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FACULDADE EVANGÉLICA DE GOIANÉSIA


CURSO DE DIREITO

PROJETO DE PESQUISA

RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA

Edna Maria da Silva Castro

Goianésia
2

2011

FACULDADE EVANGÉLICA DE GOIANÉSIA


CURSO DE DIREITO

Edna Maria da Silva Castro

PROJETO DE PESQUISA

RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA

Pré-projeto apresentado ao Curso de Direito


como requisito parcial ao desenvolvimento
do Trabalho de Conclusão do Curso.

Orientador:
Prof. Edson Tadashi Sumida
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Goianésia
2011

SUMÁRIO

1. TEMA ......................................................................................... 04

2. DELIMITAÇÃO DO TEMA .....................................................05

3. PROBLEMA ..............................................................................06

4. HIPÓTESE ..................................................................................06

5. OBJETIVOS ................................................................................06

6. JUSTIFICATIVA ........................................................................07

7. BIBLIOGRAFIA .........................................................................08
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1. TEMA

Responsabilidade da Pessoa Jurídica

A responsabilidade da pessoa jurídica foi prevista constitucionalmente, de modo


amplo, no capítulo “Dos princípios gerais da atividade econômica”, no artigo 173, § 5º,
que diz: “A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa
jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a as punições compatíveis
com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a
economia popular.” O legislador constituinte deu nova ênfase, dispondo sobre a
aplicação de sanções penais e administrativas às pessoas jurídicas que praticassem
condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente, conforme art. 225, § 3º.
Logo, pode se a firmar que, a pessoa jurídica pode ser responsabilizada tanto no âmbito
civil, administrativo e penal.
O Código Civil previu, explicitamente, nos artigos 186, 187 e 927, a
obrigatoriedade da reparação dos danos porventura causados por aquele que, por ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar prejuízo a
outrem. Ainda, o parágrafo único do artigo 927 estabeleceu a obrigatoriedade de
ressarcimento independente de culpa, nos casos previstos em lei, quando observados o
nexo de causalidade entre o fato ocorrido e a lesão sofrida, o que se denominou de
“responsabilidade objetiva”. Essa responsabilidade funda-se na teoria do risco
decorrente do exercício de atividade lícita, mas com potencial para causar dano. Visa a
responsabilidade civil pela indenização, a recomposição do bem lesado, atribuindo-se a
reparação civil tanto à pessoa física como à jurídica.
No âmbito administrativo, trata-se da responsabilidade da pessoa jurídica frente
ao poder público, “fruto da supremacia do interesse público sobre o privado,
destacando-se nesse ponto a necessidade de o transgressor ser responsabilizado pelo
custo social do Estado na proteção do meio ambiente” (RODRIGUES, 2002, p. 187).
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Resulta da atuação do Estado, com o seu poder de polícia para reger, controlar e
coordenar as atividades de todos os entes jurídicos.
Já no âmbito penal, ao contrário das esferas civil e administrativa, a
responsabilização penal da Pessoa Jurídica ainda é muito debatida, observando-se a
corrente dos que não admitem a responsabilização penal das pessoas jurídicas, dos que
propõem a aplicação de medidas especiais e os que consideram necessária a
responsabilização penal.

2. DELIMITAÇÃO DO TEMA

Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica

O presente trabalho discorrer-se-á sobre a Responsabilidade Jurídica no âmbito


penal, pois a aceitação da possibilidade de responsabilizar penalmente a pessoa natural
não impõe qualquer dificuldade, desde que observados os requisitos legais impostos
pelo ordenamento jurídico. Sabe-se que o crime é fato típico, antijurídico e culpável. Tal
conceito comporta perfeitamente a possibilidade de ser o delito praticado por um ser
humano à medida que este é dotado de vontade, consciência, capacidade de agir, etc.
Nesse sentido, a partir da prática de um crime, verificada a culpabilidade da pessoa
natural, composta pela imputabilidade potencial consciência da ilicitude e exigibilidade
de conduta diversa, poderá ela ser responsabilizada penalmente. A dificuldade existe
quando o que se visa é responsabilizar criminalmente as pessoas jurídicas.
A possibilidade de a pessoa jurídica ser sujeito passivo no campo penal tem
suscitado, ao longo de todo o século XX e início do século XXI, inúmeros e acalorados
debates. Basicamente, duas correntes antagônicas, e uma terceira via em formação,
debatem a responsabilidade penal das pessoas jurídicas.
Nos países filiados ao sistema romano-germânico, vige o princípio “societas
delinquere non potest” (a sociedade não pode delinquir), segundo o qual, é inadmissível
a punibilidade penal dos entes coletivos, aplicando-se lhes somente a punibilidade
administrativa ou civil.
De outro lado, nos países anglo-saxões e naqueles que receberam suas
influências, vige o princípio da “common law” (direito comum), que admite a
responsabilidade penal da pessoa jurídica. Essa orientação vem ganhando espaço
naqueles países de inspiração romano-germânica, a exemplo da Holanda e, mais
recentemente, a França, a partir da reforma de seu Código Penal de 1992 e a Dinamarca
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com a reforma de 1996. Em alguns países europeus, portanto, a responsabilidade penal


da pessoa jurídica está prevista em suas respectivas legislações. Destarte, essa tendência
vem do fato de que a sociedade atual, denominada moderna ou contemporânea, está
experimentando novas formas de criminalidade, cujos efeitos na maioria das vezes são
devastadores e irreparáveis.
Uma terceira posição, hoje dominante na Alemanha adota posicionamento
intermediário. Às pessoas jurídicas podem ser impostas sanções pela via do chamado
direito penal administrativo ou contravenção à ordem.

3. PROBLEMA

As questões que se propõe enfrentar no presente estudo, através, dos pensamentos


de doutrinadores favoráveis e desfavoráveis ao assunto, legislação brasileira e
comparada, julgados e artigos diversos, são:
Pessoas Jurídicas possuem vontade própria?
A responsabilidade civil ou administrativa desses entes coletivos, sem a imputação
da responsabilização penal, é o suficiente para regular e controlar as suas ações?
A imputação de um fato delituoso somente aos indivíduos tem respondido
satisfatoriamente à sociedade, principalmente quando algumas espécies de
criminalidade têm-se desenvolvido a partir desses entes coletivos?
O que se tem hoje enquanto norma reguladora da Pessoa Jurídica, corresponde a
necessidade atual, no que diz respeito ao combate a criminalidade desses entes
coletivos?

4. HIPÓTESE(S)

Não há dúvidas que o interesse econômico é o denominador comum das ações de


todos os membros da empresa, sendo a sua mola mestra, ressaltando, ainda, que a
empresa apresenta um interesse próprio, institucional, independente do interesse
individual de seus integrantes. Desta feita, a ação institucional decorre da conjugação de
atos das pessoas físicas, devendo ser analisada de forma diferenciada, como um todo.
Reformulação dos conceitos, a criação de novos modelos de combate ao crime, de tal
forma a atingir eficazmente tanto os delitos humanos como os corporativos, aliada à
tentativa de se reduzir, no seio da população, o sentimento disseminado de impunidade.
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Criação de lei específica orientando-se pelo perigo, em vez do dano, pois quando tais
danos surgem, geralmente é tarde demais para qualquer medida estatal, no que diz
respeito ao “statu quo ante” (no estado em que se encontrava anteriormente).

5. OBJETIVOS

Geral:

Analisar a Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica.

Específicos:

Refletir sobre a Pessoa Jurídica no âmbito civil, administrativo e penal;

Analisar e refletir quanto aos entendimentos e teorias existentes à


Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica;

Demonstrar a necessidade da responsabilização penal da pessoa jurídica.

6. JUSTIFICATIVA:

É interessante tal estudo, pois, ao observar o relevante papel exercido pela


Pessoa Jurídica na organização social, somada à realidade atual dos crimes
econômicos e ambientais, com a participação cada vez maior desses entes coletivos
para a sua efetivação, tem suscitado a discussão sobre a amplitude da
responsabilidade da Pessoa Jurídica. Da mesma forma que, em certas situações, a
pessoa jurídica tem servido de ponte para a prática de certos ilícitos, ou mesmo para
a sua conclusão, como por exemplo a lavagem de dinheiro.

Destarte, é um assunto atual e extremamente relevante, pela importância social,


jurídica e política, vale aqui ressaltar que a atual utilização de aparatos e tecnologias
avançadas, com facilidades de movimentação e transações financeiras por questões
de segundos de um canto ao outro do mundo, assim, dificultando ou
impossibilitando o seu rastreamento, traz atona a realidade de que este é um assunto
que merece atenção especial e estudos mais mununciosos.
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BIBLIOGRAFIA

BITENCOURT, Cezar Roberto. Reflexões sobre a responsabilidade penal da pessoa


jurídica. In: GOMES, Luiz Flávio (Coord.). Responsabilidade penal da pessoa jurídica e
medidas provisórias e Direito Penal. São Paulo: R. dos Tribunais, 1999. p. 64 e 71.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
atualizada até a Emenda Constitucional no 66, de 2010.
Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências.
DALCIN, Eduardo Roth, A responsabilidade penal da pessoa jurídica e o
descumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho, in Cadernos de
Ciências Criminais, n. 08, São Paulo : Revista dos Tribunais.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Instituições de Direito Ambiental. São Paulo: Max
Limonad, 2002.
SHECAIRA, Sérgio Salomão, Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica (De acordo
com a Lei 9.605/98), 1ª ed., São Paulo : Revista dos Tribunais, 1998.

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