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PESQUISA 03 – Jordana da Costa Freitas

Arquitetura Religiosa no Brasil – Período Colonial


Obra: Igreja do Convento de São Francisco de Salvador da Bahia

Localização: Largo do Cruzeiro de São Francisco, S/N - Pelourinho, Salvador - BA, 40020-280

Fachada principal durante diferentes períodos:

A Igreja do Convento de São Francisco foi construída no século XVIII. As obras se iniciaram em 1708, com o edifício
terminado em 1723, mas ainda levou certo tempo para finalizarem as obras internas, referentes à decoração. O
convento foi finalizado em 1752 mas todo o complexo só foi concluído em 1782, depois da colocação dos azulejos e
do arremate da portaria.

A Igreja faz parte da ordem religiosa franciscana, sendo um exemplar da arquitetura barroca presente no Brasil
colonial, de quando Salvador era a capital do país. Mesmo que tenha sido construída no século XVIII, suas
características remetem às do século anterior, principalmente em relação à proporção da fachada.

Com influência maneirista, construída com um arenito local e pedra calcária, a fachada da igreja é formada por duas
torres laterais com pináculos piramidais. As torres são relativamente simples, sendo o volume central mais decorado,
principalmente da parte do frontão, onde há uma série de volutas entrelaçadas, além da imagem de São Francisco
esculpido em mármore branco originalmente colocado abaixo do brasão da ordem franciscana. A fachada surge como
destaque na paisagem, vista de uma praça longa e estreita, que possui um adro no centro com uma cruz monumental,
elemento comum às igrejas franciscanas. A Igreja possui cinco entradas, sendo as três centrais dispostas na parte da
nave.

Cruzeiro e fachada da Igreja de São Francisco em diferentes épocas do tempo.

Diferente do exterior relativamente simples, o interior da Igreja chama atenção por sua exuberante decoração interna
toda dourada. Todas as superfícies do interior são revestidas de entalhes, em madeira moldados em ouro em pé, com
florões, frisos, arcos, volutas, figuras de anjos e pássaros, além dos painéis de azulejos portugueses. O teto possui
pinturas de Frei Jerônimo da Graça feitas entre 1733 e 1737.

Interior da Igreja de São Francisco com entalhes dourados e azulejos portugueses.


A nave central da Igreja, que conforme entrando vai se tornando mais decorada, está direcionada para o altar-mor,
inserido na capela-mor, separados pelo arco do cruzeiro. Há oito capelas secundárias, estando duas delas nos braços
do transepto. A planta da Igreja é incomum em relação às edificações franciscanas encontradas no Nordeste brasileiro,
pois em vez de uma nave, ela possui três naves, sendo uma nave central e duas naves laterais dispostas em tramos
abobadados em arestas. Entretanto, as naves laterais são baixas, estreitas e cobertas por uma galeria, funcionando
mais como um deambulatório entre as capelas secundárias.

Planta baixa do Complexo

Legenda:

Nave central

Capela-mor

Altar-mor

Via Sacra

Capelas

Torres

Naves Laterais

Em relação às características coloniais da Igreja presentes em


sua fachada, destacam-se as formas geométricas dispostas por
toda a fachada, a presença de arcos e volutas. O que a
diferencia de um exemplar clássico da arquitetura religiosa do
brasil colonial, da ordem franciscana, é que a mesma possui
duas torres, quando o usual era uma, e além disso as torres
encontram-se no mesmo nível da fachada e não recuadas
como habitual.

Formas geométricas

Arcos

Volutas
Arquitetura oficial e militar no Brasil – Período colonial

Obra: Forte de Santa Cruz de Itamaracá – Forte Orange

Localização: Acesso ao Forte Orange, s/nº, Ac. ao Forte Orange, Ilha de Itamaracá – PE

Foi construído em 1631, segundo projeto do engenheiro Pieter Van Bueren, inicialmente em taipa de pilão. No século
XVIII foi revestido em pedra e cal por engenheiros portugueses, conservando assim seu traçado original holandês com
quatro baluartes.

“Sabe-se que a fortificação existente na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, teria ostentado de início a bandeira dos
holandeses; após a Restauração, a bandeira portuguesa; e por fim, a bandeira imperial do Brasil. Ao longo deste tempo
diferiram os inimigos, alteraram-se o potencial das armas e os conceitos da engenharia militar.” ALBUQUERQUE,
Marcos.
O Forte tem formato quadrangular regular com todos os ângulos agudos em forma de vértice, e uma entrada em curva
em um corredor que está ladeado por duas ordens de seteiras. Nas pontas de seu formato quadrangular, encontram-
se quatro baluartes. Além disso, ele está cercado por uma estacada em alvenaria de pedra bruta. Os canhões presentes
no forte variam de materialidade, sendo uns de bronze e uns de ferro.

No pátio interno do Forte há um poço profundo para o abastecimento de água potável, característica da arquitetura
militar do período colonial. Além dessa, outras características do período colonial presentes nessa edificação são os
alojamentos, capela, os baluartes já citados, guaritas de cantaria, aberturas para canhões e paióis abrigando a muralha.

Formato retangular regular

Baluartes

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