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No século XVI, com a chegada dos portugueses, foi estabelecido o sistema de capitanias
hereditárias, o qual era basicamente uma doação de grandes latifúndios a pessoas ligadas a
nobreza de Portugal.
Desse modo, o grupo conhecido como os Sem-Terra se uniram com a intenção de promover
pressão política ao governo para que fosse realizada uma reforma agrária no país, pois assim
seria possível que esse grupo construísse uma habitação decente e começasse a prosperar
através de seu trabalho.
Com o fim da ditadura militar e a eleição de um presidente civil, a população brasileira sentia
a esperança de mudanças depois de duas décadas de ditadura. Em 1985, o governo Sarney
elaborou o Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), que previa o assentamento 2 de 1,4
milhão de famílias, porém somente cerca de 6% do prometido foi entregue.
No ano de 1988 um passo muito importante em direção aos objetivos do movimento foi dado,
pois foi nesse mesmo ano em que foi a Constituição Federal de 1988. Na constituição, mais
especificamente no artigo 186, é estabelecido que toda propriedade rural deve cumprir uma
função social, do contrário a mesma deve ser desapropriada.
Porém, no governo Collor, eleito em 1989, a luta do MST foi novamente dificultada através
da Lei Agrária (BRASIL, 1993), que reclassificou as propriedades rurais e impossibilitou
desapropriações.
Os massacres citados foram o de Eldorado dos Carajás (1996), no Pará e Corumbiara (1995),
em Rondônia. Tendo o segundo ocorrido na fazenda Santa Elina, no qual 514 famílias faziam
uma ocupação e se recusaram a sair após ordem judicial. Quando policiais militares chegaram
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Do ponto de vista dos movimentos sociais e dos sujeitos que ocupam um espaço em busca
de moradia e trabalho, assentamento é resultado de uma lutam de uma conquista,
acompanhada de uma reivindicação, e nessa medida um gesto político daqueles que estão
excluídos diante da organização da cidade (FERREIRA, 2010).
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ao local para executar a ordem de despejo, os trabalhadores pediram três dias para sair
pacificamente, porém o pedido não foi respeitado e os policiais invadiram durante a
madrugada causando onze mortes, nove delas de Sem-Terra, que de acordo com laudo do
legista teriam ocorrido ao modo de uma execução.
E, apesar de, após dezesseis anos de existência do MST centenas de milhares terem sido
assentadas, cooperativas e associações terem sido construídas e centenas de escolas públicas
abertas, o financiamento público voltou-se para o incentivo de latifúndios agroexportadores.
Hoje o debate em torno da questão agrária foi aprofundado, com a apresentação de um novo
programa agrário, os Sem Terra pretendem reorganizar a produção de alimentos combatendo
o êxodo rural, gerando empregos e produzindo alimentos saudáveis que respeitem o meio
ambiente.
“Matar e roubar não faz parte da doutrina deste grupo, que promove ocupações em terras
consideradas improdutivas e tira o sono de ruralistas” (BETIM, 2018). O governo Bolsonaro,
no entanto, não compartilha dos pensamentos pacifistas do movimento, tendo nos últimos
demonstrado posição agressiva através de representantes das pastas do meio ambiente.
Finalmente, é possível perceber que a história do MST nasceu por razão de diversas
estruturas históricas brasileiras, como a escravidão e a concentração fundiária. Dessa forma, o
grupo luta por direitos e por condições de vida e trabalho decentes para grupos historicamente
marginalizados, em paralelo a essa luta o movimentado tem criado raízes em outras áreas,
como o desenvolvimento sustentável e a agroecologia, para que a produção feita nos
assentamentos garanta a saúde dos agricultores e todos aqueles que consomem os alimentos.
BIBLIOGRAFIA