Você está na página 1de 12

11/03/2021 :: 710007194016 - eproc - ::

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
3ª Vara Federal de Caxias do Sul
Rua Dr. Montaury, 241, 5º Andar - Bairro: Madureira - CEP: 95020-190 - Fone: (54)3290-3227 - http://www.jfrs.jus.br -
Email: rscax03@jfrs.jus.br

MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5014371-21.2018.4.04.7107/RS


IMPETRANTE: LOJAS COLOMBO SA COMERCIO DE UTILIDADES DOMESTICAS
ADVOGADO: LUIZ NERLEI BENEDETTI
ADVOGADO: OTHELO JOAQUIM JACQUES NETO
IMPETRADO: DELEGADO DA RECEITA FEDERAL - UNIÃO - FAZENDA NACIONAL - CAXIAS DO SUL
MPF: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
INTERESSADO: UNIÃO - FAZENDA NACIONAL

SENTENÇA

Sentença nº 1063/2018

LOJAS COLOMBO S/A COMÉRCIO DE UTILIDADES DOMÉSTICAS


impetrou Mandado de Segurança contra o DELEGADO DA RECEITA FEDERAL do Brasil
em Caxias do Sul objetivando o reconhecimento de seu direito ao crédito de PIS e de COFINS
incidentes sobre “a) à depreciação, incorrida nos últimos cinco anos, de veículos integrados no
ativo imobilizado, utilizados na prestação de serviço de transporte das mercadorias até seus
clientes e/ou nas atividades da Companhia; (b) à depreciação e amortização, incorridas e/ou
realizadas nos últimos cinco anos, em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas
atividades da empresa; e (c) à depreciação/amortização, incorrida nos últimos cinco anos, de
móveis, utensílios, ferramentas, equipamentos de informática (hardware e software),
classificados no ativo imobilizado, integrados em seu centro administrativo, centro de
distribuição e lojas, independentemente da data da aquisição dos veículos, edificação dos
imóveis e/ou instalação, dada a inconstitucionalidade do art. 31 da Lei nº 10.865/2004”.
Insurgiu-se contra a Solução de Divergência Cosit nº 2/2015, segundo a qual “o direito de
crédito refere-se tão somente às máquinas e aos equipamentos incorporados ao ativo
imobilizado e utilizados para locação a terceiros, para produção de bens destinados à venda ou
para prestação de serviços, não alcançando os veículos automotores, por falta de previsão
legal”. Discorreu sobre a inconstitucionalidade do art. 31 da Lei nº 10.865/04, que limita o
aproveitamento aos bens adquiridos até 30 de abril de 2004. Requereu a concessão da
segurança, a fim de que fosse declarado o direito da impetrante de computar créditos de PIS e
COFINS não cumulativos, com o reconhecimento do direito à compensação, com a incidência
da Taxa SELIC. Juntou documentos.

No evento 9 a União manifestou interesse em ingressar no feito (evento 9).

Notificado, o impetrado prestou informações (evento 11), defendendo a


inexistência de direito a créditos, exceto com autorização legal expressa (inexistente na
espécie). Traçou breve histórico sobre a legislação pertinente, argumentando que, em relação à
contribuição para o PIS/PASEP e para a COFINS, o legislador ordinário optou por criar um
sistema de não-cumulatividade peculiar, enumerando os custos, encargos e despesas que podem
ser computados para originarem créditos a serem deduzidos do valor correspondente à
incidência da alíquota da contribuição sobre a totalidade da receita bruta. Salientou que
“permitir que o conceito de insumo seja ampliado irrestritamente, com a inclusão de todos os

5014371-21.2018.4.04.7107 710007194016 .V13


https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=04875cc1afff781d63e408c5f… 1/12
11/03/2021 :: 710007194016 - eproc - ::

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
3ª Vara Federal de Caxias do Sul
custos e despesas suportados pela empresa, equivale ao desvirtuamento da base de cálculo das
contribuições ora in foco, e ao esvaziamento da responsabilidade social destas empresas para
com a seguridade social, em flagrante afronta aos ditames constitucionais e legais” (fls. 2-3).
Impugnou o pedido de incidência de correção monetária e requereu, em sendo concedida a
segurança, que fossem aplicadas as disposições do art. 74 da Lei nº 9.430/96 no tocante à
compensação. Requereu, ao final, a improcedência da ação.

Intimado, o Ministério Público Federal deixou de se manifestar quanto ao mérito


(evento 12).

Vieram os autos conclusos para sentença.

É o relatório.

Trata-se de processo em que a empresa autora busca o reconhecimento do direito


de tomar créditos a título de PIS e Cofins não cumulativos relativamente “a) à depreciação,
incorrida nos últimos cinco anos, de veículos integrados no ativo imobilizado, utilizados na
prestação de serviço de transporte das mercadorias até seus clientes e/ou nas atividades da
Companhia; (b) à depreciação e amortização, incorridas e/ou realizadas nos últimos cinco
anos, em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa; e (c) à
depreciação/amortização, incorrida nos últimos cinco anos, de móveis, utensílios, ferramentas,
equipamentos de informática (hardware e software), classificados no ativo imobilizado,
integrados em seu centro administrativo, centro de distribuição e lojas, independentemente da
data da aquisição dos veículos, edificação dos imóveis e/ou instalação, dada a
inconstitucionalidade do art. 31 da Lei nº 10.865/2004”.

Desde logo impende demarcar que o método da não-cumulatividade adotado pelo


legislador tributário em relação ao PIS e COFINS não se confunde com o princípio
constitucional da não-cumulatividade previsto para os impostos (ICMS e IPI). Com relação a
estes, o contribuinte tem assegurado um crédito correspondente ao imposto incidente no
ingresso mercadorias (ICMS) ou insumos (IPI) no seu estabelecimento, a ser compensado com
os débitos do mesmo imposto devido na saída das mercadorias ou do produto industrializado.
Ou seja, em tal regime, o valor do tributo devido na operação anterior deverá ser compensado
com o valor devido na operação subsequente, de modo a evitar a incidência em cascata sobre
operações sucessivas.

Para estes impostos, a técnica e as restrições quanto ao direito de crédito estão


previstas no próprio texto constitucional (art. 153, §3º, II e art. 155, §2º, I), enquanto que para
as contribuições do PIS/COFINS atribuiu-se à lei ordinária a tarefa de instituir um sistema que
evitasse a incidência cumulativa, consoante redação do §12º do art. 195 da Constituição
Federal.

Deste modo, as Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03 instituíram o regime de


incidência não-cumulativa das contribuições do PIS e da COFINS. Neste sistema, a base de
cálculo do PIS e da COFINS corresponde ao total das receitas auferidas pela pessoa jurídica,
independentemente de sua denominação ou classificação contábil, havendo algumas deduções e
exclusões previstas na própria lei.

5014371-21.2018.4.04.7107 710007194016 .V13


https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=04875cc1afff781d63e408c5f… 2/12
11/03/2021 :: 710007194016 - eproc - ::

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
3ª Vara Federal de Caxias do Sul
Como se verifica do aqui exposto, o método previsto no chamado regime não-
cumulativo da contribuição ao PIS e COFINS apresenta contornos distintos daquele aplicável
aos impostos, já que o fato gerador destas contribuições é a obtenção de receita pelo
contribuinte, independentemente das operações anteriores. Com efeito, seria impraticável
perquirir-se de eventual creditamento de valores destacados nas operações anteriores,
justamente em face da amplitude da base de cálculo prevista para as referidas contribuições.
Deste modo, a denominada não-cumulatividade destas contribuições constitui-se em um
método no qual determinados custos operacionais são descontados da base de cálculo ou do
valor devido do tributo.

Dito de outro modo, tais subtrações, que visam a concretizar a não-


cumulatividade das referidas contribuições, constituem uma ficção legal que procura desonerar
em parte os contribuintes, na medida em que o texto constitucional não estabeleceu um regime
de apuração de créditos de forma plena.

Diante da diferenciação acima traçada, pode-se afirmar que o regime não-


cumulativo ora em debate não comporta a contrapartida entre débitos e créditos de tributos nas
sucessivas operações econômicas, tal como ocorre em relação ao IPI e ICMS, como antes
explicitado.

Conforme já referido, disciplinando o regime da não-cumulatividade específico do


PIS e da COFINS, a legislação ordinária autoriza que o contribuinte desconte, das contribuições
apuradas, determinados créditos que devem ser calculados com base na mesma alíquota,
incidentes na aquisição de mercadorias e/ou insumos, assim como outros encargos e despesas
previstos no art. 3º da Lei nº 10.833/02 e no art. 3º da Lei nº 10.637/02, relacionados às
atividades da pessoa jurídica. Em outras palavras, trata-se de um crédito presumido a ser
deduzido das contribuições devidas, delimitando as hipóteses que dão origem aos créditos que
deverão ser descontados das contribuições devidas.

Em relação ao PIS, a Lei nº 10.637/02, em seu art. 3º, apresenta rol detalhado de
quais elementos geram créditos ao contribuinte, in verbis:

Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos
calculados em relação a: Produção de efeito (Vide Lei nº 11.727, de 2008) (Produção de efeitos)
(Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) (Regulamento)

I - bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos:
(Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004)

a) no inciso III do § 3o do art. 1o desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008).
(Produção de efeitos)

b) nos §§ 1o e 1o-A do art. 2o desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 11.787, de 2008) (Vide Lei nº
9.718, de 1998)

II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou


fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto
em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido
pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos
classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004)

5014371-21.2018.4.04.7107 710007194016 .V13


https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=04875cc1afff781d63e408c5f… 3/12
11/03/2021 :: 710007194016 - eproc - ::

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
3ª Vara Federal de Caxias do Sul
III - (VETADO)

IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas


atividades da empresa;

V - valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica,


exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das
Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES; (Redação dada pela Lei nº
10.865, de 2004)

VI - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou


fabricados para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens destinados à venda
ou na prestação de serviços. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)

VII - edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de mão-de-


obra, tenha sido suportado pela locatária;

VIII - bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês
ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei.

IX - energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos
estabelecimentos da pessoa jurídica. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)

X - vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos


empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza,
conservação e manutenção. (Incluído pela Lei nº 11.898, de 2009)

XI - bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização na produção de bens


destinados a venda ou na prestação de serviços. (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014)
(Vigência)

O mesmo ocorre em relação à COFINS, em que a Lei nº 10.833/2003, assim


estabelece:

Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos
calculados em relação a: (Produção de efeito) (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010)
(Regulamento)

I - bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos:
(Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004)

a) no inciso III do § 3o do art. 1o desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008)
(Produção de efeitos)

b) nos §§ 1o e 1o-A do art. 2o desta Lei; (Redação dada pela lei nº 11.787, de 2008) (Vide Lei nº
9.718, de 1998)

II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou


fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto
em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido
pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos
classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004)

5014371-21.2018.4.04.7107 710007194016 .V13


https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=04875cc1afff781d63e408c5f… 4/12
11/03/2021 :: 710007194016 - eproc - ::

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
3ª Vara Federal de Caxias do Sul
III - energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos
estabelecimentos da pessoa jurídica; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)

IV - aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas


atividades da empresa;

V - valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica,


exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das
Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES; (Redação dada pela Lei nº
10.865, de 2004)

VI - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou


fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda
ou na prestação de serviços; (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)

VII - edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da


empresa;

VIII - bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou
de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei;

IX - armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II,
quando o ônus for suportado pelo vendedor.

X - vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos


empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza,
conservação e manutenção. (Incluído pela Lei nº 11.898, de 2009)

XI - bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização na produção de bens


destinados a venda ou na prestação de serviços. (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014)
(Vigência)

(...)”

Após definir os casos em que o contribuinte terá direto a crédito, o legislador


tratou de estabelecer as formas de apuração e momento de seu aproveitamento, nos termos do
§1º do mesmo art. 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, in verbis:

“(...)

§ 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o


desta Lei sobre o valor: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.727, de
2008) (Vigência)

I - dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no mês;

II - dos itens mencionados nos incisos IV, V e IX do caput, incorridos no mês; (Redação dada
pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003)

III - dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados nos incisos VI, VII e XI
do caput, incorridos no mês; (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência)

IV - dos bens mencionados no inciso VIII do caput, devolvidos no mês.”

5014371-21.2018.4.04.7107 710007194016 .V13


https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=04875cc1afff781d63e408c5f… 5/12
11/03/2021 :: 710007194016 - eproc - ::

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
3ª Vara Federal de Caxias do Sul
Desse modo, objetivando regulamentar as citadas leis, a Secretaria da Receita
Federal elaborou as Instruções Normativas n° 247/02 e 404/04, nos termos a seguir transcritos
(grifos acrescidos):

* Instrução Normativa SRF nº 247/02:

“Art. 66. A pessoa jurídica que apura o PIS/Pasep não-cumulativo com a alíquota prevista no
art. 60 pode descontar créditos, determinados mediante a aplicação da mesma alíquota, sobre os
valores:

(...)

III - dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos a: ( Redação dada
pela IN SRF 358, de 09/09/2003 )

a) máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados à


venda; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa SRF nº 358, de 09 de setembro de 2003)

b) outros bens incorporados ao ativo imobilizado; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa
SRF nº 358, de 09 de setembro de 2003)

c) edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de mão-de-obra,


tenha sido suportado pela locatária; e (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa SRF nº 358,
de 09 de setembro de 2003)

(...)”

* Instrução Normativa SRF nº 404/04:

“Art. 8 º Do valor apurado na forma do art. 7 º , a pessoa jurídica pode descontar créditos,
determinados mediante a aplicação da mesma alíquota, sobre os valores:

(...)

III - dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos:

a) a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado adquiridos no


País para utilização na produção de bens destinados à venda, ou na prestação de serviços;

b) a edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados na atividade da


empresa; e

(...)”

Observa-se que há previsão de creditamento de bens utilizados na produção de


bens destinados à venda ou na prestação de serviço.

Embora a legislação ordinária não tenha definido o alcance do termo 'insumos',


observa-se que os referidos dispositivos legais incluíram dentre as hipóteses de desconto os
créditos calculados em relação aos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês,
restando assegurado ao contribuinte o desconto de créditos sobre os valores dos encargos de
5014371-21.2018.4.04.7107 710007194016 .V13
https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=04875cc1afff781d63e408c5f… 6/12
11/03/2021 :: 710007194016 - eproc - ::

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
3ª Vara Federal de Caxias do Sul
depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos a máquinas, equipamentos e outros
bens incorporados ao ativo imobilizado adquiridos no País para utilização na produção de
bens destinados à venda, ou na prestação de serviços, dos valores devidos a título de PIS e de
COFINS. Trata-se, assim, de norma desonerativa, devendo ser interpretada de forma restritiva,
nos termos do art. 111 do CTN.

Da leitura do art. 3º, § 1º, das Leis 10.637/2002 (PIS) e 10.833/2003 (COFINS),
resta claro que:

“(...)

§ 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o


desta Lei sobre o valor: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.727, de
2008) (Vigência)

(...)

III - dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados nos incisos VI, VII e XI
do caput, incorridos no mês

VI - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou


fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda
ou na prestação de serviços; (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)

VII - edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da


empresa;

XI - bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização na produção de bens


destinados à venda ou na prestação de serviços. (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014)
(Vigência)

À previsão legal acresça-se a decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça,


em julgado submetido ao rito dos recursos repetitivos (REsp nº 1.221.170, Rel.
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, j. em 22-02-2018), segundo a qual "o conceito de
insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer,
considerando-se a imprescindibilidade ou a importância de determinado item – bem ou serviço
– para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte", nos
termos da ementa a seguir transcrita:

TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. NÃO-CUMULATIVIDADE.


CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. DEFINIÇÃO ADMINISTRATIVA PELAS
INSTRUÇÕES NORMATIVAS 247/2002 E 404/2004, DA SRF, QUE TRADUZ PROPÓSITO
RESTRITIVO E DESVIRTUADOR DO SEU ALCANCE LEGAL. DESCABIMENTO.
DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS À LUZ DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE
OU RELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE PARCIALMENTE
CONHECIDO, E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO, SOB O RITO DO ART.
543-C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015).

5014371-21.2018.4.04.7107 710007194016 .V13


https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=04875cc1afff781d63e408c5f… 7/12
11/03/2021 :: 710007194016 - eproc - ::

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
3ª Vara Federal de Caxias do Sul
1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e COFINS, a definição
restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN 247/2002 e na IN 404/2004, ambas da SRF,
efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3o., II, da Lei 10.637/2002 e da Lei
10.833/2003, que contém rol exemplificativo.

2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância,
vale dizer, considerando-se a imprescindibilidade ou a importância de determinado item – bem
ou serviço – para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte.

3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e, nesta extensão,


parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que se
aprecie, em cotejo com o objeto social da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos
relativos a custo e despesas com: água, combustíveis e lubrificantes, materiais e exames
laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individual-EPI.

4. Sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), assentam-se as
seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da
SRF ns. 247/2002 e 404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de não-
cumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e
10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou
relevância, ou seja, considerando-se a imprescindibilidade ou a importância de terminado item -
bem ou serviço - para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo
Contribuinte.

No presente feito, a impetrante, empresa dedicada ao comércio, exportação e


importação de produtos eletrodomésticos, produtos eletrônicos, informática, telefonia e
comunicação, móveis em geral, colchoaria, pneus, câmeras de ar e peças automotivas,
agenciamento, além de prestação de serviços em atividades acessórias e integradas à venda do
seu comércio (fl. 9 do CONTRSOCIAL3, evento 1), requer o reconhecimento do direito a
computar créditos de PIS e COFINS não cumulativos relativamente à:

A) depreciação, incorrida nos últimos cinco anos, de veículos integrados no ativo


imobilizado, utilizados na prestação de serviço de transporte das mercadorias até seus clientes
e/ou nas atividades da Companhia, independentemente da data de sua aquisição, aí
considerando a inconstitucionalidade do art. 31 da Lei nº 10.865/2004;

B) depreciação e amortização, incorridas nos últimos cinco anos, em imóveis


próprios ou de terceiros e em respectivas instalações, utilizados nas atividades da empresa,
independentemente da data da edificação e/ou instalação, dada a inconstitucionalidade do art.
31 da Lei nº 10.865/2004;

C) depreciação/amortização, incorrida nos últimos cinco anos, de móveis,


utensílios, ferramentas, equipamentos de informática (hardware e software), classificados no
ativo imobilizado, integrados em seu centro administrativo, centro de distribuição e lojas, mais
especificamente em relação à depreciação de móveis e utensílios (conta contábil
5.02.19.01.01.01), depreciação de ferramentas (conta contábil 5.02.19.01.01.04), depreciação
de hardware (conta contábil 5.02.19.01.01.06), amortização de software (conta contábil
5.02.19.01.01.10), depreciação IN1515 hardware (conta contábil 5.02.19.01.01.15),
amortização IN1515 de software (conta contábil 5.02.19.01.01.16), depreciação IN1515 móveis
e utensílios (conta contábil 5.02.19.01.01.18), depreciação móveis e utensílios leasing (conta
5014371-21.2018.4.04.7107 710007194016 .V13
https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=04875cc1afff781d63e408c5f… 8/12
11/03/2021 :: 710007194016 - eproc - ::

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
3ª Vara Federal de Caxias do Sul
contábil 5.02.19.01.01.19), depreciação de móveis e utensílios vida útil (conta contábil
5.02.19.02.01.01), depreciação de ferramentas vida útil (conta contábil 5.02.19.02.01.04),
depreciação de hardware vida útil (conta contábil 5.02.19.02.01.06), amortização de software
vida útil (conta contábil 5.02.19.02.01.07), depreciação de móveis e utensílios vida útil art. 169
IN1515 (conta contábil 5.02.19.02.01.10), depreciação de hardware §5º do art. 68 IN1515
(conta contábil 5.02.19.02.01.11), amortização de software §5º do art. 68 IN1515 (conta
contábil 5.02.19.02.01.12), depreciação de hardware vida útil art. 169 IN1515 (conta contábil
5.02.19.02.01.15), amortização de software vida útil art. 169 IN1515 (conta contábil
5.02.19.02.01.16), independentemente da data de sua aquisição, aí considerando a
inconstitucionalidade do art. 31 da Lei nº 10.865/2004;”

Pretende ainda ver assegurado o direito à compensação.

Verifica-se que o objeto social da parte autora não envolve fabricação, produção
de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. A empresa impetrante atua no
comércio varejista, sendo que o fato de disponibilizar o serviço de entrega da mercadoria (frete)
não configura, por si só, atividade fim e imprescindível ao funcionamento da empresa, sendo,
portanto, atividade acessória e, muitas vezes, cobrada do próprio cliente ou incluído no preço da
mercadoria comercializada.

Desta forma, não é caso de acolhimento do pedido em relação à depreciação de


veículos integrados no ativo imobilizado utilizados na prestação de serviço de transporte das
mercadorias, seja pela ausência de previsão legal neste sentido, seja pelo fato de que sua
atividade essencial - comércio - permanece possível sem a utilização de veículos.

De igual modo, não há como acolher a pretensão relativa ao cômputo de créditos


decorrentes da depreciação dos itens elencados na alínea C, acima transcrita. Com efeito, não se
vislumbra, prima facie, que a extensa lista então elencada seja composta de elementos de
fato essenciais e relevantes na atuação da empresa, na linha do que restou decidido pelo
Superior Tribunal de Justiça no anteriormente citado recurso repetitivo.

Por essa razão, não merecem acolhida os pedidos relativos ao reconhecimento do


direito a computar créditos de PIS e COFINS não cumulativos relativamente aos itens “A” e
“C”, supratranscritos.

A parte impetrante faz jus apenas ao direito de computar créditos de PIS e


COFINS não cumulativos relativamente aos encargos de depreciação e amortização das
edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da
empresa, incorridos no mês, durante os últimos cinco anos a contar da data da propositura da
ação (18-07-2018) – item “B” do requerimento.

Ademais, deve ser afastada a restrição temporal imposta no artigo 31, "caput", da
Lei 10.865/2003, que foi declarado inconstitucional pelo Órgão Especial do TRF 4ª Região, no
julgamento da Arguição de Inconstitucionalidade na AMS Nº 2005.70.00.000594-0/PR (Relator
Desembargador Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, j. em 14-07-2008), nos termos da
ementa a seguir transcrita:

5014371-21.2018.4.04.7107 710007194016 .V13


https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=04875cc1afff781d63e408c5f… 9/12
11/03/2021 :: 710007194016 - eproc - ::

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
3ª Vara Federal de Caxias do Sul
TRIBUTÁRIO. INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. SISTEMÁTICA
NÃO CUMULATIVA DO PIS E DA COFINS. CREDITAMENTO REFERENTE À
DEPRECIAÇÃO DE BENS INCORPORADOS AO ATIVO IMOBILIZADO. ART. 31, CAPUT, DA
LEI 10.865/2004. LIMITAÇÃO TEMPORAL. OFENSA AO DIREITO ADQUIRIDO E À
IRRETROATIVIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA.
INCONSTITUCIONALIDADE.

1- A não-cumulatividade do PIS/COFINS depende, para sua efetivação, de um conjunto de


deduções, previstas em lei, que digam respeito a determinadas operações realizadas pela
empresa, que possam representar a incidência de contribuições em etapas anteriores da cadeia
produtiva.

2- As deduções elencadas no art. 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 não figuram na ordem
tributária como benesse fiscal, mas como pressupostos da não-cumulatividade, uma
contrapartida ao aumento das alíquotas de PIS e COFINS. Outra não pode ser a interpretação,
pois, pretendendo a lei criar um sistema não-cumulativo, deve estabelecer as hipóteses em que o
contribuinte terá direito a créditos compensáveis, como uma decorrência da regra da não-
cumulatividade.

3- A ocorrência de qualquer das hipóteses mencionadas no caput do art. 3º das Leis 10.637/2002
e 10.833/2003 é por si suficiente para fazer surgir o direito de crédito em favor do contribuinte,
que se incorpora ao patrimônio da empresa.

4- O art. 31, caput, da Lei 10.865/2004 limitou temporalmente o aproveitamento dos créditos
decorrentes das aquisições de bens para o ativo imobilizado realizadas até 30 de abril de 2004.

5- No entanto, os créditos decorrentes da aquisição de bens para o ativo imobilizado se tornaram


parte do patrimônio da empresa antes da edição da Lei 10.865/2004. Assim, as disposições do
art. 31, caput, da referida lei, acabaram por atingir fatos pretéritos, ofendendo o direito
adquirido e a regra da irretroatividade da lei tributária.

6- A vedação do aproveitamento de créditos, instituída por lei no curso da sistemática da não-


cumulatividade, quando inúmeros contribuintes já haviam realizado investimentos em
maquinário, equipamentos, entre outros, ofende o Princípio da Segurança Jurídica e a regra da
não-surpresa, implícitos na Carta de 1988.

7- Declarada a inconstitucionalidade do art. 31, caput, da Lei 10.865/2004.

Nessa mesma linha:

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.


CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. RECURSO ESPECIAL
PROVIDO. PIS E COFINS. ENCARGOS POR DEPRECIAÇÃO DE BENS. AQUISIÇÃO
ANTERIOR À VIGÊNCIA DAS LEIS NS.10.637/02 E 10.833/03. CREDITAMENTO.
POSSIBILIDADE. RECONHECIMENTO DE REPERCUSSÃO GERAL NO STF.
SOBRESTAMENTO. NÃO CABIMENTO. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA
DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA. APLICAÇÃO DE MULTA. ART. 1.021, § 4º, DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. DESCABIMENTO.
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em 09.03.2016, o regime
recursal será determinado pela data da publicação do provimento jurisdicional impugnado. In
casu, aplica-se o Código de Processo Civil de 2015.

5014371-21.2018.4.04.7107 710007194016 .V13


https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=04875cc1afff781d63e408c5… 10/12
11/03/2021 :: 710007194016 - eproc - ::

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
3ª Vara Federal de Caxias do Sul
II - O aspecto temporal da hipótese de incidência dos créditos escriturais do PIS e da COFINS,
previstos, respectivamente, nos arts. 3º, VI, da Leis n.s 10.637/02 e 10.833/03, ocorre no
momento em que são apurados os encargos de depreciação e amortização, sendo irrelevante a
data de aquisição dos bens. Precedentes.
III - O reconhecimento de repercussão geral não enseja o sobrestamento dos recursos que
tramitam no STJ, salvo se determinação expressa da Suprema Corte, o que não é o caso dos
autos. Precedentes. IV - A Agravante não apresenta argumentos suficientes para desconstituir a
decisão recorrida. V - Em regra, descabe a imposição da multa, prevista no art. 1.021, § 4º, do
Código de Processo Civil de 2015, em razão do mero desprovimento do Agravo Interno em
votação unânime, sendo necessária a configuração da manifesta inadmissibilidade ou
improcedência do recurso a autorizar sua aplicação, o que não ocorreu no caso. VI - Agravo
Interno improvido. (AgInt no REsp 1203314/RS, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 19-09-2017, DJe 27-09-2017)

Desse modo, e considerando o teor do art. 3º das Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03,
bem como o objetivo social da empresa impetrante, é caso de concessão parcial da segurança,
restando reconhecido o seu direito a computar créditos de PIS e COFINS não cumulativos
relativamente aos encargos de depreciação e amortização das edificações e benfeitorias em
imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa, incorridos no mês,
durante os últimos cinco anos, a contar da data da propositura da ação (18-07-2018) – item “B”
do requerimento, restando ainda afastada a restrição temporal imposta no artigo 31, "caput", da
Lei 10.865/2003.

Resta ainda reconhecido o direito à compensação, mediante creditamento em sua


escrita fiscal dos créditos assim apurados para dedução das próprias contribuições e, havendo
saldo, para compensação com débitos da própria impetrante, relativos a quaisquer tributos e
contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil, conforme possibilita o art. 74 da
Lei nº 9.430/96, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 10.637/02. Para tanto, a impetrante
deverá aguardar o trânsito em julgado da presente decisão (art. 170-A do CTN) e entregar
declaração específica para esse fim ("Declaração de Compensação"), ficando ainda sujeita à
fiscalização do procedimento pela autoridade fazendária.

Os valores a serem compensados deverão ser corrigidos monetariamente por meio


da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, a qual engloba
juros e correção monetária.

ANTE O EXPOSTO, concedo parcialmente a segurança pleiteada a fim de


reconhecer o direito da impetrante a computar créditos de PIS e COFINS não cumulativos
relativamente aos encargos de depreciação e amortização das edificações e benfeitorias em
imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa, incorridos no mês,
durante os últimos cinco anos a contar da data da propositura da ação (18-07-2018), restando
ainda afastada a restrição temporal imposta no artigo 31, "caput", da Lei 10.865/2003,bem
como o direito à compensação dos respectivos valores, após o trânsito em julgado, nos termos
da fundamentação.

Custas legais.

Sem honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009).

5014371-21.2018.4.04.7107 710007194016 .V13


https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=04875cc1afff781d63e408c5… 11/12
11/03/2021 :: 710007194016 - eproc - ::

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
3ª Vara Federal de Caxias do Sul
Espécie sujeita a reexame necessário (art. 14, § 1º, da Lei nº 12.016/2009).

Publique-se, registre-se e intimem-se, inclusive o MPF.

Na hipótese de interposição de recurso de apelação, intime-se a parte contrária


para contrarrazoar, querendo, no prazo legal.

Vindas, ou decorrido o prazo, remetam-se os autos ao TRF 4ª Região.

Documento eletrônico assinado por ADRIANE BATTISTI, Juíza Federal, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419,
de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do
documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o
preenchimento do código verificador 710007194016v13 e do código CRC 801d93df.

Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): ADRIANE BATTISTI
Data e Hora: 6/12/2018, às 15:57:17

5014371-21.2018.4.04.7107 710007194016 .V13

https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=04875cc1afff781d63e408c5… 12/12

Você também pode gostar