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Políticas de saúde

Ano letivo 2013/2014

Apresentação da Unidade Curricular

Professora Doutora Vitória Mourão


Professor Convidado Jorge Lopes da Costa
• APRECIAR A NATUREZA DOS ELEMENTOS CRÍTICOS
QUE INFORMAM A FORMULAÇÃO E
IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE;
• PERCEPCIONAR DE QUE FORMA O SERVIÇO SOCIAL
CONTRIBUI PARA A PROMOÇÃO, DEFESA E PARA A
QUALIDADE EM SAÚDE;
OBJECTIVOS
• COMPREENDER OS PRINCIPAIS DETERMINANTES DA
EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE SAÚDE;
• DESENVOLVER A CAPACIDADE DE SE SITUAR NO
SISTEMA DE SAÚDE DO PAÍS E DE IDENTIFICAR E
TIRAR PARTIDO DAS OPORTUNIDADES PARA O
INFLUENCIAR;
• METODOLOGIA INDUTIVA E REFLEXIVA SOBRE TEMAS QUE
SÃO PARTE DO PROGRAMA NA QUAL OS ALUNOS SÃO
INCENTIVADOS A INTERVIR E A PERCEBER A
COMPLEXIDADE DAS DECISÕES EM SAÚDE, DE ACORDO
COM OS VALORES QUE EXPRIMEM NAS SUAS
INTERROGAÇÕES;
METODOLOGIAS
• AULAS PRÁTICAS DE ACOMPANHAMENTO E DE
ENSINO ARTICULAÇÃO COM A MATÉRIA DADA NAS AULAS
TEÓRICAS;

• INCENTIVO À CAPACIDADE DOS ALUNOS PENSAREM EM


NOVAS MEDIDAS DE INTERVENÇÃO SOCIAL E DE SAÚDE
QUE SÃO TAMBÉM FORMAS DE INTERVENÇÃO DE
CIDADANIA POLÍTICA;
• AVALIAÇÃO CONTÍNUA
AVALIAÇÃO
• AVALIAÇÃO FINAL
• I . SAÚDE, DOENÇA E SOCIEDADE (CONCEITOS,
EVOLUÇÃO E MODELOS EM SAÚDE)

• A saúde e a doença

• Uma abordagem aos modelos em Saúde


CONTEÚDOS
• A prevalência das doenças crónicas e a mudança
PROGRAMÁTICOS
de paradigma para a gestão da doença

• O envelhecimento da população e os novos


desafios na produção de cuidados
• II . DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE (ANÁLISE,
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO)

• Identificação e caracterização

• Epidemiologia Social e iniquidades em Saúde


CONTEÚDOS
• Indicadores demográficos/morbilidade
PROGRAMÁTICOS

• III PROMOÇÃO DA SAÚDE PARA TODOS ( O PAPEL DAS


POLÍTICAS E DO SISTEMA DE SAÚDE)
• IV . EVOLUÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE PORTUGUÊS
• Políticas e governação em saúde no quadro da UE

• Fases de evolução do Sistema de Saúde

• Agendas políticas e valores latentes


CONTEÚDOS
• Governação em saúde
PROGRAMÁTICOS

• V. ESTRATÉGIAS EM SAÚDE
• Plano Nacional de Saúde

• Áreas e níveis prioritários de actuação


• VI . SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE E SUAS

CAPILARIDADES
• Cuidados de saúde primários

• Cuidados hospitalares
CONTEÚDOS • Cuidados Continuados
PROGRAMÁTICOS
• Saúde pública

• Política do medicamento
• VII. POLÍTICAS DE SAÚDE E DE SERVIÇO SOCIAL
• O percurso do Serviço Social na saúde

• Contributo do Serviço Social para a qualidade e


para a humanização dos serviços de saúde.

CONTEÚDOS • VIII. A INTERVENÇÃO SOCIAL NOS NÍVEIS DE


PROGRAMÁTICOS CUIDADOS (DO HOSPITAL AOS CUIDADOS DE

PROXIMIDADE)

• A Gestão de altas nos hospitais

• A afectação de assistentes sociais nos Cuidados


de Saúde Primários e Cuidados Continuados
• IX. SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE

CONTEÚDOS • A INTERVENÇÃO NA VULNERABILIDADE E NA

PROGRAMÁTICOS EXTREMA VULNERABILIDADE


PERFIL DE SAÍDA

1.ANALISAR A EVOLUÇÃO E AS MUDANÇAS NA ÁREA DA POLÍTICA DE


SAÚDE;

2.RECONHECER METODOLOGIAS QUE LHE PERMITAM ANALISAR E


DESCREVER A REALIDADE SOCIAL ASSOCIADA À SAÚDE;

3. ENQUADRAR O SERVIÇO SOCIAL E SUAS ATRIBUIÇÕES NOS

SISTEMAS E NA POLÍTICAS DE SAÚDE.


• LIVROS
• BARROS, P.P., GOUVEIA, M e LUCENA, D., (1995) “Análise
Económica do sistema de saúde em Portugal”, Lisboa:
Ministério da Saúde
• CABRAL, M. V (Coord) (2002) “Saúde e Doença em Portugal”,
Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais
• CABRAL, M. V., e Silva, P.A., (2009), “O Estado de saúde em
Portugal: acesso, avaliação e atitudes da população
portuguesa em relação ao sistema de saúde”: evolução entre
Bibliografia 2001 e 2008 e comparações regionais, Lisboa, ICS
• CARAPINHEIRO, G. e HESPANHA, M. J., (2000) “Processos de
Mudança no sistema de saúde português – representações,
práticas e formas de interdependência dos cuidados de
saúde” Práticas e processos de mudança social – Actas do III
Congresso Português de Sociologia, Oeiras: Celta
• CARVALHO, M. I., (Coord) (2012) “Serviço Social na Saúde”,
Lisboa, Pactor Edições
• FERNANDES, A.C. et al. (2011), “Três Olhares sobre o futuro
da saúde em Portugal”, Cascais, Principia
• LIVROS
• FERREIRA, F. A.G (1990) “História da saúde e dos serviços de
saúde em Portugal, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian
• DOWNIE , R. S., et al (1996)”Health Promotion: Models and
Values” (Oxford Medical Publications), Oxford University Press
• RODRIGUES, M. J., A e GODINHO,M.M., (2003) Para uma
política de inovação em Portugal, Lisboa: Dom Quixote
• SAKELLARIDES, C (2004) “O sistema de saúde e a sua
Bibliografia evolução: da protecção social à governação da saúde”., Lisboa:
ENSP
• SAKELLARIDES, C (2005) “De Alma a Harry: Crónica da
democratização da saúde”, Coimbra: Almedina
• SAKELLARIDES, C (2010), “Novo Contrato Social da Saúde”,
Incluir as Pessoas, Diário de Bordo, Lisboa
• SILVA, L., F., (Org) (2002) “Promoção da Saúde”. Universidade
Aberta
• TAYLOR, S e FIELD, D., (2007) “Sociology of Health &
Healthcare”, Blackwell Publishing
•ARTIGOS CIENTÍFICOS
•BISCAIA, A (2006) “A reforma dos cuidados de saúde primários e a
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•CARVALHO, M. I. (2009) Modelos de política de cuidados na velhice
em Portugal e em alguns países europeus, Revista Kairós Gerontologia,
São Paulo, 12: 119-33
•EUROSTAT (2000), Key data on Health 2000, Luxembourg, European
Commission
•EUROSTAT (2007), Living Conditions in Europe, Statistical Pocket
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•HEALTH AND LONG TERM CARE IN THE EUROPEAN UNION (2007)
Special Euro barometer 283. Directorate-General for Employment
Social affairs and Equal opportunities. European Commission
•HUBER, M., MAUCHER, M., SAK,B. (2006) Study on Social and Health
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Report, Directorate-General for Employment Social affairs and Equal
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•INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA (2001), Projecções de
População residente segundo sexo e grandes grupos etários, Portugal e
NUTS III, Cenário Base, NUTS 2001, 2000-2050,
•ARTIGOS CIENTÍFICOS
•JOINT REPORT on Social Protection and Social Inclusion (2008), Social
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•JOINT REPORT on Social Protection and Social Inclusion (2009) Council,
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•LOPES DA COSTA,J., (2009) Contributo do Serviço Social para a qualidade e
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•MARTINELLI, M.L., (2003) Serviço Social na área da saúde: Uma relação
histórica, Revista Intervenção Social, 28, 2003,9-18
•NOGUEIRA, J. A (2009) Cuidados Continuados, Desafios, Unidade Missão
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•OCDE (2005) – Chapter 5: paying for long-term care: current reforms and
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•OCDE (2010) Health system priorities when money is tight, OECD health
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•OPSS (2011) Relatório da Primavera de 2011: Da Depressão da Crise para a
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•SAKELLARIDES, C. (2008) “A Lisbon Agenda on Health innovation in: the
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•DOCUMENTOS ELECTRÓNICOS
•ALBUQUERQUE, C e OLIVEIRA, C. (2002) Saúde e Doença: Significações e
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•CDSS (2010) Redução das desigualdades no periodo de uma geração.
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•DOCUMENTOS ELECTRÓNICOS
•COMISSION ON SOCIAL DETERMINANTS OF HEALTH (2010)- Final report
Closing the gap in a generation: Health equity through action on the social
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•http://www.who.int/social_determinants/thecommission/finalreport/en/index
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•Videohttp://ec.europa.eu/avservices/video/player.cfm?sitelang=en&ref=I0663
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•A-EmdnSnNzr1WbyPv&sig=AHIEtbR91WGs0A1lC5hoa1REOqVVelthow
Bibliografia •GUADALUPE, S. (2003) Políticas e sistemas de saúde – Textos Académicos I,
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Guadalupe _2002_. Pol\355ticas e Sistemas de Sa\372de- Textos
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•OECD (2010) Health at a Glance: Europe 2010. OECD Publishing.
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•OECD (2012), Health at a Glance: Europe 2012, OECD Publishing.
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•OPSS (2007), Relatório da Primavera 2007. Luzes e Sombras. A governação da
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•DOCUMENTOS ELECTRÓNICOS
• OPSS (2008), Relatório da Primavera 2008, Sistema de Saúde Português:
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Português dos sistemas de Saúde. Disponível em:
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•OPSS (2009), Relatório da Primavera 2009, 10 anos OPSS, 30 anos SNS. Razões
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Português dos sistemas de Saúde. Disponível em:
http://www.observaport.org/sites/observaport.org/files/RelatorioPrimavera20
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•OPSS (2010), Relatório da Primavera 2010, Desafios em tempos de Crise,
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de Saúde. Disponível em:
http://www.observaport.org/sites/observaport.org/files/RelatorioPrimavera20
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•OPSS (2011), Relatório da Primavera 2011, Da depressão à crise: para a
governação prospectiva da Saúde, Lisboa: Observatório Português dos sistemas
de Saúde. Disponível em:
http://www.observaport.org/sites/observaport.org/files/RelatorioPrimavera20
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•OPSS (2012), Relatório da Primavera 2012, Crise e Saúde , um país em
sofrimentosDisponívelem:
http://www.observaport.org/sites/observaport.org/files/RelatorioPrimavera20
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•DOCUMENTOS ELECTRÓNICOS
• PLANO NACIONAL DE SAÚDE 2011-2016, Cuidados Continuados Integrados
em Portugal, Analisando o presente, perspectivando o futuro, Entidade
Reguladora da Saúde. Évora: Disponível em:
http://www.observaport.org/sites/observaport.org/files/CSC1_8.pdf
• SARAIVA, P. (2012). Sociologia da Saúde e Literacia Digital: Nova
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• <Disponível em: http://eprints.rclis.org/17854/
• SAKELLARIDES, C., REIS, V. et al (2005) O Futuro do Sistema de Saúde
Português. Saúde 2015”, Lisboa: escola Nacional de Saúde Pública <disponível
em: http://www.qren.pt/download.php%3Fid%3D76>
Bibliografia
• SILVA, M. V., (2012) Políticas públicas de saúde: tendências recentes.
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• UNIDADE MISSÂO PARA OS CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS (2011)
Relatório de monitorização do desenvolvimento e da actividade da Rede
Nacional de Cuidados Continuados Integrados, (RNCCI), Março
• WHO (2010c) World Health Statistics 2010, Génova: WHO. Disponível
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• WHO Determinantes Sociais da Saúde Disponíveis em: http://dds-
dispositivoglobal.ops.org.ar/curso/
http://www.who.int/social_determinants/publications/en/
Políticas de saúde
Ano letivo 2013/2014

Saúde, doença e sociedade


(Conceitos, Evolução e modelos de saúde)

Professora Doutora Vitória Mourão


Professor Convidado Jorge Lopes da Costa
• Saúde e Doença ligadas ao Sobrenatural;

• Doença é algo que afecta a saúde da


Sociedades alma;
Tradicionais
Pré-Modernas • Tratamento está na competência dos
mais sábios (feiticeiros, padres);

• A doença é a paga dos pecadores;


Saúde e Doença: Evolução

Século XVIII
Individualização da
As Epidemias Experiência da
sugeriam fenómenos doença
colectivos que Revolução Industrial
assolavam famílias alavanca melhorias
na habitação, higiene
pública
Inexistência de uma
Corpo e alma não imagem estruturada Transição
são um todo de doença demográfica
A saúde afecta a
alma e não o corpo
• Doença não representa uma unidade em
si, faz parte de outros fenómenos
colectivos como a guerra, a fome e
acidentes;
Tempo das
Epidemias • Várias epidemias com elevada taxa de
mortalidade (cólera, sífilis, varíola, peste,
tuberculose, entre outras);

• Medicina sem poder


• A partir do Séc. XVIII a melhoria das
condições de vida (habitação, higiene
pública) fazem da morte um
Doente e seu papel acontecimento menos comum;
social • As doenças infecciosas e parasitárias
gradualmente desaparecem sendo
substituídas por novas doenças que
(a individualização da provocam mortes em idades mais
experiência da doença avançadas;
torna-se visível)
• Assiste-se a uma transição demográfica
(aumento de esperança média de vida e
diminuição da mortalidade infantil)
• A partir do século XIX a taxa de
mortalidade reduz drasticamente e deixa
de existir uma ideia enraizada de
propagação da doença;
• A Doença ganha um novo sentido com a
Doente = papel relação com o trabalho (movimento
social operário origina leis de assistência nas
doenças associadas ao trabalho) –
direitos a cuidados médicos e à
( entendimento da doença interrupção do trabalho;
como fenómeno colectivo • Doença medicalizada – recorre-se ao
para individual)
médico, profissional que oficializa a
doença;
• Ideia de estar doente subordinada ao
respeito pelas indicações do prescrito e
terapêutica;
• Entendimento da saúde e da doença à
luz do avanço e da importância da
medicina;
Doente = papel • Medicina como “instrumento” que
social devolve às pessoas a capacidade para o
trabalho;
• Doença como desvio à norma (Saúde);
(Década de 50- • Noção de doente como aquele que tem
PARSONS) direito a não trabalhar e a ser assistido e
ao dever de regressar à norma;
• Ideia de estar doente subordinada ao
respeito pelas indicações médico.
• O Surgimento das doenças crónicas
exigem mudanças nos estilos de vida dos
Negociação do doentes para que se possa controlar o
seu estado de saúde;
papel social
• A relação médico-doente torna-se menos
(II Metade do Século XX) paternalista- submissa;

• Partilham-se responsabilidades
• Declaração de Alma-Ata (1978) – traz uma
nova concepção de saúde que critica a
medicina curativa e a responsabilidade
individual dos doentes:
Do doente • “ (…)levando em consideração os determinantes
responsável à socio-económicos e socio-culturais (…) trata-se de
uma responsabilidade do indivíduo, da comunidade
responsabilidade e do governo, e, portanto, em ultima análise, de
pela Saúde uma questão política” (Barton, 1970, p.14)

• Declaração de Otawa (1986) – enfatiza o


(Final década de 70) controlo da saúde pelas populações; saúde
entendida como recurso individual e colectivo
ao longo da vida; e define estratégias aos
vários níveis em que a promoção da saúde
carece de intervenção.
• Níveis de intervenção
• Nas Políticas públicas (legislação,
medidas fiscais, organizacionais);
• A nível socio-ambiental – protecção dos
Do doente recursos naturais e sociais e defesa do
responsável à impacto da organização das condições de
responsabilidade vida e de trabalho;
pela Saúde • Participação da população no
planeamento da saúde
• Reorientação dos serviços de saúde para
(Década 80 e 90) uma política que prossiga projectos de
vida aliados a outras dimensões da vida
social, de cariz integrador
• Valorização da opinião, da opção na
prestação de cuidados de saúde
1.Dimensão Cultural • Para todos a doença tem um significado

Sociedades • Crenças sobre saúde e doença relacionadas com


tradicionais pré-modernas o sagrado/profano

2.Dimensão Social • OMS – dimensão social saúde/doença (não


como a ausência de doença, mas um estado de
II Metade do século XX bem estar completo, físico, mental e social

3.Dimensão
Comunitária • Consideração pelos factores socioeconómicos
• Declaração de Alma-Ata
Década de 70
• Tónica na sustentabilidade
4.Dimensão • Conferência de Otawa
Sustentável • Preocupação com efeitos colaterais da
industrialização (poluição ambiental), escassez
Década 80 e 90 de recursos, “boom” demográfico

• Interacção com os vários níveis de vida da


sociedade e que exigem regulação política;
• Ruptura com o modelo clínico
5.Dimensão Global • A Saúde Pública como interlocutora na
avaliação dos riscos, na prevenção das doenças
Últimos 25 anos e na base da agenda e da intervenção política
em saúde.
Políticas de saúde
Ano letivo 2013/2014

Sociologia da Saúde e da Doença

Professora Doutora Vitória Mourão


Professor Convidado Jorge Lopes da Costa
Ciências
Sociais

Sociologia

Saúde
• Década de 50/60 – modelo do consenso
• Sociologia Médica – associada à análise
funcionalista de Parsons (1951) sobre o
tratamento teórico das profissões e
Sociologia Médica clientes. A Doença = Desvio social
• Década de 70/80 – modelo multicausal
Vs
• Mudanças sociais no padrão da doença e
Sociologia da Saúde na estrutura socioeconómica
e da Doença • Novas perspectivas teóricas das ciências
sociais (teorias femininas, pós-
estruturalismo) influenciavam a atitude
de crítica face à ciência originando nova
abordagem e posicionamento
• Disciplina que estuda a relação entre a
saúde e os factores sociais que induzem
os comportamentos dos indivíduos ou
grupos quando expostos perante
situações de doença e/ou qualidade de
acesso aos cuidados dos doentes
Sociologia da Saúde • Principais áreas de investigação:
influência do género, etnicidade, idade,
status socioeconómico, comportamentos
sociais no acesso a cuidados de saúde;
comportamentos sociais face à doença
(…)
• Complementar à Sociologia da Saúde
debruçando-se sobre a maneira como os
povos de diferentes culturas e grupos
sociais explicam as causas da saúde e da
doença, os tipos de tratamento em que
acreditam e a quem pedem auxílio
(médicos, xamãs, curandeiro);
Antropologia • Pretende saber que crenças tradicionais
Médica de uma comunidade onde determinado
indivíduo se insere, como agem
relativamente à crença e à religião;
• Estuda como crenças e práticas
influenciam as mudanças biológicas
psicológicas e sociais do organismo
humano perante a saúde e doença
• Estuda a mudança de comportamentos
• A transição da sociologia médica para
sociologia da saúde, denuncia a era positivista
na relação da medicina com a sociologia –
agora incapaz de legitimar o seu papel por não
responder às novas necessidades em saúde;
• Há um colapso na “teoria dos germes” ,
EM SÍNTESE modelo que fundamenta a eficácia dos actos
médicos para um novo modelo multicausal,
complexo
• Surge comprometida com novos modelos de
causalidade com o novo panorama dos factos
sociais e das novas realidades da saúde e da
doença
Políticas de saúde
Ano letivo 2013/2014

Modelos de Abordagem à Saúde

Professora Doutora Vitória Mourão


Professor Convidado Jorge Lopes da Costa
Modelo
Biomédico

Modelo
Psicossocial
• Representa a saúde e a doença nas
sociedades ocidentais;
• Classifica a doença como um desvio do
estado normal provocado por causas
naturais, sendo que a eliminação destas
resulta na cura ou na melhoria do estado
de saúde (Engel,1977);
Modelo biomédico • É científico porque envolve regras e
prerrogativas que advêm de métodos
científicos;
• Associado às etnias brancas (Colby e Van
de Berge,1961) e caracterizado pela
profissionalização dos procedimentos
(Fabrega, 1974);
• Incapaz de resolver questões
fundamentais relacionadas com a saúde
e com a doença;
• Visão reducionista, mecanicista e dualista
• Modelo não reconhece perturbações
Críticas ao modelo mentais como patologias
biomédico • Excluir o humano do científico
(Engel,1997) fez cair a biomedicina num
círculo vicioso;
• Negligencia as representações dos
indivíduos sobre a doença;
• Centralidade na saúde e não na doença;
• Promoção da saúde como conceito
Modelo multidisciplinar;
• Reconhecimento da centralidade da
Biopsicossocial palavra no decurso das interacções
terapêuticas como alavanca para uma
abordagem à saúde como uma
construção social.
• Não nega a dimensão biomédica mas
reconhece que as fronteiras entre saúde
Modelo e doença não são claras porque são
difusas, por força das considerações
Biopsicossocial culturais, sociais e psicológicas entre elas
(Engel,1977)
Paradigmas de entendimento da Saúde/Doença

Alopático Holístico
Visão holística tem implicações na
Visão alopática relacionada com um definição filosófica dos sistemas de
sistema de tratamento médico que saúde
trata a doença
1. Consideração pelos factores
Manifesta-se em dois eixos: sociais da saúde;
1. Administração de substâncias para
alterar a bioquímica da localização
2. Consideração pelos distúrbios
corporal
complexos do tecido social);
2. Através de cirurgias (técnicas
invasivas) modificando, removendo
ou substituindo as partes do corpo 3. Consideração pelos factores
humano afectadas culturais
Paradigmas de entendimento da Saúde/doença

Holístico
Valoriza a educação, a auto-ajuda e o
auto-cuidado.
Relação com médico é igual e recíproca
onde se estabelece uma afinidade
empática que visa responsabilizar o
doente pela sua saúde.
Compreensão do ser humano como um
ser multidimensional – corpo, mente e
espírito em que o holismo reforça a
inter-conexão com todas as dimensões,
micro e macroscópicas assim como
aceita o axioma filosófico “que o todo é
maior que a soma de todas as partes”
Paradigmas de entendimento da Saúde/doença

Holístico = Serviço Social na Saúde


Factores sociais da saúde,
(imprescindibilidade da percepção dos AS
como agentes na aferição de tais elementos
Factores culturais
Percepção cultural da doença entre culturas
e subculturas (desenvolvimento de esforços,
promoção de autonomia, rentabilização de
recursos, acolher e prover informação
adequada e intervir nos vários níveis de
saúde para o bem estar dos doentes)

Modelo privilegiado de Intervenção na


saúde
Políticas de saúde
Ano letivo 2013/2014

DOENÇAS CRÓNICAS: UMA NOVA ABORDAGEM

Professora Doutora Vitória Mourão


Professor Convidado Jorge Lopes da Costa
Que respostas a doentes crónicos?
• Doenças Crónicas
• 5,2 milhões pessoas sofrem de pelo menos uma doença crónica
• 2,6 milhões sofre de duas ou mais doenças crónicas
• 300 mil sofrem de cinco ou mais doenças crónicas
• Inquérito Nacional Saúde (2005-2008)

• Prevalência
• 1% ao ano na população geral
• 2,5% no grupo com mais de 65 anos
• 60 a 80% das despesas em Saúde
Principais Mudanças nos cuidados de Saúde

PROCURA INTERFACE OFERTA


+ Doentes idosos +Conhecimento
Conceito de saúde
+Condições crónicas +Especialização
+Incapacidades +Concentração
•Definição de
+Problemas sociais resultados +Generalistas
+Mortes no hospital +Tecnologia
+Expectativas • Relação médico
doente +Custos
Grandes Interrogações da actualidade para os doentes crónicos?

Como responde Principais


o sistema de condicionantes
saúde? para uma
resposta eficaz?

Que
estratégias
Que modelo? para melhorar
a qualidade
dos cuidados?
Como responde o sistema de saúde à doença crónica?

• Baseado em cuidados agudos

• Reactiva e segmentada

• Centrada nos profissionais

• Doente passivo

• Financiamento por produção

• Deficit de informação

• Deficit de resultados
Aspectos de melhoria

Portugal
• Em 35% dos doentes com dor crónica ( a dor não está devidamente controlada )
•Castro Lopes, 2008

•33% dos doentes com doenças mentais graves não tiveram tratamento
Caldas de Almeida J, 2010

•Apenas 39% dos hipertensos estão medicados e só 11% estão controlados


Espiga de Macedo M, 2007

•44% dos doentes com diabetes não está diagnosticada


Correia LG, 2009
Mudança de paradigma na resposta do sistema de saúde

Cuidados agudos e episódicos Continuidade de cuidados

Reactiva e segmentada Pró-activa e integrada

Doente passivo Doente parceiro de cuidados

Deficit de resultados Eficiente e com qualidade


Modelo Global de Gestão de Doente Crónico

Politica de Apoio da
Ambiente
Saúde Comunidade

Unidades
Redes
Estruturas Tecnologia
Financiamento
Sistema de Informação

Implementação dos
Processos Prestação de
cuidados pelos
cuidados de saúde
doentes e famílias
Cuidados aceites e adequados a cada doente,
Resultados
de acordo com a evidência, que sejam
eficientes e consigam a satisfação dos doentes
Modelo Global de Gestão de Doente Crónico

Processos
Implementação dos
Prestação de
cuidados pelos
cuidados de saúde
doentes e famílias

• Procurar informação
• Selecção de populações -alvo • Formação para auto-
•Trabalho em equipa cuidados
• Apoio à prevenção e autocuidados •Utilização de equipamentos
• Continuidade de Cuidados de monitorização remota
• Gestão de Caso e de Doença • Modificação de
• Uso de auxiliares de decisão comportamentos de risco
• Diversificação dos contactos • Implementação de cuidados
com os doentes de prevenção e vigilância
• Monitorização de Indicadores • Adesão às terapêuticas
Pirâmide da necessidade de cuidados dos doentes crónicos:
O Caso português

6%

5 ou mais doenças

21%
3 ou 4 doenças

73%
1 ou 2 doenças
Pirâmide da necessidade de cuidados dos doentes crónicos:
O Caso português
(European Congress of Internal Medicine, 2007)

5%
doentes

Consumiram 30% dos


dias de internamento

971 635 doentes internados

6 845 401 dias de internamento


Resultados da Implementação de Estratégias:
Apoio aos Auto-cuidados

↓ 40% nas Consultas de Clínica Geral

↓50% nos internamentos na Doença de Parkinson

↓50% nas admissões urgentes por Asma

↓50% nos casos de absentismo por Artrite

NHS, Chronic Disease Management Compendium, 2004


Resultados da Implementação de Programas:
Gestão da Doença Crónica
DPOC ↓ 40% Internamentos

Asma ↓ 38% Admissões urgentes

Insuficiência Cardíaca ↓ 30% Demora Média

Diabetes ↓ 25% Internamentos

Doughty RN 2002, Bourbean J 2003, Griffiths C 2004, Vrihoef HJ 2001


Mudança de Paradigma:
A resposta do Sistema de Saúde à Doença Crónica

Mudança de
comportamento de risco

Apoio aos
auto-
cuidados
Apoio
psicológico

Apoio
Social

Reabilitação

Cuidados de
enfermagem Cuidados
médicos
Políticas de saúde
Ano letivo 2013/2014

O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO E OS NOVOS DESAFIOS

Professora Doutora Vitória Mourão


Professor Convidado Jorge Lopes da Costa
ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO E OS NOVOS DESAFIOS

FUNDAMENTOS PARA NOVAS POLÍTICAS DE SAÚDE


•AUMENTO DO ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO

•ALTERAÇÕES NO PADRÃO EPIDEMIOLÓGICO

•ALTERAÇÕES DOS COMPORTAMENTOS SOCIAIS E FAMILIARES

•REALIDADE PORTUGUESA AQUÉM DOS PADRÕES MÉDIOS EUROPEUS

•ÚLTIMOS ANOS DE VIDA ACOMPANHADOS DE SITUAÇÕES DE FRAGILIDADE


E DE INCAPACIDADE,
ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO E OS NOVOS DESAFIOS

•ACTUALMENTE NOVAS NECESSIDADES EXIGEM RESPOSTAS ADEQUADAS


QUE RESPONDAM:

•MANUTENÇÃO DA AUTONOMIA;

• INDEPENDÊNCIA;

• QUALIDADE DE VIDA ;

•RECUPERAÇÃO GLOBAL DAS PESSOAS IDOSAS, PRIORITARIAMENTE NO SEU


DOMICÍLIO E MEIO HABITUAL DE VIDA
ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO E OS NOVOS DESAFIOS

• PERFIL DE RISCO
• IDOSOS COM ≥ 80 ANOS
• IDOSOS COM ≥ 65 ANOS COM:
• COMORBILIDADES(≥ 5 DIAGNÓSTICOS)
• NECESSIDADES TERAPÊUTICAS (≥ 5 FÁRMACOS/DIA)
• DEPENDÊNCIA PARCIAL OU TOTAL
• INCONTINÊNCIA URINÁRIA OU FECAL
• QUEDAS DE REPETIÇÃO
• INCAPACIDADE COGNITIVA (SÍNDROME DEMENCIAL, DEPRESSÃO)
• IDOSOS COM INTERNAMENTOS FREQUENTES APÓS ALTA HOSPITALAR
• IDOSOS DEPENDENTES DE ACTIVIDADES BÁSICAS DE VIDA DIÁRIA BÁSICA
• INSUFICIÊNCIA FAMILIAR: IDOSOS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL, TANTO
NAS FAMÍLIAS, COMO INSTITUCIONALIZADOS
ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO E OS NOVOS DESAFIOS

• 1. PROMOVER ENVELHECIMENTO ACTIVO


INFORMAR E FORMAR AS PESSOAS IDOSAS SOBRE

a) ACTIVIDADE FÍSICA MODERADA E REGULAR E AS MELHORES FORMAS DE A PRATICAR;

B) ESTIMULAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS;

C) NUTRIÇÃO, HIDRATAÇÃO, ALIMENTAÇÃO E ELIMINAÇÃO;

d) MANUTENÇÃO DE UM ENVELHECIMENTO ACTIVO, NOMEADAMENTE NA FASE DE REFORMA


ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO E OS NOVOS DESAFIOS

2. ADEQUAR OS CUIDADOS ÀS NECESSIDADES DAS PESSOAS IDOSAS


IDENTIFICAR CRITÉRIOS DE FRAGILIDADE:

A) OS DETERMINANTES DA SAÚDE DA POPULAÇÃO IDOSA;


B) AS DIFICULDADES MAIS FREQUENTES NO ACESSO DA POPULAÇÃO IDOSA AOS SERVIÇOS E
CUIDADOS DE SAÚDE;
-CAPACITAR A POPULAÇÃO IDOSA E FAMÍLIAS SOBRE:

A) UTILIZAÇÃO CORRECTA DOS RECURSOS NECESSÁRIOS À SAÚDE;


B) ABORDAGEM DAS SITUAÇÕES MAIS FREQUENTES DE DEPENDÊNCIA, NOMEADAMENTE POR
DÉFICES MOTORES, SENSORIAIS, COGNITIVOS, AMBIENTAIS E SOCIO-FAMILIARES;
c) ABORDAGEM DAS SITUAÇÕES DEMENCIAIS, NOMEADAMENTE DA DOENÇA DE ALZHEIMER,
ASSIM COMO SOBRE A PREVENÇÃO DA DEPRESSÃO E DO LUTO PATOLÓGICO;
D) PREVENÇÃO DOS EFEITOS ADVERSOS DA AUTOMEDICAÇÃO E POLIMEDICAÇÃO;
E) PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DOMICILIÁRIOS A PESSOAS IDOSAS DOENTES OU COM DEPENDÊNCIA
ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO E OS NOVOS DESAFIOS
ORIENTAR TECNICAMENTE OS PRESTADORES DE CUIDADOS SOBRE:

a) TIPOS E ADEQUAÇÃO DE AJUDAS TÉCNICAS;

B) MELHORIA DA ACESSIBILIDADE À INFORMAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS;

C) ADEQUAÇÃO DA PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA ÀS PESSOAS IDOSAS;

D) ABORDAGEM DA FASE FINAL DE VIDA;

E) ABORDAGEM DO LUTO;

F) PROGRAMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO, PRESTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE NO


DOMICÍLIO;
G) ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR E INTERSECTORIAL DA SAÚDE E DA INDEPENDÊNCIA DAS
PESSOAS IDOSAS.
ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO E OS NOVOS DESAFIOS

3.PROMOVER O DESENVOLVIMENTO DO MEIO ENVOLVENTE


-INFORMAR AS PESSOAS IDOSAS SOBRE:

A) DETECÇÃO E ELIMINAÇÃO DE BARREIRAS ARQUITECTÓNICAS, ASSIM COMO SOBRE TECNOLOGIAS E


SERVIÇOS DISPONÍVEIS FAVORECEDORES DA SUA SEGURANÇA E INDEPENDÊNCIA, COMO, POR
EXEMPLO, O SERVIÇO DE TELEALARME;
B) PREVENÇÃO DE ACIDENTES DOMÉSTICOS E DE LAZER;
C) UTILIZAÇÃO, EM SEGURANÇA, DOS TRANSPORTES RODOVIÁRIOS;

-ORIENTAR TECNICAMENTE OS PRESTADORES DE CUIDADOS SOBRE:

A) PREVENÇÃO DE ACIDENTES DOMÉSTICOS, DE LAZER E RODOVIÁRIOS;


B) DETECÇÃO E ENCAMINHAMENTO DE CASOS DE VIOLÊNCIA, ABUSO OU NEGLIGÊNCIA EM
PESSOAS IDOSAS.
Políticas de saúde
Ano letivo 2013/2014

As desigualdades no acesso aos cuidados de saúde

Professora Doutora Vitória Mourão


Professor Convidado Jorge Lopes da Costa
• DESIGUALDADES EM SAÚDE

Tardiamente, a partir de Abril de 1976, Portugal garante aos seus cidadãos que “todos
têm direito à protecção na saúde e o dever de a promover e de a defender” e que “o
direito à protecção da saúde é realizado pela criação de um SNS universal, geral e
gratuito.”

Nesta condição o estado garante o acesso a todos os portugueses à saúde,


independentemente da sua situação económica, assegurando cobertura em recursos
humanos e em unidades de saúde

Acessibilidade e da expansão territorial


• ACESSO E UNIDADES DE SAÚDE

Dotação de unidades (Centros Saúde, hospitais, Cuidados continuados) e RH (médicos,


enfermeiros, assistentes sociais…) em Nº e por todo território nacional:

83,7% dos portugueses tem médico de família no centro de saúde área residência
51% não consegue consulta no mesmo dia;54% têm de esperar mais de duas semanas
Tempo de espera entre consulta médico família e hospital = > de 1 mês para 48%

A questão do acesso continua a manifestar-se de grande


importância para grande parte da população portuguesa
• Estado de Saúde

29º GRAU DE DESENVOLVIMENTO EM SAÚDE ENTRE 191 PAÍSES (OMS)


27º ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (FNAUD, 2000)
38 º NA RESPOSTA EM SERVIÇOS DE SAÚDE

OBJECTIVOS “MELHORAR SAÚDE” E “MELHORAR A RESPOSTA DE SERVIÇOS”


PORTUGAL PIORA CLASSIFICAÇÃO QUANDO SE ENVOLVEM ASPECTOS REDISTRIBUTIVOS (EQUIDADE)
60º ENTRE 191 PAÍSES JUSTIÇA DA CONTRIBUIÇÃO FINANCEIRA

A questão da EQUIDADE deve estar na ordem do dia na hora de


reformar a política de saúde
• EQUIDADE vs IGUALDADE
EQUIDADE – Identifica-se com o conceito de justiça (Fairness). Tem uma dimensão
ética relacionada com redistribuição de bens, de acordo com certo tipo de
necessidades relativas a esses bens, assume valor relativo.
IGUALDADE – Não tem necessariamente uma conotação ética e incorpora um valor
absoluto. Compara níveis de saúde, de recursos e de acesso entre indivíduos e
comunidades

POR VEZES AS DESIGUALDADES SÃO ESPERADAS E FÁCEIS DE PREVER


DISTINGUIR DESIGUALDADES NÃO EVITÁVEIS (NÃO ASSOCIADAS À INIQUIDADE) E EVITÁVEIS
(ASSOCIADAS À INIQUIDADE) PERMITE ABORDAR A PROBLEMÁTICA PARA A ACÇÃO A DESENVOLVER

PROBLEMAS DE PORTUGAL (OMS)


1. Pobreza crescente
2. Ineficaz gestão de recursos destinados à saúde
• Estratégias
- Modelos Europa do Norte -
Apostar numa maior distribuição de rendimentos ,em políticas assentes na igualdade
de direitos aos benefícios e serviços, no pleno emprego, na equidade de género, e e
em baixos níveis de exclusão social.
- Corresponsabilização da sociedade -
Desenvolvimento de estratégias preventivas que complementem os planos curativos
vigentes
- Saúde e Qualidade de Vida -
Coincide com boa saúde física e mental sendo considerada como um recurso para a
vida diária, para o prazer de viver e para uma participação plena na vida económica e
social. Assume um visão de conjunto que contempla múltiplos campos do bem estar
como a habitação, as condições de trabalho, a saúde, a alimentação, a educação, a
cultura, os modos de vida urbana.
- Saúde centrada no cidadão e nos cuidados de proximidade-
Políticas de saúde
Ano letivo 2013/2014

Desigualdades em saúde: pobreza e exclusão social

Professora Doutora Vitória Mourão


Professor Convidado Jorge Lopes da Costa
• DESIGUALDADES EM SAÚDE

Natural

Físico-construído

Socio-económico
• DESIGUALDADES EM SAÚDE: MORTALIDADE E EMV

Mortalidade
Proporção de pessoas que morrem num determinado período/por mil habitantes é
muito + baixa nos países desenvolvidos
Esperança média de vida (EMV)

71,2 anos 46 países Elevado desenvolvimento humano

58,2 anos 93 países Médio desenvolvimento humano

43,6 anos 35 países Baixo desenvolvimento humano


• DESIGUALDADES EM SAÚDE: MORTALIDADE E EMV

Mortalidade
Proporção de pessoas que morrem num determinado período/por mil habitantes é
muito + baixa nos países desenvolvidos
Esperança média de vida (EMV)

71,2 anos 46 países Elevado desenvolvimento humano

58,2 anos 93 países Médio desenvolvimento humano

43,6 anos 35 países Baixo desenvolvimento humano


C

DESIGUALDADES EM SAÚDE: O REFLEXO DO SOCIAL


Actualidade
A morte está associada ao envelhecimento, logo associada à idade jovem é
entendida como excepção
Mortalidade Jovem (+ no sexo M)
Associadas a acidentes de viação, a outras lesões, acidentais ou voluntárias
(homicídio, suicídio, quedas, entre outras) e ao HIV.

São mortes relacionadas com comportamento

Que se relacionam com os estilos de vida e com a socialização diferencial


(Ex: + cancro do aparelho respiratório nos H – porque fumam mais que as M
DESIGUALDADES EM SAÚDE: POBREZA

POBREZA
Não ter recursos suficientes para organizar a vida com as condições mínimas de
conforto material que tornam possível a procura da realização pessoal

Quando associada à Exclusão Social


Dificulta e impossibilita o acesso aos principais recursos de integração no sistema
social - educação, instrução e emprego estável

Pobreza Saúde
- Tipo de doenças resultantes de habitações insalubres (respiratórias, parasitárias,
depressões, relacionadas com stress);
- Condições (espaço e tempo) para cuidarem dos seus familiares quando estes
adoecem.
DESIGUALDADES EM SAÚDE: POBREZA

A precariedade de recursos económicos afecta:

- Hábitos Alimentares

- As oportunidades para fazer férias e ter tempo livre (essenciais para a manutenção e
recuperação da saúde física e psicológica)

- (Des)emprego (problemas sociais, emocionais e económicos )


• DESIGUALDADES EM SAÚDE: POBREZA E SAÚDE
• BLACKBURN (1991)

Processos
fisiológicos

Processos
Psicológicos

Processos
Comportamentais
Políticas de saúde
Ano letivo 2013/2014

Determinantes Sociais da Saúde

Professora Doutora Vitória Mourão


Professor Convidado Jorge Lopes da Costa
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE

- São as condições sociais em que as pessoas vivem e


trabalham ou "as características sociais dentro das quais a
vida transcorre” (Tarlov,1996);

- Têm um impacto directo na saúde;


- São apelidadas pelas “causas das causas”

Exemplos: Género, idade, cuidados de saúde nos vários níveis


DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE
(Dahlgren e Whitehead)
Número de consultas médicas por hab / ano:
Esperança de vida à nascença (anos)
Distribuição da Pressão Arterial sistólica
Homens de meia idade (Rose, G., 2001)
Expectativa de vida ao nascer em relação ao PIB
(Daniels et al )
Saneamento Básico
Determinantes Sociais da saúde

O Japão e a Suécia têm uma Esperança Média de Vida (EMV) que pode chegar aos
80 anos;
Contudo:
A pobreza é um dos mais importantes indicadores de desigualdade em saúde
Os mais pobres de entre os pobres registam elevados níveis de doença e de
mortalidade prematura.
Quanto pior a posição socioeconómica, pior o estado de saúde muito embora não
seja obrigatório ou incontornável que assim seja.

Como alterar esta situação ?


• Determinantes de saúde
• Estratégia

1. Melhorar as condições de vida

2. Abordar a distribuição desigual de poder, dinheiro e recursos

3. Quantificar e compreender o problema e avaliar o impacto das acções


LICENCIATURA EM SERVIÇO SOCIAL
Ano letivo 2013/2014

EVOLUÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE PORTUGUÊS

Professora Doutora Vitória Mourão


Professor Convidado Jorge Lopes da Costa
• ORIGENS

O processo de Industrialização e o surgimento do operariado industrial


urbano promovem a associação entre o crescimento económico e as
medidas de protecção social.

Nesta altura o acesso à saúde ou era pago por quem poderia pagar (poucos),
dependente de acções beneméritas de instituições de solidariedade –
muito aquém da magnitude dos problemas de saúde (Misericórdias) ou por
associações de socorros mútuos – organizações de carácter voluntário

Não correspondiam às expectativas e necessidades da população


• Origens (cont)

Até à década de 70
- Indicadores de saúde muito desfavoráveis
- Sistema de saúde - conjunto de serviços de natureza variada
- Serviços médico-sociais prestavam cuidados de saúde ambulatórios aos seus
associados
- Misericórdias detinham quase todos os hospitais e os poucos estavam centralizados
nos centros urbanos;
- Saúde pública vocacionada para a protecção da saúde (vacinações, protecção
materno-infantil, saneamento ambiental, programas específicos para a tuberculose,
saúde mental;
Financiamento publico da saúde – 2,8% PIB
A criação do SNS

1. MODELO TIPO BISMARCK MODELO TIPO BEVERIDGE

2. SERVIÇO MÉDICO À PERIFERIA E A CRIAÇÃO DA CARREIRA DE MÉDICO DE FAMÍLIA

3- PROCESSO DE SISTEMA DE PROTECÇÃO SOCIAL PORTUGUÊS


Década 70

• Estruturaram-se as condições : Criação de Centros de Saúde, carreiras das


profissões de saúde, serviço médico à periferia, Lei do SNS, os primeiros passos
para a especialidade de clínica geral

Década de 80
Expansão de infra-estruturas do SNS

Entre 1990 e 2010


Assistiu-se a uma alternância entre duas agendas distintas: uma centrada na reforma
do SNS e outra na sua privatização (Sakellarides, 2010)
-

OBJECTIVOS EM SAÚDE
Segundo a OMS (2000) os sistemas de saúde têm três grandes objectivos:

I - MELHORAR O NÍVEL DA SAÚDE DAS POPULAÇÕES


II – PROPORCIONAR ÀS PESSOAS ACESSO A CUIDADOS DE SAÚDE DE QUALIDADE
III – ASSEGURAR CONTRIBUIÇÕES SOCIALMENTE JUSTAS PARA O FINANCIAMENTO DA
SAÚDE

DAS ORGANIZAÇÕES PARA OS PROCESSOS DE CUIDADOS

CIDADÃO
-

PLANO NACIONAL DE SAÚDE

FIO CONDUTOR

Instituições do Ministério da Saúde e outros


(governamentais, privados e de solidariedade social)

ASSEGURAR OU CONTRIBUIR PARA A OBTENÇÃO DE GANHOS EM SAÚDE


• Até anos 70
• Luta da saúde na prevenção e controle de doenças específicas

Anos 70
Desenvolvimento dos CSP – centros de saúde
Anos 80 e 90
Influências do movimento de promoção da saúde (OMS)

Finais anos 90
1ª Meta em Saúde – Saúde, um compromisso: A estratégia para a saúde para o virar
do século
• PNS 2004-2010
Estratégias Locais de Saúde

PNS 2011-2016
Promoção da cidadania, das políticas públicas saudáveis, da equidade e do acesso
adequado aos cuidados de saúde

GOVERNAÇÃO DA SAÚDE(OPSS)
LICENCIATURA EM SERVIÇO SOCIAL
Ano letivo 2013/2014

SAÚDE PARA TODOS

Professora Doutora Vitória Mourão


Professor Convidado Jorge Lopes da Costa
• Que evolução:

Os sistemas de saúde estão sujeitos, tal como noutras áreas sociais, às tensões e
influências da actualidade:
1 - Aumento gradual da despesa, 2- Envelhecimento progressivo da população,
3- Estagnação da economia, 4- Elevados índices de fiscalidade

Especificidades de destaque na área da saúde


-Complexidade económica-financeira (inovação tecnológica e terapêutica)
- Poder dos profissionais de saúde

Quais serão as estratégias para a evolução das políticas de saúde e que


constrangimentos se devem ultrapassar ?
• CONSTRANGIMENTOS: CONTENÇÃO DE CUSTOS

A década de 80 marca a discussão da sustentabilidade dos sistemas de saúde e a


moderação do crescimento da despesa

Como ?
Através da redefinição do papel do estado

Quais serão as estratégias para a evolução das políticas de saúde e que


constrangimentos se devem ultrapassar ?
• Caso Português
Sistema de Saúde universal:
-Financiado através de impostos
- Estado assume um papel relevante na prestação de cuidados
=
Outros países traçam caminhos semelhantes para lidarem com a (in)sustentabilidade.

QUAIS CAMINHOS?
1. DISSEMINAÇÃO DOS MODELOS DE GESTÃO TÍPICOS DE MERCADO
2. SEPARAÇÃO DOS VÁRIOS PAPÉIS DESEMPENHADOS PELO ESTADO

3- Criação de um Mercado Interno


4- Competição Pública
• FASES DO SNS

I FASE (1970/1982) – Criação e de expansão do SNS

II FASE (1982-1995) – Mudança de fronteira entre público e privado

III FASE (1995-2002) – Aumento de serviços públicos existentes e recuo narrativa da


privatização do SNS
IV FASE- (2002-2005) - Combinação de estratégias centradas na eficiência do sistema
com um discurso de mudança para um sistema misto entre público e privado e de
substituição de Serviço Nacional Saúde (SNS) por Sistema Nacional de Saúde
V FASE – (2005-2009) - Políticas que acentuam a referência ideológica do SNS, o seu
alargamento e modernização mas acentuam-se estratégias que visam cada vez mais
os ganhos de eficiência
VI FASE – desde 2010 - As medidas de austeridade impostas pelas revisões do
Programa de estabilidade e Crescimento (PEC) e pelas obrigações do estado
português no Plano da assistência financeira
• Exemplos de políticas

1-Separação entre financiamento e prestação dos cuidados


- Contratualização entre estado e hospitais públicos
2- Competição entre hospitais públicos e entre hospitais públicos e privados –
mercado interno
- Hospitais privados incluídos na rede pública (Amadora-Sintra)
3-Diminuição do papel do estado como prestador
- Acordos de cirurgia com privados
4 – Contenção de Custos
- Diminuição das comparticipações em fármacos
- Aumento taxas moderadoras
• Objectivos das Políticas de Saúde

Sustentabilidade

Universalidade e
Equidade

Resultados e
qualidade do sistema
DESAFIOS A CONQUISTAR

A qualidade e a eficácia dos cuidados de


Tecnologias e saúde dependem fortemente da
funções do actividade industrial e de serviços
estado altamente competitivos

As novas
coligações Baixo desenvolvimento humano
CONCLUSÃO: NOVAS POLÍTICAS DE SAÚDE

1. POLÍTICAS INCREMENTAIS
Minimizar custos de transição e de percurso traçado

2. ACEITAÇÃO DO TRABALHO COMPARATIVO REALIZADO PELAS INSTÂNCIAS


INTERNACIONAIS
Implicam decisões baseadas na evidência
LICENCIATURA EM SERVIÇO SOCIAL
Ano letivo 2013/2014

SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE E CAPILARIDADES

Professora Doutora Vitória Mourão


Professor Convidado Jorge Lopes da Costa
• SERVE TODA A POPULAÇÃO RESIDENTE EM PORTUGAL;

• GERE DIRETAMENTE CENTROS DE SAÚDE E HOSPITAIS E


OUTROS CENTROS ESPECIALIZADOS

SNS • REALIZA AÇÕES DE PREVENÇÃO E PROMOÇÃO PARA A SAÚDE


PRESTADOR DE CUIDADOS
• COMPARTICIPA NO CUSTO DOS MEDICAMENTOS

• DEFENDE O PRINCIPIO: MÉDICO FAMÍLIA/POR HABITANTE E A


ATITUDE PRÓ-ATIVA DE MANUTENÇÃO E PREVENÇÃO DE
SAÚDE
Dimensões críticas: Da Teoria à realidade

↓ Cerca de 750 000 pessoas sem médico de família

↓ A articulação dos centros de saúde e hospitais não atingiu a dimensão nem a


profundidade esperadas

↓ Aumento da complexidade do sistema de saúde(empresarialização e criação de


PPP nos hospitais, maior profissionalização do privado)

↓ Cuidados Continuados (a jusante dos cuidados hospitalares cobrindo uma


necessidade crescente)
CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
ATÉ HÁ POUCOS ANOS:
• EXISTIAM CENTROS DE SAÚDE E EXTENSÕES - DOTADOS DE GESTÃO AUTÓNOMA;
• A ATIVIDADE É EXECUTADA ATRAVÉS DE CONSULTAS;
• FALHAS NO PAPEL PREVENTIVO E NA ARTICULAÇÃO COM OS CUIDADOS HOSPITALARES, COMO
ALTERNATIVA AO SEGUIMENTO DO DOENTE SAÍDO DO HOSPITAL E À ALTERNATIVA DE RECURSO ÀS
URGÊNCIAS HOSPITALARES;
CONSEQUÊNCIAS: DESPERDÍCIO DE RECURSOS E FALTA DE SEGUIMENTO DA SITUAÇÃO CLINICA DO
DOENTE

•1ª DÉCADA DO SÉC. XXI – CRIADA UMA UNIDADE DE MISSÃO PARA CONCRETIZAR, MONITORIZAR E
REORGANIZAR LOCALMENTE OS CUIDADOS

•REORGANIZAÇÃO DOS CENTROS DE SAÚDE- AGRUPAMENTOS DE CENTROS DE SAÚDE (ACES) E


CRIAÇÃO DE UNIDADES DE SAÚDE FAMILIAR –USF
•ESTRUTURAS FUNCIONAIS – UNIDADES DE CUIDADOS DE SAÚDE PERSONALIZADOS (UCSP),
UNIDADES DE SAÚDE PÚBLICA(USP), UNIDADES DE CUIDADOS NA COMUNIDADE (UCC) E UNIDADES
DE RECURSOS ASSISTENCIAIS PARTILHADOS (URAP)
Cuidados Hospitalares
ATRAVESSAM UM PROCESSO DE MUDANÇA (DESDE 1995)

•GESTÃO PUBLICA A CONSÓRCIOS PRIVADO


•REGRAS PRIVADAS EM HOSPITAIS PÚBLICOS
•SOCIEDADES ANÓNIMAS E ENTIDADES PÚBLICAS EMPRESARIAIS

OBJETIVO: MELHORAR PRÁTICAS E RACIONALIZAR MEIOS

PORQUÊ?
SÃO O PILAR FUNDAMENTAL E O MAIS DISPENDIOSO EM QQ SISTEMA DE SAÚDE

SUSTENTABILIDADE DO SISTEMA DE SAÚDE


CUIDADOS CONTINUADOS
SETOR PRIVADO E TERCEIRO SETOR
FALTA DE COBERTURA POR PARTE DO SNS – CRIA A RNCCI
REDE NACIONAL DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS (RNCCI):
• DOENÇA CRÓNICA
• AUMENTO DA DEPENDÊNCIA PARCIAL OU TOTAL
• PROTELAMENTOS DE ALTAS HOSPITAIS

ACESSO:
• MEIO HOSPITALAR E CENTROS DE SAÚDE
• SOBRECARGA DE REFERENCIAÇÕES

FINANCIAMENTO:
• MISTO
• RISCOS E INCERTEZA

MODERNIZAÇÃO E EXPANSÃO FUTURAS


POLÍTICA DO MEDICAMENTO
EFICIÊNCIA ECONÓMICA
II MAIOR RUBRICA DE DESPESA, A SEGUIR AOS SALÁRIOS (TEM AUMENTADO EM TODOS OS PAÍSES
EUROPEUS)

ORGANIZAÇÃO NO USO E NA FORMAÇÃO DE TODOS OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE


MÉDICOS – PRESCRIÇÃO, ADEQUANDO A TERAPÊUTICA AO DOENTE, À SITUAÇÃO CLÍNICA
ENFERMEIROS – IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS DE INTERVENÇÃO EM COMPLEMENTO AO W DOS MÉDICOS
FARMACÊUTICOS – COMPETE-LHES A GESTÃO INTEGRADA DO MEDICAMENTO

ESTE PERMITE INFLUENCIAR A PRESCRIÇÃO MÉDICA, O QUE SE REFLETE NUMA MELHORIA DE


QUALIDADE ASSISTENCIAL - EX: DOENTES CRÓNICOS – FARMACOCINÉTICA ADAPTADA À CLINICA
AVALIAÇÃO FÁRMACO-ECONÓMICA – PERMITE AVALIAR A DIMENSÃO DA DESPESA EM
MEDICAMENTOS
LICENCIATURA EM SERVIÇO SOCIAL
Ano letivo 2013/2014

SAÚDE E SERVIÇO SOCIAL

Professora Doutora Vitória Mourão


Professor Convidado Jorge Lopes da Costa
• ASSISTENTES SOCIAIS NOS SISTEMAS DE SAÚDE DESDE O
INÍCIO DO SECULO XX

SERVIÇO SOCIAL
• INICIALMENTE – REGIME DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
INSTRUMENTO DE QUALIDADE DIRETA, OU SEJA, ATRAVÉS DO CONTATO PRIVILEGIADO
PARA A HUMANIZAÇÃO COM A POPULAÇÃO UTENTE

• PROFISSIONALIZAÇÃO DA PROFISSÃO – TROUXE NOVAS


HERANÇAS, FRUTO DA DIVERSIFICAÇÃO E DO TRAJETO DAS
POLÍTICAS DE SAÚDE INTERNACIONAIS
Serviço Social na Saúde

Da Génese à Institucionalização
•Serviço Social na saúde, 1907, em Boston, Hospital de Massachusetts
•Foi efetuado o primeiro contrato com um profissional de serviço social
•Função dominante – compreensão das condições psíquicas e sociais que poderiam
estar na origem da enfermidade, da mente ou do corpo

Em Portugal
•Hospitais Universitários de Coimbra (1941) e no Hospital Júlio de Matos (1942)
•Considerações jurídicas – Lei nº 2011/46 menções à sua inclusão no quadro
hospitalar, nos hospitais regionais e sub-regionais, sobre cabimentação de RH em
para o Serviço Social e na formação de agentes de Serviço Social, através de
iniciativas do estado.
PROFISSIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

• DÉCADA DE 50 - IDEOLOGIA CONSERVADORISTA

•ASSISTENTES SOCIAIS ERAM AGENTES DE MEDIAÇÃO ENTRE O ESTADO E OS INDIVÍDUOS.


• SERVIÇO SOCIAL ASSOCIADO A INSTITUIÇÕES SOCIO-ASSISTENCIAIS DE ÂMBITO RELIGIOSO
(MISERICÓRDIAS) OU LIGADAS AO ESTADO (SAÚDE)

•CONTRIBUIÇÕES DO PENSAMENTO IDEOLÓGICO DA COMPREENSÃO SAÚDE E DOENÇA - LIGADAS À


CORRENTE HIGIENISTA E DA MEDICINA SOCIAL ESTANDO AS PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DOS AS
ANCORADAS AO ENSINO DE BOAS PRÁTICAS DE HIGIENE, COMO POLÍTICA DE REDUÇÃO DE EPIDEMIAS
E DOENÇAS

•INSTRUMENTOS DE ATUAÇÃO – INQUÉRITO SOCIAL E A VISITA DOMICILIÁRIA (LEVANTAMENTO DAS


NECESSIDADES MORAIS E NOS PRESSUPOSTOS DE CRITÉRIO DE RISCO SOCIAL QUE PODERIA POTENCIAR
A DOENÇA
Proteção Jurídica das funções e enquadramento do Serviço Social

Decreto Lei 48 357/48 358 (ABRIL DE 1968) - CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL


“Serviço de Ação Médico-Social da comunidade dando primado à pessoa
doente como razão de ser e objetivo final da instituição” consagrando-se
definitivamente a importância desta profissão – finalidades, definição de
funções e posicionamento organizacional e reconhecendo no âmbito
hospitalar a vertente médico social.

– 1º Esclarecimento formal do Serviço Social da saúde - aquele que tem por


objetivo “ as relações entre necessidades pessoais e familiares e os casos de
doença” e um papel como investigador nas “ciências médicas sociais” e
ainda na orientação e coordenação do corpo de voluntários.
SERVIÇO SOCIAL: A ATUALIDADE

Serviço Social na Saúde:

•Cuidados primários, continuados e diferenciados, em diversas áreas clínicas


(internamento, consulta, ambulatório, centros de saúde;

•Projetos de apoio domiciliário, comissões, equipas e núcleos)


• Estudando e intervindo na definição, planeamento, execução e avaliação de
programas e projetos de saúde.

•A relação entre o Serviço Social e a saúde tem sido de uma durabilidade e


solidez impressionável, pelo que representa um importante marco na
constituição da identidade profissional dos assistentes sociais.
Atribuições na saúde: Níveis de intervenção (DGS, 2006)

 Na avaliação dos fatores psicossociais interferentes na saúde de pessoas, grupos e


comunidades com especial atenção a grupos e situações identificadas como de risco
e vulnerabilidade;
 Na avaliação dos fatores psicossociais envolvidos no tratamento da doença e
reabilitação;
 Na intervenção psicossocial a nível individual, familiar e grupal;
 No aconselhamento e intervenção em situações de crise por motivos médicos e/ou
sociais;
 Na promoção da prestação de serviços de qualidade centrados no doente e baseados
em parcerias com o doente, a família e cuidadores informais;
Atribuições na saúde: Níveis de intervenção (DGS, 2006)

 Na mobilização, organização e coordenação das entidades e actores sociais relevantes


para a prestação de cuidados de saúde e sociais
 Na advocacia social em favor do doente e família;
 Na avaliação e criação de recursos sociais nas comunidades locais de referência;
 Na definição e realização de programas de prevenção e promoção da saúde e de
intervenção comunitária;
 Na educação e informação em saúde;
Síntese

No campo da prática do Assistente Social na saúde as competências profissionais


remetem-nos, para a especificidade de um saber teórico, para o saber fazer (prática
/refletida, progressão no conhecimento) e para o saber ser, entendido como capacidade
de resolução de problemas em contextos determinados, designadamente com sujeitos
de intervenção no contexto de uma qualquer organização

As organizações de saúde são como organizações qualificantes, onde o profissional coloca


o seu saber em ação na análise do doente, determinando necessidades e potencialidades
em competências sociais, articulando o seu saber profissional com os restantes membros
da equipa de saúde, potenciando a aquisição de novas competências profissionais, quer
para si quer para os outros elementos em ação (doente/família e equipa de saúde).

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