãos. — Me
chamou para jantar na casa dela. — Levanta os
olhos fitando os meus quase pedindo minha

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permissão ou talvez precise que eu o ajude a tê-la


em sua cama nesse jantar.
Respiro fundo tão cansada, mas não
demonstro. Não quero que ele ache que hoje foi
mais que sexo.
— Ela pediu do nada?
— Sim, me parou em um corredor e fez o
pedido. — Coça a barba. — Será que ela e Taylor
não estão tão bem?
— Pode ser uma armadilha. Eles
claramente já sabem que fomos nós. Só querem nós
pegar.
— Sim, pensei nisso, mas acho que vou lá
ver o que ela quer.
— Hmmm... Está pensando em transar
com ela?
Ele sorri erguendo uma das sobrancelhas,
sei que fiz besteira.
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— Parece de novo uma namorada


ciumenta. — Puxa-me pela cintura colando meu
corpo ao seu. — Nem sei se realmente vou ao
jantar.
— Não se prenda por minha causa. Se
quiser sexo com ela, faça...
— Meu guerreiro foi abatido por uma
advogada muito safada há pouco tempo. Por isso
acho improvável rolar sexo. E duvido que ela vá
querer ir tão longe.
— Sei... De qualquer modo, depois me
conte — peço me livrando de seu braço um tanto
mal-humorada. — Preciso de um banho demorado
e relaxante.
— Também preciso, principalmente, com
você.
Mike me dá um selinho antes de entrar no
carro, deixando-me muito surpresa e sorridente
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com esse gesto observando seu carro partir.

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Capitulo 7
Entro no elevador do prédio até meu andar
ainda aérea com tudo que aconteceu hoje.
Destranco a porta perdida em pensamentos e
sentimentos conflitantes, nem Sherlock a meus pés
pedindo carinho me tira do transe.
Feito um robô, jogo a minha bolsa em um
canto da sala, retiro os saltos indo direto para o
banheiro.
Coloco a banheira para encher com
bastante espuma enquanto retiro a minha roupa.
Escolho uma música instrumental bem baixinha
para tocar no celular e já nos primeiros acordes
entro na banheira antes mesmo dela estar na
medida certa. Fecho os olhos sentindo meu corpo
relaxar com a água morna.
O dia foi intenso. Fazia tempo que não

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gozava tão gostoso. Parte disso se dá por gostar


dele. Só lamento que ele esteja apaixonado por
outra. Fui muito burra ao ter cedido. Claro que ele
transou comigo pensando nela, só servi para
aplacar seu desejo pela nerd.
Miserável. Já até tinha marcado jantar e
óbvio que essa noite eles só não vão transar, porque
é tudo uma armação dela, porque se dependesse
dele, iam transar a noite toda.
— Parabéns Priscila, terminou como
estepe de um cretino — murmuro ainda de olhos
fechados quase cochilando, deixando a espuma de
sabão praticamente encobrir minha boca.
— Pri — uma voz grossa rompe as notas
músicas sobressaltando-me. Escorrego afundando
na banheira e engolindo água pela boca e nariz.
Senhor! Vou morrer nua e afogada em
uma banheira que nem chega ao meu joelho. Que

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triste fim.
Sinto mãos fortes me segurarem e só um
tempo depois identifico os olhos escuros de Mike
me examinarem preocupados.
— Está bem?
— Sim... só a sensação de tudo queimando
por dentro... — digo apertando o nariz. — Que
susto!
E que mico.
— Desculpa.
— Como entrou aqui? O que está fazendo?
— Deixou a porta aberta. — Mike me
ajuda a sair da banheira enquanto minha dignidade
desce pelo ralo. — Precisamos conversar.
Estende a toalha para mim e sai sem dizer
mais nada. Precinto tretas. Vou precisar de outro
banho de banheira depois dessa conversa.

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Pego meu celular percebendo que já se


passaram uma hora desde que entrei na banheira.
Uau! Isso explica meus dedos enrugados. Tomo um
banho rápido de chuveiro, para limpar de verdade.
Estou me roendo tanto de curiosidade que mal seco
meu corpo, só me enrolo num roupão e saio com os
cabelos ainda molhados para a sala.
— Que foi? — indago sem rodeios
sentando no sofá contrário ao que ele está. — Foi
ao encontro?
— Sim. — Ele esfrega as mãos na calça
jeans como se tivesse algo complicado para falar.
— Estive com a Sab...
Se ele já está aqui é porque não rolou
nada. Isso quase me faz rir vitoriosa.
— E então?
— Quero contar a verdade para ela.
— O quê? Você enlouqueceu?
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— Posso fazer com que prometa não dizer


nada para nosso chefe... Não sei o que me deu para
fazer algo assim... Tão grotesco.
— Está apaixonado por ela. Por isso que
quer fazer outra merda.
— Não sei se realmente estou apaixonado.
Ainda que desconfie do motivo, meu
coração e meu interesse dispararam com essa
revelação.
— Como assim não sabe se ama ela?
— Sei lá... Quando propus que nós
separássemos a Sab e o Taylor meses atrás —
esfrega as mãos no rosto — achava estar
apaixonado por ela sim. Achava que não tive
oportunidade para conquistá-la, uma vez que ela
parecia gostar de Taylor desde de sempre e meu
interesse por ela foi à primeira vista... Virou uma
fascinação.
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— Todos se interessam por ela —


resmungo rolando os olhos.
— Mas ela me rejeitou inúmeras vezes e
fui ficando mais próximo de você com o plano,
ficávamos muito tempo juntos e sempre fomos
amigos, você é atraente e gostosa... Teve aquela
primeira transa quando a vi sair com o Taylor da
festa e as vezes, enquanto falávamos da Sab aqui
no seu sofá, eu ficava lembrando de você
cavalgando no meu pau ou seus lábios macios e
quentes nele... E agora lá, enquanto a Sabrina
jogava charme pra mim em uma clara armação, eu
ficava pensando se você ficou chateada...
— O que isso tudo tem a ver? O que está
querendo dizer Mike?
— No início, pensei ser tesão reprimido,
uma simples atração, hoje acho que estou... —
esfrega as mãos no cabelo — gostando de você e

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não sei o que fazer com toda essa confusão.


— Assim do nada, acha isso?
— Não, já vinha pensando há um tempo e
agora cada vez mais... Estou confuso e sei que você
não sente o mesmo que eu. — Levanta bastante
inquieto e parece ter dificuldades em ficar de olhos
abertos. — Fiz essa tremenda burrada e te coloquei
nisso... — Ele se escora no sofá e só então noto que
bebeu. — Vou dizer que foi tudo ideia minha.
— Calma, Mike. Está bêbado...
— É, bebi muito quando estava na casa da
Sab, mas sei o que digo...
— Não, não sabe. Por que não dorme um
pouco e depois resolvemos isso?
Ele se aproxima, me empurra novamente
no sofá e ajoelha ficando entre minhas pernas
parecendo o Sherlock quando quer carinho. Isso me
faz rir bagunçando o seu cabelo.
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— Quero dormir com você. Quero ficar


com você... Está fodendo minha cabeça, sei que
não gosta de caras como eu, meio cretino... E eu
quero ficar aqui — desliza o nariz por minhas
coxas, inspirando — entre suas pernas para sempre.
Está tão cheirosa.
Já estou acostumada com sua chatice de
bêbado e como é difícil compreender o que ele fala,
apesar de nunca ter se declarado para mim antes.
— Está bem, pode dormir aqui em casa.
Levei-o até meu quarto deixando-o se joga
na minha cama tomando todo o espaço. Em pouco
tempo dorme com Sherlock ao seu lado. Retiro seu
sapato, vou para o outro quarto, ainda é cedo e
preciso comer, então peço pizza e fico ali pensando
no que ele disse. Não sabe se está apaixonado por
ela, gosta de mim...
Será mesmo ou era só a bebida falando

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mais alto?

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Capitulo 8
Quando acordei Mike não estava mais no
meu quarto dormindo na minha cama. E se não
fosse a bagunça no banheiro e o estado do meu
cabelo que acabei dormindo com ele molhado,
além de seu perfume que parecia impregnado em
mim, outrora enquanto dormia, foi bom sentir esse
cheiro, só que agora o cheiro me incomodava.
Odeio ter que me acostumar com alguém ou algo
tão passageiro.
Voltando ao fato dele ter sumido, quase
me fez acreditar que foi tudo um sonho muito
louco.
Sem muito o que fazer e notando ser
pouco antes do meio dia, comi um pouco e me
ajeitei para correr um pouco. É domingo e não
tenho nada melhor para fazer, além do mais, amo

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correr quando preciso pensar. Minha carreira está


em risco por causa de algo tão imbecil e patético.
— Priscila — ouço com assombro Sabrina
me chamar assim que saio do prédio. Parece estar
me esperando.
— O que... — antes de terminar de falar
ela acerta um tapa na minha cara fazendo meu rosto
virar. Sem me dar tempo de pensar ou reagir,
segura meu cabelo puxando-o com força.
— Vadia — berra.
— O que acha que está fazendo sua louca?
— grito tentando me soltar. Ela é bem forte para
uma mulher que apenas digita, mas tenho aulas de
legítima defesa e consigo me soltar devolvendo o
tapa.
— Vagabunda — xinga com a mão no
rosto. Tenta avançar, mas o porteiro nos separa. —
Mike me contou tudo e agradeça ficar só no tapa —
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berra. Consegue se livrar do porteiro me


empurrando no chão. — Tenho pena de você.
Vadia invejosa. Despeitada. — Cospe no chão
perto de mim, porque o porteiro a segura, creio que
a intensão era cuspir na minha cara. — Me solta!
— pede, então vira e sai rebolando.
Fico chocada com sua ousadia e com a
surra que levei de uma nerd por ser pega
desprevenida. Meu professor de defesa pessoal,
com certeza me mataria se visse isso. Algumas
pessoas olham intrigadas e o porteiro me ajuda a
levantar.
— Que foi? — pergunto aos curiosos. —
Vão cuidar das suas vidas! — Empurro o molenga
do porteiro buscando manter o resto da minha
dignidade. Sempre fui boa de briga, como ela saiu
por cima?
Então, lembro do que ela disso. Mike

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contou tudo. Tudo culpa dele. Vou irada até o


prédio onde o infeliz mora, entro como um furacão
mesmo com o síndico tentando impedir, na raiva,
subi de escadas até seu apê que nem notei.
— Mike! Mike! Abre essa porra — berro
socando sua porta.
Ele me recebe sem camisa com um olho
ficando roxo, um corte no supercilio e vários roxos.
— Oi.
— Taylor já te viu hoje — deduzo pelo seu
estado.
— Ele só não está pior que eu, porque
mereci a surra.
— Por que fez isso? Por que contou a
verdade?
— Ele não transou com você, eu sim...
Então, ele a merece mais que eu.

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Homens culpados só fazem merda.


— Só por isso?
— Eu não amo ela — confessa colocando
as mãos no bolso.
— Hmmm... Ontem disse que...
— Eu sei o que eu disse ontem.
Ficamos um tempo em silêncio apenas nos
encarando.
Percebendo que ainda estou do lado de
fora, entro e fecho a porta encostando nela.
— Levei um tapa na cara da Sab e muitos
palavrões — confesso.
— Merecemos.
— E agora que eles já sabem?
— Fiz ela prometer que não contaria para
nosso chefe e eles pediram para ficarmos longes
deles.

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— Posso viver com isso. Quanto a nós.


Como ficamos? Cada um pro seu lado?
— Não sei, mas não quero cada um pro
seu lado... Gosto da nossa amizade e você sabe
muito sobre mim e eu de você. Nós fizemos sexo
ontem e foi muito bom... Além do mais, gosto de
você.
Essa declaração agora me deixa balançada.
Ele está sóbrio sabe o que faz.
— Não curto amizade com benefícios —
declaro para que ele note que comigo será tudo ou
nada, mas ele entende errado e responde com uma
brincadeira:
— E amigos com muito prazer envolvido?
— Não — nego revirando os olhos com
uma sonora gargalhada.
Caminho até a geladeira no intuito de
pegar gelo para seu olho. Mike deita no sofá com a
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cabeça no meu colo e coloco a compressa no seu


olho. Começo a brincar com seus cabelos.
— Assim vai me deixar de pau duro. —
ele levanta avançando para me beijar.
— Calma aí...
— Não dá, você está muito gostosa nessa
roupa. — Sinto sua respiração no meu pescoço. —
Se você soubesse como estou te querendo, já estaria
de quatro.
— Do jeito que te dei ontem, não deveria.
— Aquilo? Só aumentou o meu tesão...
Passei a noite anterior inteira de pau duro e quando
você chegou com aquela saia rebolando essa bunda
gostosa... Não aguentei. E hoje já estou louco de
novo.
— Mike... — falo em tom repreensivo
quando morde meu pescoço.
— Não vai fazer diferença só mais uma.
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Ele tem razão, amanhã retornamos a


amizade. Hoje quero mais um pouquinho do seu
calor e desfrutar do seu corpo grande. Solto-me
dele e caminho em direção ao quarto.
Retiro todo a minha roupa ficando apenas
de calcinha. Deito na cama e quando o vejo apontar
a porta como quem veio correndo. Xinga ao ver
apenas com uma calcinha fio dental de renda
deitada em sua cama, completamente ao seu dispor.
— Sabe que esse é um caminho sem volta.
— Alisa minha bunda e bate uma, duas, três, quatro
vezes.
Sobe um caminho de beijos por minha
coluna, morde minha nuca e então, faz o caminho
reverso fazendo fricções com os lábios na minha
pele. Prende a calcinha nos dentes puxando, aperta
minha coxa e minha bunda.
— Tenho tanto tesão que o medo é durar

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pouco.
Abro as pernas.
— Então comece com outra arma, soldado.
Mike ri, empurra minha calcinha para o
lado e começa a chupar. Devagarinho no início, ele
sabe que me excita, que fico louca de vontade
quando faz isso e potencializa além de precipitar
meu orgasmo.
Ele faz isso até sentir que estou quase.
Boca aberta, olhos fechados, corpo começando a
ficar regido. Então para. Abro os olhos pronta para
reclamar, mas logo sinto seu pau me invadir. Sem
nem ligar que ainda estou de calcinha ou o que
restou dela, Mike vai fundo e geme baixo assim
como xinga.
Aperta meus seios enquanto seus quadris
estão em um ritmo que me faz revirar os olhos
chegando ao orgasmo. Ele ainda me vira de costas
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e penetra nessa posição até seu próprio gozo.


— Uau! — exclamo mole nos lençóis da
cama. Então, percebo algo. Caralho! Não usamos
preservativo.
— Sou incrível, realmente — diz pomposo
— e nem é o máximo que posso te dar.
— Mike, esquecemos a porra do
preservativo.
— Puta merda. Você toma pílula?
— Meu problema não é uma possível
gravidez e sim uma DST.
— Sou limpo. Todos nós da empresa
fazemos...
— Mas poderia não ser, ou eu poderia não
ser e aí?
— Tem razão. Desculpa, juro que uso na
próxima. Não vamos brigar pelo que poderia ser.

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— Beija minhas costas.


— É...
— Estava pensando que sei lá, a gente
poderia ir para a praia hoje.
— Mike, sairmos juntos não é uma boa
ideia.
— É sim, sempre fazemos isso —
argumenta cobrindo seu pau mole.
— Agora é diferente...
— Diferente por quê? Porque eu disse que
gosto de você?
— Porque estamos confusos.
— Então você admite que estamos
caminhando para um casal?
— Não, eu não disse isso.
— Então, o que mudou?
Nessa ele me pegou. O que mudou? Só
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transamos ontem e hoje, isso não é o suficiente para


mudar nossa amizade. Não seria o suficiente para
mudar nada entre nós. Mas algo mudou e não sei o
que foi, aliás sei, estou gostando dele de um jeito
diferente e ele já disse que gosta de mim. Nada nos
impede de ficar juntos. De namorar.
— Acho que também estou gostando de
você — confesso —, mas não quero transformar
isso agora em relacionamento sério.
— Ok, mas sabe que sou persistente
quando desejo uma mulher, imagine gostando de
verdade.
— Sei e nem tente comigo. Não é porque
gosto que estou apaixonada por você.
— É o suficiente, pode deixar que faço
você me amar. Gostar é meio caminho já.
— Então deixe esse caminho ser
percorrido com cuidado, em seu tempo e não me
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machuque.
— Pode deixar. Pretendo machucar só seu
útero.
— Idiota — xingo e ele ri.
— Vamos para praia, quero ver os
marmanjos te secando, mas sou em quem vai pegar
no fim do dia.
Gargalho, mas acabo aceitando com um
aceno de cabeça. Vai ser legal sair um pouco.
— Irei em casa me trocar — aviso
tentando levantar, mas ele não deixa. — Que foi?
— Fica mais um pouco e me explica o que
está fazendo comigo?!
— Sexo — respondo rindo — e desse jeito
vicio e vou querer sempre.
— Essa é a intenção.
— Mike, é sério só fique comigo se tiver

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certeza do que sente.


— Eu tenho certeza. Relaxa. — Aperta
meu corpo com força em seus braços. — Somos
adultos.
Não respondo. Sei que isso pode acabar
mal como pode terminar bem e talvez esteja
gostando dessa bagunça de estar na cama dele com
ele.
— Vai ficar só comigo enquanto estiver
comigo?
— Sim!
— Então vou embarcar nessa, por isso e
porque não está mais gostando da Sabrina.
Mike ri jogando seu corpo nu em cima do
meu e fazendo cócegas na minha barriga. Rindo
sem parar, peço para ele parar, mas Mike
permanece fazendo e rindo tanto quanto eu.
Quem diria que de uma merda tão grande
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que fiz, de algo tão errado iria sair algo tão bom e
delicioso e que está me fazendo sentir coisas tão
boas por um homem? E que esse homem, mesmo
sendo um cretino, também sente coisas boas por
mim.
Acho que estou ficando apaixonada por
um cretino ou talvez já esteja completamente
apaixonada por Mike. E gosto muito disso.

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Contos Eróticos no Escritório


Lua Gomes
1ª. Edição

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Copyright © Lua
Gomes
Edição Digital: Criativa TI

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens,


lugares e acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência.

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Todos os direitos reservados.
São proibidos o armazenamento e/ou a reprodução
de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer
meios – tangível ou intangível – sem o
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consentimento escrito da autora.


Criado no Brasil. A violação dos direitos autorais é
crime estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido pelo
artigo 184 do Código Penal.

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Capítulo 1
Pego o copo de água observando como ele
treme devido aos próprios tremores das minhas
mãos. Tomar um gole se torna impossível e isso faz
com que eu me sinta impotente. De novo.
─ Precisa se acalmar ─ ouço Johan pedir e
mesmo que o sinta segurar minhas mãos como se
tivesse o poder de fazê-las pararem de tremer, sua
voz parece distante. ─ Você está segura agora.
Olho em direção as suas mãos nas minhas,
logo em seguida para meu colega de trabalho.
Johan é motorista da empresa onde trabalho e nesse
momento é meu herói. Uma espécie de Luke Cage
sem os superpoderes.
Quando saí do trabalho a pouco fui
assaltada, entrei em pânico e mal pude ver o
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momento em que puxaram minha bolsa ou quantos


eram. Se não fosse por Johan acho que ainda estaria
parada no meio da rua tremendo feito um filhote de
pinscher sem conseguir me mexer, gritar ou chorar.
Apesar da violência dos assaltantes fiquei
apenas com dor na face onde levei um tapa por não
conseguir fazer o que pediam e no braço de onde
minha bolsa foi puxada com força. Sei que estou no
lucro. Uma mulher indefesa e sozinha em uma rua
escura? Poderia ter acontecido algo muito pior e
talvez eu não estivesse aqui, agora, sentindo apenas
o medo do que poderiam ter feito como.
─ Obrigada ─ digo pela primeira vez, num
fio de voz, desde que me encontrou. Tenho vontade
de chorar, mas Johan já parece bastante preocupado
comigo imagine se me ver chorando?
─ O que fazia por aqui a essa hora e a pé?
─ Moro por aqui. Meu carro quebrou e

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deixei na empresa. Estava indo para o ponto de


táxi... ─ minha voz fica embargada.
─ Poderia ter me pedido carona. Não sabia
que morávamos próximos.
─ Não quis incomodar... ─ confesso ─ não
somos tão amigos assim.
Na verdade, nem somos amigos. Johan me
chamou para beber umas duas vezes, mas nunca
aceitei. Não é o tipo de relacionamento que me
atrai. Confesso que ele desperta meu interesse. É
um homem muito bonito e atraente. Já me peguei
olhando sem perceber para sua boca. Seus lábios
são grossos e ele é um prato cheio para as Marias
negão do escritório. Quem não teve o prazer em tê-
lo na cama teve em devorá-lo com os olhos.
Johan ainda segura minha mão e seu
polegar faz carinho no torso dela. Ele respira fundo
e por um tempo não diz nada.

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─ Quando precisar ─ começa quebrando o


silêncio ─ pode me incomodar. É muito estranho te
ver assim.
─ Assim como?
─ Triste. Apavorada. Está sempre sorrindo,
parece ver o bem e a alegria em tudo. ─ responde
olhando nos meus olhos.
Sua carícia agora já não parece inocente,
mas isso não me incomoda. Quero sentir outra
coisa que não seja gerado do meu momento de
pânico. Os tremores do meu corpo parecem estar
finalmente cessando e outro sentimento vem
tomando lugar.
─ Por ocasiões como essa que ando
sorrindo, acordei tudo está bem porque não sorrir?
Mas ninguém é inabalável, Johan. Estou apenas
com medo.
─ É compreensível. ─ diz sentando-se ao
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meu lado no sofá de sua casa. ─ Eles levaram seus


documentos? Cartões?
─ Não, só dinheiro mesmo... Por sorte levo
tudo no bolso de dentro do meu casaco.
─ Deseja ir à delegacia?
─ Só queria ir para casa. Pode me levar?
─ Pode dormir aqui. Está tarde e moro
sozinho.
Ergo a sobrancelha e um sorriso debochado
quase involuntário se forma. Conheço a fama de
sem vergonha do Johan, essa fama está presente
desde seu jeito de andar ao de sorrir. Sei que o fato
de ter sido assaltada e ainda está em um estado de
nervos não vai impedi-lo de tentar me leva para a
cama.
─ Melhor não.
─ Relaxa não faço nada que mulheres não
queiram. ─ se defende rindo da minha pose
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defensiva.
─ Esse é o problema... ─ foi à vez dele
ergue a sobrancelha ─ Como já disse, ninguém é
inabalável.
Johan me atrai e mentiria se não admitisse
isso. Essa foi uma das razões para não ter pedido
carona para ele, preciso manter uma distância
considerável de seus encantos, não só por sermos
colegas de trabalho ou por eu estar à procura de um
marido e não de um amante, mas sim por ele mexer
com minha imaginação e libido mais que qualquer
outro. É difícil resistir quando a tentação é grande,
musculosa e com uma pegada incrível.
Johan sabe o efeito devastador que causa
nas mulheres. E gosta disso.
─ Quer uma bebida?
─ Não.
Ele apenas sorri.
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─ Não faça birra. Vou pegar uma roupa


minha para você, de manhã te levo para casa, pode
dormir na minha cama hoje, as mulheres dizem que
meu cheiro acalma, mas também dizem que ele
vicia.
Sorrio balançando a cabeça pensando se ele
realmente existe. Viro o copo na boca e ele balança
a cabeça afirmativamente como se tivesse
conseguido uma vitória. E conseguiu me fez sorrir,
me distraiu e me fez esquecer momentaneamente
do medo que insiste em me dominar.
Faz tempo desde que tive a última crise. Às
vezes, algo serve como gatilho para uma crise de
pânico, principalmente situações de perigos. Sinto-
me impotente em momentos assim.
─ Vou tomar banho fique à vontade, caso
também queira tomar um tem outro banheiro à
esquerda. ─ Levanta e caminha para o banheiro

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largando a camisa no trajeto.


Observo os músculos de suas costas
contraindo enquanto caminha se espreguiçando.
Vou me arrepender futuramente de não aproveitar
esse momento para ir embora. Nunca transei com
ninguém da empresa, mas isso não impede que eu
ache vários deles lindos, e muitos, são
comprometidos com amigas minhas. Elas ainda
trabalham lá e a convivência é saudável.
Johan é o que mais me tenta desde que
entrou para a M&M Company. Ele é lindo, alto,
negro tem um sorriso espetacular e uma fama que
serve de combustível para imaginação.
Não sou de transar no primeiro encontro ou
só por atração e talvez seja por isso que afasto os
homens, afinal, sempre deixo claro essa condição e
nem todos querem mais do que sexo.
Embora queira não me rendo ao desejo de ir

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até o banheiro, sei que está nu e com certeza a porta


estará aberta, Johan deve estar me esperando,
pronto para me dar prazer. Deito-me no sofá com o
corpo pegando fogo de desejo, sei que estou
excitada e não deveria devido às circunstâncias, no
entanto, entre sentir o medo me imobilizar e pensar
como seria estar nua sob Johan enquanto a água em
vão tenta esfriar nossos corpos, prefiro a segunda
alternativa.

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Capítulo 2
Coloco a cabeça no travesseiro, após um
longo banho em busca de eliminar os meus
pensamentos acerca do meu colega e acalmar meus
sentidos. O que resultou em vão. Quem disse que o
cheiro dele acalma mentiu. Pelo menos em mim
não foi isso que aconteceu, assim que peguei suas
roupas – um pijama com calça e blusa de manga - e
vestir... uau! Foi como se tivesse jogado fogo em
minha pele. Como apagar fogo com gasolina!
Essa noite com certeza vai ser mais longa
que pensei.
Aspiro involuntariamente o cheiro dele do
travesseiro e dos lençóis, ficando ainda mais
excitada. Cheiro de homem. Aquele aroma
amadeirado e sutil de perfume caro. Faz tempo que

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não sinto esse cheiro em um lugar tão íntimo, e só


em pensar que o dono do cheiro está tão acessível,
a vontade de transar vira algo quase palpável.
Quase posso sentir sua pele quente roçar a minha.
Suada e com a pele em brasa viro-me na
cama ficando de barriga para cima e como uma
virgem passo as mãos pelos meus seios por cima da
camisa, apertando-os. Desço até a barra da camisa e
então subo uma de minhas mãos por dentro da
blusa até segurar meu mamilo nu. A outra mão
entra pela calça até sentir a umidade nas pontas dos
meus dedos. Estou sem calcinha.
De olhos fechados, belisco meus mamilos
sentindo o ar faltar. Abro as pernas e devagar
esfrego o clitóris, deslizo para cima e para baixo
aumentando a velocidade na medida em que o
desejo aumenta e enquanto imagino Johan dando
prazer ao meu corpo deixo que as pontas dos meus

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dedos brinquem em meu clitóris.


Enquanto faço movimentos na minha
boceta, não deixo de com a outra mão apertar meus
mamilos ou alisar meus seios. Minha respiração
fica pesada e me sinto cada vez mais molhada.
Introduzo com cuidado um pouco do meu dedo e
logo o retiro. Repito o movimento e aperto meu
lábio inferior com os dentes para impedir os
gemidos. Não quero que alguém ouça isso.
Sinto meu corpo convulsionar, aperto
meus seios sentindo as batidas do meu coração
acelerarem de prazer, minha respiração se torna
mais necessitada. Mais arrastada. Solto um suspiro
com o nome dele quando o gozo estremece meu
corpo.
Fico um tempo de olhos fechados. Estou
sensível e querendo mais, só que dessa vez, com
ele. Nunca me masturbei tão gostoso assim, mas

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também nunca desejei tanto um homem como


Johan está me fazendo desejá-lo nesse momento.
─ Uau! ─ abro os olhos assustada ao ouvir a
voz rouca de Johan que parado no meio do quarto
me observa.
Onde coloco minha cara agora?

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Capítulo 3

Retiro imediatamente minha mão de dentro da

calça e sento na cama com o rosto em brasa. Que


vergonha! Que péssima ideia! E ainda deixei o
abajur ligado. A visão dele foi privilegiada.
Será que ainda dar tempo de ir para casa?
─ O que está fazendo aqui? ─ indago quase em um
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sussurro. Minha noite tinha tudo para melhorar,


mas eu só a piorei.
─ Vim ver como você estava... se já tinha se
acalmado. Fiz um chá para te ajudar a dormir. ─

responde de forma mecânica. Seus olhos estão


carregados de luxúria reprimida.
─ Não preciso de chá...
Posso vê-lo na penumbra e “sem querer” meus
olhos percorrem seu corpo. Johan está sem camisa
e posso ver que está excitado pelo volume em sua

calça.
Assim que percebe meus olhos ali, segura e
massageia a ereção. Minha boca é a primeira que
fica louca com a visão de um homem começar a si

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masturbar na minha frente. Vi poucas vezes um

homem nu e apenas um em toda minha vida.


Johan retira seu pau para fora me fazendo ansiar
quase hipnotizada por ele. Tenho ímpetos de tocá-

lo, mas me contenho. Estou me sentindo como uma


presa em uma teia de arranha ou um zangão na toca
da abelha rainha prestes a viver uma experiência
que pode me levar a outro mundo.
Passo a língua pelos lábios enquanto ele faz
movimentos de vai e vem se dando prazer e me

dando prazer. Nunca pensei que curtia observar um


homem sentindo prazer.
─ Podemos tentar saciar nossos desejos de forma
individual ─ ele rompe o silêncio causando arrepios

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em meu corpo ─ Sua voz é baixa e sedutora ─ ou

juntos. ─ Ele tira a distância entre nós e deita seu


corpo sobre o meu. Sentir seu pau duro e quente
entre nós não me deixa pensar. ─ Eu mato o seu

tesão e você o meu. ─ Johan morde minha orelha.


─ Se sua imaginação fez tudo aquilo imagine o que
eu posso fazer.
─ Johan eu não...
─ Shiii... ─ cheira meu pescoço fazendo com que
meus batimentos voltem a acelerar. Segura minha

mão e coloca em seu pau. ─ Isso é o quanto eu


desejo te fazer gozar.
Envolvo minha mão ali e ele estremece. Sua mão
adentra minha calça e seus dedos brincam onde

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antes eu brincava. Ele me beija deitando seu corpo

sobre o meu. Seu beijo é quente, lento, firme,


molhado. Johan parece entregue a esse momento
assim como eu.

Deslizo minhas unhas em suas costas e


desajeitadamente retiro sua blusa. Ele faz o mesmo
com a minha, mas não faz o mesmo com a blusa,
apenas a levanta e mergulha a boca nos meus seios.
Chupando, lambendo e mordiscando. Fica entre
minhas pernas, suas mãos apertam minha coxa e

seu corpo faz movimentos sexuais se esfregando


contra o meu.
Sua boca desce pela minha garganta, chupando,
mordendo. Deixo os gemidos ser minha fala. Sua

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boca alcança novamente a minha, e ele parece

reivindicá-la como sua propriedade, pois diferente


do primeiro, o beijo é viril, forte como uma
tempestade e ao mesmo tempo em que me leva a

pulsar excitada me deixa mole em seus braços.


É um beijo com toques, apertões e arranhões. Um
beijo com todo o corpo. Com tanto desejo que me
faz ansiar por mais... Por mais pele na pele. Por
nudez. Quero desafiar a física e fazer dois corpos
ocuparem o mesmo lugar.

Só quando sinto seu dedo me penetrar que abro os


olhos e percebo que minha mente ainda vacila em
se entregar completamente.
Como já chegamos nessa parte?

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─ Espera. ─ Ele não para imediatamente ainda

beija o meu pescoço, cheira antes de retirar sua


mão dali e se jogar ao meu lado na cama.
─ Estava bom demais para ser verdade. ─ cobre o

pau com o travesseiro e nem me atrevo a olhá-lo.


Segunda vergonha de hoje. Nunca mais quero olhar
na cara dele.
─ Desculpe. Eu quero... isso. Quero você, mas... ─
tento explicar, no entanto, não sei como. Já é a
segunda vez que travo nessa parte. Acho que

peguei trauma da minha primeira vez. O cara foi


grosso antes, durante e depois do sexo. Foi
extremamente dolorido e demorei em ver o quanto
abusivo foi meu romance com ele. No fundo só

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queria uma virgem no seu currículo de imbecil.

─ Não precisa se desculpa, Feh. Eu não ia querer


transar com uma mulher que se arrependesse após o
ato.

─ Eu não consigo dormir com um homem faz uns


oito anos. ─ confesso.
─ É muito tempo... posso saber o motivo?
─ Fiz apenas uma vez, em um namoro rápido,
horrível e destrutivo. Foi bem ruim. Acho que
fiquei com trauma.

─ Deixa eu adivinhar? Ele tirou sua virgindade e


sumiu?!
─ É. E ainda dizia que me amava.
─ Que filho da puta... ─ Johan vira-se para mim,

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segura meu rosto me fazendo olhá-lo ─ Sabe que

não posso garantir outras coisas, mas posso garantir


que dessa vez não será ruim.
─ Não, porque não vai rolar. ─ aviso, mas no fundo

torcendo para ele me fazer mudar de ideia.


─ Pelo menos não disse que está se guardando.
─ Às vezes acho que é isso, minha cabeça quer
achar o cara certo. Precipitei-me na primeira e não
quero fazer isso uma segunda só porque o cara
errado é muito gostoso e me pegou batendo siririca

pensando nele. ─ Johan ri do meu comentário.


─ Tudo bem, mas só porque seu senso de humor
voltou ─ levanta. ─ preciso de uma ducha fria.
─ Dorme aqui. ─ peço sem nem saber ao certo o

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motivo, mesmo sabendo como é difícil para ele.

─ Por quê?
Temia que ele perguntasse isso, mas óbito pelo
bom humor.

─ Porque seu cheiro realmente acalma.


─ Tenho outra coisa dentro da calça que acalma
mais rápido.
─ Sem vergonha.
Johan ri e acabo rindo também, ele retorna para o
lugar onde estava. Puxa minha cintura e cola na sua

deixando que eu sinta sua ereção contra minha


bunda.
Claro que ele não ia facilitar para mim já que não
facilitei para ele.

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Capítulo 4

Abro os olhos sentindo cheiro de ovos fritos com


bacon. Minha barriga ronca me fazendo lembrar
que não jantei. Demoro um tempo até perceber
onde estou e tudo que rolou ontem à noite. Fui de
um assalto, uma quase crise de pânico a uns
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amassos e quase sexo com um colega de trabalho.


Eu deveria ter feito à burrada de transar com Johan.
Eu teria uma desculpa para ter feito isso sem
nenhum relacionamento. Minha consciência é bem

insuportável. Mas como não fiz, perdi a chance de


transar com um gostosão e talvez ter a única noite
de sexo gostosa da minha vida.
─ Bom dia ─ Johan entra no quarto me
cumprimentando, como se nada tivesse rolado, me
entrega uma xícara de café. ─ Aisha ligou e pediu

para te avisar para chegar mais cedo hoje.


─ Atendeu meu telefone? ─ indago colocando a
xícara no colchão.
─ Sim, porque insistiu muito e você não acordou

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poderia ser uma emergência. ─ fala como se não

fosse algo grave.


─ Vão achar que transei com você.
─ Praticamente. Até gozou chamando meu nome.

─ Agrr! Odeio você. ─ Passo por ele que acerta um


tapa em minha bunda. ─ Tem quinze minutos para
tomar banho, se arrumar e comer. Mandei pegar
suas roupas, estão no banheiro.
Caminho até o banheiro e percebo que ele
conseguiu entrar no meu apartamento sem meu

consentimento e não sei como. Ao menos escolheu


uma roupa bonita. Só percebo que falta a calcinha.
─ Johan... ─ sei que minhas bochechas estão
vermelhas, mas não posso trabalhar sem calcinha ─

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falta à calcinha. Acho que esqueceu...

─ Não esqueci. ─ mostra uma calcinha fio dental


preta de renda ─ Eu te devolvo ela no fim do dia. ─
fico sem palavras com sua cara de pau. Que sem

vergonha. ─ Mas terá que pegá-la da minha gaveta.


─ Sabe que posso comprar mais dessa não é? Ou
pedi para a Sab pega uma para mim lá em casa.
─ Sim, eu sei que pode comprar e foi a Sab quem
trouxe essas roupas. Antes que me mate por ficar
mexendo no seu celular eu apenas atendi. O resto

fiz com o meu e sua amiga adorou a ideia de você


ter “ficado” comigo.
─ Por que não disse a verdade?
─ Porque prefiro que você diga o que quiser. E o

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que for mais confortável. ─ Johan se aproxima,

cola nossos lábios em um beijo rápido sem se


importar com o fato de que acabei de acordar.
─ Você é estranho.

─ Não, sou só um sequestrador de calcinhas ─ ri


antes de guardar novamente minha calcinha no
bolso e parece pronto para ir trabalhar.
Sei o que significa isso, se eu vir buscar não será só
para isso. Johan está me dando o dia para decidir se
aceito o que ele está disposto a me dar, ou seja,

prazer, ou fico firme na minha decisão de esperar o


tal homem certo que no fundo estou ciente de que é
uma ilusão para não me sentir tão ridícula em não
conseguir chegar aos finalmente com outro homem

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além do que me traumatizou.

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Capítulo 5

Coloco meu café na mesa, me preparando


para começar minhas atividades, porém o
pensamento parece estar ainda na casa de Johan,
especialmente no nosso momento ontem à noite e
na sua proposta hoje pela manhã que foi reforçada
após o café por um beijo quente.
Bebi um gole de café percebendo estar

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gelado. Maravilha café frio como minha vida!


Mesmo detestando café frio me obrigo a beber tudo
principalmente porque avisto Sab vindo em minha
direção. Sei que ela e Aisha já devem, a essa altura,
ter decidido o nome dos meus três filhos com Johan
além do local do nosso casamento e da lua de mel.
─ Conta tudo. Dormiu com Johan? ─
indaga me arrastando pelo braço para o canto. ─
Foi bom?
─ Não rolou nada ─ O sorriso dela vira
uma careta ─ Quase rolou... Dormimos na mesma
cama e...
─ Ele brochou?
─ Não! Eu que travei na hora... Eu estava
abalada porque foi depois que ele me ajudou. Fui
assaltada. Fiquei tão abalada que não conseguir
dormir com ele.
Resolvo omitir a parte do trauma, ela já
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ficou bem mais preocupada comigo. Preciso voltar


para minhas consultas. A terapia me fazia bem.
─ Ai, amiga... Imagino seu abalo, mas
graças a Deus você estar bem.
─ Sim, graças a Deus não aconteceu nada
de grave.
Sab me abraça apertado. Ela é a técnica em
TI da empresa eu fui antes dela, mas me mudaram
de setor e função. Até gosto dessa função mesmo
muitos detestando trabalhar diretamente com o
chefe.
─ Pior é que não me entendo. ─ caminho
de volta para minha mesa, desabando na cadeira.
Derrotada. ─ Eu estava lá na cama dele, com ele,
nos beijamos e foi quente, cheia de tesão. Ele
também. Um homem daqueles não é sempre que
vemos. Você sabe o quanto ele é gostoso? Eu mal
dormir, até agora me sinto excitada e simplesmente

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não consegui deixá-lo fazer.


─ Não é só deixá-lo fazer. Você precisa
querer...
─ Eu queria muito. Sabe, ele já me
convidou para sair outras vezes e às vezes fico
pensando como seria se eu ficasse com ele, mas...
─ Ontem você estava abalada, hoje é um
novo dia. Jogue-se! O que tem a perder? Ele é um
homem muito lindo, é gostoso. Você é solteira, está
a fim. Deixa rolar.
─ Eu sei... mas, quero algo a mais que ele
não quer.
─ Perguntou isso para ele? ─ nego com a
cabeça ─ Pergunte. Vocês nem se pegaram e você
já pensando no algo a mais. Relaxa.
─ Ele não parece o tipo que casa.
─ Discordo. De todos os mulherengos
dessa empresa ele é quem mais parece ser o tipo de
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cara que casa. Você sabe tudo que falaram para


mim quando comecei a namorar o Taylor e tudo
que armaram para a gente. Ele aprontava muito
mais que Johan e largou tudo para ser meu. Mana,
até a falsiane fura olho da Priscila está apaixonada.
─ aperta minhas mãos ─ Pense nisso, mas não
muito, nossa mente às vezes foge da ação e na
verdade, ela é tudo que precisamos. Vou te deixar
trabalhar. Cuide-se.
Observo Sab se afastar com a certeza de
que ela tem razão.

*******

Passei o dia pensando na minha conversa


com Sabrina e em como fui covarde ontem. No que
poderia ter rolado e no principal, se eu iria buscar
minha calcinha. Quando vi já estava no fim do
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expediente. Johan e eu não nos vemos no escritório


porque ele fica mais a disposição do chefe na
garagem ou no rol de entrada, qualquer emergência
já está em seu posto, mas às vezes passa pelos
outros andares jogando charme e sorriso para todas.
Não foi o caso de hoje, entretanto seu
carisma e facilidade no falar são conhecidos por
aqui e conquista fácil. Foi assim que muitas se
apaixonaram por ele, não quero ser uma dessas
apaixonadas não correspondida e também não
quero deixar para lá a chance de transar.
Atualmente não sou muito paquerada,
também não saio muito. Sou feliz sozinha, mas
minha carne sente falta de carne quente, musculosa
e tem preferências pela pele negra, assim como a
minha, de Johan.
Pego minha bolsa para ir embora assim
que vejo o CEO Matthew sair de mãos dadas com

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Aisha. Eles assumiram o romance mesmo sendo


chefe e secretária. Aisha não comentou comigo
sobre Johan, mas sei que falou com Sab.
Caminho a passos largos até o
estacionamento e pergunto aos seguranças se Johan
ainda está na empresa, eles confirmam e indicam
que ele está no carro dentro do estacionamento,
mas fazendo o quê ninguém sabe.
O reconheço logo na entrada, afinal,
restam poucos carros aqui. Assim que me ver o
motorista sorrir.
─ Está me esperando? ─ pergunto em tom
de brincadeira, a fim de quebrar o gelo e meu
nervoso.
─ Sim, tenho algo seu e quero devolver. ─
Ele estende a mão e mostra minha calcinha. Cheira.
─ Está limpa, mas adoraria sentir o cheiro da dona
dela.

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─ Isso é brega e tosco.


─ Eu sei. ─ Ele sorri enquanto dou a volta
no carro, abro a porta e sento no lugar do
passageiro.
Mal fecho a porta, e antes que ele possa
dizer qualquer coisa, coloco minha mão em sua
coxa, laço meu braço no seu pescoço e puxo para
mim, tomando posse de sua boca.
Johan me puxa para seu colo, o lugar é
apertado, mesmo minha calça sendo um obstáculo
sinto suas mãos apertarem minha bunda. O espaço
até pode ser pequeno e apertado, mas nossa vontade
é tão grande que nem o fato de estarmos no nosso
local de trabalho é um empecilho, imagine
limitação de espaço físico.
Aos poucos o beijo vai acalmando, vamos
apenas saboreando a boca um do outro e só resta
nosso corpo feito vulcão ativo.

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Capítulo 6
─ Vai me deixar dormir de novo na
vontade, Feh? Desse jeito vai me mandar para o
hospital.
Johan reclama colocando os cachos do
meu cabelo para o lado esquerdo abrindo caminho
para trilhar beijos no meu pescoço. Ainda estamos
no estacionamento, assim como ainda estou no colo
dele. Seguro na sua gravata brincando com ela.
─ Não é minha intenção te fazer ficar na
vontade. Também quero ir além, também estou
excitada.
─ Porém não é o tipo de coisa que você
faz logo de cara.
─ Eu mais me imagino fazendo do que
faço. Geralmente, apenas me masturbo. Johan,
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além do trauma, sou a moda antiga, quero casar.


Como já contei, não sou mais pura por um erro e
me senti violada com o outro. Eu fiz por excitação,
mas principalmente para agradá-lo, ele insistiu
muito e não tive muita força para interromper
porque o amava. Não quero transformar algo
prazeroso em culpa ou alimentar o trauma por
paranoias da minha mente. Preciso confiar em você
e ter mais intimidade antes disso.
─ O que faremos então? Eu respeito você
e apesar de saber como é duro ficar na vontade é
melhor do que não satisfazer ou pior, fazer contra a
vontade da mina ─ ele me entrega a calcinha. ─
Não vou insistir. Nem quero que se sinta obrigada a
nada. Entendo seus planos, também quero sossegar
um dia. Não há nada de errado nisso.
─ E se tentássemos? Digo ter algo a mais
além do sexo.

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─ Está me pedindo em namoro? ─ indaga


rindo ─ Sabe que esse passo exige mais intimidade
do que sexo, não é? Namorar só para transar seria
engraçado.
─ Não é simples assim. Vamos nos
conhecer primeiro. Ir aos poucos e então fazer
sexo. Eu nunca sequer tento e assim nunca vou
achar homem nenhum. Não precisa responder
agora, pense e me diga amanhã. ─ Saio do seu colo,
─ Fecha os olhos.
─ Por quê?
─ Só fecha ─ assim que ele faz isso desço
minha calça, rasgo as laterais da calcinha que estou
vestida, subo novamente a roupa ─ pode abrir ─
dou para ele com um sorriso de criança quando
apronta. Ainda bem que tomei banho na hora do
almoço. ─ Essa tem o cheiro da dona. ─ Beijo-o
mais uma vez antes de sair do carro me sentindo

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poderosa, ousada e muito doida.


Antes de sair olho para trás e o vejo
cheirando a calcinha com um sorriso safado e uma
piscadela sem vergonha. Sorrio. Espero que ele
tenha entendido o que quis dizer, ele é o primeiro
homem que me faz ter o desejo de querer um
relacionamento e espero que minha vontade de
demonstrar o quanto quero tentar não o tenha
assustado.
Espero também não me arrepender depois
por ter sido tão impulsiva.

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Capítulo 7
Uma semana depois...
Sou acordada pelo barulho incessante e
irritante da campanhia em pleno domingo de
manhã. Olho para o relógio nem são oito horas
ainda e Johan ontem me deixou em casa tarde da
noite. Ainda protelo para levantar quando a
imagens do jantar que ele fez para mim invadem
minha mente.
Meu lance, como dizem hoje em dia, com
Johan está indo super bem. Melhor do que
esperávamos e após tanto esquenta e esfria
finalmente caminhamos para algo mais quente e,
espero que duradouro.
Saímos juntos algumas vezes durante a
semana, gosto da companhia dele e ele da minha.
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Demos boas risadas, assistimos filmes até cair no


sono, demos amassos no sofá da sala como
adolescentes, não chegamos aos finalmente ainda,
não por falta de vontade, mas de tempo e talvez
atitude nossa também.
Depois de todas as conversas que tivemos
acho que ele espera um sinal meu ou mais tempo
para avançar o sinal. Agora quando a coisa entre
nós fica mais caliente é Johan quem para e tenta ir
por outro caminho. Eu já me sinto mais à vontade e
mais disposta, parte disso é pelo respeito e
companheirismo que recebo dele. Johan é um
daqueles homens em que a gente se apaixona fácil e
percebe que será para sempre, caso consiga cativá-
lo.
Levanto da cama feito um zumbi, ando a
passos lentos e cambaleantes pelo sono até a porta
divagando entre bocejo, sonho e realidade. Me

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seguro para não xingar o ser que aperta a


companhia sem cessar, até faço ideia de quem seja,
mas prefiro não acreditar que estou saindo com
alguém que acorda cedo aos domingos. Domingo é
o dia nacional do pijama e do tédio.
Abro a porta me deparando com Johan
sorrindo de óculos escuros e roupa de academia.
Acorda cedo no domingo e ainda faz exercícios.
Que pessoa estranha!
Johan se inclina me beijando alheio aos
meus pensamentos.
─ Bom dia.
─ O que faz aqui a essa hora e com essa
roupa?
─ Ia correr, mas aí resolvi te ver... Fiquei
com saudades da minha namorada e... ─ ele fecha a
porta com um pontapé me agarrando. ─ vou viajar
de última hora no fim do dia com nosso patrão, só
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retorno na quarta. Vamos passar o dia juntos.


─ Vai com calma, é domingo e domingo
eu hiberno e não somos namorados ainda.
─ Agora você quer ir com calma? Primeiro
me pede em namoro com uma calcinha, agora quer
me dispensar. Sorte que de todos os pedidos de
namoro o seu foi o que mais gostei.
Ora, ora ele já foi pedido em namoro
antes.
─ Eu sempre quis ir com calma ─ morde
meu pescoço com força fazendo os pelos salientes
de sua barba me arrepiar ─ Ai! Entretanto agora
estou curiosa em saber por que gostou mais do meu
pedido?
─ Porque gosto de você. ─ declara contra
meu pescoço em voz baixa. Meu coração dispara
fogos de artifício. ─ E sei que você gosta de mim.
─ Quer café? ─ desconverso tentando me
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livrar do seu abraço e do assunto, mas ele não


deixa. Aperta-me ainda mais contra seu bíceps,
tríceps e todos os músculos proeminentes muito
bem desejados dele.
─ Não, já tomei em casa, mas tem algo
quente que eu adoraria provar e estou segurando
agora.
─ Johan...
─ Eu sei... ─ tenta se afastar, mas não
permito. O obrigo a continuar me segurando.
─ Não sabe. ─ deslizo as mãos por seus
braços prendendo a minhas costas ─ Eu quero.
─ Tem certeza?
─ Tenho... Só gostaria de fazer algo antes.
Johan me libera mesmo curioso para saber
o quê. Corro para o banheiro no intuito de escovar
os dentes. Assim que faço isso. Retorno para a sala.
Ele está sentado no sofá e quando me ver há desejo
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nos seus olhos. Parecem estar em um castanho mais


escuro, quase preto como os meus.
Sento em seu colo, de frente para ele.
─ Foi escovar os dentes?
─ Sim ─ confesso envergonhada. ─
Acabei de acordar e estava com um bafo medonho.
─ Percebi. ─ admite rindo e acabo rindo
também, mas a vontade era de socar a cara dele,
poderia ter sido romântico ou cavalheiro.
Assim que o sorriso se desfaz em nossos
lábios, trocamos um longo olhar antes de nossas
bocas se encontrarem. Em poucos segundos
estamos nos beijando, não só com a boca, mas com
as mãos e os quadris também. Deixando todo
desejo acumulado e reprimido de todos esses dias
serem nossa bússola para o prazer.
Retiro sua camisa. Trilhando um caminho
de lambidas e mordidas por seu peito até o cós do
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seu short. Com a ajuda dele me livro do resto de


suas roupas.
─ Tem certeza que deseja fazer isso?
Antes de responder, seguro seu pau um
pouco insegura e por isso opto por imitar seus
movimentos na noite do assalto. Vejo sua
respiração se alterar e saber que estou no caminho
certo me dá força para prosseguir, no entanto, antes
respondo sua pergunta.
─ Tenho certeza, não sou expert no
assunto, mas darei melhor para te dar prazer. ─
Aviso deslizando as unhas em sua coxa.
Dou uma lambida por toda a extensão de
seu pau. De baixo para cima e percebo que ele
gosta, pois fecha os olhos e xinga baixinho. Coloco
a cabeça na boca e a chupo, Johan morde os lábios
e segura em meu cabelo. Todos os pornôs que vi
estão servindo para algo.

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Permito que guie meus movimentos até


onde consigo e ele parece respeitar isso. O ritmo é
lento, em alguns momentos fica um pouco mais
firme e sei que está se controlando por mim. Aliso
o interior de suas coxas e apalpo seu saco com um
pouco de medo. É uma área sensível e não quero
destruir o momento fazendo-o sentir dor.
Johan retira seu membro da minha boca e
me puxa para seu colo retirando minha camisola
com urgência, e então, me faz deitar no sofá.
Imagino que irá devorar meus seios com fome e
brutalidade, mas em vez disso é lento, dando
atenção a cada parte que me faz tremer de prazer
até preguiçosamente chega entre minhas pernas. E
é sentindo sua boca ali que percebo o quão injusta
foi a minha imaginação aquela noite quando me
masturbei pensando nele.
Meus olhos reviram, o ar parece ser

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insuficiente e sinto algo que nunca senti antes. Um


orgasmo poderoso.
─ Quer continuar? ─ indaga sabendo que
sei do que ele está falando, mesmo que não tenha
muitos pensamentos coerentes no momento.
Nem preciso pensar para saber a resposta,
eu sei que desejo isso e Johan também. Se ele for
embora depois é porque não era para ser e se ele
ficar será minha ruína, pois sei que meu coração
será dele.
─ Preservativo. ─ digo como resposta
afirmativa.
─ É quase virgem Fernanda vai doer com
preservativo, além do mais eu não trouxe. ─ Avisa
retirando meu cabelo do rosto.
─ Eu prefiro e tenho. ─ Levanto, corro até
meu quarto e pego na gaveta do guarda roupas. Ele
me encara, porém não diz nada.
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Sei o que pensou. Por que eu, pessoa que


não transa, tem preservativo? Simples não uso, não
transo, mas a esperança está viva.
Dou para Johan vestir e o que faz
imediatamente e com maestria. O sem vergonha me
beija assim que sinto seu pau entrando seguido pelo
desconforto. Ainda que não seja doloroso como a
primeira vez, admito que ele tinha razão, dói um
pouco. Isso me leva a beijá-lo com mais voracidade
tentando não pensar que está doendo enquanto ele
vai me invadindo lentamente. Uma de suas mãos
está em minha coxa forçando a entrada e a outra
segura minha bunda.
─ Hummm está me deixando louco. ─
Sussurra enquanto beijo todo seu rosto. ─ Você é
gostosa demais. ─ Diz saindo de dentro de mim e
depois me fazendo sentar de novo, fica uns
segundos lá dentro sem movimenta-se. E só quando

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meu corpo começa a cobrar e eu timidamente


cavalgo no seu pau é que seu corpo imita o meu.
No início faço umas caretas de dor, depois
vai ficando gostoso e meu próprio corpo percebe
isso, pois toma cada vez mais a iniciativa em
aumentar o ritmo e a rebolar sobre seu pau sem
cerimônia ou pudor.
Aos poucos o nossos gemidos se misturam
em som baixo e nossos corpos estremecem em
convulsões de prazer. Eu consigo gozar antes dele,
isso me faz sorrir e me faz querer que ele também
goze. Só quando sinto seus dedos cravados nas
minhas costas me apertando e seus dentes no meu
ombro que recebo a confirmação: nós dois ficamos
satisfeitos como tem que ser.
─ Tem razão. ─ digo ainda ofegante,
suada, em êxtase, no colo dele e com ele ainda
dentro de mim.

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─ No quê?
─ Eu gosto de você. ─ confesso recebendo
um lindo e safado sorriso.

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Capítulo 8
─ Serviço de motorista particular ─ Ouço
Johan gritar da porta.
Corro para atender morrendo de saudade e
me jogo em seus braços. Depois que transamos no
meu sofá, há quatro dias, ele foi a tal viagem, não
sumiu, pelo contrário virou meu namorado
oficialmente e não precisei esperar muito para
dormir com ele como eu no fundo acreditava.
Mesmo tendo me entregado antes ele ficou
para tentar um relacionamento sólido. Parece que o
sexo e a viagem foram um divisor de águas. Passo
tanto tempo pensando nele que me pergunto se já
estou apaixonada e às vezes chego a pensar que
seus sentimentos por mim também são mais fortes
do que o simples gostar.

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─ É bom ver que meu motorista já chegou.


─ digo brincando. Logo depois de enchê-lo de
beijos.
─ Louco para ficar no banco de trás do
carro transando com você.
─ E sem vergonha como sempre pelo
visto.
O puxo pela gola da blusa, roubando
beijos mais saudosos.
─ A melhor coisa que fiz foi hora extra
aquela noite. ─ sussurra contra meus lábios ─ Se eu
não tivesse te ajudado aquela noite poderia não
viver isso agora.
─ Apesar de terem me roubado, concordo
com você.
Gosto dele, de sua companhia, de como
sua alegria virou uma extensão da minha e como
meu sorriso é do seu.
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─ Agora só falta ter o seu coração e o seu


amor por completo. ─ comenta segurando um dos
cachos do meu cabelo.
─ Continue assim que os terá. E o seu
amor? Estou perto?
─ Muito. Tão perto que chega a assustar.
─ Não se assuste, cuidarei dele como
sendo o que ele é: meu.
Beijamos-nos a porta da minha casa,
atrasados para o trabalho, como eu deduzo que será
nossa rotina desde que o pedi em namoro no
estacionamento do escritório: atrasados para tudo
por sempre dedicar um momento para roubar mais
um beijo.
Algo me diz que Johan é meu cara certo,
mesmo com jeito de errado.

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